Enfoque 188 fevereiro 2017

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primeiras linhas Muito já se falou sobre responsabilidade social, responsabilidade cultural e tradição. É assim que a humanidade vem transmitindo solidariedade, conhecimento, orgulho e na­ cionalidade ao longo dos séculos. Algumas empresas, todavia, desconhecem a impor­ tância de enraizar sentimentos, despertar o amor pela cidade e incorporar os colabo­ radores na defesa da sua ação, seja comunitária ou comercial. Isso tem sido uma regra no setor empresarial francano de uns anos para cá. Situar a empresa na comunidade talvez seja a primeira ação que um em­ presário precisa ter para solidificar a sua missão. Envolver colaboradores no fortalecimento da relação da empresa com a cidade faz parte do projeto de identificação da marca. Só assim será pos­ sível estabelecer metas a serem cumpridas e resultados a serem alcançados. Mas não é o que se tem visto. Muitas empresas, espe­ cialmente no segmento calçadista, que têm sede aqui, mas quase não produzem para o mercado francano, ignoram a importância da cidade para o seu fortalecimento e chegam mesmo a ignorá-la. No assunto tradição, tanto faz como tanto fez se ela permanece ou se acaba por inanição. É o caso do fute­ bol e do basquete. Nem é preciso falar do basquete, que já foi vice-campeão mundial e ganhou tudo o que é imaginável. O basquete de Franca já teve o time todo convocado para a seleção. Hoje, depende de patrocínio para sobreviver. A Francana está chegando aos 105 anos com uma história que orgulha os que aqui nasceram ou aqui vivem. Já fez parte da elite, disputou campeonatos pau­ listas e campeonatos brasileiros. Rebaixada, está comendo o pão que o diabo amassou. Empresários procurados para ajudar dizem que não investem porque não têm interesse no mercado francano. Tudo bem, mas e a tradição? Essa é a visão de cidadania do empresário, com os olhos vidrados no lucro e nenhum sentimento de valorização da sua cidade? Nem tudo na vida é movido a lucro. Um pouco de amor e bairrismo pode fazer muita diferença.

Cesar Colleti

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entre linhas Vento no rosto, natureza, amigos, uma es­ trada toda pela frente e a liberdade como com­ panhia. Misture a tudo isso o prazer de ouvir o ronco dos motores. Essa combinação tem sido responsável por atrair cada vez mais pessoas ao motociclismo em Franca, muitos até acima dos 40 anos. E são estes homens “maduros” que são enfáticos ao afirmarem: a motocicleta é mais do que uma paixão, é um estilo de vida. Por isso, liberdade de espírito, sede de aventura e companheirismo são as bases para se tornar um motociclista de verdade. Dessa forma, a diversão sobre duas rodas deixou de lado o caráter grotesco e agressivo das gangues americanas da década de 1960 e passou a ser um estilo de vida para todos os públicos, principalmente para aqueles que gostam de curtir a vida. Os motoclubes se organizaram, viraram instituições e agregam os amantes do motociclismo na cidade com diferentes filoso­ fias e propostas. E aqui, eles interagem e con­ vivem de forma pacífica. Para falar sobre isso, Enfoque deste mês traz uma reportagem com alguns amantes do motociclismo que contam um pouco sobre esse universo que atrai cada vez mais pessoas, inclusive mulheres. Ainda nesta edição, preparamos uma matéria sobre o Censo Animal em Franca e constatamos uma triste realidade: hoje existem mais de três mil animais abandonados pelas ruas da cidade e a situação tende a piorar, segundo autoridades e especialistas no assunto. Os principais fatores para esta situação seriam mudança de casa e a decisão de não levar o animal; adoecimento do animal e a falta de interesse em cuidar dele; quando ele se reproduz por não ser castrado e o consequente descarte dos filhotes nas ruas. Além deste tema, Enfoque traz à tona um outro assunto recorrente: os partos prematuros e normais. A reportagem mostra o índice registrado em Franca de cada tipo de parto, as diferenças entre eles e traz depoimentos de mulheres que contam suas experiências. Como se vê, a edição deste mês está ainda mais especial. Então, boa leitura!

Fernanda Ribeiro Editora Chefe

Enfoque Franca é uma publicação periódica mensal des­ti­na­da ao público em geral ISSN 1981 6219 ® Marca Registrada Diretor Responsável Cesar Colleti Editora Fernanda Ribeiro - MTB 32.745 Designer Gráfico Lucas Ferreira Urquiza Fotografia Ricardo Fernandes Consultoria de Marketing Lucas Rodrigues da Silva Colaboradores desta edição Beto Chagas Bruno Cunha Fabiana Carvalho Frederico Millano Janisse Mahalem Lima J. E. de Oliveira Ramos Leandro Ernandes Luís Henrique Borba Perpétua Amorim

Impres­são Cristal Indústria Gráfica (16) 3711-0200 As opiniões e con­cei­tos emi­tidos em arti­gos são de in­tei­ra res­ponsabilidade de seus au­tores. O con­teú­do dos anúncios pu­bli­ci­tá­ri­os é de inteira responsabilidade das em­pre­sas anun­ cian­tes, e não expressa neces­sa­ri­a­men­ te a opi­nião ou a posi­ção da re­vis­ta Enfoque Franca e dos seus dire­to­res e edi­to­res. Para Anunciar Telefone: (16) 3713-3300 Fax: (16) 3713-3300 de 2ª a 6ª feira das 8h às 18h. E-mail: comercial@izzon.com.br

Assinaturas

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sumário

seções 04| primeiras linhas Cesar Colleti

linhas 04| entre Fernanda Ribeiro comportamento

24| Janisse Mahalem

Ano XVI Nº 188 Fevereiro de 2017

24| negócios Leandro Ernandes bem 24| viver Fabiana Carvalho

66| fraseado

notas 08| 10| 12| 14| 16| 18|

mirante panorama entrever rápidas bloco de notas post scriptum

crônicas 20| pulsar

Luis Henrique Borba

20| miragem

J. E. de Oliveira Ramos espaços

20| Bruno Cunha 22| 360 graus

Perpétua Amorim

22| palavras contidas Beto Chagas

22| mais ou menos

Frederico Millano

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Artes O surrealismo de Clermon Rosa em telas que trabalham o onírico

28

Música Com suas canções próprias, Banda Lucidez leva mensagens de amor e fé

30

Literatura Academia Francana de Letras lança livro para marcar seus 20 anos

32

Como Funciona Como o rastreador de carro garante sua localização nos dias de hoje

36

Saúde 2% da população do Brasil sofre com a distorção da própria imagem

37

Saúde Número de partos cesáreos ainda é superior no Brasil e em Franca

40

Nutrição Para conter obesidade infantil, pais tentam mudar hábitos dos pequenos

44

Decoração Um dos metais mais antigos, cobre chega como tendência no décor

45

Moda Jaquetas se destacam em qualquer look, inclusive nos de verão

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28

47

Estilo Patches voltam em figuras, brasões e emblemas e renovam os looks

48

Beleza A maquiagem ganha status de acessório nas produções de festas

49

Economia Qualificação se mostra eficaz para geração de lucros nas empresas

52

Trabalho Mudar de profissão, apesar de arriscado, pode ser a chave da realização

53

Comportamento Criatividade é considerada fundamental para conquistas e realizações

54

Jovens Jovens ainda se dividem entre a dúvida de namorar ou apenas ficar

55

Filhos Como os pais devem ajudar os filhos a superar seus medos na infância

56

Esportes Praticar atividade física após os 40 anos promove a longevidade

57

Bem-estar Apesar de ser visto como desafio, emagrecer após os 40 é possível

58

Homem Fascinados pelas motos, homens acima dos 40 fazem dela um estilo de vida

62

Censo Animal Franca tem mais de três mil animais abandonados pelas ruas

37

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|mirante

EMPREENDEDOR I >>

<< EMPREENDEDOR II

O Escritório Regional do Sebrae-SP levará nove caravanas com empresários de Franca, São Joaquim da Barra e Batatais para a Feira do Empreendedor, que acontece de 18 a 21 deste mês, no Anhembi, em São Paulo. Considerado o maior evento de empreendedorismo no país, ele espera receber 150 mil pessoas nos quatro dias. Será construída uma “Cidade Empreendedora” com temas como oficina mecânica, salão de beleza, comércio eletrônico e outros.

Além das lojas modelo, a Feira do Empreendedor contará com a Vila do Crédito, o Cine Sebrae e outros. O investimento é de R$ 30 por participante. Dois ônibus sairão de Batatais no dia 20 de fevereiro. A missão de São Joaquim da Barra será no dia 21. Já de Franca serão seis ônibus, sendo dois no dia 18 de fevereiro, dois no dia 20 e dois no dia 21, sempre saindo às 5h30. Outras informações e inscrições pelo telefone (16) 3111-9900.

Sebrae levará caravanas à feira

Sairão ônibus de Franca e Batatais

SAÚDE EMOCIONAL I

SAÚDE EMOCIONAL II

Servidores de Franca com respaldo

1,3 mil pessoas terão diagnóstico

Com o objetivo de contribuir com a saúde e bem-estar dos servidores municipais, a Secretaria de Saúde criou o Ambulatório de Saúde Emocional para amparar seus colaboradores e, consequentemente, melhorar o atendimento à população. São duas unidades, uma já em funcionando em espaço anexo ao CEREST - Centro de Referência na Saúde do Trabalhador, localizado à Rua Antônio Bernardes Pinto, 5175, Vila Imperador, atendendo das 7h às 16h.

Na unidade em funcionamento estão sendo desenvolvidas duas vertentes de trabalho: uma delas é a pesquisa de campo, com o intuito de fazer um diagnóstico dos 1,3 mil servidores da saúde para nortear o trabalho a ser desenvolvido. A outra é a assistência imediata ao servidor que precisar de orientações e acompanhamento. Os atendimentos visam ajudar os servidores a solucionarem problemas como ansiedade, depressão, estresse, entre outros.

<< ALTINÓPOLIS I

<< ALTINÓPOLIS II

Estão abertas as inscrições para o concurso da Câmara Municipal de Altinópolis, para contratar profissionais de níveis médio e superior. Os interessados em concorrer podem se inscrever entre os dias 20 de fevereiro e 7 de março, mediante preenchimento da ficha disponível no site da empresa organizadora www.duxconcursos.com. br. É necessário efetuar o pagamento da taxa para garantir a participação. A validade do concurso é de dois anos.

Há oportunidades para Assistente Técnico Legislativo e Procurador Jurídico, com jornadas de trabalho de 35h e 20h semanais, e salários de R$ 1.500,00 e R$ 5.319,36, respectivamente. Os inscritos de nível médio e superior serão classificados por meio de prova objetiva de conhecimentos gerais e específicos; e prova de títulos de acordo com o estabelecido para o cargo pretendido. Confira o edital: http://www.camaradealtinopolis.sp.gov.br/.

Câmara inscreve para concurso

Há vagas com salários de até R$ 5.319

<< BOLSA CULTURA

Novo chamamento até o final do mês A FEAC – Fundação do Esporte, Arte e Cultura de Franca cancelou o último chamamento do projeto Bolsa Cultura e um novo será realizado. A medida foi tomada pelo presidente Marlon Danilo Centeno, com parecer jurídico da Procuradoria do Município. Segundo ele, em razão da ausência de documentos na publicação do edital. Aos profissionais artesãos, a FEAC diz que não haverá prejuízos e que até o final deste mês a situação será resolvida.

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@carmensteffens CarmenSteffensOnline

BUENOS AIRES

CANNES

LAS VEGAS

CALÇADOS, ROUPAS E ACESSÓRIOS fRANCA ShOPPING | OUTLET - STREET ShOPPING MIAMI ORLANDO PUNTA DEL ESTE RIO DE JANEIRO

SANTIAGO

SÃO PAULO

550 LOJAS - 18 PAÍSES

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|panorama

MÚSICA I

MÚSICA II

O Projeto Guri está com inscrições abertas até 24 de fevereiro no Polo Acif Franca para 276 vagas para os cursos de violino, coral infantil e juvenil, viola clássica, violoncelo, contrabaixo, saxofone, clarinete, trompete, trombone, eufônio, tuba, percussão, cavaco, viola caipira e musicalização. Os interessados devem ter entre seis e 18 anos incompletos, comparecer com os pais ou responsáveis à Rua Adolfo de Assis, 1243, Vila Flores.

Não será realizada nenhuma avaliação para verificar o nível musical, basta gostar de música. Também não é preciso adquirir o instrumento musical, já que o polo oferece para as aulas. Os documentos necessários são: RG ou certidão de nascimento, comprovante de matrícula escolar ou declaração de frequência, RG do responsável e comprovante de endereço. Mais informações pelo site www.projetoguri.org.br ou pelo telefone (16) 3722-2633.

Abertas inscrições para Projeto Guri

Não é preciso saber música, basta gostar

TREINO FUNCIONAL

NO DIA 18

Natiely Morais promove aulão

Thiago Brado grava DVD em Franca

A educadora física e personal trainer Natiely Moraes, promoverá no dia 18 deste mês, das 16h às 17h, mais um Aulão de Treino Funcional. Desta vez o encontro acontece no Poliesportivo de Franca. Na ocasião haverá sorteio de vários brindes e premiação da ganhadora do #desafio30dias, além de informações sobre os treinos semanais. Não há necessidade de inscrição e a participação é gratuita. Mais informações pelo telefone (16) 9.9266-6679.

O cantor Thiago Brado volta a Franca no dia 18 deste mês, para um show especial no Villa Eventos. É que o paranaense de Cianorte, que há quatro anos evangeliza através da música, escolheu Franca para a gravação de seu DVD, que reunirá seus grandes sucessos e contará com algumas surpresas. O show terá início às 22h e os ingressos estão sendo vendidos na Hallel Escola – Rua Santos Pereira, 129. Pista custa R$ 30 e área premium R$ 50.

<< CARNAVAL 2017 I

<< CARNAVAL 2017 II

Acontece no dia 12 deste mês, às 16h, no Salão Coliseu, o concurso de melhor samba enredo e eleição da Corte – Rei Momo, Rainha e Princesas – do Carnaval 2017. Serão apresentados os sambas enredos das oito escolas para eleição. Além disso, haverá apresentação da Bateria Pique Brasileiro e do DJ Dinamite. Os ingressos estão sendo vendidos na UESF – União das Escolas de Samba de Franca. Mais informações pelo telefone 9.9123-5911.

A abertura do Carnaval será dia 25 deste mês, às 20h30, seguida de desfile da Corte. A primeira escola a entrar na Passarela do Samba será Mocidade Alegre da Boa Vista, seguida da Acadêmicos da União da Zona Sul. O primeiro dia terá ainda Filhos de Gandhi e Águas Douradas. No domingo será a vez de Pique Brasileiro Leões da Zona Norte, Aliados da Santa Cruz, Embaixadores da Estação e Ases do Ritmo. O resultado sai dia 27, às 15h.

Escolha da Corte será no dia 12

EXPOSIÇÃO E FESTA >>

Encontro de motociclistas em Franca Franca sedia até o dia 11 deste mês, o 1º Encontro Cultural de Motociclistas, no Shopping do Calçado. A proposta do evento é contar a história da motocicleta, do motociclismo e do motoclubismo desde a sua origem até os dias de hoje, através de uma exposição de motos antigas e clássicas. Além disso, no dia 11 haverá apresentações musicais, barracas de alimentação, entre outros. O evento ocorre das 10h às 20h, com entrada gratuita.

