Conexão 2.0 - A erva proibida

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Ao ponto

Texto Luiz Gustavo Assis Ilustração Rogério Chimello

Saída em maSSa

29348 – CONEXÃO 01/2014

A LIGAÇÃO DE James K. Hoffmeier com as civilizações antigas vem de berço. Nascido e criado no Egito até os 16 anos, a terra dos faraós é tema de alguns de seus livros e destino de suas escavações. Ph.D pela University of Toronto, o Dr. Hoffmeier é professor de Arqueologia e Antigo Testamento na Trinity International University (EUA). Quando o assunto é a Bíblia, ele é um dos especialistas consultados por canais como Discovery, History e National Geographic. Recentemente, Hoffmeier gravou entrevistas sobre a série The Bible, produção que é sucesso nos Estados Unidos e que estreou em outubro no Brasil. Abaixo, ele apresenta algumas evidências da saída em massa dos hebreus do Egito.

________ Designer ________ Editor ________ Ger. Didáticos ________ C.Qualidade ________ Depto. Arte

Qual é a relação entre arqueologia e a Bíblia? A função mais importante da arqueologia em relação à Bíblia é apresentar o cenário histórico das Escrituras. Já que estamos tão distantes geográfica e cronologicamente dos eventos narrados na Bíblia, nós realmente precisamos da arqueologia para ajudar o leitor a entrar no mundo das Escrituras. Por causa disso, a arqueologia é fundamental para a interpretação do Livro Sagrado. na sua opinião como egiptólogo, que tipo de evidências sugerem uma imigração israelita em massa do Egito, como descrita em êxodo 12 a 14? Escrevi dois livros sobre esse assunto [Israel in Egypt: Evidence for the Authenticity of the Exodus Tradition (Oxford, 1997), e Ancient Israel in Sinai: The Evidence for the 8 |

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Authenticity of the Wilderness Tradition (Oxford, 2011)]. É fascinante poder relacionar a geografia do Êxodo e as cidades construídas para faraó [Pitom e Ramessés (Êx 1:11)] com a egiptologia. É preciso destacar que muitos dos nomes dos israelitas daquela geração do êxodo são de origem egípcia, o que torna difícil negar que os hebreus peregrinaram pelo Egito naquela época. sua mais recente pesquisa tem a ver com o monoteísmo do faraó akhenaten. Como isso pode nos ajudar na compreensão da história egípcia e bíblica? Muitos acadêmicos céticos afirmam que o monoteísmo, a crença em um só Deus, surgiu em Israel após o 6º século a.C., quando os hebreus voltaram do exílio da Babilônia. Mas eu não estou

sozinho quando afirmo que Akhenaten era monoteísta. De acordo com a minha cronologia da história de Moisés, ele deve ter nascido entre 10 ou 20 anos após a morte de Akhenaten, o que torna difícil uma conexão entre essas duas figuras históricas. No entanto, já que Akhenaten foi um faraó monoteísta por volta de 1353 a 1336 a.C., não existe razão para acreditar que Moisés não poderia ter sido o líder de uma fé num único Deus, no século seguinte. Por que o senhor leva a Bíblia a sério, como pesquisador e cristão? Acredito que a mensagem das Escrituras – de que Yahweh é o Deus que salvou Seu povo no Antigo Testamento e de que Jesus Cristo é o grande ato salvífico de Deus – requer que a Bíblia seja fixada na História. Após 40 anos estudando a Bí-

blia e a arqueologia de forma acadêmica, essa convicção foi confirmada. Como resultado, minha fé é cada vez mais fortalecida, e não fragilizada diante das críticas dos céticos. E como você dialoga com seus colegas acadêmicos que são céticos? Tenho tentado ser amigável com os acadêmicos que rejeitam minha posição em relação à Bíblia. Lembro-me de um cético muito conhecido que publicou severas críticas contra mim em várias ocasiões. Minha reação? Decidi ser bondoso com ele. Quando visitei seu país, consegui marcar um almoço com ele, para conhecê-lo melhor como pessoa. Dessa maneira, tento amar aqueles que são difíceis de amar e creio que é por causa disso que Deus está abrindo muitas oportunidades para testemunhar.

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