Enfoque 199 - Janeiro

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primeiras linhas Nem sempre o conhecimento formal é a chave para o sucesso de uma iniciativa, seja ela empresarial, cultural, jurídica ou política. O primeiro aluno do curso nem sempre será o profissional mais criativo no dia a dia da profissão. Michael Faraday pouco conhecia de matemática e de física, mas isso não o im­ pediu de descobrir a eletricidade induzida. O fato de ignorar matemática fez com que ele desenvolvesse um conceito não-matemático para explicar os fenômenos elétricos e magnéticos. Julius Robert Oppenheimer dava um valor extraordinário à percepção sensorial, dizendo que ela poderia resolver complexos problemas de física que os especialistas bem treinados nem sempre conseguiam ver. São conceitos de séculos passados explicando as mudanças velozes que o ser humano en­ frenta neste início de século XXI. Apesar da modernidade e da velocidade das transforma­ ções, muitos (falsos) líderes continuam im­ pondo antigas formas aos novos conteúdos. Não adianta mudar a apresentação se o jeito de fazer continua errado. O máximo que se consegue é adiar a constatação do fracasso. É impressionante como os últimos 50 anos se transformaram nos primeiros de uma nova civilização. O sucesso geralmente é compa­ nheiro da ousadia. Antes do profissional vem o amador. Antes da visão vem a percepção. A capacidade de antever oportunidades é que faz os especialistas geniais. Assim como o celular praticamente exterminou o telefone fixo, assim como a internet exterminou o fax, o IPad e o smartphone chegaram com a proposta de acabar com a internet como o mundo conhecia. A notícia instantânea está colocando um termo à informação impressa, ainda vista no seu processo medieval. Todo processo de busca e transcrição da notícia vai terminar quando ela for para o ar num site de internet, praticamente extinguindo o processo industrial de um jornal. O que vai permanecer é a informação segmentada, proporcionando uma leitura de qualidade no formato revista. Não para quem quer, mas para quem sabe fazer.

Cesar Colleti

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entre linhas Antigamente, pouco se via mulheres pilotando motos, ou até mesmo em garupas, já que esse universo sempre foi dominado pelos homens. Mas, como tudo na sociedade moderna, o pelotão feminino avança e conquista cada vez mais território. Prova disso é que, atualmente, de cada quatro motos vendidas uma sai das lojas levada por mãos femininas. E, segundo dados do Denatran, as mulheres já são 33% dos que têm Carteira Nacional de Habilitação tipo A. Em Franca, o fascínio pelo ronco dos motores sob duas rodas tem atraído cada vez mais mulheres, que abrem mão do conforto dos carros para andarem de moto. Foi esse mesmo fascínio que levou um grupo de mulheres a criar o The Roses, primeiro moto grupo feminino de Franca. Sem um perfil específico, o The Roses é formado por mulheres de diferentes idades – desde os 18 até os 41 anos – e profissões, mas com algo em comum: o amor e o respeito pelo motociclismo, o que faz disso a essência do moto grupo. É para mostrar um pouco desse universo que Enfoque traz uma reportagem sobre o assunto, com depoimentos daquelas que desfilam orgulhosas sobre suas motos, atraindo a atenção por onde passam. Nesta edição trazemos também uma ampla matéria sobre o xadrez e seus inúmeros benefícios enquanto esporte. Inclusive, ele é hoje uma das categorias esportivas que recebe apoio da Prefeitura de Franca através da FEAC, estimulando a formação de equipes para competição. E como forma de fomentar o xadrez entre os francanos, atualmente a cidade conta com aulas de iniciação em xadrez em três núcleos: CEU – Centro de Esportes Unificados do Parque Vicente Leporace, Centro Comunitário do Jardim Aeroporto III e no Sesi. Esses e outros assuntos você encontra na edição de janeiro da Enfoque, que, como ocorre todos os anos, chega às suas mãos, leitor, ainda em dezembro. Aproveitamos para desejar que 2018 seja um ano ainda mais próspero e feliz para todos.

Fernanda Ribeiro Editora Chefe

Enfoque Franca é uma publicação periódica mensal des­ti­na­da ao público em geral ISSN 1981 6219 ® Marca Registrada Diretor Responsável Cesar Colleti Editora Fernanda Ribeiro - MTB 32.745 Designer Gráfico Leonardo Vasques Carvalho Fotografia Ricardo Fernandes Consultoria de Marketing Lucas Rodrigues da Silva Colaboradores desta edição Adriana Barbosa Raymundo Beto Chagas Frederico Millano Huang Wei Ling Jessica Lima Juliana Previato & Victor Prado Luís Henrique Borba Perpétua Amorim Ulisses Henrique Garcia Prior

Impres­são Cristal Indústria Gráfica (16) 3711-0200 As opiniões e con­cei­tos emi­tidos em arti­gos são de in­tei­ra res­ponsabilidade de seus au­tores. O con­teú­do dos anúncios pu­bli­ci­tá­ri­os é de inteira responsabilidade das em­pre­sas anun­ cian­tes, e não expressa neces­sa­ri­a­men­ te a opi­nião ou a posi­ção da re­vis­ta Enfoque Franca e dos seus dire­to­res e edi­to­res. Para Anunciar Telefone: (16) 3713-3300 Fax: (16) 3713-3300 de 2ª a 6ª feira das 8h às 18h. E-mail: comercial@izzon.com.br

Assinaturas

Telefone: (16) 3713-3300 Fax: (16) 3713-3300 de 2ª a 6ª feira das 8h às 18h. E-mail: comercial@izzon.com.br

izzon CNPJ – 00.018.756/001-68 Rua José Salomoni, 275 CEP 14401-298 - Franca/SP Fonefax: (16) 3713.3300 anuncios@enfoquefranca.com.br


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sumário

seções 04| primeiras linhas Cesar Colleti

linhas 04| entre Fernanda Ribeiro comportamento

24| Jéssica Lima

Ano XVII Nº 199 Janeiro de 2018

24| negócios Ulisses Henrique Garcia Prior

44

Moda Estudos comprovam que as cores das roupas interferem no humor

45

Homens Com fisiologia diferente, homens não costumam ter celulite

viver bem

24| Huang Wei Ling 66|

fraseado

notas 08| 10| 12| 14| 16| 18|

mirante panorama entrever rápidas bloco de notas post scriptum

crônicas 20|

pulsar Luis Henrique Borba

20| miragem

Adriana Barbosa Raymundo espaços

20| Juliana Previato & Victor Prado 22| 360 graus

Perpétua Amorim

22| palavras contidas Beto Chagas

22|

mais ou menos Frederico Millano

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Artes O olhar de Gustavo Ribeiro Andrade que eterniza momentos

28

46

Economia Aumento da criminalidade aquece o setor de segurança privada

Música Claryssa Pádua é destaque da nova geração de violonistas do país

30

48

Economia Para driblar a crise, empresas investem em treinamentos de equipes

32

49

Educação Feira de Ciências estimula criatividade e conhecimento em Franca

Como Funciona Ver filmes ou ouvir músicas ficou mais fácil com o streaming

36

50

Mulher Interesse por motociclismo cria 1º moto grupo feminino em Franca

Saúde Francanos descobrem os benefícios do Recovery, novidade em saúde

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53

Perfil Vicente Leporace fazia do microfone arma para combater injustiças

Saúde bucal Check-up odontológico pode prevenir doenças em crianças e adultos

39

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Arquitetura Banheiros se destacam em projetos com arrojadas tendências

Terceira Idade Como o estilo de vida determina como uma pessoa vai envelhecer

40

58

Comportamento Ser bom ou mau? Como essa reflexão povoa a mente das pessoas

Nutrição Ovo é comprovado como um dos alimentos mais nutritivos

42

60

Crianças Filhos pequenos levam pais a lidarem com seres imagináveis

Nutrição Limão possui coquetel de vitaminas e minerais que curam doenças

43

61

Pet 10% dos animais de estimação sofrem com problemas oculares

62

Esporte Com vários benefícios, xadrez ajuda formação de atletas em Franca

Literatura Com olhar apurado sobre o cotidiano, Bruno Peres lança seu livro

38

40

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|mirante

CENTRO DE VOLUNTÁRIOS >>

ABICALÇADOS

A nova diretoria do Centro de Voluntários da Saúde já foi eleita para 2018 e é composta por: José Luís de Oliveira Beneli, diretor presidente; Dalila Abrão Barini, 1ª vice-diretora presidente; Cristina Martins Barbosa de Andrade, 2ª vice-diretora presidente; Neude Dias de Oliveira, 1ª diretora secretária, e Maria Helena Cova Garcia, 2ª; Sonja Maria da Fonseca Gajardoni, 1ª diretora tesoureira, e Mara Antônio Alarcon Polo, 2ª tesoureira.

A Abicalçados recebe até 28 de fevereiro inscrições de empresas calçadistas que desejam concorrer na 6ª edição do Prêmio Direções. A iniciativa, que reconhece os melhores cases realizados nos anos de 2016 e 2017 nas categorias Gestão Industrial, Marketing, Internacionalização, Design e Sustentabilidade, além do jornalista responsável pela melhor matéria setorial escrita ao longo de 2017, inscreve pelo www.premiodirecoes.com.br.

Eleita nova diretoria para 2018

Prêmio Direções inscreve até 2018

MEIA ENTRADA I

MEIA ENTRADA II

Professores têm direito a benefício

Recusa pode gerar multas e ações

Os professores da rede estadual de Franca têm o direito de comprar ingressos para assistir eventos artísticos e culturais pagando 50% do valor total. A lei concede meia entrada em estabelecimentos que proporcionem lazer e cultura aos docentes, desde que apresentem carteira funcional ou holerite. Diretores, coordenadores pedagógicos, supervisores e titulares de cargos do quadro de apoio das escolas estão entre os beneficiados.

O benefício da meia entrada é Lei e todos os organizadores de eventos culturais e artísticos devem respeitá-la. Aquele que negar este direito a algum estudante ou professor deverá pagar multas por danos morais e ver seu alvará de funcionamento ser suspenso. A pessoa que se sentir lesionada deve chamar a Polícia, ir ao Procon, abrir um Boletim de Ocorrência, ou, se for o caso, entrar com uma ação judicial contra o estabelecimento.

<< NATAL I

<< NATAL II

O cenário econômico não melhorou como todos esperam, mas isso não tem sido motivo para impedir que os francanos invistam em presentes para a família neste Natal. Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Economia ACIF revelou que 75,2% dos entrevistados pretendem consumir neste Natal. O percentual está acima do verificado no mesmo período do ano anterior, quando 64,52% dos consumidores pretendiam realizar compras de fim de ano.

Além disso, a pesquisa apontou que 66,6% dos entrevistados gastarão valores iguais ou maiores do que no ano anterior. Fatores como estar empregado e/ou possuir filhos influenciaram positivamente a compra de presentes, conforme análise feita pelo Instituto. “Contudo, outras variáveis devem ser levadas em consideração, como a queda da inflação, o que aumenta o poder de compra das famílias” diz o economista da ACIF, Adnan Jebailey.

Francanos investem em presentes

Gastos serão maiores ou iguais a 2016

<< ACESSO GRATUITO

Projeto Guri disponibiliza material Desde o início deste mês, os livros didáticos produzidos pelo Projeto Guri, programa mantido pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, estão disponíveis gratuitamente no site http://www.projetoguri.org.br/livros-didaticos/.O material reúne os conteúdos abordados no ensino coletivo de música nos polos da instituição, com sugestões de atividades e repertório, dicas e curiosidades organizadas por renomados educadores musicais.

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@carmensteffens CarmenSteffensOnline

Carmen Steffens CALÇADOS, ROUPAS E ACESSÓRIOS AV. RIO AMAZONAS, 638 - RESIDENCIAL AMAZONAS | FRANCA – SP

ARUBA

BUENOS AIRES

CANCÚN

CANNES

MIAMI

MONTERREY

PUNTA DEL ESTE

560 LOJAS - 19 PAÍSES

RIO DE JANEIRO

SANTIAGO

SÃO PAULO

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|panorama

FIM DE ANO >>

CONCERTO DE NATAL

Os francanos poderão ter a comemoração de Réveillon este ano, totalmente gratuita. Pelo menos é o que afirma o prefeito Gilson de Souza, que pretende realizar o evento em regiões como Leporace, complexo Aeroporto, São Luiz, Paulistano, Vila São Sebastião e outros, além dos Jardins Noêmia, São José e Ângela Rosa. Ao todo serão cinco regiões e entre as atrações estão confirmados o cantor Renato Teixeira e o rapper Rappin’Hood.

Com um repertório especial para o final do ano, o Coro Experimental da Unesp tem duas apresentações agendadas para a cidade: nos dias 17 e 18. No primeiro dia, os coralistas se apresentarão sob a regência do maestro Rafael Andrade, com o “Concerto de Natal”, no Anfiteatro do UniFacef, a partir das 20h. No dia 18, o mesmo espetáculo será apresentado na Igreja Menino Jesus de Praga, também no mesmo horário. A entrada é gratuita.

Franca poderá ter Réveillon de graça

Coro da Unesp Franca se apresenta

CHINA E EU I

CHINA E EU II

Abertas inscrições para concurso

Estudantes da rede têm até o dia 22

Os estudantes de Franca dos ensinos fundamental, médio e EJA – Educação para Jovens e Adultos têm até o dia 22 de dezembro para se inscrever no concurso “China e Eu”. A iniciativa visa estimular o conhecimento sobre a cultura chinesa entre os alunos da rede estadual. Trata-se de um prêmio de produção de audiovisuais, que pretende valorizar os trabalhos dos alunos que abordem a cultura, culinária, economia e aspectos da vida chinesa.

Os vídeos devem ser publicados no Youtube e o link do vídeo deverá ser informado no formulário de inscrição. Os vídeos devem ser curtos, com, no máximo, 1 minuto de duração. Qualquer material com duração superior será desclassificado. Além disso, as produções audiovisuais devem respeitar o tema proposto: “China e Eu”. Os concorrentes poderão formar grupos de até três participantes. Inscrições pelo site www.educacao.sp.gov.br.

<< BRINQUEDOS I

<< BRINQUEDOS II

A CDL de Franca – Câmara de Dirigentes Lojistas -- está trabalhando com uma campanha de arrecadação e doação de brinquedos para famílias menos favorecidas. A iniciativa realizada em parceria com a Polícia Militar e o Conselho de Segurança visa arrecadar os brinquedos junto aos comerciantes para doá-los em vários pontos da cidade, durante patrulhamento da PM. “Trata-se de uma ação muito importante”, diz o tenente Milan, da PM.

Para o presidente da CDL Franca, Maurício Pereira Ramos, o objetivo da campanha é levar uma imagem positiva da Polícia Militar à população. “Isso é para que os pais não influenciem as crianças de forma negativa sobre a polícia. Precisamos ver os policiais como gente do bem, que resolvem os piores casos da comunidade”, diz. A iniciativa continuará ao longo de 2018 e a expectativa é distribuir 500 brinquedos nos primeiros meses.

CDL Franca e PM realizam ação

VIRADA DO ANO >>

Castelinho prepara Réveillon Para quem ainda não sabe o que fazer na virada do ano, o Castelinho promoverá seu tradicional Réveillon e este ano a animação ficará por conta da Banda Tio Song e DJ. A festa contará com open bar, open food, ilha de drinks, espaço kids, cantinho do sono para as crianças, boate infantil e estacionamento. A expectativa da diretoria é que o Réveillon supere o sucesso do ano anterior, quando atraiu inclusive convidados da região. 10| enfoque franca | janeiro 2018

Iniciativa segue ao longo de 2018


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|entrever

ARTES PLÁSTICAS I >>

<< ARTES PLÁSTICAS II

Sandra Freitas em exposição

Quadros foram pintados em lonas

A artista plástica e professora de Artes, Sandra Freitas, está com a exposição “Retalhos do Brasil” na Top Kazza até 31 de janeiro. A mostra é inspirada na trajetória das lonas de caminhão, que viajaram o Brasil com a função de transportar produtos. Esse material recebe uma nova roupagem e de agora em diante transportará a arte através de mostras por todo o Brasil. A entrada é gratuita e a Top Kazza fica à Avenida Paulo VI, 889.

Segundo Sandra Freitas, a coletânea pintada em lonas de caminhão recebeu o nome de “Retratos do Brasil” porque retratou particularidades do povo brasileiro, como crenças, rituais, tradições e culturas. “Utilizei-me de técnica própria, misturando tintas e cores com tecidos e emoções. Vale à pena conferir, afinal, foi um trabalho feito com muito carinho, pensando no quão maravilhoso é o nosso Brasil”, destaca a artista plástica.

MÚSICA

TRADIÇÃO

Show dos Locutores será no dia 22

Morada du Capiau Queima o Alho

O Pesque Pague Santa Clara ficará pequeno no dia 22 de dezembro. É que acontece a partir das 22h, o Show dos Locutores, com diversas apresentações musicais. Entre as atrações já confirmadas estão a cantora Fátima Leão, Trio Silverado, Banda Capiau, a dupla sertaneja João Pedro & Cristiano e Guilherme & Gustavo. Os ingressos estão à venda no Santa Clara, que fica à Avenida São Vicente, 4000. Informações na Rádio Três Colinas.

A Morada du Capiau promove no dia 17 deste mês, a partir das 11h, em suas instalações, a VI Queima do Alho, com várias atrações durante todo o dia. Na programação musical constam shows de Cézar e Paulinho, Valdo Reis e Pratini, Cassiano e Diquinho, Zé do Cedro e Tião do Pinho e o Grupo de Catira “Os Considerados”. Os convites custam R$ 30, já incluso o almoço. Informações na Morada du Capiau, pelo telefone 9.9116-6809.

<< CULTURA I

Peça é da Cia Entre Nós

O Espaço Nulo recebe dia 20 de dezembro, às 20h, o espetáculo “Nós ou Ninguém podia ouvir os Olhos Dela”, da Cia Entre Nós, de Franca. Inspirado em casos reais e em obras de artistas como Suzanne Lacy, Leslie Labowitz e Nina Simone, a peça tem Daniela Rosa, Larissa Baq, Renata Prado, Rafael Bougleux, Wendel Dima e direção de Fernando Gimenes, evocando a a cumplicidade do espectador sobre a violência doméstica das relações amorosas.

