Enfoque 194 - Agosto

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primeiras linhas Não existe nada mais petulante e desacreditado do que a própria voz fazer­ -se elogios e tecer destaques, ainda mais quando se realiza um trabalho destinado a um público específico, capaz de entender os movimentos e fazer o julgamento por si só. Por tão graves e complicados, os elogios próprios deveriam ficar limitados à área do pensamento, sem expor ao constrangimento a voz que insiste em ufanar-se. Elogios são próprios dos que são grandes ou têm mania de grandeza. Mas tamanho não é sinônimo de beleza, nem de com­ petência e nem de sucesso. A vida diária está repleta de exemplos de que criatividade, talento e agilidade são componentes essenciais a uma receita de sucesso. Tais virtudes podem estar nos que se acham grandes e nos que se dizem pequenos. A diferença é que os que se acham grandes fazem pela obrigação do sucesso, enquanto os que se dizem pequenos fazem pelo prazer da vitória. O grau de cobrança entre as diferentes grandezas se mede pelo tamanho do arroubo. Quanto maior o arroubo, maior a expectativa e a cobrança, maior o espaço para a frustração. O quarto componente para um sucesso é a simpatia de um público específico, o que também independe da grandeza. O posicionamento é uma das variáveis que ajudam a ter simpatia, que não pode, ainda que muitos desejem, ser imposta. Como a simpatia é irmã da admiração e integrante da família do amor, ela só pode ser conquistada. Ajuda muito a cordialidade ao invés da prepotência, a proposição ao invés da imposição, a amizade ao invés da força. É preciso ter em mente que um amigo é para sempre, enquanto um aliado permanece enquanto dura o interesse. Para ter a sensibilidade e respeito à inteligência é preciso fortalecer-se na lida diuturna do respeito e do aprendizado, fazendo-se por criatividade o que outros fazem por cópia ou assimilação. Sempre com a consciência do fazer bem feito, pois queremos, sim, o prazer da vitória, mas só quando reconhecida pelos que acompanham o nosso trabalho.

Cesar Colleti

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entre linhas O médico cirurgião Lavínio Nilton Camarim, atuante em Franca, foi eleito, no dia 1º de julho de 2017, presidente do maior Conselho Regional de Medicina do país, o Cremesp. A cerimônia de posse, que projetou Franca para todo o país, ocorreu no último dia 21, em São Paulo, e contou com diversas autoridades, secretários de Saúde do Estado e do município de São Paulo, familiares e os amigos de profissão de todos os locais onde o médico fez amigos. Bastante querido na cidade, Lavínio diz querer ser lembrado como um profissional que se preocupa com as causas dos médicos e, ao mesmo tempo, dos pacientes que desejam ter um atendimento de qualidade e também como um representante institucional que teve a coragem de enfrentar e debater as principais demandas sociais. E para falar um pouco mais sobre sua trajetória de vida e profissional, Enfoque traz uma reportagem especial, inclusive com registros da cerimônia de posse e um pouco da intensa participação de Lavínio como líder da classe médica, desde sua chegada em Franca. Falando ainda de saúde, esta edição traz um retrato do que é hoje o setor de terapias complementares na cidade. Muito conhecidas como holísticas ou alternativas, estas terapias vêm sendo bastante procuradas por aquelas pessoas que desejam uma vida mais equilibrada, leve e saudável. Diante disso, tem crescido o número de profissionais que todos os anos chegam ao mercado de Franca. E é através de alguns destes profissionais, que Enfoque mostra os principais tratamentos, a procura e como se desenvolve aceleradamente o setor na cidade. Outro assunto interessante é sobre como as redes sociais criaram uma porção de atalhos nas relações pessoais, mas até que ponto é possível transferir o comportamento que existe nas redes para o ambiente de trabalho, principalmente em setores mais formais? Para responder essa e outras questões, Enfoque entrevistou um especialista na área e descreve o assunto com leveza. Viu quanta matéria interessante? Então aproveite e boa leitura!

Fernanda Ribeiro Editora Chefe

Enfoque Franca é uma publicação periódica mensal des­ti­na­da ao público em geral ISSN 1981 6219 ® Marca Registrada Diretor Responsável Cesar Colleti Editora Fernanda Ribeiro - MTB 32.745 Designer Gráfico Leonardo Vasques Carvalho Fotografia Ricardo Fernandes Consultoria de Marketing Lucas Rodrigues da Silva Colaboradores desta edição Adriana Barbosa Raymundo Beto Chagas Cirlene de Pádua Diogo Azevedo Felipe Simeão Cardoso Frederico Milano J. E. de Oliveira Luís Henrique Borba Vivian Ravanhani

Impres­são Cristal Indústria Gráfica (16) 3711-0200 As opiniões e con­cei­tos emi­tidos em arti­gos são de in­tei­ra res­ponsabilidade de seus au­tores. O con­teú­do dos anúncios pu­bli­ci­tá­ri­os é de inteira responsabilidade das em­pre­sas anun­ cian­tes, e não expressa neces­sa­ri­a­men­ te a opi­nião ou a posi­ção da re­vis­ta Enfoque Franca e dos seus dire­to­res e edi­to­res. Para Anunciar Telefone: (16) 3713-3300 Fax: (16) 3713-3300 de 2ª a 6ª feira das 8h às 18h. E-mail: comercial@izzon.com.br

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sumário

seções 04| primeiras linhas Cesar Colleti

linhas 04| entre Fernanda Ribeiro comportamento

24| Diogo Azevedo

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Pet Psicóloga explica como lidar com a dor pela perda de um animal

50

Arquitetura Mármore chega como forte tendência para mesas na decoração

52

Economia Terapia complementar aquece o setor e atrai novos profissionais

56

Trabalho Praticidade das redes sociais traz dilema de como agir através delas

58

Atualidade De olho na identidade da criança, festas se tornam personalizadas

60

Comportamento Dificuldade de dizer “não” demonstra fragilidades e traz prejuízos

62

Perfil Lavínio Camarim assume presidência do Cremesp e projeta Franca

Ano XVII Nº 194 Agosto de 2017

24| negócios Felipe Simeão Cardoso viver bem

24| Vivian Ravanhani 66|

fraseado

notas 08| 10| 12| 14| 16| 18|

mirante panorama entrever

Música Com forte personalidade musical, Silvia Brando se destaca na área

28

Literatura Regina Fátima de Almeida Conrado faz ensaio sobre Pedro Nava

30

Artes Através de sua arte, Leandra Cabrushik dá visibilidade às minorias

32

Como funciona Com metodologia especial, Air bag foi feito para salvar vidas

36

Estética Novas técnicas de rejuvenescimento facial atraem os francanos

38

Beleza Técnica de micropigmentação fio a fio 3D é sensação em Franca

40

40

rápidas bloco de notas post scriptum

crônicas 20| pulsar

Luis Henrique Borba

20| miragem

J. E. de Oliveira Ramos espaços

20| Cirlene de Pádua 22| 360 graus

48

50 Cabelos Tendência de corte em camadas permanece por ser bem democrático

42

Moda Grafite sai das paredes dos muros das ruas e invade as passarelas

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Meio Ambiente Projeto Verdejar quer francanos plantando um milhão de árvores

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Adriana Barbosa Raymundo

22| palavras contidas Beto Chagas

22| mais ou menos

Frederico Millano

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|mirante

ESPORTE >>

VESTIBULAR

As equipes que defenderam Franca nos 61º Jogos Regionais que aconteceram em Sertãozinho entre os dias 20 e 30 de julho deste ano conquistaram a vice-liderança no torneio. Segundo Ricardo Alexandre Pereira, diretor da Divisão de Esportes e Chefe da Delegação que esteve em Sertãozinho, no total, Franca conquistou 241 medalhas, sendo 124 de ouro, 73 de prata, 44 de bronze. A boa notícia é que 100% dos atletas que competiram são de Franca.

As inscrições para o vestibular da Unesp será de 11 de setembro a 9 de outubro. A Unesp oferece redução de 75% do valor da taxa para alunos de último ano do Ensino Médio da rede pública estadual paulista. A primeira fase será no dia 15 de novembro e a segunda fase, nos dias 17 e 18 de dezembro. O resultado final será divulgado em 2 de fevereiro de 2018. A Unesp dispõe de cursos de graduação distribuídos em 24 cidades do Estado.

Franca é vice nos Jogos Regionais

Unesp inscreve a partir de 11/09

PRONTUÁRIO ELETRÔNICO I

UBS’s implantarão em Franca

As Unidades Básicas de Saúde de Franca devem implantar até o fim de 2018 o uso do prontuário eletrônico. Exigência do Ministério da Saúde, além de qualificar o atendimento à população, o prontuário eletrônico é uma tecnologia que permite a economia de recursos. Com ele, o médico tem acesso ao histórico do paciente, evitando-se exames duplicados ou consultas repetidas. Assim, o acesso aos dados torna os serviços mais eficientes.

PRONTUÁRIO ELETRÔNICO II

15,1 mil unidades já usam o sistema

Atualmente, apenas 35,7% das UBS usam a ferramenta, isto é, cerca de 15,1 mil unidades no país. Além disso, já está em curso proposta para implementar a biometria, que ajudará no monitoramento de metas de desempenho, cumprimento de horários e tempo destinado à consulta. “A dificuldade em fazer que o profissional cumpra a jornada de trabalho vem acompanhada da sobrecarga de demanda em hospitais”, diz o ministro Ricardo Barros.

<< BANCO DO POVO I

<< BANCO DO POVO II

Com mais de R$ 1,2 milhão de empréstimos realizados no primeiro semestre de 2017 para micro, pequenas e médias empresas, a unidade do Banco do Povo Paulista em Franca é destaque entre todas as cidades paulistas no ranking de atividades positivas do banco. Conforme o balanço de atividades, foram firmados, até o momento, 175 contratos e autorizados empréstimos de R$ 1.209.393,00, para micro e pequenos empresários dos mais variados ramos.

O Banco do Povo de Franca conta com quatro agentes de crédito, que cuidam de ações internas e externas, de captação de clientes, orientação sobre gestão financeira e encaminhamento da documentação exigida. Essas consultorias são fornecidas via Sala do Empreendedor, que organiza também cursos de capacitação, disponibilizados gratuitamente. As condições dos empréstimos são diferenciadas, com juros cobrados à razão de 0,35% ao mês.

Unidade libera mais de R$ 1,2 milhão

Empréstimos têm baixas taxas de juros

<< RODOVIAS

Pedágios da região terão desconto

As estradas da região de Franca serão as primeiras do Estado a oferecer desconto de 5% no valor da tarifa do pedágio aos motoristas que estiverem utilizando o dispositivo eletrônico. Entretanto, nos caminhos de Ribeirão Preto para Franca (pedágios na Cândido Portinari) nas praças de Batatais e Restinga, só mesmo em 2018, quando vence a concessão para a Autovias e nova empresas deve assumir, após licitação do Governo do Estado. 8| enfoque franca | agosto 2017


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|panorama

PANORAMA >>

ESPETÁCULO

Micareta com o Moletchan, dia 11

O Mágico de Oz chega ao Municipal

Acontece no dia 11, a partir das 21h, no Castelinho, a Micareta com show de lançamento da turnê “É o Tchan e Molejo”. Na ocasião haverá shows com a Banda Mr. Bim, Moletchan e Banda Tridons. A ideia do projeto do Moletchan surgiu durante a última Virada Cultural em São Paulo, onde os grupos fizeram um show juntos. A apresentação terá shows individuais de cada banda e um momento no qual os dois grupos estarão juntos no palco.

O Teatro Municipal recebe dia 31 de agosto, “O Mágico de Oz”, que traz a história de Dorothy, uma garotinha que se perde no Mundo de Oz e para conseguir o caminho de volta para casa precisa achar o Mágico de Oz. Com a ajuda da Bruxa do Norte, Dorothy começa a sua procura no caminho até o Castelo do Mágico, onde muita coisa acontece. Nisso, ela conhece seus três inseparáveis amigos: o Espantalho, o Homem de Lata e o Leão.

TEATRO INFANTIL I

TEATRO INFANTIL I

“Simbad, o Navegante” no Sesi

Nova versão é da Cia. Circo Mínimo

Nos dias 12 e 13 de agosto, às 16h, o Sesi recebe o espetáculo “Simbad, o Navegante”, da Cia. Circo Mínimo. A peça gratuita é uma adaptação das viagens do famoso navegante do clássico “Mil e Uma Noites”. Reunindo elementos do circo, dança e teatro, o enredo ressalta como a aventura proporciona riquezas além dos bens materiais. Os ingressos podem ser reservados pelo sistema Meu Sesi no www.sesisp.org.br/meu-sesi, após breve cadastro.

Nessa versão, dois andarilhos representados como palhaços, viajam de cidade em cidade, apresentando a história de “Simbad, o Navegante”. Para cada um deles, um mote: para o líder, a história não pode parar; para seu colega, o objetivo é ter a oportunidade de fazer o papel do herói Simbad, ao menos em uma viagem. Assim se dá o conflito entre os dois protagonistas, interpretados por Ronaldo Aguiar e Rodrigo Matheus, da Cia. Circo Mínimo.

<< SHOW

EVENTO

Franca recebe no dia 12, a partir das 23h, na Lazuc Club, a cantora Flora Matos, dona do sucesso “Pretin”. Ela será uma das atrações do Shake Baile, que contará com vários DJs. Há opções de longe vip e camarote open bar. No baile ainda estarão disponíveis no local, chapelaria, área para fumantes, tabacaria e um estúdio de tatuagem. Mais informações sobre os ingressos pelo site www.sympla.com. br ou pelo telefone (16) 9.9176-3389.

Franca sedia de 9 a 13 de agosto, a 12ª edição do FestBar – Festival de Petiscos e Bares. O evento, organizado pelo Rotary Club de Franca Imperador, tem como objetivo divulgar a comida de botecos e restaurantes da cidade, além de ajudar as entidades assistenciais, já que a renda é revertida para elas. O FestBar começa a partir das 19h, no Poliesportivo, e tem entrada gratuita. A estimativa é que reúna 27 mil pessoas este ano.

Flora Matos se apresenta dia 12

FILANTROPIA >>

Dona Nina realiza Jantar Beneficente

No dia 12 deste mês, será realizado no salão do Castelinho, o tradicional Jantar Dançante Beneficente do Berçário Dona Nina. O evento, que terá início às 21h, contará com comida de boteco, jantar a mineira, macarrão ao vivo e sobremesa, além de show com a Banda Conexão Nacional. Os ingressos já estão sendo vendidos e toda a renda será revertida em prol do Dona Nina. Informações e reservas pelos telefones (16)3720-0512 e 9.9967-4557. 10| enfoque franca | agosto 2017

FestBar começa dia 9 de agosto


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MÚSICA I >>

<< MÚSICA II

Reinaldo Toledo no Duo ConCordas

Espetáculo terá duas sessões

O violonista e professor de música de Franca, Reinaldo Toledo, se apresentará ao lado do pianista Daniel Augusto, nos dias 19 e 20 de agosto, na Casa da Cultura de Cássia. Eles farão o espetáculo “Duo ConCordas” e a entrada é gratuita. Os dois músicos mineiros se uniram para criar um espetáculo que transita por diferentes paisagens sonoras brasileiras, abordando tanto a música urbana, como as referências dos interiores do país.