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Desfiles começam às 21h do dia 25


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|entrever

ARTES I >>

<< ARTES II

Francano em mostra artística na Alemanha

Artista se expressa através do abstrato

O artista plástico de Franca, Guilherme Hipólito, foi selecionado para participar do “We Live ART”, que ocorre de 7 a 14 de abril, em Nuremberg, na Alemanha. Organizada pela empresa “Vivemos Arte”, que assessora artistas do mundo todo, a exposição passará por vários países com artistas de diferentes nacionalidades. A seleção seguiu alguns critérios: perfil artístico, estilo das obras, qualidade do trabalho e potencial de mercado.

Guilherme Hipólito é portador de deficiência auditiva bilateral profunda, e com isto, ouve apenas ruídos e sons em alta intensidade. Mas ele foi além das barreiras e ao imaginar como seriam os sons, passou a desenhá-los através de um estilo expressionista abstrato. “Estou agradecido a Deus e aos meus pais maravilhosos que sempre me incentivaram”, diz o artista. Para conhecer mais sobre sua obra, acesse: @guimatt16 no Instagram.

EDUCAÇÃO MUSICAL I

EDUCAÇÃO MUSICAL II

EMIM inscreve para 160 vagas

Sorteio público definirá 1ª turma

Estão abertas até o dia 10 deste mês, as inscrições para 160 vagas – sendo 80 para o 1º semestre e 80 para o 2º semestre - da Escola Municipal de Iniciação Musical – EMIM, que oferece aulas gratuitas para crianças e adolescentes entre oito e 13 anos de idade. Os alunos terão duas aulas semanais de 1h30 de duração cada, em horário contrário ao da escola regular. A EMIM, referência no ensino de música, atende mais de 400 jovens.

Os interessados em se inscrever nas aulas devem comparecer à sede da EMIM - Avenida Champagnat, 1808, sala 42, munidos de cópia da certidão de nascimento. O atendimento está sendo realizado das 7h30 às 11h30 e das 13h às 17h30, de segunda à sexta-feira. As 80 primeiras vagas serão definidas por meio de sorteio público no dia 13 de fevereiro, às 8h, na EMIM. Mais informações pelo telefone (16) 3711-9250, com Márcia Crizol.

<< EXPOSIÇÃO I

Mostra pode ser vista até 3 de março

O Laboratório das Artes apresenta dia 3 de março a mostra “Anos de Formação – Acervo Permanente 2017”, que reúne parcela das pinturas, desenhos e gravuras do acervo permanente do Lab, incluindo obras que são do período inicial de criação da coleção do Laboratório das Artes, que comemora 35 anos de atividades. A curadoria da mostra é da artista plástica Atalie Rodrigues Alves, responsável pela manutenção e expansão do acervo.

O objetivo da exposição “Anos de Formação – Acervo Permanente 2017” é divulgar as artes visuais modernas em Franca e região, incluindo a produção de grandes artistas plásticos do país. Dentre os trabalhos estão os dos artistas Carlos Scliar, Salles Dounner, Savério, Takashi Fukushima, Marly Kahtalian. O Laboratório das Artes fica à Rua Cuba, 1099, Jardim Consolação. O horário é de segunda à sexta, das 10h às 12h e das 14h às 17h.

POLÍTICA >>

Corrupção é tema de palestra Acontece dia 8 de março, às 19h30, na OAB Franca, a palestra gratuita “Desafios Contemporâneos do Controle da Corrupção”, com o presidente do Instituto “Não Aceito Corrupção”, Roberto Livianu. Promotor de Justiça, ele dirige uma associação apartidária, sem fins lucrativos, fundada em 2015, e que atua em três frentes: pesquisa, políticas públicas e educação/mobilização. Em Franca ele discorrerá sobre o cenário atual da política. 12| enfoque franca | fevereiro 2017

<< EXPOSIÇÃO II

Laboratório das Artes abre acervo


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|rápidas

EDUCAÇÃO I >>

<< EDUCAÇÃO II

A Secretaria Estadual de Educação iniciou com o retorno às aulas de mais de 51,1 mil estudantes na região, o programa de reforço a todos os alunos dos ensinos fundamental e médio. Em sala, durante o horário regular, os professores trabalham e competências em Língua Portuguesa e Matemática que precisam ser desenvolvidas ou ampliadas. Os pontos críticos foram detectados na avaliação de aprendizagem do 4º bimestre.

Além do intensivão em fevereiro, a Secretaria promoverá a aplicação de uma nova abordagem pedagógica e exercícios aos alunos com dificuldades. Para isso, os educadores devem reunir a classe em grupos formativos ou estações rotacionais. Outra opção é a recomposição de turmas por períodos, de acordo com a habilidade dos estudantes. Tudo foi definido de acordo com a realidade de cada escola e validado a educadores.

Escolas estaduais vão ter reforço

Nova abordagem pedagógica em pauta

BEM-ESTAR I

BEM-ESTAR II

O Centro de Atendimento Inicial e Provisório de Franca – Fundação Casa – deu início ao “Cuidando do Cuidador”, projeto que visa a qualidade de vida daqueles que lidam diariamente com os jovens, ou seja, os servidores. Para tanto, lançou o “Fofitness”, programa para motivar e despertar o funcionário para uma “medida certa”. Isto é, ele é voltado àqueles que precisam eliminar peso, precisam ganhar ou simplesmente manter as medidas.

O programa consiste no acompanhamento – todo dia 10 de cada mês – durante quatro meses, o que inclui pesar na balança, exercícios e disciplina. Nesse período os servidores interagirão cada um com sua dieta e exercícios. O “Fofitness” conseguiu adesão de quase 100% dos funcionários. “Pretendemos com isso melhorar significativamente a autoestima das pessoas”, diz o coordenador pedagógico da unidade, Leandro Facury dos Santos.

Fundação Casa prioriza o cuidador

Unidade lança programa de saúde

INOVAÇÃO I >>

<< INOVAÇÃO II

A Sabesp de Franca já conta com equipamento alemão para transformar o gás do esgoto em combustível para veículos. A tecnologia é fruto de parceria entre a empresa e o Instituto Fraunhofer. O biogás gerado no tratamento do esgoto passa por um sistema de remoção das impurezas, umidade e aumento da concentração de metano. O resultado é um combustível, o biometado, usado no lugar da gasolina, álcool e do GNV.

É a primeira vez no Brasil que o gás gerado no tratamento do esgoto será transformado em combustível para veículos com essa tecnologia. Como a ETE Franca possui vazão de tratamento de esgoto de 450 litros por segundo e produz em torno de 2.600 Nm³ de biogás, estima-se que possam ser produzidos 1.700 Nm³ de biometano por dia, o suficiente para substituir 1.700 litros de gasolina comum a cada dia.

Esgoto de Franca vira combustível

AEC CASTELINHO >>

“João Preto” é reeleito presidente O presidente da AEC Castelinho, João Carlos de Vilhena, o “João Preto”, foi reeleito para o biênio 2017/2018. Ele conta com o empresário José Antônio Filho como vice-presidente. “Nunca vimos o Castelinho tão bem. As contas estão em dia, os sócios estão comparecendo nos eventos organizados pelo clube e algumas obras e ações recentes estão deixando nossa estrutura mais moderna”, disse João Preto, satisfeito em resposta à reeleição. 14| enfoque franca | fevereiro 2017

Produção deve ser de 1,7 mil litros/dia


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|bloco de notas

CORRIDA I >>

<< CORRIDA II

O Grupo de Corridas Run4life acaba de completar dois anos de existência em Franca. E para comemorar seu aniversário, realizou em janeiro uma caminhada e corrida de 5 e 10km, no Poliesportivo. Na ocasião houve uma grande estrutura com som, estandes de patrocinadores, ambulância para atendimento médico, distribuição de medalhas de participação e sorteio de brindes. No dia foi realizada arrecadação de leite para doação a entidades.

O Grupo de Corridas Run4life conta com 256 integrantes e uma lista de espera de mais de 30 pessoas interessadas em participar. Seus treinos acontecem às terças e quintas-feiras, a partir das 19h30, e aos domingos, às 8h, no Poliesportivo. O grupo é aberto e todos podem participar. O objetivo do Run4life é promover a prática esportiva através da corrida, influenciando outras pessoas a começarem também. Informações com Tales: 9.9317-7576.

Run4life completa dois anos em Franca

Grupo conta com 256 integrantes

CURSO ONLINE I

CURSO ONLINE II

O Centro Paula Souza lançou o curso livre gratuito de Gestão do Tempo em sua plataforma online de ensino à distância. Com duração de seis horas, divididas em duas aulas, conta com conteúdo interativo para capacitar o estudante a fazer uma boa administração de seu tempo. Entre os temas abordados estão: gerenciamento do tempo, rendimento maior em menos tempo, estabelecimento de prioridades, otimização do tempo e planejamento do dia.

Os interessados podem se inscrever e estudar a qualquer momento, sem necessidade de processo seletivo. Basta acessar a plataforma em um computador conectado à internet e se cadastrar com login e senha. Este é o quinto curso livre lançado pelo Centro Paula Souza na modalidade Curso Online Aberto e Massivo. As outras formações são Autocad, Canvas, Mercado de Trabalho e Gestão de Pessoas. Veja mais: http://mooc.cps.sp.gov.br/.

Paula Souza lança Gestão de Tempo

Gratuito, curso não exige seleção

NOTA FISCAL >>:

MEIO AMBIENTE

Os usuários cadastrados na Nota Fiscal Paulista já podem consultar no site www.nfp.fazenda.sp.gov.br os bilhetes com que irão concorrer ao sorteio do mês de fevereiro. A 99ª extração do programa terá o prêmio principal de R$ 1 milhão. Participam os consumidores cadastrados que efetuaram compras em outubro de 2016 e solicitaram notas fiscais com CPF ou CNPJ. Foram gerados 132.622.597 bilhetes eletrônicos para 9.505.818 consumidores.

O Fundo Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Franca abriu o prazo para entrega das propostas para obtenção de recursos para projetos, obras ou serviços ligados ao meio ambiente. As propostas devem ser protocoladas até 31 de março, das 8h às 12h e das 13h às 16h30, junto à secretaria, localizada na Avenida Nazira Aidar, nº 2400, Vila Imperador. Informações pelo telefone (16) 3711-3440.

Consulta de sorteio já está disponível

VIOLÊNCIA >>

Furtos e roubos crescem em Franca Os casos de furtos - simples e qualificados -, e roubos de veículos cresceram em Franca em 2016 quando comparados com 2015, segundo estatísticas da Secretaria de Segurança Pública do Estado. Em 2015, foram 862 roubos contra 834 registrados em 2016; 62 roubos de veículos contra 69 em 2016; em 2015, foram 5.470 furtos contra 6.479 em 2016; e foram registrados 790 furtos de veículos contra 933 em 2016. O uso da violência, no entanto, caiu. 16| enfoque franca | fevereiro 2017

Fundo Municipal recebe propostas


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|post scriptum

FRANCA X RIBEIRÃO CORRENTE I

FRANCA X RIBEIRÃO CORRENTE II

900 propriedades rurais entre Franca e Ribeirão Corrente passam a contar com nova cobertura de internet 3G. É que a Algar Telecom implantou uma nova antena, que irá beneficiar produtores rurais, cafeicultores e moradores do bairro de chácaras Bom Jardim, em Franca. O serviço de internet garantirá mais possibilidade de comunicação, favorecendo vendas e novos contatos com fornecedores e clientes, além do uso de sistemas de segurança.

A antena com 60 metros de altura foi instalada na zona rural de Franca, a 10 quilômetros de Ribeirão Corrente, em uma região até então sem atendimento de qualquer operadora, e terá um alcance de cobertura em um raio de até nove quilômetros. Para a implementação da estrutura, a Algar Telecom contou com o apoio da Cocapec – Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas e lideranças da comunidade do bairro de chácaras Bom Jardim.

Zona Rural conta com cobertura 3G

OBRIGATÓRIO

Instalada antena com 60 metros

ANO LETIVO 2017

Alistamento militar é realizado

Escolas municipais retornam dia 7

Já está sendo realizado o alistamento militar para os jovens que completam 18 anos em 2017. Eles devem comparecer até o dia 30 de junho à Junta do Serviço Militar, que fica à Rua Frederico Moura, 1516, Cidade Nova, munidos dos documentos: RG e CPF, duas fotos 3x4 recentes e iguais, e comprovante de residência recente. O horário de atendimento é de segunda à sexta-feira, das 8h às 11h e das 13h às 16h. O alistamento é obrigatório.

Os alunos das escolas municipais estão se despedindo das férias. As aulas serão retomadas no próximo dia 7, tanto para as EMEB’s – Escolas Municipais de Ensino Básico quanto para as EMEI’s – Escolas Municipais de Ensino Infantil. Para o ano letivo de 2017, são esperados 17.622 novos alunos. Ao todo, entre creches e escolas municipais de ensino infantil e ensino básico, serão 25.910 crianças e adolescentes atendidos no ano letivo.

XADREZ I >>

<< XADREZ II

Francanos no maior torneio

Grande Mestre Paraguaio vence

Três francanos: Lucas B. Massucatto Resende, Hermes Ludovino Silva e Rodrigo Villas Boas de Souza estiveram no Floripa Chess Open 2017, maior torneio de xadrez atualmente no país. Eles representaram em partidas do ritmo clássico, ou seja, com 90 minutos e acréscimo de 30 segundos para cada lance efetuado. Foram 400 jogadores, de 14 nacionalidades, que se confrontaram em 10 rodadas ao longo de sete dias.

Rodrigo Souza alcançou a 164º posição no fim do torneio, Lucas Resende terminou em 245º e Hermes Silva terminou como 361º colocado. Hermes ficou como 18º jogador na categoria Sênior (maiores que 65 anos). O torneio foi vencido pelo Grande Mestre Paraguaio Axel Bachmann, que derrotou o Grande Mestre Alexey Shirov, que veio da Letônia para esse torneio. Julio Granda, e campeão de 2016, ficou em terceiro lugar.

