Enfoque 191 maio

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primeiras linhas A matéria prima do jornalismo é a própria vida. A frase dita por Herbert Brucker, diretor do jornal Courant, fundado em 1764, em Hartford, Estados Unidos, nunca foi suplantada como definição do que é jornalismo. Ninguém sabe dizer quando foi que os veículos de comunicação enveredaram para o lado das notícias ruins da vida como síntese da sociedade. O que se sobressaiu ao longo dos anos foram os desvios de comportamento, as notícias policiais, as discussões, confrontos, e o lado ruim de uma sociedade repleta de notícias boas. Uma comunidade é ampla demais para ver afuniladas ou peneiradas num veículo de comunicação as catástrofes naturais ou morais, como se isso fosse o seu espelho. Não é. O jornalismo é uma atividade diferenciada, tanto que é a única fora dos poderes da República a ser protegida pela Constituição. Mas se o desentocar da verdade ou a louvação das virtudes é protegida pela lei, o resultado financeiro desse trabalho não. Talvez por isso, veículos de comunicação ao redor do mundo pesquisam a cada dia o que os leitores que ainda sobraram querem ler na mídia impressa e ouvir e ver no rádio e na televisão. O resultado é que veículos poderosos no cenário nacional foram se adaptando aos novos tempos e assumindo um papel de interagir com o público leitor. Nesse cenário, Enfoque se preocupa desde o primeiro número a procurar e ocupar seu espaço no cenário da comunicação francana. Nasceu para ser uma revista otimista e propositiva, se possível, utilizando a história passada para propor o futuro. Estruturada mais em temas e menos em fatos, até porque não tem agilidade para concorrer com a imprensa diária, Enfoque ainda assim dá mensalmente aos francanos notícias ou temas exclusivos, por força de uma equipe que coloca a qualidade como missão. Para existir qualidade é preciso ter criatividade nas pautas e um olhar diferente sobre os temas que dominam o cotidiano. É assim que Enfoque se destaca, é por isso que seu slogan é “vendo Franca com outros olhos”.

Cesar Colleti

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entre linhas Com a democratização do acesso à internet e redes sociais, foram internalizados novos aspectos comportamentais e agregados novos valores sociais. Presenciamos as transformações sociais reconfigurando o processo de subjetivação das novas maneiras de se relacionar com o mundo e com o outro. Através destes contextos, criamos muitas vezes uma realidade pré-fabricada a partir das nossas carências afetivas e emocionais, sendo as redes sociais o grande termômetro da insatisfação e insegurança das pessoas consigo mesmas. Mas... até que ponto podemos nos satisfazer nos reinventando muitas vezes na irrealidade? O fato é que junto às conexões, fotos, selfies e check-ins, pode-se concluir que as redes sociais foram o propulsor importante para denunciar a fragilidade egoica do ser humano. Através delas, fica clara a necessidade incessante da aprovação do outro através dos likes e comentários que elevam a autoestima. É a necessidade da validação, da aprovação do outro, em busca de se convencer daquilo que não tem certeza em si mesmo. O assunto, apesar de parecer complexo, é uma realidade que acontece todos os dias, a cada segundo com pelo menos uma pessoa que você conheça. E para falar sobre ele, Enfoque entrevistou um especialista em comportamento humano e algumas pessoas que discorrem sobre seus pontos de vista. Ainda nesta edição, Enfoque traz uma matéria sobre os miomas, um problema que acomete de oito a 10 mulheres em idade reprodutiva. A maioria não apresenta sintomas, mas cerca de um terço delas, no entanto, sente incômodos como aumento do f luxo menstrual, sangramentos fora do período que chegam a causar anemia, cólica, sensação de peso no ventre, desconforto durante a relação sexual e crescimento do volume abdominal. Essas e outras reportagens podem ser vistas nesta edição, que chega mais uma vez às suas mãos... Então aproveite e boa leitura!

Fernanda Ribeiro Editora Chefe

Enfoque Franca é uma publicação periódica mensal des­ti­na­da ao público em geral ISSN 1981 6219 ® Marca Registrada Diretor Responsável Cesar Colleti Editora Fernanda Ribeiro - MTB 32.745 Designer Gráfico Lucas Ferreira Urquiza Fotografia Ricardo Fernandes Consultoria de Marketing Lucas Rodrigues da Silva Colaboradores desta edição Beto Chagas Bruno Cunha Fabio Akiyama Frederico Abrahão Frederico Millano Heloísa Gimenes J. E. de Oliveira Ramos Lizandra Arita Luís Henrique Borba

Impres­são Cristal Indústria Gráfica (16) 3711-0200 As opiniões e con­cei­tos emi­tidos em arti­gos são de in­tei­ra res­ponsabilidade de seus au­tores. O con­teú­do dos anúncios pu­bli­ci­tá­ri­os é de inteira responsabilidade das em­pre­sas anun­ cian­tes, e não expressa neces­sa­ri­a­men­ te a opi­nião ou a posi­ção da re­vis­ta Enfoque Franca e dos seus dire­to­res e edi­to­res. Para Anunciar Telefone: (16) 3713-3300 Fax: (16) 3713-3300 de 2ª a 6ª feira das 8h às 18h. E-mail: comercial@izzon.com.br

Assinaturas

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izzon CNPJ – 00.018.756/001-68 Rua José Salomoni, 275 CEP 14401-298 - Franca/SP Fonefax: (16) 3713.3300 anuncios@enfoquefranca.com.br


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sumário

seções

46

Estética Sem cura definitiva, melasma acomete de 15% a 35% das mulheres

47

Estética Novas técnicas fazem procura por remoção de tatuagens crescer

48

Moda Considerada por alguns de mau gosto, meia arrastão invade as ruas

50

Estilo Glitter aparece para dar um up em botinhas, tênis e sapatilhas

52

Perfil Walter Costa se destacou em várias áreas, inclusive como jogador

53

Economia Empresários se rendem ao marketing digital para alavancar vendas

54

Esporte Aliando força e consciência, Gyrotonic traz proposta de exercício

55

Zen Cristais são fontes de energia em terapia que trata além do corpo

56

Hobby Aeromodelismo deixa de ser hobby e passa a ser visto como esporte

58

Cultura Jovens entre 18 e 24 anos redescobrem o prazer da leitura

59

Trabalho Renovação de conteúdos e práticas é indispensável para o sucesso

62

Comportamento Redes sociais denunciam a fragilidade egoica da maioria das pessoas

65

Comportamento Distúrbios alimentares são cada vez mais comuns na adolescência

04| primeiras linhas Cesar Colleti

linhas 04| entre Fernanda Ribeiro comportamento

24| Lizandra Arita

Ano XVI Nº 191 Maio de 2017

24| negócios Frederico Abrahão viver bem

24| Fábio Akyiama 66|

fraseado

notas 08| 10| 12| 14| 16| 18|

mirante panorama entrever rápidas bloco de notas post scriptum

crônicas 20| pulsar

Luis Henrique Borba

20| miragem

J. E. de Oliveira Ramos espaços

20| Bruno Cunha 22| 360 graus

Heloísa Gimenes

22| palavras contidas Beto Chagas

22| mais ou menos

Frederico Millano

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Literatura Escritor Luiz Cruz de Oliveira lança novo livro, “Minha Aldeia”

28

Música Um dos pianistas mais jovens de Franca, Dih Fernandes se destaca

30

Artes O olhar da fotógrafa Susana Taveira em imagens de tirar o fôlego

32

Como funciona Sensores de movimento e presença são aliados de segurança

36

Saúde Problemas auditivos são comuns, mas muitos podem ser evitados

38

Saúde Miomas aparecem no útero de até 70% das mulheres em idade fértil

40

Nutrição Glúten só pode ser considerado ameaça à saúde em alguns casos

42

Decoração Imóveis compactos seguem como tendências para residências

44

Decoração De origem dinamarquesa, estilo Hygge cria ambientes acolhedores

45

42

45

56

65


@carmensteffens CarmenSteffensOnline

Carmen Steffens CALÇADOS, ROUPAS E ACESSÓRIOS fRANCA ShOPPING | OUTLET - AV. RIO AMAZONAS, 638 - RESIDENCIAL AMAZONAS | fRANCA – SP BUENOS AIRES

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PUNTA DEL ESTE

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SANTIAGO

SÃO PAULO

550 LOJAS - 18 PAÍSES

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|mirante

CAPTAÇÃO DE ÁGUA I >>

<< CAPTAÇÃO DE ÁGUA II

As obras do novo sistema de captação de água de Franca, localizado no Rio Sapucaí-Mirim devem ser inauguradas no final de 2018, segundo cronograma da Sabesp. O sistema vai garantir o abastecimento de água para a cidade pelos próximos 40 a 50 anos, dando tranquilidade para as futuras gerações francanas. A obra, que começou em 2012, teve valor investido na ordem de R$ 70 milhões, financiados pelo Governo Federal.

Segundo o superintendente da Sabesp Franca, Gilson Santos de Mendonça, o novo sistema é a maior obra do interior do Estado de São Paulo em produção de água. “A capacidade de vazão de água para abastecer a cidade dobrará em relação a atual. Hoje, os rios Canoas e Pouso Alegre fornecem 1.050 litros por segundo. Quando pronto, o rio Sapucaí terá uma vazão de 800 litros por segundo podendo chegar a mil”, diz Gilson.

Novo sistema será inaugurado em 2018

Vazão dobrará em relação a atual

EMPRESAS ATIVAS I

EMPRESAS ATIVAS II

Índice cresce 11,5% em Franca

Maioria, 93,8%, é micro e pequena

O número de empresas ativas em Franca deu um salto de 11,5% nos últimos dois anos. De 2015 a janeiro deste ano a cidade ganhou cinco mil novos empreendimentos, saindo de 41.965 empresas ativas para 46.788, conforme dados do Empresômetro, ferramenta estatística do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação. Franca está no 15º lugar do ranking de cidades paulistas com maior número de empresas ativas, à frente de São Carlos.

Segundo o levantamento das empresas locais, 93,8% das ativas em Franca são MPEs (Micro e Pequenas Empresas). Das atividades desenvolvidas na cidade, a maioria se concentra no comércio varejista de artigos de vestuário e acessórios (7,35%). Na sequência do top 10: fabricação de calcados de couro (7,10%); acabamento de calçados de couro sob contrato (5,46%); lanchonetes, casas de sucos e similares (3,72%); comércio varejista e outros.

<< TELEVISORES

AGROPECUÁRIA

O desligamento do sinal digital no interior paulista, inclusive em Franca, será realizado na última semana de novembro. Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel, a partir de então somente televisores com sinal digital ou com aparelhos conversores permitirão a chegada do sinal às casas dos francanos. O Ministério da Ciência, Tecnologia e Comunicação estima que, até 2018, 1,3 mil municípios estejam com o digital.

Está tudo pronto para a 38ª edição da Expoagro, que começa dia 12, no Parque de Exposições Fernando Costa. Além da parte de shows, que está a cargo da empresa de Paulo Roberto Cardoso, a feira terá concursos de diferentes gêneros e seu 1º Ciclo de Palestras, com o objetivo de apresentar e discutir novidades nos setores de pecuária de corte, pecuária de leite, equideocultura e também gestão rural. A Expoagro vai até 28 de maio.

Sinal analógico vai até novembro

38ª Expoagro começa dia 12 e vai até 28

<< CALÇADOS

Setor criou mais de quatro mil vagas O parque calçadista de Franca criou 4.123 vagas de trabalho no primeiro trimestre deste ano. O número corresponde ao saldo do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados de admitidos e demitidos elaborado pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Apesar de ter contratado mais do que demitido, o setor registrou uma queda de 5,5% na quantidade de postos de trabalho criados em relação ao mesmo período de 2016, quando o saldo foi de 4.361.

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|panorama

TEATRO

ARTES PLÁSTICAS >>

Salão Abril vai até o dia 29

“Ladybug” chega a Franca dia 20

O 33º Salão Abril de Belas Artes continua aberto à visitação na Casa da Cultura até o dia 29 de maio, com obras de artistas plásticos de Franca e de diferentes partes do país. Do estado de São Paulo estão expostas e foram premiadas, além de Franca, obras da capital paulista, Santo André, Rio Claro, Marília. De outros estados, obras de Porto Alegre/RS, Sacramento e Uberlândia, ambas de Minas Gerais, também foram premiadas.

Franca recebe dia 20 deste mês, às 20h, no Dann Inn Hotel, o espetáculo “Ladybug”, inspirado no sucesso da televisão. A peça conta a história de Marinette, uma menina apaixonada por moda que vive os dilemas de uma adolescente. Mas o que ninguém sabe é que ela é uma super-heroína conhecida como Ladybug. Ela e seu parceiro nas lutas, Cat Noir, vivem muitas aventuras juntos. A trama envolve vários questionamentos.

SUPER MEI I

SUPER MEI II

Sebrae oferece cursos de artesanato

Programa conta com aperfeiçoamento

Acontece em Franca, de 10 a 19 de maio, dois cursos gratuitos de artesanato pelo programa Super MEI do Sebrae-SP. Os cursos podem ser feitos por quem já é Microempreendedor Individual (MEI) ou por pessoas que não têm empresa, mas têm o desejo de empreender na área. As opções são para arranjos florais – as aulas ocorrem das 13h às 17h - e cestas ornamentais – aulas das 18h30 às 22h30, na ETEC Professor Carmelino Corrêa Barbosa.

O Super MEI é um programa do Sebrae-SP para aperfeiçoamento gratuito profissional e desenvolvimento dos negócios, inicialmente com foco no Microempreendedor Individual (MEI). O programa oferece soluções integradas de gestão, comportamento empreendedor, tecnologia, mercado e acesso ao crédito. Com os cursos, os participantes poderão aprimorar conhecimentos técnicos e de gestão, aumentar as vendas, agregar valor aos produtos.

<< FILMES I

<< FILMES II

Acontece até o dia 22 de junho em Franca, mais uma edição do Cine Sesi-SP, que desta vez tem a proposta voltada ao Oriente Médio, com a exibição de sete filmes israelenses premiados, que mostram o cotidiano do único país de maioria judaica no mundo. Os filmes escolhidos datam da primeira década do século XXI. A entrada é gratuita e os ingressos podem ser reservados com antecedência pelo Meu SESI - sesisp.org.br/meu-sesi.

No dia 11, às 19h30, será exibido “As Aparências Enganam”, que fala sobre Yara, uma jovem cega que deixou a família em Israel para perseguir carreira científica em uma universidade americana. No dia 18 será a vez de “A Enchente”, que fala sobre Yoni e seu Bar Mitzvah e os bastidores de sua família falida. “Aviva, Meu Amor” será exibido no dia 25 deste mês, e traz a história de Aviva e a forma como lida com seus problemas.

Cine Sesi-SP segue até 22 de junho

BARÃO DE MAUÁ >>

Samuel Freiria em workshop de arte Samuel Freiria ministrará no dia 10 deste mês, das 19h30 às 21h, na Semana Integrada de Tecnologia no Centro Universitário Barão de Mauá em Ribeirão Preto, um workshop sobre arte em giz. Será um bate-papo com os assuntos abordados de forma mais prática e com a criação de uma lousa coletiva com os participantes. O evento envolve os cursos de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Ciência da Computação, Design Gráfico e Jogos Digitais. 10| enfoque franca | maio 2017

Escolhidos falam de diferentes temas


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|entrever

PEÇA GRATUITA >>

CAPACITAÇÃO

“Pequeno Cidadão do Futuro” em Franca

Biblioteca sedia oficinas no dia 10

A Cia. de Teatro Os Satyros apresenta dia 12, às 14h, o espetáculo “Pequeno Cidadão do Futuro”. Construído em cenas curtas, que misturam elementos do cotidiano e personagens de contos de fadas, a atração se baseia nas questões levantadas pela psicanalista Elizabeth Young-Bruhel sobre o preconceito do adulto em relação à criança, o chamado criancismo. Será no Anfiteatro da Casa da Cultura, na Praça do Cemitério da Saudade.

A Biblioteca Pública Municipal Dr. Américo Maciel de Castro Júnior sediará no dia 10 deste mês oficinas de capacitação através do SisEB - Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas de São Paulo. Este ano, o tema será “Estratégias para Valorização da Diversidade, Promoção da Acessibilidade e Liderança Inclusiva em Bibliotecas”. A oficina será ministrada pela professora Renata Andrade, especialista em Acessibilidade e Desenho Universal.

ARTES GERAIS I

ARTES GERAIS II

Abertas inscrições para prêmio

Objetivo é reconhecer educadores

Professores das escolas estaduais que tenham desenvolvido projetos nas linguagens de Artes Visuais, Dança, Música ou Teatro têm até o dia 28 deste mês para se inscreverem no Prêmio Arte na Escola Cidadã, realizado pelo Instituto Arte na Escola desde 2000. O cadastro pode ser feito pelo portal (http://www.intranet.educacao. sp.gov.br/) do evento. Serão aceitos trabalhos realizados em todo o Estado no período entre 2015 e maio de 2017.

O concurso tem por objetivo revelar e reconhecer boas práticas de educadores que utilizem intervenções artísticas para aprimorar a qualidade do ensino em séries do Fundamental, Médio, e na Educação de Jovens e Adultos. Os vencedores receberão R$ 10 mil em dinheiro, além do certificado de premiação e troféu. Às escolas serão entregues um computador e uma câmera digital. O programa já premiou 84 professores de todo o Brasil.

LABORATÓRIO DAS ARTES I

Artista passeia pelo nanquin a aquarela

Segue até o dia 11 de maio, no Laboratório das Artes, a mostra “Rendo-me às folhas”, que reúne 38 trabalhos da artista plástica Regina Nogueira, de São Simão (SP), formada em Artes Plásticas pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, em 1982, onde foi aluna do professor Paulo Cheida, colaborador do Laboratório das Artes e criador do Museu de Gravura Olho Latino. É a primeira vez que os francanos veem os trabalhos desta artista.