O Duo ConCordas já se apresentou em séries como VivaMúsica – Escola de Música da UFMG, Sexta de Música Erudita – PUC Minas, Palco Livre – Conservatório UFMG e Palco Almanaque – Sebo Almanaque. Na ocasião haverá a participação de Bárbara Penido no vocal; Vitor Dutra no violino e o Coral Pequenos Cantores de Cássia. Dia 19 o espetáculo começará às 20h30, e no dia 20, às 10h30. A Casa da Cultura fica à Rua Aviadores Azevedo Borges, 121.

TRADIÇÃO I

Cavalhadas em documentário

Rumo aos seus 200 anos, as Cavalhadas de Franca terão sua história contada em um documentário. A proposta do filme, inédita em 186 anos de trajetória do evento, tem o objetivo de imortalizar a tradição, cultura e história desse espetáculo com cavalos. As Cavalhadas foram trazidas pelos portugueses para o Brasil durante a colonização e em Franca foram apresentadas pela primeira vez em 1831. Elas são a segunda mais antiga do país.

TRADIÇÃO II

Filme ficará pronto em um ano

O documentário receberá investimento de R$ 30 mil e tem previsão de ser produzido em 12 meses. O lançamento deverá ser durante as Cavalhadas 2018, em agosto. O filme conterá entrevistas com personagens que ajudaram a escrever a história do evento; cenas inéditas de Cavalhadas antigas, de apresentações realizadas em outros municípios e imagens do espetáculo deste ano. As pesquisas e levantamento do acervo já estão sendo realizadas.

LITERATURA I

Biblioteca Municipal recebe Eduardo Spohr

A Biblioteca Municipal recebe no dia 21 de agosto, às 19h, o escritor Eduardo Spohr, autor da tetralogia dos anjos que começou com “A Batalha do Apocalipse” e seguiu com as quatro edições de “Filhos do Éden” – “Herdeiros de Atlanta”, “Anjos da Morte”, “Paraíso Perdido” e “Universo Expandido”. Ele fará um bate-papo sobre a literatura brasileira e qualquer pessoa pode participar. A entrada é gratuita, mas é preciso reservar lugar.

LITERATURA II

Visita faz parte da Viagem Literária

A vinda de Eduardo Spohr a Franca faz parte do programa Viagem Literária, que este ano comemora sua 10ª edição. Uma iniciativa do governo estadual, ele visa aproximar autores, livros e bibliotecas do cidadão paulista. Nesta edição estão programados 360 eventos em 90 cidades. A Biblioteca Municipal funciona nos fundos do Colégio Champagnat, à Avenida Champagnat, 1808, Centro. Reservas e informações pelo telefone (16) 3711-9229.

JAZZ E BLUES

Eduardo Machado Trio no Candeeiro

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Fotógrafo: Delzio Marques

O Candeeiro Pizza Bar recebe dia 25 de agosto, às 20h, o Eduardo Machado Trio. Composto por Gil Reis no piano, Eduardo Machado no baixo e Fernando Rast na bateria, o grupo apresentará um repertório de jazz e blues durante toda a noite. No final de 2016, eles fizeram uma turnê pela Europa para divulgar o CD, lançado em maio de 2016, “EMTrio”, e foram bastante elogiados nas principais casas noturnas da França, Suíça e Holanda.


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|rápidas

MENDICÂNCIA I >>

<< MENDICÂNCIA II

Com o objetivo de reduzir os pedintes nas ruas de Franca, a Prefeitura através da Secretaria de Ação Social lançou uma campanha contra o ato de dar esmola. A ação visa conscientizar os cidadãos sobre o mau hábito de se dar dinheiro aos pedintes, que se multiplicam pelas ruas do município e cuja opção de nelas permanecer, segundo a campanha, vem também da condição de “financiamento” que conseguem junto à população através da esmola.

A campanha será feita em escolas, instituições, nas ruas, bares, enfim, vai ao encontro do cidadão através da distribuição de panfletos e divulgação pela imprensa e plataformas de comunicação da Prefeitura. A ação não tem data definida para acabar. A orientação é que, além do dinheiro, também não se deve dar nenhum outro tipo de “ajuda”. Por exemplo, se der comida, vai matar a fome dela naquele momento, e ela vai continuar nas ruas.

Prefeitura quer coibir esmolas

Campanha visa conscientizar

UNESP FRANCA I

UNESP FRANCA II

O Centro Jurídico Social da Unesp de Franca agora conta com uma unidade móvel. O veículo foi conquistado por intermédio do Ministério Público do Trabalho de Ribeirão Preto e permitirá ao Centro Jurídico Social dar continuidade ao Projeto de Atendimento Jurídico Social in loco à população carente de Franca e região. O Centro Jurídico Social da Unesp de Franca presta atendimento psicossociojurídico a pessoas economicamente necessitadas.

As intervenções na Unidade Auxiliar estão voltadas para questões interligadas ao Direito de Família - divórcios, alimentos, execuções de alimentos, guarda e visita, alvarás judiciais - e Direito Previdenciário - aposentadorias, auxílio-doença, auxílio-reclusão, benefício assistencial. Além destes atendimentos, a Unidade Auxiliar mantém projetos de extensão na comunidade, nas áreas do Direito da Mulher, Direito do Idoso, entre outros.

Centro Jurídico com unidade móvel Todos os atendimentos são gratuitos

ABELHAS E AFINS I >>

<< ABELHAS E AFINS II

Franca recebe dia 19 de agosto, no Parque Fernando Costa, o 1º Workshop de Capacitação em Manejo para Aumento da Produtividade Apícola e Polinização. O evento idealizado pela Abemel - Associação Brasileira de Exportação de mel contará com palestrantes renomados na área, como Lionel Segui Gonçalves, presidente da ONG Bee or not to Be, que abordará “A importância da polinização na Agricultura”. Gratuito, o evento será das 7h30 às 17h.

Da programação constam as palestras de Aline Turcatto, da Abemel, que abordará “Polinização do Café - Expectativas e Apresentação do Projeto”; e do apicultor do Espírito Santo, Arno Wieringa, que falará sobre “Manejos de polinização do café e datas para polinizar”. Na ocasião uma assembleia formará a Associação dos Apicultores e Meliponicultores de Franca e região. Para se inscrever, enviar e-mail para abemel@abemel.com.br.

1º Workshop Apícola será dia 19 em Franca

TRANSPORTE ESCOLAR

Vans escolares devem renovar alvará

Os donos de vans escolares que ainda não renovaram os alvarás para o transporte de alunos devem fazê-lo rapidamente. O prazo dado pela Secretaria de Segurança e Cidadania venceu no dia 20 de julho passado, e das 140 vans cadastradas, cerca de 20 não compareceram para dar entrada à documentação necessária. Vans irregulares estão sujeitas a multas e a apreensão do veículo até que tenham o alvará renovado. Informações pelo 3711-9501. 14| enfoque franca | agosto 2017

Evento criará uma associação


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|bloco de notas

RODOVIAS I >>

<< RODOVIAS II

Entre as oito melhores rodovias de todo o país está a Rodovia SP - 345, Engenheiro Ronan Rocha, que liga Franca à divisa com Capetinga (MG), passando por Patrocínio Paulista e Itirapuã. A estrada é duplicada até Itirapuã e não tem pedágios em toda sua extensão. Em todo o país, somente 41,7% das rodovias possuem a mesma classificação. O resultado faz parte da 20ª Pesquisa Rodoviária da Confederação Nacional dos Transportes (CNT).

Entre as 20 melhores, 19 integram o Programa de Concessões Rodoviárias do Governo Paulista, fiscalizado pela ARTESP - Agência de Transporte do Estado de São Paulo, e são as únicas classificadas como “ótimas”. A Rodovia dos Bandeirantes foi avaliada como a melhor do país pelo quinto ano consecutivo. Nas últimas 13 pesquisas da CNT, a malha estadual paulista esteve presente com pelo menos 18 rodovias entre as 20 melhores do Brasil.

Franca-Itirapuã entre as melhores

Malha paulista é destaque em estudo

PRISÕES I

PRISÕES II

A revista íntima nas prisões da 4ª Região Administrativa Judiciária – Campinas foi proibida pelo Departamento Estadual de Execuções Criminais. Segundo o juiz Bruno Paiva Garcia, o procedimento é vexatório e atenta contra a dignidade da pessoa humana. No entanto, em Franca ela continua valendo. A Fazenda Pública foi condenada a pagar R$ 350 mil em favor do Fundo Estadual de Defesa dos Interesses Difusos, por danos morais coletivos.

Fazem parte da 4ª RAJ Aguaí, Águas de Lindóia, Americana, Amparo, Araras, Artur Nogueira, Atibaia, Bragança Paulista, Brotas Caieiras, Cajamar, Campinas, Campo Limpo Paulista, Capivari, Cerquilho, Conchal, Cordeirópolis, Cosmópolis, Espírito Santo do Pinhal, Francisco Morato, Franco da Rocha, Hortolândia, Itapira, Itatiba, Itirapina, Itupeva, Jaguariúna, Jarinu, Jundiaí, Laranjal Paulista, Leme, Limeira, Louveira, Mogi Guaçu, etc.

Revista corporal passa a ser proibida

Decisão beneficia 60 cidades

DEFICIÊNCIA FÍSICA I >>

<< DEFICIÊNCIA FÍSICA II

A Federação das APAES do Estado de São Paulo - FEAPAES-SP, com sede em Franca, entregou, em julho, 144 cadeiras de rodas para diversas entidades da cidade. A doação aconteceu graças à parceria realizada em 2014 da Federação com os serviços humanitários da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. O evento contou com as presenças de representantes de todas as entidades, dos atendidos pelas instituições e de autoridades.

Foram beneficiadas seis entidades: Lar São Vicente de Paula, Lar Eurípedes Barsanulfo, Associação dos Deficientes Físicos - ADEFI, Casa de Acolhida Filhos Prediletos, Instituto Caminhar e o Lar de Ofélia. “Em 2014 conseguimos doar 940 unidades e neste ano há a previsão de doarmos mais de 1.200. Com isso, vamos oferecer melhor qualidade de vida a diversas pessoas com deficiência”, diz a presidente da FEAPAES-SP, Cristiany de Castro.

FEAPAES doa 144 cadeiras de rodas

SEMINÁRIO

Santa Casa fala sobre humanização

A Santa Casa de Franca sedia de 14 a 17 de agosto o 1º Seminário de Humanização, que terá palestras e mesas redondas. Haverá ainda apresentações artísticas de profissionais que desenvolvem trabalhos no ambiente hospitalar. O evento é aberto ao público em geral e as inscrições seguem até o dia 10, através do e-mail humanização@santacasadefranca.com.br. Serão aceitos trabalhos científicos ou relatos de experiências significativos. 16| enfoque franca | agosto 2017

Seis entidades de Franca são beneficiadas


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CONSTRUÇÃO CIVIL I

<< CONSTRUÇÃO CIVIL II

O setor da construção civil em Franca apresentou crescimento de 11,29% na contratação de pessoas, entre maio e junho deste ano. Os dados do Caged – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados reforçam que, se comparado ao mesmo período de 2016, essa alta chega a 42,76%. Segundo o analista econômico Adnan Jebailey, o desempenho do setor deve manter o ritmo de crescimento graças a investidores que visam retorno de médio e longo prazos.

Segundo a Estban – Estatística Bancária dos Municípios, o capital disponibilizado pelos bancos para financiamentos imobiliários teve crescimento de 12,66% entre abril de 2016 e abril de 2017. Outro fator que tem estimulado o crescimento da construção civil em Franca é a verticalização da cidade. De acordo com a Prefeitura, o número de novos prédios residenciais de dois pavimentos teve um salto de 110,9% no primeiro semestre de 2017.

Setor registra alta nas contratações

EDUCAÇÃO I

USP oferece aulas gratuitas online

A Universidade de São Paulo – USP está oferecendo aulas gratuitas através do Portal e-Aulas, um serviço que dá acesso a conteúdos educacionais em mídia digital produzidos ou apoiados pela instituição. A iniciativa busca ampliar a disseminação pública do conhecimento, incentivando e apoiando os professores na criação e disponibilização de áudios, vídeos, textos e apresentações ligados a disciplinas de diferentes cursos da universidade.

Número de prédios residenciais aumenta

EDUCAÇÃO II

Há opções de ensino médio a pós

São 1.362 horas de vídeos disponíveis no e-Aulas em diferentes níveis de ensino, como Graduação, Pós-graduação, Ensino Médio e Cultura e Extensão, nas áreas de Exatas (Astronomia, Ciências Exatas, Engenharia de Computação, Estatística, Física, Geociências e Educação Ambiental, Geofísica, Geologia, Matemática, Meteorologia, Oceanografia, Química), Humanas (Administração, Arquitetura, Ciências Atuariais, Ciências Sociais, e outras.

INFANTIL

<< GESTÃO PÚBLICA

A região do Paulistano terá nova creche, à Rua São João Del Rey. A unidade terá capacidade para 70 crianças. Com investimentos de R$ 967,3 mil, a obra prevê a reforma, adequação e construção de 660,45m² de área útil, com prazo de entrega de um ano. A creche deverá contribuir para reduzir a fila de espera por uma vaga no setor de educação infantil da cidade, que só este ano, pretende abrir 1.080 vagas.

O polo UAB - Universidade Aberta do Brasil em Franca inscreve até 18 de agosto para o Curso de Especialização em Gestão Pública da UFSCar. A modalidade é semipresencial, com aulas presenciais realizadas preferencialmente aos sábados no polo escolhido pelo candidato no ato da inscrição. As inscrições podem ser feitas pelo site http://www.sead.ufscar.br/?page_ id=632. É cobrada uma taxa de R$ 50,00 na inscrição, o curso é gratuito.

Jardim Paulistano terá nova creche

UAB de Franca inscreve para curso

<< TRANSPORTE PÚBLICO

Passagem em Franca passa a R$ 4,10

Começou a valer no dia 4 deste mês a nova tarifa de ônibus de Franca. Os usuários do transporte coletivo na cidade passaram a pagar R$ 4,10, um reajuste de R$ 0,30. Com esse reajuste, Franca passa a ter uma das passagens mais caras do país. Entre 27 as capitais, a tarifa só é mais barata que em Curitiba, onde o valor é de R$ 4,25. No Rio de Janeiro, segunda maior região metropolitana do Brasil, o valor da passagem é de R$ 3,80. 18| enfoque franca | agosto 2017


enfoque franca | agosto 2017|19


|crônicas

J. E. de Oliveira Ramos (Joca)

Luís H. Borba Escritor, autor de Viajando-me

|pulsar Oxalá a sintonia “A droga deste lado direito, que nunca mais aceita ordens”, pensa o homem ao espetar um pedaço de carne com o garfo na mão esquerda, enquanto a faca na mão direita roça o alimento com falsos carinhos de serrilha. A mulher diz algo que ele não entende, ouve apenas a palavra “teimosia”. Ela puxa o prato para si, reduz o pedaço de carne a quadrados iguais aos que a mãe do homem reduzia quando ele era criança, devolve-lhe o prato. O garfo cava a comida com apetite; a faca pastoreia uns grãos de arroz, tenta agrupar os pedaços de carne, esforça-se numa organização, perdida no instante em que a mão direita a joga des­ controlada sobre a comida: alguns grãos, uma folha de alface e um pedaço de carne caem para fora do prato. O homem levanta a cabeça, encara os outros com uma firmeza dura a afastar qualquer ajuda. Há alguns meses, garfos e facas não o contestavam, as pernas lhe obedeciam no que lhes com­ pete: caminhar e sustentar-lhe o corpo. E num minuto banal, em que tudo estava cotidianamente normal, eis a brevidade de um piscar de luz em seu cérebro. É esse o modo como ele contaria a coisa: um breve apagão jogou-o numa cama de hospital e escureceu-lhe o lado direito. Uns dias de internação e a boca caída num amuo perene, o braço frouxo, a perna tomada por uma insanidade sem cura, a fazê-la jogar-se sem controle se tenta colocar-se em pé. “Há a possibilidade de melhora com fisioterapia”, disseram-lhe. Ao ouvir “possibilidade”, o homem olhou feio para sua mulher. O ânimo não melhorou nem quando a fisio­ terapeuta acrescentou “uma possibilidade muito boa”. Encara-se como um homem com meio cérebro, alguém que tem um meio corpo - e a outra metade precisa que outros a carreguem para si. Um homem com um corpo murcho, tendo um lado apenas com o tempo vivido e outro a viver numa estrangeira normalidade. Acredita-se um meio cidadão à espera de uma escuridão completa que lhe harmonize o corpo: os dois lados numa sintonia finda de futuro. 20| enfoque franca | agosto 2017

Cirlene de Pádua

Da Academia Francana de Letras

da Academia Francana de Letras

|miragem

|espaços

A Praça

Mal do século?