<< QUALIFICAÇÃO

Franca Viva com vagas em 11 cursos A ONG Franca Viva está com inscrições abertas para vagas remanescentes em 11 cursos. São eles: Secretariado; Vendas; Oratória; Operador de Caixa; Empreendedorismo; Gestão; Telemarketing; Informática Básica; HTML; Excel e Corel. As aulas serão na unidade móvel I da ONG, que está na Escola Estadual “Hélio Palermo”, Jardim Dermínio. Para se inscrever, basta comparecer à Rua Capitão Zeca de Paula, 510, Jardim Consolação, com cópia do RG. 18| enfoque franca | fevereiro 2017


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|crônicas

J. E. de Oliveira Ramos (Joca)

Luís H. Borba Escritor, autor de Viajando-me

|pulsar Conversas Pai e filho ajeitam um, dois latões de leite na carroça. O menino levantou-se faz pouco tempo, saiu da casa esfregando os olhos como se a escuridão o incomodasse, ouviu o grito do pai a chamá-lo e não teve tempo de esboçar um bocejo antes de sair correndo na direção do curral. Ali, três vacas dividem um pequeno espaço na inalterada mansidão bovina - olham-se, olham ao redor com negros olhos numa aparente desatenção do mundo. Mas basta-lhes o insulto de uma ameaçadora mão para girarem os corpos no sem rumo de uma fuga, para chocarem-se umas as outras, baterem nas madeiras do curral no inútil desespero a procurar uma saída que por enquanto não têm. A claridade do dia já mostra o orvalho aninhado sobre as folhas, num espreguiçar de gotas, a aprovei­ tar a proteção da madrugada. Com o sol, o orvalho começa a se recolher, incomodado pelo calor a lhe agulhar a pele líquida. Os caminhos de terra da casa ao curral, do curral à estrada despertam de uma letargia causada pelo silêncio, pela ausência do des­ conforto de botinas e rodas e cascos e patas a lhes causarem cicatrizes, a espalharem suas pedras, na terra fina, no desajeito de um jogo não combinado. O menino acomoda-se na carroça, o homem ajeita o chapéu, puxa as rédeas na ordem de movimento ao cavalo. O trote sonolento do animal é despertado pelo vigor com que o homem torna a mexer nas rédeas. A carroça sacoleja, os latões conver­ sam na metálica fala dos choques entre si, nos líquidos argumentos do leite, o menino olha o sol passar por entre as árvores, um cão salteia de lado a outro, latindo orientação ao homem, fustigando o cavalo, o homem guia o animal em arranques nas rédeas - saem do sítio e tomam a estrada que leva ao vilarejo, cinco quilômetros adiante. A volta terá o blém-blém dos latões vazios, o cão, aos pés do menino, dizendo cansaço na língua que não para dentro da boca, o ranger de rodas, machucadas pela terra dura e pelas pedras, o bufar do cavalo em esforço de subida. A volta terá pai e filho a se dizerem companhia na comunhão muda do toque de suas costas. 20| enfoque franca | fevereiro 2017

Bruno Cunha Escritor

da Academia Francana de Letras

|miragem

|espaços

Academias de Letras ¹

Novo eu

Hoje esquecidas, existiram em Franca algumas academias de letras dos então chamados grêmios estudantis, nos anos 50 e 60. Recorri ao Dr. José Chiachiri Filho e ao Dr. Paulo de Tarso Oliveira para avivar a memória e nos lembramos de algumas: a ALMA (Academia Literária Machado de Assis) do Instituto de Educação Torquato Caleiro (era assim que se chamava o atual IEETC); a Academia de Letras Castro Alves do Instituto Francano de Ensino (Ateneu); a Paulo Setúbal do Colégio Champagnat; a ALEF (Academia Literária dos Estudantes Francanos), que congregava os alunos de todas escolas secundárias (ginásio e colégio); e a ALUF (Academia Literária dos Universitários de Franca). Chiachiri mencionou outra, que teria existido no CEDE (Colégio Estadual David Ewbank). Participei da Castro Alves e da ALUF. Instalada a Faculdade de Filosofia de Franca (História, Geografia e Letras), em 1965 foi criada a ALUF, por iniciativa de Paulo de Tarso Oliveira, José Chiachiri Filho e Elias Mota. Em molde exigente, admissão mediante concurso, a ALUF foi uma so­ ciedade ativa e teve duração prolongada. Alguns dos trabalhos dos candidatos e dos já acadêmicos mostravam apreciável qualidade, na opinião de professores do curso de letras. Nessas corporações, nascidas da inquietação dos estudantes e do estímulo dos professores, vivia-se o saudável encanto da arte literária. E, apesar da ausência de orientação de profissionais, despertaram vocações que enriqueceram a cultura francana. Nomes que ilustram a produção literária de hoje iniciaram em nossas academias estudantis. Antes, muito antes, existiram em Fran­ ca os clubes de leitura, talvez os embriões das academias. Tudo isso é passado... Passado que merece resgate e pesquisa que será aprofundada.²

A pior promessa é aquela da boca pra fora. Confesso com profunda tristeza que 2017 não começa muito bem. Não para mim. O plano de ser alguém melhor foi por água abaixo logo nas primeiras horas do primeiro dia do ano. E isso me perturba. De nada adiantou as romãs, as uvas, as lentilhas e todas as promessas de ano novo. Estávamos na casa da minha tia. Conversávamos sobre não sei o que, quando decidi ser o DJ da festa. Modéstia à parte, tenho bom gosto pra música. Mi­ nhas escolhas certeiras e ecléticas naquela noite me renderam bons elogios. O ano, até então, começava da melhor maneira possível.Todos se divertiam, com exceção, é claro, do nicho mais exigente da festa: as crianças. Essas, claramente, demonstravam um descontentamento raivoso que beirava a agressão. “Ô, tio, põe funk!” – diziam elas a cada nova música escolhida. As ignorei na esperança de que isso soasse como um recado – hoje não teremos funk –, ou melhor, que caísse no esquecimento. Ledo engano. Crianças são profundamente persistentes em suas querenças e, acima de tudo, têm a memória fresca. A cada nova música, o mesmo pedido: “Ô, tio, coloca funk!”. A minha paciência chegara ao fim e com ela minhas resoluções do novo eu. “Ah, tá! Já vou por.” Respondi. Uma mentira deslavada, vil e clássica de um adulto media­ no. Duas horas e trinta e oito minutos foi o tempo de vida de uma parte das minhas promessas de ano novo, pondo a perder todo o resto. Sou, admito, por natureza exagerado. Dramático. Qualquer detalhe se torna uma grandeza descomunal. Mas veja bem, menti para uma criança. É difícil para eu dizer isso, confessar assim abertamente, mas somos frutos de nossas ações e eu sou uma mentira mal contada Permito-me, pelo menos nestas linhas, restabelecer minhas resoluções de ano novo. Desta vez com ressalvas: pequenas e esporádicas mentiras estão permitidas, desde que devidamente justificadas: o funk não me agrada. Demos graças. Ainda sou o novo eu.

¹ Original de 2002. ² Posteriormente divulgarei pesquisa complementar.


enfoque franca | fevereiro 2017|21


|crônicas

Perpétua Amorim da Academia Francana de Letras

|360 graus Poetas não são razoáveis Os poetas costumam dizer que “os olhos são espelho d´alma”. Imagem poética que nos remetem ao desconhecido e nos envolve em mistérios divinos, alimenta indagações subjetivas. A expressão espelho d´alma reflete principalmente ao amor ro­ mântico, aquele que vê nos olhos do outro tudo que o próprio coração sente. Os olhos são portais de frágeis penetrações e tudo que eles alcançam registram em suas retinas e remetem as profundezas da alma. Então, os olhos são canais que irrigam a alma e quando essa se encontra abastecida devol­ ve em forma de brilho a beleza contida no processo de transformação realidade/olhos/ alma, concretizando o mistério alma/cora­ ção. Pensamento de poeta é assim mesmo. Não chega a lugar nenhum, não prova nada, deixa no ar, por isso “é tão difícil as pessoas razoáveis se tornarem poetas, quanto os poetas se tornarem razoáveis”, segundo Pablo Neruda.Prefiro pensar que os olhos dizem tanto quanto as mãos, os braços e qualquer outra parte do corpo. Para enten­ dê-los é necessário seguir as linhas que con­ tornam toda a face, analisar os movimentos dos lábios, determinar distâncias e calcular a posição exata da palavra não dita. Creio que o corpo responde os estímulos da alma, que determina em silêncio os movimen­ tos, sem espelhos para refletir-se. Muitas vezes, confusa com a desordem humana, a alma se aninha em recantos inusitados da consciência e lá permanece enviando sinais desconectados. Paralisada com os excessos, a alma imbui-se de futilidades e sem o privilégio da escolha fica impossível descobrir a melhor maneira de fugir dos domínios do homem. Cada atitude sem alma e sem ligação com o Divino torna-se brutalmente enrijecidas e metabolizadas em angústias e sofrimentos. O desalmado entrega-se em volúpias na ânsia de tudo poder, enfrenta sua própria natureza animal e desarmoniza com a plenitude humana, ao mesmo tempo em que mergulha num círculo de mesmices pode ser agente de atos totalmente inacreditáveis. 22| enfoque franca | fevereiro 2017

Beto Chagas

Psicólogo e escritor

|palavras contidas

Frederico Millano é Cronista

|mais ou menos

Andando e conversando

Na encruzilhada

Das conversas informais, que vêm do nada, sem a pretensão de criar novas ideias, sem a intenção de inventar a roda, é que surgem as boas soluções para a vida. Geralmente, elas acontecem naqueles mo­ mentos improváveis. Foi assim que, num dia em que tudo parecia irritante, com carro estragado, ônibus lotado, cabeça acusando alguma invigilância, fui a pé para o trabalho, pela manhã, do Centro para a Cidade Nova, rumo ao Paço Municipal. No percurso surgiu a oportunidade de prazero­ sa caminhada com o Zacharias Mussi Cury, eterno atleta maratonista e então assessor do Vice-Prefeito Ary Balieiro. O Zacha é uma pessoa com quem dá gosto conversar. Muito ligado nas coisas, tem sempre uma opinião bacana. É da­ quelas pessoas que veem o mundo com ares de solução e, até onde eu sei, entre o silêncio e a maledicência, prefere calar. Cruzando o canteiro central da Avenida Major Nicácio, começamos falar do clima. Acho que ambos, sentindo a variação de temperatura, percebemos que o vento de agosto já não conseguia amenizar o calor do inverno. Olhamos um para o outro, como que a indagar: “Calor do inverno?”. Isso mesmo! Agora faz calor no inverno... E foi o Zacha quem completou: - E essa maluquice não é só coisa de Franca, nem do Brasil. É coisa do planeta. Subimos pela Prudente de Morais, confabulando acerca da irracionalidade hu­ mana. Das geleiras derretendo, passamos para as queimadas, chegamos às atitudes cotidianas que, querendo ou não, interfe­ rem no equilíbrio do pensar, que atrapa­ lham o agir. Descobrimos que há um elo perdido entre o verdadeiro ser humano e a sua capacidade de se perpetuar naquilo que é ou avançar rumo aonde poderá chegar. Zacha e eu chegamos ao nosso destino antes de concluir a conversa. Ficou a inde­ finível sensação de que o planeta precisa evoluir rumo às suas origens. Depois disso, por alguns anos continuamos a conversar sobre todas as coisas, sem concluir.

Deitados abraçados nos degraus da escada do jardim, na madrugada que ainda tenta segurar o verão no fim de março, só as estrelas iluminam nossos sonhos. As nuvens caminham lentamente, como que brincando de mostrar e esconder a inspira­ ção. Mas quando a luz do luar transpassa as barreiras e ilumina o seu rosto, na sua expressão eu vejo nascer o amor. Quando você sorri sem nenhum pudor eu vejo nascer a paixão. Meus olhos parecem ma­ rinheiros no convés do teu carinho. Meus beijos parecem jardineiros aparando medos nos cantos dos seus lábios. Meus dedos parecem carcereiros prendendo desejo dentro do seu corpo. Pela luz que vem das frestas, eu te vejo como que nua e o que eu mais quero é me perder nas dobras do seu corpo. Você me pede para te ensinar quando na verdade sou eu quem aprendo tanto. O seu sussurrar tênue tem a força das divindades que despertam fantasias. Minhas mãos deslizam por seu rosto e assumem a medida do seu corpo, te enfeitando com os arrepios que nascem nos gestos de carinho e sedução. Na sua boca os meus lábios sentem o gosto de rosas vermelhas e o seu sorriso transforma a insegurança em calor de estrelas. Quero-te sem precisar querer e te faço amiga amante, transformada em segredo, desafio que brinca com o perigo. Com seu jeito corajoso de quase inconse­ quência, você me ensina a brincar com o medo, a rir do meu temor de falhar. Com o seu sentimento que me inflama, você me ensina a amar. Com sua presença, você me ensina os ritos da paixão. Com seus passos você me ensina a caminhar, com sua obsessão pelo caminho você me ensina a cansar. Com o seu abraço você me ensina a descansar. Com o seu trajeto, você me ensina o horizonte. Na encruzilhada você me aponta a direção. Com sua ida você me ensina o fim do mundo, com a sua volta você me ensina o fim da saudade. Com a sua falta você me ensina a magia do querer. Só falta você me ensinar a deixar no passado o que eu nunca serei no futuro.


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|Artigos

Leandro Ernandes publicitário

Fabiana Carvalho

Fisioterapeuta

| negócios A dinâmica das vaidades Criatividade a serviço do quê? “É que Narciso acha feio o que não espelho...”. O trecho da Canção “Sampa”, de Caetano Veloso, deixa sinais do comportamento que faz a humanidade se perder tanto e culpar o “outro”, tamanha a perdição em que se encontra. Ferdinand de Saussure, linguista e filósofo suíço, trata a língua como um sistema formado por signos, que é a relação entre significados e significan­ tes, onde significado representa o conceito e significante trata-se da forma gráfica e som. Por exemplo: “Espelho” é um signo, composto por um conceito (ideia de espe­ lho), escrita (a palavra) e som (pronúncia). A relação da linguística com as “vaidades” se dá a partir do momento em que um indivíduo, a partir da linguagem se esforça a persuadir o outro a uma ideolo­ gia, comportamento, algo ou alguém que se pretende alcançar, ou seja, tenta vender seus signos de felicidade e sucesso para que outros acreditem e o ajudem buscar, porque talvez o seu sonho, visto a sua vaidade, é tão grande que não dá para buscar sozinho. Para Greimas, linguista russo, a estru­ tura da comunicação se dá pela articulação de dois polos opostos. Desta forma é possível observar a diversidade de cren­ ças instaladas na sociedade como a mais comum entre todas: Bem sucedido versus Mal Sucedido. A ciência comprova que vícios são há­ bitos repetidos direcionados por caminhos neurais que proporcionam, em muitos casos, benefícios hoje e malefícios amanhã. Assim muitas práticas corporativas e atitudes pessoais, são guiadas por vícios, porque é “assim que tem que ser”. Quando o indivíduo pensa ter desper­ tado para o “Fazer por que quero, por que sou autêntico” seu querer, na maioria dos casos é para satisfazer sua vaidade. Desta forma, parece que ação e reação humana comportam-se num ciclo repetitivo de satisfações, por ter prazer em conseguir ou em conseguir para outro. 24| enfoque franca | fevereiro 2017

|viver bem O auxílio na respiração Se você tem um filho com menos de três anos, provavelmente já enfrentou dificulda­ des para eliminar a secreção que se forma com as doenças respiratórias, comuns nesta época do ano. Em muitos casos, apenas a limpeza com soro fisiológico e inalação já resolvem. Mas há quadros em que a secreção se acumula e acaba obstruindo as vias aéreas, dificultando a respiração das crianças. Para estes casos, a fisioterapia respiratória pode ser uma aliada. Específica para prevenção e tratamento de doenças que atinjam o sistema respiratório, eis algumas doenças em que a fisioterapia respiratória é indicada: asma, bronquite, enfisema pul­ monar, insuficiência respiratória, obesidade mórbida e tuberculose. Em crianças, o tratamento pela fisiotera­ pia respiratória deve ter início o mais preco­ cemente possível. São comuns em bebês e crianças algumas doenças respiratórias que podem ser ocasionadas por infecções virais, poluição do ar e até por fatores genéticos. Crianças que são afetadas por doenças como asma, bronquiolite, fibrose cística, pneumo­ nia, rinite e síndrome do lactente chiador, necessitam de tratamento pela fisioterapia respiratória. O fisioterapeuta irá buscar a ex­ pansão pulmonar do paciente infantil, além de prevenir possíveis doenças respiratórias e em casos mais simples, como quando há uma respiração realizada de forma errada, o fisioterapeuta irá treinar a respiração para que seja realizada corretamente, tornando-a eficiente.As intervenções da fisioterapia respiratória são importantes para melhorar a capacidade de respiração e oxigenação de todo o organismo do paciente, princi­ palmente pessoas que estão acamadas ou impossibilitadas de eliminar secreções de forma natural. O fisioterapeuta irá trabalhar tanto no pré quanto no pós-operatório. Seus objetivos são os de reabilitar o paciente para o convívio em sociedade e aconselhar a maneira mais adequada para manter a qualidade de vida e sua independência res­ piratória funcional.

