Enfoque 200 - Fevereiro

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DrogaFarma, de geração para geração, há

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primeiras linhas Um veículo de comunicação vale pela sua alma, uma alma independente, que sabe colocar acima de todos os valores o interesse dos leitores. A publicação pode ou não acertar nos assuntos, nos temas e na abordagem dos fatos, mas precisa ser, acima de tudo, honesto com quem lê. Quem folheia uma publicação em busca de leitura séria não pode ser enganado com a publicação de uma matéria ou de entrevista que foi paga pelo entrevistado. Porque, neste caso, ele está falando apenas o que ele quer e não o que o leitor gostaria de ler. Para isto, existem os anún­ cios, as mensagens publicitárias, que precisam ser levados aos leitores como tal. Para ser democrático, um veículo de comunicação precisa ser pluralista, apresentar diferentes ideias, conceitos contraditórios, mostrar as ver­ tentes que existem para que o leitor possa fazer o julgamento. Se não for assim, uma publicação será sempre um boletim oficial, monocórdio, unânime na forma e no jeito de colocar as ideias para um só público ou um só tipo de preferência. Um veículo de comunicação deve ser um emissor de ideias, informativo, honesto, pontual, pois do con­ trário ele passa a ser um divulgador. Quem deve fazer o julgamento é o próprio leitor, não quem passa as notícias para o leitor. Estamos num momento da história em que a informação da manhã já está ultrapassada à noite. Um acidente de ônibus na Índia chega ao restante do mundo em poucos minutos. As bombas da guerra chegam às pessoas na hora em que estão explodindo. A própria cobertura da guerra é um exemplo da liberdade da informação. Nenhum veículo precisa se posicionar contra ou a favor da guerra, porque, no fundo, a maioria da população já se posicionou. É aí que está a beleza da democracia da informação: dar a notícia, a informação e possibilitar que as pessoas formem os seus conceitos e, assim agindo, possam agir contra ou a favor. Assim como tem sido com a guerra, com a violência, com o combate da fome.

Cesar Colleti

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entre linhas Os alimentos de origem animal estão perdendo espaço no cardápio dos francanos. Estima-se que cerca de 6% da população seja vegetariana – no Brasil são 10% e, destes, cinco milhões de pessoas praticam o veganismo, estilo de vida que não permite o consumo de produtos de origem ou testados em animais. Esses números aumentam ano a ano de forma significativa. Apesar disso, ainda existem dúvidas sobre esse tipo de alimentação. Afinal de contas, o que significa ser vegetariano? Essa e outras perguntas são respondidas em uma ampla reportagem produzida por Enfoque e que pode ser vista nesta edição. E aproveitando a proximidade da festa mais tradicional e comemorada em todos os cantos do país, Enfoque traz uma matéria especial sobre os primeiros registros do Carnaval em Franca, que já somam 134 anos. De comemorações particulares nas residências da alta sociedade a desfiles de blocos e bailes de fantasias em inúmeros salões espalhados pela cidade, até vivenciarmos o que temos hoje, muita coisa aconteceu e muitas pessoas se dedicaram para que a festa popular se tornasse de fato isso: uma festa para o povo. Falando em Carnaval, se o momento é de festa e diversão, porque não aproveitar, né? Mas nem todo mundo pensa assim, pelo menos não de forma consciente, e isso é comprovado através de estudos que verificaram que há pessoas em que o ócio pode significar um tormento, chegando, em casos extremos, a provocar somatizações, como náuseas e dor de cabeça. Conhecido como “síndrome do lazer”, esse problema chega a afetar 5% da população que não consegue se desconectar do trabalho e suas preocupações. São pessoas que sofrem verdadeiros tormentos quando saem de férias ou chega o final de semana, por exemplo. São muitos os temas da edição deste mês de Enfoque, preparada com muito carinho para você, leitor, que nos acompanha sempre. Então, aproveite e boa leitura!

Fernanda Ribeiro Editora Chefe

Enfoque Franca é uma publicação periódica mensal des­ti­na­da ao público em geral ISSN 1981 6219 ® Marca Registrada Diretor Responsável Cesar Colleti Editora Fernanda Ribeiro - MTB 32.745 Designer Gráfico Leonardo Vasques Carvalho Fotografia Ricardo Fernandes Consultoria de Marketing Lucas Rodrigues da Silva Colaboradores desta edição Adriana Barbosa Raymundo Beto Chagas Cirlene de Pádua Frederico Millano Lizandra Arita Luís Henrique Borba Perpétua Amorim Thaís Flausino Vivian Ravanhani

Impres­são Cristal Indústria Gráfica (16) 3711-0200 As opiniões e con­cei­tos emi­tidos em arti­gos são de in­tei­ra res­ponsabilidade de seus au­tores. O con­teú­do dos anúncios pu­bli­ci­tá­ri­os é de inteira responsabilidade das em­pre­sas anun­ cian­tes, e não expressa neces­sa­ri­a­men­ te a opi­nião ou a posi­ção da re­vis­ta Enfoque Franca e dos seus dire­to­res e edi­to­res. Para Anunciar Telefone: (16) 3713-3300 Fax: (16) 3713-3300 de 2ª a 6ª feira das 8h às 18h. E-mail: comercial@izzon.com.br

Assinaturas

Telefone: (16) 3713-3300 Fax: (16) 3713-3300 de 2ª a 6ª feira das 8h às 18h. E-mail: comercial@izzon.com.br

izzon CNPJ – 00.018.756/001-68 Rua José Salomoni, 275 CEP 14401-298 - Franca/SP Fonefax: (16) 3713.3300 anuncios@enfoquefranca.com.br


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sumário

seções

42

Beleza Alopecia areata provoca queda de pelos em vários locais do corpo

44

Arquitetura Estilo industrial nos projetos deixa os ambientes contemporâneos

45

Decoração Ponto de encontro da família, área de churrasco ganha estilo próprio

46

Filhos Educação pode ser armadilha e influenciar negativamente os filhos

48

Crianças Crianças com dificuldades de se alimentar continuam comuns

49

Pet Com chuvas, verão contribui para proliferação de parasitas nos pets

50

Tradição Há 134 anos, Franca via surgir suas primeiras festas carnavalescas

54

Atualidade Excesso da tecnologia prejudica o dia a dia e influencia na saúde

55

Perfil Com postura forte, Monsenhor Rosa ajudou a evolução de Franca

56

Esporte Bungee dance conquista francanos por aliar atividade física ao lazer

57

Profissão Com aquecimento do setor de eventos, bartenders se destacam

60

Trabalho Plano de carreira informal ajuda o profissional a ter o cargo que deseja

61

Comportamento Síndrome do lazer afeta 5% da população, que fica doente com ócio

62

Comportamento Por saúde ou estilo de vida, aumenta número de vegetarianos

04| primeiras linhas Cesar Colleti

linhas 04| entre Fernanda Ribeiro comportamento

24| Lizandra Arita

Ano XVII Nº 200 Fevereiro de 2018

24| negócios Thaís Flausino viver bem

24| Vivian Ravanhani 66|

fraseado

notas 08| 10| 12| 14| 16| 18|

mirante panorama entrever rápidas bloco de notas post scriptum

crônicas 20| pulsar

Luis Henrique Borba

20| miragem

Perpétua Amorim espaços

20| Cirlene de Pádua 22| 360 graus

Adriana Barbosa Raymundo

22| palavras contidas Beto Chagas

22| mais ou menos

Frederico Millano

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Música Allisson Rodrigues projeta Franca com suas músicas de sucesso

28

Artes Enrico Nery se descobriu artista ainda criança e hoje é multiplural

30

Literatura Ana Luiza Trajano lança novo livro com 512 receitas populares

39 32

Como Funciona Porta giratória de bancos funciona como um detector de metal

36

Saúde Dispraxia afeta 10% da população que tem falta de coordenação

37

Saúde Bucal Apesar de prevenção, mais de dois bilhões ainda têm cáries

38

Nutrição Nutritivo e saudável, açaí não deve ser consumido sem controle

39

Cabelos Fios com cachos e naturais voltam à cena e se fixam como tendência

40

Estilo Mesclar tênis e vestido no mesmo look se mostra ousadia fashion

41

41

54

61


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|mirante

BOLSA UNIVERSIDADE I >>

<< BOLSA UNIVERSIDADE II

A secretaria municipal de Educação inscreve até dia 21 deste mês para o Bolsa Universidade. Este ano são 173 vagas em três faculdades para cursos como Direito, Administração de Empresas, Psicologia, Enfermagem, Engenharia de Produção, Comunicação Social, Sistemas de Informação e outros. O programa auxilia estudantes de baixa renda com parte do custeio da mensalidade, que é dividido com o município e a instituição de ensino.

As inscrições serão recebidas no site www.franca.sp.gov.br. Para efetivar a inscrição o candidato deverá acessar o site, preencher e imprimir o formulário de inscrição. Com o protocolo de inscrição nos dias 22 e 23 deste mês, às 7h30 ou às 12h30, o candidato deverá comparecer à Secretaria de Educação - Av. Francisco de Paula Quintanilha Ribeiro, 550 – Parque Francal - munido dos documentos relacionados conforme consta no edital.

Inscrições seguem até dia 21 deste mês

Programa auxilia com mensalidade

INVESTIMENTOS I

INVESTIMENTOS I

Franca pode ter Conservatório

Obra será com verba estadual

Poderá sair do papel este ano a construção do Conservatório Musical. É que, por meio da atuação do deputado Roberto Engler, o orçamento do estado para 2018 prevê R$ 2 milhões para o início da obra. O conservatório já tem terreno e projetos prontos, mas reduções nos recursos da pasta de Cultura impediram que isso ocorresse. O conservatório deve ser vinculado ao Conservatório Dramático e Musical Doutor Carlos de Campos, de Tatuí.

Também a partir de emenda do deputado estadual, a Unesp de Franca teve sua previsão de recursos reforçada em R$ 1 milhão. O dinheiro deve ser utilizado para conclusão do Ginásio de Esportes do campus. Desde 2014, Engler tem trabalhado pela liberação de verbas que permitam a construção do espaço esportivo. O Orçamento do Estado prevê um montante de R$ 216,9 bilhões em recursos, dos quais 20% deverão ser destinados para a Educação.

<< ILUMINAÇÃO

IDIOMAS

A Prefeitura de Franca estuda implantar em breve, uma taxa de iluminação pública. O valor da taxa seria de aproximadamente R$ 5 mensais por cada imóvel – hoje são mais de 100 mil imóveis registrados na Prefeitura -, o que seria uma forma de incrementar os cofres públicos. Mas para criar a taxa, o prefeito terá de apresentar um projeto na Câmara Municipal para que seja avaliado pelos vereadores. Esse estudo não agradou a população.

O Senac EAD está com 20 opções de idiomas em seu portfólio de cursos, incluindo inglês americano e britânico e espanhol. Os cursos são oferecidos à distância e divididos em unidades com aulas e atividades focadas, que visam o desenvolvimento de habilidades e reforçam a língua que ele está aprendendo. Os cursos possuem tutoria ao vivo e on-line com um tutor nativo e com até três outros alunos. Informações: http://www.ead.senac.br/.

Prefeitura quer criar nova taxa

Senac EAD com 20 cursos

<< RUAS E AVENIDAS

Franca começa a ter novas placas Franca receberá nos próximos dias novas placas com nomes de ruas e avenidas. A primeira etapa do processo consiste na adesivagem das placas com os nomes dos logradouros e, num prazo máximo de 20 dias, a instalação das primeiras unidades começará a ser feita. O cronograma será definido pela secretaria de Planejamento, tendo como base os registros das demandas e solicitações dos moradores das regiões ainda sem essa sinalização.

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|panorama

CARNAVAL DE RUA I >>

<< CARNAVAL DE RUA II

O bloco Cangoma se apresenta nos dias 12 e 13 deste mês, a partir das 16h, com marchinhas e outras músicas populares. A apresentação faz parte das festividades carnavalescas e conta com apoio da Divisão de Cultura da Prefeitura. O cortejo terá início na Praça João Mendes, passando pelas ruas Líbero Badaró, Major Claudiano até a Praça Nossa Senhora da Conceição. O evento será encerrado às 22h. A expectativa é atrair sete mil foliões.

As apresentações incluem ritmos brasileiros: maracatu, ijexá, samba reggae e as tradicionais marchinhas. “A gente está pesquisando repertório novo e dar a nossa cara às músicas do Jorge Ben Jorge, Caetano, Gil, então teremos novidades nas músicas e novas coreografias na dança”, afirma Pedro Fonseca, fundador do Cangoma. E pelo 4º ano, haverá o Baile do Cangoma, com concurso de fantasia. Será dia 10, em local ainda a ser definido.

Cangoma faz festa dias 12 e 13

Cangoma também realizará concurso

BELLE ÉPOQUE I

BELLE ÉPOQUE II

Exposição sobre São Paulo Antiga

Mostra conta com 24 fotos

Segue até o dia 25 de fevereiro, no Museu Casa de Cariolato, a exposição “Belle Époque”, que reproduz um período cultural e artístico na história da Europa que começou no fim do século XIX e durou até a eclosão da Primeira Guerra Mundial, com imagens da São Paulo Antiga. A expressão se refere às profundas transformações culturais que revolucionaram modos de pensar e de viver, e que eram refletidas na moda, nos cafés, teatro e outros.

A mostra é uma iniciativa da Associação Paulo Duarte como forma de homenagear os 464 anos da cidade de São Paulo. Ela é composta por 24 fotos desse estilo elitizado feitas pelos fotógrafos da década de 1920, registrando toda a cultura, evolução e beleza da capital dos paulistas. A entrada é gratuita e a visitação pode ser feita de segunda a sexta, das 8h às 16h. O Museu Casa de Cariolato fica à Rua Campos Salles, 2210, Centro.

<< QUALIFICAÇÃO I

<< QUALIFICAÇÃO II

A ACIF abriu inscrições para a 2ª turma da Escola Prática de Negócios: curso de extensão e pós-graduação - estruturado pela Associação em parceria com o Uni-Facef, que visa abordar demandas técnicas e cotidianas do empresariado francano. Qualquer associado pode cursá-la e caso não possua graduação, vai obter um certificado de curso de extensão. Já os graduados, terminam o curso como pós-graduados. As aulas começam em março.

Separada por módulos, a Escola Prática de Negócios pode ser cursada de modo integral ou por disciplinas que duram quatro meses cada. Sua grade curricular é formada por: Contabilidade e Gestão Financeira, Direito Empresarial: Gestão Trabalhista e Tributária, Gestão de Recursos Humanos, Marketing, Planejamento Estratégico e Gestão Empreendedora. As aulas são presenciais e ocorrem às quartas-feiras, das 8h às 12h. Informações: 3711-1722.

Escola Prática de Negócios inscreve

HISTÓRIA >>

Senac Franca completa 30 anos O Senac Franca completou 30 anos no final de janeiro. E para comemorar a marca, vem realizando várias atividades. Uma delas é a exposição que segue até o dia 24 deste mês, sobre sua trajetória. A mostra conta com diversos televisores antigos e exibe um minidocumentário sobre o Senac Franca, com vários depoimentos interessantes. A visitação é gratuita é pode ser feita de segunda a sexta, das 8h às 21h, e aos sábados, das 8h às 14h. 10| enfoque franca | fevereiro 2018

Aulas duram quatro meses


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|entrever

MÚSICA >>

ZEN

EMIM inscreve para 160 vagas

Franca sedia curso de cristais

A EMIM – Escola Municipal de Iniciação Musical está com inscrições abertas para o preenchimento de 160 vagas nas várias modalidades musicais – bateria, flauta doce, guitarra, viola caipira, coral infanto-juvenil, leitura musical e outros - oferecidas gratuitamente. Divididas entre os dois semestres deste ano, as vagas são para crianças de oito a 13 anos. As inscrições seguem até o dia 9 deste mês e podem ser feitas no Champagnat.

O Cristais de Luz por Milla Zahar promove nos dias 17 e 18 deste mês o Curso Básico de Cristais. Da programação consta análise energética com pêndulo; alinhamento dos sete chakras com cristais básicos; como fazer elixir de cristais e proteção pessoal e de ambientes. Consta do curso o kit com apostila, sete pedras dos chakras, kit cristais de proteção, kit cristais da prosperidade, pêndulo e certificado. Informações: 9.9113-5227.

FRATERNIDADE 2018

QUALIFICAÇÃO

Campanha será lançada dia 25

A Prefeitura de Franca inicia dia 8 deste mês, o curso gratuito de plantas medicinais. Serão 20 semanas com aulas às quintas-feiras, das 8h às 11h. São 30 vagas e o curso visa ampliar o número de pessoas qualificadas no mercado, melhorando seus potenciais de empregabilidade em atividades alternativas, especialmente jardinagem, cuja procura por profissionais é grande. Informações pelo fone 3724-7417 e no portal www.franca.sp.gov.br.

A Campanha da Fraternidade 2018 terá cerimônia de lançamento dia 25 deste mês, às 9h, na Igreja São Sebastião em Franca, e deve reunir autoridades ligadas à Diocese, judiciário, executivo municipal, legislativo, empresários e membros da comunidade. O tema deste ano é “Superação da Violência – Somos todos irmãos”. A ação da Igreja Católica é marcada pelo empenho em favor da solidariedade e fraternidade, sempre abordando temas atuais.

Plantas medicinais é curso gratuito

<< ARTES PLÁSTICAS I

Mostra apresenta 19 artistas e 37 obras

Segue até 28 de fevereiro a mostra “Fora do Eixo”, com um recorte diferente do Acervo Permanente do Laboratório das Artes, que reúne parcela das pinturas, desenhos e gravuras, incluindo parte das novas aquisições realizadas nos últimos anos. A curadoria é da artista plástica e professora Atalie Rodrigues Alves, responsável pela manutenção e expansão do acervo. O objetivo é divulgar as artes visuais modernas de Franca e região.

O recorte adotado pela curadora inclui apenas obras de artistas que viveram ou vivem no interior paulista e mineiro: Carlos Palladini, Cristiana de Freitas, Denise Müller, Ivo Indiano, Lucília Abrahão, Marcos Marchetti, Renato Andrade, Rodolfo Chiaverini, Salles Dounner, Uiliam José e outros. A mostra tem 19 artistas e 37 obras. A entrada é gratuita das 10h às 12h e das 14h às 17h. O Laboratório das Artes fica à Rua Cuba, 1099.