Aquela praça guarda emoções, senti­ mentos, segredos... Quanto choro, quantas esperanças, quantos sonhos o manto do esquecimento cobriu e sepultou para sem­ pre. Aquela praça é mais que um símbolo qualquer da cidade. É solo sagrado! Ali estão enterrados os primeiros habitantes de Franca: aquela praça foi o antigo cemitério da cidade. Ontem, terreno geometricamente re­ cortado pelos túmulos de cruzes marcados, onde, no soprar do vento sibilava a cantilena da morte, gemendo um coro de lamentações. O silêncio era o pano mortuário e espelhava as ilusões extintas. Ali, a saudade dos que ficaram cultuava a graça ausente e circun­ dava com carinho a lembrança da vida que se fora. A mais bela e solene homenagem estava na fulguração da luz das velas nos olhos marejados e nas mãos postas no peito dorido. Ali, a saudade que não morria, con­ trariamente a essa indiferença estranha que vai distanciando da recordação das coisas vivas a memória dos mortos, como se toda construção emotiva não fosse alento para a vida que segue. Ali estão os segredos que vieram depois que a praça deixou de ser o recanto das vidas que não vivem mais, quando sobre a terra nua, campo de dores, foi posto um jardim de flores. Os segredos dos amores nascidos no encontro de olhos enamorados. Ontem tristeza; hoje véu de noiva, bordado de so­ nhos e de esperanças, concerto de vida, os túmulos absorvidos em canteiros, as cruzes substituídas pela ramagem, as lágrimas transformadas em flores. O que era sombrio é contrastado pela luminosidade da vida e pela leveza dos perfumes que brotam da natureza renascida. Ontem, amargura e dor, hoje, contentamento e alegria. Aquela praça é metáfora da vida que nasce, morre e renasce. Ali a terra é sagrada e a poeira que baila no ar talvez seja o último traço de um sonho não realizado. O perfume e a beleza que irradia são promessas e a espe­ rança que sustenta as asas que elevam para um mundo melhor. Caminhe com respeito pela Praça Nossa Senhora da Conceição!

Caía uma chuva fina, fim de tarde ou­ tonal. Uma jovem caminhava absorta pela avenida. Cabelos alvoroçados pelo vento, vestido colado ao corpo. Quem seria? Es­ taria perdida? - pensava Jorge. De repente, ela fixa-o como se o conhecesse de algum lugar. Os olhares se cruzam. Empatia? O rapaz, educado, respeitoso, aproxima-se e indaga: - Precisa de ajuda, moça? Seu olhar me parece longínquo. – Quem sou? Quem é o senhor? Não me lembro de nada. Sei que não costumo dirigir a palavra a pessoas estranhas. - Sou Jorge, gosto de passear com meu cão, mas a chuva me impediu de fazê-lo. Estava na lanchonete ao lado e percebi que você não estava bem. Tente se lembrar de algo que a ajude a se iden­ tificar. Nossa, está febril, trêmula, precisa de cuidados médicos. Vou chamar um táxi. Jorge levou-a ao Pronto Socorro mais próximo, pagou as despesas e esperou que ela se recuperasse do mal-estar. – Estou me lembrando, disse ela. Saí para visitar uma amiga no bairro próximo, desci do ônibus e tive uma amnésia, creio. Já ocorreu isso comigo antes. Alguém se aproveitou de minha fragilidade, roubou minha bolsa, fiquei sem documentos, só pensava em chorar. Os dois se despediram após os agrade­ cimentos dela. Ele se foi sem saber o nome da jovem que lhe impressionara. Os anos se passaram. Certa noite os dois se reen­ contraram no mesmo lugar. Coincidência? Entreolharam-se, deram-se as mãos, dei­ xaram que o amor brotasse e se casaram. Alguns anos depois, Jorge descobriu que Lena (esse era seu nome) estava com um problema de saúde irreversível. Ficou abatido com a notícia, porém, disposto a cuidar dela com todo carinho e respeito merecidos. Dia desses, revi uma prima, cuja infância e adolescência passamos juntas. Ela foi acometida pelo Alzheimer. Triste presenciar a pessoa amada sucumbindo. Só mesmo com fé em Deus e resignação para amenizar a dor. Tantas mazelas! E nós? Inércia!


enfoque franca | agosto 2017|21


|crônicas

Adriana Barbosa Raymundo

Beto Chagas

Psicólogo e escritor

É escritora

|360 graus Bem-vindos a modernidade Século XXI cheio de novidades tecno­ lógicas, algumas me assustam... Pesquisas deixaram de ser feitas em estudos biblio­ gráficos. Basta acessar o “Google” e têm-se respostas para todos e quaisquer porquês. Em 2004 entreguei minha monogra­ fia completamente embasada em dados literários. Nada de informações virtuais, sob alegação de não serem seguramente verdadeiras ou reais. Livros e livros eram consultados, onde um autor complementa­ va a ideia de outro, e assim esculpia-se uma nobre teoria. Algo para se orgulhar! Observo a geração das respostas prontas. Jovens que não sabem localizar seus endereços ou livros pela tradicional ordem alfabética. Exímios em baixar programas, acessar sites que respondem suas dúvidas e resolvem seus problemas. Dia desses, em dúvida da nacionalidade de um autor, busquei ajuda na internet, pois as que tinha acesso manual, divergiam entre alemã e austríaca. Até aí tudo bem! O uso da tecnologia para ampliar conhecimentos. Frustrante é fazer dessa modernidade uma forma de comunicação impessoal. Recebo (envio também) mensagens no WhatsApp para várias pessoas ao mesmo tempo. E o sagrado: “Como você está?”, ou “Bom dia!”, ou “Estou com saudades!”? Compartilham-se intimidades do que se come, aonde vai, quem ama para um grande público. Onde estão os ombros amigos? Aqueles que nos ouvem, aconselham e torcem por nós? Estão em consultórios, nos atendendo com hora marcada por tempo determinado. Raramente em uma confraternização há entrosamento entre os partícipes. Entre dez pessoas, sete es­ tarão caladas, comunicando-se com seus contatos “internautas”. Filas de espera são formadas por pessoas conectadas à inter­ net; fúrias infantis, apaziguadas com jogos eletrônicos. Deparo-me com facilidades que, se falharem, não saberei como agir. O supérfluo ironicamente passou a ser es­ sencial. O que mais há para vir? Minha fértil imaginação ainda não vislumbra o futuro. 22| enfoque franca | agosto 2017

|palavras contidas

Frederico Millano é Cronista

|mais ou menos

Sonhos abortados

Vento que acaricia

Não é de hoje que acidentes de trânsito ceifam vidas ainda no vigor da juventude, ocorrências trágicas que abalam famílias inteiras e, por vezes, provocam conster­ nação em toda uma sociedade. Digo “por vezes” porque a tragédia está banalizada com a profusão dos meios de informação, de modo que já não nos incomodamos com a dor alheia. Quando a Avenida Miguel Sábio de Mello não passava de uma pista simples e ainda não existia o trevo de aces­ so ao Castelinho, ficamos todos abalados com o atropelamento do José Donizete dos Santos. Para nós ele era o Zé Galinha, companheiro de bola no campo do Bandei­ rantes. Seguia para o trabalho quando, na entrada do Curtume Progresso sua bicicleta foi atingida por um automóvel. Fatal! Adolescente, tive breve oportunidade de dois ou três bate-papos com o Márcio Dermínio. O suficiente para reconhecer nele um dos seres humanos mais admiráveis que já conheci. Costumo dizer que nosso con­ tato relâmpago propiciou amizade eterna. Poucas semanas depois, noite da primavera de 1983, num cruzamento da Vila Santos Dumont, uma caminhonete jogou a moto do Márcio contra a parede. Saí de Franca por um período. Numa das minhas vindas à cidade, alguém me contou da morte do co­ lega Jadilvo, da Reipeças. Fiquei sem saber detalhes, apenas que fora acidente de moto, aliás, veículo que era uma das suas paixões. Nessa mesma época, soube de acidente que vitimou o Serginho, que conheci no “xerox” da Unifran, quando trabalhei da Unirádio. Era filho do meu estimado Nivaldo. Zé Galinha, que foi cedo pro baten­ te, queria dar uma vida melhor para sua família; Márcio queria terminar o ensino médio, fazer faculdade, continuar garga­ lhando; Jadilvo queria ser um vencedor no motociclismo; Serginho não sei com o que sonhava, mas certamente queria viver. Todos jovens, cada qual com seus sonhos abortados, cada qual deixando um rastro de lágrimas. Minhas preces a eles e suas famílias!

Talvez eu nunca consiga chegar aonde o sonho já me levou: ao altar do seu que­ rer, onde caminho por estranhas estradas, fazendo festa sobre as ondas, que se movi­ mentam num vai e vem permanente e quase sempre se arrebentam perto de mim. Tateio pisadas que marcam por pouco tempo o rumo que só posso perceber quando mer­ gulho no sentimento que se desvenda no sobressalto do seu olhar. De olhos e ouvidos fechados eu sinto a linguagem dos toques que me conduzem pelos arco-íris, num per­ manente arfar, a me despertar nos templos que percorro quando vivo você. A batida do coração, quase sempre descompassa­ do, releva os túneis escuros submersos no segredo que insisto em ocultar. Imagino caminhos de fuga e faço neles armadilhas de cheiro e suor, de sorrisos e olhares, de ternura e de gestos, que teimo em repetir na urgência do querer que carrego sobre os meus ombros. Se os sentimentos têm cor, a saudade queima na imensidão do vermelho, que vai mudando para azul na medida em que vai afastando a amargura da distância e fazendo próxima a chegada do corpo que se estira no horizonte, esperando o sussurro próximo do ouvido, criando a fronteira entre o que é real e o que é eterno. Então mordo a dor da angústia e fecho os olhos adorme­ cidos nos arrepios que sobem não sei de onde e se perdem por caminhos que vão não sei pra onde. Tento sair de mim e tudo o que percebo são passos vazios em direção a nada, como que presos nas armadilhas criadas ao longo dos encontros. Disfarço o jeito de olhar, de andar, de esconder as mãos, afastando o olhar que diz mais do que todas as palavras silabadas. Finjo que não sinto para continuar sentindo. Finjo que não entendo para continuar decifrando cada gesto, cada carícia, cada toque. Coloco asas e voo para longe, sem perceber o vento que me acaricia e sem nem mesmo sair de onde estou – um campo florido como a chegada da primavera, onde planto gestos que vão nascer saudades para serem colhidas como lembranças.


enfoque franca | agosto 2017|23


|Artigos

Felipe Simeão Cardoso

Desenvolvedor web

| negócios

Vivian Ravanhani

24| enfoque franca | agosto 2017

Coach

Fisioterapeuta

|viver bem

Garantindo a segurança virtual Já conhece a Acupuntura? As compras em lojas virtuais crescem a cada ano. Se por um lado as vendas au­ mentam, a margem para fraudes também cresce. Neste cenário, a certificação digital no e-commerce passa a ser fundamental. De acordo com dados do eMarketer, em 2014, as vendas de e-commerce movimentaram US$ 1,47 trilhão no mundo todo. A estimativa é que, em 2018, esse número chegue a US$ 2,35 trilhões. A certificação digital é importante para garantir a segurança dos dados de seus clientes e consumidores do e-commerce. É chamado de SSL, ou TLS – que significam, respectivamente, Secure Sockets Layer e Transport Layer Security. Nas páginas da in­ ternet, é identificado pelo “s” após o “http”, e também pelo cadeado na barra de endereço. Através desse sistema de certificação di­ gital, os dados confidenciais dos clientes que são digitados e trafegados nestes portais são transformados em códigos criptografados, o que garante a segurança do e-commerce. Isto torna as fraudes mais difíceis. O sistema de segurança passa mais credibilidade ao clien­ te. Se ele se sentir mais seguro, as chances de finalizar a compra no seu site aumentam consideravelmente. O consumidor não está disposto a ter suas informações e dados divulgados. Em função da concorrência cada vez maior, é mais fácil procurar outra loja ao invés de arriscar. Além disso, operadoras de cartão de crédito exigem certificação digital para operações em e-commerce. Para utilizar um certificado digital SSL é preciso informar os dados sobre a proprie­ dade do site/Loja Virtual. É feita a geração de um par de chaves de criptografia, que garante a codificação dos dados. As chaves são: Chave privada, que ficará no servidor e Chave pública, que será utilizada com as informações de cadastro para gerar um CSR (Certificate Signing Request). O CSR é vali­ dado por uma autoridade certificadora (CA), comprovando a autenticidade dos documen­ tos e também confirmando a propriedade do site / Loja Virtual.