E para abordar o assunto, o espetáculo traz a história de um casal que ouve jazz enquanto vivencia um processo artístico de investigação sobre a violência contra a mulher. A violência doméstica neste trabalho é uma denúncia e não um julgamento. Os ingressos custam R$ 10 – estudantes e antecipados; e R$ 20 – inteira. O Espaço Nulo fica à Rua David de Oliveira, 2232, Chácara Santo Antônio. Informações: 98117-2335/WhatsApp.

ÚLTIMO DO ANO >>

Reggae Club toca na Kasinha A Banda Reggae Club volta a Kasinha para sua última apresentação do ano, que promete troca de boa energia e música de qualidade. A Reggae Club é formada por Eduardo Machado, Carlos Xaves, Gil Reis e Daniel Vasconcelos. O show acontece dia 23 de dezembro, a partir das 16h. Na ocasião o seletor Cauê Irie apresentará aquela seleção pesada extraída dos vinis. Os convites são vendidos a R$ 10. A Kasinha fica à Rua Tiradentes, 1611. 12| enfoque franca | janeiro 2018

<< CULTURA II

Violência doméstica em peça teatral


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|rápidas

RESIDÊNCIA MÉDICA I >>

<< RESIDÊNCIA MÉDICA II

Franca passa a contar com o Programa Municipal de Residência Médica, que disciplinará o pagamento de bolsas de estudos e de auxílios de preceptoria e de coordenação, o que facilitará a expansão dos atendimentos na rede básica de saúde. Isto é, os profissionais se graduarão como Médico da Família e ao mesmo tempo atenderão no município, ajudando nas demandas existentes na atenção básica, melhorando a assistência hoje prestada.

Segundo o secretário municipal de Saúde, Rodolfo Moraes Silva, há ainda projeto de abertura de novas unidades de saúde nos próximos anos em parceria com o Ministério da Saúde. “A ideia é aproveitar esses profissionais atuando na expansão do atendimento da Estratégia de Saúde da Família”, reforça Rodolfo, acrescentando que este ano, três profissionais estão atuando na rede pública e para 2018 a intenção é triplicar esse número.

Franca contará com programa municipal

Residentes ajudarão na demanda local

ESPORTE

PARA DOCENTES

Franca sedia no dia 17 de dezembro, a Corrida e Caminhada de São Crispim, que integra as comemorações dos 193 anos da cidade. O evento está sendo organizado pela FEAC/Divisão de Esportes, com largada e chegada dentro do conjunto Poliesportivo. Aberto à população a partir dos 14 anos, o evento terá início às 7h45, com previsão da segunda largada da prova dos 5 km às 8h e depois, às 8h30, da prova de ACD (atletas com deficiência).

Os docentes da área de Exatas que desejam ampliar seus conhecimentos podem contar com cursos gratuitos online da Univesp. Os temas são variados, como Cálculo III para Engenharia, Introdução à Bioquímica, Astronomia, Geometria Analítica e vetores, entre outros. Para conferir as opções, basta acessar http://univesptv.cmais.com.br/ cursos/exatas. Além das aulas, é possível acessar o material didático e bibliografia das disciplinas.

Corrida de São Crispim dia 17

Univesp oferece cursos gratuitos

IMPOSTO DE RENDA I >>

<< IMPOSTO DE RENDA II

Os francanos que quiserem ajudar algum projeto social através do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCAF têm até o dia 28 de dezembro para doar até 6% do Imposto de Renda – sendo 3% até esta data e 3% na entrega da declaração do IR. De acordo com a Receita Federal, Franca tem potencial de arrecadação de R$ 6,5 milhões, mas apenas R$ 565.965,81 foram captados em 2017. É possível mudar esse cenário.

Embora o montante arrecadado esteja aquém da capacidade do município, foram aprovados 12 projetos sociais, num total de 17 apresentados, apoiando atividades de esporte, lazer e cultura a mais de cinco mil crianças e adolescentes. Quem quiser melhorar esse cenário pode fazer sua doação para 2018. O valor destinado será devolvido como aumento na restituição do imposto ou redução do imposto a pagar. Informe-se: www.seufuturo.org.br.

Francanos podem doar a ações sociais

SHOW DE VIOLÃO >>

Claryssa Pádua se apresenta dia 19 A violonista Claryssa Pádua se apresenta na Casa da Cultura de Franca, no dia 19 de dezembro, às 20h. O repertório será baseado nos Nuevos Estudios Sencillos - conjunto de dez pequenas peças do compositor cubano Leo Brouwer, como homenagens a distintos compositores, abrangendo desde os períodos clássico-romântico ao moderno. Ela apresentará ainda obras de compositores como Manuel de Falla, Agustín Barrios e Heitor Villa-Lobos. 14| enfoque franca | janeiro 2018

Franca precisa de mais doadores


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|bloco de notas

CALÇADOS I >>

<< CALÇADOS II

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados, em novembro, os calçadistas exportaram 9,88 milhões de pares, que geraram US$ 83,43 milhões, números menores tanto em volume (-10,6%) quanto em valores (-0,9%) em relação ao mesmo período de 2016. De janeiro a novembro, as exportações seguem positivas tanto em volume (+2,1%) quanto em valores (+11,9%) no comparativo com período igual de 2016.

Para o presidente da Abicalçados, Heitor Klein, os resultados de novembro são reflexo do encarecimento do calçado brasileiro, que passou do preço médio de US$ 7,60 para US$ 8,50 entre novembro de 2016 e o mês passado. “Com a recente valorização do real sobre o dólar, nosso calçado ficou com preço menos competitivo, o que tem impacto nas exportações, especialmente para países mais sensíveis a preço, caso dos Estados Unidos”, diz.

Exportações caem em novembro

Encarecimento do produto seria motivo

CAFÉ I

CAFÉ II

A Central de Cursos e Capacitação da Prefeitura recebe inscrições para o curso gratuito que será ministrado no início de 2018 em duas turmas diferentes: Certificação de Café e Classificação. Com duração de quatro dias, as aulas habilitarão os participantes a conhecerem os mais diferentes tipos de café através da análise dos grãos e outras particularidades da bebida. São 10 vagas em cada turma e a primeira começara em 29 de janeiro.

O curso de Certificação de Café e Classificação é voltado ao atendimento das normas estabelecidas de selo de origem, o que identifica a procedência e garante qualidade, agregando valor aos produtos. Para se inscrever o pretendente deve se dirigir ao Parque Fernando Costa, com xerox da documentação pessoal, RG, CPF e CNPJ ou CCIR do imóvel rural a que são vinculados. O curso é oferecido em parceria com o Sindicato Rural, Senar e Sebrae.

Curso gratuito de Certificação

Aulas terão início dia 29 de janeiro

TELEVISÃO I >>

<< TELEVISÃO II

Até o dia 23 de dezembro, de acordo com o horário do comércio, a Seja Digital realiza duas ações simultâneas em Franca: o “Feirão Digital”, que visa facilitar o acesso da população aos equipamentos que possibilitam que televisores antigos recebam o sinal digital, e a “Tenda de Atendimento” montada na Praça Matriz, próxima à fonte, onde a população pode tirar dúvidas sobre o desligamento do sinal analógico, a instalação, entre outros.

Em Franca e em outros 24 municípios da região, o sinal analógico de TV está previsto para ser desligado no dia 31 de janeiro. Após o desligamento, só será possível assistir à programação da TV aberta por meio do sinal digital. Para estar preparado antes da data-limite, é importante verificar se a antena já é digital e se o aparelho de televisão precisa de um conversor externo, aparelho que transforma o sinal analógico em digital.

Feirão Digital segue até dia 23 deste mês

IPTU 2018 >>

Carnês serão entregues até dia 05 Os novos carnês de IPTU de 2018 chegarão às residências dos francanos até dia 5 de janeiro. São 160 mil unidades. De acordo com a secretária de Finanças, Tânia Bertholino, as entregas serão feitas a partir do primeiro dia útil de 2018, ou seja, no dia 2 de janeiro. A postagem ocorrerá logo depois do Natal, com previsão de que a partir do dia 5 de janeiro todos tenham em mãos o seu carnê. Haverá descontos para quitação à vista. 16| enfoque franca | janeiro 2018

Sinal analógico termina em janeiro


a r a p s o d i v u DĂŞ o a magia

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|post scriptum

IMOBILIÁRIO I >>

<< IMOBILIÁRIO II

A Bild Desenvolvimento Imobiliário acaba de lançar o Dublin, seu 4º empreendimento em Franca. Um dos diferenciais será a localização: no bairro Residencial Paraíso, ao lado do Ginásio Poliesportivo, próximo a supermercados, farmácias, escolas e vários restaurantes. O residencial possui torre única e 14 pavimentos, com apartamentos de 127 e 95 m² com opções de duas ou três suítes, além de área de lazer ampla com espaços exclusivos.

A Bild, em Franca há cinco anos, tem três empreendimentos na cidade. O primeiro foi o Sky Condomínio Clube entregue em 2016, no São José; o segundo, o The One, lançado em 2014, considerado um sucesso de vendas em fase final - no Jardim Consolação. Neste ano foi lançado o Cosmopolitan, localizado à Rua dos Pracinhas, 251, no Residencial Paraíso. Recentemente, a empresa inaugurou sua Central de Negócios em Franca.

Novo residencial próximo ao Poli

CURSO DE VERÃO

Bild atua há cinco anos em Franca

EDUCAÇÃO

Santa Casa seleciona candidatos

Rede estadual terá aplicativo

A Fundação Santa Casa de Misericórdia de Franca está com inscrições abertas para a seleção de candidatos ao processo seletivo para ingresso no “Curso de Verão”, que acontecerá no período de 02 a 12 de janeiro de 2018, nas áreas de Anestesiologia, Clínica Médica, Cirurgia Geral, Ginecologia e Obstetrícia, Ortopedia e Traumatologia e Pediatria. Mais informações sobre o processo com Angélica Pelizaro, pelo telefone (16) 3711-4182.

Em parceria com Microsoft e Digital Pages, os alunos da rede estadual de ensino conhecerão no ano letivo de 2018, o “Caderno do Aluno”, projeto-piloto de material pedagógico que auxilia alunos em sala de aula na disciplina de Matemática, através de um aplicativo, com toda a interação permitida pela ferramenta. A disciplina de Matemática foi escolhida por se mostrar um desafio nacional nos últimos resultados de avaliações externas.

HOSPITAL DO CÂNCER I >>

<< HOSPITAL DO CÂNCER II

O Hospital do Câncer conta com uma Central de Doações e Central de Monitoramento. A primeira é destinada à captação de recursos, equipada com terminais para telemarketing e para recepcionar os contribuintes que preferirem fazer suas doações dentro do hospital. A Central continuará atendendo os contribuintes através do telefone: (16) 3712-3093 – ou pelo site: www. hospitaldocancerdefranca.com.br.

Já a Central de Monitoramento conta com tecnologia para visualização de todos os ambientes dos Hospitais do Câncer e do Coração e das áreas externas como estacionamentos, jardins com o objetivo de fornecer segurança aos pacientes, acompanhantes, médicos e colaboradores. Estas duas unidades só foram possíveis graças à doação de parceiros do Hospital do Câncer de Franca que realizam eventos há vários anos para promover melhorias.

Unidade com Centrais de Doação e Controle

Melhorias foram viáveis com doações

<< COMIDA POPULAR

Bom Prato completa 17 anos O Restaurante Bom Prato de Franca, subsidiado pelo governo estadual, acaba de completar, este mês, 17 anos. Ao longo destes anos, já serviu mais de 900 mil refeições na cidade, segundo levantamento do estado. A unidade funciona à Rua General Carneiro, 1317, próximo ao Poupatempo, no Centro. Diariamente, o Bom Prato de Franca serve 300 cafés da manhã e 1,2 mil almoços. Há estudos de implantação de um segundo restaurante em Franca. 18| enfoque franca | janeiro 2018


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|crônicas

Adriana Barbosa Raymundo

Luís H. Borba Escritor, autor de Viajando-me

|pulsar A claridade dos santos Puxa o ar duas, três vezes: “está feito…”, diz quase pausando em cada sílaba, as duas palavras saindo numa pastosidade a lhes marcar a concretude da convicção. O homem a sua frente lhe pergunta o que é que está feito. Deve ser a quarta vez que lhe faz a mesma pergunta. Olha o estranho, mas seus olhos tres­ passam a figura que lhe é desconhecida. Não reconhece ainda o lugar em que está: um quarto com paredes claras, uma cama clara, uma poltrona clara - ele mesmo ves­ tido com uma espécie de avental branco. Não tem interesse em perguntar onde está, não vê necessidade de responder ao desconhecido, que o encara com uma atenção de vigia. O estranho pergunta de novo o que está feito, e dessa vez inclui o seu nome na pergunta. Olha espantado para o homem que o conhece, tentando se lembrar do rosto imóvel do desconhecido que, em realida­ de, parece nem piscar. Agrada-lhe a luz que entra pela janela, a amaciar a forma dos objetos, a deixar tudo com a claridade que já era esperada, agora que está feito. Tem sede. Mas não quer interagir com esses olhos que não se desgrudam dele. Olha ao redor e percebe-se deitado. Não havia reparado que estava deitado, e que ainda há uma agulha espetada em seu braço com um tubo fino e longo ligando-a a um frasco pendurado ao lado da cama. Vira de lado na cama e ouve o homem lhe perguntar do que ele se lembra, dizen­ do mais uma vez o seu nome. Não quer responder, mas pergunta a si mesmo do que se lembra. A resposta é uma paz macia como a luz a entrar pela janela, uma paz cheia de braços a se revezarem em abraços. Paz a lhe dizer de seu merecimento de um quarto claro, digno dos santos.

20| enfoque franca | janeiro 2018

Juliana Previato & Victor Prado

Escritora

|miragem

Escritores

|espaços

De verdade

Os dias sem alarme

“De verdade” é o título de um livro que condigno a recomendações confiáveis, proferi ano passado. Sándor Márai, conta a mesma história em quatro versões incon­ gruentes, confrontando pontos de vista distintos entre si. O interessante do livro é como para um dos protagonistas, a situação foi algo profundamente marcante, onde sofreu, amou desvairadamente, estudou meticulosamente os pormenores de todo enredo para que tudo desse certo. O outro narra a mesma trama com displicência, tratando com desdém, insensibilidade e crueza o envolvido. Um terceiro é imparcial ao relatar sua versão, por não participar do desenrolar dos fatos, não lhe cabendo nem o direito, muito menos o dever em opinar quem está certo ou errado. E assim vai... Veio à tona uma dúvida cruel que sem­ pre carreguei entre neuras pessoais: quanto há de veracidade nas histórias (definidas como reais) difundidas de geração em ge­ ração entre as pessoas? Quais informações respeitar como genuínas? Reflito muito a respeito das vertentes de conhecimentos que alojamos no decorrer da vida. Descrições concretas dos fatos ou abordagens fictícias sobre a realidade? Alguns acontecimentos são difundidos com delicadeza ou dramati­ cidade, astúcia ou pureza. Qual critério usar para acreditar nas notícias que recebemos? Não esqueço o dia em que alguém admiravelmente culto, em um efusivo mo­ nólogo, dissertou que daqui alguns anos contemplaremos Hitler como um grande líder, assim como foi Napoleão Bonaparte. Mesmo declarando não ser praticante, nem defensor do nazismo, ao questioná-lo so­ bre a teoria antissemita aprovada por esse grande dirigente, argumentou coerência nas medidas tidas como drásticas ao decorrer do tempo, tendo toda sua crença embasada nos inúmeros livros (fontes autênticas de informações sobre o assunto) que estudou. Concluo que estou desatualizada sobre a história da humanidade. Esta, fragmenta­ -se e restaura-se fugazmente, não conse­ guindo alcançá-la.

O medo é de esquecer. E quando se esquece, o medo é de lembrar. Mas sempre há o alarme do celular: 6:20 da manhã, de segunda à sexta. Sábado não. Domingo, às 7:20 - o pastor não espera ninguém. Só Deus. Como disse, certo dia desses, para uma árvore muito velha que fica perto da Rua General Telles: Tudo no universo marcha, e marcha para esperar: nossa existência é uma vasta expectação onde se tocam o princípio e o fim. Ao que ela, muito gentilmente, me respondeu com o silêncio próprio de sua espécie. Espera-se o esquecimento, ou se espera a lembrança - é nesse compasso que cami­ nhamos ao trabalho, à escola, aos encontros casuais muito bem planejados & chegamos a toda essa melancolia própria dos prédios de 15 andares com vistas para todas as áreas da urbe. Esperamos que a vida gire e nutra nossos desejos enquanto tomamos café e matamos 10 ou 15 minutos do expediente. Ao final do dia, depois de já ter bebido o ha­ ppy hour, nos esquecemos de pagar a conta. Pesou. No bolso. Mais ainda na alma. Mas, quem nunca? Quem nunca esqueceu de pagar aquela promessa feita à mãe em dias de culpa? Quem nunca deixou pendurada a conta da briga da semana passada com o amor da sua vida porque simplesmente estava certo? Quem, nesse mundo, não deixou fiado a conta por medo, por orgulho? Os juros gritam e extrapolam o quanto temos na carteira ou no peito. Mesmo assim, continuamos a sorrir com nossas lentes dentárias feitas sob medida para nossas necessidades - que são tantas que chegam a embaçar meus pensamentos, a tomar por assalto meu equilíbrio & a tirar do eixo minha última refeição. É tarde, mas amanhã o alarme não soará & lembraremos que muito mais pertinente é compreender que vitória e derrota são sinônimos disrup­ tivos da harmonia que sustenta a música idiomática dos pássaros. Lembraremos que a aurora é coletiva. E que a vida não precisa de alarme.