Janisse Lúcia Mahalem Lima Psicóloga

|comportamento Despedir sem dizer adeus Um novo ano começa e junto com ele novos projetos e sonhos. Alguns implicam em nos despedirmos do que já fazíamos para nos arriscarmos no novo. Quero me despedir de todos que viajaram comigo pelas palavras neste espaço. Os caminhos que fizemos juntos foram pelos labirintos sempre complexos do ser humano, por estradas tortuosas que nos revelam luzes e sombras, mas que sem­ pre nos acolhem renovados em um novo horizonte. Nunca compreenderemos ou desvenda­ remos toda a complexidade do ser humano e seremos sempre aprendizes frente às infinitas nossas possibilidades. Dividi aqui reflexões construídas ao longo de mais de três décadas de expe­ riência clínica em psicologia, para juntos ampliarmos nossas consciências e modos de perceber e respeitar a nós e aos outros, trabalhando complexidades, limites e po­ tencialidades. Sabemos que ainda temos muito para aprender e compartilhar, por isso novos olhares e reflexões de quem escrever aqui também nos enriquecerão. Agradeço de coração a todos que caminharam comigo até aqui, aos que me devolveram e me fizeram crescer com suas avaliações e críticas, com seu carinho em trocar comigo e com as emoções que com­ partilhamos. Para mim que sou psicóloga, a jornada interna da pessoa é sempre apai­ xonante e eu continuarei a trabalhar seus desafios. Aos que estiveram aqui comigo espero que tenham saído enriquecidos. À Fernanda Ribeiro e a toda equipe da revista meu muito obrigada. Ao Cesar Colleti, que abriu as portas da revista para mim, minha mais profunda gratidão. Ao meu filho Leandro Mahalem de Lima agradeço pelas trocas e críticas que tanto me ajudaram. Aos leitores, meu até breve, com muito carinho.


|indicador de saúde

Dr. Ubiali Marco Aurélio Ubiali Neurocirurgia | Neurologia

CRM SP 32.385

16 3720-2018

drubiali@yahoo.com.br

Rua Demar Tozzi, 340 - São Joaquim - Franca/SP

enfoque franca | fevereiro 2017|25


|boas ideias

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enfoque franca | fevereiro 2017|27


|Artes

U

m problema de saúde e a necessidade de extravasar todos os sentimentos e pensamentos que essa nova realidade causavam foram o estopim para que Clermon Rosa dos Santos descobrisse em si mesmo uma nova força: a das artes. O desejo de pintar surgiu após ele ver uma matéria do pintor surrealista René Magritte, natural da Bélgica e contemporâneo de Dalí e outros surrealistas. “Sua arte me fascina por exalar poesia mesmo quando assustadora”, diz. Mineiro de Sacramento e aproveitando cada descoberta, aprendizado e vivência de sua jornada de 49 anos, Clermon percebeu que poderia usar a arte como terapia por volta dos 30 anos de idade. Ele tomou gosto pela pintura, embora quando estava na escola já tivesse afinidade com o desenho. “Então decidi começar minha carreira artística, mesmo que de forma tardia”, conta múltiplo artista. Apesar de autodidata e com um estilo definido como surrealismo contemporâneo, Clermon começou fazendo artesanato para depois enveredar no universo de esculturas e telas. Ele costuma dizer que a arte está nele em todo momento e é um processo evolutivo. “Faço um pouco de tudo, inclusive artefatos em couro, e agora estou trabalhando com uma técnica que se chama Quilling, uma arte em papel”, observa.

Após se afastar das artes plásticas por conta de um problema de saúde, Clermon retoma sua carreira com entusiasmo e paixão

Fotos: Charles Rodrigues

As inspirações

Perfeccionista e muito detalhista, o artista plástico revela que cada peça que decide desenvolver, leva o tempo necessário para que esteja no ponto em que ele considera perfeito. Por isso diz que seu trabalho não combina com pressa, mas mesmo assim já produziu ao longo dos anos, cerca de 100 variadas obras. Entre os que Clermon tem maior carinho está o denominado “Candelabro”, através do qual ele quis eternizar sua tartaruguinha, e o retrato de sua mãe. “Costumo dizer que todos são meus filhos, pois não tenho filhos biológicos. Então, estes são os que tenho maior apreço”, confidencia. Fascinado por sonhos, Clermon explica que foi justamente o fato do surrealismo explorar muito o subconsciente que o fez seguir por esse caminho. “Um artista surrealista passa o inexplicável, onde o observador entra em confronto com suas opiniões. Isso que é legal, porque a pessoa que está observando a arte, se interroga e tira suas próprias conclusões sobre o que vê”, comenta. Por conta disso, além de se ins-

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pirar em René Magritte, Clermon é fascinado pelas obras de Salvador Dalí e Giorgio di Chirico. O resultado de toda essa inspiração são telas com grande quantidade de símbolos, personagens e figuras, que contém representação dual da realidade – com sua particular forma artística na intersecção entre fantasia e não ficção. Assim, o observador atento precisa usar a sua imaginação para compreender o que o artista deseja transmitir ou criar sua própria interpretação. “A arte é um dom que Deus lhe concede para que tenha conexão direta com Ele”, pondera o artista.

O retorno

Um artista que faz de sua arte um constante e inexplicável questionamento

Clermon realizou várias exposições ao longo de sua carreira artística, como Salão de Novembro da Casa da Cultura, Semana de Portinari, entre outras. Na Francarte, em 2005, ele apresentou dois quadros e foi condecorado com medalha de ouro. No final do ano promoveu a mostra “A Arte Surreal”, na Casa da Cultura de Franca, levando várias obras. “Muitos destes quadros já estavam prontos e retratam uma trajetória da minha vida. Cada quadro marcou uma fase da minha vida e com minha querida mãe, então achei importante levá-los para que o público compartilhasse destes muitos sentimentos e vivências”, diz o artista plástico, que ficou um período anônimo após um problema de saúde. “Tive que me afastar em 2010 para realizar um tratamento paliativo contra uma hepatite C, mas graças a Deus fiz um transplante de fígado em abril de 2014 e após algum tempo, voltei a me dedicar às artes”, conta. Feliz com esse retorno, Clermon agora se dedica à criação de um book virtual para propagar ainda mais a sua arte. e

Inspirado pelo pintor surrealista René Magritte, Clermon procura fazer a arte onde o observador entra em confronto com suas opiniões


Eide L’equipe

Salão de Beleza

Rua General Osório, 525 - Estação 3724-5390 - 99145-1165

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|Música

L

ucidez: olhar o mundo com olhos diferentes dos estereótipos. É olhar o mundo com um olhar de amor, acreditar no bem, acreditar que não exista maldade e sim ignorância. A palavra parece simples, comum, mas foi ela a escolhida para denominar a banda formada por Eduardo Gibelli – voz e violão; Caio Dagher – violão e gaita; Samuel Silva – violoncelo; Danilo Zinader – bateria e percussão; e Danilo Magalhães – contrabaixo - justamente por carregar de forma implícita uma filosofia de vida. “O nome foi escolhido depois de muito pensarmos. Acreditamos que Lucidez é deixar de ser um ser passivo na sociedade e assumir a nossa responsabilidade na mudança desse planeta. É assim que todos nós deveríamos ser, seres lúcidos, pois todos nós queremos um mundo melhor, mas o que estamos fazendo de fato para que isso ocorra?”, explicam os músicos. Apesar de seguir esta linha, a Banda Lucidez não está vinculada a nenhuma crença específica. Pelo menos não as mensagens que passa através de suas canções e apresentações. “Nossas mensagens são de moral cristã, pois acreditamos que tudo que fazemos nessa vida tem que ter um propósito que acrescente ao mundo algo positivo. É isso que buscamos”, enfatizam.

Criada há dois anos, Banda Lucidez possui músicas autorais que falam sobre fé, a importância de viver o momento, entre outros

Foto: Samuel Mendes

A proposta

Criada há dois anos, a Banda Lucidez não possui um palco específico. Isto é, com a proposta de levar a mensagem de otimismo, fé e reflexão, ela se apresenta onde for preciso. “Dia desses tocamos no presídio feminino de Franca. Foi uma experiência maravilhosa, que vamos guardar em nossos corações. Também tocamos no Hospital do Câncer, na quimioterapia, e sempre recebemos mais que doamos. Aliás, o ser humano, esteja ele na prisão, numa sessão de quimioterapia, ou numa plateia, tem a mesma necessidade: amor e sentir-se amado”, destacam. Com várias canções autorais, a Banda Lucidez procura transmitir a mensagem que deseja. “As composições são feitas pensando em nossas necessidades como seres humanos. Temos canções que falam sobre a fé, sobre a importância de vivermos o momento, sobre a crença de que nosso mundo está cheio de pessoas de bem. Claro que tudo isso é feito através da linguagem poética e musical, e é isso que torna tudo mais bonito”, explicam os músicos, que também apresentam canções não autorais, mas com fundo moral o qual se identificam.

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E o estilo da Lucidez pode ser definido como folk, folk rock e indie. “O folk não é um estilo ainda muito conhecido no Brasil, especialmente com letras em português, mas resolvemos apostar nesse gênero, pois é o que traduz a alma da banca com maior propriedade e fidelidade”. O objetivo de Eduardo, Caio, Samuel e dos dois Danilos é fazer com que as pessoas que os assistem ou ouçam, se inspirem a ser alguém melhor, ou acreditem na saída para sua dificuldade. “É como aquele filme da ‘Corrente do Bem’, tentamos fazer nossa parte nessa corrente”.

O retorno

Com a proposta de amor e bem, Banda Lucidez conquista os palcos de Franca

E o resultado desse trabalho não poderia ser outro, a não ser surpreendente. “Acho que isso está acontecendo porque as pessoas conseguiram ver a verdade que existe em nosso trabalho, e quando não envolve dinheiro, fica tudo mais fácil, o sentimento fica em primeiro plano e a mensagem atinge a alma”, observa Eduardo. E é acreditando muito no que cantam, acreditando na música como sendo uma das vertentes que irão ajudar a modificar o mundo, que os músicos possuem um anseio maior: serem ferramentas de transformação de vidas. “Que a vida nos leve por bons caminhos, pois como diz uma de nossas músicas chamada ‘Jornada’, ‘a jornada vale mais que o destino’, não nos importa o destino, o importante é a jornada. Que Deus nos dê sabedoria e lucidez para trilhar esse caminho com amor. Longe da vaidade, e inspirados pelo bem, é tudo que pedimos sempre”, reforçam. Para conhecer mais sobre a Banda Lucidez, basta acessar sua página no Facebook: https://www. facebook.com/bandalucidez. e

Formada por Eduardo Gibelli, Caio Dagher, Samuel Silva, Danilo Zinader e Danilo Magalhães, a Lucidez canta o folk, folk rock e indie


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|Literatura

A

indiferença às diferenças tem sido o norte da Academia Francana de Letras – AFL – nos últimos 20 anos. Referência na defesa e na difusão da cultura local e também na valorização e reconhecimento de quem luta por estes ideais, a AFL traz agora a público sua história, seus feitos, suas conquistas, seus anseios e uma pequena mostra da produção literária de seus membros. E tudo isso poderá ser visto em “Memórias da Academia Francana de Letras”, livro que será lançado este ano e que marca os 20 anos da instituição. O livro é composto de três partes. A primeira escrita com muita propriedade e competência pela acadêmica e vice-presidente da AFL, Ivani de Lourdes Marchesi de Oliveira, responsável por introduzir o leitor numa história recheada de simbolismo. A seguir, os textos dos acadêmicos efetivos e correspondentes – são 28 participantes. E os textos encontrados na obra seguem de acordo com o estilo e prática de escrita de cada acadêmico. E a terceira etapa foi destinada à pesquisa e estudo das atas durante os 20 anos de atuação da AFL, complementado com os feitos e parcerias extra-academia. “Essa parte foi executada pela presidência. Contamos com a revisão gramatical dos acadêmicos Everton de Paula e Cirlene de Pádua”, destaca a presidente Perpétua Amorim.

O livro “Memórias da Academia Francana de Letras” traz a história da instituição, textos de seus acadêmicos e informações gerais

A instituição

Seus 20 anos

Com 20 anos completos, a Academia Francana de Letras possui hoje 27 membros efetivos, um aprovado para ingressar neste ano; um honorário e quatro correspondentes. E entre seus principais feitos - devidamente registrados no capítulo “Roda Cigana”, em alusão ao fato de que a AFL nunca para, está sempre em movimento, representando o ir e vir, o circular, o passar por diversos estados, o ciclo da vida, da morte e renascimento, e é usado para atrair a grande consciência, a evolução, o equilíbrio, estão a vinda da escritora Lygia Fagundes Telles e do escritor Adelino Brandão, em 1996, para as festividades de lançamento da instituição recém-criada. “De lá para cá podemos citar centenas de palestras importantes e estudos debatidos com intuído de colaborar com o crescimento intelectual de seus membros e convidados. Em 2003, por exemplo, em comemoração aos 90 anos da Catedral, foi feita uma Sessão Solene na Sé Catedral Imaculada Conceição, com discursos, palestras e a afixação de placa comemorativa numa das

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colunas do altar-mor”, afirma a presidente Perpétua Amorim, sobre a atuação da Academia Francana de Letras para o fortalecimento da cultura e o desejo de ampliar seu leque incentivador e protetor da língua pátria, buscando e tecendo uma rede de interesses literários não só com escritores francanos, mas também com outros escritores de cidades vizinhas ou com raízes na terra das Três Colinas. “A cidade que possui uma instituição do nível da Academia de Letras não só demonstra a sua preocupação com aqueles que procuram manter viva a cultura local, mas também visa o crescimento intelectual da comunidade”, reforça.

As memórias da Academia Francana de Letras contada em um livro dos seus 20 anos

Suas reuniões – que atualmente ocorrem na Casa da Cultura - acontecem uma vez por mês, sempre na primeira terça-feira. “Nos encontros temos a parte protocolar, com leitura da ata e assuntos relacionados ao bom andamento da academia. Um acadêmico convidado apresenta palestra ou estudo a respeito de literatura e por fim temos a roda de poemas, com a participação de todos”, explica Perpétua. Vista como um referencial, ao mesmo tempo em que zela e ampara o bom uso da palavra escrita, incentiva e colabora para despertar novos interesses por ela, a Academia Francana de Letras tem como principal objetivo ser a guardiã de Língua Mãe. Enquanto mantém os olhos ávidos por amanhãs e procura ser uma desbravadora de ideias e cultivadora da história, acolhendo os escritores dessa terra, os homens e mulheres das letras francanas. “Estamos caminhando há 20 anos, o que já é uma conquista muito grande. Sabemos também que temos muito pra fazer em benefício da nossa cultura”, salienta Perpétua. e

A Academia possui 27 membros efetivos, um aprovado para ingressar neste ano, um honorário e quatro correspondentes


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Ken Chu - Expresso Studio

Acesse! Totalmente Grรกtis! 34| enfoque franca | fevereiro 2017


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Com a mesma qualidade de quem faz as melhores revistas enfoque franca | fevereiro 2017|35


|Como Funciona

Cuidado extra com o veículo U

m carro entra na mira dos bandidos no país a cada minuto. Em dois anos, foram mais de um milhão de carros roubados em todo o Brasil. Os estados mais perigosos para quem tem carro são Rio de Janeiro, Goiás e São Paulo. Além de revelar a falta de segurança na qual os motoristas estão expostos, os dados apurados pela Confederação Nacional de Seguros ajudam a fomentar o interesse pelo rastreador de veículos, um sistema que permite descobrir a localização exata do automóvel. Que tal a ideia de acompanhar o carro de onde você estiver, seja pela internet, celular ou por meio de uma central telefônica? O primeiro passo é entender como o rastreador opera e conhecer as funcionalidades do sistema. Tudo começa com um módulo rastreador instalado no carro com duas tecnologias principais, cujo GPS recebe do satélite informações sobre latitude, longitude e direção. Em alguns casos, as informações são interceptadas via radiofrequência.