Diogo Azevedo

É uma terapia milenar originária da China, que consiste na aplicação de agulhas em pontos específicos do corpo para tratar doenças e para promover saúde, estimu­ lando as terminações nervosas existentes na pele e nos outros tecidos, enviando, desta forma, mensagens ao cérebro, o que desencadeia diferentes efeitos no corpo, como, por exemplo, ação analgésica ou anti-inflamatória. O diagnóstico é feito após o questio­ namento de diferentes aspectos da vida do paciente e a observação de manifestações físicas como a pulsação, a respiração, cor e aspecto da pele e da língua e assim é traçado o tratamento adequado para cada paciente. Esta técnica é especialmente indicada para a redução da dor em casos de fibro­ mialgia, dores de coluna, e diminuição da tensão emocional. É muito eficiente também no alívio de cefaleias e outras dores de cabeça, ajuda a diminuir o stress e sintomas de ansiedade, alivia os sintomas da tensão pré menstrual (TPM), alivia sinto­ mas da menopausa, acelera a recuperação de lesões. Entre as vantagens da acupuntura, po­ demos citar a rapidez dos resultados (com o paciente saindo de uma consulta sem dor ou com ela diminuída) e ausência de efeitos colaterais se comparado a medicamentos. A Acupuntura não apenas aliviará a dor, mas também reduz o espasmo e contratura da musculatura, resultando em aumento da amplitude de movimento e possibilitando a realização de alongamentos e exercícios visando prevenir novas crises dolorosas. Nem apenas de agulhas vive a acupun­ tura: a estimulação de pontos de acupun­ tura pode ser feita também pelos dedos (acupressão) durante de uma deliciosa massagem relaxante, uso de ventosas, la­ ser, e até o calor proveniente da queima da moxa, preparada a partir da erva artemísia (moxabustão) e muitas outras técnicas. Vale a pena se beneficiar dessa maravi­ lhosa técnica milenar!

|comportamento Seja ponte, não seja muro! Visualize: Uma recepcionista fechada e antipática; um gerente egocêntrico, isolado e pouco participativo; um servidor sem em­ patia e flexibilidade; um comprador durão e procrastinador. Considero que, comportar-se assim, é posicionar-se tal como um muro. Ser muro é dividir, isolar, impedir ou dificultar o acesso. É não “ter tempo” para as pessoas e suas ideias. É dificultar a expressão das pessoas. É o “passe outra hora”. Verdadei­ ro “banho de água fria” em pessoas que, motivadas, estão buscando seu espaço, empreender, compartilhar. Pessoas “muro” parecem esquecer que o mercado é dinâmi­ co, que o tempo passa e as posições das mesas invertem-se. Perdem-se grandes oportunidades, parcerias e, claro, acumu­ lam-se antipatias. Desta vez, visualize: Uma recepcio­ nista acolhedora e atenciosa; um líder participativo, disponível e incentivador; um servidor que vê “pessoas” e possibilidades de solução; um comprador respeitoso e interessado em ajudar e crescer junto. Aproveite sua posição estratégica, de decisão e formadora de opinião, e busque funcionar como uma ponte. Ser ponte é facilitar, unir, integrar, tornar acessível. Construa uma ponte para acesso a uma cidade isolada e levará a oportunidade de prosperidade a seus habitantes. Compor­ tar-se assim é ser humilde, empreendedor, generoso, colaborador, agregador. Pessoas admiram e confiam em facilitadores. Ser ponte gera parcerias, crescimento, opor­ tunidades, forte rede de contatos, além de boas impressões. Entramos no século do empreendedor, do trabalhador autônomo. Isto significa que as relações de trabalho estarão cada vez mais baseadas em competências e ganha/ganha, cada vez menos vínculos, amarrações contratuais. Neste mercado globalizado, pontes têm mais utilidade! Ninguém faz sucesso sozinho. As grandes cabeças precisam de pescoços eficientes! Vamos juntos! Prosperidade!


|indicador de saúde

Dr. Ubiali Marco Aurélio Ubiali Neurocirurgia | Neurologia

CRM SP 32.385

16 3720-2018

drubiali@yahoo.com.br

Rua Demar Tozzi, 340 - São Joaquim - Franca/SP

enfoque franca | agosto 2017|25


|boas ideias

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26| enfoque franca | agosto 2017


enfoque franca | agosto 2017|27


|Música

D

esde o ano passado, a música sertaneja abriu as portas de vez para as mulheres. A cena foi invadida por artistas como Marília Mendonça, Maiara & Maraísa, Naiara Azevedo e Simone & Simaria, que se tornaram nomes de sucesso do gênero. Elas seguem os passos de outras mulheres que já marcavam presença no mercado, como Roberta Miranda, Paula Fernandes, Thaeme, da dupla Thaeme & Thiago, e Maria Cecília, da dupla Maria Cecília & Rodolfo. A presença feminina se tornou tão forte, que a cada dia aparecem mais artistas mulheres se destacando no cenário da música sertaneja, cantando canções com letras que falam sobre a realidade feminina e do ponto de vista das mulheres, o que, até então, não era comum. Uma delas, é a cantora e compositora Silvia Brando. Apesar de ter sempre sido fascinada pela música – ela inclusive teve influência da mãe, que sempre acreditou em seu talento e dizia que ela ainda iria se tornar cantora, foi só após a trágica morte de sua mãe em decorrência de um acidente de carro, no ano de 2008, que Silvia decidiu se lançar profissionalmente na área. “Sofri muito com sua morte, pois éramos muito amigas”, conta Silvia, que encontrou na música, forças para continuar sua vida e ainda realizar o desejo da mãe.

Silvia Brando se lançou profissionalmente na música após ganhar o prêmio do programa “Francis Art Show”, no Rio de Janeiro

Reconhecimento

E foi em 2014 que ela recebeu o primeiro sinal de que estava no caminho certo: Silvia venceu com “Pra sempre vou te amar”, o prêmio do programa “Francis Art Show”, no Rio de Janeiro, na categoria de “Melhor Música do Ano”. “Foi um grande sucesso, graças a Deus, e desde então, comecei minha caminhada como Silvia Brando”, diz. Nesse mesmo ano, ela gravou um CD com cinco faixas para apresentar seu trabalho – duas composições próprias e três regravações. Foi o que Silvia precisava para começar a ser convidada para apresentações e ficar conhecida na região. Dois anos depois, mais um avanço em sua carreira: ela gravou um novo CD, em 2016, chamado “Mente Cega”, nome inclusive de uma linda canção sua. A nova criação conta com 12 faixas e já está sendo trabalhada em toda a região. “Tenho muita alegria e satisfação em trabalhar com os músicos Fernando Morais, Apoena Morais, Renato Theodoro, Adriano Bdias. O Fernando é um grande amigo, me ajuda muito com as gravações. Só tenho a agradecê-lo”, reconhece Silvia, cheia

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de expectativa. Cantora com personalidade e voz marcantes, Silvia Brando gosta de músicas sertanejas e de raiz. E é através destes estilos – os quais aprendeu a gostar com seus pais ainda criança, que ela revela seu grande talento. E suas músicas – a maioria fala de amor – mostram esse seu lado romântico e a vocação para compor. “Tinha um caderninho de anotações onde compus várias músicas, mas joguei fora porque achei que nunca conseguiria mostrar meu trabalho. Hoje tenho 11 canções, sendo nove lançadas e duas que estamos trabalhando nelas”, comenta.

Projetos musicais

O romantismo de Silvia Brando em canções sertanejas que falam de amor

Quando não está atrás do microfone ou se inspirando para alguma composição nova, Silvia Brando se dedica às vendas e à contabilidade, atividades paralelas à música. E agora, seu foco é montar sua própria banda para poder conquistar novos palcos. “Graças a Deus até agora as pessoas têm gostado do meu trabalho, embora só tenha me apresentado com playback, mesmo assim, foi sempre um sucesso a ponto de me emocionar com o retorno positivo do público”, revela. Guerreira e com fé em Deus, a cantora e compositora que se inspira em Fátima Leão e Marília Mendonça, tem o sonho de gravar uma música com elas. “Tenho fé que este dia ainda vai chegar”, diz. E é assim que Silvia Brando segue: correndo atrás de seu sonho através de muito trabalho e dedicação, porque sabe que é a música que complementa sua vida, tornando-a mais leve, feliz e com um propósito especial. Para conhecer o trabalho de Silvia Brando, acesse a fanpage: www. facebook.com/silviabrandocantora; e seu canal no Youtube: Silvia Brando. e

Apaixonada por músicas sertanejas e de raiz, Sílvia abraçou estes estilos e através de letras românticas tem conquistado a região


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|Literatura

D

ez anos dedicados ao estudo de memórias e autobiografias, e ao levantamento de 330 autores e obras, títulos e suas primeiras edições. O resultado é a publicação do livro “De Nabuco a Nava (1900-1990)”, que procura preencher uma r lacuna bibliográfica na historiografia literária brasileira em relação ao gênero memorialístico. “Prosseguindo na linha de ensaio histórico e crítico-literário, percebeu-se a quase absoluta ausência de dados sobre o tema até mesmo no meio acadêmico, com exceção de alguns ensaios relevantes sobre poucos autores e obras memorialísticas, de relevantes críticos como o do recém-falecido professor Antônio Cândido sobre a obra autobiográfica de Pedro Nava”, explica a mestre em Literatura e ensaísta, Regina Fátima de Almeida Conrado. Diante da importância do assunto, foi após deixar esta pesquisa engavetada por muitos anos, que Regina decidiu, em 2015, resgatá-la e revivê-la, resultando no livro “De Nabuco a Nava (1900-1990)”, lançado durante prestigiada noite de autógrafos e coquetel no Polo Clube de Franca, no último mês de junho. Com 422 páginas, o livro de foi publicado de forma primorosa pela Editora Fontenele, de São Paulo, após um processo que exigiu muita paciência, dedicação, olhar crítico, intenso trabalho de pesquisa e, para completar, esmero gráfico.

A mestre em Literatura e ensaísta Regina Fátima de Almeida Conrado acaba de lançar seu novo livro “De Nabuco a Nava (19001990)”

O motivo do interesse

A autora

Francana, formada em Serviço Social pela Unaerp, e em Letras pela Unesp de Franca, Regina recebeu o título de Mestre em Literatura com a Dissertação “Infância”, de Graciliano Ramos (Memória, sentimento e discurso), que originou o livro “O Mandacaru e a Flor” (A autobiografia Infância e os modos de ser Graciliano), publicado em 1997 pela Editora Arte & Ciência, de São Paulo. Voltando a residir em Franca, Regina não se desligou do tema — memórias e autobiografias, por acreditar que ele reflete o incremento do gênero. “Dediquei-me a uma pesquisa sobre a arte da memória do tempo mítico ao contemporâneo, através da trajetória no tempo-espaço ocidental e desenvolvi hipóteses sobre os motivos do atraso na introdução do gênero no Brasil, como eco tardio da cultura europeia”, observa. No entanto, no transcorrer de 1900, foi publicada a obra “Minha Formação”, memórias do eminente jurista e abolicionista Joaquim Nabuco, que inseriu o Brasil na tradição ocidental do gênero. Foi a flecha em direção ao futuro, com inúmeros

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seguidores nas pró-ximas décadas. Em 1972, a publicação de “Baú de Ossos” iniciou a série seis livros escritos até 1983 - da monumental obra proustiana de Pedro Nava, encerrada em 1984 com sua trágica morte. “Entre todos os brasileiros publicados de 1900 a 1990 ele foi o escolhido, pois ‘Baú de Ossos’, como ele referiu, ‘estourou como um aneurisma”, explica a autora, lembrando que os leitores multiplicaram-se, ansiosos pela sequência dos livros que surgiram pouco a pouco, impressionados com o enorme talento literário deste professor–médico reumatologista.

Um livro que preenche uma lacuna na história da literatura brasileira

Ponto relevante em “De Nabuco a Nava” é salientar o que moveria leitores a se interessar pela vida de alguém “real”. “O autor memorialista tem motivos para escrever suas memórias - apologia, desejo de justificar-se, testemunho de vida, encontrar o sentido da vida, aspectos existenciais comuns à humanidade”, esclarece Regina. O gosto do autor em se expor encontraria eco no leitor em ler sobre sua vida, devido à curiosidade pelas confissões de alguém — testemunha de fatos marcantes da sociedade — que revive costumes, parentescos, intrigas de família, relações amorosas, profissionais e políticas. “Interessa ao leitor de memórias, conhecer ¨quem¨ escreve, ¨por que¨ escreve e ¨como¨ escreve. Razões suficientes para a leitura do livro ‘De Nabuco a Nava (1900-1990)’, que tem como subtítulo: Memórias e Autobiografias: a tradição ocidental na origem e apogeu do memorialismo brasileiro”, diz. O livro pode ser adquirido no Sebo Almanaque, à Rua Júlio Cardoso, 2072, telefone 3722-7004; ou pelo celular (16) 9.9999-0834. e

Ela escolheu Pedro Nava, porque entre todos os brasileiros publicados de 1900 a 1990, seu “Baú de Ossos”, como ele referiu, “estourou como um aneurisma”


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|Artes

E

la gosta de desenhar mulheres, de todos os jeitos, formas e cores que possa imaginar. Para isso, usa estilos já existentes de técnicas, como pontilhismo, aquarela ou as cores e simplicidade da tatuagem tradicional – old school. E a cada novo desenho, um mesmo propósito: buscar visibilidade para minorias sociais. “Eu gosto de criar para que a mulher se identifique, para que o preto se identifique, para que as gays se identifiquem, para que o gordo se identifique e para que o pobre possa pagar”, comenta a ilustradora e tatuadora Leandrah Cabrushik, que completa: “e tento provocar em todas as pessoas a ressignificação de nós, como humanos, como seres de beleza e força grandes demais pra se mutilarem em qualquer padrão. E claro, enfatizando a minha presença por resistência em um cenário ocupado, majoritariamente, por homens”. Sem definir sua arte em apenas um estilo, Leandrah atualmente está focada na tatuagem, por isso, cria desenhos que possam seguir essa linha. “A maior parte deles é figuras femininas. Porém, animais, plantas e algumas releituras de obras de arte famosas, também entram para lista”, diz a ilustradora e tatuadora, que busca no silêncio a inspiração para criar. “Preciso dele para que a mente faça barulho alto. E a partir disso, se tiver um lápis por perto, alguma ideia toma forma”.

O talento para as artes surgiu quando Leandrah Cabrushik ainda era criança: o desenho era o seu principal meio de comunicação

O reconhecimento

Independente se lápis, caneta de nanquim e lápis de cor, o fato é que os desenhos de Leandrah têm vida própria: alguns ficam prontos em algumas horas, outros demoram semanas. Eles que mandam. E os resultados são sempre surpreendentes, tanto que a repercussão a seu trabalho tem lhe causado certo “susto”. “Não imaginava, por exemplo, que algum dia pessoas pudessem vir de São Paulo só para tatuar comigo. Fico assustada, mas muito feliz, alcançando um grau de satisfação que não pensava que eu, uma pessoa vinda do lugar pobre que me concedeu, fosse capaz de ter”, observa a artista. Mas nem a pobreza, as dificuldades financeiras ou a falta de referências foram capazes de ofuscar o talento de Leandrah Cabrushik, que desde cedo demonstrava inclinação para as artes. “Minha mãe sempre conta muitas histórias de como eu desenhava tudo que eu via e chamava minha atenção. Coisas que me davam medo, que eu desejava ou até mesmo coisas que eu sonhava – não sabia discernir sonho e realidade. O desenho era o meu principal meio de 32| enfoque franca | agosto 2017

comunicação”, lembra. Da infância para a fase adulta, foram muitas as ocupações profissionais vividas por ela, até que o desenho, de alguma maneira, voltou a fazer parte de sua vida. Com o curso superior de Artes Visuais, Leandrah ganhou mais embasamento e se aperfeiçoou. “Lá me reencontrei com o desenho. Finalmente, eu podia desenhar sem culpa. Nenhuma moral, censura ou tabu conseguiram me parar mais, tanto que atualmente sou tatuadora, venho tentando crescer nesse meio e sei que o desenho sempre foi meu principal aliado”, reforça.