Regina Nogueira apresenta trabalhos em nanquim, lápis de cor, aquarela e pastel seco. Vivendo em Campinas, desenvolve de forma sensitiva a pesquisa de materiais e a observação da natureza, dentro da temática das folhas e folhagens, ora com motivos tribais em branco e preto, ora com cores vivas e fortes, como se retratasse a alma das folhas. O Laboratório das Artes fica à Rua Cuba, 1099 – Jardim Consolação - (16) 3722-5004.

ANIVERSÁRIO >>

Varinha Mágica celebra 15 anos Para comemorar os 15 anos da Varinha Mágica, a empresária e estilista Claudete Rodrigues, que dirige a empresa ao lado da filha Daniele Rodrigues Campos, promoverá no dia 27 deste mês uma grande festa no Stella Eventos. Na ocasião, será realizado um desfile para divulgação da nova coleção de fantasias exclusivas da Varinha Mágica. “Temos muito que comemorar e a noite será pequena para tanta festa”, destacam Claudete e Daniele. 12| enfoque franca | maio 2017

<< LABORATÓRIO DAS ARTES II

“Rendo-me às folhas” segue até o dia 11


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|rápidas

HIGIENE PESSOAL I >>

<< HIGIENE PESSOAL II

O Nosso Lar Instituição Espírita – “Lar de Dona Leonor” voltou a pedir a colaboração da população francana. Desta vez, a instituição necessita de itens de higiene pessoal. A urgência é para os seguintes itens: sabonete líquido, shampoo, papel higiênico, desodorante spray e talco. As doações podem ser entregues diretamente no local, à Avenida Amélia Antunes Pinheiro, 1123 – Vila Nossa Senhora das Graças, todos os dias.

O Lar Dona Leonor é uma entidade filantrópica e sem fins lucrativos tradicional em Franca, que hoje atende mais de 50 idosas em regime de longa permanência. A entidade tem a missão de atender da melhor forma as suas moradoras, através de atendimento de profissionais de farmácia, enfermagem, assistência social, terapia ocupacional, fisioterapia e medicina. O telefone para atendimento ou esclarecimento de dúvidas é (16) 3722-0367.

Lar Dona Leonor faz campanha

Entidade atende mais de 50 idosas

INFORMÁTICA

AGASALHO

Os atiradores do Tiro de Guerra poderão ter, a partir deste ano, curso gratuito de informática. A notícia foi confirmada pelo Subtenente Paulinelly, Chefe da Instrução do Tiro de Guerra de Franca. Para tanto, será firmado um convênio de cooperação técnica com o Senai Franca e a Prefeitura. Entre as características, o curso tem previsão de carga horária de 160 horas, com aulas à noite, no período de maio a novembro do corrente ano.

Começou em Franca mais uma Campanha do Agasalho. Este ano, a mobilização tem como slogan “Doação Aquece o Coração” e receberá doações pelos próximos 45 dias. Mais de 100 locais recebem os donativos e o Fussol – Fundo de Solidariedade disponibilizou, para cada um deles, as caixas de papelão identificadas com o cartaz da campanha. Entre os pontos de coleta estão 45 escolas municipais, 50 empresas particulares e várias repartições públicas.

Atiradores poderão ter curso gratuito Campanha conta com 100 postos

SOCIAL I >>

<< SOCIAL II

A Acif lançou no início deste mês, o ‘Vírgula’, projeto que consiste em arrecadar o troco de até R$ 1 em estabelecimentos comerciais a fim de reverter tais micro doações a programas ligados a áreas como educação, saúde, bem-estar, cultura, esporte e outros. Como forma de retribuição e incentivo, o ‘Vírgula’ vai desenvolver atividades de cultura, lazer, esporte e qualidade de vida, voltadas aos trabalhadores dos empresários parceiros.

Movimento mundial iniciado pelo Unicef, o ‘Vírgula’ tem esse nome em razão de sua proposta de recolher doações a partir dos centavos - que estão após a vírgula do Real - e que servem como troco durante as compras. Por isso a arrecadação sugerida é de até R$ 1. As doações poderão ser feitas em moedas, dinheiro, cartão de débito e crédito, boleto e pagamento mensal. A expectativa é de que o projeto entre em vigor até o fim deste mês.

Lançado o “Vírgula”, projeto de arrecadação

PRORROGAÇÃO >>

Primeira Chance e concursos na mira A Prefeitura de Franca prorrogou por um ano - a partir da data de homologação, o processo seletivo do Programa Primeira Chance e três concursos públicos de 2016, de números 001, 002 e 003. Dessa forma, os candidatos aprovados que formam o cadastro de reserva poderão aguardar até maio de 2018, com possibilidades de serem chamados na medida em que surgirem as necessidades. A decisão gerou revolta entre os candidatos que aguardam a chamada. 14| enfoque franca | maio 2017

Doações ajudarão entidades locais


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|bloco de notas

PRESIDÊNCIA ACIF

FRANCA E REGIÃO

O empresário Dorival Mourão Filho foi reeleito presidente da Acif para o biênio 2017/2019, e durante a cerimônia de posse falou sobre os rumos desta segunda gestão. “Nestes dois primeiros anos, sentimos uma necessidade de capacitação em nosso empresariado, especialmente no pequeno e médio. Por isso, nosso foco será voltado para suprir esta demanda, bem como nos aproximar, ainda mais, de nosso associado”, afirmou o presidente.

O IBGE inscreve para o concurso que vai selecionar mais de 24 mil funcionários temporários, com contratos que podem durar até sete meses. Para Franca e região, são nove vagas: duas para ensino médio - agente censitário supervisor e agente censitário municipal - e uma – recenseador - para ensino fundamental. Os salários variam de R$ 1,6 mil a R$ 1,9 mil. As inscrições terminam dia 23 de maio: http:// fgvprojetos.fgv.br/concursos/ibge-pss.

Dorival Mourão Filho é reeleito

IBGE inscreve para concurso

VIVÊNCIA NA POLÍTICA I

VIVÊNCIA NA POLÍTICA II

Seguem até o dia 9 de junho as inscrições para o programa Parlamento Jovem Brasileiro, que possibilita a estudantes do ensino médio a vivência do processo democrático com a participação em uma jornada na Câmara dos Deputados. Em Franca, alguns jovens já tiveram essa experiência de tomar posse como deputados durante uma semana em Brasília. Saiba mais sobre o programa: http://www2. camara.leg.br/responsabilidade-social/parlamentojovem.

Os candidatos precisam ter de 16 a 22 anos e elaborar um projeto de lei de sua própria autoria. No próprio site do programa há orientações sobre isso. Elaborado, é só encaminhar o projeto, a ficha de inscrição, uma cópia do RG, o comprovante de matrícula e a autorização do responsável legal para viagem do aluno ao Distrito Federal no e-mail saopaulo.pjb2017@gmail.com. A Câmara dos Deputados receberá os jovens de 25 a 29 de setembro.

Parlamento Jovem inscreve até junho

Candidatos precisam ter até 22 anos

INFLUENZA >>

ATENDIMENTO

Continua até o dia 26, a Campanha de Vacinação Contra Influenza em Franca. O objetivo é minimizar a ocorrência da doença, as internações e óbitos atribuíveis ao vírus Influenza nos grupos mais vulneráveis, ou seja, que têm maior risco de evoluir com complicações. O dia da Mobilização Nacional – “Dia D” - será no dia 13 de Maio e no município toda a logística de imunização será conduzida pela Vigilância Epidemiológica.

O Hospital do Câncer conta com uma nova ala com 64 leitos. A conquista significa a ampliação do atendimento, já que 32 quartos com dois leitos cada um, com banheiro privativo e TV, oferecendo ainda mais conforto aos pacientes do hospital, que é uma referência na região, atendendo mais de 22 municípios e uma população estimada em 650 mil habitantes. O HC de Franca está entre os melhores centros de tratamento no país.

Campanha segue até dia 26 em Franca

JARDIM CAMBUÍ >>

Centro de Esportes sai do papel Estão em ritmo acelerado as obras do Centro de Iniciação ao Esporte do Jardim Cambuí. Os investimentos serão de R$ 4,7 milhões, compreendendo edificações multiuso, com opções para atender até 24 modalidades olímpicas, paraolímpicas e não olímpicas. Além de uma moderna pista de atletismo, o Centro de Esportes terá amplo ginásio coberto multiuso, com dois pavimentos, elevador e completa infraestrutura de banheiros, vestiários, etc. 16| enfoque franca | maio 2017

Hospital do Câncer já tem nova ala


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DUPLA CIDADANIA I >>

<< DUPLA CIDADANIA II

Os cartórios de Franca agora contam com autorização para a liberação de documentos para dupla cidadania e para estudar no exterior. Com isso, é possível obter na cidade a legalização de documentos – conhecido como apostilamento –, que confere autenticidade aos documentos emitidos pelo Brasil para que tenham validade no exterior. O mesmo vale para documentos emitidos no exterior para que sejam válidos em território nacional.

Até então, para um documento público ter validade no exterior era preciso submetê-lo a uma série de etapas, como a tradução juramentada, a autenticação no Ministério das Relações Exteriores (MRE) e depois reconhecer a autenticação em uma embaixada ou consulado do País estrangeiro, em processo caro e que demorava meses. No Estado de São Paulo apenas um único posto do órgão, localizado na capital paulista, realizava o apostilamento.

Cartórios em Franca liberam documentos

EMPREENDEDORISMO I

Antes processo era só na capital

EMPREENDEDORISMO II

Semana do MEI acontece em Franca

Em Franca já são quase 15 mil

O Sebrae-SP promove este mês a Semana do MEI, com serviços e orientações em Franca e região para quem deseja se tornar um Microempreendedor Individual. Em Franca, a Caravana do Sebrae Móvel estará no dia 13, com plantão de atendimento das 9h às 15h, na Praça Matriz; e das 9h às 13h, no escritório regional. Na ocasião serão tiradas dúvidas sobre a modalidade, realizadas oficinas, entre outros. Informações e inscrições: (16) 3111-9900.

Durante a Semana do MEI quem já é MEI receberá orientações durante a semana para fazer a Declaração Anual, que tem o prazo para envio até o dia 31 de maio. Na declaração, o MEI precisa informar as operações do ano anterior. Hoje, já são quase 7 milhões de MEIs no País, sendo 1,8 milhão apenas no Estado de São Paulo, que atuam por conta própria em mais de 500 atividades. Só em Franca são 14.908 MEIs em áreas como cabeleireiro e outras.

RODOVIA DOS CALÇADOS >>

CD “V.O.A”

Trecho de Franca tem R$ 5 bi de verba

Labaq lança segundo clipe

Com a concessão nas mãos do grupo Arteris, os 720 quilômetros da Rodovia dos Calçados que liga Itaporanga a Franca, terão investimentos de R$ 5,4 bilhões. O lance de R$ 1,2 milhão da 1ª parcela, somado aos R$ 225.483.921,11 da 2ª parcela, chega a uma outorga total de R$ 1.438.983.921,11 (quase um bilhão e meio de reais). O grupo Arteris já é parceiro do Estado nas concessionárias Vianorte, Intervias, Centrovias e Autovias.

A cantora e compositora Labaq lançou o segundo clipe do disco “v.o.a”. Com a música “Clara”, que nasceu em um quarto de hostel em Montevidéu, no Uruguai, a artista traz inspiração pela busca por se encontrar quem é. “Clara’ é isso, é minha busca por mim, no vídeo sintetizada com toda delicadeza por uma equipe que esteve comigo a todo instante”, conta Labaq. Para assistir, basta acessar youtube. com/watch?v=lmcIWNGgkyI&t=3s.

<< LYGIA FAGUNDES TELLES

Concurso cultural inscreve até dia 15 Seguem abertas as inscrições do concurso cultural da rede estadual de ensino. Em vídeo, os candidatos vão contar a vida e obra da escritora Lygia Fagundes Telles. Os primeiros colocados ganham certificados e uma visita à Academia Paulista de Letras. O prazo para envio do material é 15 de maio e estudantes de Franca podem participar. O resultado sairá em 6 de julho. Serão avaliados fluência, conteúdo, qualidade técnica e originalidade. 18| enfoque franca | maio 2017


enfoque franca | maio 2017|19


|crônicas

J. E. de Oliveira Ramos (Joca)

Luís H. Borba Escritor, autor de Viajando-me

|pulsar E o rio segue Desde que esticou líquidos olhos para fora da terra, a água escorre. Antes disso, alimentou-se de solo na constância de uma fome que a curiosidade fez insaciável - apalpando a terra, a água avançou pelo subsolo numa lentidão despreocupada de rumo. Ao sair, a desconhecida claridade lhe trouxe a cegueira, experimentou o torpor de estar em um mundo jamais imagina­ do, fustigou-lhe o nunca sentido calor - ferocidade de mil bocas de fogo a lhe pinicarem a líquida pele. Desorientada, a água soltou-se morro abaixo, na crença ingênua de que escolhia o seu caminho. Rolou-se pela vegetação, encharcando as folhas com incaláveis palavras molhadas, passou sobre pe­ dras após todos os esforços em levá-las consigo, arrastou pedregulhos com o convincente argumento de força. A noite não lhe trouxe o descanso de que não necessita - o cansaço não cabe em músculos líquidos -, e, por não necessitar de descanso, desfrutou, na noite do sossego ancestral da escuridão, da liberdade do fogo que lhe fustigava o corpo. E prosseguiu cumprindo uma or­ dem sentida por todos os aquosos poros de seu líquido corpo: caminhar e caminhar e caminhar. Um novo dia trouxe a claridade que já não mais cegava, trouxe o calor contra o qual já apenas resmungava. Insinuando-se pelos caminhos que surgiam, encontrou-se com outras águas e, apegando-se umas às outras, unindo seus líquidos corpos numa cópula in­ terminável, avançaram pelo caminho o enorme volume em que todos os pontos é água. O rio segue. E o primeiro e surpreso fio de água já se salgou há muito, já espalhou por grãos de areia seus líquidos ossos, há tempos torrados pelo sol.

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Bruno Cunha É escritor

da Academia Francana de Letras

|miragem Música Erudita (I) Omnia comparatio claudiat. (*) Da mesma forma que se fala em Corneille e Racine, Haydn e Mozart, também existe o clichê Debussy e Ravel. Ravel foi influenciado significativamente por Claude Debussy, mas também por compositores anteriores, como Mozart, Liszt e Strauss, e logo encontrou seu próprio estilo, marcado pelo Impressionismo. Debussy e Ravel não são representantes da mesma tendência, de uma mesma “escola”, nem ambos os lados de uma moeda. Não têm a mesma personalidade nem o mes­ mo gênio musical. Tiveram características comuns aos artistas de seu tempo, como também se encontram entre os clássicos, os românticos, os contemporâneos... São reservados, sensuais, refinados, independen­ tes, curiosos dos aspectos raros da música. As diferenças são outras. Debussy é mais inteligente de que Ravel, mas seu caráter é menos firme; é influenciável, amoral e volup­ tuoso. Ravel é moralmente incorruptível, sem hipocrisias ou complacências. A música de Debussy evoca o opalescente, é translúcida, irisada, reflexiva, as linhas borradas; a de Ravel é cristal transparente, de luz viva, precisa. Debussy esconde sua ciência; Ravel esconde sua sensibilidade. Debussy não frequenta as regras. Ravel as corrige e enriquece. Maurice Ravel (1875-1937) fugia às indiscrições, às confissões. Mantinha extre­ ma reserva dos sentimentos, ocultando-os em um humor desconcertante. Na visão limitada de alguns críticos, é considerado de alma seca, gélido: exato e frio. Stravinsky o chamava relojoeiro suíço. Quem sabe escutar, todavia, descobre a emoção sublime que brota de “Martin Pescador”; nas Histórias Naturais (do adágio do “Concerto em Sol”); do último quadro de “Mamá”, da ária “Tu, o coração da rosa”, e em outras peças. Contudo, o “Bolero” é a obra pela qual Ravel é mais conhecido, até popularmente. E isso o exasperava, pelo desconhecimento de toda sua obra. (*) Toda comparação é imperfeita! (Do Latim)

|espaços Seu Pedro Seu Pedro frequenta a mesma academia que eu. E embora as bicicletas estejam todas desocupadas, ele opta por pedalar na bicicleta vizinha a minha. É a segunda vez que isso acontece. Ele mal chega e já desliga o ventilador. Não gosta. Eu também não gosto. Contei a ele das minhas não tão amigas faringite e rinite alérgicas. Ele gosta de falar da vida. Contar causos. Eu gosto de ouvir as pessoas contarem suas histórias. Seus sonhos. Suas lutas. O sonho do Seu Pedro era jogar futebol profissionalmente. Diz ele que era um ponta esquerda de muita habilidade. Machucou numa entrada maldosa do adversário. Rup­ tura do tendão. Nunca mais foi o mesmo. Hoje, ele pedala de dez a quinze minutos, não mais que isso, e não exagera no treino de perna por causa da religiosa pelada de quarta-feira. Ele é desenrolado. Fala sobre qualquer assunto, com qualquer pessoa. Mas gosta mesmo é de falar das duas filhas e do netinho, Lucas, que nasce no próximo mês. Pergunta sobre meu trabalho. Digo que escrevo e inclusive alguns textos vão parar na revista. Ele demonstra um conten­ tamento quase paterno com o que acabo de lhe dizer e conta que certa vez teve o nome eternizado na página de um jornal que não mais sabe o nome, mas guarda o recorte com muito carinho. Foram poucas linhas, duas ou três talvez, exaltando o gol que salvou o time do rebaixamento daquele ano. Seu Pedro nunca estudou. E diz isso com um arrependimento que trespassa as ondulações vocais. Nunca gostou dessas coisas. Conta que não tem o hábito da leitura e mal sabe escrever. O que desconfio ser mentira, pois ele sabe mais das coisas do que muita gente diplomada por aí, in­ clusive eu mesmo. Possui, e não sabe, uma inteligência inexplorada, clara e sensível a tudo que o rodeia. Seu Pedro foi pra casa. Parece que o Lucas se antecipou. Esse é meu jeito estranho de parabenizá-lo e agradecer pela conversa. Pela história. Pelo tempo. O senhor tem razão: a despeito de tudo, a vida é um presente.


