VEREDAS POÉTICAS DE JUVENAL ANTUNES

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Veredas poéticas de Juvenal Antunes

No mais aterrador, no mais intenso Da pena, vós sois bálsamos clementes... Eu, ainda as mais cruéis, as mais pungentes Mágoas do coração, chorando, venço! Lagrimas! Vós, que sois tão poderosas, Que tanto alívio dais ao meu tormento, E afogais tantas anciãs dolorosas, Que ireis, depois, compor ou decompor? E tu, que serás tu neste momento, Minha primeira lágrima de Amor?

Laura

Falam de ti, de mim, de nós... Quem há-de Tentar fechar as bocas viperinas? Cada dia, mais cresce a intensidade Do meu desprezo às almas pequeninas. És a maior de todas as heroínas, Com esse desdém e essa serenidade... Que eu beije sempre as tuas mãos divinas, Minha dor! Meu prazer! Minha saudade! Façamos deste amor um relicário, A pirâmide, o túmulo, o sacrário, Onde a nossa paixão seja guardada! Vivamos, Laura, assim por toda a vida! E, embora nunca sejas a Possuída, Para mim serás sempre a Desejada!

Laura (a mais sábia das mulheres) És estro e inspiração! Mel e veludo, N´alma e no corpo me resumes tudo. A essência das essências do que existe.

Tudo o que há de mais nobre e extraordinário, O perdão de Jesus sobre o Calvário, Tudo o que há de maior por sobre o mundo!

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