FOLIA 2018

Carnaval terá três noites em Franca Franca contará com três noites de Carnaval, a começar dia 10, às 20h30, com o desfile de abertura da Corte de Momo. Nessa primeira noite se apresentarão a Acadêmicos União da Zona Sul; Embaixadores da Estação; e Aliados da Santa Cruz. No domingo, 11, será a vez de Filhos de Gandhi; Águias Douradas e Ases do Ritmo. Para encerrar a festa, dia 12 serão as escolas Mocidade Alegre da Boa Vista e Pique Brasileiro Leões da Zona Norte. 12| enfoque franca | fevereiro 2018

<< ARTES PLÁSTICAS II

Lab com “Fora do Eixo” até dia 28


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|rápidas

HOSPITAL DO CORAÇÃO >>

ESPORTES

A Casa da Amizade-Rotary Clube Franca Imperador doou ao Hospital do Coração, 50 cobertores de microfibra para serem incluídos nos enxovais de leitos para os pacientes. O presidente do Hospital, José Cândido Chimionato, entregou um certificado de agradecimento à presidente da Casa da Amizade, Marcela Cassis Cunha. O Hospital do Coração é referência na região, reconhecido entre os melhores centros coronarianos do Estado de São Paulo.

Segue até dia 15 deste mês o credenciamento de interessados para o Bolsa Atleta, que visa dar suporte financeiro a técnicos, auxiliares e atletas praticantes de esporte de alto rendimento em modalidades olímpica e paraolímpicas para disputas, principalmente nos Jogos Regionais e Jogos Abertos do Interior. A documentação e currículos esportivos devem ser entregues na FEAC, à Av. Francisco Quintanilha Ribeiro, 550, Parque Francal.

Rotary Imperador doa 50 cobertores

Bolsa Atleta recebe até dia 15

CAFÉ I

CAFÉ II

A partir da safra de 2017, a Cocapec iniciou novo processo para a identificação de cafés especiais. Após a classificação/prova comercial, os grãos finos que foram detectados passaram a ser analisados através da classificação americana da SCAA (Specialty Coffee Association of American) para prova sensorial, realizada pelos Q-graders da cooperativa - profissionais habilitados para pontuar café. Os reflexos já são vistos na prática.

O resultado de tudo isso já foi comprovado durante o 15º Concurso de Qualidade do Café – Região da Alta Mogiana, em que a cooperativa foi responsável pelo envio de mais de 40% das amostras participantes, e os cooperados obtiveram uma excelente colocação. Além disso, muitos outros lotes fora do certame já tiveram remuneração acima por conta da qualidade superior e também pelo trabalho realizado pela equipe comercial do café.

Cocapec inicia novo processo

Grãos especiais são identificados

SINAL ANALÓGICO I >>

ESTRELAS DO AMANHÃ

Agência Nacional de Telecomunicações prorrogou para 21 deste mês a data para desligar o sinal de TV analógico em 45 cidades da região de Ribeirão Preto, que estava programada para o dia 31 de janeiro. Pesquisa feita pelo Ibope apontou que 91% das casas da região de Ribeirão Preto e de Franca já estão digitalizadas. Mas quem não se preparou para receber o sinal digital terá mais tempo de providenciar o kit com antena e conversor.

Com o objetivo de promover atividades de socialização, a Pastoral do Menor lança o projeto “Estrela do Amanhã”, que oferece aulas gratuitas de basquete para a comunidade. A metodologia do projeto é guiada pelos bons princípios do esporte, aspirando não somente o aperfeiçoamento das técnicas exigidas na modalidade, mas a evolução intelectual do atleta. A Pastoral do Menor fica à Rua Leandro Fernandes Martins, 1949, Aeroporto III.

Desligamento é adiado em Franca

APICULTURA >>

Inscrições para curso gratuito Continuam abertas as inscrições para o curso gratuito de apicultura promovido pela Prefeitura em parceria com o Senar e Sindicato Rural. As aulas terão início dia 23 deste mês, às 9h30, no Parque Fernando Costa, e visam ensinar desde a criação e manuseio das abelhas até as técnicas de produção do mel. Após o curso, que segue até julho, o aluno estará habilitado a montar seu próprio apiário. Mais informações pelo telefone 3711-9480. 14| enfoque franca | fevereiro 2018

Pastoral do Menor lança projeto


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|bloco de notas

ECONOMIA I >>

<< ECONOMIA II

Franca encerrou 2017 com aumento de 17,51% nas importações. É o que diz a Secretaria de Comércio Exterior. O item que puxou esse aumento foi bens de capital – equipamentos e maquinários -, que cresceu 68,74%, saltando de US$ 2,5 milhões para US$ 4,3 milhões. Outro destaque foram os insumos industriais, que cresceram de US$ 19,8 milhões para US$ 21,6 milhões. Esses dados indicariam a retomada da economia.

Segundo projeções do Instituto de Economia ACIF, as importações em 2018 devem aumentar 22,45% e fechar esse ano em, aproximadamente, US$ 36,7 mi. Já a expectativa para as exportações é de queda de 6,5%, sendo influenciada pelos últimos resultados da Balança Comercial, que registrou, em 2017, queda de 5,27% nas exportações, refletindo uma desaceleração nas vendas dos produtos francanos no mercado internacional.

Franca em alta com importações em 2017

Exportações seguem em queda este ano

CUIDADO AMBIENTAL I

CUIDADO AMBIENTAL II

Com a proposta de proteger e recuperar os animais silvestres feridos, perdidos ou apreendidos pela Polícia Ambiental, principalmente as aves – alvos mais procurados -, Franca conta com o “Vitas - Viveiro Transitório de Aves Silvestres”, programa que acolhe os animais em viveiros apropriados para recuperá-los com assistência veterinária, alimentação adequada e preparação para que retornem à natureza. Atualmente são 60 em recuperação.

Segundo a bióloga idealizadora e gerente do projeto, Taís Figueiredo, quantidade relativamente baixa de animais abrigados no Vitas hoje é um alento, porque é reflexo das ações de fiscalização e conscientização, que se mostram eficientes. “Torcemos para que os animais, principalmente os que estão em extinção, continuem sendo protegidos”. O Vitas funciona no Jardim Zoobotânico, com proteção 24h, inclusive aos finais de semana.

Vitas possui 60 animais em viveiro

Baixo número reflete fiscalização

CAFÉ I >>

<< CAFÉ II

Se as estimativas se confirmarem, a produção de café da safra 2018 no país – incluindo a da Alta Mogiana – deve se situar entre 54,44 e 58,51 milhões de sacas de 60 quilos, com uma variação entre 21% e 30% superior a do ano passado, quando atingiu 44,9 milhões de sacas. Comparada ao último período de alta da bienalidade, em 2016, estima-se um crescimento de até 13,9%, ou seja, um acréscimo de 3,07 a 7,14 milhões de sacas.

O café arábica deve ficar entre 41,74 e 44,55 milhões de sacas ou uma elevação de 21,9 a 30,1% superior ao período anterior que obteve 34,25 milhões de sacas. Já o conilon parte de 12,7, chegando a 13,96 milhões de sacas, superior ao último ano entre 18,4 e 30,2%. Para a área em produção, prevê-se um crescimento de 2,8%, devendo alcançar 1.916,1 mil hectares, enquanto que para a área em formação está estimada uma redução de 16,9%.

Produção deve subir 30% este ano

GOVERNO ESTADUAL >>

SP Serviços com 42 atendimentos Os francanos já contam com o SP Serviços, um aplicativo do governo estadual que dá aos usuários de celular acesso a 42 tipos de serviços públicos. Entre os mais procurados, o da Nota Fiscal Paulista, permite consultar créditos, solicitar transferências para conta bancária e fazer doações para entidades assistenciais. Além deste, o Poupatempo fornece informações sobre serviços disponíveis nos postos de atendimento, taxas e prazos. 16| enfoque franca | fevereiro 2018

Área em produção também aumenta


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|post scriptum

IPTU

<< 49ª EXPOAGRO

A partir deste mês, os contribuintes de Franca em atraso com o IPTU devem ficar atentos: serão realizados os primeiros leilões por dívida com o imposto. Para esse período foram solicitados seis mil pedidos de penhora nas ações de execução fiscal em andamento. São imóveis que foram penhorados para garantir as dívidas em aberto. No entanto, se houver um acordo com a Prefeitura para pagamento do débito, o leilão do imóvel é suspenso.

Os preparativos para a realização da 49ª Expoagro já começaram. Este ano, o evento acontece de 10 e 27 de maio, no Parque Fernando Costa. Terá a tradicional exposição de animais, com desfiles e prêmios para os melhores representantes das raças bovinas, equinas e muares. Haverá ainda a realização de torneios leiteiros, provas hípicas e exposição de cães, além de leilão virtual, que promete ser bastante concorrido e uma grade de shows.

Dívidas levarão imóveis a leilão

CARNAVAL 2018 I

Festa começa a ser definida

CARNAVAL 2018 II

Franca com campanha contra DST’s

Pedágios e orientações na pauta

Com a proximidade do Carnaval, está definida a campanha que será realizada em Franca para orientar os foliões e a população em geral sobre as doenças sexualmente transmissíveis. Essas campanhas acontecem periodicamente, mas em datas festivas ganham reforço e operações intensificadas. A ação será realizada por equipes da secretaria de Saúde e em especial do CTA - Centro de Testagem e Aconselhamento, com pedágios e abordagens na rua.

Além da entrega de folhetos, serão distribuídos preservativos e outros materiais alusivos ao tema prevenção em DST e fornecidas informações sobre as doenças sexualmente transmissíveis. Além dos pedágios, estudantes em conjunto com profissionais das UBS realizarão visitas às escolas de samba levando a campanha para o Carnaval de rua. São oferecidos preservativos no CTA e nas UBS’s, em qualquer época do ano. Informações: 3724-3920.

MODERNIZAÇÃO I >>

<< MODERNIZAÇÃO II

Santa Casa inicia “Hospital Digital”

Sistema garante agilidade e segurança

A Santa Casa instalou equipamentos de alta tecnologia no Centro Cirúrgico, que colaboram para um melhor desempenho da equipe médica e mais segurança para os pacientes. Trata-se do início do projeto “Hospital Digital”, um novo conceito de assistência à saúde que permite otimizar tempo, processos e recursos, garantindo o devido armazenamento das informações em um sistema de gestão principal, integrado com toda a instituição.

Desta forma, o passo inicial foi dado com a implantação do Sistema Digital de Visualização de Imagens Radiológicas no Centro Cirúrgico da Santa Casa de Franca, possibilitando que médicos tenham acesso de forma mais rápida e segura durante o procedimento cirúrgico à imagens radiológicas digitais com alta resolução e maior facilidade de visualização. Esse processo será replicado também no Hospital do Coração e Hospital do Câncer.

<< TÁXI

Tarifa pode aumentar em Franca Andar de táxi em Franca pode ficar mais caro. É que os taxistas estão se mobilizando para reajustar a tarifa, que segundo eles, não aumenta desde 2014, mesmo com as altas nos preços dos combustíveis. A classe pede reajuste entre 30% e 40% e diz que recorrerá à Câmara Municipal para conseguir o aumento. Com 250 taxistas atuando em Franca, hoje a Bandeira 1 custa R$ 2,25 por quilômetro rodado e pouco mais de R$ 3 para a Bandeira 2. 18| enfoque franca | fevereiro 2018


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|crônicas

Perpétua Amorim

Luís H. Borba Escritor, autor de Viajando-me

|pulsar Nas profundezas de um espelho Gostava de sentar-se numa cadei­ ra, que a avó mantinha no quarto, e vê-la escovar os cabelos. Passava a escova como se ainda houvesse muita onda para seu barco negociar, numa lentidão de maré a se encher, quando, em verdade, os atropelos de águas da vazante já começavam a correr acele­ rados para a avó. Era pequena, o tempo, um desco­ nhecido que acompanhava apenas os adultos, por isso não tinha ideia de quanto durava aquela contemplação. Desconhecido também era o avô, a quem conhecia apenas pela boca da avó, em frequentes citações feitas com virar de olhos e dedos a girarem a aliança solta na mão esquerda. Foi tornando-se íntima do tempo, vendo-o encurtar as pernas da cadeira e curvar as costas cada vez mais esquá­ lidas da avó. Ainda assim, continuou a gostar de vê-la pentear-se. Sempre a mesma mansidão, a escova escorrendo pelos cabelos num palavrório misturado de cerdas e fios a dizerem alisamento, os olhos da mulher con­ centrados em si mesmos no espelho de um modo que a neta só passou a prestar atenção já mocinha. Os olhos da mulher não se interes­ savam pela conversa lisa de seus fios brancos, a neta percebia-lhes a preferên­ cia pelo mergulho das íris nos reflexos de si, do afundamento das pupilas nas suas imagens que o espelho devolvia, na quase ausência de movimentos das pál­ pebras, caladas para não interromperem a concentração dos olhos a se olharem. Nunca perguntou à avó em que ela pensava, em quais ondas navegavam seus sonhos em vigília, quais diálogos tinha nos longos minutos em que pas­ sava penteando-se. Quando terminava, a avó sorria para a neta, deixando no espelho profundas águas de onde, com os olhos, pescava memórias. 20| enfoque franca | fevereiro 2018

Cirlene de Pádua Da Academia Francana de Letras

Da Academia Francana de Letras

|miragem

|espaços

Cinquenta anos depois

Sinestesias

É tempo demais... Quem consegue ficar junto por tanto tempo? Acordar, dormir e dormir de novo e acordar novamente. Construir a vida em minutos, horas, dias, meses, anos... Cinquenta anos! É a história construída devagarinho, sob o olhar de quem um dia se enamorou. Quando relatamos para os nossos filhos e netos, como transcorreu o nosso casa­ mento, sinto uma pontinha de tristeza, pela ausência dos mesmos na cerimônia. Quan­ do seus olhinhos brilham e eles perguntam; “Foi o dia mais feliz da sua vida, vovó”? Eu respondo “não, pois faltavam vocês para completar a minha felicidade”. Penso que deveríamos casar depois da história toda escrita. Hoje, infelizmente, casamentos não são feitos para durarem. As insatisfações do cotidiano tornam-se pesadas demais e os tempos atuais não permitem compromisso prologados, por acreditar que a fidelidade seja coisa de antigamente. São poucos que conseguem escrever suas histórias, o que vemos são capítulos esparsos, interrompi­ dos e reiniciados com a mesma facilidade. Sim, reconheço que são novos tempos! Acompanhei os preparativos das bodas de ouro dos avós do meu genro, emocio­ nei-me ouvindo diversos relatos sobre o grande dia. A emoção e a alegria da noiva. A família toda reunida, agora completa, filhos, netos e bisnetos. A família que eles construíram, personagens que ambos criaram para a sua história. A grandeza do momento tocou-me. O brinde de mãos entrelaçadas ainda tem sentido, o beijo suave e tímido confessa a cumplicidade. A riqueza dos detalhes da festa, cuidado­ samente preparados pela neta e o sorriso do bisneto levando as alianças, agora, grafadas com certezas. Tudo muito bonito! Num olhar de poeta, ouso repetir que a vida construída é tesouro incalculável, é herança bendita, trilhas para os que vierem depois e luz para caminhos ainda desconhecidos. Parabéns, Doroti e Ranulfo, pela trajetória e pelos cinquenta anos de exemplo de vida.

‘’Só o poeta é que tem de lidar com a ingrata linguagem alheia... A impura linguagem dos homens”. (Mário Quintana) Nós, os poetas, poetamos com todos os sentidos antenados. Sentimos o aroma das flores, da relva molhada, compreendemos o canto dos pássaros, ouvimos os segredos da lua. Compartilhamos o belo, arrebatando cores, luzes, emoções. Pintamos, em aquarela, as palavras, as sensações. Somos ritmos-ri­ mas-emoções-poesia. Lembramos, segundo o dicionarista Auré­ lio Buarque de Holanda, que: poema é um gê­ nero poético, caráter do que emociona, toca a sensibilidade; é uma obra em verso ou não, em que há poesia; composição poética de curta extensão, com enredo. Poesia é a arte de criar imagens ou sugerir emoções por meio de uma linguagem em que combinamos sons, ritmos e significados; composição poética de pouca extensão. Para quem escreve é bom diferenciar poema e poesia. Para quem ouve basta sentir as emoções que ambos propiciam. Num outro sentido, há poesia no olhar de uma criança, num gesto solidário, em mãos entrelaçadas, num abraço acolhedor, num jardim, na amizade, no amor; enfim, há poesia em toda criação divina. Esta entra em cena sempre que queremos sensibilizar alguém, quer seja com palavras poéticas em cartões, mensagens ou mesmo na linguagem oral. Tudo depende do olhar de cada um. As cores também nos remetem a vários signi­ ficados. Dia desses, meu neto de sete anos indagou à mãe, após observar fotos antigas em preto e branco: - Por que a gente muda de cor? E as coisas? Devia ser triste o mundo sem cor, não é? Pensando em tudo isso, que tal um novo olhar para a poesia? Escrevemos, editamos livros, e, Franca abriga tantos bons poetas que essa crônica torna-se minúscula para ci­ tá-los. No entanto, se tivéssemos que viver de literatura, com certeza, não sobreviveríamos. Percebe-se certa resistência quanto à leitura de poesias. O que é uma pena.