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O GPRS envia esses sinais captados pelo GPS à central de operações, se utilizando de um chip semelhante ao de um celular. Ele envia um sinal para plataforma de rastreamento da central de operações, que o decodifica, transformando em endereço. Quando o veículo está com a ignição ligada, é transmitido de minuto em minuto um pacote de dados com sinal de localização e velocidade para o sistema, via internet. Quando não, o sinal é enviado a cada 12 horas. Quando há situações de emergência, por exemplo, o condutor avisa à central através de um botão secreto de alerta e faz com que a empresa de rastreamento possa até mesmo bloquear o funcionamento do veículo. Com a Getrak, você encontra uma rede de instaladores espalhada pelo país inteiro: além de instalar o rastreador para você, eles ainda contam com parcerias com a Claro, Oi e Tim para conectar o chip de dados. Com usuário e senha, o cliente consegue monitorar o carro de qualquer local, via internet. Em caso de roubo,

o 0800 é acionado. Em menos de um minuto, a equipe envia um sinal para o bloqueio do carro. Esse sinal atua diretamente na bomba de combustível ou ignição e o carro vai parando lentamente. Na sequência, uma equipe de segurança vai até o local recuperar o carro, o que ocorre em um tempo máximo de 1h. Há uma margem de erro de um raio de 15 a 20 metros para localizar o veículo. Em muitos casos, um alarme é acionado para facilitar. Em caso de sequestro, um botão de pânico, instalado em local discreto, é acionado e o carro passa a ser monitorado pelo sistema de rastreamento simultaneamente. Em ambos os casos a polícia é avisada. De forma resumida, pode-se dizer que um rastreador veicular é um aparelhinho que utiliza uma tecnologia de localização via GPS para dar as coordenadas de onde seu veículo está através de sinais de satélite ou radiofrequência. Ou seja, são muito úteis para controlar frotas de táxis, caminhões, carros-fortes e motos e para empresas de transportes em geral, que precisam administrar 100% o andamento de entregas. Com um sistema de rastreamento veicular, é possível saber – em média a cada 30 segundos – onde está um determinado veículo e agir em relação a mudanças de itinerário, roubos ou furtos, detecção de problemas, cerca eletrônica e muitas outras possibilidades que a central pode personalizar para utilizar essa tecnologia da melhor maneira. O software Getrak, responsável pela maior base de veículos rastreados da América Latina, é referência internacional em tecnologia e infraestrutura para empresas de rastreamento, levando as melhores marcas de rastreadores para o controle total da frota pela sua central. e


|Saúde

Quando o espelho não reflete TRANSTORNO DISFÓRMICO CORPORAL ACOMETE 2% DA POPULAÇÃO COM DISTORÇÃO DA PRÓPRIA IMAGEM

A

s pessoas vivem a busca desenfreada pela beleza, com uma vaidade excessiva, sob influência da televisão, de revistas, filmes, propagandas que veiculam imagens de corpos perfeitos. A imagem da “eterna juventude” atravessa todas as faixas etárias e classes sociais, compondo diferentes estilos de vida. Com isso, o ideal de beleza cria um desejo de perfeição, introjetado e imperativo. Ansiedade, inadequação e baixa autoestima são os primeiros efeitos colaterais desse mecanismo. A exacerbação dessa forma de pensar e sentir pode trazer consequências grandes, como transtornos alimentares, inseguranças e sofrimento. Um deles é o Transtorno Disfórmico Corporal – TDC, ou doença da beleza. Segundo a psicóloga clínica Luciana Fernandes, ele se caracteriza por afetar a percepção que o indivíduo tem da própria imagem corporal, levando-o a ter preocupações irracionais sobre defeitos em alguma parte de seu corpo. “Essa percepção distorcida pode ser considerada imaginária ou estar baseada em alterações sutis da aparência, resultando numa reação exagerada a respeito, com importantes prejuízos no funcionamento pessoal, familiar, social e

Luciana explica que o sinal mais comum é a preocupação excessiva com a forma e a beleza

profissional”, observa. A doença da beleza acomete 2% da população mundial – no Brasil seriam cerca de quatro milhões de pessoas. Homens e mulheres são vítimas do TDC em igual proporção. A faixa etária mais acometida é a dos 15 aos 45 anos. E o perfil das pessoas com risco de desenvolvê-lo aponta para pessoas com preocupação excessiva com forma e beleza, perfeccionistas, ansiosas, com baixa autoestima, preocupadas com a opinião dos outros, com dificuldades nos relacionamentos interpessoais, introvertidas e com dificuldades de se adaptar à realidade exterior. Mas como a doença tem traços de compulsão, o doente não vê sua imagem distorcida. Ele age de forma obsessiva em função dessa percepção. E, de acordo com Luciana, o sinal mais comum é a preocupação excessiva com a forma e a beleza, causando sofrimentos significativos e prejuízos em pelo menos uma área da vida da pessoa. “Outros comportamentos característicos são olhar fixamente no espelho ou evitar espelhos, comparar-se com outras pessoas, pedir reafirmações sobre o defeito, realizar cirurgias plásticas e tratamentos estéticos desnecessários”, esclarece.

Como fica quem sofre

A psicóloga explica que uma das consequências mais marcantes do TDC é caracterizada pelo comportamento social evitativo, no qual os indivíduos procuram esquivar-se de atividades costumeiras como trabalho, escola e comemorações no intuito de não terem os seus “defeitos” observados pelos outros, já que acreditam serem alvos de constantes comentários. Sintomas de ansiedade e depressão estão frequentemente presentes. “Vejo em meu consultório indivíduos inseguros, com a autoestima comprometida, onde não atender aos padrões de beleza compõe o topo da lista de fatores que minam sua segurança. Vejo adolescentes, adultos jovens buscando uma imagem perfeita, não medindo consequências para o alcance dos seus objetivos, se tornando sujeitos servis desse mundo de poder da imagem”, observa Luciana. Ela destaca que o tratamento psicoterapêutico tem sido utilizado, em que o conteúdo das sessões psicoterápicas vão promover o conhecimento do transtorno e possibilitar o paciente a ter controle de suas obsessões e compulsões e maior capacidade de lidar com suas relações interpessoais e reinserção às suas atividades cotidianas. “Ser uma pessoa vaidosa é saudável. Mas é importante ficarmos atentos a alguns sinais. É importante buscar ajuda e orientação de um profissional da saúde mental. O psicólogo irá auxiliar a pessoa no tratamento e caso seja necessário, encaminhá-lo para outro profissional da saúde”, diz a psicóloga. e

No foco Luciana Fernandes – CRP: 06/131470 Psicóloga Clínica - Atendimento de Crianças, Adolescentes, Adultos e Idosos Telefones: (16) 99372-7243 - 99180-1094 lucianafernandespsicologia@hotmail.com

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|Saúde

Entre o normal e o cesáreo BRASIL APARECE EM 2º LUGAR NO RANKING DE PAÍSES COM MAIS CESARIANAS EM RELAÇÃO AO TOTAL DE NASCIMENTOS

D

esde fins do século XIX, quando a medicina conseguiu finalmente difundir as técnicas de anestesia e os procedimentos para evitar infecções, realizar os partos por meio de um procedimento cirúrgico é uma opção ao alcance das mulheres em grande parte do planeta. No ranking da Organização Mundial de Saúde - OMS, o Brasil aparece na segunda colocação entre os países com mais cesarianas em relação ao total de nascimentos: 52% na rede pública e 88% na rede privada. Em Franca, a situação se repete. A Santa Casa de Misericórdia realiza a média de 350 partos por mês, sendo 150 cesarianas de alto risco, uma vez que o complexo hospitalar é referência em atendimento de casos de alta complexidade, o que justificaria a alta taxa de cesáreas. “Porém, a Santa Casa, sendo detentora do título de Hospital Amigo da Criança, incentiva a realização do parto normal, humanizado, sempre que possível e que não ofereça risco às mulheres”, reforça o assessor Henrique Novais. Já no São Joaquim Hospital e Maternidade, de 1º de janeiro de 2015 a 29 de fevereiro de 2016, foram realizados 1.338 partos

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cesáreos. “O tipo de parto geralmente é decidido entre a gestante e seu obstetra no pré-natal ou no momento do procedimento, de acordo com sua condição clínica. Mas independente da escolha, o São Joaquim trabalha de forma humanizada e segura”, diz o assistente de Marketing, Vitor Souza. O fato é que as autoridades do Ministério da Saúde passaram a ver com preocupação esse índice, que ultrapassa em muito os 15% considerados adequados pela OMS. “Realmente, o Brasil tem posição de destaque mundial em relação ao tema,

O ginecologista e obstetra Zainer diz que a escolha do parto deve ser feita em conjunto entre médico e paciente

mas seria simplista atribuí-la somente ao médico. A escolha de via de parto envolve a relação médico-paciente, modelos de assistência à saúde – tanto público como privado, aspectos culturais e socioeconômicos”, observa o médico ginecologista e obstetra Zainer Renato Gonzaga.

Medo do parto

Foi exatamente isso que aconteceu com Lorena Ribeiro Corte de Souza, 33 anos, na época de sua primeira gestação, aos 23 anos. “Tudo era novidade, muitas perguntas, ansiedade e


Os prós e contras de cada parto O médico ginecologista e obstetra Zainer Renato Gonzaga elenca as principais vantagens e desvantagens entre um parto e outro:

Parto normal Vantagens

• Menor chance de infecções e complicações pós-parto • Recuperação mais rápida e segura da gestante; • A ligação entre mãe e bebê é muito maior; • A dor é realmente intensa, mas já há métodos para amenizá-la; • A contaminação do bebê pela flora bacteriana da vagina da mãe parece importante para a formação da flora intestinal do bebê e para diminuir as chances de que ele tenha problemas alérgicos; • Quando o bebê passa pela vagina, ela exerce uma compressão natural no tórax favorecendo a eliminação do líquido da bolsa amniótica que o bebê tem nas vias respiratórias.

Desvantagens

• O bebê deve estar numa posição favorável para nascer desta forma; • Quando o espaço para a passagem do bebê é insuficiente, é preciso que o médico faça um corte na passagem vaginal, um procedimento chamado de episiotomia.

Parto Cesariano Vantagens

* Pode ser uma alternativa mais segura, se o parto normal oferecer riscos à saúde da mãe ou do bebê (devido à posição do neném, doenças pré-existentes, descolamento de placenta, pré-eclampsia, etc.); * O bebê pode ser retirado no momento certo e com rapidez, com dia e horário marcado; * Não há dor durante o parto (a gestante leva uma anestesia geral). * Permite planejamento familiar em relação a data do nascimento

Desvantagens

• Há riscos de infecções; • O pós-operatório é lento e doloroso, podendo deixar grandes cicatrizes; • Os recém-nascidos podem ter problemas respiratórios; • Influencia negativamente na amamentação.

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insegurança, até cogitei tentar o parto normal, vivenciar a espera da ‘hora certa’, mas acredito que a imaturidade fez com que o medo prevalecesse e optei por agendar a cesárea”, conta ela, que na segunda gravidez, entrou em trabalho de parto, e até se sentia preparada emocionalmente para tal experiência, porém o bebê não estava totalmente encaixado e não tinha dilatação. Já na terceira gestação, começou a ter contrações precocemente, mas sem encaixe e dilatação necessária, precisou recorrer ao parto agendado. “Sou integralmente a favor do parto normal, desde que seja realmente ‘normal’, porque o leite desce mais rápido, não tem um corte tão profundo, e é encantador ver que tudo está fluindo para isso; sendo que não haja a necessidade da indução, com medicação e longas horas de agonia, imagino que seja um grande estresse para mãe e bebê”, afirma Lorena, que completa: “já a cesárea, existe o conforto do agendamento, a tranquilidade de se organizar, e o trabalho de parto é de curta duração, porém sei que é um processo cirúrgico e tem seus riscos, como o de hemorragias, e de ter algum tipo reação com a anestesia”, diz ela, mãe de Henrique, nove anos, Daniel, cinco anos, e Felipe, um ano. Segundo o ginecologista Zainer Gonzaga, as campanhas realizadas em prol do parto normal 42| enfoque franca | fevereiro 2017

se dão justamente pelo mesmo agregar menos risco materno, e em termos de saúde coletiva, esse é o ponto mais importante. “A cesariana é um procedimento cirúrgico e exige condições mínimas adequadas para ser realizada de maneira segura. Os riscos de tal procedimento são incomparáveis quando pensamos em sua realização num hospital estruturado de uma cidade desenvolvida e num estabelecimento precário na África subsaariana, por exemplo, ou mesmo em regiões carentes do nosso país”, pondera.

Mudança na escolha

Dois fatores são decisivos para que as cesarianas sejam

Jovanete é mãe de Marina, Saulo, Milena, Raul e Miguel, e comemora ter tido parto normal em suas cinco gestações

Mãe de Davi e Lívia, a enfermeira Vanessa, vivenciou tanto o parto normal, quanto a cesárea

cada vez mais a forma de nascer dos francanos. Um deles vem das próprias gestantes. Uma pesquisa da Agência Nacional de Saúde Suplementar feita nos consultórios médicos de todos os estados brasileiros mostrou que 70% das gestantes têm, inicialmente, vontade de dar à luz pelo parto normal. No último trimestre, só 30% se mantêm com o propósito de esperar as contrações e enfrentar o processo natural. “A escolha do parto deve ser feita em conjunto, sempre que possível. O médico tem o conhecimento técnico e a gestante tem o conhecimento de si própria e de suas vontades. O parto envolve um preparo que deve ser feito ao longo de toda a gestação, idealmente até antes, quando é feita a opção pela gravidez”, salienta Zainer. Segundo o médico, defende-se o parto normal por ser mais fisiológico, e a dor do trabalho de parto faz parte desse processo. Isso não significa que a mulher deva ficar desamparada e sentir dor acima dos limites que suporta, mas ela deve se preparar para esse momento, entender o que está acontecendo com seu corpo, saber da importância de cada passo, sentir-se segura e bem assistida para lidar com a situação, e utilizar recursos não medicamentosos que podem


ser orientados para aliviar o desconforto que ocorre naquele momento.