enfoque franca | janeiro 2018|21


|crônicas

Beto Chagas

Perpétua Amorim

Psicólogo e escritor

Da Academia Francana de Letras

|360 graus Crocitas e arrulhos Cansei de olhar-me no espelho em busca de respostas que não tenho. Cansei da procura por sinais que não vejo em parte alguma. Esse silêncio em multidão atravessa paredes e ganha as praças e as ruas, invadin­ do espaços e disputando com os pombos os restos espalhados pelo chão. Palavras e gritos entulhados no paiol da existência, de nada valem, a não ser para alimentar os pombos. Acredito que os pombos são aprendizes de abutres, disfarçados com símbolo da paz, não atraem meus sentidos e nem a minha complacência. Ouço o seu silêncio, em ruflar de asas noturnas, no clarão que amanhece em meus olhos, enquanto sigo a multidão aparada em rumores de conciliação e vejo os abutres devorando-o em crocitas. Pombos e abutres pisoteando em migalhas, festejam num banquete de taças quebradas, em crocitas e arrulhos esmagam sussurros e degustam gemidos. O silêncio desce como um manto nublando a exposição midiática dos fatos e fortalecendo o mocambo. O silêncio abafa os sons, camufla os rangeres de portas e dentes, devora-os feito pombos com seus arrulhos que dificultam os dias e compro­ metem a existência. Devorando tudo. O silencio da multidão dói em mim, o barulho dos pombos invade minha sala e os abutres me sorriem. Vou dançar no meu quarto até acordar meu vizinho, vou cantar na janela e despertar a rua, vou bater panelas, mesmo que sozinha, até o apito do guarda soar na esquina da praça. Vou acordar o silêncio que dorme em lençóis de linho branco, lembrá-lo que logo ali o cobertor é feito de manchetes do mês que passou. Vou acordar o silêncio com uma cantiga de esperança. Peraí ... poeta, será que ainda há esperança? Poderia responder sim. Não. Talvez. Quem sabe... Contudo, há momentos que o silêncio deixa dentro de mim lacunas esbranquiçadas e cortinas intransponíveis de incertezas. Cansei de olhar-me no espelho em busca de respostas que não tenho. Cansei da procura por sinais que não vejo em parte alguma 22| enfoque franca | janeiro 2018

|palavras contidas

Frederico Millano é Cronista

|mais ou menos

Tru-tru e royal

O vento não veio

No limite entre as colinas da Estação e da Matriz, estabeleceu-se a família Curci, em meados do Século 20, chefiada pelo casal Antônio e Maria. Originários de Sales Oliveira, se fixaram na Rua Homero Alves, com cinco filhos, sendo dois meninos e três meninas, os quais bem adaptados à cidade, dela jamais saíram, formando gerações de pessoas de bem, que contribuem em diver­ sos segmentos da sociedade, especialmente educação, saúde, comércio e prestação de serviços. A caçula, Dalila, nascida num cinco de janeiro, veio a se casar com José Luiz Chavier, professor de mecânica da antiga Escola Pro­ fissional “Julio Cardoso”, da qual fora aluno, tendo seguido carreira até aposentar-se. Um casamento que ultrapassou a marca das bo­ das de ouro. De hábitos simples e natureza serena, Dalila preferiu a quase reclusão dos afazeres domésticos e os cuidados com os quatro filhos. No entanto, por detrás da aparente vida pacata e isolada, máquinas e mãos de artista fizeram o acabamento de milhares de peças, das quais inúmeras desfilaram pelos clubes e rodas da alta sociedade. Sem o “tru-tru” e o “royal” da Dona Dalila, com certeza as peças não teriam o mesmo realce. O diferencial dos pontos perfeitos estava nas adaptações especiais feitas nas máquinas, graças à cria­ tividade do marido, Professor Chavier, algo que nunca fora segredo, mas também não se comentava, unicamente porque aquela parceria visava o bem atender e nunca a competição do fazer melhor. Por décadas, inúmeras freguesas procuraram os serviços de Dona Dalila, a qualquer hora e tendo o serviço pronto no exato prazo combinado. Desprovida de vaidades e aberta à ajuda ao próximo, atendeu com a mesma solicitude, incontáveis pedidos de “tru-tru” e “royal” em peças para eventos beneficentes, sem perguntar denominação religiosa ou qual clube de serviço. Até que a máquina do tem­ po não permitiu mais ajustes e arrematou o fio de vida, deixando novelos de saudade nos corações de quem a conheceu.

Eu ainda estou te esperando. No mesmo lugar, com a mesma roupa e do mesmo jeito. Eu ainda estou te esperando. Com os olhos no relógio e a mente fixa no calendário. Eu ainda estou te esperando e já fez um dia, uma semana, um mês, um ano. Parece que faz um século. Eu olho para um lado, eu olho para o outro. Olho para frente e de vez em quanto eu olho para trás. E quando eu olho para trás, com os olhos de lembrança, meu coração fica apertado, a saudade se manifesta numa contorção explícita de angústia, um quase arrependimento de não ter tido a coragem de ser mais intenso quando todos os sinais pediam isso. A flor que apanhei no jardim se recusa a murchar na minha mão, assim como eu me recuso a sair daqui antes de você chegar. Tenho a impressão de que as nuvens que passam por mim agora já passaram por aqui antes. Não tão densas e nem tão devagar. É como a última chuva, que também parecia mais fria. O luar já esteve tão diferente, mais claro, mais escuro, mas sempre presente. Esse ar estranho sustenta a tua ausência, sustenta a agonia da espera. As folhas de fim de outono caem como a protestar pelo que não foi. Essa espera não tem limite e nem cabe em si. É maior do que o universo. Ela é maior do que é possível sentir. Só não é maior do que a eternidade. Eu não sei se eu engano a espera ou se é ela que me en­ gana. Já troquei a adolescência pela espera, já troquei a mocidade. Já dei o braço para o abraço, já dei a boca para o beijo. Já aprendi a canção e cantarolei até esquecer. Hoje a música é distante. Tenho a fala cansada, a boca dormente, a respiração ofegante. Já me senti sendo rua e já me senti sendo passo. Já vi a construção do casarão que ficou antigo, já vi a semente crescer, a árvore dar sombra. Já fui silêncio, já fui trovão, já esperei na chuva. Dia desses eu vesti as asas, mas o vento não veio. Dia desses eu era adulto, agora sou menino. Eu não entendo a espera, mas entendo o grande amor que sustenta a espera de você. Enquanto você faz seu caminho, eu continuo a te esperar.


enfoque franca | janeiro 2018|23


|Artigos

Ulisses Henrique Garcia Prior advogado no Dalmo Branquinho & Prior Advogados

| negócios Juros Abusivos Em razão da grave crise econômica que se instalou no Brasil desde os primeiros meses de 2015, muitas pessoas e empresas foram obrigadas a contratar empréstimos, renegociar dívidas do cartão de crédito, financiar veículos, bens de consumo e de produção. Muito se tem alardeado sobre a abusividade do valor da taxa de juros impostas pelos bancos para a obtenção destes créditos. A demanda é tanta que se multiplicam anúncios de empresas propon­ do redução do valor da dívida em todas as mídias. Importantíssimo ressaltar que as taxas de juros impostas nestes con-tratos não estão limitadas a taxa de 12% (doze por cento) ao ano, entendimento inclusive, já pacificado nos Tribunais de Justiça. Não serve de regra, mas podemos citar um precedente do Superior Tribunal de Jus­ tiça, que considera abusiva a taxa de juros quando esta figura em índice 50% acima da taxa média de mercado. Então, quando estaríamos diante de uma taxa de juros abusiva? É muito simples. Basta você entrar no site do Banco Central e verificar a taxa mé­ dia de juros aplicada por todos os bancos, considerando o mesmo produto que você pactuou. Caso a taxa que você esteja pagan­ do seja 50% superior à média aplicada pelo conjunto de todos os bancos, a taxa é consi­ derada abusiva pelos Tribunais Superiores, e, portanto passível o ingresso de ação judicial com reais possibilidade de êxito. As pessoas e empresas com dificuldades para saldar suas parcelas dos empréstimos devem, antes de ingressarem com demandas judiciais, requerer do profissional a ser con­ tratado uma planilha onde fique demonstra­ do que os valores das taxas de juros cobradas no seu contrato são realmente acima da média da taxa de mercado. Esse cuidado é fundamental, pois em caso de improcedência da ação, além da frustração com a perda do processo, você que já gastou para iniciar a ação, será ainda obrigado e arcar com honorários ao advoga­ do do Banco e demais despesas processuais. 24| enfoque franca | janeiro 2018

Huang Wei Ling Médica acupunturista e especialista em Dor

|viver bem Falta de desejo sexual? Tenho notado queixas de minhas pacientes de que “não tem sentido mais desejo sexual pelo parceiro” ou “o parceiro não está tendo mais aquela potência sexual e/ou estão tendo ejaculação precoce ou não consegue mais ter ereção”. Para cada função na Medicina Chinesa, tem um órgão interno que coordena e man­ da a energia necessária como uma bateria central e se esta bateria descarrega ou está com pouca carga de energia, a função declina ou acaba não funcionando. Para as funções sexuais, de ter desejo, ereção, e conseguir estar com suas funções intactas para se completar o ato sexual em si, é necessário que a “energia do Rim esteja adequada” para isto. A energia do Rim é a responsável pelas energias Yin e Yang do corpo e se um indivíduo tiver uma vida mui­ to atribulada, trabalhar excessi-vamente, dormir tarde, não tiver horas de descanso e de lazer, ou se ainda tiver muitas relações sexuais com ejaculação, este vai ser um possível fator para perda gradual desta energia do Rim. Nos livros de Medicina Chinesa, um dos fatores de envelhecimento do homem é através da ejaculação, onde ele perde a essência do Rim, que é responsável pela nossa juventude, e um dos sinais é o aparecimento de cabelos brancos. Para que o Rim receba energia adequada para manutenção de suas funções, deve estar à energia do Baço-Pâncreas equilibrada. Um dos fatores que geram deficiência de ener­ gia do Baço é o excesso de preocupação, muito comum entre as pessoas nos dias de hoje, ingestão crônica e repetida de alguns alimentos como laticínios, líquidos gelados, alimentos crus, doces e levando futura­ mente ao quadro indesejado de diminuição de libido, de desejo sexual e da potência sexual. Portanto, o tratamento deste tipo de sintoma requer a análise de vários fatores que poderiam estar envolvidos na produção e gastos destas energias e a visão holística do indivíduo como um todo é necessário para se ter sucesso no tratamento.

Jéssica Lima

Psicóloga CRP: 06/140102 (16) 99114-1321 Facebook: @ psicologajessicalima

|comportamento Como a terapia pode ajudar É normal que antes e durante a gravidez a mulher se confronte com vários fatores emocionais, principalmente o medo, seja em relação à saúde do bebê, sobre a trajetória da gestação, expectativas de ser uma boa mãe, incertezas sobre a carreira, a relação com o esposo, familiares, entre tantos outros, jun­ tamente com a interferência dos hormônios. O pré e pós-parto é um período de in­ tensa transformação para a mulher, casal e família, um momento de incerteza do futuro. Após o nascimento do bebê, a mãe entra em conflito com vários sentimentos ao mesmo tempo, angústia, medo, insegurança. Após a alta, a mãe se vê em casa, muitas vezes sozinha, cuidando de um bebê, e terá de aprender e reaprender uma nova vida. Antes, a mulher se sente como uma pessoa total­ mente diferente do que enquanto gestante e depois como mãe. É um período de intensa mudança, entre o ser mãe e ser mulher. É necessário repensar em tudo, as rotinas, a carreira profissional, o relacionamento conjugal, a saúde e outros. Claro que a experiência de ser mãe é única a cada mulher, cada uma irá vivenciá-la de uma maneira. Mas a partir do momento que a mulher se conhece, conhece suas reações, emoções, estará mais preparada para entender as modificações e como lidar com elas sem tanto sofrimento, sem tanta culpa, para que possa viver em equilíbrio com a nova vida. É reconhecendo este período contur­ bado que inserimos a psicoterapia para ajudar na busca do equilíbrio emocional. A mulher começa a entrar em contato com inúmeras vivências antes não apresentadas e, neste sentido, o papel do psicólogo auxilia a mulher a lidar com esse novo mundo, reconhecendo seus sentimentos de forma legitima com um espaço dedicado às suas reflexões e acolhimento. Consideramos que nem todo sintoma apresentado pela mulher é patológico, muitas vezes faz parte do processo de adaptação ao novo, à desconstrução da idealização e aprendendo lidar com a realidade materna.


|indicador de saĂşde enfoque franca | janeiro 2018|25


|boas ideias

para presentes

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26| enfoque franca | janeiro 2018

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enfoque franca | janeiro 2018|27


|Artes

G

ustavo Ribeiro parece querer simular o mundo. Para isso, ele escolheu a fotografia. “Foi a área que eu percebi que poderia mostrar que construir uma foto não é ter um equipamento caro e apertar um botão, é muito mais do que isso, é transmitir um sentimento”, diz. Essa sensibilidade vem da influência de seu avô, que com uma máquina Pentax fazia lindas fotos. “Ele fotografava suas orquídeas e em todas as reuniões familiares estava com sua máquina. Sempre que podia, ficava ao lado dele vendo-o fotografar e cada vez que tinha oportunidade, eu falava: ‘vô, um dia o senhor me dá a câmera do senhor?’; isso já na era digital. Tenho a máquina até hoje”, conta Gustavo, que ficou fascinado ao observar o avô fotografando. “Ele sempre me apoiou e me ensinou; a pessoa que sou hoje, eu devo a tudo o que ele foi para mim”, admite. Atuando como profissional desde 2012, é com esta sensibilidade que Gustavo Ribeiro Andrade se dedica em captar as emoções e transmiti-las em seus trabalhos de forma única e exclusiva. Mas isso também é resultado de muito estudo e dedicação – o fotógrafo tem na bagagem vários cursos, workshops e leitura de livros especializados. “A cada dia eu procuro estudar mais um pouco. Assim posso trazer algo novo para minhas fotos”, reforça.

Gustavo investe em atualização através de cursos, workshops, livros especializados e inspirado por grandes fotógrafos

Emoção x Técnica

Exposição, profundidade de campo, obturador, iluminação, composição, cor. São itens essenciais para profissionais. Mas a fotografia, como a feita por Gustavo, carrega como essência o peso do real. “Algo que deve ser essencial em uma foto é você olhar para ela e conseguir sentir a emoção do momento, sentir que aquele clique foi especial, não apenas um registro, mas a captação de um momento único, que precisa ser vivido várias vezes com a mesma emoção”, salienta. Dessa forma, Gustavo vem criando sua própria identidade, através de características pessoais nas imagens que capta, como uma forma de fazer com que ao olharem para elas, imediatamente, ele seja identificado como o autor. “Embora eu esteja em constante movimento de aprendizagem e transformação, tento ao máximo manter minhas características técnicas e artísticas”, diz. E a regra para suas fotografias é clara: é preciso haver emoção, embora a forma que essa emoção é transmitida possa ser diferente. Ele procura trazer em cada foto a carac-

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terística particular de quem está sendo fotografado e não seguir uma mesma linha para todos. “Por esta razão, a emoção é diferente em cada trabalho, mas a obrigação de cada foto é transmiti-la no primeiro impacto”, pondera o fotógrafo, que procura passar sempre a mensagem do amor em suas imagens, seja de uma borboleta ou de um casal se beijando. Ele tenta passar o amor. E isso fica fácil para ele, já que vê fotografia em tudo: desde uma pedra na areia a uma folha sobre a água. “Uns dizem que fotografia é poesia. Se for, minha vida é uma poesia”, completa Gustavo.

As inspirações

O talento de quem capta momentos com a emoção de quem sabe que é preciso eternizá-los

Apesar de seu olhar especial para tudo, Gustavo reconhece que alguns fotógrafos o inspiram, entre eles Everton Rosa, Allan Elly, Evandro Rocha e David Beckstead, e o fazem querer se superar sempre. Afinal, para ele a fotografia não é uma coisa exata. “Uma vez um fotógrafo disse: ‘A beleza pode ser vista em todas as coisas, ver e compor a beleza é o que separa a simples imagem da fotografia’. E outra frase que diz: ‘Você não captura uma fotografia, você a faz’. Em minha opinião essas duas frases definem a fotografia”, comenta. É com a sensibilidade de quem se permitiu mudar através da fotografia, que Gustavo permanece aberto às mudanças e se empenha em evoluir, porque sabe que talento, técnica e tecnologia não são capazes sozinhos de um bom resultado. É preciso sentimento. “A fotografia, desde que entrou em minha vida, mudou minha visão sobre as coisas; aprendi a dar valor aos momentos que não voltarão, às pequenas coisas que antes passavam despercebidas, coisas que hoje fazem parte de mim”. e

A regra para as fotografias de Gustavo é simples: é preciso haver emoção, já que a mensagem que ele procura passar é o amor


enfoque franca | janeiro 2018|29


|Música

O

violão é um dos instrumentos mais populares no Brasil e, muito provavelmente, um dos que possui maior facilidade de acesso. E é difícil não gostar do som produzido pelas cordas dele, som este que seduziu ainda criança Claryssa Pádua, uma das violonistas de maior destaque de sua geração. “Tínhamos o instrumento em casa e desde muito pequenininha, já era fascinada pela sonoridade produzida pelas cordas e tentava brincar com alguns dedilhados e extrair alguns sons ou ruídos”, conta. De lá para cá, ela vem construindo uma sólida trajetória musical: é formada em Instrumento - Violão Erudito pela Universidade Estadual de Campinas – Unicamp e em Licenciatura em Música pela mesma instituição. Claryssa concluiu em 2015 seu mestrado em Música pela Unicamp, desenvolvido na área de Práticas Interpretativas, com estudo dedicado à aplicação da teoria da Gestalt, a qual vem do campo da Psicologia Experimental, ao campo da música – da análise musical e da performance instrumental. “A música, além de ser minha profissão, a qual traz consigo toda a carga de disciplina e de uma dedicação exclusiva, funciona como uma grande terapia, que me traz conforto, prazer e bem-estar”, observa Claryssa, que é natural de Franca e sempre teve muita influência de sua mãe, a professora e escritora Cirlene de Pádua.

Claryssa atua como solista, camerista, educadora musical, produtora cultural e pesquisadora

As apresentações

Desde quando era estudante e mais ainda depois que se formou e se especializou na área musical, Claryssa vem participando ativamente de seminários, festivais de música de e violão, nacionais e internacionais, além de encontros e práticas relacionados à Educação Musical, sempre buscando desenvolver seus conhe-cimentos e habilidades. E apesar de ter estudado, desde o início de sua carreira musical, tanto o repertório popular, desde canções, em formato de voz e violão, ao repertório instrumental de choro e de música clássica, a sua formação profissional é exclusivamente voltada ao repertório erudito. E para fugir do lugar comum, quando pensa o programa de seus recitais, ela procura incluir obras que não são comumente executadas, e que também possam oferecer ao público uma experiência estética interessante e acessível. “Por exemplo, o repertório que tenho apresentado atualmente é baseado na obra Nuevos Estudios Sencillos, conjunto de dez pequenas peças do compositor Leo Brouwer

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(1939-), que prestam homenagens a distintos compositores, englobando desde o período clássico ao século XX. Para a elaboração desse programa, foram selecionados obras e compositores que se relacionam de alguma forma com tais homenageados, seja cultural, estética ou temporalmente”, salienta. E a receptividade a tudo isso tem sido excepcional. “Em todos os recitais em que tenho me apresentado, principalmente os últimos, incluindo os realizados no período em que estive nos Estados Unidos, as pessoas se demonstraram totalmente receptivas, tocadas emocionalmente e felizes com a escolha do repertório”, diz.

