Karl Korsch: crítico marxista do marxismo

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Karl Korsch: Crítico Marxista do Marxismo︱José Carlos Mendonça

dogmático, mas apenas uma abordagem original e mais útil do mundo real, sensível, prático que se apresenta diante do sujeito ativo e reflexivo (Korsch, 1979l, p. 79-80).42

Korsch continuou seu trabalho dentro dessa perspectiva. Ele criticou as teorias que sustentavam que o marxismo era um “projeto de futuro” ou aquelas que sustentavam a existência de uma “necessidade na história”. Ele criticou organizações que transformaram o marxismo de acordo com os seus próprios fins, e argumentou contra a alusão de que os princípios de Marx eram “supra-históricos.” Ao invés de ignorar tais mudanças na teoria marxista, procurou explicá-las. Para Korsch, formular uma questão do tipo “porque você é ou não um marxista?” colocada a margem de qualquer contexto histórico, se tornava uma abstração equivalente a perguntar “Por que acreditam ou não em Deus, na ciência, na moral, na doutrina racista, na guerra, na paz, ou na ameaça de destruição da civilização pela bomba atômica.” (Korsch, 1979w, p. 221). Questões tais como “qual o verdadeiro pensamento de Marx?” ou “qual das correntes marxistas é a mais ortodoxa?” ou ainda “qual dos métodos aplicados por Marx em diversos momentos de seu percurso é realmente o método dialético correto?” são, para Korsch, exemplos de formas de abordagem do marxismo que conduzem diretamente a respostas dogmáticas ou estáticas. Também ilustram como a teoria de Marx se petrificou. E foi para reivindicar o elemento crítico, antidogmático e ativista do marxismo que ele reuniu em uma coletânea intitulada “Uma aproximação não dogmática ao marxismo”, publicada em 1946, vários textos que se propunham a favorecer o desenvolvimento sem travas das ciências sociais e a demonstrar que a dialética não era uma espécie de lógica acima das lógicas. Él no pretendía ni remotamente convertir su nuevo princípio en una teoría filosófica general de la historia que sería impuesta desde el exterior sobre el patrón actual de los acontecimientos históricos. Lo mismo puede decirse de la concepción de la historia que tenia Marx, como él mismo dijo de su teoría del valor, que no pretendía ser un princípio dogmático, sino simplemente un enfoque original y más útil del mundo real, sensible, práctico que se presenta ante el sujeto activo y reflexivo. 42

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