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|crônicas

Beto Chagas

Heloísa Villela Bittar Gimenes

Psicólogo e escritor

Psicóloga

|360 graus Era mais simples... Já me vejo no “antigamente”; sinal dos tempos que coloca nossa história no retrovisor da vida. Nessa ótica do “ontem” parece que as coisas eram mais simples. Bem mais simples! Tínhamos vários apelidos e não era bullying; brigávamos na escola e era um tal de: “ te pego na saída” e nem por isso os pais eram acionados, cada um se virava como podia; as brincadeiras acon­ teciam na rua sem adultos para intermediar; pique- pega, garrafão, pique esconde, rela­ -rela-ajuda-ajuda. Era mais simples sair a noite para passear e ter uma única opção, que era perambular na frente dos restaurantes Pajé e Barão e, assim, a certeza que lá encontra­ ríamos os amores e os dissabores. Esperar a serenata com juras de amor; acordar e ter bilhetinho no alpendre com flor e versos te enaltecendo. Escrever carta, postar no cor­ reio e, melhor ainda, aguardar ansiosamente a carta-resposta. Simples e gostoso era se preparar com muita expectativa o Baile do aniversário do Clube de Campo, o Réveillon e o Carnaval. Era mais fácil ouvir músicas do Beto Guedes, Milton Nascimento, Ultraje a Rigor, Parala­ mas do Sucesso; The Police, U2, A-Ha, Phill Collins. Os telefones eram fixos, geralmente instalados na sala, onde todos ouviam o que se falava. Quando viajávamos, ligávamos de orelhões com fichas; e, depois das 20h a ligação interurbana era mais barata! Era mais simples fazer 15 anos, noivar e casar sem cerimonialista. Quantos detalhes registrados na me­ mória afetiva. Bem vindos ao Século XXI! A contemporaneidade permite que a tecnologia traga outras demandas e a pluralidade das coisas possibilita outros voos. Nada de fixação com o tempo “Ido” ,pois viver sempre será um verbo conjugado no presente. Me pego perguntando: quais serão as marcas desse tempo que ficarão registradas no “retrovisor” da vida? Talvez sejam nem melhores, nem piores, mas com todo meu saudosismo, acredito que era bem mais simples! 22| enfoque franca | maio 2017

|palavras contidas

Frederico Millano é Cronista

|mais ou menos

Gibeira

Sou um a mais

Primeiro, foi num daqueles programas de TV em que aparecem pequenos empre­ sários e as suas ideias bem sucedidas. De­ pois, num daqueles programas diários que preenchem o tempo e a cabeça das donas de casa com sugestões de como ganhar dinheiro extra... O rapaz teve a “inédita inspiração” de colocar um bolso extra na calça, em posição estratégica, para guardar o telefone celular. Uma forma de deixar a salvo o aparelho, evitando os recorrentes furtos na rua quando o objeto fica à mostra no bolso de trás ou na bolsa semiaberta. De imediato, ao ver o primeiro progra­ ma, comentei com a minha esposa: “Não é isso que o seu pai faz há muitos anos, quando encomenda calças e exige do al­ faiate a habilidade de costurar um bolso interno pra guardar o molho de chaves?”. Feliz reinvenção do moço empreendedor que, diante de uma necessidade moderna, buscou na memória afetiva uma solução inteligente. Ponto pra ele. Certamente, em breve o mercado estará abarrotado de alfaiates e costureiras oferecendo, a preços módicos, o pequeno serviço. Faturamento certo! Remexendo os guardados no meu ba­ laio de lembranças, encontrei a figura magra e ainda banguela do meu pai, na casinha de fundos, à luz de lamparina, sentado no banquinho com assento de couro enrijecido e base de ferro soldado. Fumante, nunca quis influenciar os filhos e, então, evitava pitar na nossa presença, embora sempre trouxesse no bolso da camisa um maço de “Kent” ou “Continental” sem filtro. Era à noitinha, quando chegava do curtume, que tirava umas baforadas, longe dos filhos e da mulher, que reprovava o mau costume. Como nenhum crime é perfeito, ele deixava pista. Cansado e indisposto pra levantar da banqueta, falava a meio tom pra não despertar a atenção da minha mãe: - “Zé! Vai na carça pindurada no prego... Pega a binga na gibeira pra mim”. Pra quem não entendeu: “binga” é isqueiro e “algibei­ ra” é o nome que se dá pro bolso extra que o rapaz acha que inventou.

Eu tenho em mim todas as contradi­ ções, todos os acertos e todos os enganos. Eu tenho em mim todos os inícios, todos os meios e todos os fins. Sou um eterno recomeçar. Sou tão antigo que guardo em mim todas as memórias e todas as histórias. Sou tão novo que nem tenho lembranças para contar. Eu sempre estou e se estou, permaneço sendo. Não sou minha vontade. Não sou planejamento, por isso mesmo não sou um projeto acabado. Embora seja passado, nunca fui ontem e, mesmo no futuro, nunca serei amanhã. Mas hoje eu sou. Sou absolutamente livre em todas as prisões. Sou um eterno prisioneiro em todas as liberdades. Voo pelo espaço livre e nem sei medir a distância até o horizonte. Tenho para mim todos os céus e todas as terras e nem sei quando comecei a caminhar. Sou um a mais, mas sou incontável. Sou um a mais, mas sou invisível. Nunca quis ser mais do que sou. Por isso sou todas as vitórias e todas as derrotas. Se é assim, sou empate. Na imensidão do universo, viajo entre as galáxias, conheço planetas, pernoito nas estrelas e acordo no meu chão. Piso passos trêmulos, sem roteiro certo num caminhar seguro. Estou em busca de mim. Sou a própria razão dos meus acertos, dos meus erros, das lágrimas de alegria e das dores de tristeza. Sou a expansão da felicidade e a contorção do desespero. Sou chegada, sou partida, o eterno ficar. Sou a planta e o per­ fume da flor. Sou símbolo e sou gesto. Sou o passo e o descompasso. Sou a inspiração, sou a métrica, sou a rima, sou a própria po­ esia. Do mar eu sou a água, da água eu sou o sal. Do sal eu sou sede e da sede eu sou a água. Sou fome e alimento. Eu sou o sorriso escancarado, sou os olhos fechados. Sou a causa e a consequência. Sou os olhos, sou o olhar. Sou a voz, sou o falar. Sou os lábios, sou o beijo. Sou o sentimento, a saudade, a espera. Aflição, coração. Minha noite ter­ mina com amor e com amor começa meu dia. Não tenho nada, mas tenho o amor. O meu e o seu. Não tenho nada, nem preciso de nada. Eu tenho você.


enfoque franca | maio 2017|23


|Artigos

Frederico Abrahão CEO Direito de Ouvir Amplifon

| negócios

Fabio Akiyama Fisioterapeuta

|viver bem

Dicas para melhorar o feedback Mal do século chama-se ansiedade Saber dar um retorno sobre o desem­ penho dos colaboradores é importante para qualquer gestor. Nem sempre é fácil expor qualidades e defeitos sem que isso soe ofensivo ou pessoal. Para esse feedback que melhore o comportamento da equipe e a ajude a atingir seus objetivos, o gestor precisa ser assertivo. Confira algumas dicas: Espere o momento certo – Algu­ mas empresas definem reuniões semanais, mensais ou semestrais para o feedback. Mas alguns casos exigem retornos extras. O ideal é que o gestor não espere muito tempo. É importante que o funcionário tenha uma resposta sobre um comportamento ou de­ sempenho no momento em que a situação acontece. Converse reservadamente – A ideia é não constranger o colaborador. O feedback deve ser individual e acontecer em um local reservado. Saiba reconhecer qualidades – Fale sobre as qualidades e pontos positivos do trabalho do colaborador. Esta é uma forma de abrir um canal de co­ municação e deixá-lo à vontade e preparado para a interação. Não pense que elogiar pode inflamar o ego do seu colaborador ou fazer com que ele se acomode. Encare o elogio como uma motivação. Pontue os pontos a melhorar – Saber fazer críticas construtivas é fundamental. Fale sobre comportamentos que gostaria que fossem aprimorados, dei­ xando claro que as críticas não são pessoais. Se possível, dê exemplos para que a pessoa entenda sobre o que você se refere. Seja claro – Não faça rodeios. Se o colaborador pisou na bola e deixou de cumprir algo, pergunte por que isso aconteceu. Peça mudança de comportamento – O gestor precisa mostrar ao colaborador que é necessária uma mudança de comportamento. Exponha a situação e oriente o funcionário para que ele possa se desenvolver. Respeito acima de tudo – Para que o feedback cumpra sua função de desenvolvimento, é preciso confiança e respeito. É fundamental que o gestor seja cordial e respeitoso. Busque compreender as posições do colaborador e a ajudá-lo no caminho do desenvolvimento. 24| enfoque franca | maio 2017

Conhecida como o mal dos tempos modernos, a ansiedade vem tomando conta da nossa sociedade de maneira impiedosa e rápida. Segundo a Organização Mundial da Saúde, 33% da população mundial sofrem deste mal e o Brasil aparece no topo da lista de países mais afetados. Segundo o INSS, os distúrbios mentais já são a terceira maior causa de afastamento. O custo disso chega a quase R$ 200 milhões para os cofres públicos. A ansiedade traz alguns sinto­ mas que podem atrapalhar a vida social e até no ambiente de trabalho. Os sintomas mais comuns são dores e apertos no peito, podendo sentir palpitações, dores na região abdominal, tremores, roer unha, falar de forma rápida, preocupação, medo constante e uma grande sensação de que algo ruim vai acontecer. Quando apresentamos estes sintomas e sensações, o organismo mantém um sistema de defesa do corpo ativo, entran­ do no famoso estado de alerta. Diante destas situações, o sistema adrenal é ativado man­ tendo-nos mais “ligados e espertos”, afinal estamos sempre com a sensação de que algo ruim vai acontecer. Com a adrenalina a mil, quem consegue desligar, descansar, ir ao banheiro com tranquilidade, dormir bem, se alimentar bem, ter hábitos saudáveis? Impossível dentro desta realidade. A boa notícia é que existe uma técnica chamada Microfisioterapia, que foi desen­ volvida por franceses como base na embrio­ logia, a filogênese e a anatomia humana. O método permite avaliar o ritmo vital dos nossos órgãos e tecidos através de micro toques, procurando perdas de vitalidade e a causa desses desequilíbrios. Além disto, estimula o corpo para que se autorregule e assim possa reencontrar a saúde. A Mi­ crofisioterapia consegue identificar a causa primária (origem e fonte) em 80% dos casos tratados. Com esta técnica, o terapeuta atua na fonte ou causa e assim o paciente percebe que a ansiedade vai diminuindo gradativamente e de maneira significante. E a grande vantagem é que o tratamento não usa nenhuma droga ou medicamentos.

Lizandra Arita Psicóloga

|comportamento As mulheres e a crise dos 30 Honoré de Balzac admirava as mulheres de 30 anos. Mas isso não é o suficiente para evitar que as mulheres, quando chegam a esta idade deixem de ter crises forradas de muitos questionamentos. E as hesitações são diversas: será que está plenamente realizada? Conseguiu conciliar os estudos, a independência financeira, a carreira, um relacionamento sólido ou conquistar a casa dos seus sonhos? Na prática nada é como idealizamos. É comum nessa idade as mulhe­ res morarem com os pais, manter as finanças apertadas e nem pensar em ter filhos. Além disso, sempre tem aquele parente que chega com perguntas indiscretas: “Quando você vai casar ou você já fez 30 anos, não vai ter filhos? ” Somos seres individuais, cada uma com as próprias necessidades, maturidade e até preparo psicológico para encarar algumas situações. Nem sempre o que idealizamos, é o ideal para a nossas vidas. E o velho hábito de comparar a vida com a da amiga? Existem muitos prejuízos para o próprio desenvolvi­ mento pessoal ao seguir este comportamen­ to. Isto porque, enquanto olharmos para a vida de quem quer que seja, deixamos de ava­ liar as próprias necessidades e desenvolver o autoconhecimento. Não existe plano de vida ideal, mas sim escolhas certas para o próprio caminho. Uma mulher bem-sucedida é a que não está preocupada com as pressões sociais, mas com o que precisa fazer para alcançar o que deseja, independentemente da idade. A mulher precisa se desapegar de qualquer tipo de pressão e dar atenção à própria vida e ao modo que enxerga todas as situações. E se está mesmo preparada para encarar a rotina dos cuidados maternos, do lar e unir tudo isso à carreira. O conceito de “saber o que quer” é transformador e empodera mulheres de todas as idades. No lugar de pensar no que poderia ter conseguido, que tal planejar o que vem pela frente? A partir do momento em que a mulher sabe o que quer, imagina-se naquela posição e vai atrás dos seus anseios, é pos­ sível conquistar.


|indicador de saúde

Dr. Ubiali Marco Aurélio Ubiali Neurocirurgia | Neurologia

CRM SP 32.385

16 3720-2018

drubiali@yahoo.com.br

Rua Demar Tozzi, 340 - São Joaquim - Franca/SP

enfoque franca | maio 2017|25


|boas ideias

para presentes Tudo para o bebê O bebê está para chegar e nada melhor que preparar o cantinho para recebê-lo com carinho. Na Nenê Travesso você encontra opções em kits e móveis para o quartinho do bebê, tudo de forma personalizada!

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26| enfoque franca | maio 2017

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enfoque franca | maio 2017|27


|Literatura

O

bra de gratidão. É assim que o professor e escritor Luiz Cruz de Oliveira define seu novo livro, “Minha Aldeia”. Ambientando quase toda sua narrativa em Franca – cidade que acolheu seus pais e irmãs, e a si mesmo, possibilitando-lhe os estudos até a conclusão do ensino médio, foi em Franca que Luiz Cruz aprendeu os caminhos da caridade e das lutas sociais e onde fez amigos que se tornaram corrimãos sólidos para ele. A consciência de tais fatos impulsionava seu coração. “Então decidi contribuir para a fixação de aspectos que julgava importantes. Por isso, criei um personagem – Chico Franco – um velho de 86 anos que fazia caminhadas diárias pelas ruas de Franca”, comenta. E foi através dos olhos deste personagem e com a liberdade da ficção, que Cruz passeou um pouco pela história da cidade, num misto de reminiscência e pesquisa histórica. Publicado o livro “Chico Franco”, o escritor retornou à tentativa de fazer prosa essencialmente lírica e o mais poética possível, através de crônicas e contos – o que, para seu talento, não foi difícil. “Talvez por estar impregnado de memórias da terra, ocorreu-me fixar lembranças em livro, utilizando o que foi sempre o meu intento: revelar flashes da cidade gravada em mim, com a máquina do lirismo. Assim, nasceu este ‘Minha Aldeia”, revela.

Referência literária em Franca, Luiz Cruz de Oliveira acaba de lançar seu novo livro, “Minha Aldeia”

Projeto imediato

Franca e os francanos

“Minha Aldeia” reúne 30 textos sobre Franca e traz em sua capa uma imagem da Praça Barão, através de uma pintura de Arnaldo Barbieri. A obra, que faz parte de uma trilogia sobre Franca – antes de “Minha Aldeia”, Luiz Cruz de Oliveira publicou os livros “Esboço de História da Literatura Francana” e “Chico Franco” -, mesclando pesquisas históricas com ficção e a visão do escritor sobre diversos fatos, tem como proposta despertar nos francanos um pouco de orgulho pela sua terra, cuja riqueza maior está em seus habitantes. “Além dos homenageados em meus livros, a história está repleta de nomes que jamais se apagarão da memória dos pósteros: médicos, jornalistas, homens de lei, sapateiros, pedreiros, anônimos que permanecem operando a construção desta cidade”, pondera Cruz. Desde que começou a escrever com regularidade, ele publicou um livro a cada dois anos. De sua vasta produção constam as obras de ficção “Vida Só”; “Pocilga”; “Sussuarões”; “Sãozé futebol clube”; “Deuses mutilados”; “Caminhos da esperança”; “Via crucis”; “Histórias em 3X4”;

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“Estrelo”; “Bilhetes”; “Vivalei”; “Trilhas”; “Os anônimos”; “Por enquanto canto”; “Córrego das pedras”; “Cantos e desencantos”; “Chico Franco”; “Notas de silêncio”; “Teatro”; “O negro do protesto” e “Minha Aldeia”. Além destes, Cruz lançou três livros sobre história e teoria literária: “Outra janela em Graciliano Ramos”; “Esboço de história da literatura francana” e “ABC do conto” (em parceria em Regina Helena Bastianini e Roberto Teles Zanin). Na área didática, ele se faz presente através de “ABC da redação e da intelecção de textos” e outros.