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|crônicas

Adriana Barbosa Raymundo

Beto Chagas

Psicólogo e escritor

Escritora

|360 graus Volta às aulas Sempre ouço o conselho que devo reto­ mar os estudos, para aproveitar meu tempo e inteligência em concursos e nova carreira profissional. Acontece que ODEIO estudar! Estranho para alguém que ama ler e “devora” livros descompassadamente. Pois é: odeio ser obrigada a concentrar e assimilar informações enfadonhas que dizem ser úteis... Minha trajetória estudantil foi interessan­ te por ir bem nas matérias que me seduziam: matemática, física, algumas fases da história, literatura e similaridades gramaticais. Nem sempre sei qual conjugação verbal estou usando ao difundir minhas ideias. Será pre­ térito-mais-que-perfeito do indicativo ou pretérito imperfeito do subjuntivo? O que sei é: o objetivo que a mensagem fosse compar­ tilhada, alcancei! Surgiu a oportunidade de fazer uma pós-graduação convergente à área que me formei e atuo. Arrumei mil desculpas para não assumir mais uma responsabilidade, porém, pessoas de quem gosto muito e pelo visto, sentem o mesmo por mim, convenceram-me a encarar essa tarefa. Daqui para frente cabe a mim fazer com que corra tudo bem a respeito. Sou da época das salas de aula: professor falava, você anotava, questionava, respirava fundo aflita pelo intervalo, fazia uma graci­ nha, levava “tum” e assim o mundo girava, o tempo passava. Agora aulas são impessoais, habitualmente “on line”. No início me senti estranha e inadaptável ao mundo virtual. Aí comecei a clicar tudo quanto é ícone e aos poucos vou encontrando a forma de ade-quar estudos aos meus dias. Rubem Alves e outros educadores defen­ deram teorias onde o ideal é aprender o que é útil e prazeroso para cada um. Talvez esse amontoado de informações que sufocaram mentes e exilaram pensamentos ousados, fossem mais bem digeridos em uma fase que estivéssemos mais maduros e dispostos a aprender, e não quando tínhamos tempo para aprender sobre a natureza, a vida, aos valores e as pessoas. Então... voltemos às aulas! 22| enfoque franca | fevereiro 2018

|palavras contidas

Frederico Millano é Cronista

|mais ou menos

Tem Queijinho na Passarela

Minhas emoções

Antes a metamorfose acontecia na Presidente Vargas, agora é na Avenida Inte­ gração. Uma vez por ano, um trecho muda de nome para reverenciar a arte popular e passa a ser denominado de Passarela do Samba “José Renato Rosa”. É corriqueiro esse costume de dar nome a ruas, avenidas, travessas, pontes, viadutos... Preservar a memória de uma comunidade é importante. Incompreensível é quando se usa isso para vaidades pessoais, para eternizar gente de triste memória ou até mesmo gente sem qualquer memória. No caso do Zé Renato, uma homena­ gem na medida certa, no lugar certo, no tempo certo. Sujeito simpático, era a cara da alegria e isso ele sabia transmitir. Ligado ao meio radiofônico, aproveitou todos os espaços para difundir a música brasileira, com destaque privilegiado para o Carnaval. Teve passagem pela rádio Difusora, onde trabalhou como operador de áudio. Brinca­ lhão, aceitou com todas as letras o apelido de Queijinho, certamente por causa da pela clara como leite, o porte físico arredondado e a leveza no trato com os colegas. Quando a Rádio União da Franca FM estava no auge da sua popularidade, Zé Renato era um dos seus alicerces, nos bas­ tidores. Cuidava de toda a parte de áudio, incluindo a produção de comerciais e su­ pervisionava a programação musical. Mas, a “menina dos seus olhos” era o dominical “Clube do Samba”, a maior audiência da emissora. Era ali que o menino dos basti­ dores se mostrava para o grande público, com a sua comunicação fácil, direta, alto astral. Simpatizante do Carnaval de Rua, ele dava espaço para as escolas durante o ano inteiro, alavancando eventos, difundindo informações, agregando adeptos. A memo­ rável abertura era ao som de João Nogueira, lenda do Carnaval Carioca. Todos os anos, quando os blocos se apresentam e as escolas levam os temas para o público, depois de um ano inteiro de cooperação, parceria e criação, a Passarela do Samba reverencia José Renato Rosa.

É quando olho nos seus olhos e sinto o seu olhar que percebo a diferença entre os olhares. As pessoas todas olham, mas você olha diferente. Todos os olhares podem dizer alguma coisa, mas só o seu olhar diz um poema de amor que encanta o meu coração e faz aflorar as minhas emoções. Todos os olhares têm um ritmo, mas só o seu cadencia cada palavra de um texto que nem precisa de interpretação. Todos os olhares transmitem um tempo, mas só o seu carrega a eternida­ de. Porque no encontro dos olhares o tempo passa devagar, quase sem passar. Quando olho nos seus olhos é que percebo os voos da imaginação. Percebo as asas que esvo­ açam e que percorrem universos distantes sem sair do lugar. Sinto as viagens para as estrelas e para roteiros desconhecidos, que conduzem sempre para o mesmo caminho de um sentimento que não cabe nos limites. Quando você olha nos meus olhos sorrio um sorriso que nem ouso entender. Sinto uma ânsia que teima em me queimar por dentro como uma chama que se incendeia de uma vez e fica a manter pulsante o calor de um sentimento que só existe entre você e eu. É um doer sem dor, uma contorção imóvel, um ser sem parecer, uma carícia sem toque, uma interminável festa sem som. Quando sinto o seu olhar percebo a sina do desassossego no ambiente tranquilo de quem sabe que tem e não duvida da entrega. Sinto-me rei de um castelo feito com seu corpo, que se entrega dentro da minha história como um dia eu me abandonei dentro de você. Vejo diante de mim o milagre de palavras, sons e gestos traduzindo a linguagem do amor desenfreado, lento como uma angústia das horas de espera e ágil como o sonho que se ilumina em cada chegada e se renova de esperança em cada despedida. Nesses momentos não tenho gestos, não tenho céu e nem chão. Não quero e nem preciso de certezas. Não tenho rumo e nem preciso de caminhos. Tenho lembranças, passado e presente voando no vento que traz o dia que termina em mim. Não preciso de nada quando adormeço em você.


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|Artigos

Thaís Flausino

Advogada no Dalmo Branquinho & Prior Advogados Contato: (16) 37028382

| negócios Consumação mínima É muito comum alguns estabelecimen­ tos, principalmente bares e restaurantes, exigirem do consumidor um valor mínimo de consumação para permanecer no local. Outra prática comum no comércio é exigir que a compra de um produto fique condicio­ nada à compra de outro. Trata-se da venda casada. O Código de Defesa do Consumidor diz que é vedado ao fornecedor condicionar o fornecimento de um produto ou serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, impor limites quantitativos. Trata-se de prática abusiva e vedada que deve ser combatida com rigor, tanto pelo consumidor quanto pelos órgãos defensores dos direitos consumeristas. Além disso, a venda casada é tipificada como crime contra as relações de consumo. Como exemplos de práticas abusivas, é possível citar o caso do banco que, para conceder o empréstimo, exige a contratação de um seguro de vida e o caso do bar que somente serve bebida se o cliente pedir um acompanhamento. Outro caso comum é a proibição de entrar no cinema com alimen­ tos comprados fora do estabelecimento. O fornecedor não pode obrigar o consumidor a adquirir quantidade maior que as suas necessidades. A solução é aplicável aos brindes, promoções e bens com desconto. O consumidor sempre tem o direito de, em desejando, recusar a aquisição quantitativamente casada, desde que pague o preço normal do produto ou serviço, isto é, sem desconto. Caso o consumidor eventualmente adquira produtos pela compra casada ou pague a consumação mínima de um esta­ belecimento, por exemplo, e se sentir lesado com referida prática comercial, poderá requerer posteriormente, na via judicial, a repetição em dobro do que desembolsou, corrigido monetariamente e acrescido dos juros legais. O consumidor tem até cinco anos para entrar na Justiça contra o estabelecimento. Não há prazo para reclamar perante o Pro­ con, mas o ideal é fazer isso o quanto antes. 24| enfoque franca | fevereiro 2018

Vivian Ravanhani

Lizandra Arita Psicóloga

Fisioterapeuta – Clinica Althaia

|viver bem O fim da gordura localizada A Lipocavitação é um procedimento es­ tético não cirúrgico e não invasivo que serve para eliminar gordura localizada através de um aparelho de ultrassom. Este procedimento é chamado de “lipo sem cirurgia”. O aparelho de ultrassom emite uma onda sonora capaz de penetrar na pele e chegar até as células de gordura. Ela age com o tremor nas células. Essa agitação, que é a chamada cavitação, causa um dano físico nas células, que se quebram e liberam a gordura do seu interior. Para que ocorra a cavitação, é preciso que o aparelho trabalhe em determinada frequência de onda: de 20 a 70 quilohertz. Alguns aparelhos operam com ondas em frequências mais altas (medidas em mega­ -hertz) e, por isso, não têm a capacidade de romper as células de gordura de forma efetiva. Nesses casos, apenas a água do interior dos adipócitos é liberada. Manthus e Heccus não fazem a lipocavitação. O procedimento pode ser feito em qual­ quer área do corpo onde a pessoa queira eli­ minar gorduras localizadas, como abdômen, parte interna das coxas, braços, costas, entre outras. A lipocavitação funciona sem causar dor. Alguns usuários podem detectar um ligeiro zumbido nos ouvidos durante a sua aplicação e isso se dá por conta das ondas de ultrassom e da quebra das células de gordura. Cada sessão de lipocavitação dura em média 40 minutos. A recomendação é de que sejam pelo menos cinco sessões ou mais dependendo do objetivo, sendo uma a duas por semana, para garantir o resultado. Na primeira sessão é possível eliminar alguns centímetros de gordura, mas a perda não se sustenta se não houver continuidade no tratamento. É essencial hidratar-se com agua, duas horas antes da aplicação de lipocavitação. Também é aconselhável beber mais água depois de terminar a sessão. A quantidade recomendada é de pelo menos 2 litros durante esses períodos, uma vez que isso ajuda a eliminar toxinas. Agende seu horário e diga tchau à gor­ durinha localizada!

|comportamento Limite no Carnaval O Carnaval, festa mais popular do Brasil, é sinônimo de extravasar, ‘soltar a franga’ e deixar de lado alguns tabus. Está relacionado também à liberdade de expressão (para alguns libertinagem), e vis­ to como uma forma de apelo sexual, onde se pode fazer aquilo que se tem vontade, permitir-se e seguir a ‘onda’. Mas, até que ponto podemos considerar o comporta­ mento festivo como algo normal e sadio? Esse ‘mundo imaginário de liberação’ deve ser reavaliado, principalmente neste perío­ do, uma vez que a maioria acredita que no Carnaval tudo pode. No entanto, é preciso considerar que a comemoração passa, e após isso, as consequências podem ser desastrosas. Quando se vive numa sociedade onde há uma educação familiar repreensiva, os mais jovens enxergam essa data como o momento ideal para extravasar. É comum expressar tudo o que seria repreendido pelos pais e pela sociedade, visto que a conduta é coletiva e não individual e as chances de receber críticas são mínimas. Também muito associado ao sexo e ao abuso de bebidas alcoólicas, a neuro­ ciência determina que o homem, por sua vez, possui o instinto ligado ao olhar, se interessa pelas curvas femininas que, neste caso, estão mais expostas. Nas mulheres, o cortéx órbitofrontal lateral esquerdo, res­ ponsável pelo controle dos desejos, nessas situações, é desligado, permitindo a quebra de pudores e entrega aos instintos sexuais. Ao se deparar com um ambiente per­ missivo, onde ‘tudo é liberado’, pessoas que tiveram uma infância regrada a uma educação rigorosa ou saíram de relacio­ namentos longos ou sufocantes, podem encontrar carnaval a oportunidade de vivenciarem tudo o que estava represado e causava frustração. É também a exposição da criança interior que sempre existiu, mas que estava incubada. Num cenário de permissividade, existe espaço para atitudes impulsivas, paixões repentinas, e muitas vezes, consequências graves.


|indicador de saĂşde enfoque franca | fevereiro 2018|25


|boas ideias

Malas e Mochilas em Lona

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|Artes

E

le se define como uma alma curiosa e observadora, que gosta de experimentar novas técnicas sem se restringir a um único estilo ou materiais. Por isso, há alguns anos, quando fazia suas primeiras exposições individuais, recebeu uma dura crítica: que suas obras pareciam de vários artistas e que ele deveria se manter em um único estilo. Mas como uma alma tão múltipla como a dele poderia se restringir a uma única coisa? “Hoje percebo que minha percepção é muito ampla, capaz de perceber e sentir tudo e todos, minha forma de expressar é essa, múltipla”, comenta o artista plástico, regente da Cia Vocal Enrico Nery, compositor, arranjador e intérprete, Enrico Nery. A tendência artística surgiu ainda criança, quando ele passava horas pintando e desenhando. Estimulado por seus pais, Enrico se viu completamente seduzido por esse universo, do qual não conseguiu mais sair. “A arte é a razão de eu existir. Quando passo um tempo sem por a mão na massa, vou ficando amuado. Preciso produzir sempre! Seja na pintura ou na música”, admite o multi artista. Apesar de autodidata até a adolescência, já na fase adulta Enrico buscou sua formação em Educação Artística pela Unifran, tendo inclusive sido professor de técnicas de pinturas na mesma instituição.

Enrico Nery vem dedicando sua vida a diversas vertentes artísticas, como a pintura, a música e a dança

Um artista eclético

Enrico Nery gosta de todos os períodos da história da arte, desde as pinturas rupestres até a arte contemporânea. Por isso, se permite ser eclético e lança mão de um estilo específico quando quer expressar determinado sentimento. “Cada estilo evoca uma emoção, uma sensação, um prazer”, diz ele, com conhecimento. E isso pode ser visto em suas obras, já que ele procura compartilhar aprendizados que obteve ao longo de sua existência e sua percepção do mundo, embora também tenha um universo de seu imaginário repleto de figuras mágicas e míticas. “Deixo minha alma criar, pintar, falar, cantar, dançar, se expor. Ver o resultado dessa expressão da alma é profundamente gratificante, me sinto vivo, que existo!”, comenta satisfeito ao perceber que está conseguindo deixar suas marcas na história de Franca e do mundo. “Sinto-me ainda mais grato quando tenho a devolutiva das pessoas dizendo o quanto gostaram e se identificaram com o simbolismo das obras produzidas”, completa. As obras de Enrico surgem de

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um processo: embora sua mente seja inquieta e altamente curiosa e criativa, há um tempo dedicado à pesquisa. Mas ele não para, está sempre compondo, criando arranjos e desenvolvendo a parte visual dos musicais da Cia Vocal Enrico Nery, seja em rascunhos ou finalizando papéis. E apesar de estar completamente envolvido com a Cia Vocal Enrico Nery, ele revela ter 90 telas brancas prontas para receberem um pouco de sua alma em cada uma delas. “E a ideia é fazer uma exposição em Franca, em breve”, diz Enrico, que já realizou várias em Franca na região.

Música, arte e afins

A multiplicidade de uma alma inquieta, que encanta pelo talento

Vivenciando a arte a cada minuto de seu dia, Enrico Nery hoje está envolvido com a preparação do espetáculo “Nova África”, que vai estrear no final deste ano. Além disso, ele pretende reapresentar o Auto de Natal “Folia & Pastoril Verde Brasil”, com composições natalinas de sua autoria, que retratam as folias de reis e os pastoris nordestinos, um Natal com a alma do Brasil. “Na Cia Vocal procuro expor as várias manifestações artísticas: a música, compondo ou arranjando canções de outros compositores e culturas; a dança, criando as coreografias dos espetáculos; o teatro, expressão e interpretação das peças executadas; e as artes plásticas, que é a minha ‘arte primeira’, criando toda parte visual dos musicais, desde cenários, figurinos e adereços”, observa. Enrico Nery se sente realizado através de cada trabalho que cria e executa. “Não conseguiria ficar sem produzir. Entraria numa profunda tristeza. A cada tela, rascunho, arranjo, composição, coreografia, e por aí afora, sinto-me realizado e vivo”, reforça o artista. e

O talento de Enrico Nery pode ser visto nos diversos espetáculos da companhia vocal que tem seu nome


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|Música

D

om. Paixão. Missão. Seja o que for que guie Allisson Rodrigues, desde muito cedo ele soube que era na música que sua vida faria sentido. E ele estava certo. Nos últimos anos, esse francano de família humilde tem conseguido se destacar nos palcos e, através de suas composições, vem conquistando o país. Dono de uma voz e personalidade marcantes, Allisson Rodrigues já soma mais de 10 anos de carreira. “Tudo começou aos nove anos de idade, através dos meus tios que eram cantores e compositores e muito conhecidos na região. Eles foram a minha fonte de inspiração”, conta. Com paixão pela música, Paulo Ricardo – seu nome de batismo – começou a cantar em shows e festivais em Franca, tendo como referência a dupla Zezé di Camargo & Luciano. Mas a trajetória solo se modificou aos 14 anos, quando ele formou a dupla Allisson e Allissany com uma amiga e, juntos, participaram de festivais, com canções executadas em diversas rádios do interior. Apesar do sucesso, a parceria chegou ao fim em 2007, quando o nome de Allisson Rodrigues começou a ser trabalhado. Com a ajuda de amigos e familiares, ele gravou seu primeiro CD: “Eu me Apaixonei”. “Esse trabalho abriu portas para shows em feiras agropecuários, casas noturnas e eventos de médio porte”, diz.

Com mais de 10 anos de carreira, Allisson Rodrigues celebra seu novo CD, cuja faixa “Serpente” vem conquistando todo o país

Trajetória em ascensão

Com as novas possibilidades que começaram a surgir, Allisson decidiu deixar Franca e se mudou para São Paulo. Foi na capital paulista que ele conheceu sua atual empresária, Marlene Querubin, que apostou em seu talento. Essa parceria inclusive rendeu a música “Regaton”, composta para a trilha sonora da novela “Carinho de Anjo”, do SBT. Parte do CD “Liga pra Mim”, lançado em 2016, ela foi composta por Marlene e Allison e estourou em boa parte do país. Parte do casting da Festa Music e do time de compositores da Som Livre, desde 2017 o artista tem sua carreira gerenciada pela Spacial Entretenimento, o que contribuiu para deslanchar seus projetos no cenário nacional. Um destes projetos é o lançamento de seu novo álbum – “Allisson Rodrigues no Paraíso”, que conta com 13 faixas inéditas, sendo a maioria autoral. Elas trazem um estilo próprio nas letras, arranjos e interpretação impecável. “O ‘Allisson Rodrigues’ traz a mensagem do início de tudo, do pecado, que nem tudo que parece realmente é; ele trabalha os medos internos”,

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explica o músico, que transita pelo sertanejo poético e pop. Do novo CD foi escolhida a música “Serpente” para ser o carro-chefe do trabalho. No clipe oficial, Allisson demonstra a coragem ao interagir com uma serpente de verdade. Em pouco tempo, o vídeo ultrapassou a marca de 1,5 milhão de visualizações no Youtube. “Serpente” também integrou a coletânea “Barretão 2017”, trilha sonora oficial da Festa do Peão de Barretos, que conta com nomes como Simone & Simaria, Henrique & Juliano, Marília Mendonça e Gusttavo Lima.