Projetos artísticos

A visibilidade para as minorias sociais nos desenhos e tatuagens de Leandrah Cabrushik

E um pouco do que traduz a sua arte, Leandrah Cabrushik já levou para uma exposição de desenhos na Casa da Cultura de Franca, onde também aplicou oficinas, e em alguns eventos onde realizou tatuagens, como aconteceu recentemente no Baile Black Power, com Rincon Sapiência, e acontecerá no show da Flora Matos. Quando não está criando novos desenhos e realizando tatuagens, a ilustradora e tatuadora se dedica aos estudos: cursa Serviço Social na Unesp. Mas ela faz planos para explorar a arte da tatuagem. “Tenho desenvolvido um projeto de tatuagem tradicional, a old school, com temas brasileiros. Toda fauna, flora e ícones da cultura nacional. E claro, desejo estabilidade suficiente para conseguir ter o meu estúdio e ocupar todos os lugares possíveis levando a minha colaboração de empoderamento feminino, entre outros, através das minhas criações”, revela Leandrah, que é movida pela arte. “Ela me alimenta, literalmente. E através dela, tenho mudado concepções e me superado constantemente”. e

Hoje ela concilia os estudos com a produção de desenhos e as tatuagens que realiza com técnicas que vão do pontilhismo à aquarela


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|Como Funciona

Ele é feito para salvar vidas E

le espanta pela agilidade e seu perfeito funcionamento costuma salvar milhares de vidas. Mas como o airbag funciona para que isso aconteça? Trata-se de uma tecnologia de segurança composta, principalmente, por uma bolsa, um gerador de gás e uma cobertura que complementa o uso do cinto de segurança. E são vários os tipos de módulos airbags presentes em um carro. Os modelos que protegem em uma eventual colisão frontal são: duplo frontal – modelo obrigatório na fabricação dos veículos desde 2014 -, que protege o motorista e o passageiro; e o módulo tipo joelho, que protege o impacto nas pernas. Também existem os modelos laterais, que são acionados para resguardar os passageiros em caso de impactos laterais ou capotamento. Ainda existem outros modelos mais sofisticados, que podem ser integrados ao cinto de segurança, bancos e até uma versão de capô, para possíveis atropelamentos. O airbag não é acionado em qualquer colisão do veículo. É necessária uma forte desaceleração do mesmo, angulação para colisão e risco de lesão grave para ativar o controle que aciona o disparo do dispositivo. Mas como isso acontece? Munida de sensores de velocidade, a unidade de controle eletrônico envia um sinal elétrico para o ignitor do gerador de gás – o responsável por inflar a bolsa. O ignitor funciona como uma espoleta. Dentro do gerador de gás, esse dispositivo pirotécnico faz com que substâncias como os nitratos de amônia e guanidina reajam e explodam instantaneamente. Essa tecnologia de combustão é tão requintada que pode ser comparada à usada no lançamento de foguetes. A reação química gera nitrogênio suficiente para encher a bolsa (que pode ter entre 60 e 90 litros) em apenas 30 milésimos de segundo. Isso significa que é possível encher um airbag 30 vezes em um único segundo. Empurrada pela expansão do gás, a capa se abre em diversas partes a partir do centro, como um botão de rosa que desabrocha. Essa capa é feita

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de um plástico especial que tem de 2 a 3 mm de espessura e pequenos sulcos de 0,5 cm. São esses sulcos que garantem que o material romperá nos locais desejados e que nenhum pedaço de plástico atingirá o passageiro. O airbag começa a esvaziar para, só então, absorver o impacto do corpo. Isso porque o choque contra um airbag em processo de inflação seria tão ruim quanto bater direto no painel. O esvaziamento é feito através de furos na parte de trás ou na lateral da bolsa. O impacto da colisão de um veículo a 80 km/h contra um muro é igual a de um carro que despenca do 10º andar ao bater no chão. Um estudo feito em 2008 pelo Centro de Experimentação e Segurança Viária concluiu que, se todos os carros envolvidos em acidentes no Brasil tivessem airbag, o dispositivo poderia ter salvado: 3.426 vidas entre 2001 e 2007. E poupado 71.047 feridos dos seus machucados, o que significaria uma economia de R$ 2,2 bilhões. E por se tratar de uma tecnologia “descartável”, o dispositivo é acionado apenas uma vez e é necessário efetuar a troca do airbag e outros componentes de segurança avariados na colisão e no processo de segurança, como o próprio cinto de segurança. e


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|Estética

Tentando segurar o tempo NOVIDADES DESPERTAM ATENÇÃO DOS FRANCANOS DE OLHO NO REJUVENESCIMENTO FACIAL

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om o processo de envelhecimento, é natural ter preocupações em manter a aparência facial mais jovem e atraente. Não é possível parar o tempo para evitar os sinais, porém, dá para reduzir os efeitos de sua passagem por meio de hábitos saudáveis e técnicas de rejuvenescimento facial, que surgem constantemente no mercado. Alimentar-se bem, fazer exercícios físicos, hidratar e proteger a pele, são formas de retardar o envelhecimento. Além disso, hoje estão disponíveis diversos procedimentos de rejuvenescimento fácil, cirúrgicos e não cirúrgicos, que proporcionam resultados naturais, satisfatórios e aumentam a autoestima. “Todos os dias surgem novidades no setor, que busca promover tratamentos de uma maneira minimamente invasiva, acessível e eficaz”, observa o médico dermatologista, especialista em Medicina Estética, Ricardo Bovo Junqueira. Entre elas, ele cita os nutricosméticos, que servem para repor algo que não pode ser perdido no decorrer da idade ou que seja preciso repor por não ser consumido na alimentação. Um exemplo disso é o colágeno de quem não ingere proteína

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animal, como os veganos. Paralelamente a isso, o médico destaca tratamentos como toxinas botulínicas, peelings químicos e fios de sustentação – estes últimos, por não serem de material absorvível, não apresentam os mesmos riscos dos fios anteriores (fio russo, fio de ouro, etc), que podiam migrar e ainda causar complicações como formações de granulomas de corpo estranho. “Além do efeito de tensão e melhora da flacidez, o material também estimula a regeneração do colágeno, melhorando o aspecto final da pele, promovendo um benefício duplo”, destaca Ricardo, que contra exageros e a favor da harmonização com cautela, bom senso e prudência, acredita que a grande vantagem nas técnicas empregadas hoje é a promoção de um tratamento realizado em consultório médico, sem necessidade de internação, com resultados rápidos, seguros desde que realizado por um profissional devidamente capacitado.

Cuidados anteriores

E cada tratamento possui uma durabilidade. Por exemplo, a toxina botulínica dura em média, de quatro a seis meses; preenchi-

mento com ácido hialurônico tem duração de oito meses, mas alguns procedimentos são mais duradouros, como os fios de sustentação – de dois a quatro anos. Todos eles indicados para a eliminação de rugas e das marcas de expressão. Engana-se quem acredita que os cuidados com a pele devem começar apenas na idade adulta. Segundo o dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia – SBD, a limpeza, hidratação e o uso de filtro solar são precauções recomendadas desde a infância. E o mais importante, segundo Ricardo, é o uso de protetor solar. Isto porque, o acúmulo da radiação ultravioleta na pele, pela exposição crônica ao longo dos anos sem proteção, é o mais prejudicial. A aplicação de cosméticos para rejuvenescimento, no entanto, é indicada apenas para jovens com 25 anos ou mais. “Estar bem consigo mesmo é fundamental para a saúde mental”, defende. e

No foco Ricardo Bovo Junqueira – Médico Dermatologista e especialista em Medicina Estética Visage Clínica Telefone (16) 3725-0991

Segundo o dermatologista Ricardo Bovo Junqueira, todos os dias o mercado recebe novidades para ajudar a conter o avanço da idade


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|Beleza

Harmonia que o rosto precisa MICROPIGMENTAÇÃO FIO A FIO 3D PROPORCIONA SOBRANCELHAS BONITAS E NATURAIS E CONQUISTA FRANCANAS

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uito mais que um detalhe, a sobrancelha compõe e harmoniza o rosto. É aquela parte que, se está bem feita e bonita, passa despercebida, mas se está sem forma ou com falhas, chama muita atenção. E para garantir um visual impecável e um rosto harmonioso, existem hoje no mercado, diferentes tipos de técnicas. Uma que vem conquistando cada vez mais as francanas é a micropigmentação 3 D, cuja proposta principal é trabalhar fio a fio do local, com diferentes tons de pigmentos, para que o contorno fique o mais natural possível. “A intenção é conseguir volume e profundidade, conferindo naturalidade ao olhar”, reforça a diretora da Semprelinda Sobrancelhas, a designer de sobrancelhas e micropigmentadora Susana Nunes. A técnica é indicada para falhas de sobrancelhas devido ao mau uso da pinça ou de processos mais graves como alopecia – perda total de fios – e pessoas que sofre-

ram quimioterapia. Através de um aparelho importado, a sobrancelha vai sendo redesenhada de maneira indolor e usando pigmentos orgânicos. Além disso, o uso de pigmentos não se restringe mais a apenas uma tonalidade, podendo chegar até três tons bem próximos. “Nessa técnica, o profissional alterna os fios usando pressão variada, agulhas de espessura variada e/ou diferentes tons de castanhos produzindo um efeito de volume natural”, completa Susana, que está há mais de 20 anos na área, acrescentando que a técnica consiste em desenhar, fio a fio, a sobrancelha da mulher, combinando luz, sombra e textura, para obter um efeito 3D.

Os detalhes

E não se trata de tatuagem. A pigmentação atinge a primeira e a segunda camada da pele. Já as tatuagens atingem a terceira. Entretanto, semelhante à tatuagem, a micropigmentação também descasca após a cicatrização e é só nesse momento que a cliente Há mais de 20 anos na área, Susana Nunes diz que a técnica fio a fio 3D se destaca por proporcionar um aspecto muito natural

pode ver o resultado definitivo. “A sessão gira em torno de 1h30 e só após 30 dias é que a cliente deve retornar para ser avaliada pela profissional e verificar a necessidade de se fazer um retoque”, observa Susana. A designer de sobrancelhas e micropigmentadora explica que a duração da micropigmentação depende de cuidados adequados – nos primeiros dias é preciso proteger a região do sol, não passar cremes e evitar piscinas. Também é essencial evitar que o local seja molhado nas primeiras 48 horas. É indicado também um líquido cicatrizante, que pode ser aplicado em média, três vezes ao dia - tomados pela cliente, mas em média, varia de oito meses a um ano. “O ideal é que a cliente seja acompanhada por seu profissional. Eu gosto de ver minhas clientes uma vez por mês e já aproveitamos a visita para a retirada de fios indesejáveis”, comenta a profissional. Mas apesar da técnica ser hoje uma das mais procuradas nos grandes centros e também em Franca, por não deixar um aspecto artificial que pesa no rosto, a micropigmentação fio a fio 3D não é indicada para qualquer pessoa. “Ela é contraindicada para gestantes, pessoas menores de idade e diabéticos”, salienta Susana. e

No foco Susana Nunes – Designer de sobrancelhas e micropigmentadora Semprelinda Sobrancelhas Telefone (16) 9.9231-7591


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|Cabelos

Técnica democrática e bonita

VERSÁTIL, CORTE EM CAMADAS É UMA DAS FORTES TENDÊNCIAS QUE TEM AGRADADO AS FRANCANAS

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emocrático, bonito e responsável por um efeito super moderno. Por essas e outras, o corte em camadas voltou com força total como grande tendência dos cabelos este ano. “O corte em camadas vem com uma proposta maravilhosa, pois atende a vários tipos de cabelos e formatos de rosto: curtos, médios e longos, dependendo apenas do gosto da cliente e do que ela deseja”, confirma a cabeleireira Marília Fernanda Ferreira Pereira, do Marília Pereira Novo Espaço Hair. Há 16 anos na área, ela reconhece que as mulheres estão sempre mudando o visual por diferentes motivos: uma mudança profissional ou até mesmo pelo emocional. “E o corte em camadas é uma boa pedida para qualquer momento, uma vez que este modelo pode ser chique e elegante, e ao mesmo tempo, moderno e descolado”, diz. Não bastasse isso, o visual já faz bastante sucesso entre o público feminino, pois se adapta a

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Marília explica não ser preciso ter cabelos longos para aderir ao corte em camadas, que proporciona um visual moderno e elegante

todas as texturas de fios e destaca sua beleza natural. “Esse corte se aplica bem em quase todos os tipos de cabelos, pois é fácil de ajeitar com ou sem escova”, revela Marília, acrescentando que, inclusive, o corte em camadas é super indicado para cabelos cacheados, pois ajuda a definir os cachos e para quem quer volume, é só caprichar no repicado para ter um cacheado bem definido e volumoso. “E os cabelos com luzes também podem se beneficiar com esse corte, pois ele dá um efeito de definição das mechas, realçando a cor”. E quem pensa que é preciso ter fios mais longos para se beneficiar do corte em camadas, se engana. Segundo a cabeleireira, ele atende a todos os tamanhos de cabelos. “No curto ele dá um ar de elegância e quando bem repicados, deixa a mulher bem moderna e descolada. Já os médios também ficam ótimos em camadas, podendo ganhar volume ou não – quanto mais camadas, mais volume se dá aos cabelos”, explica Marília, que completa: “e para quem não quer tirar nem um centímetro, mas deseja mudança, as camadas são a solução, pois os cabelos longos tendem a ficar pesados e as camadas proporcionam leveza aos fios, mudando o visual, mas mantendo o comprimento”, completa a cabeleireira, que reconhece que em Franca a procura por esse tipo de corte é grande, principalmente no inverno, período em que as mulheres não querem mexer no comprimento dos fios. Essa tendência vem acompa-

nhada também de uma cartela de cores, mas Marília diz que uma opção acertada para o inverno são os tons de chocolate quente, louros avelã, castanhos iluminados com poucas mechas e o ombré hair, que casam perfeitamente ao corte em camadas, uma vez que colorem as madeixas como se fossem iluminadas pelo sol, além de trazer ainda mais movimento de forma natural.

Cuidados especiais

Após aderir a esta tendência, é hora de manter um cronograma capilar de olho na saúde dos fios. Marília indica sessões frequentes de hidratação, principalmente que, com este corte, as mechas ficam bem evidentes. “E para não perder rápido o corte, é preciso renovar de cada três a quatro meses; nos mais curtinhos, o prazo tem que ser menor, a cada dois meses”, orienta. A cabeleireira faz ainda um alerta: “na internet é possível encontrar muita gente ensinando a cortar o cabelo em camadas em casa mesmo, mas na maioria das vezes isso não dá certo. O ideal é procurar um profissional de sua confiança para realizar esse trabalho. Com certeza você ficará feliz, satisfeita, linda e super na moda”, reforça. e

No foco Marília Fernanda Ferreira Pereira Cabeleireira Marília Pereira Novo Espaço Hair Rua Tomaz Gonzaga 1810, Centro


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|Moda

Das ruas para as passarelas GRAFITE CAI NAS GRAÇAS DOS GRANDES ESTILISTAS E APARECE EM VÁRIAS COLEÇÕES Segundo a consultora de imagem e estilo Juliana Marangoni, a moda utiliza das mais diversas fontes de inspiração para suas criações

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ooks grafitados são o novo hit da moda de rua. Disseminada pelo movimento punk nos anos 1970, a prática de escrever e desenhar em roupas tinha uma estética mais underground. De volta ao street style, porém, ganha novo público e nova filosofia. Em movimento contrário ao fast fashion, conquista aqueles que procuram itens com mais personalidade e exclusividade — afinal, trata-se de uma peça artesanal. Antes encarada como vandalismo, a arte urbana passou a ser vista como algo sofisticado e cool, alcançando galerias de arte a até museus. E com a moda não podia ser diferente. O grafitismo conquistou as passarelas internacionais e peças de grifes tradicionais se tornaram ainda mais objetos de desejo. Jeremy Scott, estilista da marca Moschino, na coleção outono-inverno 2016, apresentou vestidos de festa grafitados e clutches que imitavam latas de spray. “A Gucci também entrou na onda. Na coleção outono-inverno 2016/1017, o diretor criativo

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da tradicional grife italiana, Alessandro Michele, convidou o artista Trouble Andrew — que na parceria ganhou o nome de GucciGhost, em uma alusão ao GG da marca — para grafitar bolsas e casacos”, observa a consultora de imagem e estilo Juliana Marangoni.