Experiência única

“O limiar de dor individual deve ser respeitado e o médico possui recursos para amenizá-la de acordo com a necessidade, porém não existe intervenção sem riscos, e desde que a gestante os conheça e confie no médico que a está acompanhando, eles são muito úteis para ajudar na promoção de um parto seguro para mãe e bebê, auxiliando na promoção de uma experiência única e positiva na vida dessas pessoas, como deve ser”, reforça o ginecologista e obstetra. Com dois filhos – Davi, 10 anos, e Lívia, dois anos, a enfermeira Vanessa Cintra Moura, 36 anos, vivenciou as duas formas de parto: o primeiro foi normal e o segundo cesárea. “Não foi uma escolha minha, nos dois casos, foram a melhor alternativa de acordo com a evolução natural da gestação e do desenvolvimento do bebê”, explica. Em ambos os casos, ela diz não saber identificar as vantagens, já que teve complicações pós-parto nos dois. “Acredito que em cada ocasião foi feito o que era necessário e a recuperação foi lenta de acordo com o que meu organismo necessitava para se reestruturar”, pondera Vanessa, que no parto normal teve complicações com inflamação dos pontos e constipação intestinal

O medo levou Lorena a optar pela cesárea em seu primeiro parto, mas os dois últimos foram consequências das gestações

e no cesáreo, teve muita dor na incisão, além de constipação intestinal. “Nesse caso, o leite também demora mais a descer, então tive que me esforçar para amamentar de hora em hora a bebê para não ter hipoglicemia”, recorda.

Cinco partos normais

Mãe de Marina, 19 anos, Saulo, 17 anos, Milena, 16 anos, Raul, 13 anos, e Miguel, oito anos, a chanfradeira Jovanete Garrido Garcia Souza, 49 anos, comemora o fato de ter tido os cinco filhos de parto normal. “Não foi uma escolha, esperamos o tempo previsto e o meu organismo foi respondendo de forma natural de que seria parto normal. Acredito ser também algo da genética,

pois a minha família é dotada de mulheres férteis e todas tiveram seus filhos de parto normal”, revela ela, que admite ter desejado realizar cesárea no 5º quinto, pelo fato de na época estar com 40 anos. “Estava insegura, porém, por aconselhamento médico, tive normal e foi bem tranquilo”. Para ela, não existem desvantagens no parto normal, pelo contrário, Jovanete cita que além da recuperação rápida, tem a questão da saúde do bebê – que são mais calmos e saudáveis. “Já o cesáreo é uma intervenção cirúrgica que acaba de alguma forma agredindo o bebê, e tem sido feito muitas vezes sem necessidade, apenas para facilitar a vida do médico e da mãe que tem medo de sofrer”, conclui. e

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|Nutrição

Aposta na lancheira saudável

PARA TENTAR REVERTER O CRESCIMENTO DA OBESIDADE INFANTIL, A EDUCAÇÃO NA MESA É O CAMINHO

Eliana alerta para as armadilhas de alguns alimentos e orienta os pais a prepararem lancheiras saudáveis para seus filhos

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e acordo com o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, quase metade das crianças brasileiras de cinco a nove anos tem obesidade ou sobrepeso. Estes casos mais que quadruplicaram nos últimos 20 anos. Além disso, ¼ das crianças e jovens de 10 a 19 anos está com sobrepeso. Por conta disso, muitos pais se questionam sobre como agir para reverter a situação. Um dos caminhos é mudar a alimentação. Para a nutricionista Eliana Campos, a alimentação infantil deve ser equilibrada em relação a macronutrientes – carboidratos, proteínas e lipídeos – e micronutrientes – vitaminas e minerais, além de fibras e água. É importante a escolha de alimentos saudáveis, como carboidratos obtidos através de cereais e derivados integrais, como bolacha integral, arroz integral, pão integral, etc. O açúcar é um carboidrato, porém este pode causar obesidade, além de ser pobre em nutrientes. “Os pais devem ficar atentos à quantidade de açúcar nos alimentos. Os refrigerantes e sucos industrializados são ricos em açúcar e pobres em vitaminas e minerais”, destaca Eliana, acrescentando que os alimentos fontes de proteínas são leite e derivados - além de

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proteína de alto valor biológico, contém cálcio, o qual é essencial aos ossos -, carnes e ovos. A precaução deve ser com os alimentos fontes de gorduras trans, encontradas em bolachas recheadas, salgadinhos, margarina, produtos de confeitaria, etc. “Essa gordura fica armazenada no organismo, favorecendo doenças cardiovasculares, e certos tipos de neoplasias”, diz Eliana. “As frituras, frios e embutidos, além de causar obesidade, podem favorecer o aparecimento de doenças cardiovasculares. Excelentes fontes de vitaminas, minerais e fibras são as frutas, verduras e legumes”. Tanto a obesidade quanto o sobrepeso podem estar associados a fatores hereditários, sedentarismo e maus hábitos alimentares. É nesse aspecto que os pais fazem a diferença: educando na mesa. Mas a dificuldade que muitos relatam é sobre como lidar com a alimentação que é preparada para a escola, já que as crianças começam a interagir com outras e com elas descobrem um mundo de guloseimas no lanche.

As armadilhas

Segundo Eliana, o lanche deve ser uma refeição menor e leve, porém deve ser nutritivo e gostoso. “O importante é variar

os alimentos e fornecer energia e nutrientes adequados para a fase de crescimento das crianças e garantir um bom desempenho escolar”, salienta. Ela diz que a lancheira deverá ser feita de acordo como o horário em que a criança vai para escola e qual foi a última refeição. Para os que não tomam café e comem na escola pela primeira vez no dia, o lanche deve ser mais completo. “É importante que tenha uma porção de carboidrato, como pães e biscoitos, de preferência integrais, pois eles darão energia para a criança brincar e realizar as tarefas do dia; frutas que fornecem as vitaminas e os minerais que regulam os sistemas corporais; e proteínas como leite e substitutos porque são as melhores fontes de cálcio”, orienta. Eliana lembra que em razão da correria do dia a dia, muitos pais optam por oferecer ao filho uma “alimentação” mais prática, como sucos industrializados, refrigerantes, salgadinhos de pacote, bolachas ricas em açúcar. “Esses têm valor nutricional nulo e trazem males, como o risco de doenças e de enfraquecimento dos ossos, por causa da alta concentração de sódio, presença de ácidos nas fórmulas e açúcares”, salienta. Também devem ser evitados os nuggets, os hambúrgueres e as salsichas. Quase sempre são feitos com carne processada, eles não têm as proteínas que muitos pais creem fornecer aos filhos quando os colocam no prato. Para piorar, a maioria dos hambúrgueres é rica em gordura trans. “O melhor é oferecer a carne tradicional magra”, enfatiza. e

No foco Eliana Campos Nutricionista CRN: 12732 Telefones (16) 3722-1804 e 9.9262-0903


|Decoração

Um dos metais mais antigos

GRAÇAS ÀS SUAS CARACTERÍSTICAS PECULIARES, COBRE CHEGA COMO O “QUERIDINHO” NA DECORAÇÃO

P

ossivelmente, ele é um dos metais mais antigos – 8.700 a.C , mas só agora, com suas características peculiares, vem garantindo cada vez mais seu espaço junto aos tradicionais metais já usados na decoração de interiores, como o prata e dourado. E é trazendo “um quê a mais” de modernidade, que o cobre tem chamado a atenção de boa parte dos decoradores. “Além de sua tonalidade única, o cobre confere ao ambiente um visual mais moderno e, consequentemente, inusitado”, observa a arquiteta Solange Gomes Assunção. O cobre é um metal que foi usado nos seus primórdios em utensílios domésticos como panelas, talheres e baixelas nas versões polido, martelado e escovado, além de servir na própria construção: um grande condutor de calor e eletricidade, ele foi usado por muito tempo para encapar fios e criar tubulação. Atualmente, além de sua aplicação nos utensílios citados, o cobre vem ganhando a arquitetura e a decoração de interiores como um todo. “E isso ficará mais forte neste ano, mas desde 2014 esse material ganhou mais presença nos projetos: as superfícies acobreadas foram incorporadas em fachadas de cozinhas, eletrodomésticos, eletroportáteis, coleções como papéis de parede, tecidos, estofados e acessórios para móveis, tanto nas versões naturais como nas sintéticas”, comenta a arquiteta, acrescentando que no Brasil, feiras de revestimento como a Revestir também trouxeram vários produtos com cobre, como torneiras e acessórios para banheiros, pastilhas, cerâmicas, puxadores para móveis e acessórios para cozinha. “O uso vai de acabamento polido com ares de sofisticação ou com acabamento fosco com tendência mais rústica”, diz.

Como ele atua

Objetos, acessórios e até revestimentos em cobre chegam como forte tendência neste ano porque dão ar de sofisticação aos ambientes

A proposta conceitual do cobre é de aquecer o ambiente. Segundo Solange, a tonalidade de metais como o ouro e a prata passa uma sensação de serem mais frios do que o tom acobreado, este que leva as cores do fogo, é terroso. “O cobre está num range de cores que abriga outros materiais naturais como tijolos, cerâmica, palha e madeira”, observa. Com grande capacidade de se adaptar aos mais diversos gostos e ambientes, indo do rústico ao extremamente sofisticado, o cobre pode ser visto em cabeceiras de cama, em alças e puxadores, pernas de mesas e cadeiras e, especialmente em complemento ao mobiliário, como em vasos, luminárias e até mesmo em tecidos dessa cor. “Superfícies em cobre rústico ou corten combinam com padrões de concreto, madeirados rústicos e naturais expressivos,

cores sólidas mais insaturadas ou contrastantes. Já em uma decoração mais requintada, com ares de sofisticação, abrangendo uma proposta um tanto quanto minimalista, industrial, high-tech, o cobre nas versões polido, fosco ou escovado é ótima opção”, afirma Solange, que completa: “ele flexibiliza o espaço dentro da personalidade do usuário e revela histórias através dos detalhes que contextualizam o cotidiano da pessoa ou da família que vive ali”. Apesar de combinar bem em qualquer ambiente, o ideal é evitar a mistura excessiva do cobre com outros materiais metalizados, como o dourado e o cromado. “Procure sempre investir na predominância de um dos metalizados. O cobre é um material muito interessante, que pode ser usado tanto em um ambiente contemporâneo quanto em um decor mais despojado”, reforça a arquiteta. e

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|Moda

Curingas em qualquer produção

JAQUETAS SE DESTACAM POR CABEREM EM QUALQUER LOOK, INCLUSIVE COM BIQUÍNI, E GANHAM O VERÃO

E

las foram peças chaves em 2016 e estão definindo o verão em 2017. Curingas em qualquer produção, as jaquetas – sejam bomber, de couro ou jeans – cabem em qualquer look: com um vestido longo e curto, com calça skinny e até com shorts e bermudas. E com esse tempo louco que varia de calor para frio no mesmo dia, melhor não arriscar, né? “Uma única peça que resume este verão é a jaqueta! Vai com tudo. Na versão esportiva, então, traz uma pegada new wave e colorida mega alto-astral”, observa a consultora de moda Brenda de Oliveira. Nessa onda, uma das queridinhas do momento é a jaqueta bomber, que conquistou os corações das fashionistas e não pretende sair de cena tão cedo. Além de ser muito vista pelas ruas de Franca, a jaqueta bomber ganhou um novo impulso nas

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passarelas SPFW verão 2017, confirmando sua permanência no mundo fashion. “Nas coleções de alguns estilistas de peso, como Helô Rocha, Juliana Jabour, Lenny Niemeyer, Pat Bo e Karl Lagerfield para a Riachuelo, as peças delicadas com bordados, florais e temas étnicos ganharam destaque”, destaca Brenda. A dica é apostar em tecidos leves como a seda, o cetim e abusar das transparências. “A jaqueta bomber combina perfeitamente com uma saia - dos mais diversos modelos, como uma plissada com comprimento midi ou jeans com botões frontais no comprimento mini, shorts jeans, couro ou de tecido mais leve, vestido ou mesmo calça”, completa a consultora, ao falar sobre a jaqueta que é casual. Então, para looks mais informais e totalmente descontraídos, com uma pitada de ousadia, a bom-

ber cai muito bem em qualquer composição.

As jeans

Jaquetas bomber, jeans ou em couro, são peças chaves no verão 2017, garantindo charme e ousadia aos looks

Além dela, as jaquetas jeans estão ganhando destaque nas araras das lojas modernas de Franca. Isso porque elas são o novo “must have” das principais coleções de verão – e chegaram forte, tanto na moda feminina como na masculina. “Essa peça que foi sucesso nos anos 90 voltam com tudo e surgem em todos os tons da cartela de jeans, e também de todas as formas. Desde as oversized, aquelas jaquetas que parecem que foram roubadas do guarda-roupa do irmão mais velho por serem maiores e mais largas, e as jaquetas jeans curtinhas estilo bolero”, salienta a consultora de moda Brenda de Oliveira. Em lavanderia o destaque fica por conta de puídos, desfiados e rasgos, sempre em pontos localizados como golas, bolsos ou barras. Puídos com forros estampados incrementam ainda mais o visual. Recortes, costuras marcadas e uma profusão de bolsos internos ou com palas são detalhes que valorizam as jaquetas. Golas arredondadas, mais românticas e femininas, alongadas, no estilo moto ou militar, com fechos dourados ganham a preferência do público feminino. “Aqui a intenção é combinar a modelagem às principais inspirações do verão que ainda seguem o estilo hippie chic, sportswear com efeitos matelassados e elásticos, street com aplicação de patches nas costas ou mais clássicos com leves bordados, manchas e tonalidades que passeiam pelo delavê ou azuis médios”, explica Brenda, que completa: são peças que dão um charme extra ao visual do verão e, de quebra, aquecem durante as mudanças climáticas”. e


|Estilo

Das patentes para a moda

PATCHES VOLTAM COM TUDO EM FIGURAS, BRASÕES, SÍMBOLOS E EMBLEMAS E RENOVAM OS LOOKS

E

mblemas, brasões, símbolos e figuras em formatos diversos bordados em pedaços de tecido que são colados em roupas e acessórios com água e ferro ou até mesmo costurados. Com certeza você já deve ter visto alguém circulando com patches pelas roupas. Eles surgiram nos anos 30 como modo de identificação das patentes militares, mas, no mundo da moda, apareceram entre 1950 e 1960 como uma das formas de expressão dos adolescentes rebeldes em Londres. Nas décadas de 70 e 80 foi a vez dos punks e fãs de heavy metal adotarem o estilo, além de motociclistas. Nessa época foi muito usado em peças jeans como jaquetas e calças, mas não necessariamente com o significado de mostrar que se pertencia a determinado grupo e, sim, como statement fashion e muitas vezes até de rebeldia, dependendo da forma usada. Já nos anos 90, eles reapareceram com uma cara mais pop e cores com mais vida e, hoje, são queridinhos de várias it girls e celebridades. “Atualmente, muitas grifes apostaram nos jeans com patches, além de jaquetas, vestidos, camisas, shorts, mochilas, bolsas e até sapatos”, observa a produtora e assessora de moda, Cláudia Madeira. Ela diz que a tendência traz consigo duas grandes vantagens: a possibilidade de você mesma customizar suas peças e, consequentemente, dar um ar de exclusividade ao seu item. Dessa forma, você poderá escolher aquelas aplicações que mais combinam com o seu estilo. “A moda dos patches é uma daquelas raras tendências em que a marca não importa, sendo fácil de encontrar esses itens à venda em armarinhos e lojas virtuais, por exemplo”, explica. E além de darem uma “cara” superdivertida a parka, jaqueta,

colete de couro, moletom, T-shirt, jaqueta bomber, vestidos, peças jeans, os patches também são aplicados em bolsas. “A Dior é uma das grifes que também tem apostado no uso dos patches nas últimas coleções”, comenta Cláudia. Em tênis e slip on também aparecem. Os stickers são parecidos com os patches, mas não necessariamente são de tecido bordado e já vêm com adesivo para serem colados onde quiser.

