Atlas Rio do Peixe

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GEOMORFOLOGIA

A

Bacia do Rio do Peixe apresenta uma

Observa-se, nas grandes encostas, uma estrutura

O início do vulcanismo basáltico ocorreu,

morfologia formada por vales e montanhas,

em “escadas” (após um grande declive há uma

contemporaneamente, com o fim do Deserto de

com drenagens encaixadas em fraturamentos

pequena área plana), que caracteriza os derrames

Botucatu, tanto é que na base dos derrames se

geológicos, dissecada pela erosão diferencial de

vulcânicos que ocorreram na época. Com essas

verificam arenitos “intertrápicos”, camadas de

suas rochas em virtude de seu caráter químico-

estruturas, é possível identificar a quantidade de

arenitos intercaladas com camadas de basaltos.

físico. Apresenta ações erosivas menos intensas nas

derrames que ocorreram nessa região. Sempre há

Esses arenitos abaixo da rocha vulcânica são os

rochas basálticas mais ácidas (mais ricas em sílica),

um intervalo de tempo entre um derrame e outro,

formadores do Aquífero Guarani, pois se chamava

como na região de Caçador, no alto da Bacia, com

e apresentam uma espessura média de 45 metros.

arenito Botucatu; cada país sul-americano tinha

topografias mais aplainadas, e ações erosivas mais

Desse modo, nas montanhas mais altas pode-se

um nome diferente, então passou a se denominar

intensas nas rochas basálticas de composições

contar quatro ou cinco derrames, observando o

Guarani em todos os países, em homenagem aos

mais básicas, como no baixo da Bacia (Joaçaba,

número de patamares existentes.

índios Guaranis que habitavam essa área.

Cessado o longo período de vulcanismo, a região

Na Bacia do Rio do Peixe, o Aquífero está a uma

sofreu intenso fraturamento de contração das

profundidade média de 600 metros; perfurações

Essa topografia é reflexo, também, do poder

rochas quando houve o resfriamento destas em

feitas apresentaram grandes vazões de água.

erosivo das drenagens, sempre com grande

pequenas amplitudes. Associado a isso, houve

gradiente hidráulico, criando alto poder de

fraturamentos de tensão com vários quilômetros

transporte e dificultando a criação de áreas

de extensão, nos quais se encaixou a maioria das

planas. Raras várzeas se observam nas margens

drenagens, mantendo essa orientação até os dias

das drenagens, que são acúmulos de material

atuais; assim, também, ocorreu com o Rio do

aluvionar erodido das partes altas onde há quebra

Peixe. Com as drenagens encaixadas mais o intenso

do gradiente hidráulico.

poder erosivo por longo período, acabou sendo

Piratuba), sempre com as drenagens alinhadas e encravadas a fraturas geológicas antigas.

moldada essa morfologia que se tem hoje em toda a Bacia.

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RIO DO PEIXE


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