1918-2018. Manifiesto liminar cinco versiones

De fato, os estatutos reformados dispõem que “a eleição do reitor terminará numa única sessão, proclamando-se imediatamente o resultado, PRÉVIA LEITURA DE CADA UM DOS VOTOS E APROVAÇÃO DA ATA RESPECTIVA” (Art. 9). Afirmamos sem medo de sermos retificados que os votos não foram lidos, que a ata não foi aprovada, que o reitor não foi proclamado e que, por conseguinte, para a lei ainda não existe reitor desta Universidade.

A juventude universitária de Córdoba afirma que nunca fez questão de nomes nem de empregos. Insurgiu-se contra um regime administrativo, contra um método docente, contra um conceito de autoridade. As funções públicas se exercitavam em benefício de determinadas camarilhas. Não se reformavam nem currículos nem regulamentos por temor de que alguém nas mudanças pudesse perder o seu emprego. O lema de «hoje por ti, amanhã por mim» passava de boca em boca e assumia a preeminência de estatuto universitário. Os métodos docentes estavam viciados de um estreito dogmatismo, contribuindo ao afastamento da Universidade da Ciência e das disciplinas modernas. As lições, encerradas na repetição interminável de velhos textos, amparavam o espírito de rotina e de submissão. Os corpos universitários, guardas zelosos de dogmas, tratavam de manter em clausura a juventude, acreditando que a conspiração do silêncio pode ser exercitada contra a Ciência. Foi assim quando a obscura universidade mediterrânea fechou as suas portas a Ferri, a Ferrero, a Palacios e a tantos outros, diante do temor de que fosse perturbada a sua plácida ignorância. Fizemos, então, uma santa revolução e o regime caiu graças aos nossos golpes.

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