Nova cara às roupas

Outra vantagem dos patches é que eles são uma forma de transformar completamente aquela peça velha que estava abandonada no seu closet. “Sendo assim, se você tem um item encostado no armário, porque não dar uma

nova cara a ele com a aplicação de patches e voltar a usá-la como uma peça coringa, capaz de dar um up naquela produção mais básica?”, sugere. Claudia vai além ao indicar uma combinação certeira e que deixa qualquer look mais jovial e com um ar vintage: “customize uma calça jeans e use-a com uma camiseta básica. Nos pés, um tênis de couro com recortes a laser fecha a produção”, diz. Nesse estilo divertido não existe regras nem limitações, muito pelo contrário, quanto mais patches você conseguir aplicar na sua produção, melhor! Sabe o que é o mais legal disso: os patches podem dizer muito sobre seus gostos, sua personalidade e até mesmo como está o seu humor no dia. e

Os patches dão uma “cara” superdivertida a parka, jaqueta, colete de couro, moletom, T-shirt, jaqueta bomber, vestidos, peças jeans, e outros

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|Beleza

Mais que um detalhe no visual MAQUIAGEM SE TORNA ITEM FUNDAMENTAL NA ELABORAÇÃO DE UM LOOK ESPECIAL PARA FESTAS Diurno x Noturno

C

ada ocasião pede uma combinação especial e a maquiagem pode ser um dos destaques do look, ainda mais quando se trata de uma festa. Isto porque uma maquiagem bem feita é capaz de transformar uma pele, valorizar traços marcantes e expressões, além de disfarçar ou até cobrir imperfeições. E a boa notícia para quem quer ficar bem é que em se tratando de maquiagem elaborada, é possível usar e abusar do que o mercado oferece. “Pode-se ousar nos batons – do rosa ao preto, do nude ao vermelho, junto de sombras marcantes, iluminadores e cílios postiços”, observa a maquiadora profissional do Studio Fernanda Venchitelli Make-up, Fernanda Venchitelli. Há três anos na área, ela explica que antes de definir como será uma maquiagem de festa,

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A maquiadora Fernanda Venchitelli diz que a maquiagem para festas pode variar de leve à dramática, de acordo com a proposta do evento

é preciso analisar o formato de cada rosto e olhos, podendo, assim, valorizar e realçar a beleza feminina, uma vez que isso fará toda a diferença. A partir disso, é possível analisar o que há em alta no mercado. “Hoje, as tendências mais em alta apontam para os tons de marrom, marrom telha, terra, alaranjados e acinzentados, puxando até para os tons de vermelho, junto de muito brilho e glitter”, revela. Entre as técnicas inovadoras, Fernanda destaca a semiCut, esfumado diagonal, delineador gráfico, entre outras. Tudo com bastante glitter, pigmentos e sombras metálicas. “Já os batons mais desejados são os metalizados com leve cintilância, batons matte e, voltando com tudo, aquele antigo brilho, hoje como lipgloss por cima do batom para dar aquele glow no look”, completa.

Mas o que diferencia uma maquiagem diurna de uma noturna? Segundo a maquiadora, o segredo está na pele. Isto porque uma pele para dia precisa ser mais leve, porém bem completa, com bases de coberturas leve à média, junto sempre de um bom filtro solar, com apenas algumas camadas de rímel. “A make precisa ter tudo, com aspecto de não ter nada”, salienta Fernanda. Já para a maquiagem noturna ela diz ser possível desenvolver qualquer tipo de make para os olhos, de leve à dramática, sendo que as duas opções ficam lindas. “A pele precisa ser muito bem feita e devem-se usar bases de coberturas média a alta, fazendo aquele contorno e iluminação, realçando os pontos fortes do rosto e dando aquele glam ao visual. Para completar, lápis de olho e cílios à vontade”, comenta. Grande aliada da mulher, a maquiagem vai além da beleza estética, já que hoje em dia a maioria dos cosméticos apresenta em suas composições, nutrientes para a pele, vitaminas, hidratantes e até mesmo filtro solar, todos testados dermatologicamente. Ou seja, além de embelezar, ainda protege! “Para uma make duradoura e bonita, é preciso antes de tudo, cuidar da pele: limpar, hidratar, tonificar e usar um bom primer. Sem isso, nada fixará e terá duração no rosto. Usar produtos de alta qualidade, tudo dermatologicamente testado, garante ainda melhor resultado, beleza e durabilidade”, enfatiza Fernanda. e

No foco Studio Fernanda Venchitelli Make-Up Telefone (16) 9.9158-2734 Facebook: Fernanda Venchitelli Maquiagens


que gera lucros

A

CONHECIMENTO GERA QUALIDADE NO ATENDIMENTO E CONSEQUENTE FIDELIZAÇÃO DE CLIENTES

qualificação profissional auxilia na conquista e retenção de clientes por meio do ganho de qualidade no atendimento e na prestação de servi-

Leandro, gerente do Senac Franca, diz que o correto posicionamento no mercado é o começo de um caminho de boas conquistas

|Economia

Qualificação ços, aumento da produtividade, mais controle das questões administrativas e de estocagem e ganho de comprometimento e sinergia relacionado à equipe. Colaboradores capacitados tendem a ser mais motivados e a trabalhar de forma mais harmônica. Para o varejo, a qualificação é sinônimo de excelência no contato com clientes, uma vez que há cursos que capacitam com técnicas de atendimento, negociação, identificação de perfil de compradores e fechamento de vendas. A fidelização de clientes é fundamental para a rentabilidade do negócio e para manter o orçamento positivo, com boas vendas. Para isso, práticas específicas são indispensáveis e tais habilidades podem ser desenvolvidas com o aprimoramento qualificado. “Profissionais engajados em aprender conseguem pensar além da caixinha e saem do comum, ganhando destaque. Sabemos que não existe uma receita certa para o sucesso, mas o correto posicionamento no mercado é o começo de um caminho de boas conquistas. Quem tem conteúdo, tem ao seu dispor a oportunidade de crescer e empreender, mesmo em tempos difíceis”, afirma Leandro D’Arco, gerente do Senac Franca. Diante disso, o Senac Franca conta com vários cursos para auxiliar quem deseja se qualificar. Entre eles estão Técnico em Administração; Técnico em Secretariado; A Arte de Encantar o Cliente; Plano de Negócios para Empreendedores Inovadores; Noções de Contabilidade

para Não Contadores; Gerência e Supervisão de Vendas; Administração e Planejamento da Produção.

Vendas em ação!

Mas para quem deseja já otimizar seu atendimento, tornando-o mais eficiente e com resultados positivos, Deodato Borges da Silva Junior, docente da área de marketing do Senac Franca, aponta algumas dicas que já podem ser colocadas em práticas no dia a dia para auxiliar o desempenho das vendas: 1) - Sempre entrar em contato com o cliente no pós-vendas, para questionar o grau de satisfação com o produto ou serviço; 2) - Ser ágil quando ouvir uma crítica ou sugestão para algum problema, e mostrar disposição em resolver; 3) - Cumprir o que promete. Por exemplo: entregar no prazo combinado; 4) - Jamais repasse os problemas internos para o cliente; 5) - Pense diferente, saia da mesmice; 6) - Evite os comentários negativos; 7) - Mantenha a equipe motivada. Para isso, aposte no otimismo, nas boas notícias e no alto astral; 8) - Líderes: não assumam uma postura de lamentações. Enfrentem a situação e mostrem habilidades e capacidade de improvisar e inovar, se preciso. Portanto, proporcionar um serviço de qualidade ao cliente é mais do que zelar pelas suas necessidades ou encaminhar suas reclamações. Superar suas expectativas e encantá-lo requer uma preparação prévia. Um ótimo atendimento pelo pessoal da linha de frente passa pela antecipação dos problemas dos clientes. Em suma: a maneira como uma empresa atende o seu cliente pode ser a diferença entre obter sucesso ou fracassar nos negócios. e enfoque franca | fevereiro 2017|49


Realize s

Realize sua festa!

KELZI MONTEIRO 50| enfoque franca | fevereiro 2017

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sua festa! DECORAÇÃO

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|Trabalho

Ousadia para mudar e ser feliz DECIDIR TROCAR A PROFISSÃO POR OUTRA, APESAR DE ARRISCADO, PODE SER O CAMINHO DA REALIZAÇÃO

T

em um dia na sua vida que você acorda e não quer ir ao trabalho. Às vezes, esse dia passa a ser duas vezes por semana, ou três, ou mais. Logo, o problema se torna mais evidente e já aparece na noite anterior: puxa, amanhã tenho de ir lá trabalhar! Essa inquietação pode ter várias causas, mas, geralmente, a principal razão pode estar ligada à insatisfação com a profissão escolhida, ou com a atividade exercida. É muito comum. Um vizinho quer ser pintor, mas sobrevive dando aulas de inglês. O primo quer ser médico, mas não tem condições financeiras de estudar. Aquela moça aspirava ser bailarina, mas se mencionar seu desejo aos pais, que a sonharam dentista, estes morrerão de angústia. Ricardo Carvalho Júnior, 34 anos, se enquadra nesse perfil. Até 2014, ele atuava na área de designer gráfico, carreira que seguiu por mais de 14 anos. “Com o tempo percebi que meu entusiasmo já não era o mesmo, até minha criatividade e produtividade estavam abaixo do normal.

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Então, depois de tentar encontrar os porquês de tudo isso, percebi que estava insatisfeito. Era a hora de mudar de área”, conta. Com a criatividade à flor da pele desde que se entende por gente, Ricardo deixou de trabalhar com as imagens, transformando-as em produtos para dar vida a elas. “Encontrei-me na fotografia. Através dela consigo criar situações e sentimentos de uma forma intensa. Foi o suficiente para revigorar minha vida profissional”, afirma o fotógrafo, que estuda e ainda busca mais qualificação para se diferenciar no mercado.

Uma onda

Ricardo não está sozinho. A cada dia, vários francanos tomam a decisão de mudar de profissão, o que para muitos é considerada uma atitude radical. Isto porque a mudança causa medo, insegurança, torna confusa a cabeça das pessoas. “Não tem nada de distinto do que a própria vida: medo, insegurança, confusão. Mas mesmo assim é para poucos. Tem de ser muito decidido para

Ricardo decidiu trocar de profissão e hoje, dois anos depois, se diz muito mais entusiasmado e feliz

abandonar uma carreira de sucesso, um emprego, um salário, uma vida social e dizer que se abre mão de um diploma e corre-se atrás de um sonho”, observa a psicóloga Letícia de Barros Cintra, que acredita que no fundo as pessoas sabem para o que elas têm talento ou habilidade. “O problema é que na maioria das vezes não sabemos como traduzir este talento em uma profissão”, diz. Mudar de carreira não é simples e pode ser considerado um processo de alto risco. As chances de você quebrar a cara podem ser grandes e, provavelmente você terá que dar muitos passos para trás. Você está disposto? Se sim, algumas dicas úteis. “A primeira, é descobrir se esta nova profissão que tanto lhe chama a atenção é o que você pensa que é, porque nenhuma profissão no mundo são apenas rosas”, orienta Letícia, sobre a necessidade de conhecer todos os detalhes da profissão. Depois desta primeira etapa, se você ainda achar que esta profissão é o que você quer, prepare-se para a mudança. Esta pode ser financeira: juntar dinheiro e reduzir o padrão de vida. Isto porque você não acha que vai mudar de profissão e sair ganhando o mesmo dinheiro que você ganha hoje em sua profissão, já consolidado, não é mesmo? “Este é um fator de sucesso, porque um começo difícil sem uma reserva financeira pode jogar seu sonho de mudar de profissão no lixo”, diz a psicóloga. Feito isso, busque trabalhar na área. O mais importante é que as noites de domingos não podem gerar um sentimento de tristeza e aflição pela espera de retornar ao trabalho na segunda-feira. e


|Comportamento

O poder de dar vida às ideias

FUNDAMENTAL PARA O PROGRESSO HUMANO, CRIATIVIDADE TEM CONTRIBUÍDO TRANSFORMAÇÕES

C

riatividade é um assunto que fascina a todos, objeto de muitos estudos. Fundamental para o progresso humano, ela contribui com rupturas e transformações em diversas áreas do conhecimento. Vem instigando a curiosidade de filósofos, pensadores e cientistas desde a antiguidade. Platão encarava o ato de criar como uma força superior e transcendental, fora do controle do indivíduo. Para o psiquiatra Sigmund Freud, o trabalho criativo era resultado da sublimação de impulsos reprimidos. O matemático Henri Poincaré afirmou que a criatividade revelava parentescos inesperados entre fatos bem conhecidos, mas erroneamente tidos como estranhos uns aos outros. Essencialmente, a criatividade pode ser definida como a capacidade de gerar ideias e comportamentos que são surpreendentes, relevantes e úteis em um dado momento.

Esse potencial criativo é inato em todo ser humano, porém, ele se ensina e se aprende. Mas, se criar está no DNA do indivíduo, por que a capacidade de inovar parece diminuir conforme os anos passam? De acordo com especialistas, a criatividade é feito músculo: basta exercitá-la diariamente para torná-la cada vez mais forte. De acordo com a psicopedagoga Marilene Guimarães Rosa, um dos principais “combustíveis” para a criatividade é a imaginação. Trata-se de um aspecto intrínseco ao ser humano que lhe possibilita trabalhar e combinar ideias e fatos conhecidos a fim de gerar novas ideias. “A imaginação permite ao indivíduo formar ideias abstratas e está intimamente associada à capacidade de criação”, diz.

A criação em ebulição

Segundo ela, pessoas criati-

João Henrique interpreta a capacidade de inventar como algo a ser praticado desde a infância

vas têm níveis de consciência e atenção maior do que as demais. Isto dá a elas uma sensibilidade elevada, além de estarem sempre dispostas a enxergar novas possibilidades e buscar novas relações entre as coisas. Soltar as amarras da mente é essencial para dar vazão a esse processo. Mas não é fácil. O primeiro inimigo da libertação mental, inclusive, são os próprios pensamentos. “As pessoas tendem a se importar com a imagem que passam, o que é normal. Mas, muitas vezes, isso traz à tona a voz de julgamento, ou seja, antes de os outros julgarem a pessoa, ela mesma tolhe qualquer pensamento que vem à cabeça. Isso mata a criatividade”, explica a psicopedagoga. “É preciso ter capacidade de experimentar, de ser um pouco subversivo”, diz. João Henrique Carvalho, 22 anos, sempre se considerou uma pessoa criativa. Justamente por isso, escolheu cursar publicidade, como uma forma de trabalhar com a imaginação. O ambiente acadêmico, contudo, não foi muito animador nesse quesito. “Queria algo diferente, que incentivasse a participação das pessoas, não uma aula horizontal”, diz. Assim como muitos especialistas no assunto, João interpreta a capacidade de inventar como algo a ser praticado sempre, desde a infância. Assim, ele acredita, crianças com poucos brinquedos têm que inventar com o que brincar. Isso, por si só, já seria treinar a criatividade. “A criatividade é muito de momento, precisa de timing. Varia muito de pessoa para pessoa e não tem como ser comparada. Acredito que seja um tipo de inteligência, como a lógica, a espacial e a linguística”, completa o estudante. e enfoque franca | fevereiro 2017|53


|Jovens

A dúvida é: ficar ou namorar?