Novos projetos

Entre o erudito e o popular, um jeito diferente de fazer música com a alma

Atuando como solista, camerista, educadora musical, produtora cultural e pesquisadora, tendo como foco a área de Musicologia e Práticas Interpretativas, Claryssa Pádua apresenta-se em recitais com formato didático em salas de concerto e teatros, incluindo países como Chile, Uruguai e Estados Unidos. É integrante da premiada Camerata de Violões de Campinas, octeto de violões considerado um dos principais do gênero no Brasil – e com quem gravou seu primeiro CD ainda em fase de concepção. Recentemente regressou dos Estados Unidos, onde estudou Práticas Interpretativas com o professor Jonathan Leathwood, na Lamont School of Music - University of Denver, tendo participado de aulas de música de câmara com a renomada violonista Laura Husbands. Ela tem como projeto uma série de concertos de cordas dedilhadas, utilizando como palco o espaço da Igreja. E ainda quer realizar oficinas de ensino coletivo de violão para jovens e adultos. Porque mais do que amar a música, é ela quem conduz a sua vida na busca da plenitude. e

Quando pensa o programa de seus recitais, Claryssa procura incluir obras que não são comumente executadas


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|Literatura

P

ara ele, a literatura está em tudo o que se vê, ouve e estuda. E é essa a essência que o encanta. “Escrever para mim é a arte de transformar experiências e sonhos em uma realidade que pode ser vivida por muitos, inúmeras vezes. Por isso escrever é de extrema importância em minha vida: quando imagino que tudo é escrito, e que tudo que está escrito pode ser sentido”, observa o escritor e CEO da Arca.buzz, Bruno Peres. E foi inspirado pelo dia a dia que ele decidiu mergulhar em histórias, lembranças, observações e vivências e transformou tudo isso em um livro – “O Vendedor de Sapatos” – lançado em novembro em Franca. “Fui coletando momentos, relatos, histórias e vivências ao longo de minhas viagens pelo mundo e em uma maratona literária, juntei tudo em uma linda história dentro de um mês de trabalho. E encontrar uma agência literária me ajudou muito, tanto com meus anseios como resolvendo processos burocráticos, me deixando mais livre para escrever e me motivando a lançar essa obra”, conta. Publicado pela Editora Alicanto, “O Vendedor de Sapatos” conta com todo o respaldo da agência literária Aspas & Vírgulas, de São Paulo. Além de ter sido lançado em Franca, também foi lançado na capital paulista com enorme sucesso junto ao público leitor.

Bruno Peres comemora o lançamento de seu primeiro livro, “O Vendedor de Sapatos”

Comunicação na vida

Por trás do livro

Definido por Bruno como um livro motivacional, “O Vendedor de Sapatos” conta com ensinamentos vividos pelo autor ao longo de muitas viagens ao redor do mundo, através de pessoas e situações que encontrou e que lhe proporcionaram aprender a fazer o bem e pensar de forma positiva, o ajudando a alterar o rumo das coisas. “A mensagem do livro é essa, pensar em nossos atos, assumir responsabilidades e fazer o bem de múltiplas formas!”, comenta. Para isso, Bruno Peres usa como pano de fundo a história de Ricardo, que, após diversas frustrações pessoais, acaba parando em uma viagem de carro com o seu tio-avô Alberto, um carismático senhor que vende calçados a bordo de uma Caravan 1982. Desacreditado que essa viagem poderia ser divertida, Ricardo caminha o tempo todo desconfiado, mas vai mudando de ideia ao compreender o que realmente vale a pena na vida e quais são os valores imprescindíveis que se deve levar em consideração, como ajudar uma criança a voltar a estudar ou ainda socorrer uma mulher em tra-

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balho de parto no meio da estrada! “Eu espero que esse livro seja também uma viagem para o leitor. Que ele comece de um jeito e termine de outro. Que, assim como o Ricardo, eles consigam refletir que todos nós somos passíveis de erros e de aprendizagem”, reforça Bruno, que completa: “espero trazer a reflexão sobre as consequências de nossos atos e de nossa forma de pensar sobre nossa própria vida. Como somos responsáveis pela maneira que vivemos e como isso pode moldar nosso destino”. O livro já está à venda na Livraria Cultura e também na versão Kindle da Amazon.

Quando uma viagem pode transformar mais que uma vida para melhor

Apesar de ser seu primeiro livro, Bruno já participou de uma balada de contos medievais lançada pela Editora Andross, em 2017, e já participou de inúmeros movimentos coletivos de literatura ao redor do país. Trabalhando com marketing digital desde 2004, ele passou por várias empresas e áreas dentro desta profissão, mas atualmente dá aulas, ministra palestras e dá consultoria para ajudar pessoas a entenderem mais sobre comunicação e marketing. “Atualmente, trabalho para a Organização das Nações Unidas – ONU, mais especificamente ao UNICEF, em Nova Iorque, nos EUA, onde sou responsável pela área de análises de comunicação e marketing digital”, explica. Apesar da rotina intensa de trabalho, Bruno escreve todos os dias, e cada dia algo diferente. “Meu computador é um ninho de anotações, meu celular e cadernos parecem pergaminhos antigos repletos de ideias que um dia poderão ser conectadas”, diz ele, que escreve para tocar as pessoas de alguma forma. E com simplicidade, vem conseguindo. e

“O Vendedor de Sapatos” leva o leitor a refletir sobre a vida e pela maneira como vive


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V

Tecnologia para áudio e vídeo

ocê provavelmente já deve ter ouvido falar da tecnologia streaming. É que cada vez mais pessoas estão optando por ouvir música, ver vídeos e filmes em tempo real, utilizando serviços como Spotify e Netflix, por exemplo. E isso só é permitido com o uso do streaming, uma forma de transmissão instantânea de áudio e vídeo através de redes. Por meio do serviço, é possível assistir a filmes ou escutar música sem a necessidade de fazer download, o que torna mais rápido o acesso aos conteúdos online. Mas como tudo isso acontece? O funcionamento do streaming obedece aos passos relacionados a seguir. O computador receberá o arquivo de áudio ou vídeo, decodificará o sinal, e o enviará pela conexão da internet ao servidor de streaming. De lá, esse sinal será distribuído pela internet para os usuários ouvintes ou telespectado-res. Do ponto de vista do usuário, ele conecta com o servidor e começa a receber o arquivo, construindo o que é chamado de buffer, onde começará a salvar a informação até se completar esse processo - armazenamento do buffer. Depois que armazenar uma parte do buffer, o usuário poderá começar a ouvir o áudio ou assistir ao vídeo. Simultaneamente, o armazenamento do buffer do arquivo continuará sendo realizado. Isso é possível porque os ar-quivos ficam armazenados em servidores.

Rodando bem

Mas para que a tecnologia streaming funcione bem, é preciso ter uma conexão rápida de internet. Dessa forma, os dados podem ser mostrados

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em tempo real. Além disso, o conteúdo não fica salvo no computador. Ele é armazenado na memória RAM e apagado após a conclusão da tarefa. No streaming de música, por exemplo, não se usa a memória física do computador (HD), mas sim a conexão à internet para transmissão dos dados necessários à execução. Assim, quando você faz uma assinatura e ouve uma música no Spotify, não significa que tenha comprado aquele “arquivo” musical. Você apenas adquiriu o direito de execução daquela música em seu dispositivo móvel. Já no streaming de vídeo, existem o Youtube e o Vimeo. Em se tratando de vídeos pagos, o maior exemplo é a Netflix, que cobra uma assinatura mensal e disponibiliza filmes e séries que podem ser assistidos em diversos dispositivos a qualquer hora. De acordo o próprio site da empresa, a Netflix possui parceria com provedores de conteúdo para licenciar direitos de transmissão de diversas séries de TV e filmes. Os serviços de streaming on-demand possibilitam que o usuário esteja no controle do que vai assistir, quando e onde. Ele pode acessar os dados ao mesmo tempo em que os recebe, sem a necessidade de esperar um download ou de ocupar espaço em seu HD com o armazenamento de conteúdo. A tecnologia, entretanto, não é recente. O mecanismo já existia desde a década de 90, mas não se popularizava por conta da baixa velocidade das conexões com a web, que não permitia o carregamento instantâneo. e


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|Saúde

Corpo em equilíbrio perfeito RECUPERAÇÃO PÓS-TREINO, RECOVERY ATRAI CADA VEZ MAIS FRANCANOS POR BENEFÍCIOS

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volume de treinos esportivos seguidos pode provocar inúmeras lesões, entre elas, pequenas rupturas musculares, passando por tendinites até mesmo fraturas por estresse. Para ajudar quem pratica atividade física, surgiu o Recovery, isto é, uma recuperação pós-treino. Trata-se de técnicas utilizadas para reestabelecer a condição ba-sal de equilíbrio do corpo, mantendo o organismo em sintonia. Com isso é possível diminuir os efeitos deletérios da atividade física, otimizando o processo de recuperação do próprio corpo, reduzindo a possibilidade de lesões. “O Recovery tem maior indicação após treinos de longa duração, ou de alta intensidade, mas pode ser realizado após uma tarefa mais vigorosa em pessoas descondicionadas. Por exemplo, ajudar na mudança de casa do seu primo”, explica o fisioterapeuta e especialista em Fisioterapia Ortopédica Traumatológica e Desportiva, Bruno Marinho. Diferente do que algumas pessoas pensam, o Recovery não é indicado apenas para atletas. Seu objetivo é restaurar a harmonia do sistema musculoesquelético e do metabolismo. Dessa forma, qualquer pessoa que tenha uma atividade física de longa duração

Diferenças e benefícios

ou de alta intensidade, de qualquer natureza, pode se beneficiar dos efeitos do Recovery. Segundo Bruno, os efeitos da atividade física, como depleção de glicogênio muscular e dor muscular tardia surgem de quatro a 48 horas após a sua realização, sendo este o período mais indicado para uma sessão de Recovery. Muitos métodos são considerados de recuperação pós treino: crioterapia, contraste, massagem, estimulação mioelétrica, alongamento, laser, ultrassom e outros mais. No entanto, a associação de estimulação mioelétrica a nível motor, para contrações ritmadas e controladas, laser para fotobiomodulação, massagem terapêutica para remoção de ácido lático e resíduos do metabolismo, liberação de pontos gatilhos para relaxamento muscular; são as técnicas que têm sido utilizadas de forma mais eficiente e com mais estudos fundamentando sua eficácia. “O Recovery é direcionado para recuperação dos músculos mais exigidos durante a atividade física. No caso de um corredor de rua serão priorizadas as coxas e pernas, caso seja um atleta de remo serão priorizados braços e dorso. Desta forma, é certo afirmar que o Recovery deve ser aplicado mediante a necessidade de cada indivíduo”, diz. Segundo Bruno a diferença com os demais tratamentos é que o Recovery é direcionado na recuperação precoce e na prevenção de lesões

Uma sessão de Recovery tem duração de 45 minutos a uma hora, sendo que uma sessão é suficiente após o treino. No entanto, estudos mostram maior eficiência de recuperação com outra sessão entre 12 a 24 horas após a primeira sessão. “Os efeitos locais são imediatos, como alívio da dor, redução de edemas e relaxamento muscular”, diz Bruno, acrescentando que toda intervenção realizada no organismo precisa ser processada pelo sistema nervoso para ser efetiva. Desta forma as alterações metabólicas serão perceptíveis entre 24 e 48 horas após. Ele explica que a maior diferença entre o Recovery e os demais tratamentos é que o Recovery é direcionado na recuperação precoce e na prevenção de lesões. Hoje, a maior parte dos tratamentos é com foco curativo e em reabilitação, atuando num quadro de lesão instalada. No Recovery, o objetivo é justamente evitar que o individuo se lesione, e se mantenha ativo de maneira saudável por maior tempo possível. Diante dos benefícios, a procura pelo Recovery em Franca tem aumentado de forma significativa. “Quem procura o serviço são os praticantes de esporte amador e recreacional, na sua e maioria corredores de rua e ciclistas, seguidos por triatletas, praticantes de crossfit, jogadores de tênis, futebol e basquete”, observa o fisioterapeuta. e

No foco Bruno Marinho – Fisioterapeuta especialista em Fisioterapia Ortopédica Traumatológica e Desportiva CREFITO 197085 Instituto Trata Telefone (16) 3721-4184

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|Saúde Bucal

Ativando o modo prevenção IDENTIFICANDO POSSÍVEIS PROBLEMAS, CHECK-UP ODONTOLÓGICO SE MOSTRA IMPRESCINDÍVEL

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antigo ditado “prevenir é melhor que remediar” se aplica em diferentes aspectos da vida. Na saúde não seria diferente. Mas, embora o check-up faça parte da rotina de muitas pessoas, quando se fala em saúde bucal, isso muda de figura. Para os cirurgiões dentistas Alexandre Fiod Júnior e Juliano Gonçalves Baptista, proprietários da Rede Clínicas Maker – Dentistas BR, isso ocorre pela falta de campanhas com foco nas visitas anuais ao dentista, exames complementares como raio-x, entre outros, que comprometem a efetividade do check-up anual odontológico. “O Conselho de Odontologia poderia muito bem trabalhar em campanhas mais efetivas nas principais mídias, com conteúdos direcionados à prevenção, não só da higienização, pois as grandes indústrias de cosméticos de creme dental já fazem isso muito bem”, destacam. O fato é que, independente das campanhas, a prevenção é sempre o melhor remédio com a saúde bucal. Por isso, uma forma de pre-

caução é fazer o check-up odontológico preventivo. O procedimento identifica possíveis problemas e o paciente pode iniciar o tratamento precoce. “Este check-up acontece numa consulta pré-agendada, onde o cirurgião dentista – seja ele clínico geral ou especialista – fará uma anamnese muito similar à consulta médica, o que inclui uma série de perguntas sobre os hábitos pessoais, estado de saúde geral, por exemplo, como tabagismo, uso de medicações e outros”.

O exame

Após o levantamento de informações, Alexandre e Juliano explicam que é realizado um exame clínico a olho nu – o famoso “espelhinho” – incluindo apalpação, odor, percussão. O profissional solicita exames complementares como radiografias e de sangue. De posse de todos os exames solicitados, em uma terceira etapa será discutido o conjunto de informações para fechar um diagnóstico, planejamento do tratamento ou até mesmo para se solicitar mais exames em caso de dúvidas.

Segundo os cirurgiões dentistas Alexandre e Juliano, 99% dos problemas bucais podem ser prevenidos, incluindo o temido câncer de boca

Segundo os especialistas, o check-up odontológico é anual, porém diariamente é importante que a pessoa se conheça, se toque e observe. Eles pedem que os pacientes usem e abusem dos espelhos em casa e façam o autoexame. “Notando qualquer alteração de cor, mau cheiro, mesmo sem odor, procure um dentista o mais rápido possível”, alertam Alexandre e Juliano, que são taxativos ao afirmarem que em ordem de prioridade e em clima de ano novo, a ordem dos benefícios do check-up odontológico é esta: saúde geral do paciente; em segundo lugar, a preservação de seus dentes, e em terceiro e último, a economia no bolso. “Afinal, já dizia o ditado: ‘com saúde e paz, o resto a gente corre atrás”. De forma comprovada, 99% dos problemas bucais podem ser prevenidos, incluindo o temido câncer de boca – seja com tratamento ativo o mais rápido possível ou simples orientações de dieta e higienização associadas ao check-up anual odontológico. O procedimento é indicado para pessoas de qualquer idade, e as crianças são as mais beneficiadas porque ao realizarem o exame logo na dentição, dificilmente terão que passar por procedimentos como restaurações, próteses e implantes na fase adulta. e

No foco Alexandre Fiod Júnior – Cirurgião dentista e implantodontista Juliano Gonçalves Baptista – Cirurgião dentista e Endodontista Rede Clínicas Maker – Dentistas BR Telefones (16) 3725-1000, 3702-3548 e 3722-8804

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|Terceira Idade

Envelhecendo com saúde

É ATRAVÉS DO ESTILO DE VIDA QUE UMA PESSOA DETERMINA A FORMA COMO VAI ATINGIR A VELHICE

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população com mais de 60 anos aumenta no mundo. Envelhecer é um processo inevitável cujos sinais começam a partir dos 30 anos. É através do estilo de vida que uma pessoa determina a forma como vai atingir esta etapa. Isto porque a vida moderna esconde várias situações que podem prejudicar o processo de envelhecimento saudável. “Quando falamos em ‘envelhecimento natural’ nos referimos ao processo de senescência, que exclui a presença de doenças”, explica Elaine de Oliveira Silveira a educadora física especialista em Fisiologia do Exercício. Mesmo o envelhecimento natural já apresenta uma série de mudanças no organismo humano. “Talvez, uma das principais seja a redução da massa, da força e da função muscular”, conta. Segundo Elaine, a partir dos 30 e 40 anos há a perda anual de cerca de 1% da massa esquelética e uma perda ainda maior de força muscular, o que afeta a funcionalidade e a qualidade de vida do idoso. “A redução, em especial, da força e função muscular é relacionada à maior ocorrência de quedas, redução da atividade física espontânea, surgimento de dependências e diminuição da qualidade de vida”, afirma. Mas nunca é tarde para adotar um estilo de vida mais ativo e assim, envelhecer com qualidade de vida. “Adotar um estilo saudável nos ajuda a ter uma vida mais longa e melhor. Alguns aliados da longevidade são a prática regular de atividade física e a alimentação equilibrada, assim como manter distância de comportamentos prejudiciais como tabagismo e alcoolismo”, observa Elaine.