Luiz Cruz de Oliveira revela flashes de Franca através do livro “Minha Aldeia”

Desfrutando da boa receptividade de “Minha Aldeia”, Cruz já tem um projeto engatilhado: a publicação de um livro didático análise do livro “Sagarana”, de João Guimarães Rosa, com Edna Mendes Bastianini e Regina Helena Bastianini. “Trata-se de trabalho que iniciei em 1974. As professoras embarcaram no meu entusiasmo e estamos trabalhando com assiduidade. O livro será publicado ainda este ano”, diz. Cruz é uma das maiores referências literárias de Franca e hoje, apesar de sua visão “encolhida”, escreve quando a necessidade interior se impõe, mas não abre mão de lecionar, que é como respirar. “Sou feliz por ter construído uma obra literária que foi pouco além da mediocridade. O meu orgulho, no entanto, decorre mesmo é de minha atuação em sala de aula. Leciono desde 1962 e, mesmo quando exercia outra profissão ou no pior de minha limitação física, fazia semanalmente palestras a respeito de aspectos da literatura. Nunca saí, pois, da sala de aula nos últimos 54 anos. Se Deus o permitir, morrerei na sala de aula”, diz. e

A nova obra do professor e escritor faz parte de uma trilogia que mescla pesquisa histórica, ficção e prosa


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|Música

C

om a música, tudo é possível. É nisso que acredita Diego Gonçalves Fernandes, ou melhor, Dih Fernandes, que desde os cinco anos se deixou levar pelos encantos dos acordes, sons e melodias, fazendo da música mais do que inspiração, mas sua própria profissão. “Há cinco anos trabalho profissionalmente com a música e além do meu amor maior que é o piano, toco também teclado, violão, guitarra e gaita”, conta. E a inspiração veio de seu avô, que cantava em uma cantina italiana em Praia Grande (SP). Com uns três ou quatro anos, ele e seus pais, que moravam em São Paulo, desciam direto para Praia Grande, onde assistiam as apresentações do avô. “Na dupla dele, havia ele na voz e seu amigo nos teclados. Então, eu me acomodava sob o teclado enquanto o show ia acontecendo”, lembra o músico. E foi a mágica proporcionada por essas teclas que fez com que Dih se encantasse pelo piano, instrumento que começou a tocar aos cinco anos de idade. Nessa época a família já morava em Franca e Diego foi estudar piano clássico e violão na Escola Lúcia Garcetti, onde ficou até os 12 anos. “Após dois anos longe de uma escola de música, o gosto pelo instrumento aumentou e com 14 anos retomei os estudos de piano clássico e moderno, seguindo até o ano de 2015”, afirma.

Dih Fernandes começou a estudar música aos cinco anos de idade e hoje é um dos pianistas mais jovem em atividade em Franca

Músicas, vídeos e afins

Residindo em Franca há mais de 11 anos, Dih Fernandes se reveza entre seus shows solos e autorais e a administração da produtora DF Produções, através da qual grava youtubers, lojas, empreendimentos, entre outras coisas. Criada em fevereiro deste ano, ela tem como proposta a gravação de vídeos de entretenimento e musicais. “Gravamos minhas músicas colocando vários instrumentos, além de vídeos de entretenimento sobre diversos assuntos”, destaca Dih, que completa: “Agradeço à música porque foi graças a ela que tive a oportunidade de abrir a DF Produções”. Além disso, o músico se dedica às suas composições, com mais de 60 canções próprias. Destas, 17 já foram gravadas e estão abertas para quedas. “Nas minhas letras falo sobre a vida, abordando temas de anjos, estrelas, relacionamentos, entre outros”, diz Dih, que acaba de lançar a música “A Lua”. Apesar da facilidade em compor, ele ainda não gravou nenhum CD, mas já pensa nisso. “Prefiro continuar investindo no ramo da internet, onde os campos de divulgação são maiores, o que me

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possibilita alcançar números de visualizações inacreditáveis”, diz. Mesmo se apresentando sozinho, em todos os seus clipes e vídeos na internet, Dih Fernandes contou com a ajuda de bandas e cantores. Inclusive, o cantor Nixon Alessandro e o produtor Fernando Morais são pessoas a quem ele deve muito. “O Nixon me abriu as portas me ajudando a encarar os palcos, me convidando para shows e eventos, como no Teatro Municipal. Já o Fernando Morais foi meu primeiro produtor musical, além de ter gravado todos os meus vídeos até 2015”, diz.

Os projetos

Um jovem que faz da música mais que uma profissão, mas sua verdadeira inspiração

Dih Fernandes começou na música tocando pop-rock, até que passou pelo rock, funk sertanejo e hoje mescla diferentes gêneros musicais. “Sempre tentei seguir um estilo diferente, fazer algo com a minha cara, envolvendo sentimentos, sonhos, acontecimentos, principalmente em relação às composições”, explica. E é com essa proposta que ele continua divulgando seu trabalho de uma forma singular. “A mensagem que tento passar é que a música nos leva a tudo. Quando cantamos algo mais intenso, o público segura as lágrimas, envia comentários mais inesperados como ‘nossa, lembrei de uma pessoa querida’; ou senão, uma música mais agitada, que faz com que a gente receba vídeos de pessoas dançando-a ou mesmo cantando junto. Isso é incrível”, diz. E é justamente por isso, que entre seus projetos para médio prazo está o trabalho de passar suas músicas autorais ainda inéditas para pessoas que queiram mostrar ao mundo. “São canções com estilos diferentes, com instrumentação variada, enfim, para todos os gostos”, adianta. e

Dih Fernandes se dedica às composições e à gestão de sua DF Produções, responsável por vídeos de música, entretenimento e outros


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|Artes

Fotos: Suzana Taveira

Q

uando criança, enquanto folheava os álbuns de família e se encantava com as imagens, ela ficava pensando como aquilo era extraordinário, mas sem imaginar que a fotografia se tornaria inerente à sua vida. O resultado: só em um HD estão salvas mais de 80 mil imagens capturadas por Susana Taveira. “A fotografia está relacionada a uma forma de me expressar, à arte. A maneira como eu enxergo a realidade que estou contemplando. Meu apelo às vezes está na ação-reação que a própria imagem faz: ‘pessoal, eu estou vendo isto! Vejam comigo!”, observa. E “esse olhar” foi compartilhado através da exposição “O desenho da luz se casará com a palavra escrita”, em março, na OAB Franca. Na mostra, Susana convidou algumas pessoas para escreverem sobre algumas imagens: uma poesia, um verso, uma prosa, um pensamento diante a emoção que a imagem lhes causou e o resultado foi gratificante. Designer de produto, artista, artesã, Susana tem na fotografia a necessidade de validar o sentido da vida, a maneira de enxergar as coisas, os momentos, as pessoas, os lugares. “É na maneira de olhar que ‘nasce’ uma fotografia. Ela se faz existir na mente do fotógrafo; aquela imagem interage com a sensibilidade de cada um, conversa comigo, para depois se apertar um botão. E é incrível, isto acontece em segundos!”.

Susana Taveira se diferencia por seu olhar afiado para detalhes e sua imaginação livre que resultam em imagens magníficas

Por trás das fotos

O estilo de um fotógrafo pode definir ou separar seu trabalho de muitos outros no meio. Susana Taveira atravessa muitas linhas no corpo de seu trabalho fotográfico. E não é por menos. Além do talento nato, Susana procurou se especializar. Em 2012, fez um curso de fotografia profissional. Os conhecimentos lhe proporcionaram maior embasamento para desenvolver um trabalho que mescla diferentes tipos de estilos fotográficos no artístico e no comercial. “Optei por este caminho para conseguir uma interação maior no ato de fotografar. Os eventos não me chamam muita atenção”, revela a fotógrafa, que em todos os lugares enxerga possibilidades de um registro fotográfico: no trabalho, na família, em um café, nos passeios na natureza. “Sempre vejo e registro – no ato de fotografar – aquilo que quero mostrar. Quero capturar o ‘belo’, a ‘beleza’, a simplicidade, as formas, as linhas, o desenho. A mensagem talvez seja ‘um convite’ a se reparar em detalhes que hoje na correria do dia a dia, no barulho que é a vida,

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deixamos escapar. Os detalhes que fazem a diferença, que passam despercebidos”, observa. Este estilo evocativo da fotografia é o que lhe destaca, ao separar o trabalho de Susana de outros. Seu olhar afiado para detalhes e sua imaginação livre adicionam às suas imagens um efeito global de suas magníficas fotografias. “Hoje, na abundância das imagens que nossos olhos veem, acabamos por não enxergar nada, já dizia Wim Wenders. É preciso menos barulho interno para poder enxergar, sentir o que as circunstâncias podem nos querer dizer”, completa Susana, que apenas deixou desenvolver em si a sensibilidade já por demais latente.

O que a fotografia faz

A realidade contemplada no olhar de Susana Taveira em registros únicos

A fotografia capta um momento, uma realidade presente/passado, no momento que ocorre, jamais repetido. A foto é a testemunha ocular do fato, é a existência contida na imagem. O registro fotográfico proporciona comunicação, é fator de reflexão e de questionamento, revela mil possibilidades de interpretações, ainda que num momento guardado para sempre. Ele motiva mudanças de comportamento e de pensamento, é força motriz de relacionamentos e cria empatia entre o fotógrafo e o ser fotografado. Por tudo isso, o fascínio exercido pela fotografia vem de longe. “A fotografia é uma forma de escrever, de desenhar, de se expressar que todo mundo entende. Mas, esta forma de agir está ligada à alma, às formas de como quero me expressar”, define Susana. É com suas imagens e conteúdos emocionais, estéticos, que ultrapassam a composição, porque mexem com os sentimentos das pessoas, que a fotógrafa se destaca. É através desse reconhecimento que ela se inspira e continua a brindar os francanos com seus registros inconfundíveis. e

Para Susana, a fotografia está ligada à alma, às formas de como quer se expressar, do que pretende dizer


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|Como Funciona

Detectando os

S

movimentos

ensores de presença e movimento são grandes aliados na hora de economizar energia e de garantir mais segurança para a sua casa ou estabelecimento comercial. Existem dois tipos de sensores de detecção de movimento, categorizados em como detectam o movimento. O primeiro tipo é chamado de sensor ativo. Sensores ativos emitem energia, normalmente ondas ultrassônicas, na área. São chamados algumas vezes de detectores de movimento baseados em radar. Sensores passivos não emitem energia. Ao invés disso, leem mudanças na energia, usando uma linha de base pré-determinada na área ao seu redor. Sensores de movimento ativos funcionam injetando rajadas de ondas de ultrassom, depois disso espera pela energia refletida de volta. Um bom exemplo de sensor de movimento ativo é o de abertura da porta da garagem automática. Se não há ninguém na área próxima, as ondas irão retornar com o mesmo padrão no qual foi liberado. No entanto, se alguém estiver próximo, a energia irá voltar com um padrão diferente. Detectores de movimento ativos são criados com sensores que mandam um sinal de alarme ao padrão retornar diferente. No exemplo da porta da garagem, o padrão diferente (alterado pela aproximação de um carro) ativa o sensor, que abre a porta da garagem. Já os detectores de movimento passivos são mais comumente usados para proteger empresas e residências do que sensores de movimento ativos. Eles também são conhecidos como sensores infravermelhos passivos (ou sensores PIR), porque detectam e medem a energia infravermelha de entrada. São chamados também de detectores piroelétricos. Qualquer corpo, incluindo animais e seres humanos, emitem energia infravermelha, pois libera calor. A quantidade emitida depende da temperatura do corpo, mas, em seres humanos, é geralmente entre nove e 10 micrômetros.

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A maioria dos sensores de infravermelho passivos pode detectar emissões na faixa de oito a 12 micrômetros. Fazem isso com o uso de um fotodetector. O fotodetector de luz converte luz desses comprimentos de onda em uma corrente elétrica, que é executado através de um pequeno computador instalado na unidade. O alarme é ativado quando o fotodetector detecta grandes variações na distribuição rápida da energia infravermelha emitida. Movimentos normais dos seres humanos irão naturalmente criar tais variações. Variações menores são ignoradas pelo computador, para permitir a ocorrência natural de eventos na área supervisionada, como a subida lenta de calor quando o sol nasce.

Em suma

Muitas vezes, os sistemas de PIR são combinados com um detector de movimento de base fotossensor. Observam-se frequentemente estes em shoppings, na entrada de lojas. Quando alguém anda entre eles, o detector de movimento emite um sinal. Fotossensores consistem em um feixe de laser e um sensor de luz. Quando a luz é interrompida pelo movimento de uma pessoa ao atravessá-la, o sensor percebe a breve queda no nível de luz, e alerta a caixa de controle, que faz soar um alarme ou emite um som de sino que muitas vezes se ouve nas lojas. Resumindo: estes dispositivos captam a presença de pessoas através do uso de raios de luz infravermelha, sendo ativados apenas quando alguém, ou algo, entrar em seu raio de abrangência. Então, daí para frente os raios infravermelhos captam a variação de temperatura do ambiente, sendo calibrados pela temperatura do corpo humano. O sensor, através da luz refletida pelo objeto, mede a sua distância e ativa o dispositivo. e


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|Saúde

Quando o silêncio

é indesejado PROBLEMAS AUDITIVOS SÃO CADA VEZ MAIS COMUNS, MAS MUITOS DELES PODEM SER EVITADOS

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uvir e compreender. Em algumas línguas, a origem das duas palavras se confunde. Em francês, o verbo da audição é entendre, a mesma raiz de “entender” em português. Os italianos vão ainda mais longe. Eles usam a mesma palavra, sentire, para ouvir e sentir. Essa reverência mostra a importância da audição. Escutar é a chave da linguagem. Você aprendeu a falar de tanto ouvir os seus pais. E só conseguiu imitar as palavras deles ouvindo a sua própria voz. Para isso, contou com o melhor de todos os aparelhos de som: o ouvido, um equipamento que, além de coordenar a fala e a audição, dá equilíbrio ao corpo, evitando que você desabe a cada passo. Tudo isso em apenas quatro centímetros. O segredo dessa maravilha é a capacidade de converter sons em impulsos elétricos, que serão decodificados pelo cérebro. Mas é preciso estar atento a ele. Segundo a fonoaudióloga Nayara Ferreira Mariano Rodrigues, muitas pessoas desenvolvem problemas auditivos por causa de acidentes ou doenças. Em outros casos a surdez é congênita. “Entre os problemas auditivos mais comuns estão a rolha de cera, que é o excesso de cera na orelha, que obstrui o canal auditivo impedindo que o som chegue até o tímpano. As infecções também causam alterações na audição, principalmente quando não são cuidadas”, observa Nayara. Outras causas são a otosclerose - doença óssea, o zumbido, perfuração no tímpano, Doença de Mènière, PAIR - Perda auditiva induzido pelo ruído, trauma acústico, medicamentos, entre outros. Entre os principais sintomas de perda auditiva estão: deixar a TV ou o rádio em volume mais

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No foco Nayara Ferreira Mariano Rodrigues Fonoaudióloga - CRFª 2 – 17989 Telefone (16) 99156-6071

alto do que os outros; dificuldade em identificar de onde vem os sons; sempre pedir aos outros para repetirem o que falaram; amigos ou familiares que dizem que você não ouve bem; dificuldade em entender conversas com ruídos ao fundo; e dificuldades em acompanhar conversas em grupo. No caso específico da rolha de cera, o paciente se queixa de sensação de ouvido tampado e/ou que não está ouvindo bem. “Nesse caso, basta uma lavagem otológica, que deve ser realizada pelo otorrinolaringologista”, esclarece a fonoaudióloga. Segundo ela, a falta de tratamento adequado dos problemas auditivos pode acarretar na perda auditiva. E a perda auditiva acarreta a problemas, tanto sociais como psicológicos, e até mesmo físicos em alguns casos. “Para cada caso existe um tratamento diferente, por isso é importante consultar com o especialista e fazer exames”, alerta.

Antevendo o problema

Existem testes que detectam problemas auditivos já no nascimento, como teste da orelhinha ou Triagem Auditiva Neonatal, obri-

gatório nos hospitais e maternidades, e que possibilita o diagnóstico e tratamento precoce. Além deste, o mais recomendado é a Audiometria Tonal, que identifica a menor intensidade sonora percebida, sendo possível determinar o tipo e grau da perda auditiva, ou se os limiares auditivos estão normais. “Faz parte da bateria de exames a Audiometria Vocal, que avalia a capacidade da compreensão da fala humana, e a Imitanciometria, que avalia as condições da orelha média”, diz a fonoaudióloga. É possível prevenir a perda auditiva com atitudes simples, como nunca colocar objetos, principalmente cotonetes, dentro do canal auditivo. “O cotonete empurra a cera para dentro, causando a rolha de cera ou até mesmo perfurando o tímpano”, explica Nayara. Outro cuidado é sobre a vacinação contra sarampo e caxumba, pois os efeitos colaterais das mesmas causam a perda auditiva; evitar o uso de fones de ouvido, pois a utilização do fone com o volume alto por mais de 90 minutos/ dia aumenta o risco de desenvolver zumbido e/ou a perda auditiva. e

Nayara explica que muitas pessoas desenvolvem problemas auditivos por causa de acidentes ou doenças


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|Saúde

O vilão de seu útero

MIOMA APARECE NO ÚTERO DE ATÉ 70% DAS MULHERES EM IDADE FÉRTIL E A MAIORIA SEM SINTOMAS

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stima-se que oito em cada 10 mulheres em idade reprodutiva descubram miomas no útero. Os miomas aparecem no útero de até 70% das mulheres em idade fértil, que vai da primeira menstruação à menopausa. A maioria não apresenta sintomas – e, nesse caso, realizar exames anualmente costuma ser suficiente para detectá-los e evitar complicações. Cerca de um terço delas, no entanto, sente incômodos como aumento do f luxo menstrual, sangramentos fora do período que chegam a causar anemia, cólica, sensação de peso no ventre, desconforto durante a relação sexual e crescimento do volume abdominal. Aí, sim, é necessário (e possível!) tratá-los. Foi o que aconteceu com a cabeleireira Janice Aparecida Campos Corandim, 49 anos, que começou a ter um sangramento mais demorado e a menstruar duas vezes por mês, além de ter cólicas. Quando descobriu o mioma, ele tinha o tamanho de um limão e mesmo tomando uma medicação, continuou evoluindo. Por isso, em menos de um ano, foi operada, precisando tirar o útero. Ela se diz uma pessoa

que encara os problemas com lucidez e serenidade, então fez o que precisava para se manter saudável e sem dores. “A única coisa que senti foi o fato de não poder ter mais filhos”, admite a cabeleireira, cuja recuperação pós-operatória foi ótima. “Minha vida ficou até melhor”, acredita. Segundo a médica Moralina Foroni Casas, os nódulos são tumores benignos que se formam a partir do músculo que reveste a parede uterina, chamado miometrio, e na maioria dos casos são assintomáticos. Não se sabe com

Segundo Moralina, é possível conviver com o mioma desde que ele não cause sintomas nem prejuízo para a qualidade de vida

Quando descobriu o mioma, o tumor de Aparecida pesava 140 gramas – o mesmo tamanho de seu útero

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certeza o que está relacionado ao surgimento de miomas, mas suspeita-se da influência de fatores genéticos. Mulheres negras, com histórico familiar e sem filhos, depois dos 30 anos, estão mais propensas a desenvolver nódulos no útero. É comum é que apareçam entre a primeira menstruação e a menopausa. Os miomas nascem e crescem dependendo dos hormônios femininos, que são produzidos durante o período fértil. “Quando o ovário para de produzir estrogênio e progesterona, o risco reduz-se a zero”, diz a médica, especialista em diagnóstico, acompanhamento e tratamento de mulheres com miomas uterinos.