Artista em destaque

Talento que se descobriu em Franca e que hoje conquista todo o Brasil

Allisson Rodrigues diz que vive e respira música. Por isso, quando não está no palco, se dedica aos ensaios e aos compromissos profissionais, não abrindo mão de se exercitar até para conseguir manter o pique do dia a dia. “Hoje temos uma agenda de shows por todo o Brasil, que inclusive pode ser encontrada em meu site”, comenta o artista, que planeja para este ano o lançamento de seu DVD e revela ainda ter projetos internacionais. “Vem muita coisa boa por aí. Estamos trabalhando muito para surpreender e agradar a todos”, garante Allisson Rodrigues, que ao olhar sua trajetória profissional, se orgulha de já ter dividido o palco com grandes nomes do sertanejo, como Marilia Cecilia & Rodolfo, Fernando & Sorocaba, Eduardo Costa, grandes referências para ele. Mas o grande combustível para seu incansável trabalho e a correspondente ascensão é a resposta positiva do público, que já enxerga nele um dos novos - e definitivos representantes do gênero preferido dos brasileiros, principalmente dos jovens. e

Transitando entre o sertanejo poético e pop, o artista é considerado hoje uma das grandes revelações do cenário musical do Brasil


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|Literatura

E

le começa com um tira-gosto, capítulo de petiscos que dá boas-vindas ao leitor da mesma maneira que a maioria das pessoas recebe seus amigos e familiares em casa. Quando os convidados já estão à vontade, chegam os pratos principais seguidos pelos acompanhamentos que ajudam a dar aquela “sustância” ao prato. Para fechar com chave de ouro, as sobremesas revelam a fartura da doçaria brasileira, que não perde em nada para os pães e quitandas com infinidade de opções e sabores deliciosos para acompanhar o tradicional cafezinho. É esse roteiro que o leitor poderá encontrar no novo livro da chef de cozinha e pesquisadora Ana Luiza Trajano – “Básico: Enciclopédia de Receitas do Brasil”. Lançado no final do ano passado – os lançamentos ocorreram em São Paulo e em Franca – “Básico” é o novo livro de Ana Luiza e cumpre à risca sua proposta: apresenta receitas que todos apreciam, os clássicos da gastronomia brasileira, e tudo de uma forma simples. Segundo ela, a ideia é manter a cozinha do Brasil viva dentro das casas, resgatando a autoestima dessa gastronomia e estimulando cada vez mais o uso de ingredientes como azeite de dendê, manteiga de garrafa e de farinhas de mandioca até que percam o título de “regionais”.

Segundo Ana Luiza, seu novo livro visa manter a cozinha do Brasil viva dentro das casas, resgatando a autoestima dessa gastro-nomia

Pesquisas e alma

Mais que o básico

O livro divide-se nas boas-vindas dadas pelo “Tira-gosto”, um capítulo de petiscos dos mais diversos – do abará ao torresmo, passando por bolinhos e caldinhos, assim como pela carne de onça - o steak tartar paranaense - ou a casquinha de siri. Na sequência, a hora do principal está “Mistura” e seus arrozes ricos do baião de dois à galinhada -, carninhas - um bife a rolê ou um porco na lata, uma costela no bafo ou um lombo assado - e “pratos fortes” há feijoada, maniçoba, barreado, moqueca - e pede o complemento de “Sustância”, o capítulo dos acompanhamentos. Ali, convivem os arrozes e feijões mais triviais, as farofas, os suflês e os purês de verduras, as saladas. Outro capítulo à parte, para deleite de quem ama um doce é o “Fartura” da doceria brasileira. Um capítulo que abrange as tradições portuguesas que por aqui chegaram e foram transformadas - isso inclui ambrosia, arroz doce e quindim, por exemplo -, originais do país - como o brigadeiro e outros docinhos de festa, assim como o uso dos ingredientes brasileiros para a criação de caldas e compotas - e estrangeirismos que

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foram absorvidos pelo cotidiano - as mousses, os pudins, as tortas. Por fim, a obra chega a tudo aquilo que não tem hora e nem refeição certa, mas anda junto ao cafezinho – os “Pães e quitandas”. Biscoito de polvilho e bolacha amanteigada, goiabinha e sequilho, bolo de fubá com erva-doce e formigueiro, cucas, roscas, geleias, sanduíches e muito mais. São 512 receitas, ilustradas e com medidas caseiras, que, além de encher os olhos, facilita a qualquer um que desejar reproduzir as iguarias contidas em “Básico”, que de tão completo não faz jus ao nome.

Uma francana resgatando a gastronomia com o tempero bem brasileiro

Assim como “Básico: Enciclopédia de Receitas do Brasil” – Ana Luiza Trajano já publicou as obras “Brasil a Gosto”, “Misture a Gosto – Glossário de Ingredientes do Brasil” e “Cardápios do Brasil: Receitas, Ingredientes, Processos”. Os outros livros da chef de cozinha e pesquisadora surgiram de suas histórias de pesquisas e descobertas. E elas são fascinantes e cada livro lançado carrega em si aromas e sabores de suas panelas. E “Básico: Enciclopédia de Receitas do Brasil” não é diferente, já que faz uma intimação à memória afetiva para que as chamas dos fogões sejam acesas no resgate de pratos já esquecidos e que eles voltem a sair das panelas para o cotidiano. A sensação de quem percorre “Básico” é que o volumoso receituário foi escrito com a alma, fundamentado por um trabalho exaustivo e minucioso de dois anos de pesquisa e bem guarnecido por gostos, dicas e conhecimentos adquiridos em dezenas de cidades, tribo de índios e vilarejos espalhados pelo Brasil. e

“Básico” traz 512 receitas ilustradas e com medidas caseiras, o que facilita a qualquer um que desejar reproduzi-las


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|Ccomo Funciona

Porta que te impede de entrar Q

uando você se aproxima da porta giratória do banco, vem aquela lembrança angustiante! A porta giratória travou na sua passagem, você foi obrigado a revirar sua bolsa ou pasta, retirar moedas, chaves, celular, chaveiro e até o guarda-chuva. E só após esta operação, sua passagem foi finalmente liberada. Quer entender porque isso acontece? Um detector de metal típico é composto de quatro partes principais: 1) Estabilizador – ele mantém o equipamento numa posição estável à medida que ele se movimenta, para frente e para trás, quando em uso; 2) Caixa de controle - contém o circuito que controla o equipamento, o alto falante - que emite o som de alarme -, as baterias e um microprocessador; 3) Haste - esta parte conecta a caixa de controle e a bobina sensível aos metais. Essa haste possui uma altura ajustável, o que permite que sejam investigados objetos e pessoas de diferentes alturas; 4) Bobina sensível ou principal - é a parte sensível aos metais, também sendo denominada de "antena" ou "loop". Ao contrário do que muitos pensam, seu funcio-

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namento não é complexo: o sistema de detector de metais fica na parte externa da porta e reconhece metais por volume ou massa, além de indicar em qual parte – inferior ou superior – do corpo o objeto se encontra. Uma folha metálica grande, por exemplo, trava a porta por conta de seu volume, enquanto uma bolinha de metal ou outro material de metal maciço, por sua massa.

Detectando metais

Os detectores de metal têm seu funcionamento baseado em três tecnologias principais. O mais utilizado é o sistema baseado na oscilação da frequência de batimento, que é bastante simples, o que permite que tais detectores sejam fabricados e vendidos a custos baixos. Nesse sistema há duas bobinas de fio metálico, sendo a maior localizada próxima à bobina principal sensível ao metal e a menor no interior da caixa de controle. Essas duas bobinas estão conectadas a um oscilador que gira milhares de pulsos de corrente elétrica por segundo. A frequência desses pulsos é diferente nas bobinas maior e menor. À medida que os pulsos de corrente elétrica se propagam em cada uma das bobinas, a bobina principal, sensível ao metal, gera ondas de rádio, que são captadas por um pequeno receptor localizado no interior da caixa de controle. Esse receptor as transforma em uma série de tons audíveis, cuja amplitude se baseia na diferença entre as frequências dos pulsos nas duas bobinas. Esses tons são conhecidos como batimentos. Se a bobina principal - aquela sensível ao metal - passa através de um objeto metálico, como uma moeda, o campo elétrico gerado pela corrente elétrica fluindo através do conjunto das outras duas bobinas cria um campo magnético ao redor do objeto investigado, e esse campo interage com a frequência das ondas de rádio geradas pela bobina principal. Como a frequência observada se desvia da frequência que se esperava encontrar, o batimento esperado se altera, em tom e duração, e o sistema emite um alarme característico, informando que há um objeto metálico na área investigada. Isso é suficiente para colocar em funcionamento o travamento da porta. e


|Saúde

A síndrome do “desastrado” DISPRAXIA AFETA DE 2% A 10% DA POPULAÇÃO E ESTÁ ASSOCIADA COM FALTA DE COORDENAÇÃO

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eu filho vive tropeçando nas coisas, sem coordenação motora adequada? Talvez ele sofra de dispraxia ou “síndrome do desastrado”. Trata-se de um distúrbio neurológico associado com falta de coordenação. Segundo a psicopedagoga e psicomotricista do Instituto NeuroSaber, Luciana Brites, a dispraxia é uma incoordenação motora, resultado de uma dificuldade na realização de uma sequência de movimentos. “É uma disfunção no cérebro”, salienta. Ela comenta que essa disfunção não pode ser vista ou identificada por meio de exames, como o eletroencefalograma, ou ressonância magnética, já que essas alterações ocorrem em nível celular. “A dispraxia compromete muito as atividades motoras, causando prejuízo na qualidade de vida e nas atividades do dia a dia”. Acredita-se que cerca de 2% a 10% da população sofra com a “síndrome do desastrado”, que pode se manifestar desde a infância. Entretanto, a verdade é que muitos casos não são diagnosticados, já que as pessoas próximas à criança não sabem que existe uma doença com essas características. “O transtorno costuma ser identificado quando os pais ou professores notam que determinada criança ou adolescente não consegue ou tem dificuldade de executar atividades comuns no dia a dia como, por exemplo, comer, tomar banho ou se vestir sozinha”, destaca Luciana, acrescentando que há diferentes níveis desse transtorno. O que irá distinguir será a gravidade do quadro. Ou seja, quanto maior for o pre-

juízo para a qualidade de vida do sujeito, maior é a gravidade. Diagnosticada na infância, a doença apresenta um componente genético e outras causas prováveis, como o uso de álcool e drogas durante a gestação. Além disso, pode ser o transtorno principal ou ser uma comorbidade. “Há casos que a dispraxia pode vir acompanhada de outro problema, como Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). A medicação auxilia muito nesses casos, pois quando melhora o quadro de TDAH os problemas motores também melhoram”, afirma.

Como a dispraxia se apresenta

Os sintomas mais comuns da dispraxia são: dificuldade em ficar parada - a criança tomba para frente ou para trás - e não consegue se equilibrar em uma perna só; dificuldade em atividades que exigem a coordenação de movimentos finos: pentear cabelo, amarrar o sapato ou es-

crever; não consegue diferenciar esquerda e direita; dificuldade em ações com sequência: seguir uma receita, nadar ou realizar uma coreografia; fazer duas tarefas ao mesmo tempo: a criança dispráxica não consegue andar e tomar sorvete ao mesmo tempo ou falar e comer. “Essas dificuldades podem interferir com a capacidade de uma criança para participar em atividades diárias e habilidades para a vida, incluindo a educação”, observa a psicopedagoga e psicomotricista, que completa: “no entanto, ter dispraxia não significa que a criança seja menos inteligente, mas a sua capacidade de aprendizagem pode ser afetada”. O diagnóstico deve ser feito pelo neurologista e o tratamento será realizado por uma equipe multiprofissional, com psicólogo, fonoaudiólogo e fisioterapeuta, incluindo estimulação psicomotora por um psicomotricista ou terapeuta ocupacional, além de acompanhamento médico. e

Segundo Luciana, a dispraxia compromete as atividades motoras, causando prejuízo na qualidade de vida e nas atividades do dia a dia

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|Saúde Bucal

Doença que acomete a todos

COM TRATAMENTO SIMPLES E PREVENÇÃO CONHECIDA, MAIS DE DOIS BILHÕES DE PESSOAS TÊM CÁRIES

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arece um assunto comum, mas será que as pessoas sabem lidar com as cáries? Segundo a OMS - Organização Mundial da Saúde, a cárie é considerada a doença não contagiosa mais comum em todo o mundo e cerca de 60 a 90% das crianças em idade escolar sofrem de cáries dentárias, um problema que atinge quase 100% dos adultos. Além desses dados, um estudo realizado em 2016, pelo pesquisador e professor Wagner Marcenes, na Universidade de Queen Mary, em Londres, aponta que mais de dois bilhões de pessoas no mundo possuem cárie. Esses dados mostram que mesmo sendo um assunto comum, ainda é preciso falar mais sobre os cuidados e consequências que as cáries podem trazer à saúde como dores, infecções e até a perda dos dentes. De acordo com o cirurgião dentista especialista em estética

esses cuidados como sensibilidade dos dentes que atinge cerca de 25% da população, bruxismo, que atinge cerca de 40% dos brasileiros, tensão na região da boca e muito mais”, explica Sidnei. O especialista reforça que a mudança dos hábitos alimentares ao longo dos anos também contribui para os dados alarmantes. “É preciso conscientizar a população de que a escovação e o tratamento correto de problemas bucais vão além da estética, principalmente quando o consumo de açúcares é alto tanto para adultos como para crianças”, diz.

bucal e implantes dentários, Sidnei Goldmann, mais de 60% da população não têm um ou mais dentes, fator que pode acarretar inúmeros outros problemas de saúde que vão desde dores de cabeça até de coluna. Inúmeros são os motivos que levam as pessoas a deixarem os cuidados bucais de lado, entre eles estão a falta de informação, traumas de tratamentos dentários e até falta de dinheiro para esse investimento. O que poucos sabem é que 90% dos problemas bucais podem ser resolvidos com uma boa escovação, principalmente as cáries. Segundo o especialista, com mais de 20 anos de carreira e especialização em implantes dentários, cuidar da saúde bucal é mais importante para o organismo do que muita gente imagina. “Além da escovação, é preciso ficar atento a outros fatores que diminuem a qualidade de vida e que estão diretamente ligados a

Confira algumas dicas

O profissional também dá dicas de como deixar o sorriso mais saudável a partir de pequenas atitudes no dia a dia. Confira:

Sidnei diz ser preciso conscientizar a população de que a escovação e o tratamento correto de problemas bucais vão além da estética

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• Usar fio dental com cuidado todos os dias; • Consumir alimentos fibrosos, como por exemplo, frutas, que massageiam as gengivas, as deixando firmes e com aspecto saudável; • Sempre que se olhar no espelho, analisar a boca e os dentes com atenção. Assim, é possível identificar aspectos indesejados no sorriso, perceber manchas e alguma falha, podendo buscar ajuda profissional para solucionar esses problemas; • Sempre que tomar vinho, comer alimentos pigmentados como chocolate, molho de soja, molhos em geral, caprichar na escovação para não manchar os dentes; • Procurar um dentista a cada seis meses pelo menos para um checkup e remoção de tártaro. e


|Nutrição

Uma fruta bem completa BASTANTE NUTRITIVO E APESAR DE SER SAUDÁVEL, AÇAÍ NÃO DEVE SER CONSUMIDO SEM CONTROLE

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arro-chefe em frutarias e lanchonetes francanas, o açaí caiu no gosto dos praticantes de atividades físicas como um alimento nutritivo e rico em energia. Utilizada em diversas receitas na região Norte do país, a versão original do açaí, uma pequena fruta redonda, de coloração que varia entre o roxo e o preto, é fonte de vitamina E, carboidratos, proteínas e minerais, além de ter um grande efeito antioxidante, melhorando o sistema imunológico. Então açaí é saudável, certo? Em partes… Seu sabor real, entretanto, não é nada doce, difere da forma como é conhecido em outras partes do país. Para deixá-lo mais palatável e com uma consistência mais viscosa, semelhante à do sorvete, empresas que produzem a massa acrescentam uma alta quantidade de conservantes, açúcar, gordura vegetal e emulsificantes. O xarope de guaraná, um dos ingredientes do açaí vendido na maioria dos supermercados e lanchonetes, contém frutose, que pode provocar gordura no fígado. Um estudo realizado nos Estados Unidos e publicado pelo site Stack.com utilizou o açaí na tigela servido por uma rede de sucos e smoothies com 91 lojas espalhadas pelo país, para mostrar se o açaí é saudável como muitos imaginam. Cada porção comercializada na franquia, coberta apenas com fatias de banana e granola, contém 65 gramas de açúcar, o equivalente a uma garrafa de 600 ml de Coca-Cola. O acréscimo de conservantes e gordura diminui a concentração

da matéria-prima do açaí, o que ajuda a diminuir os custos de produção para os fabricantes. “A polpa autêntica do açaí é diferente dessa mistura porque sua composição leva menos açaí, o que diminui a ação antioxidante. A cor do açaí vem da antocianina, responsável pela ação antioxidante. Quanto mais escura for a polpa do açaí e mais roxa ficarem a boca e os dentes após o consumo, maior a ação antioxidante no nosso corpo”, explica a nutricionista Camila Fernandes.