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O envelhecimento

Ela diz que muitos adultos acima dos 65 anos permanecem sentados ou deitados em média 10 horas por dia, o que os torna o grupo etário mais sedentário e por isso pagam um alto preço, possuindo a maior taxa de queda, obesidade e doenças cardíacas. “Por isso, se exercitar garante mobilidade na velhice e aumenta as chances do idoso permanecer ativo e independente. Valem até mesmo exercícios físicos leves como as simples caminhadas diárias”, destaca. É ainda mais importante que o indivíduo permaneça ativo conforme envelhece, pois o corpo tende a declinar em suas funções. “A atividade física ajuda a retardar essa degeneração, inclusive nos permitindo falar até em progressão, ou seja, com o passar dos meses o condicionamento melhora. É a aposta

Segundo Elaine, a partir dos 30 e 40 anos há a perda anual de 1% da massa esquelética e uma perda ainda maior de força muscular

certa para que sejamos idosos com energia e independentes”, reforça. E ainda, há comprovadas evidências que as pessoas ativas possuem menos risco de doenças cardíacas, acidente vascular cerebral, diabetes tipo 2, alguns tipos de câncer, depressão e inclusive demência. Já do ponto de vista ortopédico, ela melhora a mobilidade articular, o alongamento e a flexibilidade, isso sem falar na resistência física e muscular. O que acontece com o avanço da idade? Segundo a educadora física, há diminuição da força – aos 65 anos ocorre uma perda de 25% na força muscular; redução do volume de oxigênio máximo; diminuição da flexibilidade e da agilidade; perda de equilíbrio; aumento da pré-disposição a doenças cardíacas; aumento da inatividade física e aumento da gordura corporal. e


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|Nutrição

Um super e barato alimento

OVO É COMPROVADO COMO UM DOS ALIMENTOS MAIS NUTRITIVOS DA NATUREZA E EXCELENTE FONTE DE PROTEÍNAS

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ciência afirma: o ovo é benéfico à saúde. É um dos alimentos mais nutritivos da natureza e excelente fonte de proteínas de alta qualidade. Podem ser encontrados no ovo quase todos os nutrientes que o corpo necessita. “O ovo é um alimento quase perfeito: possui 13 vitaminas essenciais, minerais, proteínas de alta qualidade, gorduras insaturadas - saudáveis - e antioxidantes, e todos os nove aminoácidos fundamentais ao bom funcionamento do organismo, com apenas 70 calorias - um ovo cozido”, diz a nutricionista Rosângela Cruz Peixoto. As proteínas e o ferro de apenas um ovo, fornecem 10% das necessidades diárias de uma pessoa com atividade moderada, devido à alta disponibilidade dos minerais e excelente valor biológico das proteínas. A lista de nutrientes benéficos para a saúde é extensa. Al-guns exemplos são, além do elevado valor proteico, fonte de vários minerais, como ácido fólico, fósforo, ferro, selênio, potássio, zinco, manganês e vanádio, que contribuem para o controle e combate do envelhecimento celular e redução da incidência de

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O QUE O OVO TEM DE BOM CASCA: Recurso útil na nutrição, é composta por carbonato de cálcio. Foi verificado, em alguns estudos, que o pó da casca de ovos administrado para enriquecer a alimentação de idosos com osteoporose, resultou em melhora da densidade mineral óssea e melhor qualidade de vida. CLARA: Excelente fonte de proteína. Rica em albumina, a clara de ovo é indicada para pessoas que necessitam de reposição de proteínas, como atletas e praticantes de exercícios físicos, e como complemento de dietas de emagrecimento ou para pessoas com deficiência protéicas. GEMA: É rica em nutrientes, como vitaminas e sais minerais. Na verdade, a gema é boa fonte de antioxidantes, como luteína e zeaxantina, é fonte de ferro, colina, ácido fólico, lecitina, biotina - combate à depressão -, antioxidantes, vitaminas B e E, entre outros nutrientes.

Além do elevado valor proteico, ovo é fonte de vários minerais, como ácido fólico e fósforo

doenças, uma vez que elevam a imunidade do organismo. Segundo Rosângela, o ovo é rico em colina - uma gema contém 200 mg -, um nutriente essencial, que faz parte do complexo B de vitaminas, que atua na redução da absorção do colesterol ruim (LDL) e é importante para o desenvolvimento cerebral e para a memória. Por isso, é recomendado nas dietas de crianças, gestantes e idosos.

Bem-estar

O ovo é fonte de vitaminas, como A, D e E. A vitamina A, que tem efeito antioxidante, é imprescindível para a visão, protegendo os olhos da ação da luz, evitando a degeneração macular. “O ovo é um dos poucos alimentos que contém a vitamina D - 50 gramas de ovo contém 41Ul -, que é responsável pelo bom funcionamento dos ossos”, explica. A vitamina D fortalece o sistema autoimune e atua na secreção de insulina. É importante no combate à pressão arterial. Outra função dessa vitamina é a manutenção do bom funcionamento do

sistema imunológico (que atua na defesa do organismo contra o ataque de bactérias, vírus, fungos ou protozoários), ajudando o corpo na recuperação mais rápida. Já a vitamina E auxilia na cicatrização adequada e é particularmente benéfica em caso de queimaduras. Além disso, combate os radicais livres que causam a degeneração dos tecidos. Por isso, é conhecida como a vitamina da juventude e beleza da pele. A nutricionista diz que outro nutriente presente no ovo é o triptofano, que atua da síntese de serotonina, contribuindo para o equilíbrio do humor e bem-estar. A albumina presente na clara é interessante por ser uma proteína com grande biodisponibilidade. Porém, ao contrário do que muitos acreditam, o consumo de altos teores de albumina não contribui para o aumento da força muscular. Como se vê, seguido do leite materno, o ovo é considerado o alimento mais completo. É de fácil preparo, digestão e absorção e supre carências de vários nutrientes, incluindo a vitamina B12. e


|Nutrição

Fruta com mil e uma utilidades

LIMÃO POSSUI COQUETEL DE VITAMINAS E MINERAIS QUE REFORÇA SISTEMA IMUNOLÓGICO E CURA DOENÇAS

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São comprovados os benefícios do limão para curar doenças, como azia, diarreia, colesterol alto até problemas de fígado e vesícula

ntioxidante, emagrecedor, cicatrizante, antibacteriano, anti-inflamatório, anticolesterol, antidepressivo, ativador do sistema imunológico, desentupidor de artérias. Todas essas propriedades estão presentes em uma única fruta: o limão. Esses já seriam bons motivos para ele integrar as refeições de atletas e para uma ajudinha extra no combate aos radicais livres produzidos com a carga de exercícios. Os benefícios do limão são diversos e vêm da vitamina C, rica em polifenóis e carotenoides. E as suas propriedades não estão apenas no suco. A casca da fruta apresenta uma substância chamada d-limoneno, que tem alto teor de ácido cítrico e, com isso, ajuda a dissolver toxinas e gorduras. Dessa forma, o sangue é afinado, passa a circular melhor e a equilibrar o metabolismo. Por isso, a fruta é indicada em vários quadros de doenças, como problemas cardiovasculares, gripe, febre, infecções estomacais e varizes. O que torna o limão único é sua capacidade de neutralizar e eliminar as toxinas de nosso organismo. É, portanto, um grande dissolvente

de substâncias tóxicas e um magnífico depurativo. “Esse coquetel de vitaminas e minerais reforça o sistema imunológico ao potencializar a atividade dos glóbulos brancos”, explica a nutricionista Ana Júlia Munhoz Barbosa, acrescentando que o limão ainda facilita a digestão e o trânsito intestinal e impede a absorção de gorduras desnecessárias, facilitando o emagrecimento.

Os benefícios

Esse pequeno fruto tão comum, possui inumeráveis propriedades curativas, as quais têm sido comprovadas ao longo da história. É importante saber que o limão não é apenas um tempero atrativo no preparo de alguns pratos, como serve para tratar muitas doenças de forma natural. Com notáveis propriedades antissépticas e refrescantes, somadas à sua grande quantidade de vitamina C, o limão contribui para a cura de doenças do sistema respiratório, assim como na cura de inflamações de garganta, as amidalites e a afonia. “É recomendado fazer gargarejo com suco de limão diluído em um pouco de água morna,

podendo adicionar a essa mescla uma colher de chá de mel. O poder do limão contra vírus e bactérias é ideal para gargantas doloridas e para outras doenças e problemas da cavidade bucal, como gengivite e úlcera”, revela Ana Júlia. Após sofrer de diarreia, é recomendado passar um dia bebendo suco de limão com água. Já nos casos de arteriosclerose e hipertensão arterial, devido aos ácidos cítricos que possui, o limão ajuda a oxidar e eliminar as gorduras que obstruem o funcionamento cardíaco, dissolvendo as substâncias tóxicas do plasma sanguíneo. “Nesse caso é recomendado beber em jejum o suco de um limão misturado em meio copo de água”. Às pessoas com problemas de fígado e vesícula biliar, os médicos costumam sugerir incluir no café da manhã uma mistura de suco de limão com azeite de oliva extra virgem, na qual se umedecerá um pão. “O limão exerce um efeito neutralizante sobre as toxinas, estimula a alimentação e reforça o poder antitóxico, protegendo o fígado. Este fabuloso cítrico estimula as secreções biliares e contribui para metabolizar as gorduras”, diz Ana Júlia. Para quem sofre de problemas reumáticos é interessante saber que o suco de limão é capaz de aliviar os sintomas por ajudar a dissolver cristais e substâncias que provocam a gota. Ele ajuda no combate ao colesterol, trata aftas, mau hálito e melhora náuseas e azias. “Os benefícios que o limão oferece ao nosso organismo são muitos, por isso convém dispor da fruta em casa. Assim, poderá se transformar em aliado contra inúmeras doenças”, diz Ana Júlia. e enfoque franca | janeiro 2018|43


|Moda

As cores e as suas influências

ESTUDOS COMPROVAM QUE ELAS INTERFEREM NOS SENTIMENTOS E INFLUENCIAM INCLUSIVE NO TRABALHO

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ouca gente sabe, mas ao escolher a cor da sua roupa, está determinando como vai se sentir e que tipo de mensagem vai passar para as pessoas ao seu redor. É que ela interfere nos sentimentos e no inconsciente, dando força para avançar ou retroceder naquele projeto tão sonhado. Os tons usados no trabalho podem fazer com que a pessoa trabalhe bem ou se sinta apática. A cor nas roupas influencia o estado emocional, promovendo um melhor desempenho nas atividades diárias. As cores possuem uma linguagem própria. “Tonalidades fortes realçam suas propriedades; as claras são joviais e envolventes; e as mais escuras sugerem isolamento e indiferença”, diz a consultora de estilo Márcia Campos. Ela explica que a cor correta é a que se harmoniza com a coloração natural da pessoa: o tom deve ressaltar a pessoa e não a roupa. Descoberta a palheta de cores que lhe favorece, é hora de pensar na mensagem transmitida pelas “A presença de cor nas roupas influencia o estado emocional da pessoa, promovendo um melhor desempenho na execução das atividades diárias”, diz Márcia

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cores e aquelas que são adequadas para usar no trabalho. Para o ambiente corporativo, os tons azuis e vinhos são os mais adequados e democráticos. O cinza grafite é um tom neutro, democrático em ambientes mais formais. As outras cores podem ser utilizadas, mas depende dos compromissos do dia, alerta Márcia. Ela sugere ainda optar por cores que sejam opostas a determinado estado emocional negativo. Na tristeza, procure usar cores alegres - tons de amarelo e laranja; no mau humor, vista roupas que sugiram calma e introspecção - azul; na indisposição, roupas de cores estimulantes - vermelho ou laranja. “Conhecer as sensações que cada cor proporciona a quem a estiver usando, bem como àqueles que estão à sua volta, favorece na escolha da roupa ideal para o seu dia, promovendo o bem-estar e uma boa interatividade com o ambiente”, destaca Márcia. Vale lembrar que as cores da roupa não se sobrepõem às qualidades da pessoa. “Usar uma cor que não é favorável à comunicação, não significa que al-guém perderá sua capacidade de expressão. As cores contribuem para o estado interior, mas não anulam a individualidade”, ressalta.

Simbolismo das cores

Existem algumas variações culturais. O branco, no ocidente, simboliza paz e no oriente luto. As cores afetam as pessoas: Verde acalma, use quando precisar trazer equilíbrio e harmonia. Vai numa reunião de trabalho ou de família e acha que será tensa? Vista verde. Vermelho - cor da paixão, sinônimo de confiança em si mesmo. Vista quando sua moral estiver

Segundo a consultora, para o ambiente corporativo, os tons menos vibrantes, como os azuis e vinhos, são os mais adequados e democráticos

baixa ou em dias de chuva, pois aumenta o dinamismo e lhe dará um sentimento de poder e eficiência; amarelo: a cor que desenvolve o intelecto e a capacidade mental. Branco - estimula a paz, traz calma e serenidade. Atrai tudo de bom, mas se usado em excesso passa um ar de frieza. Azul - transmite confiança, regularidade e ordem, o azul marinho exala respeito e senso de respeito, autoridade e sabedoria. O azul claro, mais suave, fornece uma imagem um pouco sonhadora e o azul turquesa uma pessoa profunda. Marrom - traz o elemento terra, estabilidade e segurança. Excelente para quem sofre de insegurança. Não use em excesso, pode passar uma imagem pouco sofisticada, comum e até chata. Laranja - tem o poder de canalizar energia. Transmite coragem, segurança e bom humor e deve ser usada por quem tem algum desafio para enfrentar. Rosa - dá uma sensação de acolhimento e segurança, atraindo simpatia. Simboliza feminilidade, doçura e tranquilidade. Preto – formal, transmite poder e elegância. Por seu aspecto misterioso tende a distanciar as pessoas. Não deve ser usada por quem sofre de depressão, pois transmite melancolia. e


|Homens

Afinal, eles têm celulite?

COM ASPECTOS FISIOLÓGICOS DIFERENTES, HOMENS SE DISTINGUEM TAMBÉM NO ACÚMULO DE GORDURA

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e você tem celulite, aquela ondulação que deixa a pele com aparência de estranha, saiba que não está sozinha. Cerca de 85% a 98% das mulheres têm essa inflamação após a puberdade. Antigamente, pensava-se que a celulite era causada por problemas de circulação. Hoje, já há pesquisas que revelam que a celulite, que atinge muito abaixo da pele, é formada por bolsas de gordura que se espremem entre as bandas de tecido - chamados septos -, sob a pele. Isso explica porque os homens não aparentam ter celulite, diferente das mulheres. Eles têm os septos tópicos cruzados, como em uma malha, o que ajuda a manter a gordura para baixo, sem marcar ou ondular a pele. Nas mulheres o envoltório dos septos em torno dos pequenos grupos de células de gordura mantém-se em um formato vertical, de modo que esses grupos espremidos junto às células de gordura, que podem facilmente se deslocar até a derme, criando nódulos de celulite. Em resumo: o acúmulo de gordura no corpo atinge tanto mulheres como homens, mas em locais diferentes em função de suas distintas forma-

ções fisiológicas. De forma geral, a celulite atinge mais as mulheres devido aos locais aonde a gordura costuma se concentrar no corpo feminino. “As mulheres acumulam mais gordura nas regiões do glúteo, culote e posterior de coxa, chamada de aspecto adenoide, o que, combinado com o tracionamento de fibras, torna mais propensa a formação de celulites. Já os homens têm mais tendência a acumular gordura na região do abdômen e f lancos, chamada de gordura androide”, explica a fisioterapeuta dermatofuncional Michelle Cordeiro Sanz.

Aplicação

Segundo ela, apesar das diferenças na constituição física, o que acaba gerando a vantagem de o sexo masculino geralmente não sofrer com as indesejáveis celulites, ambos os sexos podem se beneficiar com um novo procedimento estético que tem o objetivo de combater o acúmulo de gordura localizada. Trata-se da lipoescultura gessada, que promove uma espécie de lipo, esculpindo o corpo através do equilíbrio das células, sem a necessidade de procedimentos mais invasivos, Cerca de 85% a 98% das mulheres têm celulite, enquanto os homens não aparentam sofrer com essa inflamação

como cirurgias plásticas. “A lipoescultura gessada pode ser realizada em mulheres e homens, já que o procedimento promove o reequilíbrio do corpo, através de produtos antioxidantes, que melhoram a circulação e favorecem a produção de colágeno no local da aplicação”, observa. Michelle completa que os produtos penetram profundamente na pele, o que aumenta a eficiência do tratamento. “Os homens também podem realizar a lipoescultura gessada, pois, eles têm acumulo de gordura no corpo e tem flacidez tissular e muscular”, afirma. Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, o tratamento estético não é feito com gesso. É feito com produtos ortomoleculares e que são os responsáveis por enviar o que o corpo precisa, realizando uma destoxificação de dentro para fora. A aplicação leva em torno de uma hora e os resultados podem ser potencializados com a somatização de alguns aparelhos de estética. A técnica promete queimar a gordura, tratar todos os tipos de celulite e melhorar a flacidez. Os resultados costumam aparecer já em 48 horas, estimulando a harmonização do corpo por meio da eliminação de metais pesados. Em média, são necessárias de seis a 10 sessões para o resultado final. “A lipoescultura gessada é uma técnica ortomolecular não invasiva, no entanto, há algumas contra indicações: pessoas com problemas cardíacos, trombose, tuberculose, dermatites, infecções, inflamações, câncer, gestantes, lactantes, pessoas com processos de febre e com doenças autoimunes”, alerta Michelle. e enfoque franca | janeiro 2018|45


|Economia

Violência que gera lucros

AUMENTO DOS DIFERENTES TIPOS DE CRIMINALIDADE AQUECE O SETOR DE SEGURANÇA PRIVADA

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e um lado, o crescente índice de criminalidade. De outro, a incapacidade do poder público de conter o avanço da violência. Juntos, esses dois fatores têm sido responsáveis por uma nova realidade em Franca: é cada vez maior o número de pessoas que investem em produtos e serviços em busca de proteção. O corretor de seguros e proprietário da Êxitus Corretora de Seguros, Márcio Bento Casemiro concorda que o estado não consegue mais proteger o cidadão de bem, seja por falta de recursos ou de efetivo policial, e reconhece que em Franca a sensação de insegurança tem sido constante, com um considerável aumento no furto a residências e empresas, furto de veículos e outros pequenos crimes para os quais as punições, quando aplicadas, são muito brandas, estimulando quem vive inserido no universo do crime a continuar praticando seus delitos. Os dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo confirmam: Os furtos no município tiveram alta de 7,2% no primeiro trimestre deste ano, enquanto o número de furtos de veículos cresceu 26,9%. No caso dos veículos, só de janeiro a maio deste ano foram roubados 358 veí-

Fabiano sabe da importância de reforçar a segurança seja em casa ou na empresa, e garante que todo o investimento vale à pena

culos em Franca, o que corresponde a uma média de dois carros por dia útil. “Isso tem levado muitas famílias a procurar a proteção em um apartamento ou condomínio fechado, além da contratação de seguros, alarme monitorado, câmeras e outros”, diz. O resultado é o aquecimento do setor de segurança privada no país e em Franca, que movimentou em 2015, em torno de R$ 20 bilhões. Estudos preveem um crescimento de 16% desse mercado nos próximos dois anos. Um dos diretores da Scala Sistemas Eletrônicos, Luiz Henrique Silveira, comemora a alta procura por produtos e serviços em Franca, e acredita que uma das formas Márcio Casemiro diz que o estado não consegue mais proteger o cidadão de bem, seja pela falta de recursos ou efetivo policial

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para combater a grande criminalidade vista hoje na cidade é utilizar sistemas que ajudam a inibir a ação de marginais. “Para se ter uma ideia, pelos levantamentos que temos dos locais monitorados, nos feriados prolongados cresce cerca de quatro a cinco vezes o número de tentativas de invasão a prédios comerciais e residências”, afirma.