Os sintomas

A maioria das mulheres não sente incômodo, e muitas desconhecem o nódulo até passar por exames de rotina ou engravidar. “É possível conviver normalmente com o mioma desde que ele não cause sintomas nem prejuízo para a qualidade de vida. Isso vai interferir na vida familiar e no trabalho”, pontua Moralina. Que o diga a dona de casa Aparecida de Fátima Otávio, 45 anos. Sem sentir nada de diferen-


te, ela, que já tinha dois filhos, descobriu que tinha um mioma de 140 gramas – o mesmo tamanho de seu útero – após exames de rotina. Por conta do tamanho do tumor, foi recomendada a retirada do útero e ovários. “Em alguns momentos fiquei receosa de me sentir ‘vazia’, mas a Dra. Moralina conversou comigo, explicou tudo e então preferi resolver o problema para que no futuro ele não se agravasse”, conta Aparecida, que teve uma recuperação tranquila e sem dores. O sintoma mais frequente é o sangramento vaginal excessivo, principalmente durante a menstruação e, em geral, com saída de coágulos, o que pode provocar anemia. Quando os miomas crescem muito, podem comprimir a bexiga e o intestino, levando à incontinência urinária e à constipação intestinal. Cólicas menstruais, dor durante o ato sexual e dores pélvica ou lombar também podem ser causados por miomas.

Após descobrir o mioma, Janice começou a tomar uma medicação, mas o tumor não regrediu, sendo necessária a cirurgia

A evolução

O desenvolvimento do mioma varia de pessoa para pessoa. O tumor cresce lentamente nas camadas do útero, podendo atingir tamanhos variados, desde pequeno como um grão de feijão até grande como uma bola de basquete, se estendendo a outros órgãos. Nos casos mais raros, a mulher aparenta uma “falsa gravi-

Nilbe percebeu que havia algo de errado após sua barriga inchar muito e sofrer uma hemorragia; com o diagnóstico, passou pela cirurgia

dez”, pela dilatação do abdômen. Foi o que aconteceu com a cerimonialista Nilbe Vilela, 52 anos. Após sua barriga inchar, ela acabou sofrendo uma hemorragia. Como é muito controlada, viu que havia algo de errado e procurou o médico, que pediu alguns exames. Com o diagnóstico, em razão do tumor ser bem grande, foi proposta a cirurgia. “Chorei quando soube que teria que tirar o útero e os ovários, mas entendi que seria a melhor alternativa”, diz Nilbe, que tem dois filhos já adultos e percebeu que, após a retirada do mioma, seu mau humor, agitação, mal-estar e dores sumiram. “Desde então não senti mais nada. Hoje estou mais feliz e bem melhor”. Uma das dúvidas que envolve

o assunto é se uma mulher que tem ou teve mioma pode engravidar. São muitas as variáveis, mas, sim, é possível. Aliás, ele não deve ser extraído para que a gravidez ocorra de forma saudável. “O ideal é fazer um estudo para saber se pode prejudicar a gestação. Se for o caso, deve-se tratá-lo antes”, recomenda Moralina. “Mas é importante ressaltar que esses tumores não causam deformidade no bebê nem doenças congênitas”, esclarece. Acontece que, na gravidez, é preciso vigiá-los de perto para evitar riscos como aborto espontâneo e parto prematuro. Como o aumento da produção de hormônios, eles podem crescer nesse período, depois tendem a voltar. O diagnóstico é simples: ultrassonografia e ressonância magnética flagram os tumores, e o resultado pode ser confirmado com uma biopsia. A quantidade, o tamanho e sua localização no útero, além do perfil da mulher, ajudam a determinar quais medidas tomar. “É um tema difícil de estudar, porque cada caso é muito específico”, diz Moralina. A melhor forma de afastar o problema é se manter no peso e praticar atividade física regularmente. Não há como garantir que os miomas não vão aparecer. Mas, assim, você pelo menos faz a sua parte para deixar o útero – e o seu caminho – livre desses intrusos. e enfoque franca | maio 2017|41


|Nutrição

Vilão ou incompreendido? VISTO COMO AMEAÇA À SAÚDE, GLÚTEN SÓ PODE SER CONSIDERADO PREJUDICIAL EM ALGUNS CASOS

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epois do ovo, da carne vermelha e da frutose, chegou a vez do glúten – proteína presente em trigo, centeio e cevada – assumir o posto de vilão da saúde. Enquanto celebridades atribuem seus corpos magros à dieta sem glúten, alguns especialistas iniciaram um movimento para provar que a proteína faz mal e está ligada ao aumento de casos de doenças graves, como as cardíacas e o Alzheimer. Boa parte do que se alardeia sobre a proteína, por enquanto, é especulação – o glúten não engorda e a ciência ainda não comprovou que ele provoque Alzheimer. Por que, então, alimentos tão comuns como macarrão, pão e molhos passaram a ser considerados uma ameaça à saúde? “O glúten só pode ser considerado prejudicial nos casos de doença celíaca ou de intolerância ao glúten-não celíaca, uma vez que provoca deficiências nutricionais graves”, observa a nutricionista Patrícia Capreti Scavone. Segundo a Organi zação Mundial de Gastroenterologia, uma em cada 200 pessoas sofre de doença celíaca. Neste caso, quando se consome glúten, o sistema imunológico reconhece a proteína como um inimigo e reage contra ela. Esse ataque atinge o intestino delgado e prejudica a absorção de nutrientes, levando a uma deficiência nutricional grave. Há pessoas com sensibilidade ao glúten-não celíaca, que se caracteriza por uma ação inflamatória do organismo. “Os portadores dessa sensibilidade não se enquadram no diagnóstico para doença celíaca, porém têm basicamente os mesmo sintomas quando consomem alimentos que contêm essa proteína”, explica a nutricionista sobre os sintomas que vão desde diarreia, cólicas

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fortes, vômito, distensão abdominal, gases, perda de peso, anemia e, no caso da sensibilidade não celíaca, feridas na pele. Segundo ela, existe uma mistificação entre a relação da retirada do glúten da dieta e o emagrecimento. O Conselho Regional de Nutricionista divulgou um parecer técnico sobre a exclusão do glúten da dieta, onde deixa claro que não há evidências científicas entre a restrição do glúten e o emagrecimento saudável. “O que acontece é que quando se retira o glúten da alimentação, consequentemente são retirados alimentos fontes de carboidratos, diminuindo assim as calorias ingeridas no dia, o que faz com que tenha perda de peso. Porém não pode ser considerado um emagrecimento saudável, pois na maioria dos casos o que se perde é massa muscular e não gordura”, esclarece.

Consequências glúten free Patrícia explica que a retirada do glúten da dieta de forma indiscriminada pode acarretar sérios problemas de saúde

A exclusão – quando feita sem orientação médica - do glúten da dieta pode acarretar outros problemas à saúde, como diminuição de bactérias benéficas ao intestino – alimentos com glúten contêm nutrientes com efeitos prebióticos que ajudam a modular a microbiota intestinal,

auxiliando no funcionamento intestinal saudável. Um estudo da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, concluiu que a retirada do glúten da dieta favorece o desenvolvimento de diabetes tipo 2. A pesquisa verificou que quem tirou a proteína da dieta, acabou consumindo menos fibras, e consequentemente predisposto a aumentar as chances do diabetes. Isto porque alimentos sem glúten têm menos fibra e outros micronutrientes, o que os torna menos nutritivos, além de custarem mais. Outro estudo da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, confirmou que quem segue o regime “glúten free” fica mais exposto a metais tóxicos, aumentando o risco de doenças, desde cardíacas a distúrbios no sistema nervoso. “Se o objetivo da retirada do glúten da dieta for exclusivamente para perda de peso, o recomendado é procurar um nutricionista que auxiliará outra forma mais saudável para isso”, destaca Patrícia. e

No foco Patrícia Capreti Scavone Nutricionista - CRN: 3 47364/P Telefone (16) 9.9273-4590


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|Decoração

Os pequenos estão com tudo IMÓVEIS COMPACTOS SEGUEM NUMA CRESCENTE E SÃO TENDÊNCIAS PARA RESIDÊNCIAS E EMPRESAS

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iversas construtoras estão investindo em apartamentos compactos, com até dois dormitórios, e valorizando acabamentos de alto padrão e áreas de lazer. Esse novo estilo de moradia atrai jovens que estão saindo da casa dos pais, recém-casados e pequenas famílias, tanto por questões financeiras quanto pela praticidade e também pela facilidade de se ter um projeto exclusivo de design de interiores. Com esse movimento, inúmeros profissionais do mercado de decoração estão se capacitando para atender a demanda crescente de pequenos e funcionais apartamentos. Pensar em cada detalhe da ambientação, nos materiais que deverão ser utilizados, no tamanho ideal dos móveis e na posição correta dos objetos são desafios para os designers de interiores – que tiram de letra quando detêm conhecimento prático e teórico. “O profissional qualificado cria espaços bem decorados, funcionais e adequados a cada função. A disposição dos ambientes

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também traz uma facilidade na organização espacial e econômica, já que o projeto direciona produtos, materiais e revestimentos que geram baixo custo”, orienta o arquiteto, designer de interiores e docente do curso Técnico em Design de Interiores do Senac Franca, Vicente Raymundini Neto. Para que seja possível ampliar a beleza do lar, é necessário ter móveis que ampliem e tragam a sensação de aconchego num clima prático e cheio de personalidade. Por isso, pensar na disposição dos móveis é fundamental para imprimir beleza e estilo por todos os cômodos. Antes de comprar o mobiliário, liste tudo o que será colocado em cada espaço, sem se esquecer de deixar área livre para circulação. Sempre faça essa definição com o respaldo de um projeto e de um profissional.

Simplicidade

Se a intenção é criar um espaço simples, o recomendado é pensar nos móveis essenciais, como armários, cama e mesa.

Uma sugestão inspiradora é apostar nos móveis multifuncionais, que transformam uma sala num quarto com uma simples alavanca

Uma dica para liberar mais espaço é utilizar móveis suspensos, como nichos, ganchos e suportes. Para fazer as divisórias, o acrílico, espelho e vidro oferecem um ar de amplitude e sofisticação. Outra sugestão inspiradora é apostar nos móveis multifuncionais e dobráveis, que transformam uma sala num quarto com uma simples alavanca ou uma mesa para dois lugares que, num instante, comporta dez pessoas. Esses móveis ajudam a reduzir a quantidade de itens necessários, aumentando ainda mais o espaço. Dessa forma, independente do estilo que deseja reproduzir, os móveis conseguem auxiliar numa decoração impecável e original. Há ainda outras dicas para apartamentos pequenos: 1) Harmonia é a palavra-chave. Em decoração, pode-se ter um cômodo com qualquer cor de parede, desde que haja conformidade entre todos os tons escolhidos para a casa; 2) Banheiros: ainda é muito utilizado o branco e o bege, mas diversas outras cores podem ser utilizadas e também indicarão higiene, principalmente as cores frias, como verdes e azuis em tons mais frios e claros; 3) O segredo para dar um toque de modernidade é incluir o colorido nos detalhes, como tapetes, quadros e objetos decorativos. Já se foi o tempo em que colorir um ambiente significava apenas pintar uma parede; 4) As cores dos cômodos devem ser escolhidas em consonância com móveis e pisos. O ideal é ter uma visão do conjunto e pensar como a cor estará inserida nessa composição; 5) Utilize armários com nichos, portas, prateleiras e gaveteiros profundos; balcões com portas de correr; estruturas com compartimentos “falsos”; e móveis de cozinha funcionais, como mesas embutidas e banquetas articuláveis. e


COM ORIGEM DINAMARQUESA, ESTILO HYGGE CRIA AMBIENTES QUENTES, ACOLHEDORES E INTIMISTAS

|Decoração

Da Dinamarca para o Brasil Q

uando se trata de tendência, a decoração também sofre as mais diversas influências. Um estilo que vem ganhando adeptos e cada vez tendo mais destaque é a decoração “Hygge”. O nome, um tanto estranho, tem origem na Dinamarca. E segundo a decoradora Patrícia Gonçalves, pode-se dizer que o Hygge - lê-se “hue-gah” - não é um estilo, e sim uma atitude. Seu objetivo é transmitir conforto, paz, aconchego e bem estar. “Como a casa deve refletir o nosso estilo de vida, o hygge foi introduzido na decoração para adicionar essa identidade”, explica. Esse conceito surgiu da necessidade de criar um ambiente quente e acolhedor nas frias casas nórdicas. Para isso, fez-se necessário valorizar ao máximo a luz natural - já que na Dinamarca o sol aparece somente por algumas horas, e adicionar elementos naturais que oferecem uma composição simples, mas ao mesmo tempo proporciona aconchego, como a madeira, velas, plantas e texturas macias. “Quem procura uma decoração aconchegante, deve apostar no estilo, que preza o conforto. E ela pode ser aplicada em qualquer ambiente da casa”, salienta Patrícia. A beleza desta tendência está nos pequenos detalhes, que faz da simplicidade da decoração algo pessoal e intimista. Quadros com gravuras minimalistas e porta retratos com fotos da família e de momentos marcantes adicionam ainda mais a marca do morador dentro deste estilo. E quanto mais pessoal for o espaço, mais apropriada fica a decoração. “Não é algo que se compra, e sim criado pelo morador da casa, que faz do ambiente um local muito mais particular”, reforça.

Conforto prevalece

Como a palavra-chave do

estilo hygge é o conforto, para criar ambientes seguindo esta tendência é preciso abusar de peças aconchegantes, macias e que “abracem” os usuários dos ambientes. “Use muitas almofadas, ‘jogue’ mantas no sofá, espalhe velas pela casa, dê preferência a móveis acolhedores e deixe a luz natural invadir o espaço, mas se isso não for possível, invista em ambientes com paredes claras para aumentar a sensação de amplitude e melhorar a iluminação interna”, diz. Uma opção para investir na iluminação natural é abusar das aberturas, ambientes com janelas amplas, cortinas fluidas e transparentes, móveis e objetos de decoração em cores claras que ajudem a refletir a luz e a tornar os ambientes mais iluminados. A paleta de cores ideal para este estilo é composta por tons neutros e claros. As cores indicadas são os tons pastéis. “Caso seja fundamental o uso de cores mais vibrantes, o ideal é eleger apenas

uma cor e empregá-la em detalhes pontuais, sem exageros”, ressalta Patrícia. A madeira, assim como outros elementos da natureza, é responsável por “aquecer” o ambiente, e este recurso deve ser adicionado na decoração em pontos estratégicos, como uma mesa bem bonita ou balcão. “Incluiria esse material em um projeto com painéis de TV ou uma cabeceira e no piso”, afirma a profissional. Outra dica para dar mais cor aos ambientes é adicionar algumas plantinhas. Mas as espécies vão depender da localização do ambiente a ser decorado, da quantidade de incidência de luz no espaço, entre outras coisas. “Para não ter erro, invista em cactus que se adaptam a qualquer ambiente, de preferência colocando-os em composições de vasos/ cachepôs pequenos e discretos. Outra espécie bastante usada no Hygge é a Costela de Adão, que vive bem em ambientes úmidos e com pouca incidência de luz”, finaliza. e

Para implementar o estilo Hygge é preciso abusar de almofadas, mantas no sofá, espalhar velas pela casa e usar a luz natural

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|Estética

Um eterno desafio à

autoestima

SEM CURA DEFINITIVA, MELASMA ACOMETE DE 15% A 35% DAS MULHERES, SEGUNDO PESQUISA

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egundo pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista – Unesp, estima-se que o melasma acometa de 15% a 35% das mulheres brasileiras. Definido como manchas de cor amarronzada que recobrem partes do rosto, como buço, testa e bochechas, o melasma está entre as queixas mais comuns nos consultórios dermatológicos. “O melasma é um excesso de pigmentação – melanina – produzido pela melanócito, que é uma célula funcional, portanto, acabam surgindo manchas no tecido”, explica a esteticista e biomédica especialista em tratamento de hipercromias, rejuvenescimento e preenchimentos faciais, Renata Caroline Ferreira Lopes do Amaral. Segundo ela, os principais fatores para o aparecimento do melasma são exposição exces-

siva ao sol, a fontes de radiação ultravioleta, influência genética, reposição hormonal, entre outros. Apesar disso, o melasma é uma das manchas mais complexas hoje para tratamento, uma vez que envolve diversos fatores, como desregulação hormonal, estresse, alimentação, falta de hidratação no organismo e outros. Ele começa a aparecer na face, mas também surge nos braços, pescoço e colo. “As manchas têm formatos irregulares e bem definidos, sendo geralmente simétricas – iguais nos dois lados”, esclarece Renata.