A tendência

Esse encantamento pelo grafitismo acontece porque ele não é somente o que os desenhos tentam passar, mas abrange também o que os artistas sentem ao produzi-los, pois, pelo fato de não ser uma atitude legalizada, a adrenalina que surge no momento em que o artista está grafitando uma parede, por exemplo, é grande. Hoje, o grafite representa uma arte livre, sem necessidade de educação formal para ser produzida, podendo expressar vários sentimentos nas pessoas que são a ele submetidas. E a moda utiliza as mais diversas fontes de inspiração para suas criações. Pessoas, lugares, movimentos urbanos, entre outros. “A inspiração pode vir de alguma coisa comum, que vemos

todos os dias, mas também pode surgir de uma viagem, de algum lugar que visitamos somente uma vez, ou mesmo de uma lembrança”, destaca Juliana, acrescentando que o grafite, que está presente na maioria das vezes na vida das pessoas, mesmo sem o consentimento delas, serviu e ainda serve como base para diversos estilistas. “Essa congruência entre os dois mundos - arte e moda - aparece em diversas formas, sendo no shape da roupa, na estampa, no acabamento, etc. Mas não é só nisso, esse lifestyle também inf luencia uma atitude mais moderna, ‘descolada’ e atual”, completa a consultora de imagem e estilo, que vai além: “tudo que é textura de rua pode fazer parte de uma coleção, afinal, é um universo que a gente corre atrás e busca”. E é assim, em diversas texturas, pinturas de sprays, traços coloridos, pincelados, bloco de cores, grafites e arte de rua, que as estampas criam uma atmosfera artsy e voltam como referências na estamparia da estação. “A arte se une a favor da moda”, enfatiza Juliana. e


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|Meio Ambiente

Tornando Franca mais verdejante

PRESTES A COMPLETAR UM ANO, PROJETO VERDEJAR PRETENDE PLANTAR UM MILHÃO DE MUDAS DE PLANTAS

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Maria Lídia e Elaise coordenam as atividades do projeto Verdejar em Franca e contam com a parceria das paisagistas Ana Vivian Vianna e Daniela Schiavottiello

á pensou se todos os espaços ociosos da cidade fossem preenchidos com árvores? Isso seria um sonho para muitos, mas enquanto isso não acontece, já tem muita gente trabalhando para que Franca seja uma cidade melhor arborizada. Uma proposta bem interessante vai completar um ano de existência em 21 de setembro, Dia da Árvore. Trata-se do Projeto Verdejar, criado dentro do grupo Mulheres do Brasil – núcleo Franca, grupo voluntário que busca o protagonismo de mulheres em questões sociais, legais e ambientais. O grupo Mulheres do Brasil foi criado em 2013 por Luiza Helena Trajano e outras empresárias em São Paulo e hoje já tem núcleos em

diversas cidades do país.

35 mulheres

Braço do Mulheres do Brasil, o Verdejar é coordenado por Elaíse de Mello e Maria Lídia Borges Machado, que contam com 35 mulheres diretamente engajadas no trabalho. Além disso, o grupo “geral” do Mulheres do Brasil, que hoje é composto por 250 mulheres trabalhando em causas diversas, também participa das ações do Verdejar. São mulheres com diversas profissões que estão unidas pelo amor ao verde. “Nossa meta aqui em Franca é plantar um milhão de árvores e assim conseguirmos uma cidade verdejante, mais bonita e sau-

dável para se viver. Buscamos também plantar ár vores de forma harmônica, em projetos paisagísticos, escolhendo mudas adequadas para cada local”, revela Elaíse de Mello. E desde que foi implantado, o Verdejar vem “plantando” sementes positivas em Franca. No início de 2017, por exemplo, realizou o paisagismo do Centro Comunitário do City Petrópolis, onde toda a comunidade foi convidada a participar e efetivamente se envolveu no plantio. Agora no início de julho, o Verdejar promoveu o plantio do Projeto Harpa Verde, que foi criado no curso de Contabilidade do Senac em 2016, pela professora Maria José Ribeiro, para mapear a quantidade de árvores de uma região próxima ao Senac.

Mais trabalho

Já no início de 2017 o projeto foi retomado pelos alunos da turma de Jovens Aprendizes do Senac (turma 69/70) da professora Tatiana Moscardini, que fizeram o levantamento dos moradores que gostariam de ter uma árvore plantada na frente de suas casas nessa área. “O nosso grupo Verdejar recebeu então a listagem desses moradores e fez o plantio de mudas de resedás nessa região do entorno do Senac, numa manhã de domingo de muita festa e alegria”, comemora Elaíse.

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O Verdejar quer mutirões mensais para plantar mudas em diferentes pontos da cidade, como em centros comunitários, creches

Objetivo do Verdejar é tornar Franca uma cidade mais verde

Para que seja possível, o Verdejar possui algumas parcerias. O projeto ganhou mil mudas da Algar Telecom, empresa que tem metas ambientais bem definidas, tanto institucional como no Instituto que realiza ações comunitários pelos esportes, educação e meio ambiente. A rede de Supermercados Savegnago apoiou com cortes de calçadas e preparo dos berços de plantio. E os Laticínios Jussara patrocinaram o projeto do Centro Comunitário do City Petrópolis. O grupo Mulheres do Brasil diz que também não quer ‘reinventar a roda’. Então faz parcerias como a do Senac, para conseguir obter melhores e mais rápidos resultados de plantio. Com um planejamento bem executado e uma disposição incomum de suas integrantes, o grupo tem ainda uma parceria com o Franca + Verde, que também planta árvores na cidade de Franca e que criou o ‘disk árvore’ para quem deseja plantar uma árvore em sua casa. “Os grupos vêm se apoiando mutuamente”, explicam Elaíse e Maria Lídia, que revelam ainda precisar de mais apoio para compra de grades de proteção

dessas mudas, por exemplo. “Quem se interessar em nos ajudar pode entrar em contato pelo e-mail verdejarmdbfranca@gmail.com”.

Algumas dificuldades

Mas nem tudo é tão simples. Como os moradores trazem a experiência de vida e o registro de algumas ocorrências com danos em calçamentos, uma das dificuldades encontradas pelo Verdejar é a preocupação que

O Verdejar quer mutirões mensais para plantar mudas em diferentes pontos da cidade, como em centros comunitários, creches

muitas pessoas têm sobre ter uma árvore plantada em suas calçadas por medo de que estrague o calçamento ou arrebente a tubulação de água, por exemplo. Mas Elaíse e Maria Lídia explicam que o Verdejar possui arquitetas paisagistas que escolhem as mudas apropriadas para o plantio na cidade, considerando a largura da calçada, a presença de fiação elétrica, a Sabesp informa sobre a presença de tubulação de água nessas calçadas, etc., de forma que a muda plantada não venha a causar problemas ao morador. Mas mesmo assim, a receptividade tem sido muito boa em Franca. “Temos sido muito bem recebidas em todos os contatos que fizemos e muitas pessoas ficam bastante satisfeitas em saber que em alguns anos a cidade vai ficar mais verde, mais bonita, mais fresca, com ar mais puro, mais saudável”, comentam. No fundo, a ideia é trazer para Franca e experiência de grandes centros internacionais, de grandes metrópoles, em que existem enormes espaços verdes e parques comunitários com muitas árvores, que se transformam em ponto de encontro dos moradores. e

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|Pet

Quando é hora de dizer adeus PERDER UM ANIMAL DE ESTIMAÇÃO COSTUMA SER TÃO SOFRIDO QUANTO PERDER UM PARENTE OU AMIGO

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uem já perdeu o melhor amigo – seja ele qualquer animal – sabe que, além da dor do luto, terá de enfrentar a incompreensão social. Apesar de os pets fazerem parte da família, muitas pessoas são incapazes de compreender que o sofrimento com a morte do bichinho costuma ser tão intenso quanto o causado pela morte de um parente. A empresária Melissa Soares conhece esse sentimento. Em novembro, a gatinha Nina, companheira de 10 anos e a quem ela tinha como filha, foi diagnosticada com um câncer incurável. Depois de três meses, o organismo sinalizou que não estava suportando mais os medicamentos. A empresária teve de tomar uma decisão: deixar a quimioterapia e começar o tratamento paliativo, que, se por um lado encurtaria a vida da gatinha, por outra, garantiria maior qualidade de vida. Depois de quatro meses o câncer voltou. Para evitar mais sofrimento, Melissa decidiu pela eutanásia. “Tive todos os sintomas que temos quando uma pessoa morre. Nos primeiros três dias, recebi apoio, mas depois era aquela coisa de falarem ‘era só um gato”, relata. Inconsolável, ela procurou um terapeuta, quando ouviu uma lição preciosa: “Ele me disse que as pessoas não veem problema de chorar por causa de um iPhone quebrado, mas não entendem alguém que chora por causa de um animal”. As sessões foram fundamentais para Melissa enfrentar o preconceito.

Ressignificado

Segundo a psicóloga Vitória

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Vitória explica que reconhecer que nada é permanente pode ajudar a diminuir o grau de sofrimento diante da perda

Faleiros, o luto é uma resposta natural a qualquer perda importante na vida. O luto é ausência do que foi perdido, seja uma pessoa ou um animal. “Essa ausência precisa ser vivenciada e não evitada. Todos estes sentimentos são reorganizados, ressignificados no processo do luto. É importante que a pessoa passe por essa fase naturalmente”, observa ela, que reconhece que as pessoas têm dificuldade em lidar ou falar da morte e, quando se trata de um animal de estimação, existe preconceito em relação ao luto pelo animal. “Já ouvi muito: ‘mas que bobagem, parece que morreu um parente’, não levando em conta o papel que o animal exercia em nossas vidas”, conta. Vitória explica que cada indivíduo vai vivenciar a morte de uma forma única. Assim como a vida, o morrer é encarado de formas diferentes, os sentimentos oscilam entre raiva, negação, aceitação, tristeza e, muitas vezes, depressão. “Reconhecer que nada é permanente e que tudo está em constante transformação nos ajuda a diminuir o grau de sofrimento que nutrimos diante das situações que vivemos, além de gerar um nível de desapego e um grau de discernimento que ajuda a compreender a natureza das coisas que nos cercam”, pondera.

Os pequenos sentem

E quando a perda de um bichinho envolve uma criança? Para os pais, é natural poupar seus filhos, porém a psicóloga alerta que é na infância que as perdas precisam ser trabalhadas. Por isso, colocar a criança a par do que esta acontecendo faz com que ela, quando adulta, possa encarar a morte como um processo natural. “Na ânsia de evitar o sofrimento da criança, o pai compra outro animal. Isto pode até acontecer, desde que esteja claro que um animal não substitui o outro e que o luto não pode ser evitado”, salienta Vitória, acrescentando que os pais devem ajudar a criança a elaborar esse momento e a fechar esse ciclo. “O ajudar através do respeito pelos seus sentimentos, observando suas mudanças de comportamento, como o choro, a raiva, que são formas como a criança pode expressar o que está sentindo. Fazer com que ela tenha a liberdade de expor seus sentimentos e fazê-la entrar em contato com eles de uma forma clara, a ajudará no seu fortalecimento emocional”, orienta. e

No foco Vitória Faleiros – Psicóloga CRP 06/112680 Telefone (16) 3721-6342


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|Arquitetura

Mármore está com tudo ATEMPORAL, PEDRA É USADA DESDE REVESTIMENTOS ATÉ EM MÓVEIS E DECORAÇÃO

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temporal. Assim pode ser definido o mármore, que tem invadido tudo o que esteja relacionado com decoração e arquitetura. Mantendo-se como revestimento de luxo em cozinhas e banheiros, agora o mármore se estende a outros espaços da casa, inclusive em objetos de decoração e móveis. “Mármores são pedras atemporais, que caem bem com qualquer tipo de decoração. Esses materiais levam sofisticação e elegância aos espaços e ajudam a caracterizá-los e personalizá-los, uma vez que podem ter diferentes usos e passar por diferentes tipos de acabamentos”, observa o arquiteto Mateus Costa Luz. Uma das tendências em alta é justamente a mesa de mármore, que deixa qualquer ambiente nobre e elegante. “Usar a mesa de mármore segue a proposta de uso de rochas naturais para decorar de forma moderna e ao mesmo tempo sofisticada

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Mármore é uma das apostas para a decoração, podendo ser aplicado em revestimentos e móveis, como mesas

um ambiente”, pondera Mateus, acrescentando que as mesas podem ser encontradas em diversos tamanhos e formatos – redondas, quadradas, retangulares ou ovais – e em diversos tipos de mármores – nero, tavertino e carrara. “É possível optar pela peça toda em mármore, que pode ser usada em vários ambientes da casa, ou por estruturas modeladas em mármore, que depois recebem um tampo fabricado em vidro temperado, por exemplo”, diz ele, sobre a pedra ser um material que compõe muito bem com outros. Mas o uso do mármore na decoração e arquitetura vai muito além disso. Versátil e cheio de infinitas possibilidades, essa pedra pode ser usada em acabamentos, em pisos, em bancadas ou pias, em tampos de mesa, em pilares ou paredes e, o mais recente, até mesmo com adesivagens que imitam a textura do mármore. E a prefe-

rência da pedra natural para as mesas não é para menos, já que o material tem alta resistência, ampla gama de cores e uma aparência incrível, que valoriza qualquer projeto. Mateus diz que para quem segue o estilo arrojado, pode apostar nos modelos de bancadas de pia que também funcionam como balcão para refeições. “As bancadas com formato retangular ganham cadeiras do lado de fora, combinando com a proposta da decoração e ficando em total sintonia com o estilo do ambiente”, destaca.

Mármore ou granito?

Muitas pessoas acabam confundindo esses dois tipos de materiais. Bem, ambas são pedras, são resistentes e até mesmo se assemelham um pouquinho na aparência. Mas, em termos mais técnicos e específicos dá para notar: os dois materiais são muito diferentes. Em primeiro lugar, a origem e composição de uma e outra são diferentes. O mármore é composto por minerais e calcita. Costuma ter várias “veias” e outros riscos comuns desse topo de rocha. Além disso, costuma ser importado da Europa, e por isso pode ter um custo maior. Já o granito é formado por mica, quartzo e outras substâncias calcificadas. Sua cor costuma ser mais uniforme, além de ser também mais resistente. Costuma ser encontrado por aqui mesmo, visto que o Brasil é um dos maiores exportadores de granito do mundo. “Há uma relação entre material e suas áreas mais indicadas de aplicação e também o gosto do cliente. Mas no final das contas, é o cliente quem escolhe, de acordo com suas necessidades, condições financeiras e gosto”, salienta o arquiteto. e


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|Economia

O bem-estar que gera lucros CRESCE PROCURA POR TERAPIAS COMPLEMENTARES, ATRAINDO NOVOS PROFISSIONAIS

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om o acelerado ritmo ditado pela rotina, seja pessoal ou profissional, é praticamente impossível não se sentir esgotado ao fim de cada dia. Segundo as estatísticas, o estresse atinge mais de 40% dos francanos, independente da idade, sexo ou profissão. Por isso, fugir dele, do desgaste do trânsito, do trabalho ou até mesmo ter um auxílio em tratamentos de doenças como a depressão e ansiedade, têm levado centenas de pessoas a procurarem as terapias alternativas. Em todo o país são mais de duas mil clínicas especializadas na área. E em Franca, embora elas somem em torno de 15 estabelecimentos, este é um dos mercados considerados promissores pelos especialistas no setor. Prova disso, é que todos os anos, entre 80 a 100 profissionais são lançados no mercado só pelo

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Senac Franca, que conta com vários cursos de técnicas integrativas, como cromoterapia, aromaterapia, massagem com óleos, massagem relaxante e energética, bambuterapia, massagem indiana, auriculoterapia francesa e reiki. É com certeza um segmento promissor. “Por isso, nesse cenário, é importante que o profissional tenha em mãos boas ferramentas para atender às necessidades do cliente, cada dia mais estressado com o ritmo de vida e que busca soluções alternativas para o bem-estar do corpo e da mente”, observa a docente da área de saúde e bem-estar do Senac Franca, Suzana Nambu.