Muito mais benefícios

A dica da nutricionista é olhar sempre o rótulo da lista de ingredientes das opções disponíveis em supermercados para checar se o produto leva muitos conservantes. Quanto menos ingredientes, mais saudável é o produto. Ela diz que uma opção de açaí mais saudável pode ser encontrada em feiras orgânicas. “Existem opções de massa só com açaí e água. As pessoas podem fazer em casa a própria mistura, acrescentando banana congelada. A consistência é a mesma”, completa. Mas, independente disso, ela diz que o alimento é excelente fonte de

vitamina E, fibras, cálcio, magnésio e potássio, além de um grande poder antioxidante. O açaí ainda possui proteínas, gordura vegetal, vitaminas B1 e C, além de minerais como ferro e fósforo. “Além de ser um excelente repositor energético, beneficia o trânsito intestinal, pelo aporte de fibras”, diz Camila, acrescentando que a alta concentração desses nutrientes vem chamando a atenção dos cientistas e as mais recentes pesquisas têm rendido à fruta a fama de ser a campeã brasileira nesse quesito. Apesar disso, se a ideia é manter o peso ou emagrecer, por ser um alimento de elevado teor calórico, o açaí é indicado para pessoas que realizam exercícios e adotam uma alimentação equilibrada. Mas isso não significa que quem está brigando com a balança deve passar longe dele. Em vez de comer uma tigela com todas as frutas complementares a que tem direito, o que, na verdade, agrega mais sabor ao alimento, pode-se optar apenas pelo concentrado de açaí, ou então pelo seu suco. Ou seja, com sabedoria, é possível aproveitar todos os benefícios nutricionais dessa fruta brasileira sem colocar o peso em risco. e

Açaí é indicado para o prétreino, mas o que o torna calórico são aditivos como xarope de guaraná e granola, entre outros

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|Cabelos

Será o adeus à chapinha? FIOS VOLUMOSOS E NATURAIS VOLTAM À TONA E GARANTEM UM VISUAL MODERNO

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Versáteis, os cabelos com cachos estão com tudo e revelam ousadia, naturalidade, com uma pitada extra de charme

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oje em dia, o mundo permite ousar. Pessoas autênticas estão em alta. Muito mais do que um estilo, quem assume suas características naturais, ganha pontos e faz mais sucesso. Não importa a opinião alheia. Os cabelos cacheados estão livres da escravidão das chapinhas e da química que os destroem por dentro. E isso pode ser visto em revistas de todo o mundo, através de editoriais de beleza, que mostram mulheres lindas com cabelos enrolados como tendência. Após anos de reinado da chapinha e do alisamento, os cachos voltam a brilhar e, cada vez mais, a indústria de beleza oferece opções para quem quer valorizá-los. São salões, tratamentos e produtos voltados especialmente para os cuidados com os cabelos cacheados e crespos. A ideia de que esses tipos de fios têm opções limitadas de cortes e penteados ficou para trás. “O chanel e o long bob são ótimas pedidas, pois estão em alta e podem ser adaptados aos cachos”, diz a cabeleireira Lúcia Helena Coelho, do Salão Charme & Cia, que avisa: “as ondas deixam o visual mais sexy”. Ela explica que cortes médios e longos em camadas dão

movimento e ajudam a controlar o volume. Para quem prefere versatilidade, ela indica o curto, que pode ter a nuca batida ou ser chanel com a frente mais longa. “Cabelos cacheados significam sinal de empoderamento e de aceitação. Esse processo de aceitação dos cachos acaba inspirando as meninas de cabelo liso, que agora, também pedem por cortes que deixam o cabelo mais volumoso”, pondera Lúcia Helena. Quem quer cabelos naturais novamente é preciso ter paciência, para dar tempo dele se desintoxicar e tomar sua forma natural, gradativamente. É importante lavar os fios com produtos certos e hidratá-los sempre. Cabelos cacheados têm tendência ao ressecamento e se desidratam mais rápido. “Para hidratar e reduzir o volume e o frizz, ela recomenda um tratamento à base de mantei-gas de abacate e karitê, ômega 6, óleo de oliva, complexo de aminoácidos e vitaminas A, K, D e E”, sugere.

Os cortes

Engana-se quem pensa que os cortes para cabelos cacheados e crespos são todos iguais: o que não faltam são opções para dar uma atualizada no look e deixar os cachos ainda mais bonitos.

Quer renovar o visual com o que está em alta na estação? Do moderninho tapered hair cut ao clássico corte em camadas, a temporada conta com estilos para todos os gostos. O tapered hair cut, por exemplo, é ideal para quem quer dar uma radicalizada no visual ou para dizer adeus à transição capilar e fazer o "grande corte" que retira toda a parte com química. Com a nuca e as laterais bem batidas, em contraste com o topo volumoso, esse estilo chama atenção entre os demais curtinhos por imitar o efeito de um moicano e deixar qualquer look com um toque bem moderno. Além do ousado tapered hair cut, uma boa opção para quem não quer um visual tão curtinho é o que lembra o formato de um coração, conhecido como Heart Shaped. Deixando a raiz mais cheia e as pontas com menos volume, esse look garante um toque estiloso aos cachos. O corte arredondado já é queridinho entre as cacheadas e crespas, e continua como tendência em 2018. Feito nos fios bem curtos ou em comprimento médio, ele ajuda a valorizar o volume natural e, no caso dos crespos, é o formato indicado para garantir um black poderoso. e


|Estilo

Misturinha que deu certo TÊNIS APARECE COMO IT-SAPATO E SE TORNA ACESSÓRIO COOL COM VESTIDOS E SAIAS

D

epois de muito tempo usando salto alto e sapatos desconfortáveis para realçarem o corpo, as mulheres parecem dar um grito de “basta” no visual proporcionado pela massificação. “As novas gerações não parecem se interessar em machucar os pés para realçar a beleza, pois, hoje, enxergam que a graça está muito além disso. É que o conforto se tornou muito mais sexy do que o incômodo”, observa a estilista Natália Barros. O resultado disso é que nas últimas temporadas de moda, o tênis apareceu como it-sapato nas passarelas e fez um contraponto interessante em looks com tecidos mais nobres. E por mais inusitado que pareça, a mistura de duas peças de dois universos diferentes virou onda avassaladora, que invadiu as ruas, as praias, as avenidas, Em qualquer lugar que se vá é possível ver a combinação de belos vestidos com tênis. “Não importa qual o corte do vestido, nem a estampa, nem o A universitária Laryssa gosta do conforto proporcionado pela combinação do vestido com tênis: “é a mistura ideal”, diz

comprimento, muito menos o estilo do tênis ou se é esportivo, urbano ou no keds - muito em alta nessa estação, a onda é conjugá-los”, reforça Natália. Assim pensa a universitária Laryssa Machado. “Gosto de usar vestido com tênis, pois têm dias que prefiro sair de saia ou vestido, principalmente quando está muito quente, mas não quero sair de sandálias e/ ou muito menos de salto alto. Então aposto em um tênis bem confortável. Além disso, é uma combinação super confortável”, diz. Segundo a estilista, as fashionistas desfilam com esse modelito com uma grande variedade de tênis, desde os modelos na cor branca – os mais desejados, até os coloridos e até esportivos. “Elas têm ousado bastante! Já tem até combinações de vestido de noiva com tênis. Acredita?”, destaca.

Como usar a combinação?

Mas com tantos modelos de vestidos e tênis, muitas mulheres ficam na dúvida do que usar. Assim

como os vestidos, as saias também estão em alta, sejam longas, curtas, minis ou midis, não importa, todas combinam com tênis. As midi são as queridinhas do momento, mas dá pra usar tênis com todos os tipos. “Para usar saia ou vestido com tênis, é necessário escolher peças que combinem entre si”, salienta a estilista, que completa: “o estilo vai depender do modelo da saia ou vestido, por exemplo, os tênis metalizados ou de couro dão mais sofisticação aos looks com saia jeans. Saia lápis ou vestidos mais justos ganham um ar sexy se acompanhados por tênis”. Vestidos curtinhos, midi e até longos combinam bem com o tênis. Quem aposta no look mais básico, vai de tênis branco. Os tênis brancos dão um toque mais casual no visual, do vestido mais básico ao sofisticado. “Eles deixam o look mais moderno e ainda aproveitam uma peça que, teoricamente, deveria ser usada apenas à noite, como o vestido, combinar com tênis branco. Dá um super look dia a dia”, diz Natália. E as dicas não param: quando usar vestido estampado use tênis liso e vice-versa, e abuse dos comprimentos; curtos ficam bem com qualquer tipo de tênis; médios e longos ficam melhor com tênis retos e básicos, tipo keds, ou aqueles de tecidos no estilo náutico; e se a conjugação de estampas for inevitável, tente equilíbrio nas cores. Só não perca a oportunidade de usufruir dessa moda que proporciona conforto e despretensão para qualquer hora. E curta o seu verão. e

“Para usar saia ou vestido com tênis é necessário escolher peças que combinem entre si”, salienta Natália

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|Beleza

Quando os pelos somem

ALOPECIA AREATA AFETA DE 1% A 2% DA POPULAÇÃO, COM QUEDA DE PELOS EM VÁRIOS LOCAIS DO CORPO

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m belo dia você percebe que uma parte de seu couro cabeludo está sem cabelos. No outro, pode perceber a ausência de pelos nas sobrancelhas, nos cílios e até mesmo na barba. Às vezes leva um tempo para perceber, mas você pode estar sofrendo de alopecia areata, uma doença inflamatória associada à alteração no sistema imunológico. Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, o problema afeta de 1% a 2% da população, podendo acometer ambos os sexos. “Quando nos referimos à doença, a maioria das pessoas a relaciona à queda dos fios ou às falhas no cabelo. No entanto, ao contrário do que se pensa, o distúrbio acomete não só o couro cabeludo, mas também outras partes como sobrancelhas, barba, bigode, cílios e pelos do corpo”, observa a médica dermatologista Cíntia Guedes Mendonça, acrescentando que há casos em que todos os pelos do corpo caem e a pessoa fica completamente sem pelos, o que é conhecido como Alopecia Universal. A alopecia areata não tem causa definida, mas geralmente é associada ao estresse e à genética. Há ainda suposições de que ela seja uma doença autoimune, que faz o organismo tratar os pelos e cabelos como tecido externo e desta forma suprime ou para seu crescimento.

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Doenças como vitiligo, anemia perniciosa, lúpus e problemas na tireoide também parecem aumentar a ocorrência desse tipo de calvície. A área afetada se apresenta arredondada ou oval e, geralmente, sem sinais de irritação nem inflamação. Somente em alguns casos é que ocorre prurido ou queimação. “Geralmente, ocorrem poucos episódios isolados durante a vida da pessoa, e os pelos voltam a crescer, completamente ou de forma parcial. Em situações mais delicadas, ela pode se manifestar de forma crônica, podendo evoluir para a alopecia total, que é um quadro no qual todo o couro cabeludo é comprometido; ou alopecia universal, em que há a perda total dos pelos do corpo”, destaca Cíntia, acrescentando que,

geralmente, os pelos nascem mais claros e finos, adquirindo suas características normais em até um ano.

Diagnóstico e tratamento

Segundo a dermatologista Cíntia Guedes, a alopecia areata não tem causa definida, mas geralmente é associada ao estresse e à genética

Mas ela é enfática ao afirmar que o diagnóstico deve ser feito pelo dermatologista, já que em algumas situações pode ser necessária a biópsia da região acometida. Esse profissional é também responsável pela indicação do tratamento mais adequado para o caso. “A alopecia não tem cura por ser autoimune. O ideal é controlar os efeitos com os tratamentos recomendados pelo médico, já que a doença pode surgir uma única vez ou repetidas vezes”, adverte a dermatologista. Os tratamentos mais indicados para controlar a queda e corrigir as falhas no couro cabeludo são por meio de corticoides por via oral ou injetáveis. “Após poucos meses o paciente já pode notar o crescimento de novos fios, porém existem casos de recidivas. Vai depender da reação de cada organismo”, conclui. E quanto mais cedo se buscar ajuda médica, melhores os resultados. “Como a alopecia, em muitos casos, afeta a segurança e autoestima da pessoa, auxílio psicológico também é recomendado – até porque fatores emocionais podem desencadear tais eventos”, completa Cíntia. e


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|Arquitetura

Ar industrial confere charme

ESTÉTICA PERMITE EXPLORAR COM FACILIDADE A INTERAÇÃO ENTRE A CONSTRUÇÃO E A DECORAÇÃO

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anos e tubulações aparentes. Muito metal e peças com acabamentos que parecem oxidados. Objetos reciclados e a predominância das cores preta, cinza e branca. Essas são algumas das características do estilo industrial de decoração, em alta nos projetos atuais, e que deixam os ambientes com ar contemporâneo. Mais encontradas em ambientes comerciais como restaurantes, a decoração industrial ganhou tanta força nos últimos anos que vem sendo aplicada também em escritórios e residências, principalmente com a tendência de imóveis cada vez menores. Nascido com os lofts urbanos de Nova Iorque, quando antigos galpões e armazéns viraram residências, sem esconder suas características originais, o estilo industrial ganhou força no décor entre os anos 1950/70 e hoje é uma das tendências mais em voga. Normalmente associada a espaços abertos, justamente por causa dos

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lofts, essa estética permite explorar, com facilidade e criatividade, a interação entre a construção e a decoração. Para o arquiteto Luís Carlos Marques, são muitas as possibilidades de transformar um espaço, conferindo ares industriais. “Dentre as que venho trabalhando estão a integração dos ambientes, a valorização do pé direto, o uso aparente de concreto, tijolos - em tamanhos e tonalidades variados - e conduletes - tubulações metálicas; paredes descascadas e madeira, inclusive de demolição. As cores podem variar, dependendo da intenção sensorial”, explica. Quanto à iluminação, Luís Carlos sugere trilhos, spots e rebatedores. “Lâmpadas com filamento aparente e design retrô são muito bem-vindas”. Já que o estilo industrial lembra a aparência de uma fábrica, vale equilibrá-lo com recursos que proporcionem a sensação de conforto e acolhimento. Como arquiteto, ele

procura traçar o perfil do usuário, trazer referências da vida e do cotidiano do cliente, escolher obras de arte junto com ele e criar harmonia entre o mobiliário, as peças de decoração e os acessórios. “O efeito luminotécnico equilibrado, em acordo com a proposta conceitual, também ajuda a conferir alma e personalidade ao projeto”, destaca.

Estilo versátil

Estilo industrial tem ganhado cada vez mais força na arquitetura de ambientes residenciais e comerciais

Normalmente aplicado em salas de estar/jantar integradas à cozinha, nada impede que o estilo seja incorporado ao quarto e ao banheiro. O arquiteto lembra que é essencial criar uma relação equilibrada entre materiais e cores, bem como o uso de painéis, portais e outras formas de fechamento que possam atribuir versatilidade, integração eventual e amplitude espacial. Se o seu imóvel não tiver as características originais do estilo industrial, o arquiteto garante que é possível criá-las sem alterar estruturas ou elementos definitivos: “Basta ir além, vislumbrar e viajar no espaço, mergulhando em referências e conceitos”. Para completar, é possível usar móveis e objetos antigos e de ferro velho. Por exemplo, aquele sofá bem antigo que era da sua avó ou aquela cômoda antiga que fez parte da adolescência da sua mãe. Além disso, tem as mesinhas de pallets, que estão em alta ou aquelas de caixotes de feira. “O que mais me atrai nesse estilo é sua versatilidade e as possibilidades de abstrair e intervir no espaço. O desafio de relacionar elementos, por vezes contrastantes, em uma atmosfera que envolve arte e referências”, finaliza o arquiteto. e


|Decoração

O cantinho do churrasco TRADIÇÃO NOS FINAIS DE SEMANA LEVA PESSOAS A INVESTIREM NO ESPAÇO GOURMET ATÉ NOS APARTAMENTOS

O

hábito de comer um churrasquinho, principalmente nos fins de semana, é tradição na maioria das famílias brasileiras. Por isso, um espaço dedicado a essa tradição e ao convívio familiar é quase unanimidade em boa parte das casas e apartamento. E seja ele pequeno ou grande, precisa ser bem decorado. A área com churrasqueira pode ser simples, rústica ou mais moderna. “Elementos de entretenimento e decoração natural também podem fazer parte do ambiente destinado às reuniões com amigos e familiares e degustação de carnes e pratos deliciosos”, observa a decoradora Nívea Maria Ferreira. Popularmente conhecida como espaço gourmet, a área de churrasco precisa ser um ambiente aconchegante, funcional e confortável, que favoreça as constantes reuniões de amigos e familiares. Por isso, a primeira coisa é escolher o tipo de churrasqueira. Apesar de existirem

muitos modelos, os mais utilizados e mais recomendados são as churrasqueiras de alvenaria, que além de possuírem uma ótima qualidade, abafam a fumaça e ainda contribuem muito para a decoração. “Com isso, a churrasqueira de alvenaria possui um estilo mais rústico, deixando o ambiente com um ar mais moderno”, pondera. Outras sugestões de decoração para a área de churrasqueira: usar e abusar do conforto e, com isso, podem ser usadas vários tipos de cadeiras confortáveis e até mesmo espreguiçadeiras. As plantas e flores podem também ser usadas na decoração, deixando o ambiente com um clima mais natural. “Objetos decorativos como mandalas e quadros são ótimas opções para área de churrasqueira. As prateleiras e armários são uteis em áreas de lazer com churrasqueira, mantendo seu espaço ainda mais organizado e apropriado para receber visitas”, destaca Nívea. E já que a ideia é lazer, tudo

que diminui a bagunça e a sujeira é sempre bem vindo. “Opte por porcelanato no piso e não deixe rejunte maior do que 2 mm para facilitar a limpeza. Ladrilhos hidráulicos na parede, rente à pia ou balcão, dão cor e são fáceis de limpar”, indica.

Lazer garantido

A área com churrasqueira pode ser simples, rústica ou mais moderna e pouco espaço não é mais desculpa

Para evitar o leva e traz da cozinha principal, ela sugere criar uma área independente. “É bem prático ter uma pia lisa de inox ou granito, além de uma coifa de inox ao lado da churrasqueira, evitando os odores. Assim todos os utensílios usados podem ser limpos ali mesmo”, diz. Faz parte também ter uma pequena geladeira ou frigobar para manter a carne e a comida refrigerada e as bebidas geladas. A opção mais barata aos equipamentos elétricos é a famosa caixa de isopor ou coolers, que podem ser de 12, 24 ou 72 latas. Como a proposta é diversão, a conversa da família e dos amigos pode ser embalada por música ambiente. Outro motivo para fazer um churrasco é assistir a uma partida de futebol ou o vídeo de algum evento familiar. Vale bastante ter um aparelho de som ligado à TV. Deixe cada uma das caixas de som posicionadas nas extremidades do espaço. Além disso, são muitos itens que devem ser colocados na área de lazer e que podem ser personalizados de acordo com o estilo pessoal do morador. “Dá para você colocar apoios para os copos, baldes para a cerveja bem gelada, bandejas, copos, caixas e caixotes entre uma infinidade de produtos funcionais”, destaca Nívea. e enfoque franca | fevereiro 2018|45


|Filhos

As armadilhas da educação COMO O REFLEXO DOS PAIS PODE PREJUDICAR A SAÚDE MENTAL E EMOCIONAL DE SEUS FILHOS

Valéria explica que a forma como a criança e o adolescente são criados refletirá em sua saúde física, mental e emocional

A

educação infantil engloba uma série de aspectos. Sua formação pessoal se desenvolve no contato mais íntimo da criança com seus cuidadores, portanto, o papel dos pais nesse processo é fundamental, uma vez que são os primeiros a fazer parte de sua rotina. É aqui que é preciso ter cuidado, afinal, o comportamento das crianças reflete seu relacionamento parental e se mal conduzido e mal resolvido, pode acarretar sérios problemas à sua saúde mental. Isso é estudado em várias linhas psicológicas. “As crianças e adolescentes imitam e aprendem com o comportamento e o relacionamento com os pais, e também são influenciadas por eles, tanto positivamente quanto negativamente”, observa a psicóloga Valéria Santiago do Vale. Segundo ela, normalmente o adolescente já tem um julgamento mais elaborado, e tem mais convivência com outras pessoas, por isso, se não há uma relação parental colaborativa, eles podem adquirir comportamentos que neguem o que foi aprendido na infância. “Por isso é importante

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que os pais sirvam de modelo, já que em algum ponto os filhos começam a escolher, e não mais imitar. Lembrando sempre que a questão de relacionamento parental não vem só de pais, mas sim por aqueles que cuidam e estão presentes na vida das crianças, exercendo o papel de responsável, como os avós que moram e criam o neto”, destaca.