O preço da segurança

Com uma ampla gama de produtos e serviços voltados à proteção patrimonial, a Scala vê a procura por eles crescer entre 20% e 25%. Os produtos mais procurados são alarmes e câmeras, além do monitoramento. “Hoje, um sistema de alarmes instalado sai por volta de R$ 1,2 mil. Já um pequeno sistema de câmeras em média R$ 2 mil, enquanto uma cerca elétrica, em torno de R$ 800. O monitoramento, dependendo do número de sensores e do tipo de comunicação, varia de R$ 80 a R$ 150 por mês”, revela Luiz. Segundo ele, esse tipo de investimento vale à pena, uma vez que os sistemas eletrônicos de segurança visam principalmente dificultar o ingresso de marginais, diminuir o valor eventualmente roubado e dar apoio ao esclarecimento das ocorrências com as imagens do local. “Assim, os


Segundo a Scala, a procura pelos sistemas eletrônicos cresce em média, de 20% a 25%

locais protegidos por sistemas de segurança são três a quatro vezes mais seguros que locais que não dispõem destes sistemas”, garante. Assim como o segmento de sistemas de proteção, as corretoras de seguros da cidade também têm registrado um aumento significativo na demanda, inclusive inserindo no mercado consumidores que nunca haviam feito seguro antes. “Acredito que a procura tenha crescido na faixa de 30%”, diz Márcio, acrescentando que, por cultura, o brasileiro protege primeiro seu veículo – esse é o segmento que mais cresce na área, seguido pelos seguros residenciais e empresariais, seguros de vida, saúde e previdência. O empresário Fabiano Meneghetti, proprietário da Equestrian Center, é um dos que não abrem mão de garantir sua segurança e há 23 anos é cliente da Êxitus Seguros. “O primeiro produto que contratei foi o seguro de veículo e atualmente tenho seguro de veículos, máquinas agrícolas, seguro de vida e residencial”, conta Fabiano, cuja preocupação é em relação à

residência. “Acredito que seja o local onde corremos maior risco de danos, ainda mais importantes do que o material. Neste caso, o risco de vida, abalo psicológico e emocional é maior e bem mais difícil de ser revertido”, pondera.

Prejuízos no trânsito

Não bastasse ter que lidar com o aumento da criminalidade, os francanos também enfrentam outro problema no dia a dia: a falta de segurança no trânsito, através da pressa excessiva dos motoristas ao volante, uso do celular, o que segundo Márcio resultou no significativo aumento no índice de acidentes de trânsito, o que acabou chamando a atenção das seguradoras, que vem aumentando o custo do seguro mês a mês. “Em Franca, a possibilidade de você se envolver em um acidente com vítima é mais alto do que em outras cidades do mesmo porte, devido principalmente às motos que circulam em alta velocidade, o que chama a atenção para contratação de coberturas mais altas de responsabilidade civil,

Os equipamentos de segurança mais procurados são os alarmes e as câmeras, que contam com a opção de monitoramento

principalmente para danos corporais e danos morais nas apólices”, destaca. Márcio diz que nos sinistros residenciais, os prejuízos têm girado em torno de R$ 8 mil; enquanto que no caso de perdas parciais em decorrência de acidentes de trânsito, os gastos com reparos saem em média, R$ 6,3 mil por veículo. “Os valores envolvidos em acidentes com vítima são muito altos, e o que chama a atenção são os altos valores envolvidos nas condenações judiciais, principalmente em ações de danos corporais e morais”, diz. Por essas e outras, Fabiano diz que todo o investimento com seguros vale à pena. Ele mesmo já acionou o seguro de veículos várias vezes e também o residencial. “Também já fui ‘visitado’, mas apenas na área externa, de lazer, e sem grandes prejuízos financeiros. Mas o pior é a sensação de vulnerabilidade, sempre pensando nos riscos que estamos correndo”, diz o empresário, que reconhece que todo um aparato de segurança dificulta a ação de marginais, mas atualmente não os inibe. e

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|Economia

Driblando a crise no país

UMA DAS ALTERNATIVAS ENCONTRADAS POR ALGUMAS EMPRESAS É NO INVESTIMENTO DE TREINAMENTOS

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Jorge reconhece que em Franca existe muita resistência nesse sentido, uma vez que muitos confundem investimentos com custos

emissões, corte de custos, cancelamento de projetos, en-xugamento de operações. É este o cenário em boa parte das empresas brasileiras – e em Franca isto não é diferente - frente à crise econômica enfrentada pelo país. Para driblar a situação, muitas delas estão investindo na capacitação de seus colaboradores como saída para elevar a produtividade e a eficácia das equipes. Prova disso é um estudo realizado pela Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento, com coordenação e análise da Integração Escola de Negócios, que aponta que o investimento em treinamento e desenvolvimento cresceu de 2015 para 2016. Neste ano, o volume de horas de treinamento por colaborador foi 33% superior ao registrado no ano anterior, passando de 16,6 horas para 22 horas, em média. O valor investido por funcionário é de R$ 624 por funcionário - crescimento de 24% em relação ao ano passado.

“As empresas que buscam excelência em atendimento ao cliente estão cada vez mais focadas nesse tema, pois quanto mais suas equipes conhecerem seu mercado, seus produtos e seu nicho de clientes, mais negócios serão fechados”, diz o formador de profissionais em vendas, Jorge Nunes. Ele reconhece que em Franca ainda existe muita resistência nesse sentido, uma vez que muitos confundem investimentos com custos – em especial no treinamento de seus vendedores. Ele afirma isso porque anda muito pela cidade, visita lojas - ruas e shoppings -, e vê como é o atendimento, a postura, o visual, o tipo de atenção que é dada, a argumentação fraca em relação ao conhecimento dos produtos e, o que é pior, a falta de vontade em fechar uma venda. “Alguns poucos, ainda chamam o gerente para auxiliar, porém a maioria não está nem aí”, pondera Jorge.

Ação e reação

Mas, para as empresas que investem, os benefícios são inúmeros, tanto para os produtos/serviços, como para compor-tamentos e postura, isso é claro, quando o funcionário deseja ser um profissional de vendas e/ou, outra atividade que escolher. Com treinamento é possível planejar, personalizar, cria métodos, aprimorar o foco e a concentração, realizar um trabalho pensado. Profissional. Treinar é preciso... “Não podemos parar

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nunca, temos que estar preparados para enfrentar o mundo em que vivemos, concorrentes, novas técnicas, novos mercados, etc.”, reforça o palestrante, que completa: “é importante afirmar que, um dos principais benefícios gerados pelo treinamento e capacitação, serão os resultados conquistados, dinheiro. O fluxo de caixa da empresa agradecerá muito”. No entanto, Jorge faz uma ressalva: se a empresa tiver apenas funcionários “motivados” e não treinados, pouca coisa acontecerá. Isto porque, a pior coisa que pode acontecer a uma empresa são funcionários motivados, mas, despreparados para trabalhar. Muitas empresas hoje procuram contratar palestras motivacionais, porém se esquecem de treinar e preparar essas mesmas equipes para darem os resultados desejados/esperados. Então, algumas vezes, o cliente será atendido por um vendedor motivado, (atender bem não é vender bem), e ficará claro que ele possui poucos conhecimentos sobre os produtos/serviços solicitados. “Aí sim, sou obrigado a concordar: Foi um custo e não investimento!”, afirma. e

No foco Jorge Nunes – Palestrante e formador de profissionais em vendas Telefones (16) 3727-6738, 9.9180-0986 e 9.9301-5275 E-mail: jornenunescomercial@yahoo. com.br Facebook: Jorge Nunes Palestrante


ESCOLA “PROF. ÂNGELO SCARABUCCI” REALIZA COM SUCESSO SUA 2ª FEIRA DE CIÊNCIAS

|Educação

Dar valor ao conhecimento A

construção de um experimento científico envolve a pesquisa, o diálogo entre o professor e a turma e entre os alunos. Em busca de soluções, os estudantes desenvolvem a criatividade e, muitas vezes, descobrem quais são seus talentos. Por esses e outros benefícios, a Feira de Ciências é uma ótima ferramenta de aprendizado. Que o diga a professora Camila Marchiodi, que organizou no final de novembro a 2ª Feira de Ciências da Escola “Prof. Ângelo Scarabucci”. Com o tema “Sustentabilidade – Uma Opção para o Futuro”, o evento apresentou projetos que visaram novas soluções para problemas do dia a dia e do entorno da comunidade escolar, como por exemplo, a elaboração de uma horta orgânica suspensa, hidroponia adaptada, produção de álcool, telescópio artesanal e reaproveitamento de cascas de alimentos, sendo os três primeiros os ganhadores desta edição da feira, que contou com a votação do público visitante para a escolha dos vencedores. “O objetivo desse trabalho é proporcionar aos educandos um espaço para pesquisa, atuação e protagonismo na solução de problemas levantados pelos próprios alunos”, destaca Camila.

O público escolheu os melhores trabalhos desenvolvidos como solução para alguns problemas do dia a dia

Entre os projetos apresentados na 2ª Feira de Ciências, estão o telescópio artesanal e a horta orgânica suspensa

A elaboração da feira de ciências ainda tem como objetivo colocar a teoria em prática, despertando nos estudantes a curiosidade científica, treinando-os na utilização da metodologia científica, estimulando-os a formular questões científicas baseadas na realidade cotidiana por eles vivenciada e despertando um maior interesse pela escola, com a elevação da frequência às aulas e melhoria da aprendizagem.

Resultados positivos

Participaram da 2ª Feira de Ciências da Escola “Prof. Ângelo Scarabucci” alunos de todos os

segmentos da escola, do 6º ano do ensino fundamental ao 3ª série do ensino médio. “Espero com esta ação despertar o interesse pela pesquisa e desenvolvimento de projetos, além de iniciar uma formação científica e acadêmica dos alunos”, reforça a professora. A escola já apresenta resultados positivos na área científica, como um dos projetos apresentados na 2ª feira de ciências da escola, que foi para 2ª fase da FeCeesp - Feira de Ciências das Escolas Estaduais do Estado de São Paulo, além de ter conquistado o primeiro lugar em Franca, na Olimpíada Regional de Química, realizada pelo Ceiq -Centro Integrado de Química da USP de Ribeirão Preto. “Tudo isso foi possível graças ao grande entusiasmo de todos os envolvidos, principalmente dos alunos. O tema da 2ª Feira de Ciências despertou interesse e o trabalho de campo foi feito com muita curiosidade, o que representa uma experiência riquíssima para todos”, observa Camila. Os bons resultados da escola vêm das ações em conjunto de toda a equipe escolar que tem por prioridade a formação integral do ser, visando ao desenvolvimento do aluno em todas as esferas. e enfoque franca | janeiro 2018|49


|Mulher

Pelotão feminino de motos

COM CRESCENTE INTERESSE DAS MULHERES POR MOTOS, FRANCA TEM MOTO GRUPO FEMININO

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ntigamente, pouco se via mulheres pilotando motos, ou até mesmo em garupas, já que esse universo sempre foi dominado pelos homens. Mas, como tudo na sociedade moderna, o pelotão feminino avança e conquista cada vez mais território. Prova disso é que, atualmente, de cada quatro motos vendidas no mercado brasileiro, uma sai das lojas levada por mãos femininas. Duas dessas mãos são da secretária administrativa Elisangela Oliveira, 41 anos, que acredita já ter nascido interessada no motociclismo, tendo pilotado pela primeira vez, há mais de 20 anos. “Ser motociclista vai muito além de pilotar uma moto. Somos irmãos, família e amigos, nos reconhecemos, sentimos a vibração uns dos outros pelo brilho no olho que só quem é, tem e reconhece no outro”, diz. E foi a paixão pelas duas rodas e o desejo de fazer do motociclismo mais que um hobby, que levou Elisangela a tomar a iniciativa de propor a fundação, em maio deste ano, junto com a fotógrafa Flórice Bertoni, do Moto Grupo

Elisangela fundou, ao lado de Flórice, em maio deste, o primeiro moto grupo feminino de Franca, o The Roses

The Roses – primeiro moto grupo feminino de Franca, que hoje conta com cinco membros efetivos e duas prósperas, mas com grande expectativa de expansão, pelo interesse já despertado. Sem um perfil específico, o The Roses é formado por mulheres de diferentes idades – desde os 18 até os 41 anos – e profissões, mas com algo em comum: o amor e o respeito pelo motociclismo, o que faz disso a essência do moto grupo. Apaixonada por motos, a primeira coisa que Mariana fez após a habilitação, foi comprar sua própria moto

Liberdade

Fascinada pelo barulho das motos e a sensação de liberdade que elas proporcionam, desde garotinha a técnica de enfermagem Camila Silva, 34 anos, se viu fascinada pelo motociclismo, fascínio que se intensificou na adolescência com os filmes que assistia. Com tudo isso, foi natural que passasse a andar de moto, o que já completa 12 anos. Hoje, ela tem uma Xtzlander250 e com o motociclismo passou a não se acomodar com padrões que a maioria impõe e é e faz o que gosta. Ela diz que vê as coisas com mais clareza, sem medo de ser feliz, talvez por não abrir mão da sua personalidade. Camila define o motociclismo como a representação da liberdade. “Se eu ficar sem pilotar minha moto é como se faltasse algo de importante pra mim, porque é mais que andar simplesmente de moto, é um meio de equilíbrio no dia a dia”, diz. Estabelecendo critérios rigorosos de convivência, união e ação social em benefício da comunidade, foram definidas condições básicas para integrar o Moto G r upo T he Roses.


O motociclismo já faz parte da vida de Camila há 12 anos e hoje ela diz não conseguir deixar de pilotar

Assim, as interessadas devem ser eleitas por indicação de um dos membros já efetivos, que irá apadrinhá-la e que ficará responsável por iniciá-la no meio do motociclismo e integrá-la nas muitas atividades desenvolvidas em Franca. Elisangela e Camila fazem parte de um novo cenário, que veio para ficar. Segundo dados de janeiro deste ano do Denatran – Departamento Nacional de Trânsito, a cada três brasileiros habilitados a pilotar motocicleta, um é mulher. Conforme a entidade, as mulheres já são 33% dos que têm Carteira Nacional de Habilitação do tipo A.

Batalhão que só aumenta

Se consideradas todas as categorias que permitem pilotagem de motocicleta - combinadas com outros veículos -, entre janeiro do ano passado e deste ano, houve um aumento de 7% no número de motociclistas. Entre elas está a vendedora Mariana Panice, 19 anos, que

se encantou por motos quando andou pela primeira vez na garupa de seu irmão. “Depois disso passei a ir aos encontros de moto e quando vi, já havia se tornado uma paixão. Há um ano, desde que tirei minha CNH, comprei minha moto, uma XTZ 125x”, conta. E apesar do pouco tempo de habilitação, Mariana já fez algumas viagens de moto para cidades próximas a Franca, como Ribeirão Preto, Capetinga, Passos, São Sebastião do Paraíso, Sacramento, Furnas e Rifaina. Sua moto representa sua liberdade e independência. Com a moto passou a ver a vida com outros olhos. “Em cima de uma moto as viagens se tornam uma coisa totalmente diferente do habitual. Sentir o vento bater no rosto e a sensação de liberdade que ela proporciona é uma das melhores coisas da v ida, não tem explicação”, revela a vendedora sobre a experiência de pilotar uma moto. Embora o número de mulhe-

Flórice diz que o The Roses incentiva o motociclismo feminino e realiza ações sociais

res motociclistas esteja aumentando de forma significativa em Franca e no restante do país, elas admitem que ainda existe preconceito para a ala feminina sobre duas rodas. Por isso, uma das propostas do The Roses é justamente incentivar outras mulheres a pilotar uma moto com responsabilidade e segurança, e serem livres e independentes, apoiando e respeitando umas às outras, pois o lema do moto grupo é “Todas por Uma”.

O preconceito existe

De maneira geral, o preconceito existe para homens e mulheres motociclistas, e as pessoas julgam o que não conhecem, pois se soubessem realmente como o respeito, companheirismo e a irmandade existente os motociclistas é importante entre eles, esse preconceito não existiria. “Quanto às mulheres de motos, estamos aqui para tentar mudar isso”,

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reforça Elisangela, que é exemplo para a filha Andressa, 18 anos, hoje uma das integrantes do The Roses. “Além disso, meu marido me incentiva e apoia e sempre que possível cuida do nosso caçula de quatro anos para eu andar de moto”, revela. Mariana também reconhece que muitas pessoas ainda veem a mulher como uma figura frágil, que só vive em função da casa e da família. Ela diz que esse preconceito existe porque ainda não tiveram oportunidade de ver o potencial de uma mulher em cima de uma moto, bem como seus conhecimentos e habilidades. “Muitos não aceitam o fato de algumas de nós pilotarmos melhor do que os homens”, diz. Mas o The Roses não se restringe a isso. Seu objetivo é ser uma ferramenta em benefício de vários segmentos da comunidade. De acordo com a vice-presidente fundadora, o The Roses nasceu inicialmente com duas amigas querendo doar um pouco de amor ao próximo. Então, elas uniram o útil ao agradável e resolveram estender a proposta para outras mulheres, pois acreditam que juntas são mais fortes.