As várias opções

Atuando nessa área há mais de 21 anos, Joana D’Arc Ribeiro concorda com Suzana, ao afirmar que o terapeuta precisa ter real interesse em se aprimorar

Renise ingressou neste setor após obter a cura para a síndrome do pânico e depressão com as terapias complementares

para fazer atendimentos com qualidade e eficiência e, assim, proporcionar melhorias para o seu cliente/paciente. Ser ou não promissor, depende da capacidade técnica e da inteligência emocional do terapeuta. “Para que isso aconteça, o terapeuta precisa investir sempre nele mesmo”, pondera Joana D’Arc, que começou como acupunturista após se formar em Fisioterapia e se especializar em um curso renomado em São Paulo. Ela sempre se interessou em entender mais sobre o ser humano e ver além das aparências. Joana D’Arc aproveitou seus conhecimentos e fundou, em abril de 1999, o Spaço Alternativo. Desde então, buscou novas formações, que vão desde acupuntura, fitoterapia chinesa, hipnose clínica, a terapia mental e constelação familiar. Hoje, o Spaço Alternativo atua na área do autoconhecimento e autotransformação, utilizando ferramentas como acupuntura, iridologia chinesa, processo de desintoxicação, terapias mentais, hipnose clínica e constelação familiar. E Joana D’Arc comprova no dia a dia o aumento da procura pelas técnicas. “As pessoas estão cansadas de um sistema falido, onde a sua individualidade se perdeu e os profissionais esquecem de olhar a pessoa como um todo, o que é imprescindível dentro de uma terapia complementar – nome correto para a terapia alternativa”, observa a profissional, que percebe o crescente interesse das pessoas.

Grande procura

No mercado há sete anos, a ON Terapias Holísticas possui uma ampla gama de tratamentos, que vão desde reiki, karuna reiki, light healing, magnified healing, mesa radiônica, cro-


Juliano e Lila dirigem a Mahadeva Terapias, onde oferecem terapias e cursos de formação de novos profissionais

moterapia beamer light pen, a cura holográfica, ventosaterapia, zen shiatsu, reflexologia podal, constelação familiar, massagem com pedras quentes, meditação, entre outros. Segundo ela, os mais procurados no momento são constelação familiar, massagem, reiki, ventosaterapia, cromoterapia, barras de acesso e outras técnicas. “Também temos tido uma afluência grande de mulheres nos Workshop’s de Resgate do Sagrado Feminino, que têm como objetivo a reconexão com o sagrado feminino interno e seu autoconhecimento”, comenta a terapeuta Renise Peraro. Há 18 anos atuando no segmento, ela, que é especializada

em naturopatia, massoterapia, terapia holística, mesa radiônica quântica, constelação familiar e facilitadora de vários cursos, como Reiki Usui e Tibetano (níveis 1, 2, 3 e Mestrado), Magnified Healing, Light Healing e outros, decidiu ingressar nesse setor após viver na pele os benefícios das terapias complementares. Foi recorrendo a esses tratamentos que ela se curou de síndrome do pânico e depressão. Com os benefícios já comprovados pelas terapias complementares, a procura por elas só faz crescer em Franca. E as pessoas chegam a investir até R$ 700 por mês com os tratamentos – em média, uma sessão pode custar

entre R$ 100 e R$ 280, dependendo das técnicas utilizadas. No final, esse investimento no bem-estar e autoconhecimento movimenta quase R$ 1 bilhão por ano no Brasil.

Harmonizar a desarmonia

Bastante satisfeitos com a ascensão deste segmento, os terapeutas Juliano Pires de Sá e Lila Benevides, da Mahadeva Terapias, comemoram a grande procura pelas técnicas oferecidas pela clínica, que também promovem cursos na área. Seus cursos formam profissionais na área e mostram passo a passo técnicas e praticas para o aluno saber o que fazer para começar, como

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Suzana Nambu, docente do Senac Franca, diz que todos os anos são lançados no mercado, entre 80 e 100 novos profissionais

divulgar o seu trabalho e atrair clientes. “Nós mostramos detalhadamente como é possível e qual o caminho que percorremos para chegar ao sucesso”, explicam os terapeutas. A Mahadeva funciona há 14 anos em Franca, oferecendo diversos serviços que promovem equilíbrio, bem-estar e saúde integral. A missão da Mahadeva é promover a saúde integral de seus clientes. “Com esta intenção, as terapias oferecidas buscam o restabelecimento da saúde de modo integrado, considerando a interdependência dos elementos mental, emocional e físico de cada pessoa”, salientam os terapeutas. E dentre os tratamentos oferecidos pela Mahadeva constam acupuntura, ventosaterapia, bambuterapia, EFT, radiestesia, magnetoterapia, regressão, hipnose, entre outros, além de cursos de formação em terapeuta holístico, formação em massoterapeuta e formação de instrutores de yoga. A procura é grande porque as enfermidades resultam de estados emocionais negativos, como o medo, a indecisão, ansiedade, desespero e angústia. “Então, as pessoas estão percebendo que não é a doença física que urge 54| enfoque franca | agosto 2017

tratar, mas o psiquismo que se encontra em desarmonia. Devemos tratar o doente e não a doença”, enfatizam Juliano e Lila.

Os resultados

Renise acredita que a necessidade global da humanidade por cura e regeneração tem causado uma busca cada vez mais intensa por parte das pessoas em se conhecer e melhorar a sua qualidade de vida, bem como se realizar

Joana D’Arc credita à grande procura pelas terapias complementares ao fato de que as pessoas estão cansadas do antigo sistema

plenamente como ser humano, não só como cliente, mas também como profissional. “Claro que em todos os segmentos há profissionais credíveis e outros não. No entanto, a procura por mais especialização, aprendizagem e experiência permite oferecer aos clientes um serviço cada vez mais qualificado e com resultados comprovados”, ressalta. E os resultados práticos não demoram e aparecem, desde a melhoria de sintomas físicos, como dores musculares, postura corporal e respiração, até cura de relacionamentos familiares e conjugais, crescimento profissional, desenvolvimento do nível de consciência e autoconhecimento, liberação de padrões de crenças limitantes, aumento da autoestima e poder pessoal, liberação emocional e expansão da felicidade e plenitude pessoal. “As pessoas estão em busca de resultados diferentes aos atingidos nos meios de cura mais tradicionais, bem como a necessidade mais profunda de encontrarem uma conexão verdadeira e amorosa de si mesmas com o Todo. Por isso, ‘ser terapeuta é uma função de Amor, pois o Amor cura”, destaca Renise. e


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|Trabalho

Os dilemas da era digital COMO DOSAR A PRATICIDADE DAS REDES SOCIAIS E E-MAILS SEM PREJUDICAR AS RELAÇÕES PROFISSIONAIS?

É

permitido desmarcar reunião por WhatsApp? E adicionar o chefe no Facebook na primeira semana de trabalho? Conversar com clientes por inbox do Facebook? E colocar foto de casal no perfil no e-mail corporativo vale? As redes sociais criaram uma porção de atalhos nas relações pessoais, mas até que ponto é possível transferir o comportamento que existe nas redes para o ambiente de trabalho, principalmente em setores mais formais? Para Douglas Gonçalves, consultor em mídias sociais, o pro-fissional que recebe um pedido de amizade do chefe nas redes sociais não tem muita escolha, senão a de aceitá-lo. “Você sente uma obrigação social em adicionar. Em algum momento ele vai perceber que você não aceitou e isso cria uma situação desconfortável”, comentou. Porém, de acordo com o especialista, é preciso ter cautela com a relação que vai se estabelecer por ali. “É preciso ter bom senso, se você trabalha num ambiente informal ou, ainda, é home office [trabalha em casa], é de esperar que conversas importantes aconteçam pelas redes. Mas se não, é melhor mandar um e-mail ou fazer uma ligação.” A mesma dica vale para o WhatsApp e mensagens privadas no Facebook para assuntos profissionais. “É preciso conversar antes com a equipe da empresa para saber se a prática é aceita. E não queira ser você a inaugurá-la, a não ser que você seja o chefe”, alertou Douglas. Virgínia Alves Macedo, 48 anos, lembra que quando trabalhou como consultora de vendas

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Virgínia conta que durante o tempo em que trabalhou como consultora de vendas era obrigada a manter um tom de formalidade em e-mails

em uma concessionária de veículos, precisava seguir à risca a cartilha da empresa para o uso de e-mails e outras ferramentas tecnológicas. “Todas as nossas mensagens eram monitoradas e qualquer postura mais amistosa para nos aproximarmos dos clientes era considerada inadequada. A conduta tinha que ser profissional, o que nos deixava confusos, já que as relações pareciam tão próximas”, conta.

Atenção redobrada

O tema é delicado, por isso, se reparar no entorno não for suficiente, Douglas sugere que se pergunte ao superior. E o mesmo vale para conversas no WhatsApp. Nos grupos com colegas, aliás, tente se limitar a assuntos profissionais e durante o horário de trabalho. “Mensagens fora do expediente apenas se o tema for de máxima urgência. Antes de enviar, avalie se não dá para esperar”, sugere o consultor, lembrando ainda da importância da linguagem utilizada. “Não abrevie palavras como: vc, tb, pq, hj e outras.” Outro conselho é não usar emoticons aquelas carinhas indicando uma

reação - em conversas profissionais e evitar fotos de perfil – tanto em redes quanto em e-mails corporativos – usando roupas de banho ou dando beijos na boca. “Imagine um assunto super sério sendo tratado e a foto do profissional é ele de sunga, segurando uma cerveja. Não é apropriado.” É preciso cuidado com o que se posta algo da empresa. Comentar informações estratégicas põe em risco o emprego e também algum projeto no qual a companhia esteja trabalhando. Postagens como “Estou trabalhando em um novo projeto da empresa que vai ser lançado na segunda-feira”, podem não parecer reveladores para seus familiares ou amigos que trabalhem em outras áreas, no entanto alguém de uma empresa concorrente pode repassar esta informação e a situação pode se complicar. Aliás, caso o trabalho não esteja relacionado às redes sociais, o ideal é que nada seja postado. Isso pode passar a impressão de que o funcionário está se divertindo em vez de trabalhar. “Moderação e bom senso são as medidas principais dentro e fora das redes virtuais”, diz Douglas. e


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|Atualidade

Criatividade que surpreende DE OLHO NA IDENTIDADE DA CRIANÇA, FESTAS INFANTIS SE TORNAM CADA VEZ MAIS PERSONALIZADAS

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menos é mais e a criatividade está dando as caras quando o assunto é festa infantil. Hoje, o foco está nas comemorações mais intimistas, acolhedoras e, sobretudo, diferentes. Nada de bolo retangular com papel de arroz e a princesa estampada. Nada de doces e refrigerantes dividindo espaço na mesa principal ou decoração só de balões e enfeites característicos do tema. O foco é ir atrás da identidade da criança para descobrir os detalhes da personalidade dela. Segundo a ambientadora de eventos, Ana Maria Junqueira Freire, apesar de os temas clássicos, como as princesas da Disney, ainda terem seu público, a procura agora é pela oportunidade de criar algo diferente e sair da mesmice. Tudo é questão de olhar. “Às vezes, a mãe chega dizendo que a filha gosta de Cinderela e que esse será o tema. Quando converso com a criança, descubro que, na verdade, ela gosta de algo específico naquela história. E assim surge a chance de criar algo inédito”, explica. Quando a criança tem mais de cinco anos, é possível conversar e buscar algo que chame a atenção dela. Quando ela ainda

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é muito nova para bater esse papo, as decoradoras costumam ouvir os pais e, assim, encontram um assunto divertido, bonito e que agrade a todos. “É legal incentivar a meninada a buscar essa identidade própria, mas, quando elas são muito pequenas, é tudo conversável para transformar a experiência da festinha em algo muito especial”, completa Ana Maria. E a preferência em Franca tem sido festas mais lúdicas, com decorações inéditas e elegantes. Produções criativas e charmosas se juntam a peças e detalhes intimistas e transformam a festa infantil em um aniversário charmoso e cativante. Os temas não comerciais têm conquistado espaço, pois conseguem explorar o que é divertido e alegre para cada família.

Surpreendentes

As festas menores poder ser realizadas na própria casa, com direito a profissionais melhores e decoração mais caprichada. Diminuindo a estrutura, tudo acaba sendo mais personalizado — não só a mesa de doces, mas também convites, lembrancinhas, estação de pipoca e sucos. “Nem sempre os pais chegam

A personalização das festas infantis já é uma tendência que veio para ficar e a criatividade dos temas e detalhes surpreende

com aquela ideia superdiferenciada, mas conversamos para encontrar o tema e a decoração perfeita para aquela família. O resultado é sempre positivo, pois nenhuma festa é igual a outra”, completa a ambientadora de eventos. Para decorar, o segredo é apostar na criatividade. Muita cor e diversos objetos auxiliam na hora de deixar tudo impecável — f lores, balões, peças delicadas, bolas de papel de seda, bandeirinhas, luminárias e pisca-pisca são alguns dos itens que se destacam. Outro artigo que tem chamado a atenção são as artes em giz. O diferencial do painel é que, além de caber em qualquer ambiente, pois é feito sob medida, é adaptável de acordo com o gosto de cada aniversariante. “As festas infantis têm uma gama enorme de opções para atuar, pois é possível escolher cores, temas e letras, por exemplo,” enfatiza Ana Maria. Desde painéis com o nome do aniversariante e arte de acordo com o tema até pequenas lousas com cardápios são as pedidas do momento. Ou seja, é um vasto universo de possibilidades e o resultado sempre surpreende, positivamente. e


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|Comportamento

O não disfarçado de sim PESSOAS COM DIFICULDADE DE DIZER “NÃO” ACABAM COM SOBRECARGA EMOCIONAL E FRUSTRADAS Após sofrer durante anos com a dificuldade de dizer “não”, José Antônio diz que foi libertador aprender a se posicionar

V

ocê certamente conhece alguém que tem muita dificuldade em dizer “não” e negar os pedidos de outras pessoas, não é mesmo? Ou, você inclusive é essa pessoa. Geralmente, quem tem dificuldade em dizer “não” acaba se sobrecarregando e tentando fazer muito mais do que está a seu alcance. Isso também pode ser um medo de decepcionar os outros, uma insegurança, que no fim gera frustração e irritação consigo mesmo. Dizer sim para tudo não significa que você é uma ótima pessoa e muito disposta a ajudar. As pessoas com esse comportamento, na verdade, costumam ser medrosas, carentes, ou, até mesmo, controladoras -e não conseguem se sentir por fora. São pessoas com baixa autoestima e que acham que só agindo dessa maneira são queridas e respeitadas pelos outros. “É simplesmente impossível agradar a todas as pessoas. Sempre ceder aos desejos e vontades dos outros

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é a forma mais fácil de deixar de lado nossas próprias necessidades. Quando dizemos ‘sim’ para os outros, pagamos um preço por isso”, enfatiza a psicóloga Thaís Brito Almeida. Ela explica que saber dizer “não” é uma tarefa complicada, mas totalmente necessária. É preciso saber se impor e tomar suas próprias decisões. “Isso não quer dizer que, com essa atitude, você estará deixando de ser amigo ou uma pessoa prestativa. Você estará apenas assumindo suas próprias escolhas e optando por fazer apenas aquilo que está ao seu alcance”, destaca. O professor José Antônio Cândido, 54 anos, reconhece que durante muitos anos sofreu com a dificuldade de dizer não. “Aceitava de pronto todos os pedidos alheios e costumava ficar com um sentimento de frustração. Isto porque me arrependia de dizer ‘sim’ e depois ficava atormentada por aquele mal-estar por um tempo”, admite.