80% a 90% da coloração desta mancha e o mais importante é a manutenção deste resultado, evitando, assim, o temido efeito rebote – a volta da coloração”, salienta Renata Amaral. Cada sessão dura em torno de 40 minutos e ela indica no mínimo, quatro sessões para um resultado eficaz. “A duração do tratamento vai variar em relação ao tipo de melasma e em qual camada da pele - epiderme, derme e hipoderme – ele se encontra”, comenta ela, lembrando que o sucesso do tratamento sempre é uma parceria entre o paciente com o profissional. “Em média, após 30 dias é possível ver uma regressão da coloração das manchas já satisfatória”, garante. Mas embora os novos tratamentos disponíveis apresentem resultados empolgantes, ainda não se conhece a cura definitiva para o melasma e sua recidiva é frequente. Por isso é preciso ficar sempre atento e cuidar para evitar que ele ocorra. “A melhor forma de prevenção é a proteção solar e a não exposição a fontes de radiação ultravioleta; evitar a exposição ao sol das 10h às 16h; uso de proteção física – bonés, chapéus, viseiras; e uso de protetores no período noturno, uma vez que estamos constantemente expostos a luzes artificiais”, enfatiza a esteticista e biomédica. e

No combate

E para tentar combater o problema, existem hoje no mercado vários tipos de tratamentos – alguns tipos de lasers, luz intensa pulsada, peelings e cosméticos. “Hoje trabalho com uma junção de ácidos, através dos quais conseguimos uma regressão de até

No foco Segundo Renata, os principais fatores para o aparecimento do melasma são exposição excessiva ao sol, influência genética e reposição hormonal

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Renata Caroline Ferreira Lopes do Amaral Graduada em Estética e Biomedicina; pós-graduada em Procedimentos Injetáveis e especialista em tratamento de hipercromias (manchas), rejuvenescimento e preenchimentos faciais. CRBM SP 14721 Telefone (16)


|Estética

Desfazendo o que seria eterno NOVAS TÉCNICAS FAZEM PROCURA POR REMOÇÃO DE TATUAGENS CRESCER CADA VEZ MAIS EM FRANCA

melhor cicatrização”, completa. De acordo com o médico Danilo Boaventura, a forma mais eficiente para a retirada de tatuagens é pelo uso de laser

O

que até então era considerado para “a vida toda”, há alguns anos perdeu o status de “eterno”. E foi justamente prometendo ajudar quem se viu arrependido, com vontade de fazer um novo desenho ou por questões profissionais, que surgiu a remoção de tatuagem. Graças às novas técnicas, a procura pelo procedimento tem crescido de forma significativa no Brasil e Franca não fica atrás. “A procura é grande, pois muitas pessoas julgam que a tatuagem já não faz parte da realidade que elas vivem hoje, por isso acontece a remoção”, observa o médico Danilo Boaventura, da Clínica Althaia. Segundo ele, entre os motivos principais para a remoção estão arrependimento, fim de relacionamento, frustração com o resultado da tatuagem, aspiração a um novo trabalho, bullying e preconceito. A boa notícia é que qualquer tipo de tatuagem pode ser removido. “No entanto, antes de iniciar o processo de remoção é preciso uma avaliação minuciosa da pele”, pondera. Isto porque,

O tempo necessário

há algumas contraindicações, como fototipo alto – pele negra -, predisposição a queloides, gravidez, pouca tolerância à dor – no momento do procedimento – e urgência para retirada da tatuagem, uma vez que serão feitas várias sessões – podendo durar meses até o fim da remoção. Analisado tudo isso, basta escolher a técnica. De acordo com Danilo, a forma mais eficiente para a retirada de tatuagens é pelo uso de laser. “O laser ND:YAG é uma tecnologia avançada: ele age disparando um feixe de luz com comprimento de onda específico (940 nm e 1440 nm) que, ao atingir a pele é absorvido pelos pigmentos, tanto pretos quanto coloridos, fragmentando-os e facilitando assim a fagocitação que, por consequência, resulta na absorção da tinta”, explica o médico, lembrando que na Clínica Althaia existem três equipamentos diferentes a fim de obter o melhor resultado. “Destes, dois equipamentos específicos para remoção da tatuagem e o laser Co2 Fracionado, utilizado em alguns casos para

O processo é doloroso, pois o laser fragmenta os pigmentos na pele e possibilita o clareamento. “Os pacientes relatam que a remoção é mais dolorosa do que fazer uma tatuagem. Utilizamos anestésico tópico, medicação via oral, crioterapia, afim de proporcionar mais conforto para o paciente”, comenta Danilo. Porém, existem vários procedimentos, desde os mais agressivos, como um processo cirúrgico até processos menos agressivos, como o microagulhamento. Em relação ao tempo médio para a finalização do processo, o médico diz depender de vários fatores como fototipo da pele, região da tatuagem, cicatrização, pigmento usado na tatuagem, profundidade do pigmento na pele, tolerância a dor, cuidados pós procedimento. “Considerando assim, um paciente que tolera bem a aplicação do laser e faz os cuidados necessários a home care, temos a variação de oito a 15 sessões com intervalo de 25 a 35 dias entre cada sessão”. As sessões podem durar de 30 minutos a uma hora de duração, proporcional ao tamanho da tatuagem e tolerância do paciente à aplicação do laser. E a sessão de remoção de tatuagem custa a partir de R$ 240. e

No foco Danilo Boaventura Médico - CRM: 149639 Clínica Althaia Telefones (16) 3720-5686 WhatsApp (16) 9.8115-5841

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|Moda

Elas estão de volta com tudo CONSIDERADA POR ALGUNS DE MAU GOSTO, MEIA ARRASTÃO SE TORNA COOL E INVADE RUAS E PASSARELAS

S

e tem uma coisa que vai bombar nesse inverno é a meia calça arrastão. Marco no anos 1980, ela apareceu com frequência nos anos 1990 e agora tem sido vista nos looks de street style e das famosas no Instagram. A volta da meia arrastão começou nos palcos – cantoras como Beyoncé e Rihanna apostam no modelo da cor da pele entre duas meias transparentes para deixar a silhueta no lugar – depois começou a tomar conta das ruas. Mas o ponto de virada foram as passarelas de moda em Nova Iorque, Milão, Londres e Paris. “Muitas marcas consagradas apostaram no acessório, porque é uma das coisas que podem mudar o seu look em poucos minutos e acaba sendo opcional”, observa a blogueira e consultora de moda Lia Mara. Com um ar mais cool, a meia arrastão perdeu um pouco do rótulo sexy. A aposta das fashionistas é usar a meia-calça por baixo do jeans destroyed, aparecendo apenas alguns detalhes pelas partes rasgadas do jeans. Para aquelas mais ousadas, deixar a cintura da meia arrastão mais alta que a calça – e com o umbigo à mostra também fica incrível. “A tendência é bem versátil e pode ser usada com shorts, vestidos, saias, pode deixar o look mais delicado, sexy, pode deixar com uma vibe punk, usando o preto, couro, veludo e um coturno legal”, diz Lia Mara. Ela acrescenta ser possível montar um look de diferentes estilos que combinam com várias personalidades. “A meia na versão soquete também fica super estilosa. Outra ideia super cool entre as fashionistas é bordar brilhos, flores e miçangas na trama da meia-calça”, sugere.

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A meia

Impossível não associar a meia arrastão aos looks da diva Madonna, que ia além das meias e apostava também em tops, luvas e maiôs de rede; há, ainda, quem prefira associá-la à rebeldia adolescente do rock e punk, onde aparecia tanto nos looks femininos quanto nos masculinos. Controversa desde seu lançamento, a meia arrastão tornou-se popular entre as dançarinas de can-can de Paris, e, durante muito tempo foi considerada um item de extremo mau gosto, porque, diferente das outras meias da época, ela deixava à mostra a pele de quem a vestia. No entanto, foi esse detalhe que a popularizou no o cenário da dança. Como na época as meias eram confeccionadas em seda e rayon, elas não permitiam que a pele transpirasse e não possuíam elasticidade, dificultando os movimentos. Por esse motivo, os furos da meia arrastão rapidamente a transformaram em uma opção mais confortável e funcional para

A aposta das fashionistas é usar a meia arrastão por baixo do jeans destroyed, aparecendo apenas alguns detalhes pelas partes rasgadas

as dançarinas. Com a obsessão pelas pin ups tomando conta da cultura norte-americana nos anos 50, elas logo foram incorporadas no imaginário nacional, carregadas de sensualidade e elevadas ao status de símbolo sexual por figuras como Bettie Page e Marilyn Monroe. Algumas décadas depois, quando o movimento punk tornou-se popular nos anos 1970, ele trouxe consigo uma estética peculiar. Modificações corporais, moicanos, muito couro, jeans rasgados, pactches e roupas cheias de referência ao BDSM faziam parte dos looks dos jovens que subvertiam a ordem e pouco ligavam para as convenções sociais. Nessa época, as meias arrastão voltaram com toda a força e logo passaram a ser abraçadas também pelo mainstream, tendo o auge de popularidade na década de 1980, com um empurrãozinho da cantora Madonna. O sucesso foi tanto que a meia arrastão ganhou até música em sua homenagem: Fishnet, do cantor Morris Day. e


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|Estilo Na estação mais fria do ano, o glitter surge poderoso para dar um up nas botinhas, tênis e sapatilhas

Inverno traz ousadia nos pés

ENTRE AS TENDÊNCIAS, O GLITTER APARECE PARA DAR UM UP EM BOTINHAS, TÊNIS E SAPATILHAS

O

inverno ainda não chegou, mas a queda nas temperaturas já começou a bater à porta dos francanos e, muitos antenados, já querem saber como será a coleção de sapatos para a temporada mais fria do ano. E o que não falta é ousadia, segundo a produtora e assessora de moda, especializada em eventos ligados à moda, desfiles e palestras, Cláudia Madeira. Ela que marcou presença na 44ª edição da Feira Internacional de Calçados, Artefatos de Couro e Acessórios de Moda – Couromoda, que aconteceu em São Paulo, em janeiro, diz que as principais novidades do setor calçadista vão inspirar e encantar quem não tem medo de ousar. Entre as tendências, o glitter mostra que o brilho caiu de vez no gosto das brasileiras. “Prova é que, para a estação de frio, o glitter aparece para dar um up em botinhas, tênis e sapatilhas”, observa. Na onda do brilho, após reinar com tons como o dourado e o prateado em sandálias e oxfords nos dias de calor, a tendência dos metalizados surge de cara nova para o inverno. São tons mais baixos do que apareceram

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no verão, como a prata velha e o ouro velho. “Algumas marcas trabalham também com o azul e o vinho metalizado”, explica Cláudia. Para quem é adepto do estilo esportivo, ela destaca que, para a temporada segue a máxima: o conforto vem sempre antes. Não é à toa que os tênis viraram queridinhos por aqui com status fashion – em looks que passam bem longe de ter cara de academia. “O modelo branco segue, mas também há espaço para envernizados, holográficos e modelos com salto Anabela”, observa. E falando em branco – ele é um dos protagonistas na paleta da estação – ele surge também nas botas. Mas esqueça aqueles modelos tradicionais de cano alto com cara de Paquita. A Chelsea Boot, aquela bota com elásticos laterais é uma das apostas da vez. Ao lado dela, a bota over the knee na versão skinny é ideal para ser usada por dentro do jeans e surge em versões em veludo, lycra, moletom, camurça e até napa com stretch. “Essa bota fica ótima com vestidos, short de alfaiataria, trench coat, entre outros”, pondera Cláudia.

Controvérsias

E como o veludo é dos “queridinhos” da estação, ele não poderia ficar de fora dos pés. Por isso, será possível ver desde abotinados, sapatilhas, mules a sandálias com o tecido com toque macio, que deixa os modelos de inverno ainda mais glamourosos. Dando um ar de graça à estação mais fria do ano, também há opções de sapatos com patches coloridos saídos dos cartoons, uma tendência que vem do verão e permanece no inverno. Entre as novidades, uma chama a atenção pela controvérsia: o mule. O modelo pode até ser controverso, mas é fato que o sapato fechado na frente e completamente aberto atrás ganhou espaço nas coleções. Seja com pegada divertida – como as versões estampadas ou metalizadas – ou mais clássicas, em verniz ou p&b, o calçado não deve deixar as ruas tão cedo. Essas e outras tendências chegam com tudo para deixar a próxima estação ainda mais charmosa e bonita. Basta escolher o lançamento que faz seu estilo para ficar na moda. e


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|Perfil

Da educação

ao jornalismo WALTER COSTA SE DESTACOU EM DIFERENTES ÁREAS, INCLUSIVE COMO JOGADOR DA FRANCANA

U

m homem multifacetado. Assim podia ser definido Walter Costa, que se transformou em importante peça dentro do sistema de ensino da rede estadual, após ingressar no magistério na Escola Profissional “Júlio Cardoso”, em 1934. Em 1938 foi transferido para a Escola Industrial em Sorocaba e mais tarde para a Vila Duarte, na capital paulista. Indicado para o Departamento Estadual de Ensino Industrial, ele exerceu nesse órgão diversas funções: foi Chefe do Serviço de Estatística, Chefe de Gabinete do Diretor Geral - professor Arnaldo Laurindo, tendo, como tal, participando de diversos grupos de trabalho e de comissões encarregadas de estruturar o Ensino Profissional do Estado. Em 1964 o professor Walter Costa foi investido no cargo de diretor do Departamento Estadual de Ensino Técnico, para o qual foi nomeado pelo secretário de ensino, então também deputado, o francano Vicente de Paula Lima. Depois, voltou a exercer a função de diretor, a convite do governador Abreu Sodré, mantendo a mesma eficiência e hombridade pela qual soube pautar, até o fim, toda a sua vida de relevantes serviços prestados ao ensino paulista, em especial,

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de estudante da Escola Profissional - hoje, Escola Técnica Estadual “Doutor Júlio Cardoso” - de Franca, Walter Costa se destacou também de maneira brilhante como desportista. Jogou futebol com destaque na Francana, depois no São Bento e até no São Paulo Futebol Clube. Com igual mérito integrou a gloriosa equipe de basquetebol de Franca. Foi jornalista e colaborador nos áureos tempos do jornal Comércio da Franca.

Sua família

ao profissionalizante. Com a reforma do ensino e a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, foi criado um novo cargo dentro da Secretaria de Educação: o de coordenador do ensino técnico, cargo de confiança do governador; e foi Walter Costa quem foi convocado a exercê-lo novamente, fazendo-o com maestria e dignidade; chegou a Superintendente do Ensino Profissional do Estado de São Paulo, cargo máximo do ensino profissionalizante paulista. Mas seu brilhantismo não foi visto somente na área educacional. Ainda nos tempos

Walter Costa se destacou na área educacional, principalmente no sistema profissionalizante de ensino do Estado

Nascido em Franca, em 31 de maio de 1913, Walter era filho de Manoel Thomaz da Costa - comerciante português falecido em Franca na gripe de 1918, e de Honorina Marconi Costa - falecida em 1961. Foi irmão do jornalista e professor Alfredo Henrique Costa; do escriturário Osmar Orelo Costa e de Dalva Costa Aidar. Teve também uma irmã de criação, a professora Wanda Marconi. Hoje, todos já falecidos. Walter Costa foi casado com Norma Muniz, com quem teve um filho, Paulo Fernando Costa, já falecido. Casou-se pela segunda vez com Egle, com quem teve mais dois filhos: Walter Costa Filho e Egle Maria Costa - hoje residentes respectivamente em São Paulo e Miami, nos Estados Unidos. E após uma vida feliz e vitoriosa, Walter Costa faleceu na capital paulista em 6 de agosto de 1977. e


|Economia

Aliada A internet como

EMPRESÁRIOS COMEÇAM A SE RENDER À FORÇA DO MARKETING DIGITAL PARA ALAVANCAR AS VENDAS

A

internet mudou o comportamento do consumidor e se consolidou como fonte de pesquisa para os francanos – assim como acontece no restante do país – no momento da compra. Segundo um estudo do SPC – Serviço de Proteção ao Crédito e pelo site “Meu bolso feliz”, nove em cada 10 brasileiros usam a internet para obter mais informações sobre um produto ou serviço antes de adquiri-lo. Não bastasse isso, a idoneidade das empresas também está na mira. Nesse cenário, as empresas que desejam aumentar as vendas e ganhar destaque no mercado corporativo precisam se abrir ao marketing digital, que nada mais é do que estratégias de marketing aplicadas e adaptadas à internet. “Um fator positivo do marketing digital é que tudo pode ser mensurado e, assim, é possível saber se o que você utiliza de estratégia está ou não dando certo”, observa Thiago Corteis, da Casa de Imagem Marketing Digital, que completa: “é como se eu fizesse a divulgação em um outdoor e pudesse emitir um relatório diário para saber quantas pessoas viram esse outdoor e dessas pessoas, quantas realmente foram na minha loja comprar porque viram o meu anúncio”, diz. Mas para usar o marketing digital não basta estar nas redes sociais, é preciso ter objetivo e estratégia de conteúdo. “Marketing Digital vai muito além de um post bonitinho no Facebook. Nos preocupamos sempre em conscientizar nossos clientes e o próprio mercado que o post é ape-

nas uma etapa do caminho. Não é à toa que nosso slogan é ‘Saia do Off”, destaca Thiago. Por isso, ele esclarece que para desenvolver o marketing digital é preciso dinheiro, mesmo que pouco. “Não existe um custo mínimo para começar uma campanha. É possível anunciar no Google Adwords com R$ 50 e nem precisa ter um site para isso”, diz.