Atuação na comunidade

E uma das primeiras ações do The Roses foi voltado para o público femi ni no, com a

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campanha “Contra o Câncer de Mama pela Vida!”, de prevenção e orientação sobre o câncer de mama, dentro do Outubro Rosa. “Distribuímos f lyers instrutivos em pontos estratégicos de Franca, intensificamos as orientações via rede social e ainda mobilizamos os motociclistas homens a incentivarem suas esposas, irmãs e filhas sobre a importância da prevenção”, explica Flórice, que completa: “aí ficou grandioso, pois o motociclismo é solidário”. Flórice adianta que, além Para cada uma das integrantes do The Roses, o motociclismo simboliza irmandade, união e responsabilidade

Os encontros entre as motociclistas ocorrem quinzenalmente para discutirem o planejamento do The Roses

da campanha com enfoque no Outubro Rosa, o The Roses tem outras ações sociais que estão sendo planejadas. “Temos muitos projetos, ideias e vontade é o que não nos falta, mas temos os pés no chão e estamos fazendo tudo com planejamento e logística para que tudo dê certo”, afirma a vice-presidente fundadora. As integrantes do Moto Grupo The Roses costumam se reunir quinzenalmente para tratar de assuntos internos e planejamento das ações do grupo, embora sempre estejam juntas para confraternizarem ou até mesmo para fugir da rotina em momentos dedicados apenas para elas, seus sonhos e projetos. Além disso, participam de passeios, eventos e encontros do meio, mantendo uma das vertentes do motociclismo sempre em alta, que é a amizade e as trocas saudáveis entre os apaixonados por motos. “O motociclismo é um amor que vai além da cilindrada de uma moto, é respeito, igualdade, irmandade e, principalmente, liberdade”, completa Mariana. e


|Perfil

O homem do Trabuco VICENTE LEPORACE USAVA O MICROFONE PARA COMBATER INJUSTIÇAS

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ua existência ficou interligada ao microfone e ele fez de seu “trabuco” uma arma cívica para as denúncias e combater os desmandos. Por essas e outras, Vicente Leporace era um homem incomum, considerado um dos mais destemidos do rádio e televisão. Radialista muito popular no Brasil, ele nasceu em São Tomás de Aquino, mas fez de Franca o seu lar. Em janeiro de 2018, faria 106 anos se estivesse vivo. Sua trajetória no rádio começou em 1941, na Rádio Clube Hertz, em Franca, a convite do famoso apresentador Blota Júnior. Na emissora, Vicente Leporace exerceu várias funções – de varredor a rádio ator. Foi aí que ele se encantou, tendo passado pelas rádios Cruzeiro do Sul, Record e Bandeirantes, todas em São Paulo. Por volta de 1946, ele trabalhou na Rádio Mairinque Veiga, no Rio de Janeiro. Na Record, ele recebeu o apelido de “Delegado do Rádio” pelo estilo de seus programas, sempre de crítica aos erros administrativos e aos abusos de autoridade. Antes de ser contratado pela Bandeirantes, ele comandou durante anos um programa infantil de maior audiência em São Paulo, veiculado aos domingos na

TV Record: o “Ginkana Kibon”. Nele, eram exibidos números de escolas infantis de danças, jovens instrumentistas e vários jogos, e a cada programa era sorteado um aniversariante para comemorar a data com um bolo gelado da Kibon, que era a patrocinadora do programa. Durante esse período Vicente dividiu o palco com Clarice Amaral, Cidinha Campos e Durval de Souza, entre outros. Da Record ele passou para Tupi e depois Bandeirantes, onde atuou na rádio e TV. Para lá ele levou o seu “Trabuco”, através do qual continuou criticando e apontando soluções. Para isso, ele lia as notícias publicadas nos jornais do dia e fazia comentários com ironia e inteligência, que por muitas vezes acabaram na Justiça. Em 1968, criticou o governo e por pouco seu programa não foi proibido pelos censores da época. Mas “Trabuco” – que ele apresentou até o dia 15 de abril de 1978 - continuou e se tornou um símbolo em defesa dos oprimidos e um refrão ficou muito famoso quando dizia “Assino e Dou Fé”.

de interpretação. Participou dos filmes “Pulga na Balança”, “Sai da Frente”, “Nadando em Dinheiro”, “Na Senda do Crime”, “É Proibido Beijar”, “Sinhá Moça”, “Carnaval em Lá Maior”, entre outros. Também atuou em novela. Fez “Redenção”, que ficou no ar entre maio de 1966 a maio de 1968, considerada a novela mais longa do Brasil, sobre um jovem médico que chegou à cidade de Redenção e despertou a paixão de três lindas jovens. Vicente Leporace interpretava Carlo, um sapateiro e pai de Ângela, que se casou com o médico. Por desempenhar bem suas funções, ele ganhou vários troféus pela sua atuação no rádio e na TV. Foram mais de 45 anos dedicados ao rádio. Seu “Trabuco” só se calou no dia 16 de abril de 1978, quando ele faleceu, aos 66 anos de idade, em decorrência de um edema pulmonar. Vicente Leporace era casado com Ivone Biasi Leporace, com quem teve os filhos Liana e Eduardo. E dentre os sonhos não concretizados do comunicador e ator ficou a edição de um jornal de bairro em Santo Amaro, em São Paulo, que teria circulação diária e que chegou a ser registrado como “O Trabuco”, mesmo nome de seu programa de rádio que o fez se tornar uma das pessoas mais admiradas e respeitadas no país. e

Criado em Franca, Vicente Leporace conquistou o Brasil através de seu programa “O Trabuco”, na Rádio Bandeirantes, em São Paulo

As artes na vida

Além do rádio, Vicente Leporace era um apaixonado pela arte enfoque franca | janeiro 2018|53


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|Arquitetura

Os banheiros estão modernos

AMBIENTE CONQUISTA ATENÇÃO ESPECIAL E TENDÊNCIAS VÃO DESDE ESPAÇOS DIVERTIDOS A SOFISTICADOS

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pesar de ser um dos menores ambientes de casa, o banheiro é o lugar que as pessoas buscam na hora de relaxar e de renovar as energias. Não tem nada melhor do que um bom banho para eliminar o estresse e dar ânimo para começar o dia. E é justamente por isso que o banheiro conquistou de vez a atenção especial na decoração. As tendências atuais seguem numa linha mais clean, com detalhes minimalistas e visual abrangente. O objetivo e a sensação são quase sempre de amplitude, aproveitamento de espaços e aconchego. Mas inovar no banheiro nem sempre é uma tarefa fácil. A maioria das casas e apartamentos novos já vem com revestimento de porcelanato branco, pia branca, vaso branco, deixando os banheiros sem personalidade. Nessa hora parece que as ideias não fluem direito, você quer mudar, mas não sabe como. “Um projeto adequado às necessidades dos moradores, acompanhando as novas tendências pode resolver o problema

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e, de quebra, dar mais charme a esse ambiente da casa”, observa a arquiteta Fabiana Andrade. Segundo ela, entre as tendências deste ano, as cores são as claras, sóbrias e ficam entre tons de branco, cinza, cimento queimado e concreto, além de revestimentos que remetem à madeira e às plantas para ornamentar e trazer cor. O resultado é a conquista da harmonia ao combinar tudo isso, fugindo do óbvio e dos monocromáticos.

Diversão é bem-vinda

A tendência aponta para banheiros divertidos, com azulejos estampados, como os que simulam paredes de tijolos

Mas se a ideia é transformar o seu banheiro em um espaço muito mais divertido, os azulejos estampados são uma forma de tornar isso possível. A tendência dita ainda que não é preciso apostar em apenas uma estampa. Sendo assim, deixe a criatividade falar mais alto. Aposte em até duas ou três diferentes estampas de azulejos na hora de reformar. “Azulejos que simulam paredes

de tijolos ou concreto também representam uma forte tendência para os banheiros”, diz a arquiteta. Quebrando a sobriedade das cores claras e acompanhando uma das tendências de levar diversão ao ambiente, uma das apostas em alta são as paredes com tonalidades escuras, como azul escuro, cinza ou até mesmo preto para o mais corajosos. “As paredes escuras prometem trazer um aspecto mais sombrio, elegante e rústico para o ambiente”, pondera Fabiana. As torneiras podem dar um charme ao banheiro, sejam elas instaladas na parede, ou as de bancada. As bancadas com armários, importantes nos banheiros, são itens essenciais para guardar toalhas, produtos de higiene e limpeza, mas podem ser dispensáveis nos lavabos. “As bancadas flutuantes, sem pés, são uma opção moderna, mas a altura entre o piso e a bancada tem que ser sufi-ciente para facilitar a limpeza”, diz. A tecnologia e modernidade estão por toda parte, desde o espelho slim, que não embaça, pisos em concreto, toalheiro arrojado em inox que vem do teto e a banheira branca e acolhedora. A iluminação é indireta, o que traz conforto visual e as portas sem batentes, para garantir o visual clean do projeto! “As propostas atuais buscam exatamente o equilíbrio, evitam os excessos, mas não deixam a atmosfera acolhedora de lado. O que se pretende é alcançar a harmonia, o agradável e o limpo. Nada de visuais frios e monocromáticos também”, diz Fabiana. e


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|Comportamento

Atrás de cada natureza

SER BOM OU MAU É INERENTE AO SER HUMANO E HÁ ANOS DISCUTIDO PELA SOCIEDADE

Para José Luís, é preciso exercer constantemente a “consciência crítica”, principalmente cristã, com coragem, determinação e sem medo

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s dicotom ias são os alicerces básicos da filosofia: o bem e o mal. O certo e o errado. O moral e o imoral. O justo e o injusto. E são elas que levam à análise: o homem, por natureza, é bom ou mau? Essa é uma das questões que divide a sociedade há muitos anos e dentro deste contexto é possível destacar dois grandes pensadores que influenciaram muito a maneira de ver o assunto: Thomas Hobbes e Jean Jacques Rousseau. O primeiro afirmava em seu livro “Leviatã”, que o homem é mau por natureza, “o lobo do homem”. Já Rousseau dizia que o homem não é mau, na verdade ele é bom, mas passa ao longo de sua vida por situações, pela convivência social, que ao final o levarão a se corromper. A psicóloga Natália Oliveira Ferreira concorda com essa visão e explica que o bem e o mal fazem parte da constituição do homem. Por este fato, seria equivocado afirmar que o homem nasce bom ou mau, uma vez que isto excluiria todo seu contexto externo, que também

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influencia em sua formação. “O bem e o mal estão presentes em nosso mundo se misturando e nos proporcionando variáveis, vivências, pensamentos e sentimentos sobre. Naturalmente é esperado pela maioria das pessoas que todos sejam do bem, porém a realidade não nos permite afirmar que tal fato acontece”, observa ela, que completa: “podemos pensar que a inclinação para o bem venha de alguém que deseja a paz, tranquilidade, felicidade, tanto para si quanto para o outro. Logo, uma pessoa do mal é a que pratica algo contra o outro, gerando tristeza, sofrimento psicológico, físico ou fisiológico. Salvo algumas exceções, todo indivíduo anseia pelo bem, para si e para outros”, diz.

Ética x valores

Da mesma forma pensa a fotógrafa Tatiane Ribeiro. Ela acredita que o bem e o mal sejam reflexos das escolhas que cada pessoa faz diariamente. “Em algumas circunstâncias da vida, pessoas fazem escolhas erradas, isso não faz dela uma pessoa má, mas, infelizmente, traz conse-

quências ruins. Somos nós que decidimos qual caminho seguir, mas é claro que várias situações podem nos influenciar a essa tomada de decisão, embora não seja correto usar isso como justificativa”, pondera. Bom ou mau, ou melhor, bem e mal, entretanto são valores que não apresentam para o ser humano um caráter absoluto. Ao longo dos tempos, nas mais diversas civilizações, várias interpretações foram e ainda serão dadas a essas duas noções. E a ética acompanha esse desenvolvimento histórico para que isso sirva de base de como ser ético no tempo presente. “A ética é um conjunto de valores morais que norteiam a nossa conduta na sociedade e o caráter é o modo de ser, ou seja, as características e traços no modo de agir, onde os valores e firmeza moral definem a coerência das ações”, observa o aposentado pelo BanThiago acredita que radicalismo, divisão e dicotomias servem só para que o mal cresça e o bem diminua


co do Brasil e atual presi-dente do Centro de Voluntários da Saúde de Franca, que atua no Hospital do Câncer e Santa Casa de Franca, José Luís de Oliveira Beneli, que completa: “ética é o que você faz quando está todo mundo olhando e caráter você faz quando ninguém está por perto”. Segundo a psicóloga, a distinção entre bem e mal pode ser vista por vários pontos de vista. Isto porque cada ser nasce, cresce e se desenvolve em ambientes diferentes, com familiares, amigos, grupos, sociedade que se diferem pelo seu modo de pensar, agir e comportar. Os parâmetros que norteiam a ideia de ser do bem ou do mal fazem pensar no julgamento moral do ser humano, em seu caráter, inf luências internas e externas, personalidade, educação, virtudes, regras, tudo que foi passado para o mesmo em seu desenvolvimento, dando embasamento para diferenciar o bem do mal. “Deixando claro que o fato de saber o que é melhor para si, não significa que seguirá por este caminho”, observa.

A busca do equilíbrio

E é exatamente o que diz uma antiga lenda indígena ao lembrar a existência de dois lobos habitando cada indivíduo: um bom e um mau, e vence a batalha aquele que é alimentado. “Todos temos esse lado obscuro, porém, o segredo está sempre em

manter o equilíbrio e o controle, pois assim, o lado obscuro servirá somente para que o bom seja exposto”, defende o advogado Thiago Granzotti, que para se nortear no dia a dia, quando todas as pessoas são testadas de alguma forma a caminhar pelo lado bom ou ruim – seja na forma de pensar, sentir ou fazer as coisas -, diz se basear em bons exemplos e em sua fé. No decorrer dos dias as pessoas passam por situações de estresse que as fazem perceber o lado obscuro, que deve ser controlado: às vezes aparece no trânsito, na fila de espera. “Por isso procuro manter minha espiritualidade bem, para que os ensinamentos me guiem”, comenta o advogado, que acredita que a natureza do ser humano é justamente o equilíbrio das coisas. Assim como o advogado, José Luís tem como parâmetros

Na opinião de Tatiane, as situações da vida podem levar as pessoas a fazerem escolhas erradas

Natália analisa que o fato de um indivíduo saber o que é melhor para si, não significa que seguirá por este caminho

pessoais “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a sim mesmo”, mas admite não ser tão simples assim, embora não impossível. “A religião somente por si não faz uma pessoa ser do bem, mas pode ajudar na formação de uma consciência crítica para o bem. Tenho conhecidos que não acreditam em religião, mas são do bem e praticam o bem”, salienta. E ao contrário do que muita gente pensa, Tatiane acredita que uma vez que se escolhe o caminho do mau, não significa que precisa ser para sempre. “É preciso enxergar as pessoas além da imagem, o que é um grande desafio. Por isso creio ser preciso acreditar que tudo é possível”. A psicóloga também concorda: “podemos concluir que cometer erros é inerente ao ser humano e ter a escolha de poder reparar os mesmos é algo único. Ser uma pessoa do bem ou do mal faz parte de escolhas, e ser julgado por elas nem sempre é o correto”. e

No foco Natália Oliveira Ferreira – psicóloga CRP 06/136783 Contemplar Consultório Psicológico Telefone (16) 9.9338-0150 E-mail: nataliaferreirapsi@ gmail.com Facebook: @contemplarpsi

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|Crianças

Os personagens da infância

COMO OS PAIS PODEM LIDAR COM OS SERES IMAGINÁVEIS TÃO PRESENTES NA PRIMEIRA INFÂNCIA?

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e g o n h a , L o b o M au , Chapeuzinho Vermelho, princesas, super-heróis, monstros, Papai Noel, Fada do Dente, Coelho da Páscoa. O universo infantil é povoado por seres inventados, lendas e alegorias. Os pais costumam alimentar esse mundo mágico com caçadas a ovos de chocolate e presentes postos sob a árvore de Natal. Entre uma armação e outra, pode surgir o questionamento: é saudável deixar os filhos levitando em fantasia ou o melhor é trazê-los para o chão da realidade? Para a psicopedagoga Cristina Leite Soares, a fantasia é saudável para o desenvolvimento infantil. A criança utiliza o jogo de faz de conta para expressar suas emoções, representar a sua realidade e vivenciar situações observadas pelas ações do adulto. Ela completa: “a fantasia também auxilia no desenvolvimento neurológico e na transmissão de valores sociais, como bondade, igualdade, compartilhamento, etc”. Por isso, ela diz que valer-se do imaginário na criação dos pequenos é mais que recomendável, uma vez que é uma maneira eficaz de estimular a criatividade. Além disso, elaborar as características desses personagens, perguntando-se como são, onde vivem e o que fazem, coloca as crianças em contato com a sua imaginação, o que beneficia o seu desenvolvimento em diversos aspectos, como na estruturação do pensamento e da linguagem. Não bastasse isso, é por meio desses personagens que a criança aprende a elaborar melhor seus sentimentos, principalmente aqueles tidos como negativos, como frustração, inveja, medo ou raiva. A presença desses personagens ajuda os pequenos a lidarem com acontecimentos inesperados, para os quais mui-

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tas vezes eles ainda não têm uma resposta adequada, como a chegada de um novo irmãozinho ou uma mudança de escola. O cérebro infantil fantasia antes de ter raciocínio lógico. “Um dos estágios de organização cerebral é coordenado pelo processo natural de fantasiar”, afirma Cristina, citando estudos de Jean Piaget: “A fantasia é uma forma de você ajudar a criança a organizar seus afetos e as percepções de si mesmo e do mundo”.

Pais x Filhos

Segundo Cristina, lançar mão de fábulas para transferir valores sociais é empregar uma linguagem que o pequeno está apto a processar. Mas esse lado lúdico da infância não beneficia apenas as crianças. Observar o filho Diogo de sete anos despertou um lado da auxiliar de escritório Ana Luiza Antunes, 39 anos, que estava adormecido. “Ele vê magia não só em personagens irreais, mas na natureza, em tudo que está à volta. Redescobri a fantasia através do olhar dele e voltei a ser criativa. É uma capacidade que os seres humanos têm, mas vão perdendo”.