O outro lado da moeda

Quem sofre desse mal se vê várias vezes sendo mal compreendido pelos outros e até mesmo sente uma sobrecarga emocional. Sentimentos negativos de insegurança, raiva, mal-estar, baixa autoestima e pouca confiança em si mesmo são comuns durante os episódios que a falta do dizer não pode acarretar. “Por outro lado, ser capaz de dizer o que sente e conseguir transmitir pensamentos sem precisar ofender, se descontrolar, gritar ou se alterar é algo libertador”, reforça Thaís, que completa: “saber ‘pôr para fora’ o pensamento com equilíbrio, de maneira assertiva e serena faz bem a quem diz e a quem escuta, trazendo uma relação mútua de benefício”, diz. Decidido a mudar sua postura, o professor começou a ficar mais atento no dia a dia e a se posicionar, aprendendo que qualquer relação precisa de limites, pois além da amizade, do amor e da camaradagem, a individualidade do sujeito está em jogo. “Posicionar-se é uma forma de mostrar ao mundo que você faz escolhas sobre a própria vida e que exige que elas sejam respeitadas”, pondera José Antônio. Mas para que isso seja feito de forma saudável e justa, a psicóloga diz que a escolha deve ser feita por meio de uma avaliação real. “Muitas pessoas, quando se descobrem capazes de dizer não, deixam de avaliar as situações e somam o passado - misturando problemas - para escolher o que deve ser feito. Nesse momento, saber se pôr no lugar do outro com seriedade e bom senso se faz mais que necessário”, alerta. e


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|Perfil Lavínio Nilton Camarim, o secretário de Estado da Saúde de São Paulo, David Uip; o 2º tesoureiro do Cremesp, Desiré Carlos Callegari, o secretário de Saúde do Município de São Paulo, Wilson Pollara, os médicos Marcus Castro Ferreira e Rodrigo d’Eça Neves, e o presidente do CFM, Carlos Vital

Uma vida pela medicina LAVÍNIO NILTON CAMARIM ASSUME PRESIDÊNCIA DO CREMESP E PROJETA FRANCA

O

médico cirurgião Lavínio Nilton Camarim, atuante em Franca, foi eleito, no dia 1º de julho de 2017, presidente do maior Conselho Regional de Medicina do país, o Cremesp. A cerimônia de posse ocorreu no último dia 21, em São Paulo, e contou com diversas autoridades, secretários de Saúde do Estado e do município de São Paulo, familiares e os amigos de profissão de todos os locais onde o médico fez amigos. Lavínio tem 54 anos, é casado com a advogada Alessandra Colmanetti Silva Camarim e tem dois filhos: o Lorenzo, de 16 anos, e o Enrico, de 11 anos. Nascido em São José do Rio Preto (SP), é filho de Luiz Camarim Neto e Nair Vasconcelos Camarim, cidade na qual concluiu os ensinos fundamental e médio. É o caçula de dois irmãos. Mas sua vocação o levou a Catanduva, cidade próxima de Rio Preto, para cursar Medicina, na Faculdade de Medicina de Catanduva (Fameca), entre os anos de 1982 até 1987. Quando lhe perguntam por que escolheu a medicina como profissão, a resposta é simples: “em primeiro lugar, por que gosto de cuidar das

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pessoas, tenho uma forte vocação humanística, mas também pelo desafio que esta profissão nos proporciona cotidianamente”, declara Camarim.

Começo de tudo

Na faculdade, o médico identificou-se com a especialidade de cirurgia do aparelho digestivo. E foi atrás de sua escolha na Santa Casa de Ribeirão Preto, onde cursou especialização de 1988 a 1990. Foi nessa época que conheceu a esposa. No ano seguinte, fez estágio de um ano em endoscopia digestiva alta,

na Universidade de São Paulo (USP), também em Ribeirão Preto. “A escolha da especialidade tem tudo a ver com o que falei antes, dos desafios que a medicina nos proporciona. E cirurgia, por sua vez, anda muito próxima da vida e da morte, então, para mim, é muito gratificante poder resolver os mais simples problemas com uma cirurgia eletiva ou salvar uma pessoa que sofreu um trauma e precisa de cuidados urgentes”, destaca o médico cirurgião. E foi o lado humano e, ao mesmo tempo inquieto, de La-

O presidente do Cremesp, Lavínio Nilton Camarim, e seus amigos médicos de Franca que estiveram em sua posse


rápido da minha carreira, que resolvi permanecer no país e nesta cidade que me ofereceu tanto carinho e trabalho”, afirma. O médico cirurgião, além de ter trabalhado na Santa Casa Franca, também atuou no Pronto Socorro Municipal e, atualmente, atende seu consultório e no Hospital da Unimed.

Defesa dos médicos

vínio Camarim que o levou a participar do movimento estudantil na sua fase universitária. Foi presidente do Diretório Acadêmico Emílio Ribas, na Fameca, em 1984 e 1985. Ele conta que fundou um jornal, o HMA, e a Revista Klínikos, esta existe até hoje. Para ele, disseminar as ideias e poder compartilhar com os colegas tudo o que envolvia a luta dos estudantes e as especificidades da profissão era um exercício que ia muito além da sala de aula. “E, assim, construí minha carreira, lutando para salvar vidas e lutando pelos direitos dos médicos”, complementa Lavínio. Quando fez a residência, na Santa Casa de Ribeirão Preto, fundou a Associação dos Médicos da Santa Casa (Amesc) de Ribeirão Preto, da qual foi seu primeiro presidente. Lá, também o fundou o Jornal da Amesc.

O presidente do Cremesp, Lavínio Nilton Camarim, e seus familiares, que também vibram com suas conquistas

“Gostei muito do trabalho lá realizado e aceitei o convite para atuar naquele centro cirúrgico. No dia 28 de junho de 1991, firmei meu compromisso. No segundo semestre daquele ano, me dividi entre Franca e Ribeirão Preto, pois optei por terminar o estágio que já havia iniciado em Ribeirão”, conta. Lavínio relata que foi tão bem acolhido em Franca, tanto do ponto de vista profissional quanto pessoal, que acabou desistindo de ir à França. “Meu ritmo de trabalho ficou tão intenso, entre cirurgias e atendimentos clínicos, com o crescimento muito

A atuação de Lavínio em Franca foi além do exercício da medicina. Em paralelo à sua atuação como médico cirurgião, ele foi à luta para defender os direitos da classe médica e do bom exercício da medicina. Um ano após chegar a Franca, começou a lançar as bases para a fundação do Sindicato dos Médicos. O projeto concretizou-se em 1993 e Lavínio ocupou a presidência do Sindicato dos Médicos de Franca, que é uma regional do Simesp, nos dois primeiros mandatos. Ele conta que enfrentou uma das maiores greves do Interior do Estado de São Paulo. “Ficamos 67 dias em greve e nossa reivindicação era por aumento salarial, pois nós, médicos, recebíamos um dos piores salários, de R$ 350,00 mensais”, diz. “Após a greve, saímos vitoriosos, com 200% de aumento. De um dos piores salários país, nós passamos a ter

Lavínio enquanto conselheiro do Cremesp, reúne-se com os presidentes do Simesp e do Cremesp, além da diretoria das duas instituições e da APM de Franca, para discutir a situação da Santa Casa de Franca

A chegada em Franca

Lavínio chegou a Franca em meados de 1991, quando ainda fazia estágio na USP de Ribeirão Preto. Ele se preparava para ir a Estrasburgo, na França, para especializar-se em cirurgia do fígado, quando surgiu a oportunidade de conhecer o setor cirúrgico da Santa Casa de Franca. “Foi amor à primeira vista”, brinca. enfoque franca | agosto 2017|63


atendimento de psicóticos e drogados do Programa de Saúde Mental; a ampliação do número de unidades básicas; a inauguração do Núcleo de Gestão Assistencial (NGA) e do Hemocentro, além de tantos outros. Lavínio tem claro que o pilar mais importante construído foi o desenvolvimento da parte financeira, pois sem o aporte econômico, administração alguma consegue realizar um bom trabalho. “Quando assumi a Secretaria de Saúde, a arrecadação era de R$ 14 milhões e ao término da gestão alcançamos R$ 27,5 milhões, enquanto eu era diretor do Cosems” destaca. um dos três melhores salários, à época, de R$ 1.050,00 por 20 horas trabalhadas, a partir de uma lei aprovada na Câmara Municipal”, finalizou. Em paralelo à presidência do Sindicato, Lavínio ocupou o cargo de diretor de Defesa Profissional do Centro Médico de Franca (a Associação Paulista de Medicina local), por dois mandatos. Também foi diretor do Simesp em São Paulo, no final da década de 1990. Pela disposição em trabalhar pelo desenvolvimento da medicina, pela defesa dos médicos, além de acreditar que as pessoas precisam receber um atendimento de qualidade na área da saúde, Lavínio foi convidado para assumir a Secretaria Municipal de Saúde de Franca, como secretário, cargo que ocupou por quatro anos, entre 1997 a 2000.

Cinco projetos

À frente da Secretaria de Saúde, o médico destaca cinco projetos que tiveram êxito. O primeiro foi conquistar a união dos profissionais médicos em torno do trabalho desenvolvido na Secretaria de Saúde; o segundo, aumentar substancialmente, o número de cirurgias eletivas realizadas, que passou de 130 cirurgias/ano para 1.550 cirurgias/ ano graças à suplementação de 100% na tabela SUS; o terceiro, a

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Membros da primeira diretoria do Sindicato dos Médicos de Franca

Lavínio participa em Brasília do Encontro Nacional das Entidades Médicas, em 1996

implantação de uma série de projetos para diminuir a mortalidade infantil, que passou de 18 crianças para cada mil nascidas, para 11,5, índice que foi destacado em todo o Brasil; o quarto foi lançar a pedra fundamental do Hospital do Câncer de Franca, com o início das obras; e, por último, a municipalização da saúde. Mas a lista de novos projetos e conquistas não para por aí. Foram inaugurados cinco Programas de Saúde da Família (os mesmos que existem até hoje); o primeiro Centro de Atenção Psicossocial (Caps); o Centro de DST/Aids; o Hospital Dia para

Um dos mais votados

Após deixar a Secretaria Municipal de Saúde de Franca, Lavínio Nilton Camarim candidatou-se a vereador, em 2000. Foi um dos vereadores mais votados da história de Franca. “Posso dizer com toda a sinceridade que o que mais me marcou durante a campanha foi o calor e a receptividade das pessoas”, lembra Lavínio, emocionado. O médico conta que encontrou muitos pacientes em suas visitas e reuniões de campanha e que muitas dessas pessoas disseram que ele havia ajudado a salvar


sua vida. Na Câmara Municipal, foi fundador e presidente do Conselho de Ética e líder do prefeito durante três anos. Também foi diretor do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo (Cosems). Em 2004, quando terminaria seu mandato de vereador, teve a oportunidade de se candidatar a prefeito, mas resolveu deixar a atuação política partidária para dedicar-se à profissão e continuar trabalhando pela classe médica em outras instâncias.

Lavínio participa de evento no Centro Médico de Franca

A atuação no Cremesp

Lavínio tem uma bonita trajetória no Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp). Foi eleito conselheiro estadual, em 1988, e ficou responsável pela coordenação da Delegacia Regional de Franca, trabalho que desempenha até hoje. O médico, ao longo desses quase 20 anos dedicados à defesa do exercício digno da medicina no Cremesp, atuou e atua em diversas frentes. Já foi diretor das Delegacias do Interior, foi vice-presidente na gestão passada, é presidente da Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos (Codame) há 13 anos, é coordenador da Câmara Técnica de

A família se engajou na campanha que fez de Lavínio um dos vereadores mais votados na história francana

Medicina do Esporte e do Núcleo de Defesa da Ética em Remuneração Médica (NRM), e o atual presidente do maior Conselho Regional de Medicina do Brasil. De acordo com Lavínio, as principais bandeiras de sua gestão são defender o exercício digno da Medicina com a valorização do profissional médico; defender o Ato Médico; fazer a defesa sustentável do Sistema

Único de Saúde (SUS); buscar parceria com outros órgãos para beneficiar a saúde da comunidade, além de trabalhar pela integração cada vez maior da equipe interna do Cremesp. Perguntado como quer que a sua gestão seja lembrada pelos médicos e pela sociedade, Lavínio não hesita em afirmar que quer ser lembrado como sendo um profissional que se preocupa com as causas dos médicos, ao mesmo tempo dos pacientes que desejam ter um atendimento de qualidade e também como um representante institucional que teve a coragem de enfrentar e debater as principais demandas sociais. Ele diz saber que o país passa por dificuldades e que está enfrentando crises de diversas naturezas, mas os médicos podem fazer a sua parte, praticando a ética e intervindo no que estiver ao seu alcance. “E quero deixar uma mensagem especial aos médicos de Franca e à população: Continuo lutando pelos interesses da classe médica local e do bem-estar dos moradores”, diz o presidente do Cremesp. e enfoque franca | agosto 2017|65


|fraseado

Evite ferir os corações das pessoas. É um veneno de sofrimento que voltará para você. FRASE INDÍGENA AMERICANA

No mundo do amor mudo, eu sou o grito. ZACK MAGIEZI

Assistência social é um band-aid nas feridas infeccionadas da sociedade.

KIN HUBBARD

ALEXANDER CHASE

Ao doar, não imite a galinha que põe um ovo e não para mais de cacarejar. HENRY WARD BEECHER

É claro que a culpa foi sua. Foi o seu abraço que tirou a graça de todos os outros.

Siga a multidão e você nunca será seguido por uma multidão.

Aí vem a vida e esfrega na sua cara o que a intuição tentou avisar. VIVIENNE WESTWOOD

O futuro é hoje e, se não corrermos, terá sido ontem. OSCAR LORENZO

FRANÇOISE SAGAN

Quando amas, não é prudente. Quando é prudente, não amas. PUBLIO SIRO

O amor é como fogo: para que dure é preciso alimentá-lo. LA ROCHEFOUCAULD

Ser humilde não é ser menos que alguém. É saber que não somos mais que ninguém. HÉLDER CÂMARA

Quando você alcançar o fim de sua corda, dê um nó e segure firme.

Os ciumentos encontram sempre mais do que aquilo que procuram.

FRANKLIN ROOSEVELT

MADELEINE DE SCUDÉRY

Problemas que vão embora sozinho, voltam sozinhos. ARNOLD GLASOW

Quando um homem não tem razão para confiar em si mesmo, ele confia na sorte. ED HOWE

Tudo é ousado para quem nada se atreve.

Não existe um grande talento sem uma grande força de vontade. HONORÉ DE BALZAC

A verdade liberta, mas antes irá deixá-lo louco. MAREK JASTRZEBSKI

FERNANDO PESSOA

Virtudes, como perfumes, perdem sua essência quando expostas. WILLIAM SHENSTONE

O homem superior fala com modéstia, mas age com audácia. CONFÚCIO

Habilidade é o que você é capaz de fazer. Motivação determina o que você faz. Atitude determina a qualidade do que você faz. LOU HOLTZ




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