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A difícil arte de encontrar a ocasião e a medida

Sou Formadora há mais anos do que gosto de admitir, porque entrega a idade que eu tento disfarçar com uma boa maquilhagem. São inúmeras formações num par de décadas e milhares de nomes e caras, pelo que (digo eu sem muito orgulho) não me lembro da missa a metade. Já ser Professora é algo relativamente recente em minha vida e tem sido uma experiência totalmente distinta… Trata-se de duas palavras facilmente comutáveis, mas para o bem do meu argumento, entenda-se como “Formador”, o educador numa relação mais efémera e “Professor”, aquele que está num contato mais longo e constante com o educando. Foi nos últimos anos, quando comecei a ter a honra de ser tratada desta última maneira, que percebi o tamanho da diferença.

A relação Formador-Formando é muito diferente daquela entre Professor e Aluno É mais curta e, por consequência, tende a ser menos profunda Não há tanto espaço (e tempo) para formar o ser humano, além do discente.

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A ligação entre Professor e Aluno, quando tratada com o devido cuidado e importância, tem muitas similaridades com aquela entre um Líder e a sua Equipa ou mesmo entre pais e filhos. É um medir de intensidade, uma adaptação constante momentos de falar e momentos de calar Vivemos entre validar e desafiar cada coisa na sua hora e ambas extremamente importantes Um indivíduo que não conhece disciplina, por um lado, frustra-se muito facilmente quando o resultado imediato não é o que espera; por outro, não sabe respeitar nem impor limites, tão essenciais para o bem-estar comum da sociedade. Já um sujeito que não conhece o cuidado e a validação das suas necessidades não saberá, nunca, oferecer isso a alguém; não perceberá a importância da empatia, porque não a vivenciou Atitudes quase opostas, mas ambas igualmente necessárias A arte, aqui, é encontrar a ocasião e a medida. Daí, meu paralelo com uma das mais duras missões deste mundo: a parentalidade.

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