Ruído na comunicação

A convivência entre o adulto e a criança traz à tona uma série de questionamentos que buscam solucionar os problemas enfrentados na hora de educar, impor

Muitos problemas no relacionamento com os pais se revelam no físico e emocional

limites e ao mesmo tempo, transformar tudo isso em uma relação de confiança e cumplicidade. A maioria dos conflitos tem origem na dificuldade de comunicação dentro de casa. Filhos acham que pais só querem proibir. Já os pais acham que os filhos só querem permissão. O ruído na comunicação se traduz tanto pela dificuldade dos pais em afirmar autoridade em certas ocasiões, quanto dos filhos em manifestar aquilo que sentem falta e esperam receber. O resultado é um processo de cobranças e acusações que esconde o verdadeiro desejo de ambos: sentir-se amado pelo outro. Na tentativa de demonstrar esse desejo, crianças mostram-se inquietas, desatentas e, muitas vezes, agressivas. Em adolescentes, a marca é a rebeldia. Valéria explica que os tipos mais comuns de relação parental são os autoritários, autoritativos, ou democráticos, permissivos e negligentes. Chamados também de estilos parentais, eles refletem desde o clima emocional da relação, forma de falar e se dirigir ao outro, até estratégias de instrução, seja emocional e afetiva até acadêmica e social, que vai mudar conforme o grau de afabilidade, tolerância e autoridade com as crianças e adolescentes. E


é cada um desse tipo de criação que influenciará muito a vida, tanto das crianças e adolescentes quanto dos adultos, uma vez que há traumas e situações que nunca serão esquecidas. “Além disso, quando já adulto esse filho pode ter o mesmo tipo de comportamento que os responsáveis tinham com ele”, observa Valéria.

Falhas comuns

Há várias armadilhas na educação de um filho e, mesmo de forma inconsciente, os pais podem contribuir de forma negativa para o desenvolvimento mental e emocional de seus filhos. Por exemplo, quando não incentivam atividades próprias para a idade, não se atentam a suas tarefas da escola ou não estimulam adequadamente o desenvolvimento da criança. “Um exemplo é quando não incentivam a elaboração da fala, sempre atendendo a seus pedidos, mesmo que por balbucios, prontamente. A criança pode ter a capacidade para falar ‘quero água’, mas como não há exigências, a criança apenas aponta ou balbucia, e é atendida”, pondera. Emocionalmente, os responsáveis podem influenciar de forma negativa quando dão afeto em excesso, independente do momento, até quando a criança está errada, ou quando negam esse afeto, independente do momento, como quando a criança pede carinho.

Exigir algo e fazer diferente costuma ser um dos problemas da educação

Atos como gritos, ou não manter contato com a criança também podem criar mudanças no comportamento dela. Outro tipo de inf luência negativa é através da forma de pedir favores, na forma de agir com outras pessoas, a criança pode levar a crer, inconscientemente, que é incapaz quando os responsáveis fazem tudo por ela, ou mencionam desaprovação sempre que há iniciativa por parte da criança. “Futuramente, esse adulto precisará elaborar sua independência, mas terá em suas bases que não consegue, haverá uma dependência constante de outras pessoas, e auto insatisfação, mesmo que não saiba os reais motivos que levam o A forma como os pais lidam com os filhos deixa várias consequências

seu comportamento a ser daquela forma”, alerta.

Padrão de rotina

O resultado disso tudo são problemas físicos e emocionais que podem ser notados nas crianças e adolescentes por meio de mudanças de comportamento e da sua rotina diária. “Não serão comunicações explícitas, como no adulto. Portanto, os pais devem ficar atentos às alterações no padrão de rotina dos filhos”, reforça Valéria sobre a importância de se oferecer o diálogo aos filhos. “Eles precisam saber a quem procurar e ter a certeza de que podem contar com os adultos em suas vidas para lidar com conflitos que naquela fase da vida são extremamente significativos. E lembre-se: problemas mal resolvidos e não tratados podem piorar e, inclusive, se tornar doenças, transtornos e problemas fixos para toda a vida. Por isso é bom prevenir no dia a dia para não remediar depois”, diz a psicóloga. e

No foco Valéria Santiago do Vale – Psicóloga especialista em crianças, adolescentes, com orientação de pais, atendimento individual e de casal de adultos CRP/SP 06/135129 Telefone (16) 9.9415-7960 E-mail: psicologavalerias.v@gmail.com

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|Crianças

Elas rejeitam o saudável CRIANÇAS COM DIFICULDADE DE SE ALIMENTAR SÃO UMA REALIDADE PREOCUPANTE E CADA VEZ MAIS COMUM

N

os consultórios é comum casos de mães e pais preocupados porque os filhos só comem determinados alimentos, com cores ou formas específicas e desprezam os demais. O que nem todos sabem é que mais da metade das crianças, principalmente aquelas em idade pré-escolar – quatro a seis anos - apresentam esse tipo de comportamento, chamado de comedor seletivo. “A passagem da amamentação para alimentação pastosa pode gerar esse tipo de hábito mais seletivo. Por isso, é essencial que os pais ofereçam desde os seis meses de vida um cardápio variado para explorar o paladar e a sensibilidade tátil dos pequenos, acostumá-los com salgado, doce, azedo, pratos quentes, frios e de diferentes consistências”, orienta a nutróloga Daniela Gomes. Ela diz que ao contrário dos adultos, os pequenos estão em fase de experimentação, ainda não têm preconceito contra qualquer

na comida para ela comer sem perceber, mas é uma luta”, diz.

tipo de alimento, por isso não se deve forçá-los a comer, nem fazer chantagem ou trocas. “O ideal é oferecer várias vezes o mesmo alimento”, diz. Para a nutróloga, os pais precisam ter paciência nesse período de transição. Quanto mais tranquilos estiverem, mais fácil para as crianças aceitarem essas novidades à mesa. E nada de oferecer produtos industrializados diante das recusas da criança. Alguns pais preferem oferecer uma bolacha recheada ou um chocolate para não deixar a criança passar fome. “Trata-se de um equívoco recorrente até pela correria do dia a dia, que acaba por tornar a situação ainda mais complicada”, observa Daniela. Que o diga a vendedora Mônica Ferreira, 36 anos. Mãe de Carolina, oito anos, ela diz sofrer para alimentar a filha. “Ela não come quase nada, gosta de macarrão, feijão e arroz. Tenho que camuflar legumes e carnes

Para mudar

Mônica admite que sofre para alimentar a filha Carolina, de oito anos, que rejeita o que não é macarrão, feijão e arroz

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Segundo a nutróloga, a solução para a situação de Mônica e de muitos pais é apresentar pratos de formas diferentes – assado, grelhado, cozido, com variados acompanhamentos, usar temperos diferentes e até incluir as crianças na hora da preparação dos alimentos. Deixar os pratos divertidos também ajuda, por exemplo, fazer carinhas, florezinhas ou outros desenhos com legumes e verduras deixa o prato mais apetitoso para os pequenos. “Uma boa dica é abusar das cores dos alimentos. Outra dica é se a carne em pedaços não agrada, opte pela moída em forma de hambúrguer. Beterraba e cenoura também são ótimas para dar cor aos sucos”, afirma a nutróloga. Além da seletividade à mesa, os comedores seletivos costumam pular refeições e ter intolerância a diferentes consistências. “É importante que os pais aprendam a lidar com esse hábito, justamente para que os pequenos não se tornem adultos seletivos – problema que, no futuro, pode predispor a quadros de obesidade”, destaca Daniela. Por isso, ela é taxativa ao afirmar que formar bons hábitos nas crianças é um ato de amor, paciência e persistência. “O que os pais devem fazer é provocar o interesse da criança pela comida e não obrigá-la a comer a todo custo. E para ser educada nutricionalmente, ela precisa conhecer os alimentos, suas cores e seus sabores e se sentir atraída por eles. E o mais importante: lembre que seu filho vai seguir seus passos, portanto, se você rejeita alimentos, ele tenderá a rejeitá-los também. Pais e cuidadores são referências para as crianças”, finaliza. e


|Pet

Quando o verão não é bom

ESTAÇÃO MARCADA POR CALOR, SOL E CHUVAS CONTRIBUI PARA PROLIFERAÇÃO DE PARASITAS NOS PETS

O

Marília explica que os pets estão sujeitos a pulgas e carrapatos, que causam desde coceira intensa até queda de pelo e perda de peso

verão é a estação mais esperada do ano pela maioria das pessoas. Marcada por dias de sol, temperaturas mais altas, essa época também registra chuvas fortes. Somados, estes fatores produzem um ambiente perfeito para parasitas, principalmente os que “adoram” cães e gatos. Os mais comuns, segundo a médica veterinária e proprietária do Amigos de 4 Patas Clínica Veterinária e Pet Shop, Marília de Sousa Lourenço Santana, são as pulgas, carrapatos e pernilongos. E a proliferação deles ocorre nesse período porque eles precisam de calor e umidade para se reproduzir. Sendo assim, os meses entre dezembro e março são mais favoráveis a infestações. E quem pensa que os pets criados em casa estão livres do problema, engana-se. Por exemplo, no caso de pulgas, apenas 5% delas estão no animal na fase adulta, os outros 95% estão no ambiente, nas formas de ovos, larvas e pulpas. Os tutores levam essas pulgas para dentro de casa em seus calçados ou mesmo através do contato com outros animais infestados. Por isso, mesmo animais que raramente saem de casa devem usar produtos preventivos para pulgas e carrapatos. Além disso, os tutores devem

ficar atentos às possíveis doenças que podem ser causadas pela picada desses parasitas. Entre as mais comuns, Marília cita a Babe-siose e a Erlichiose – esta última popularmente conhecida como “doença do carrapato”, que na maioria dos casos é transmitida através da picada do carrapato marrom, mas também pode ocorrer através de agulhas ou instrumentos infectados, além da transfusão sanguínea. Os sintomas são variáveis e quando não diagnosticadas e tratadas no início, as doenças podem deixar sequelas ou até levar o animal a óbito. Outra doença comum é a DAPP – Dermatite Alérgica à Picada de Pulgas, doença dermatológica que pode causar lesões graves nos animais. Mas a veterinária alerta para a Leishmaniose, doença infectocontagiosa com grande incidência nessa época do ano. “Causada por um protozoário conhecido como Leishmania spp, ela é transmitida através da picada do mosquito conhecido como ‘mosquito palha”, explica. De forma geral, os parasitas causam coceira intensa, perda de peso, falta de apetite, inquietação, estresse, queda de pelo e até mesmo desinteresse por atividades comuns do dia a dia.

A prevenção

De acordo com Marília, a melhor forma de evitar parasitas e as doenças provocadas por eles é a prevenção. “É necessário que o tutor faça a desparasitação internamente desde os 15 dias de vida do animal, e repetir o protocolo de acordo com as orientações de um médico veterinário”, orienta. Já a desparasitação externa ela diz ser importante ter início assim que os animais forem expostos ao risco de infestação, que são quando eles já começam a ter acesso a locais abertos como, por exemplo, em suas atividades físicas na pracinha próxima de casa. “É essencial que o tutor lave com frequência as vasilhas, os brinquedos e o local onde o seu pet dorme, evitando que esse local fique úmido, sendo propício para a proliferação do parasita”. A médica veterinária diz ser importante o acompanhamento clínico do animal, aliado ao uso de "protetores" – inseticida -, como coleiras antiparasitárias, medicamentos pour-on, que são os remédios aplicados no dorso do animal, e também os administrados por via oral. Com todos estes cuidados, o verão vai continuar sendo a estação mais esperada do ano. Inclusive para os pets. e

No foco Marília de Sousa Lourenço Santana Médica Veterinária CRMV/SP – 39272 Amigos de 4 Patas Clínica Veterinária e Pet Shop Telefones: (16) 3432-3443 (16) 9 9212-8295 E-mail: contato@marilia.vet.br

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|Tradição

A grande festa popular

HÁ 134 ANOS FRANCA VIA SURGIR SUAS PRIMEIRAS E TÍMIDAS MANIFESTAÇÕES CARNAVALESCAS

Com apoio de Wanderlei Donizete Pereira, historiador

Um dos blocos do Carnaval de 1920, destaque pela originalidade na época

H

inos, marchinhas, sambas, confetes, serpentinas, máscaras e fantasias. E alegria, muita alegria. Quando se fala em tudo isso, a primeira coisa que vem à mente é o Carnaval. Festa tradicional no Brasil, diferente do que a maioria das pessoas pensa, o Carnaval não surgiu no país, mas na Roma Antiga e, incorporado pelas tradições do cristianismo, passou a marcar um período de festividades que aconteciam entre o Dia de Reis e a quarta-feira anterior à Quaresma. No Brasil a festa começou a ser comemorada no Período Colonial através do “entrudo”, uma festa de origem portuguesa, que na colônia era praticada pelos escravos. Estes saíam pelas ruas com seus rostos pintados, jogando farinha e bolinhas de água de cheiro nas pessoas. Deste modelo para as primeiras manifestações carnavalescas em Franca – o jornal “O Nono

As mulheres também participavam ativamente das festividades, inclusive com seus próprios blocos carnavalescos

Districto” escreve que em março de 1884, duas residências francanas foram palco do Carnaval: a de Santos Pereira, renomado médico da época; e de Estevam Leão Bourroul, advogado, político e historiador -, algumas coisas mudaram. E o que se viu em Franca foram foliões usando fantasias, dançando e recitando poesias. Mas as festividades eram reservadas apenas aos amigos e familiares. Seguindo uma tendência que começou a se instalar no restante do Brasil, o Carnaval ganhou um novo perfil em Franca a partir de 1904, quando foi registrado o primeiro Carnaval popular da cidade, através do qual os organizadores já convidavam a população para o desfile de rua, saindo pela região central. Conforme os relatos da época, no início do século XX, além das marchas de rua, a comunidade francana, sobretudo a juventude, brincava o Carnaval provocando verdadeiras “guerras de limões e baldes d’agua”, numa forma sadia e divertida, já havendo, em 1905, o desfile de carros alegóricos e bailes no

Theatro Santa Clara. Já na década de 30, os cordões de rua faziam a alegria da juventude. O bloco “Só Pra Moer” era um dos mais destacados. E a partir de 1937, durante a ditadura do Estado Novo, os bailes carnavalescos francanos passaram a ser controlados pela censura. Eram determinados horários, tipos de fantasias, além de uma prévia análise das letras das marchas que seriam apresentadas nos festejos. Era uma forma de evitar qualquer manifestação contrária aos interesses do poder da época, que na esfera maior, era comandado pelo então presidente Getúlio Vargas.

A festa se modificou

Em todos os cantos do Brasil o maior espetáculo popular do mundo − o Carnaval − é festejado com brincadeiras nas ruas ou em grandes desfiles. No período de festa, mais de cinco milhões de pessoas passam pelos aeroportos do país para aproveitar o feriado e viver a efervescência da folia no lugar escolhido. Difícil é fugir do ambiente festivo que toma conta do país.


Onde houver folia, é permitido se fantasiar e ser o que quiser e, principalmente, extravasar na alegria. Franca não foge disso: com o passar dos anos, a festa foi se democratizando e hoje pode ser vista de diferentes formas, para todos os gostos: desde bailes em clubes, desfiles com escolas de samba em avenida até festas a fantasia. A diversidade da festa é característica nas multidões que brincam nas diferentes expressões da folia de cada cidade brasileira. Afoxé, maracatu, frevo, marchinhas, orquestras, batucadas ou sambas-enredos; bonecos gigantes ou grandes alegorias, máscaras, brilho, plumas, purpurinas, confetes e serpentinas fazem as cores do Carnaval brasileiro.

As escolas de samba

No Brasil, a primeira escola de samba surgiu no Rio de Janeiro e chamava-se “Deixa Falar”, criada pelo sambista Ismael Silva. Mais tarde, a “Deixa Falar” transformou-se na escola de samba Estácio de Sá. A partir dai o carnaval de rua ganha um novo formato. Começam a surgir escolas de samba no Rio de Janeiro e em São Paulo. Organizadas em Ligas de Escolas de Samba, começam os primeiros campeonatos. Cordão das Marianas em Carnaval de 1936

Franca também viveu os tempos áureos dos Carnavais realizados na AEC, este foi no ano de 1964

Em Franca, a Escola mais antiga que se tem notícia é a Unidos da Cidade Nova, que surgiu em 1947, como bloco, e mais tarde se torna Escola de Samba. Porém, existiram outras escolas tradicionais nos anos 70 e 80, como a “Roda Viva”, que já não participa da festa, fato que não quer dizer que se extinguiu. Embora a festa existisse em Franca desde o final do século XIX, somente em 1982 o Carnaval foi oficializado na cidade e transformando em atração turística, sendo incluído no calendário oficial do Estado, o que permitia o recebimento de verbas para melhorias de suas atrações.