Na cidade

E a vantagem das estratégias digitais é que tudo pode ser mensurado, então fica mais fácil saber se a campanha está dando lucro ou não. “Além disso, se for preciso fazer algum ajuste no meio do caminho, isso é fácil”, diz Thiago, sobre o fato de ser possível analisar em tempo real quantas pessoas estão acessando o site da empresa e, através dessa análise, verificar se é preciso mudar de estratégias para entender o que funciona melhor. “O que eu costumo dizer quando iniciamos um trabalho é que conseguimos ter uma análise mais precisas em um período de três meses”, diz. Mas Thiago já teve casos onde conseguiu triplicar as vendas de um e-commerce já

no primeiro mês. Assim como já conseguiu atingir 180 mil pessoas com um post no Facebook sem que fosse necessário investir R$ 1,00. “Mas esses são pontos fora da curva. O normal é que os resultados surjam a partir de um período maior”, enfatiza. Em Franca, os empresários começam a entender a importância do marketing digital como estratégias para o aumento das vendas. “É um comportamento que está evoluindo bem rápido, talvez pelo fato de termos novas gerações assumindo cargos que envolvem mais autonomia nas empresas”, pondera Thiago, que através da Casa de Imagem faz parte de apenas 4% das empresas de marketing digital no Brasil que possuem certificação em todos os canais de divulgação do Google Adwords. “Nosso esforço está não apenas em entregar o resultado aos nossos clientes, mas em oferecer uma solução que ajude as empresas a crescerem. Por isso, investimos tempo e dinheiro para trazer a Franca as principais tendências do mercado brasileiro na área de marketing digital”, diz. e

Thiago diz que os empresários de Franca começam a entender a importância do marketing digital

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|Esporte

Ele possibilita ir

muito além

ALIANDO FORÇA, FLEXIBILIDADE E CONSCIÊNCIA CORPORAL, GYROTONIC TRAZ NOVA PROPOSTA DE EXERCÍCIO

M

anivelas, roldanas, polias e anilhas. Imagine tudo isso fazendo maravilhas pelo seu corpo. É o que propõe o Gyrotonic, um método de se exercitar que reúne os princípios do yoga, tai chi chuan, natação e balé – tudo ao mesmo tempo – resultando em uma técnica que alia força, flexibilidade e consciência corporal. “O Gyrotonic é praticado por meio de aparelhos específicos do método, que proporcionam uma resistência para o corpo, estimulando-o a desenvolver a força de seu centro e deixando as extremidades leves e livres para explorar a mobilidade e fluidez dos movimentos”, explica a fisioterapeuta e proprietária do Studio FranPilates, Francine Veríssimo. Treinadora do Gyrotonic – inclusive fez o level 2, restrito a poucas pessoas no Brasil, e formada há cinco anos na técnica, ela foi a pioneira em Franca e região habilitada a trabalhar com o método, que foi criado em meados dos anos 80 pelo bailarino romeno Juliu Horvath, a partir da necessidade de cura de uma lesão na coluna. O resultado foi uma engenhoca em madeira com tiras de couro, cordas, roldanas e manivelas que lembra uma máquina de tortura medieval ou mesmo alguns aparelhos de Pilates, mas com benefícios nada torturantes para o corpo e a mente, como força, flexibilidade e coordenação. Com mais de 150 possibilidades de diferentes exercícios, o aparelho movimenta o corpo por inteiro, proporcionando aumento da coordenação motora e da flexibilidade, fortalecimento dos músculos, articulações, ligamentos e

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tendões, alinhamento da coluna, redução do estresse, aumento da concentração e equilíbrio e bem-estar. “Os benefícios são inúmeros, desde ganho de força, flexibilidade e equilíbrio, até a reeducação postural, promovendo qualidade de vida muscular, óssea e articular”, salienta Francine.

Na prática

Sem contraindicação e idade limite, o Gyrotonic pode ser praticado todos os dias e tem sido eficaz na reabilitação de hérnia de discos, escolioses, cifoses, lordoses, osteoporoses e fortalecimento muscular. É indicado para pessoas que estão em fase de recuperação pós-cirúrgicos, gravidez e pós-parto. Além dos benefícios para quem tem uma lesão específica, o método vem conquistando cada vez mais adeptos que buscam um exercício diferenciado para entrar em forma ou um público direcionado. “Tenho alunos de alta performance, prevenção de lesões, crianças em reeducação postural, pacientes com hérnia de disco, entre outros, e todos eles aprendem a cuidar do próprio

corpo, já que com o Gyrotonic você aprende como se mover com qualidade de vida”, diz. De acordo com a fisioterapeuta, todos os exercícios são baseados na respiração, na conexão da musculatura do core e do assoalho pélvico – músculos que ajudam a sustentar a bexiga, o útero e o intestino, e a controlar os músculos que fecham o ânus, a uretra e a vagina, no caso das mulheres – ajudando na estabilização da bacia, da lombar e da coluna. “E falando em coluna, a flexibilização dela é super trabalhada por ser um sistema tridimensional baseado em movimentos giratórios e ondulatórios. Isso é muito importante, porque perdemos a flexibilidade dela ao longo da vida quando não a exercitarmos”, observa Francine. A duração de cada seção é de 60 minutos e os exercícios são personalizados de acordo com as necessidades do aluno. Após um número mínimo de seções e com aval do instrutor, o aluno poderá praticar no aparelho o seu programa de treinamento com supervisão dos instrutores. e

Formada há cinco anos no método, Francine foi pioneira do Gyrotonic em Franca, técnica que proporciona benefícios para o corpo todo

No foco Francine Veríssimo Fisioterapeuta, instrutora e treinadora do Gyrotonic FranPilates (16) 3722-5378


|Zen

Eles vão além da beleza CRISTAIS SÃO EXCELENTES FONTES DE ENERGIA EM TERAPIA QUE TRATA MUITO ALÉM DO CORPO FÍSICO

E

les estão longe de serem apenas simples acessórios ou peças decorativas. Poderosos, os cristais podem atrair prosperidade, amor e amizade, melhorar a qualidade de vida, a saúde, favorecer a meditação, alinhas os chakras e contribuir com a tomada de decisões. “A terapia com Cristais é a utilização de diversos tipos de quartzos para harmonização e equilíbrio do ser, e eles podem ser aplicados de forma física sobre o corpo do paciente ou administrado na forma de elixir - líquido. Há a possibilidade de aplicação em ambientes de modo geral, tais como residências e empresas”, explica o terapeuta Alan Rodrigues de Oliveira. Segundo ele, independentemente da forma de aplicação, o que se utiliza dos cristais não é a matéria e sim sua essência. Assim como qualquer corpo possui um campo invisível - ou corpo vibracional - os cristais também possuem sua essência que varia conforme sua coloração, composição química e outras características. “Em nós, esse corpo vibracional é alimentado e equilibrado através do que chamamos

de chakras, que são vórtices de energia, ligados a glândulas, funções orgânicas e emocionais do corpo. A partir disso podemos utilizar a similaridade entre da essência do cristal e o chakra, por exemplo, para revitalizar e nutrir esse campo”, diz ele. Os cristais podem ser utilizados no reequilíbrio do corpo de forma geral ou para complementar qualquer tratamento que esteja sendo realizado pelo paciente. Ou seja, é proposta para ajudar com o equilíbrio físico, emocional e espiritual, e de cura. “Esta terapia é indicada para qualquer tratamento, seja preventivo ou mesmo para complementar algo que o paciente já esteja fazendo”, diz Alan.

Recomendações

Ele esclarece que, como preventivo, a terapia com cristais é excelente para tratar processos do cotidiano, sejam de ordem emocional como ansiedade, estresse, compulsão, tristeza, como também processos físicos tipo resfriados, alergias, enxaqueca, dores musculares, processos digestivos, metabolismo, retenção

Segundo Alan, a terapia com cristais tem a proposta de ajudar com o equilíbrio físico, emocional e espiritual, e de cura

de líquidos, desintoxicação e muito mais. Atua também na complementaridade de qualquer tratamento que o paciente já esteja realizando, potencializando a recuperação ou melhorando desconfortos. Na quimioterapia, ajuda a diminuir os conhecidos efeitos colaterais da medicação. E o melhor é que esta terapia surte efeitos rápidos. “Porém, são tratamentos sutis que lidam com aspectos da essência de cada um. Por isso a disposição e disciplina do paciente à terapêutica pode agilizar ou retardar o aparecimento dos resultados. Outro fator é a temporalidade em que o processo patológico encontra-se instalado. Quanto maior o tempo que se está doente, maior pode ser o tempo para recuperação”, salienta. Por conta disso, não há uma quantidade estipulada de sessões a serem realizadas, visto que o ideal é realizar um trabalho constante como forma de prevenção. Mas para processos já somatizados são recomendadas, no mínimo, 10 sessões para que se comece a perceber os resultados. As sessões – cujos valores variam entre R$ 120 e 180, conforme o tipo de aplicação que o terapeuta considerar adequado para cada caso - têm duração média de uma hora, onde é feita avaliação e a aplicação do recurso terapêutico. “As aplicações são recomendadas, a princípio, semanalmente, podendo posteriormente ser espaçadas conforme recuperação do paciente”, destaca o terapeuta. e

No foco Alan Rodrigues de Oliveira Terapeuta formado em Medicina Tradicional Chinesa, Cristais, Iridologia, Fitoterapia Brasileira e Reiki I-II, credenciado ao SATOSP – Sindicato dos Acupunturistas e Terapeutas Orientais; CRTO: 2794 Telefone (16) 9.9145-5190

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|Hobby

Muito além de um

passatempo

Q

AEROMODELISMO VEM DEIXANDO DE SER APENAS UM HOBBY EM FRANCA E PASSA A SER ENCARADO COMO ESPORTE

uem acompanhou a carreira de Ayrton Senna (1960 - 1994), sabe que não era apenas nas pistas de Fórmula 1 que ele se destacava e superava os próprios limites. O céu também era um local onde o ídolo do automobilismo brasileiro gostava de estar. Senna era apaixonado por aeromodelismo - atividade que envolve a montagem e a pilotagem de pequenos aviões, alguns deles réplicas de aeronaves reais, construídos em fibra de vidro ou madeira de balsa, com motores movidos a combustível, guiados por radiocontroles. Em Franca, o hobby conta em média com 40 a 50 adeptos – número referente aos que praticam diretamente no Clube FAM, que fica na saída de Franca para Ribeirão Preto -, mas eles são bem mais, segundo o piloto do FAM Aeromodelismo, Fábio Borges Junqueira Filho. “Temos um grande número de adeptos espalhados pela cidade, que praticam com seus aeromodelos em parques, campos, sítios, etc”, diz. O aeromodelismo surgiu em Franca na década de 80, época em que tudo era muito precário pela falta de acesso a equipamentos e informações. Foi vendo essa lacuna no mercado que alguns praticantes do hobby decidiram criar a FAM Aeromodelismo, em 1996. Hoje,

Entre os benefícios do aeromodelismo estão a melhora da coordenação, da memorização, do raciocínio, além de ser relaxante

ela presta todo tipo de suporte técnico e vendas de equipamentos, desde o básico até o mais avançado, disponibilizando uma infraestrutura completa, que vai além da loja e oficina, um clube completo para a prática.

Crescendo muito

Nesse processo de evolução, o aeromodelismo também sofreu mudanças, crescendo muito nos últimos anos. Hoje, mais do que hobby, é considerado um esporte. “Apesar disso, ainda falta divulgação, porque muitas pessoas desconhecem detalhes sobre o assunto”, pondera Fábio. Mas quem tem a chance de conhecer este esporte, dificilmente deixa de se encantar por ele. Inclusive, em Franca existem praticantes com até cinco

Alguns dos aeromodelos, cujo preço varia de R$ 2 mil a R$ 3 mil, chegando até a R$ 50 mil para adeptos há mais tempo na área

aeronaves cada. “Vira uma paixão, e nunca o praticante está satisfeito, sempre quer algo mais”, diz o piloto. Para iniciar neste hobby, ele diz ser preciso primeiro procurar uma loja especializada para a compra do equipamento adequado, e um local apto para a prática, com instrutores qualificados. Hoje, para se iniciar no aeromodelismo, o investimento médio é de R$ 1,3 mil para aquisição do aparelho, e mais o custo das aulas. A duração das aulas e o término do curso vão variar muito conforme a aptidão do praticante, mas na média cerca de 30 dias já estará voando sozinho. O empresário Alex Beloti, 40 anos, traz a paixão pelos aeromodelos como herança de seu pai – já falecido -, que teve contato com o hobby em São Paulo e, encantado, o trouxe para Franca para que pudessem desfrutar juntos. Seu primeiro contato com o aeromodelismo foi aos 14 anos, porém, nessa época, as condições para se praticar o hobby eram precárias e o custo dos equipamentos altíssimo.

Força total

Alex diz que não havia pista para praticar e nem acesso a equipamentos e muito menos a conhecimento. Por conta destas

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dificuldades, ele o pai abandonaram o hobby após dois anos, até que aos 19 anos, ele decidiu retomá-lo com força total, já que Franca passava a ter uma pista, loja e profissionais qualificados na área. Hoje, Alex possui três aeromodelos para disputar campeonatos com competitividade. Inclusive ele possui alguns títulos conquistados em campeonatos IMAC – Campeonato Brasileiro desde 2009. Atualmente praticando o aeromodelismo aos sábados nas duas pistas de Franca – a outra fica na saída de Franca para Cristais Paulista -, o empresário elenca uma série de benefícios proporcionados pelo esporte. “Sem a menor sombra de dúvida, o maior benefício é a descarga do estresse, que por sua vez fica todo na pista. Mas ele também melhora a coordenação, a memorização, o raciocínio e promove a conquista de bons amigos pelo país afora”, comenta. Segundo Fábio, há uma grande variedade de equipamentos e aviões, e claro, isso conta com uma variação de investimentos. A própria FAM atua no mercado premium há cerca de 12 anos, e já montou modelos que ultrapassam

os seus R$ 50 mil. “Mas isso é um mercado mais restrito, para adeptos que já estão há muito tempo no hobby. A média de valores do aeromodelismo iniciante gira na casa de seus R$ 2 mil a R$ 3 mil. Por isso friso que o aeromodelismo não é um hobby caro, mas sim pode-se gastar muito com ele”, destaca.

Para homens e mulheres

E quem pensa que o aeromodelismo atrai somente homens, se engana. Em Franca, há muitas mulheres que já se renderam à prática que une famílias inteiras. O segredo disso? Fábio acredita que a

Fábio com o jato J10 com propulsor vetorado a turbina, cujo voo conquistou o mundo através de vídeo e fez história

grande sacada do aeromodelismo é o desafio. “Você nunca alcançará seu limite, sempre tem algo a mais para aprender e a vivenciar, e lógico, também é um hobby totalmente sadio, de âmbito familiar e muito desestressante”, diz Fábio, que conquistou três vezes o Campeonato Brasileiro da categoria mais alta do aeromodelismo – Unlimited, além de inúmeras premiações. No ano passado, ele fez o maior feito da história do aeromodelismo brasileiro: voou um jato modelo J10 com propulsor vetorado a turbina, que atingiu o mundo. “Hoje o vídeo deste voo está com 40 milhões de visualizações, recorde disparado nesse setor, o que fez com que eu me apresentasse na Índia e em Londres”, conta. Alex concorda e completa: “em poucas palavras, praticar aeromodelismo promove uma descarga total de adrenalina estresse, sem contar a sensação de liberdade, desafio, aprendizado e bem-estar mental”, diz. e

O empresário Alex Beloti descobriu o aeromodelismo com o pai, aos 14 anos, e desde então, se apaixonou pela prática

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|Cultura

Os jovens se rendem aos livros

PESQUISA REVELA QUE A LEITURA FICOU EM 10º LUGAR QUANDO O ASSUNTO É O QUE GOSTAM DE FAZER

U

ma boa – e surpreendente – notícia: o número de livros lançados para o público adolescente triplicou nos últimos anos. Ao contrário do que muita gente pensa, o jovem de hoje está voltando a se interessar mais pela leitura. E os dados da quarta edição da Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, feita pelo Ibope por encomenda do Instituto Pró-Livro confirmam isso. Segundo o levantamento, aumentou o número de leitores na faixa etária entre 18 e 24 anos - de 53% em 2011 para 67% em 2015. A pesquisa não aponta os motivos, mas Marcos da Veiga Pereira, presidente do Sindicato Nacional de Editores acredita que o boom da literatura para este público pode ter ajudado mais do que uma ação para manter o jovem que sai da escola interessado na leitura. Adolescentes entre 11 e 13 anos são os que mais leem por gosto (42%), seguidos por crianças de 5 a 10 anos (40%). A leitura ficou em 10º lugar quando o assunto é o que o jovem gosta de fazer no seu tempo livre. A estudante Mayara Cintra Mourão, 15 anos, engrossa essa estatística apontada pela pesquisa nacional. Segundo ela, quando não está estudando ou com as

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amigas, gosta de se entregar ao mundo das letras. “Lendo livro, você começa a imaginar coisas que não acontecem no seu dia a dia. É legal, porque são livros de adolescentes em que você se identifica com os personagens”, comenta a jovem. Entre os seus preferidos, Mayara cita o infanto-juvenil “Bruxa, bruxa, venha à minha festa”, de Arden Druce. O livro conta a história de uma garota que quer que todas as criaturas assustadoras compareçam à sua festa de aniversário. “É muito legal e envolvente”, garante.

Na contramão

Por incrível que pareça, os jovens estão cansados de trocar chats e games na internet, e até o programa ou o bate-papo com os amigos, pela viagem da imaginação: o mundo da literatura. “Claro que eu gosto dos meus games, de navegar pela internet e bater papo com meus amigos. Também adoro assistir filmes e séries, mas tenho prazer em ler”, comenta o estudante Igor Santos, 14 anos. Ele admite que em seu círculo de amizade a leitura não é algo que agrade a todos. “Tenho amigos que nunca pegaram um livro para ler senão por obrigação

escolar. Eu não. Eu adoro livros de aventura e ficção. Chego a ler seis livros por ano”, diz ele. Mas existem jovens que leem até dois livros por mês. Há os que leem best sellers e há os que adquirem o gosto pela leitura nas aulas de literatura ou redação e desde cedo passam a assimilar um estilo que os ajuda na hora das provas ou do vestibular. A leitura que despertou em Igor o gosto pelos livros veio aos 12 anos, um tanto a contragosto – “Percy Jackson e os Olimpianos”. Mas bastou experimentar para que mergulhasse nas histórias que o transportam a universos impossíveis. Entre os títulos preferidos, estão a saga “Legend” e o romance “Entre o agora e o nunca”. Mayara e Igor não estão sozinhos. No rastro da saga “Harry Potter” – o maior best-seller da história, lançado no País em 2000 – emergiu uma geração de jovens leitores. Embora fluxo e qualidade da leitura entre jovens sejam solenemente ignorados, tudo indica que são eles quem vão reverter a média de leitura no Brasil, de quatro livros por ano – uma vez que leem cerca de quatro livros por mês. e

Aos 15 anos, Mayara é uma dos muitos jovens que não abrem mão de viajar pelo mundo das letras e reservam um tempo para os livros


|Trabalho

Qualificar para crescer GARANTIR A RENOVAÇÃO DE CONTEÚDOS E PRÁTICAS É INDISPENSÁVEL PARA O SUCESSO DAS METAS

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balança entre empresas e empregados mantém seu equilíbrio: da mesma forma que as organizações lidam com as dificuldades do mundo corporativo, como competitividade e finanças, funcionários e aspirantes buscam diferenciais para garantir um lugar no universo do trabalho. As batalhas são diárias, mas existe uma palavra-chave para ambos os lados: conhecimento. Garantir a renovação de conteúdos e práticas é indispensável para o sucesso das metas. Quando o assunto é inserção ou recolocação no mercado, o anseio por fortalecer o currículo deve ser ainda maior. Segundo Lidia Santana de Oliveira, psicóloga e docente do Senac Franca, é importante que o jovem se especialize logo no início da vida profissional, para identificar o seu perfil e direcionar o desenvolvimento corporativo. “Durante as aulas, o aluno desenvolve competências e habilidades que o auxiliarão na escolha da área de atuação. Esse é o caminho para profissionais felizes e realizados, que identificam aquilo que gostam de fazer e se aperfeiçoam, garantido boas vagas de emprego”, explica. A docente ainda ressalta que, no início da vida profissional, o jovem chega à sala de aula sem saber muito bem o que espera por ele e sem o conhecimento do cenário corporativo que encontrará, porém traz consigo uma grande curiosidade e vontade de aprender. Cabe ao docente ter a sensibilidade em perceber o que o aluno tem de melhor e impulsionar suas potencialidades.