Ana Luiza se viu influenciada pela criatividade do filho Diogo e redescobriu a fantasia através do olhar dele

Não existe uma idade ideal para contar às crianças que esses personagens não são reais. Por volta dos sete anos, os pequenos começam a questionar a existência deles, já que é nessa fase que desenvolvem a maturidade para lidar com o concreto. “No entanto, é importante que os pais não usem a idade como regra, já que cada criança forma sua personalidade de maneira diferente”, explica Cristina, acrescentando que não é necessário que os adultos acabem com a fantasia dos pequenos. O ideal é que isso ocorra naturalmente, já que a descoberta da verdade não costuma acontecer de uma hora para outra: aos poucos, as crianças vão desconfiando das manobras dos pais para esconder os presentes ou começam a notar que a figura do Papai Noel se assemelha bastante a alguém que elas já conhecem. “No entanto, se a criança continuar a acreditar nesses personagens após os 10 anos, é importante que os pais investiguem melhor por que isso acontece e se perguntem se o pequeno não sente falta de um espaço para expressar sua criatividade”, orienta. e


|Pet

Cuidando dos olhos deles

MUITOS ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO SÃO VÍTIMAS DE PROBLEMAS OCULARES, QUE PODEM CEGAR

A

s doenças oftalmológicas, comuns nos seres humanos, também acometem os animais de estimação. As mais comuns, segundo as médicas veterinárias Renata Fuentes Borges e Adriana Torrecilhas Jorge – esta oftalmologista veterinária -, são conjuntivite, ceratoconjuntivite seca - olho seco, úlcera de córnea, uveíte - inflamação do trato uveal - e catarata. Há várias causas para o surgimento dessas enfermidades. Por exemplo, nas conjuntivites, as de maior incidência estão relacionadas a processos alérgicos. “As úlceras de córneas são secundárias a outros problemas como traumas, anormalidades anatômicas, olho seco, dentre outras”, explicam Renata e Adriana, acrescentando que as uveítes destacam-se as decorrentes de enfermidades sistêmicas e as cataratas senis, ou seja, em animais idosos são as mais observa-das. Por isso é importante ficar atento aos sinais dos pets, como piscar muito os olhos, não conseguir abri-los, manchas,

vermelhidão, mudança de cor, tamanho ou formato, pupilas de tamanhos diferentes, lacrimejarem em excesso, cegueira noturna ou diurna, andar esbarrando nos móveis ou tropeçando, secreção, intolerância a ambientes claros e pálpebras muito vermelhas ou irritadas. Além disso, as especialistas esclarecem ser importante que os tutores levantem sempre a pálpebra superior e observem a conjuntiva bulbar, ou seja, a parte branca do olho, se está alterada e vermelha; se há presença de secreção ocular, observando o aumento na frequência e alteração da coloração.

Cegueira

Ao identificar qualquer um dos sintomas, é importante levar o bichinho de estimação a um oftalmologista veterinário, pois só um especialista conseguirá avaliar, detectar o problema e iniciar o tratamento adequado. “Nunca se deve utilizar medicamento sem o exame oftalmológico e prescrição por um profissional. Há muitos remédios que podem agravar a evolução

Segundo Renata e Adriana, são muitas as doenças oculares que podem afetar os animais de estimação

da enfermidade, podendo até ocasionar sequelas como a perfuração da córnea e cegueira”, salientam Renata e Adriana. Elas completam ainda ser importante realizar limpeza diária com solução fisiológica nos olhos do pet e evitar que o cão passeie na janela do carro, pois, pode ocorrer trauma na superfície ocular. Embora todos os cães e gatos possam desenvolver doenças oculares, algumas raças são mais predispostas. Por exemplo, todos os cães de “focinho achatado” devem ter atenção especial: Boxer, Shitzu, Lhasa apso, Pequinês, Pug, Bulldog inglês, Boston Terrier e outras. Entre as doenças que mais causam a perda de visão nos bichos, está a catarata, que afeta muito mais os cães do que os gatos. O problema oftalmológico é mais comum a partir dos oito anos de idade, e a principal causa é a velhice. E assim como nos humanos, a única forma de tratamento para a catarata animal é a cirurgia. Neste caso, a técnica chamada de facoemulsificação é a mesma utilizada nos seres humanos. Após a retirada da catarata, a lente natural é substituída por uma artificial. O procedimento existe para os animais há mais de 15 anos, com resultados de sucesso em boa parte dos casos. e

No foco Renata Fuentes Borges – Médica Veterinária CRMV-SP 30195 VET Fuentes Telefones (16) 9.9166-0185; 9.92139185 e 3723-0565 Adriana Torrecilhas Jorge – Mestre e Doutora em Cirurgia Veterinária, área de concentração em Oftalmologia Veterinária CRMV-SP 10 822

enfoque franca | janeiro 2018|61


|Esporte

Esporte para todas as idades COM INÚMEROS BENEFÍCIOS, XADREZ CRESCE EM FRANCA NA FORMAÇÃO DE EQUIPES DE ATLETAS

U

ma metáfora que ensina: o poder de um rei pouco vale sem sua dama, seus bispos, seus cavalos, suas torres, seus peões, todos que o rodeiam. O xadrez é das raras obras do homem a alcançar a perfeição. Nada se compara à exatidão de suas regras, à engenhosidade da combinação entre suas peças, 16 de cada lado, nas 64 casas de um tabuleiro. Sabedoria e imaginação, atalhos e estratégias. O jogador de xadrez é a soma de muitos: gênio, mestre, inventor, sábio. Não é à toa que se mantém vivo o encanto e o mistério de um jogo tão antigo quanto perfeito, atraindo desde crianças até pessoas mais velhas. Em Franca são muitos os que dedicam horas ao xadrez, por hobby ou por levá-lo a sério, como um esporte. É o caso de

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Lucas foi influenciado por um tio e hoje participa de várias competições como um dos atletas da equipe sub 21

Lucas Branquinho Massucatto Resende, 21 anos. Estudante de Educação Física, ele integra a Equipe Sub21 de Xadrez de Franca. Para tanto, treina em média, oito horas por semana. Gabriele diz que através do xadrez ela desenvolveu autocontrole e aprendeu a lidar bem com ganhos e perdas

Através do xadrez ele melhorou a concentração, o raciocínio lógico e cálculo, sem contar que fez muitas amizades e, de quebra, precisou melhorar seu condicionamento físico para aumentar sua concentração e diminuir o cansaço durante as partidas longas. Lucas começou a praticar o esporte em 2010, jogando com primos, tios e amigos. Ele foi influenciado por seu tio, que lhe contou a história do xadrez e jogou algumas partidas. A partir disso, ele quis participar de competições para ver como era o nível dos grandes jogadores e ver até onde poderia chegar. De lá para cá, Lucas não parou mais e já participou de vários torneios, inclusive obteve muitas vitórias. “Minha primeira partida nos Jogos Regionais é a que mais me marcou, quando conquistei um empate com um adversário de Miguelópolis”, lembra.


Hobby x Esporte

De acordo com o professor efetivo de Educação Física designado como professor e técnico de xadrez na Divisão de Esportes da Secretaria Municipal de Educação, Leonardo Adolfo Arduini, a diferença entre o jogador de lazer e o atleta é a mentalidade de competição. “O atleta é aquele que deseja ser competitivo e altera sua rotina para ser melhor no xadrez, o que não se observa em jogadores de lazer”, observa. Por exemplo, o atleta necessita melhorar a alimentação para não se prejudicar no momento da competição ou se matricular em academia para melhorar o condicionamento físico e assim ter uma melhor qualidade no sono, estando mais disposto e melhor para raciocinar no outro dia. De fato, jogar xadrez profissionalmente exige um preparo físico intenso. Para um bom desempenho nos tabuleiros o enxadrista deve realizar de maneira sistemática atividades cardiovasculares, tais como caminhar ou correr, pois ampliarão as possibilidades de oxigenação cerebral. Afinal, o xadrez exige muito do cérebro, que é o órgão do corpo humano que apresenta a maior taxa de consumo de carboidratos e oxigênio - em segundo lugar vem o coração. Assim, não só jogar xadrez, como também realizar qualquer

Segundo Leonardo Arduini, a diferença entre o jogador de lazer e o atleta é a mentalidade de competição

atividade intelectual intensa resulta num gasto de calorias tão grande quanto realizar atividades físicas.

Diferenças se completam

Leonardo explica que a modalidade de xadrez permite interação entre jogadores de idades diferentes: é o momento em que o atleta menos experiente observa e compreende as ideias de jogadores experientes. Foi nesse universo que a estudante do ensino médio da Escola Estadual “Prof. Júlio César D’Elia”, Gabriele Helena Cândido da Silva, 15 anos, passou a circular quando entrou para a Escola Estadual “Prof. Sérgio Leça Teixeira” e foi convidada por Leonardo a participar da turma de xadrez. Incentivada por ele, Gabriele começou a jogar e não parou mais. Hoje ela é atleta sub 21 de Franca, campeã nos Jogos Regionais. Depois que

Uma turma de iniciação de xadrez acontece no CEU do Leporace, espaço que atende atletas intermediários e avançados

começou a jogar xadrez, passou a se concentrar mais, desenvolveu seu raciocínio lógico e melhorou as habilidades de cálculos. “Socialmente, conheci pessoas, entre elas, algumas reconhecidas no xadrez. A parte competitiva do xadrez criou a necessidade de melhorar meu condicionamento físico, por isso, pratico academia”, comenta. Atualmente Franca conta com aulas de iniciação em xadrez em três núcleos: CEU – Centro de Esportes Unificados do Parque Vicente Leporace, Centro Comunitário do Jardim Aeroporto III e no Sesi. Existe também uma turma voltada para os níveis de atletas intermediários e avançados que acontece no CEU para integrar jovens talentosos com atletas com maior experiência. De acordo com Leonardo, a maioria das turmas é composta por atletas em idade escolar. “Mas temos no projeto turmas em que o nível de conhecimento é levado em consideração. Podemos ter iniciantes com sete anos ou iniciantes com 50 anos. Ou seja, trabalhamos com turmas multiníveis”, diz o professor e técnico de xadrez na Divisão de Esportes da Secretaria Municipal de Educação, que completa: “Temos na Divisão de Esportes uma única equipe que representa Franca de acordo com o regulamento de cada competição”, diz.

O compromisso

Isso confirma o porquê do xadrez ser considerado um dos enfoque franca | janeiro 2018|63


sub 14, o que me classificou para os Jogos da Juventude de 2016, que aconteceram em João Pessoa (PB)”, comenta a atleta, que treina de seis a 12 horas por semana e além de ver o retorno de seu esforço nas competições, percebe os inúmeros benefícios do esporte. “Através do xadrez desenvolvi autocontrole e aprendi a lidar bem com ganhos e perdas, o que para mim é um grande benefício. Além disso, adquiri boa memória, poder de cálculo e análise, muita força de vontade e dedicação”.

Os benefícios

esportes mais democráticos que existem, porque permite mulheres e crianças competirem com homens adultos — é a única modalidade esportiva em que uma pessoa confronta diretamente vários ad-versários ao mesmo tempo, em condições de igualdade. Assim, o xadrez se confirma como um jogo inclusivo, que aceita diferenças de faixas etárias, origens, sexo, físico e classe social. Jogando, você aprende a interagir com o ambiente e a respeitar o outro. Para chegar a um grupo coeso, Leonardo revela que a seleção de atletas é realizada a partir do momento em que o aluno da escolinha de iniciação demonstra aspectos cognitivos e psicológicos apropriados ao “ser atleta”. “A maioria dos atletas advém desse modo, o que não exclui a possibilidade de incorporação de enxadristas que não tenham feito parte anteriormente. Mas para representar Franca deverá estar assíduo nas atividades da turma a qual ele for encaminhado”, enfatiza. Gabriele leva a sério o compromisso de representar o município. Já participou de diversas competições, mas a que participa com maior frequência são as eta64| enfoque franca | janeiro 2018

O xadrez é considerado um dos jogos mais inclusivos, que aceita diferenças de faixas etárias, origens, sexo, físico e classe social

pas da Liga do Enxadrista. “Este ano também dos Jogos Regionais e dos Jogos Abertos da Juventude e junto com minha equipe fomos campeões dos Jogos Regionais e 3º lugar nos Jogos Abertos da Juventude”, comemora a enxadrista, que individualmente venceu em sua categoria nas etapas da Liga do Enxadrista. “Também fui campeã nos Jogos Escolares do Estado de São Paulo, em 2016, na categoria

Perdendo apenas para o futebol, o xadrez é o segundo esporte mais praticado no mundo. Grande impulsionador da imaginação, da memória, da concentração e velocidade de raciocínio, é um misto de jogo, arte e ciência. E o desafio não acaba no tabuleiro. Movimentar as peças do xadrez significa, muitas vezes, um movimento na vida de uma pessoa. “O xadrez é uma ótima ferramenta para a quantificação da evolução cognitiva da pessoa, haja vista que jogamos contra um oponente, mas sempre tentamos superar nossos erros para melhorar”,

Um dos objetivos das turmas de xadrez da Divisão de Esportes de Franca é que os enxadristas se tornem exemplos na cidade


pondera Leonardo, acrescentando que qualquer pessoa é apta à prática do xadrez e de acordo com a dedicação dela é que desenvolverá seu grau de competitividade. “O xadrez fará com que ela precise desenvolver mais a sua memoriza-ção, seu poder de dedução de hipóteses, de cálculos, ou seja, habilidades mentais que são necessárias à competição”, afirma. Entre os benefícios proporcionados pelo xadrez, destacam-se autoestima, autocontrole e autoconfiança, sem contar que a prática do xadrez exercita áreas do cérebro que desenvolvem a memória, cálculo, associação, abstração e o uso de aparelho psíquico. A prática também colabora na aquisição de uma maior desenvoltura na habilidade de antecipação e de tomada de decisões; no treinamento do pensamento crítico; aumento da disciplina, da responsabilidade das ações e da velocidade de pensamento; no desenvolvimento da maturidade intelectual e da criatividade. Por isso, passou a ser utilizado em escolas com intuito de colaborar no progresso da aprendizagem.

Formar enxadristas

alguns desses atletas comecem a difundir também a modalidade quando chegarem à vida adulta, se tornando professores, instrutores ou árbitros, fortalecendo toda a comunidade enxadrística”, diz Leonardo. Não se sabe ao certo como, onde e quando o jogo de xadrez surgiu. Alguns historiadores defendem a ideia de que foi na China; outros, que o esporte surgiu na Índia com o nome de sharutanga, nos séculos 6 e 7 d.C. Sabe-se, porém, que, na Idade Média, na Europa, a modalidade sofreu censura por parte dos membros da Igreja Católica, que viam o jogo como um canal de perdição.

A origem

Perdendo apenas para o futebol, o xadrez é o segundo esporte mais praticado no mundo, grande impulsionador da imaginação e da memória

Polêmicas à parte, após a Primeira Guerra Mundial os jogadores de xadrez sentiram a necessidade de criar uma linguagem universal para o esporte. Assim, em 1922 foi fundada a Fide - Federação Internacional de Xadrez. Após a Segunda Guerra Mundial, a entidade passou a organizar um sistema de disputa do título mundial de xadrez e hoje é reconhecida pelo COI - Comitê Olímpico

Internacional. No Brasil, foi criada em 1924 a CBX - Confederação Brasileira de Xadrez. Mas apenas em 1967 é que ocorreu a primeira expe-riência do jogo nas escolas — realizada por Taya Efremoff, em Araraquara (SP), dona do título de Mestre Internacional no esporte. Atualmente, com o avanço da tecnologia, o xadrez se aproxima ainda mais das pessoas, possibilitando, via computador, a disputa entre jogadores de todas as partes do planeta. Basta apenas um clique, e a partida começa. Seja virtualmente ou na forma tradicional, a partir do momento que a partida começa, o silêncio e a concentração tomam conta do ambiente. As peças se movem rapidamente sobre o tabuleiro de 64 casas brancas e pretas. E assim são horas e mais horas de partida. Tudo só acaba quando um dos participantes decreta o tão famoso “xeque mate” ou ouve o colega sussurrar tristemente a palavra “abandono”. Na pior das hipóteses, se ninguém alcançar a vitória, o consenso pelo “empate” é a saída. e

Leonardo diz que o contato inicial com a modalidade é fundamental para o desenvolvimento. É o momento quando o aluno descobre que ele pode competir somente utilizando a “inteligência” dele. “Nesse sentido, os projetos escolares desenvolvidos são essenciais e fica mais evidente quando levamos em consideração que a maioria dos nossos atletas passou em algum momento por esses projetos de xadrez escolar”, diz. Um dos objetivos das turmas de xadrez da Divisão de Esportes de Franca é que os enxadristas se tornem exemplos do esporte na cidade, popularizando o xadrez, promovendo todos os benefícios da prática entre a população francana. “Um objetivo secundário que temos é que enfoque franca | janeiro 2018|65


|fraseado

Se queremos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova. GANDHI

Se procurar bem você acabará encontrando. Não a explicação duvidosa do mundo, mas a poesia inexplicável da vida.

O sábio sabe tudo o que diz, mas não diz tudo o que sabe. PROVÉRBIO ORIENTAL

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

A vida tem uma só entrada: a saída é por cem portas.

Pontualidade é a coincidência de duas pessoas chegarem com o mesmo atraso.

MARQUÊS DE MARICÁ

O amor é a riqueza que não se vende nem se compra: dá-se. G. FLAUBERT

Uma vida ociosa é uma morte antecipada. GOETHE

Os sábios aprendem com os erros dos outros, os tolos com os próprios erros e os idiotas não aprendem nunca.

PABLO PICASSO

Vivemos com o que recebemos, mas marcamos a vida com o que damos. WINSTON CHURCHILL

PROVÉRBIO CHINÊS

Sabe quais são os 4 maiores desejos de um homem? Ser tão bonito quanto a mãe dele acha que ele é. Ter tanta mulher quanto a mulher dele acha que ele tem. Ter tanto dinheiro quanto os amigos dele acham que ele tem. Ser tão bom de cama quanto ele acha que ele é. DESCONHECIDO

Casar é trocar a admiração de várias mulheres, pela crítica de uma só. TOM CAVALCANTI

LEON ELIACHAR

Há pessoas que transformam o sol em uma simples mancha amarela; mas há também aquelas que fazem de uma simples mancha amarela o próprio sol.

Só me interessam os passos que tive de dar na vida para chegar a mim mesmo. HERMAN HESSE

O que eu faço hoje é importante porque estou trocando um dia de minha vida por isso. BOB MARLEY

Sobre estas três coisas repousa o mundo: justiça, verdade e paz. TALMUDE

Se chefe fosse arquivo de computador, a extensão seria ‘.fdp’.

Não são os grandes planos que dão certo, são os pequenos detalhes. STEPHEN KANITZ

TATI BERNARDI

O verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se dá, mais se tem.

Ladrão que rouba ladrão vive no Distrito Federal. TIM MAIA

SAINT-EXUPÉRY

Mais difícil do que ter uma grande idéia é reconhecer uma. Especialmente se for de outra pessoa. WASHINGTON OLIVETTO

Uma noite uma lanterna caiu no lago. Desde então os peixes principiaram a crer. PAULO BOMFIM




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