Em abril de 1983 foi criada a “União das Escolas de Samba de Franca”, que passou a organizar os desfiles de forma mais adequada, sendo, a partir daí, o órgão que responde diretamente pelas escolas associadas, reivindicando seus direitos e pondo em prática seus deveres, junto aos órgãos públicos e a comunidade francana. Conforme os relatos de carnavalescos, o Carnaval de Franca, por ter tido suas raízes no berço familiar, até o início da década de 1990 teve sua organização passada de pais para filhos. Devido a essa tradição, era comum o desfile de escola com mais de 500 participantes. Porém, a partir dos anos 90, com as diversas crises econômicas, muitas escolas não tiveram mais condições de se organizarem, ficando por diversos anos fora dessa festa, o que fez com que essa tradição familiar fosse se perdendo. Hoje, poucos blocos ou escolas conseguem ultrapassar o número de 300 integrantes. Franca tem oito escolas de samba participando dos desfiles carnavalescos: Acadêmicos União da Zona Sul, Embaixadores da Estação, Filhos de Gandhi, Águias Douradas, Ases do Ritmo, Aliados da Santa Cruz, Mocidade Alegre Boa Vista, Pique Brasileiro Leões da Zona Norte. e enfoque franca | fevereiro 2018|51


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|Atualidade

A responsabilidade digital COMO O EXCESSO DA TECNOLOGIA PREJUDICA O DIA A DIA E INFLUENCIA ATÉ NA SAÚDE DAS PESSOAS

V

ocê sabe quantas horas por dia fica em frente ao computador ou usando o smartphone e tablet? Se a resposta for surpreendente, você não está sozinho. São tantos os momentos em que as pessoas ficam conectadas que contabilizá-los parece impossível. Não para a agência Internacional We Are Social, que analisou a quantidade de tempo que o brasileiro passa frente a essas tecnologias. Dentre a rotina de trabalho e de lazer, nove horas do dia são gastas em interação com as telas. Não há nada de errado em conciliar tarefas diárias com a conferida nas postagens dos amigos. “O problema é quando a distração se torna a ocupação principal e prejudica o rendimento”, diz a psicóloga Clarissa Freitas. Já que esse hábito veio para ficar, é importante discutir as melhores formas de usufruir da tecnologia. A primeira é não virar escravo dela. Isso porque o número de pessoas que desenvolvem dependência digital não para de crescer. “O problema é tão grave que existem até grupos de apoio para quem não consegue ficar sem usar o smartphone”, observa. Para que isso não ocorra, ela

Como virar o jogo

indica o policiamento do tempo em que se passa em frente às telas. “Não troque momentos de socialização pela companhia da tecnologia. Apesar de divertido, os famosos likes não proporcionam boas risadas como um jantar com amigos. A vida acontece aqui fora, por mais colorida e feliz que possa parecer uma timeline”. A saúde também deve ser preservada. O uso exagerado do smar-tphone pode fazer mal à saúde. Segundo um estudo feito pelo Centro Médico de Cirurgia Espinhal e Reabilitação, de Nova Iorque, um novo problema de coluna vem se tornando comum por conta da má postura ao checar os smartphones. Chamado de “Text Neck”, ele é desenvolvido por conta da inclinação do pescoço, que pode sofrer uma carga de até 27 quilos a mais do que o natural, toda vez que a pessoa dá aquela checada no celular - cerca de 78 vezes por dia. Esse excesso de peso leva à perda da curva natural da cervical e o desgaste precoce da coluna. Outros problemas podem ser desenvolvidos por causa do uso excessivo dos smartphones, como insônia, dores de cabeça e visão borrada. Além da perda de produtividade, Clarissa diz que o excesso de tecnologia prejudica as relações sociais e até a saúde

A psicóloga indica até um tratamento de choque para quem não consegue se desligar da tecnologia. Entre suas dicas constam desabilitar as notificações do aplicativo de e-mail, Instagram, Facebook, Twitter; silenciar as conversas nos grupos mais ativos no WhatsApp; procurar aumentar o intervalo de tempo entre as verificações de novas mensagens; evite manter uma aba aberta no navegador para sites que possam comprometer a sua concentração; e somente habilite o chat do Facebook para um contato específico. “É importante ter cuidado com o que se compartilha na rede. Assim como a tecnologia presta um serviço de utilidade pública, ela pode ser uma ferramenta de promoção para pessoas mal intencionadas”, pondera Clarissa, acrescentando ser isso que acontece quando uma notícia falsa é jogada na rede. As pessoas tendem a acreditar em tudo que leem, e, muitas vezes, colaboram, por descuido, com o compartilhamento de notícias e informações falsas. Para evitar que isso aconteça, basta seguir algumas dicas para checar a veracidade do conteúdo: pesquisa se diferentes fontes estão falando sobre o assunto; leve em conta a credibilidade de quem publicou as informações; desconfie de informações tendenciosas e extremistas; cheque a data e o contexto da publicação e não compartilhe conteúdos apenas pelos seus títulos, você deve lê-los até o fim. e

No foco Clarissa Freitas – Psicóloga CRP 06/9014 Telefone (16) 9.98431-7728

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|Perfil

Uma história de realizações MONSENHOR ROSA FOI UM LÍDER RELIGIOSO CUJA POSTURA FORTE AJUDOU FRANCA

E

le chegou a Franca para ser o vigário da Paróquia Nossa Senhora da Conceição em 26 de março de 1860, época de grandes “desregramentos” pela dissolução de costumes e desenfreada politicagem. Mas nada disso enfraqueceu o desejo de Cândido Martins da Silveira Rosa de realizar seu trabalho. Munido de sua inteligência, coragem, altivez e intolerância, ele deu início à sua missão evangelizadora, usando muitas vezes de linguagem ao púlpito para condenar as bandalheiras do meio. Justamente por esse seu posicionamento aliado ao fato de ser militante nas fileiras conservadoras fez com que ele fosse hostilizado pelo Partido Liberal, que fazia de tudo para atacá-lo e fazer intrigas com os próprios católicos. Numa dessas situações ele foi envolvido num triste episódio de rapto e maus tratos de escravos ocorrido na fazenda Pouso Alto, fato que foi alvo inclusive da imprensa da capital paulista. Diante das pressões que vinha sofrendo, ele decidiu permanecer em Franca até 8 de dezembro de 1865, sendo transferido para Passos (MG). No entanto, ele permaneceu naquela cidade mineira pouco tempo, até 14 de janeiro de 1867, retornando então para Franca. Aqui, apesar de continuar como alvo dos liberais, ele seguiu se dedicando ao desenvolvimento

do município. Em 1872 ele instalou a Santa Casa de Misericórdia no mesmo local onde encontra hoje, na Praça Dom Pedro II. Além da Santa Casa, ele mantinha um lazareto para os lados do Bom Jardim, caminho de Ituverava, área atual da Vila Nova, na Estação. Instituiu também dois grandes estabelecimentos de ensino – Colégio Nossa Senhora de Lourdes, dirigido pelas irmãs de São José de Chamberry, em 1888, e o Colégio São Paulo dirigido pelos irmãos Maristas em 1902, que deu origem ao Colégio Champagnat. E foi graças às suas qualidades não apenas como um representante da Igreja Católica, mas defensor ferrenho de uma comunidade de bons princípios alicerçados na formação moral e cristã, que em 1896, ele recebeu o título de Monsenhor.

Monsenhor Rosa ou Cândido Martins da Silveira Rosa deixou um legado de realizações para tornar Franca o que ela é hoje

saber o poder dos veículos de comunicação, uma vez que usava do pseudônimo de “Hildebrando” para escrever artigos em defesa da Igreja Católica no jornal “Tribuna de Franca”. Além disso, iniciou as obras da nova Igreja Matriz, em 1898, e auxiliou na implantação das igrejas de Rifaina, Patrocínio Paulista, Covas – Miramontes, Jeriquara, Ribeirão Corrente e São José da Bela Vista. E foram muitos os feitos e realizações ao longo de seus 53 anos de atividades em Franca – ele faleceu em 21 de outubro de 1903, aos 65 anos -, por isso foi o sacerdote a quem todos devotavam sincera devoção. Como homenagem, seus restos mortais foram transferidos para uma das grandes colunas da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, próximo ao altar, no lado direito. Ele também recebeu uma estátua inaugurada ao lado da igreja em setembro de 1959. e

Várias realizações

Mostrando que sua atuação ultrapassava as fronteiras das missas, Monsenhor Rosa, ao lado de Tenente José Garcia Duarte – futuro Barão da Franca; Albino de Souza Guimarães; Nuno Alberto Guerner Viana de Almeida; João Teodoro de Melo; Caetano Petráglia; Estevam Marcolino de Figueiredo; Tenente João Vilela dos Reis; José Guerner; Simão de Oliveira Caleiro e Rodrigo da Silva Gama, reestruturou em 28 de agosto de 1887, o jornal “A Justiça”. Antes disso, ele já demonstrava enfoque franca | fevereiro 2018|55


|Esporte

Modalidade que traz diversão BUNGEE DANCE VEM CONQUISTANDO OS FRANCANOS POR ALIAR ATIVIDADE FÍSICA À SENSAÇÃO DE LAZER as manobras, fortalecendo músculos do core, coxas e pernas”, destacam as professoras, acrescentando que tomar impulso e dar saltos no ar, fazer flexões de braço, afundo e agachamentos, girar no próprio eixo sem tocar o chão e até plantar bananeira – tudo lutando contra a força da corda – estão entre os movimentos realizados na aula.

A modalidade

D

ança, acrobacias e exercícios funcionais. Tudo isso feito no ar, com o auxílio de elásticos presos ao corpo. Febre em várias partes do mundo, o Bungee Dance chegou a Franca e já vem conquistando a atenção principalmente daqueles que se entediam facilmente na academia. Isso porque é uma forma mais divertida de queimar calorias do que correndo na esteira ou fazendo treino funcional. “O salto, a dança, o voo proporcionam sensações positivas, pois lembram os momentos mágicos, de nostalgia, aliado ao prazer que é praticar essa atividade que queima bastante calorias”, observam as professoras da Franpilates, Cris Cintra e Francine Veríssimo. Elas explicam que a aula pode ser praticada de uma a duas vezes por semana, e geralmente é feita em grupo de quatro pessoas no máximo, com duração de 45

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a 50 minutos. Divertida, a aula trabalha o condicionamento físico, aeróbico e muscular. A possibilidade de realizar movimentos que não poderiam ser feitos sem a ajuda da corda elástica é o que mais atrai adeptos para a modalidade. “Você sente como se fosse mais para brincar do que para se exercitar”, completam. Cris e Francine explicam que para o bungee dance é utilizada uma corda elástica especial encapada e com cabo de segurança interno – própria para a prática, que é fixada a uma cadeirinha desenvolvida para facilitar a mobilidade do aluno e favorecer a absorção de impacto, protegendo todas as articulações do corpo. Presa no teto, a corda elástica estica apenas o suficiente para deixar os pés tocarem o chão. “A resistência imposta pelo elástico faz com que os alunos precisem se esforçar bastante para realizar

A aula de bungee dance consome 400 calorias, já que a resistência da corda elástica faz com que os alunos tenham que se esforçar bastante

As sequências dinâmicas garantem que a f requência cardíaca se mantenha alta – dá para gastar até 400 calorias em uma aula – e exigem bastante do core e das coxas, já que o elástico também impõe certa resistência. “Além disso, o bungee dance estimula a capacidade de concentração; a estabilização e mobilização de todas as articulações do corpo – em especial a coluna vertebral, prevenindo e tratando lesões; potencializa a ativação do core – abdominal; melhora de forma efetiva as articulações; amplia a capacidade cardiorrespiratória e contribui com a perda de peso”, enumeram Cris e Francine. O bungee da nce é uma criação da Wired Aerial Theatre, da Inglaterra, mas ganhou notoriedade mundial através do bailarino tailandês Sivabut Mathong, que se baseou em seus estudos sobre os exercícios físicos ligados à ginástica artística, dança e sua prática artística no Cirque du Soleil. “Esta técnica de condicionamento físico é segura, desde que seja instruída por um profissional bem capacitado”, reforçam. e


|Profissão

Eles são o centro das festas COM AQUECIMENTO DO SETOR DE EVENTOS EM FRANCA, BARTENDERS SE DESTACAM COM SEUS DIFERENCIAIS

O

Uelton, do Caribe Drinks, celebra a ascensão da profissão de bartender e retribui inovando e surpreendendo sempre

s bartenders tiveram seu momento Hollywood quando, em 1988, foi lançado o filme “Cocktail”, uma comédia romântica estrelada por Tom Cruise. Entre uma paquera e outra, o galã impressionava a audiência com incríveis malabarismos com coqueteleiras e garrafas que voavam, despejando líquidos que se misturavam em drinques coloridos. O ambiente era vivaz, pontuado por uma trilha sonora de fazer remexer na cadeira. Na vida real, no entanto, a profissão mistura ao glamour em maior proporção até, o trabalho duro e, sobretudo, conhecimento. “O bartender é uma área que você precisa ouvir as pessoas, ver o que elas precisam beber; defino como se fosse um psicólogo”, observa o diretor da Caribe Drinks, Uelton Pires Barbosa Nunes. Há sete anos nesse segmento, ele começou como um hobby junto com um amigo e, à medida que as coisas foram crescendo, ele percebeu o potencial desse nicho.

“Logo tínhamos uma equipe com 30 pessoas, todos com cursos e habilitados para servir melhor nossos clientes”, diz. O vasto mundo da coquetelaria em Franca conta com várias empresas e profissionais que vêm se destacando no setor que vive uma ascensão, principalmente por conta do aumento de eventos sociais e corporativos. Justamente por isso, alguns profissionais definem o segmento como “complicado”. É o caso de Bruno de Paula Pereira, diretor do Brubs Bartenders. Há sete anos na área, ele vê o setor em Franca desvalorizado por estar repleto de pessoas sem formação. “Elas acham que o ramo é simples e fácil de lucrar, e com isso desvalorizam o mercado ao venderem o serviço a ‘preço de banana”, diz ele, que conta com uma equipe de 20 bartenders e barbacks. Para ele, é preciso ter conhecimento específico dessa profissão, o que inclui desde a questão de higiene até a arte

da coquetelaria. “Infelizmente, vemos profissionais de baixa qualidade atrapalhando o desenvolvimento e evolução do setor”, afirma Bruno, acrescentando que para se diferenciar nessa área é preciso oferecer qualidade, bom atendimento e buscar sempre novas tendências e atualizações com o mercado internacional.

Setor em expansão

A maioria das empresas de bartenders em Franca chega a atender até quatro eventos simultaneamente, ou seja, no mesmo dia, que vão desde aniversários simples, casamentos luxuosos, festas temáticas, happy hours, eventos corporativos, entre outros. Os serviços são geralmente tarifados por convidado, variando também pelo que será servido. “Alguns bartenders são reconhecidos pelos cursos que realizam, pela experiência profissional ou por sua habilidade e tudo isso agrega ao valor cobrado”, pondera Uelton, que oferece alguns diferenciais à parte para os clientes, como show de tequileiros, o cientista maluco que entra na pista vestido de Einstein com tubos de ensaio nas mãos recheados de drinks, drinks sortidos nas garrafinhas de vidros, gelo seco, caipirinhas com picolé, cachaças na manivela, drinks moleculares comestíveis, entre outros. “Tudo isso o cliente tem a seu dispor por uma pequena diferença que varia de R$ 100 a R$ 500”, revela Uelton, que acredita que hoje os bartenders são uma das atrações principais de um evento pela alegria e descontração que promovem. e enfoque franca | fevereiro 2018|57


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|Trabalho

Para chegar mais longe e feliz EM ALTA, PLANO DE CARREIRA INFORMAL POSSIBILITA QUE O PROFISSIONAL CONQUISTE O CARGO QUE DESEJA

O

mercado de trabalho não é mais o mesmo. Ele se encontra cada vez mais diversificado em termos de possibilidades de carreiras, porém está mais exigente no que diz respeito à qualificação dos profissionais. Isso faz com que haja certa instabilidade nos vínculos empregatícios, fazendo com que os profissionais tenham que construir carreiras em bases compostas por variadas competências. Esse mesmo mercado de trabalho está de olho nos profissionais que conseguem se adaptar às mudanças, principalmente os que adotam uma postura ativa em relação à própria carreira, fazendo a gestão do próprio futuro em suas respectivas profissões. “Atualmente, o plano de carreira deixou de ser apenas um benefício oferecido pela empresa e passou a ser um plano individual, através do qual o funcionário traça seus próprios objetivos, planejando como e quando fazer”, observa a psicóloga pós-graduada em Recursos Humanos e coach de alta performance, Luciana Lourenço Silva. Esse plano de carreira informal tem se tornado cada vez mais comum porque permite que o profissional esteja aberto à possibilidade

de revisitar e repensar todos os momentos importantes que teve ao longo da vida, tanto pessoal quanto profissional, servindo para que entenda seu momento atual. E é por meio deste plano de carreira que é possível identificar os potenciais, limitações, aptidões e identificações, uma vez que é com base nesses aspectos que a carreira será direcionada a algo que faça sentido. “Quando você define seu objetivo, você é capaz de guiar melhor sua carreira e aproveitar as oportunidades. Um processo transformador que começa por determinar o estado atual do profissional, definir o estado desejado, validar suas metas para manter-se focado e motivado, e planejar quando e como serão feitas as ações”, explica.