Na prática

Para Leonardo Martins, 27 anos, o curso de Gerência e Supervisão de Vendas do Senac Franca foi imprescindível para a

Leonardo diz que a qualificação está relacionada ao prazer de fazer bem feito, e abre um leque de opções para os profissionais

ascensão no emprego. “Trabalho como supervisor técnico em vendas e quando investi em conhecimento tive a oportunidade de assumir novas responsabilidades, o que impulsionou minha carreira, pois ganhei confiança para lidar com diversas situações rotineiras”. O jovem também é enfático em dizer que a qualificação está relacionada ao prazer de fazer bem feito, e abre um leque de opções para os profissionais. “Por isso digo sempre que, para se destacar, é preciso ampliar o saber”, afirma Leonardo. Hoje, o Senac Franca tem 2.148 jovens de 14 a 25 anos matriculados. Entre as áreas mais procuradas para aprimoramento de práticas e conteúdos estão gestão e negócios, comunicação e artes, gastronomia e nutrição e tecnologia da informação. “O portfólio é extenso. Neste ano, os interessados poderão op-

tar por cursos como Planejamento de Carreira e Gestão de Talentos; Cozinha Japonesa; Introdução à linguagem Java; Premiere Pro CC – edição e finalização de vídeo; e Montagem e Manutenção de Equipamento Apple – iMac”, destaca Leandro D‘Arco, gerente da unidade. Cursos técnicos, novos idiomas, cursos de aperfeiçoamento e de qualificação hoje são imprescindíveis para aqueles que almejam sucesso profissional. Isto porque, concomitante a isso, as empresas estão cada vez mais exigentes e buscam profissionais que possam efetivamente fazer a diferença naquilo que fazem, mostrando, além da qualificação, comprometimento, espírito de equipe e de liderança, capacidade de inovar e empreender e ambição, ou seja, ser e fazer a diferença. Este está sendo o perfil mais procurado pelas grandes empresas. e enfoque franca | maio 2017|59


|Comportamento

A necessidade de estar no foco REDES SOCIAIS DENUNCIAM CADA VEZ MAIS A FRAGILIDADE EGOICA DA MAIORIA DAS PESSOAS Padronização

Cristiano diz que as pessoas que necessitam da admiração dos outros para serem felizes, geralmente estão com baixa autoestima

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lbert Einstein foi admirado quase como sobre-humano e acabou se tornando uma das pessoas mais famosas do planeta, mas ele nunca se identificou com a imagem que a mente coletiva criou dele. Permaneceu humilde, e chegou a dizer o seguinte: “uma contradição grotesca entre o que as pessoas consideram serem minhas conquistas e habilidades e a realidade de quem eu sou e do que sou capaz”. Muitos pensam e agem como Einstein, mas é grande o número de pessoas que necessita de atenção, do amor, da admiração e até da inveja dos outros para serem felizes e se sentirem bem. Geralmente são pessoas muito inseguras, com baixa autoestima e necessidade de autoafirmação, segundo psicólogo clínico especialista em psicoterapia de família e casal, Cristiano de Paula

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Meska Borges. “Elas podem ser ciumentas, já que o ciúme está intimamente ligado à inveja - por atenção, por exemplo -, e sofrem de muita ansiedade, porque imagine só quanta energia você precisa gastar para fazer o impossível: agradar a todos que te rodeiam? Ainda pode ocorrer, conforme esse indivíduo se sinta cada vez mais inseguro, o seu isolamento”, observa.

Para Tânio, a internet ampliou a necessidade de reconhecimento, enquanto a rede social ocasiona um certo vazio em algumas pessoas

O advogado Tânio Sad Peres Corrêa Neves concorda com Cristiano sobre a baixa autoestima desse perfil de pessoas. Por outro lado, ele acredita que o amadurecimento faz diminuir esse desejo de maior atenção. “Aos mais jovens é conveniente se aceitarem como são, fugirem dessa cultura da ‘padronização’. Aprenderem os verdadeiros valores da vida e aprenderam cada um a gostar de si próprio”, opina. No entanto, junto às conexões, fotos, selfies e check-ins, pode-se concluir que as redes sociais foram o propulsor importante para denunciar a fragilidade egoica do ser humano. Através delas, fica clara a necessidade incessante da aprovação do outro através dos likes e comentários que elevam a autoestima. É a necessidade da validação, da aprovação do outro, em busca de se convencer daquilo que não tem certeza em si mesmo. Em


outras palavras, as redes sociais são o grande termômetro da insatisfação e insegurança das pessoas consigo mesmas. “Isso é comprovado pelo simples raciocínio de que se não conseguimos nos satisfazer em um nível mais profundo, necessariamente precisamos buscar isto fora”, pondera a representante comercial Bruna Diniz, que acredita que quando se compartilha uma foto, um link ou um pensamento nas redes sociais, são apresentados fragmentos daquilo que se deseja ser a própria definição de si mesmo. Muitas vezes as pessoas criam uma realidade pré-fabricada a partir das suas carências afetivas e emocionais. “Vivemos o que gostaríamos de viver na realidade e isto agora foi possibilitado pela socialização da internet”, afirma Bruna.

com essa vocação. Há aqueles que fazem questão de contar para todo mundo onde estão naquele momento (#partiuacademia, #bomdiapraia). Outros chegam a cruzar o limite entre realidade e ficção na tentativa de impressionar. “Um conhecido chegava a tirar fotos com roupas que não comprara, dentro do provador das lojas, para posar de bem vestido”, conta Cássio, que avisa os amigos cujo exibicionismo passa dos limites do que ele considera tolerável. Mesmo assim, diz ter excluído de sua lista conhecidos que abusam das postagens para causar inveja. “No fundo, a pessoa quer mostrar para o mundo quem ela gostaria de ser”, diz. Bruna pensa igual e deixa de

seguir pessoas que não a motivam e agregam em nada, que fazem publicações com sites falsos, muitas vezes com animais e pessoas doentes somente para terem curtidas. “Vejo poucos usando as redes sociais para algo útil e tudo gera ‘brigas desnecessárias’, querem sua opinião e quando é o contrário do que querem ler, já não serve mais, além de te ofender e bloquear”, comenta.

Estudos diversos

A mania de se gabar virtualmente é tão ostensiva que já despertou a atenção da ciência. Começam a aparecer os resultados de uma série de estudos destinados a entender por que as redes sociais podem despertar os piores

A necessidade

Para o psicólogo, é exatamente isso que ocorre, já que nas redes sociais qualquer pessoa pode ser o que quiser. Por exemplo, a pessoa pode se mostrar sempre feliz com poemas, músicas, fotos em que aparece sorridente e na verdade estar se sentindo totalmente o contrário disso. Parece que mostrando a terceiros como você é feliz, a partir das “curtidas”, comentários, etc., cria-se uma ilusão do tipo “acho que sou mesmo feliz, então!”. “Há sempre aquela busca compulsiva por mais e mais curtidas, se tornando isso o objeto principal de desejo da pessoa”, pondera Cristiano. O publicitário Cássio Moura, 28 anos, diz cruzar com amigos

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as relações que ela nos traz”, diz. Tânio vai além, ao defender a ideia de que a internet ampliou essa necessidade de maior reconhecimento, enquanto a rede social ocasiona certo vazio em algumas pessoas. “Importante saber que muitas publicações não são verdadeiras. Também oportuno saber dar valor ao que realmente importa. Fugir da superficialidade e buscar conteúdo. Ampliar a cultura”, diz o advogado, que acredita ser importante sentir-se satisfeito consigo mesmo e próximo de pessoas sinceras. Já ter a necessidade de ser sempre desejado acaba sendo um sofrimento, é um sentimento que sempre vai gerar insatisfação. “E não é com aumento de likes que haverá uma sensação de resolver essa necessidade. É gostar de si mesmo que fará diminuir esse desejo de atenção excessiva”, pondera. sentimentos – de soberba à inveja – e os efeitos de remoê-los em velocidade 4G. Em meio a tantas manifestações de exibicionismo e inveja, pesquisadores se perguntam se as redes sociais são apenas um reflexo – concentrado – dos piores instintos do ser humano e se amplificam características desabonadoras do caráter. Em defesa das redes sociais, é preciso enfatizar que a tendência para se gabar não apareceu com a tecnologia. Com ou sem internet, estima-se que o objetivo de 40% das falas diárias das pessoas é fornecer informações para os outros sobre si mesmas e expressar suas opiniões sobre o mundo. “Quando a busca se torna compulsória em agradar para ser bem aceito; quando você não faz algo por si mesmo, mas pensando sempre no que o outro vai pensar, se vai gostar, e se isso te trará mais admiração, isso se torna uma necessidade, algo prejudicial”, salienta Cristiano, que recomenda nestes casos, a ajuda de um profissional. “É preciso falar sobre suas fantasias, desejos, inseguranças para buscar uma nova maneira de levar a vida e 62| enfoque franca | maio 2017

Viviane defende o uso razoável das redes sociais, que dão voz à grande massa que nunca tiveram oportunidade de se expressar

Bruna acredita que as redes sociais são o termômetro da insatisfação e insegurança das pessoas consigo mesmas

Quando pode ser bom

Para a assessora do Departamento de História da Unesp Franca, Viviane Cristina Simões Baldochi, o uso razoável das redes sociais pode ser benéfico. No entanto, ela reconhece que há quem sinta a necessidade dessa extrema exposição, o que em sua opinião, denota carência afetiva. Nem por isso ela se sente capaz de julgar. Afinal, cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é. Particularmente, ela não tem o hábito de expor sua vida privada em redes sociais, publicando apenas o superficial ou quando não, aten-

dendo ao apelo em dar vazão a um grito engasgado e assim angariar apoios que dão sustentação à sua voz. “E para isso, as redes sociais cumprem bem o papel”, observa Viviane, que completa: “seja para expor uma opinião, um sentimento frustrante ou contagiante, para protestar, para dar recados, para homenagear, as redes dão voz à grande massa que nunca tiveram oportunidade de se expressar”. A assessora do Departamento de História da Unesp Franca está certa. Afinal de contas, as redes sociais são mais que uma plataforma de autopromoção e uma fonte de inveja. Amizades nascem, se renovam e se aprofundam ali. Conhecimento é disseminado de uma forma sem precedentes. Indignações sociais e políticas, assim como manifestações culturais, ganham corpo e se materializam. Assim como a alegria, o amor, a solidariedade. Da mesma forma que a vaidade, a inveja e a irritação. Não há como fugir disso numa plataforma baseada nas relações humanas. A saída é manter o humor. Rir da falta de desconfiômetro alheio ou do bom senso. Da própria dor de cotovelo. E vice-versa. e

No foco Cristiano de Paula Meska Borges Psicólogo clínico especialista em Psicoterapia de Família e Casal CRP: 06/119756 Telefone (16) 9.9124-8748 Site: www.sabidamente.wordpress.com


DISTÚRBIOS ALIMENTARES SÃO CADA VEZ MAIS COMUNS NA ADOLESCÊNCIA, ATINGINDO MAIS MULHERES

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ais do que uma dieta extrema, do que a vontade de seguir modas, os distúrbios ou doenças do comportamento alimentar não escolhem idade, gênero ou classe social. Têm uma base emocional e podem prolongar-se durante toda vida. “Distúrbio alimentar é uma desordem psicológica e comportamental grave, uma disfunção relacionada à alimentação diária, em que a pessoa traz alguns comportamentos não saudáveis em relação a sua rotina alimentar”, diz a psicóloga Lauane da Silva. Segundo ela, é cada vez maior o número de pessoas que sofre com transtornos alimentares, podendo atingir qualquer faixa etária, homem ou mulher. Geralmente, a fase da vida em que eles costumam aparecer é no período da adolescência, atingindo mais as mulheres. Estudos comprovam isso: de acordo com estimativas do Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos, 70 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de algum tipo de transtorno alimentar. Em estudos de longo prazo o índice de mortes provocado por esses transtornos é alto: entre 18% e 20%. De acordo com o Centro Nacional de Informações sobre Transtornos Alimentares do Canadá, a incidência mundial de mortes relacionadas à anorexia em mulheres entre 15 e 24 anos é 12 vezes maior que qualquer outra causa nessa faixa etária. Apesar da prevalência entre mulheres, dados mostram que a incidência entre os homens está aumentando . Segundo pesquisa publicada no American Journal of Psychiatry, 10% a 15% da população mundial com bulimia ou anorexia é formada por homens: 20% deles são homossexuais. A psicóloga diz ser possível ficar atento ao comportamento que a pessoa começa a desenvol-

Lauane diz que a família e aqueles que estão em convivência com a pessoa são muito importantes no tratamento

ver, como por exemplo, a recusa constante em se alimentar e a práticas exageradas de exercícios físicos. Existem outros sinais, como a perda acentuada de peso, preocupação excessiva com suas medidas. Alguns sintomas de depressão começam a aparecer e até mesmo um isolamento social, recusar-se a fazer coisas antes prazerosas, principalmente quando essas situações envolvem comidas.

Os mais comuns

Entre os tipos de distúrbios alimentares mais comuns estão a anorexia nervosa e bulimia nervosa, juntamente com a compulsão alimentar. Enquanto os dois primeiros têm como características comuns a intensa preocupação com o peso, o medo excessivo de engordar e uma percepção distorcida da forma corporal, o terceiro é o contrário, caracterizado por episódios frequentes nos quais muitos alimentos são ingeridos sem comportamentos compensatórios para prevenir o ganho de peso. “As consequências e prejuízos dos distúrbios são vários em relação à saúde física, psicológica e até mesmo social da pessoa”, salienta Lauane, acrescentando que, fisicamente os prejuízos são

|Comportamento

Quando comer se torna doença

grandes, acarretando anemia, desidratação, deficiência em vitaminas, dentre vários outros. “Já os prejuízos emocionais vão desde momentos de preocupação exagerada até um desgaste grande pensando no que vai comer ou não, sente-se culpada, deprimida e com baixa autoestima”, afirma. Por tudo isso, a psicóloga diz ser imprescindível tratar esses distúrbios. “Quanto antes o problema for identificado, melhor e mais eficaz o tratamento. A família e aqueles que estão em convivência com a pessoa, são muito importantes no tratamento”, salienta Lauane, lembrando ser importante que a pessoa com o distúrbio seja acompanhado por alguns profissionais, envolvendo psicólogos, nutricionistas, médicos. “E o tratamento pode envolver, quando necessário, uma intervenção com medicamentos e até mesmo hospitalização em casos mais graves”, diz. e

No foco Lauane da Silva Psicóloga - CRP: 06/137216 Contemplar Consultório Psicológico Telefone (16) 9.9703-7605 Facebook: @lauanesilvapsicologa e @contemplarpsi

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|fraseado

Muda-se mais facilmente de religião do que de café. GEORGES COURTELINE

A oração começa onde a capacidade humana termina. MARIAN ANDERSON

MARY TYLER MOORE

A idade não tem a menor importância, a não ser que você seja um queijo. HELEN HAYES

Não é sábio quem sabe muitas coisas e sim quem sabe coisas úteis.

Eu vou morrer jovem, independentemente de quando isso ocorra.

Toda vez que o trem da vida faz uma curva, os pensadores caem pela janela. KARL MARX

RUTH BERNHARD

Qual o homem mais inútil? Aquele que não sabe nem mandar nem obedecer. WOLFGANG VON GOETHE

Nas grandes coisas os homens se mostram como lhes convém mostrar-se; nas pequenas, mostram-se como são. SEBASTIEN CHAMFORT

Inflação é uma forma de imposto que pode ser decretada sem legislação.

PUBILIUS SYRUS

TOM STOPPARD

ÉSQUILO

Às vezes você precisa conhecer alguém muito bem para saber que vocês não se conhecem.

Muitos recebem conselhos; só os sábios os aproveitam.

Toda saída é a entrada para algum outro lugar.

A mulher fala sempre de sua idade e não a diz nunca. JULES RENARD

MILTON FRIEDMAN

Não pense que você tem de vencer. O importante é você conseguir o que deseja. PHYLLIS GRANN

Nós pensamos em generalidades, mas vivemos em detalhes. ALFRED NORTH WHITEHEAD

A vida é uma calamidade a prestações. OSWALD DE ANDRADE

Não importa o que você conhece: importa quem você conhece. OLGA KRELL

Só em fila de aeroporto eu assumo que já passei dos 70. TÔNIA CARRERO

Não há segurança nesta terra. Apenas oportunidades. GENERAL DOUGLAS MACARTHUR

Esta história de desemprego é coisa de quem não tem o que fazer. CHICO ANÍSIO

A maior vantagem competitiva que uma empresa pode possuir é uma visão do futuro. GARY HAMEL




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