Como fazer

Segundo a psicóloga, isso envolve descobrir seus pontos fortes, suas habilidades, pontos cegos, crenças limitantes e valores pessoais. Com isso bem explorado, cria-se uma ponte que leva o profissional até o estado desejado, ou seja, onde ele quer estar daqui a cinco anos, por exemplo. E nesse momento, ele pode descobrir que o seu objetivo não está alinhado com os da Luciana diz que fazer acontecer o plano de carreira não é difícil, mas exige dedicação, boa dose de comunicação e planejamento

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empresa onde trabalha, ou ainda, perceber que hoje não se enquadra mais no cargo que ocupa. “Por exemplo, alguém que tenha como um valor pessoal a rotina e a organização e, de repente, é realocado para uma posição em que não há rotina”, pondera. Diante disso, Luciana diz que fazer acontecer o plano de carreira não é algo difícil, mas exige dedicação, boa dose de comunicação e planejamento. “O ideal é estabelecer metas de curto, médio e longo prazo e trabalhar cada uma delas. O investimento vale à pena, pois quando você alinha seus objetivos, consegue visualizá-los com mais clareza e se sente mais motivado e comprometido a atingi-los”, destaca. Inclusive, ela diz ser importante fazer uma lista de tempos em tempos, analisando as seguintes questões: o que você sonhar fazer?; o que você faz todo dia; coisas que te fazem feliz; coisas que você faz bem. Se no final você tentar alinhar as listas e perceber que elas não têm muito em comum, talvez seja o momento de refletir sobre sua carreira. “É importante perceber seu estado de ânimo para levantar e ir trabalhar, se o seu trabalho está trazendo mais tristeza do que realizações e até se a saúde física está sendo afetada. É importante sair um pouco do piloto automático, da zona de conforto e aceitar novos desafios”, salienta Luciana. e

No foco Luciana Lourenço Silva – Psicóloga Pós-graduada em Recursos Humanos com formação em Coaching Evolutivo Comportamental pelo Instituto Edson de Paula de Campinas Coach de Alta Performance CRP 06/58737 Telefone (16) 9.9212-1684 E-mail: lourenco.silva.luciana@gmail.com


|Comportamento

Quando a diversão faz mal

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chegada do final de semana ou das férias é, em geral, comemorada. Há casos, entretanto, em que o ócio pode significar um tormento, chegando em casos extremos a provocar somatizações, como náuseas e dor de cabeça. Em 2001, o holandês Ad Vingerhoets cunhou o termo “síndrome do lazer” para se referir a um suposto estado em que algumas pessoas, particularmente aquelas que trabalham sob pressão, caem doentes assim que tomam um descanso. O estudo Vingerhoets, para o qual entrevistou quase dois mil holandeses, homens e mulheres, descobriu que cerca de 3% afirmaram que, nos fins de semana e nas férias, estavam piores do que os dias normais de trabalho. Os sintomas mencionados com mais frequência foram dor de cabeça, fadiga, dor muscular, náuseas e doenças transmitidas pelo ar, como resfriado e gripe. O cientista e sua equipe concluíram que a transição de trabalhar a não trabalhar era complicada, principalmente para as pessoas que desempenhavam funções sujeitas

PESSOAS QUE TRABALHAM SOB PRESSÃO TÊM MAIS PROPENSÃO A DESENVOLVER A SÍNDROME DO LAZER a muita pressão. Diante disso, a síndrome do lazer é definida pela presença de crises de ansiedade, angústia, dores de cabeça e/ou musculares, náuseas e fadiga em indivíduos que se encontram fora de suas atividades, seja nos finais de semana, feriados prolongados e, principalmente, nas férias. Estima-se que o problema afete até 5% da população economicamente ativa. Trata-se da consequência adoecida de um comportamento socialmente aceito e estimulado: o chamado “workaholic” ou “viciado em trabalho”. O perfil do “workaholic” é bem estabelecido: trata-se de indivíduos perfeccionistas, controladores e inseguros, que costumam trabalhar mais de 10 horas por dia e vivem sob estresse constante. O “workaholic” é tão obcecado em agir no trabalho que ele pode, na verdade, estender suas tarefas, retardando suas conclusões e prejudicando assim a sua produtividade final. “Além disso, tende a atrofiar todos os demais setores de sua vida - pessoal, afetiva, social e familiar, o que costuma lhe render culpa e remorso”, observa a

psicóloga Elisa Leão. Segunda ela, esta é a maior consequência em ser um workaholic: a deterioração da qualidade de vida do indivíduo e também daqueles que o cercam. Além disso, o indivíduo pode apresentar quadro de estresse, insônia, mau humor, pressão alta e depressão.

Como virar o jogo

Segundo Elisa, um dos maiores prejuízos para um workaholic é a deterioração da sua qualidade de vida e também dos que o cercam

Mas é possível reverter esse jogo. "Como as férias são necessárias na vida do ser humano, o ideal é planejar como o tempo será empregado e entender que as férias não são cura nem salvação para pessoas solitárias ou que estejam com problemas de relacionamento", adverte. Para quem não consegue relaxar e começa a sentir que a tensão está afetando sua saúde, o processo de desligamento pode acontecer de algumas maneiras. Elisa sugere a prática de exercícios físicos, que libera endorfinas, essenciais para o equilíbrio físico e emocional; ter uma alimentação adequada, sem exageros de álcool, pimenta e café; o desenvolvimento da espiritualidade, através de leituras de textos específicos, momentos de meditação e oração; psicoterapia para ajudar a descobrir e corrigir essa programação psíquica que o impede de estar em paz; ter as expectativas sob controle; estar pronto para os imprevistos, entendendo que nem tudo pode estar sob controle. “Colocando isso em prática, sempre que se sentir ‘no limite’ é importante reservar um fim de semana só para desestressar. Essas pausas são um santo remédio”, garante Elisa. e enfoque franca | fevereiro 2018|61


|Comportamento

Uma revolução silenciosa

SEJA POR OPÇÃO NUTRICIONAL OU ESTILO DE VIDA, AUMENTA NÚMERO DE FRANCANOS VEGETARIANOS

O

s alimentos de origem animal estão perdendo espaço no cardápio dos francanos. Estima-se que cerca de 6% da população seja vegetariana – no Brasil são 10% e, destes, cinco milhões de pessoas praticam o veganismo, estilo de vida que não permite o consumo de produtos de origem ou testados em animais. Esses números aumentam ano a ano de forma significativa. Apesar disso, ainda existem dúvidas sobre esse tipo de alimentação. Afinal de contas, o que significa ser vegetariano? O vegetarianismo é um estilo de vida que se caracteriza pela adoção de um regime alimentar baseado no consumo de alimentos de origem vegetal. Mas não pense que os adeptos se motivam apenas pela questão de defesa dos animais. Tem gente que

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se torna vegetariano por causa das questões ambientais ou de saúde. É o caso da nutricionista Ana Laura Jesus Damante, 24 anos, que há mais de um ano e meio optou não se alimentar mais de carnes de nenhum tipo por questões éticas e de saúde. “Vi os vários benefícios que a dieta vegetariana proporciona, como redução das chances de infarto, menor risco de hipertensão e câncer de intestino, entre outros”. Mas o grande “empurrão” para essa mu-dança foi o livro “O Sabor da Saúde”, da nutricionista da USP - Universidade de São Paulo, Eunice Leme Vidal, um presente de seu pai. “Ela cita tudo sobre alimentação saudável, doenças, receitas vegetarianas e quais os passos para uma transição alimentar para o vegetarianismo. Fiquei tão interessada no assunto que

comecei a pesquisar mais sobre ele e quando ingressei na faculdade de Nutrição, a curiosidade aumentou”, conta Ana Laura, que chegou à conclusão ser possível viver sem carne e nem por isso a alimentação deixa de ter sabor e saúde.

Situação em números

Antes mesmo de ingressar na faculdade, Ana Laura se interessou pelo vegetarianismo, dieta que assumiu há mais de um ano e meio

Segundo o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística – IBOPE, São Paulo é a cidade com maior número de vegetarianos: são mais de 792 mil pessoas ou 7% da população. Porém, a capital do Ceará, Fortaleza, fica com o título de maior população vegetariana em relação ao total demográfico, com 350 mil pessoas, ou 14% de toda a população. Em seguida, Rio de Janeiro, com mais de 630 mil vegetarianos. Entre os brasileiros que têm de 65 a 75 anos, o índice de vegetarianos é maior do que o encontrado no resto da população, chegando a 10%. Aos 51 anos, o Pet Sitter – cuidador de animais/pets e ativista voluntário na Mercy For Animals do Brasil, Hélio Del Poente Simon, engrossa essas estatísticas. Há dois anos ele se tornou vegetariano/veganismo por conta de sua profissão. “Por trabalhar como Pet Sitter, comecei a me questionar como poderia amar alguns animais e já outros não, porque consumia produtos de origem animal. Passei a pesquisar sobre a crueldade animal nos mais diversos segmentos da sociedade e percebi que não poderia mais ser conivente com essa situação de horror”, revela.


O primeiro passo foi abolir o consumo de qualquer alimento de origem animal – carne, leite e seus derivados, ovos e mel. Depois, Hélio passou a substituir os itens de higiene pessoal por produtos sem ingredientes de origem animal em suas composições, como sabonetes, creme dental, desodorante, entre outros. O último passo foram os produtos de limpeza. “Deixei de usar roupas e calçados que utilizam tecidos de origem animal, como lã e couro, e não frequento mais locais de ‘entretenimento’ com animais, como zoológicos, aquários, etc”.

As subdivisões

A dieta vegetariana se difere da dieta onívora, em que a base da alimentação são os animais e vegetais. De acordo com a Sociedade Vegetariana Brasileira – SVG, o vegetariano pode ou não ingerir alimentos derivados de animais. Na dieta vegetariana são encontradas várias subdivisões, como a vegana, lactovegetariana, a ovolactovegetariana, a ovovegetariana, a crudívora e a frugívora. E apesar de muitas pessoas acharem que essas dietas afetam a saúde de quem as adota, a nutricionista Sheila Maranhão Souza garante que os vegetarianos ou veganos podem ter uma alimentação

Mais do que uma dieta nutricional, para Eloá o vegetarianismo é um estilo de vida que passa a respeitar o próximo

saudável. “Do mesmo jeito que uma pessoa que come carne pode fazer escolhas alimentares erradas e ter problemas, pessoas vegetarianas também podem ter problema”, alerta. Ela orienta a inclusão de leguminosas e fontes de proteínas não animal na alimentação, inclusive suplementos – como a vitamina B12 - quando necessário. “Quem come carne acha que, de uma forma geral está

suprindo todas as necessidades e quem é vegetariano se preocupa mais em tentar incluir vegetais na alimentação e só isso já deixa a alimentação mais saudável e equilibrada”, pondera Sheila. Ana Laura viu isso na prática. Antes de abolir a carne, fez uma bateria de exames e, para sua surpresa, os níveis de colesterol LDL e totais e os triglicérides estavam elevados, além de estar com deficiência em vitamina D. “A médica me receitou ômega 3 para reduzir o colesterol e triglicérides e vitamina D. Refiz os exames e os resultados foram excelentes. Hoje tenho mais qualidade nutricional do que antes”, afirma a nutricionista que, de tão apaixonada pelo assunto, o escolheu como tema de seu Trabalho de Conclusão de Curso. “Quis mostrar o papel do nutricionista no aconselhamento dietético de atletas vegetarianos”, diz.

Tendência mundial

O crescimento desses tipos de dietas no Brasil acompanha uma tendência mundial. Na Europa, 14% de todos os novos


Rosemir lançou a Vegano Shoes, uma das primeiras empresas do planeta a excluir produtos de origem animal em calçados e acessórios

produtos lançados em 2015 eram vegetarianos ou veganos. De 2013 a 2015, o lançamento de produtos veganos no continente cresceu 150%. Nos supermercados brasileiros já é possível encontrar muitas versões veganas de produtos cárneos ou lácteos, como nuggets, presuntos, quibes, coxinhas, salsichas, linguiças, sorvetes e requeijões. Com mais opções de produtos para vegetarianos, a procura por eles também aumentou 40% nos últimos dois anos. Exemplo disso são os cosméticos veganos, aqueles que não são testados e nem possuem nenhum tipo de matéria prima de origem animal. Eles podem ser desde maquiagem até produto para barba, cabelo, sabonete, hidratante, etc. Esses produtos estão mais sofisticados e ganhando novas tecnologias. Além disso, trazem mais benefícios para a pele do que os industrializados, como produtos com óleo vegetal ao invés do mineral. A crescente demanda tem levado muitos empreendedores a investir no segmento. No Brasil existem mais de 230 restaurantes vegetarianos e veganos, além de um boom de lançamentos de pratos e lanches veganos. Em Franca, muitos estabelecimentos já aderiram a essa “revolução silenciosa”, oferecendo desde 64| enfoque franca | fevereiro 2018

alimentos até cosméticos. Uma destas empresas é a Vegano Shoes – uma das primeiras empresas do planeta a excluir produtos de origem animal em calçados e acessórios. Com sede em Franca e inaugurada em 2013, a Vegano Shoes tem reconhecimento mundial e ótimo desempenho no mercado, para orgulho de seu idealizador, o empresário Rosemir dos Reis Folhas, que há mais de 10 anos aderiu ao vegetarianismo. “Cresci em contato com animais e a natureza e sempre achei que havia algo errado em matar um animal para me alimentar, mas aprendi que isso era necessário para manter a saúde do corpo, até que conheci uma amiga vegetariana e descobri que o que me ensinaram não era verdade”, conta Rosemir, cuja gota d’água para o consumo de carne foi o filme “Terráqueos”. Desde então, ele se alimenta apenas de legumes e novas fontes ricas de proteínas. “O ideal é consultar um nutricionista para orientar sobre como proceder com a mudança e se alimentar de forma correta”, indica.

Algumas dificuldades

Mas nem sempre é fácil seguir esse estilo de vida em Franca. De acordo com a assistente administrativo Eloá Fernandes, 35 anos, uma das dificuldades do

Hélio diz que foi sua profissão – a de cuidador de animais/ pets – que o fez se interessar pelo universo vegetariano/ vegano

vegetariano é comprar comida pronta ou sair para comer fora. “Apesar de já termos alguns restaurantes vegetarianos/veganos, a maioria só abre à noite. Daí se você tem de almoçar fora, em um restaurante ‘normal’, precisa fazer um questionário para achar algum prato que não tenha presunto, frango, bacon ou peixe”, observa ela, cuja alimentação é baseada em alimentos integrais, frutas e legumes e folhas verdes escuras. “Procuro cozinhar em casa, evitando alimentos prontos, processados, temperados com conservantes e muito sódio”, diz Eloá, que adotou o vegetarianismo há 15 anos. Para o empresário no ramo de café, Renato Rosa de Faria, 39 anos, o vegetarianismo é uma daquelas coisas óbvias, mas que as pessoas teimam em não enxergar. “São três pilares básicos: respeito à vida; respeito à natureza e respeito à saúde”, observa Renato, que após passar pela dieta ovolactovegetariana aos 22 anos por influência de seu irmão, aos 30 anos descobriu o veganismo. “O assunto me chamou a atenção para a triste realidade dos animais. Então adotei a dieta vegetariana de


novo, até que um ano depois comecei a namorar minha atual esposa, que era ovolactovegetariana. Juntos, depois de muito estudo e preparação, adotamos o veganismo e foi a melhor decisão que já tomei na vida”, diz. Mas Renato admite que a transição não foi fácil: foi preciso uma reprogramação mental, além de estudo sobre nutrição e o respaldo de um profissional capacitado para fazer a adequação nutricional. Além disso, família e amigos se mostram “dificultadores” para quem adota o vegetarianismo, uma vez que ainda existem muita ignorância e preconceito em relação ao assunto. “Mas basta ter determinação que o paladar vai se adaptando e as transformações positivas começam a surgir”, afirma.

a incidência de cáries diminuiu -, mas no humor, na mudança de atitudes e pensamentos. “Sentimentos como empatia e solidariedade se tornam mais af lorados, logo você não se contenta em ajudar a proteger apenas as vacas, porcos e aves, você quer salvar os elefantes e as formigas. Passa a respeitar o próximo, seja ele quem for, porque um sentimento de empatia vai tomando conta de você, que, en-

Segundo Renato, o vegetarianismo é baseado em três pilares básicos: respeito à vida; respeito à natureza e respeito à saúde

fim, entende que é apenas parte do todo onde vive”, destaca. Renato concorda com Eloá. Apesar de sua saúde e disposição terem melhorado de forma significativa, o que mais o impressiona foi a mudança em relação à visão do mundo, a paz de espírito. “Você se sente mais limpo, mais leve, com uma energia mais pura e plenamente conectado com o universo”, afirma o empresário que, por todos os benefícios de seu estilo de vida, tira de letra o preconceito que ainda existe contra os vegetarianos e veganos. “As pessoas frequentemente ridicularizam os vegetarianos em eventos sociais ou familiares, infelizmente”. Por acreditar que o que torna uma pessoa vegetariana/ vegana é a informação, Rosemir criou o grupo Vegetarianos de Franca no Facebook, que já tem mais de 300 membros. O objetivo é aproximar e ajudar pessoas com interesse em ter uma alimentação melhor e livre de crueldade. “Temos promovido eventos como piqueniques e a Feira de Vegetarianismo e Veganismo, que em sua última edição recebeu três mil visitantes em apenas um dia”, diz. Isso demonstra que a “revolução silenciosa” provocada pelo vegetarianismo e veganismo tem sido cada vez menos silenciosa. Um sinal de que os tempos estão mesmo mudando. e

As vantagens e benefícios

Que o diga Eloá, que vivencia todos os dias os benefícios do vegetarianismo não apenas na saúde – por exemplo, a digestão é mais rápida e natural; enfoque franca | fevereiro 2018|65


|fraseado

Um homem com mais de 55 anos acha que não faz mais besteiras. Isso é o que ele pensa. MAURICE CHEVALIER

Deus é como um espelho. O espelho nunca muda, mas todos os que olham para ele veem uma coisa diferente.

Hippie é alguém que parece o Tarzan, caminha como a Jane e cheira como a Chita.

FINLEY PETER DUNNE

Não é digno de saborear o mel aquele que se afasta da colmeia com medo das picadas das abelhas. SHAKESPEARE

PROVÉRBIO JAPONÊS

O casamento se assemelha a uma tesoura; lâminas tão presas entre si que dificilmente podem ser separadas, se movendo geralmente em direções opostas e, no entanto, sempre ferindo qualquer um que se coloque entre elas. A gente só diz sim ou não no casamento e, ainda assim, às vezes erra. ITAMAR FRANCO

Metade da humanidade passa fome e metade faz regime. Resumindo, a humanidade inteira passa fome. PAULO CERQUEIRA

Mostre-me um bom perdedor que eu te mostro um idiota. LEO DUROCHER

O mundo está tão confuso que o Papa faz discurso e o Fidel dá sermão.

BERTRAND RUSSEL

HENRY YOUNGMAN

É melhor ser pessimista do que otimista. O pessimista fica feliz quando acerta e quando erra.

Criar filho é como jogar videogame: a fase seguinte é sempre mais difícil. SILVIO A. D. DA SILVA

MILLÔR FERNANDES

As pessoas entram em nossa vida por acaso, mas não é por acaso que elas permanecem. LILIAN TONET

As pessoas casam-se por falta de juízo; separam-se por falta de paciência; e casam-se novamente por falta de memória.

Há duas tragédias na vida. Uma é não fazer o que o coração deseja. A outra é fazer. BERNARD SHAW

LOUIS NIZER

Preocupe-se mais com seu caráter do que com sua reputação, porque seu caráter é o que você realmente é, enquanto a reputação é apenas o que os outros pensam que você é. JOHN WOODEN

Por que cometer erros antigos se há tantos erros novos a escolher?

Estou apaixonado pela mesma mulher há quarenta e um anos. Se minha esposa descobrir, vai me matar.

CLÁUDIO LEMBO

Um homem apaixonado confunde espinha com covinha.

SYDNEY SMITH

RONALD REAGAN

Há pessoas tão chatas que nos fazem perder um dia inteiro em cinco minutos. JULES RENARD

Casa de “tolerância” é um local onde se tolera tudo... Menos a falta de dinheiro. MOREIRA DA SILVA

Só porque você sai para jantar com alguém, não quer dizer que tem que ser a sobremesa. DORA BRIA



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