MAIORIA DOS JOVENS AFIRMA PREFERIR FICAR EM RAZÃO DA LIBERDADE PROPORCIONADA POR ESSE TIPO DE RELAÇÃO

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icar ou namorar? Há tempos, falar de relacionamentos e assuntos do coração resulta em diferentes opiniões e comportamentos distintos. O que Afrodite-Deusa-do-Amor não sabia é que esse roteiro amoroso ia ganhar novas adaptações com o passar dos anos. Hoje, não são apenas os compromissos sérios e firmados que compõem o mundo, mas, também, inúmeros relacionamentos livres e descompromissados. É o que chamam de ficar, um relacionamento sem compromisso, que geralmente começa e termina em um pequeno intervalo de tempo. São apenas algumas horas, minutos – ou em alguns casos, o casal pode até ficar com alguma frequência. “Ficar não é ruim. Tudo depende do modo como se pensa. Os relacionamentos podem ser descartáveis, mas na idade entre 15 e 16 anos é isso o que a gente quer. Quando vou a uma festa e encontro alguma garota legal fico com ela. O bom disso é a liberdade para ficar com outras meninas quando quiser”, diz o estudante Rogério Peixoto, 18 anos. Assim como ele, a vendedora Aline da Silva, 25 anos, conta que prefere os relacionamentos sem compromisso porque se sente mais livre, mais independente. “Gosto de não ter que dar satisfações para ninguém. Saio com minhas amigas e fico com quem eu quiser ou não fico com ninguém, tudo está em minhas mãos e nada foge do meu controle”, diz. Mesmo assim, ela não descarta a possibilidade de, um dia, encontrar alguém para ter um relacionamento mais sério. “Acho que todo mundo tem vontade de ter alguém legal do lado. A diferença é que não estou à procura de ninguém”, explica Aline.

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Para a estudante Jéssica Coelho de Souza, 19 anos, ficar é bom, porque geralmente se começa um relacionamento ficando. “É, basicamente, o princípio de tudo”, argumenta a estudante sobre o fato de uma “ficada” poder evoluir para uma relação mais séria. E, por vezes, é possível ter um “ficante fixo”. Assim são chamados aqueles que não namoram, mas se comprometem a estar com uma só pessoa.

Compromisso sério

Segundo a psicóloga Rosângela Martins, o “ficar” é uma prática necessária ao desenvolvimento psicossexual dos jovens, que os prepara para aprender a lidar com o outro. “O ficar é um ato que tem muita influência sobre o namoro nos dias de hoje. Beijar e trocar carícias com alguém, sem ter compromisso algum, é uma forma mais que atual de procurar a pessoa ideal para namorar,

Apesar de achar que ficar é bom, Jéssica admite que uma “ficada” pode evoluir para algo mais sério

sendo uma espécie de test drive para encontrar o parceiro ideal”, observa Rosângela, que completa: “assim, o namoro geralmente começa com experiência pouco duradoura e superficial de contato entre os jovens, pois para manter vínculos duradouros são necessárias maturidade e experiência”. Mas ainda existem aqueles que preferem o namoro. É o caso de Vinícius de Souza, 20 anos. Ele acredita em relacionamentos mais sérios. “Namorar hoje implica em saber compreender o que se passa na mente e coração da pessoa que amamos. É procurar ver a felicidade de maneira conjunta”, afirma. De uma forma ou de outra, o que todo mundo quer é ser feliz. E cada um busca encontrar o par perfeito, seja para muito tempo, ou por alguns instantes. Como disse Vinícius de Moraes sobre o amor, “que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure”.


|Filhos

De olho no bicho-papão

NATURAL DESDE CEDO, O MEDO PODE SER ELIMINADO DA VIDA DAS CRIANÇAS COM A AJUDA DOS PAIS não condiz com a compreensão do processo vivenciado pela criança, há consequências na vida adulta, como, por exemplo, viver situações de pânico; possibilidade da perda do emprego, a violência, a competição intensa e a desvalorização da vida humana, dentre outros.

Uma linha tênue

M

edo do escuro, de Papai Noel, medo de dormir sozinho, de ir à escola, e de palhaço, de ir ao médico... São muitos os tipos de medo que podem fazer parte da vida das crianças e é por ser inerente ao instinto de sobrevivência que ele é experimentado desde muito cedo. Mas a postura dos pais diante dos medos dos filhos é essencial para que eles possam superá-los. “Esse sentimento comum nos seres humanos, pode se tornar um “bicho de sete cabeças” se não visto com muito cuidado. A postura dos pais ou responsáveis perante os medos das crianças é essencial para que elas possam superá-los e não levá-los para a vida adulta. Por isso, os adultos nunca devem ridicularizar ou menosprezar esses pequenos”, observa a psicóloga especialista em gestão de pessoas, psicopedagogia e psicodramatista, Richeli Alves. Ela sugere que dar atenção e acolher é o primeiro passo para entender o que a criança está passando, quais são seus medos, o que é fantasia, o que é real. E para isso algumas posturas são importantes, como por exemplo:

converse com ela e a acolha. Abraço e colo são meios eficazes de acolhimento; coloque-se no lugar da criança e a estimule a se expressar sem se sentir exposta, escute e entenda o que acontece, apoiando e enfrentando juntamente com ela as situações que surgirem; transmita confiança como pais ou responsável, porém, não dramatize a situação ou superproteja demais. “O adulto não deve criar um trauma para criança, apenas ajudar superar, acolhendo-a, depois de conversar, por exemplo, sobre medo de escuro - um dos medos mais frequentes. Então, não apague a luz e a deixe dormir no escuro dizendo que não há nada: deixe um abajur aceso, isso aproximará a criança do que ela teme, invente um jogo de espionagem ou de caça ao tesouro com lanternas no escuro, e depois motive a criança sobre sua coragem”, orienta Richeli, que completa: “sempre fale a verdade, transmita confiança. Os medos são inevitáveis, mas controláveis se a criança conta com a confiança e a ajuda dos responsáveis”. Isto porque, quando a postura dos responsáveis

Richeli explica que conforme a criança se sente segura e acompanhada, ela desenvolve a coragem de enfrentar seus temores

E tão importante como saber o que fazer, é saber o que não fazer. Por isso, a psicóloga explica que não se pode assustar a criança com estórias, não rir dela ridicularizando-a, não transmitir mais medo que ela já tem, não ignorar, não a obrigar a passar pelo medo sozinha e, principalmente, não a obrigar a passar por situações que ela tem medo, uma vez que tudo isso poderá causar um trauma por muitas vezes irreversível. “Por acaso a criança tem medo de bicho-papão ou fantasmas? Medo de ficar sozinha ou ser abandonada? Medo de vacina, dentista, médico? Medo de escola? Medo de escuro? Medo de Papai Noel? Medo de cachorro? Se sim, fique tranquilo, esse é um sinal para a criança dar conta da sua própria existência, reconhecendo seu desenvolvimento quanto ser humano”, esclarece Richeli, acrescentando que, conforme a criança se sente segura e acompanhada, ela desenvolve a coragem de enfrentar seus temores. “Obviamente, se isso permanece durante anos é importante que os responsáveis procurem um profissional especializado para auxiliar na situação”, salienta. e

No foco Richeli Alves Psicóloga especialista em Gestão de Pessoas, Psicopedagogia e Psicodramatista CRP: 06/97981 Rua Ouvidor Freire, 2210, Centro Telefone (16) 9.9117-1826

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|Esporte

Longevidade pelo esporte

PESQUISA CONFIRMA QUE PRATICAR ALGUMA ATIVIDADE FÍSICA AUMENTA A EXPECTATIVA DE VIDA Rafael tomou a decisão de deixar o sedentarismo de lado aos 37 anos e hoje, aos 41, comemora: “tenho mais pique e disposição”

S

e você tem mais de 40 anos ou está chegando perto desta idade, e ainda tem dúvidas se deve ou não deixar de lado o sedentarismo para ter uma vida mais ativa e saudável, mude enquanto é tempo. Uma pesquisa da Universidade de Harvard e do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos verificou que praticar alguma atividade física nos momentos de lazer, como caminhar ou pedalar, aumenta a expectativa de vida, independente da intensidade do exercício ou do peso do indivíduo. O estudo apontou que unir momentos de folga a exercícios físicos pode acrescentar até sete anos na longevidade de uma pessoa. É preciso deixar claro que esporte não tem idade. “Nos estudos de motivação no esporte é possível observar que pessoas podem prat icar um mesmo e s p o rte com a l t o grau de motiva-

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ção em intensidade e objeti-vos diferentes, e isso, independente da idade”, observa o educador físico e personal trainer, Igor Carvalho. O analista de compras Rafael Camargo, 41 anos, sabe bem disso. Perto dos 37 anos, ele se percebeu bem acima do peso, estressado, cansado e sedentário, até que um dia, a esposa disse que ele precisava mudar. “Eu não me reconhecia mais. Coloquei os 40 como marco, precisava tomar decisões”, conta. Foi aí que ele entrou na academia e tomou gosto pelo esporte. “Fiz amizades que me incentivaram a praticar outros esportes. Hoje, além da musculação, corro e ando de bike, chegando a participar de circuitos na região. Sou outra pessoa”, diz. O “basta” de Rafael coincide com um novo marco relevante no processo de envelhecimento do corpo. A motivação e o susto que o impulsionaram têm se tornado cada vez mais frequentes nessa faixa etária.

Hora de virar a mesa

A boa notícia é que não existem restrições na hora de escolher a melhor modalidade esportiva. O importante é passar por um check-up médico antes de

começar qualquer atividade física. “Tendo a liberação médica, basta escolher o esporte que melhor se identifica e, com orientação de um profissional, definir um plano de aulas”, orienta Igor. Segundo ele, as atividades devem ser regulares, mas não precisam acontecer de uma só vez: Está mais do que provado que duas sessões de 15 minutos ou uma sessão de 30 minutos produzem os mesmos benefícios. “Se, ao longo do dia, a pessoa acumular essa meia hora de atividade física – trocando o elevador ou a escada rolante pela escada comum, saltando do ônibus um ponto antes do seu destino final, lavando o carro, trabalhando com jardinagem, levando o cão para passear, etc. –, já terá um risco 66% menor de apresentar um problema cardíaco”, diz. Para que a decisão de deixar o sedentarismo de lado não caia no esquecimento, o educador físico e personal trainer sugere o estabelecimento de metas e o avanço de forma gradual. Submeter-se a dietas restritivas demais ou a planos de exercícios extenuantes pode levar a resultados quase imediatos e empolgantes, mas que talvez não se sustentem por muito tempo. “Alterar hábitos seguidos há 20 ou 30 anos tende a ser difícil, o que exige motivação e persistência para superar eventuais recaídas. A mudança tem de vir aos poucos. Normalmente, o que vem muito rápido vai embora muito rápido”, reforça. Foi o que Rafael fez, e após quatro anos, diz se sentir com fôlego de 20 anos. “Tenho mais pique e disposição que um menino com metade da minha idade. Sem contar que o estresse passa longe de mim”. e


|Bem-Estar

Em busca do tempo perdido APESAR DE SER CONSIDERADO UM DESAFIO, EMAGRECER APÓS OS 40 ANOS COM SAÚDE É POSSÍVEL

O

bem-estar físico, tanto na saúde quanto na aparência, é uma das preocupações das pessoas – inclusive de quem já passou dos 40 anos. Muitas delas esbarram numa questão: a manutenção ou perda de peso. Segundo a nutricionista clínica e esportiva, pós-graduanda em fitoterapia e suplementação nutricional, Marisléia Luca Coral, muitas pessoas acreditam que o metabolismo tem uma espécie de relógio, e quando atingem os 40 anos, ele vai se reduzir de maneira drástica. “Não é bem assim. Existe a taxa metabólica basal, que é a quantidade mínima de energia necessária para manter as funções vitais do organismo em repouso. Com o passar do tempo ela cai um pouquinho, de forma lenta e gradual - isso vale para homens e mulheres”, observa. Se comparado com o metabolismo dos 20 anos, a diferença será maior, mas se comparado ao dos 35 anos, a diferença será sutil. “Isso ocorre devido ao envelhecimento celular do corpo, ou seja, as células e os órgãos não trabalham mais como antes”, diz Marisléia. À medida que as mulheres vão envelhecendo, há uma redução na produção de hormônios femininos, com a chegada da menopausa. Isso contribui para o aumento do peso, pela redução da velocidade do metabolismo.

Em busca do ideal

Conquistar o corpo – e de quebra, a saúde – que se deseja após os 40 anos, não é impossível. Entre as decisões a se tomar, escolher bem os alimentos é uma das principais. É essencial dar preferência aos carboidratos de baixo índice glicêmico, como arroz e pães integrais, cereais integrais, batata doce, etc. “Esse tipo de carboidrato é absorvido de forma mais lenta pelo organismo,

Marisléia afirma que é possível ser saudável e bonita, independente da idade: basta ter disciplina e persistência

evitando o acúmulo de gordura corporal, além de proporcionar sensação de saciedade por mais tempo e fornecer mais vitaminas e fibras”, explica Marisléia, que sugere um bom consumo de proteínas - ovos, queijo branco, carnes brancas e aves -, que auxiliarão na manutenção/ganho de massa magra - em conjunto com o exercício físico - e alimentos fonte de gorduras do “bem” - castanhas, abacate, azeite de oliva - que ajudam a controlar bons níveis de colesterol. Para amenizar os sintomas da menopausa, é importante incluir alimentos ricos em fitoestrogênios, que são substâncias naturais semelhantes aos hormônios e estão presentes na soja e na linhaça. “Carboidratos de alto índice glicêmico, como arroz e pães brancos, massas e doces em geral, alimentos processados e industrializados devem ser evitados, pois fornecem pouco ou nenhum nutriente para o organismo”, reforça. Para complementar, ela indica a inclusão de exercícios físicos, uma vez que uma tendência natural ao envelhecimento é a perda muscular e uma das consequên-

cias dessa perda é a diminuição do metabolismo. “Quanto mais massa muscular, maior será a taxa metabólica basal, isso é, quanto mais músculos mais o nosso organismo queima calorias”, esclarece a nutricionista. A atividade física sempre deve ser associada a uma alimentação saudável, hidratação adequada e boas noites de sono para auxiliar na homeostase equilíbrio do organismo. “Para um emagrecimento saudável é importante ter paciência e aprender que não existem alimentos ou produtos milagrosos e sim um conjunto de mudanças que levará ao resultado. O ideal é buscar por profissionais qualificados, que respeitam a individualidade biológica”, salienta Marisléia, que completa: “é totalmente possível ser saudável e bonita, independente da idade. Basta ter disciplina e persistência”, finaliza. e

No foco Marisléia Luca Coral Nutricionista Clínica e Esportiva CRN: 38620 Telefone (16) 9.9171-2528 Facebook: Nutricionista Marisléia Luca Instagram: Marisléia Luca

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|Homem

Paixão que atravessa

GERAÇÕES FASCINADOS PELAS MOTOS, HOMENS ACIMA DE 40 ANOS FAZEM DELAS MAIS QUE HOBBY, UM ESTILO DE VIDA

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uem já sentiu o vento no rosto e a liberdade batendo no peito consegue sintetizar o prazer que é viver sobre duas rodas. Não é à toa que cada vez mais homens e mulheres se rendem às motos. Considerada mais do que uma paixão, um próprio estilo de vida, são elas quem vem ditando o dia a dia de muitos francanos que já passaram dos 40 anos e que comprovam que a diversão sobre duas rodas deixou de lado o caráter grotesco e agressivo das gangues americanas dos anos 1960 e passou a ser um estilo, principalmente para os que gostam de curtir a vida. Uma destas pessoas é o engenheiro de Segurança do Trabalho, Renato Garcia, que comprou sua primeira moto-

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cicleta em 1980, quando tinha 28 anos. Era uma Honda CG 125. De lá para cá, ele teve uma Honda Twister, uma Honda Shadow 600 e hoje possui uma Harley Davidson Heritage Classic. “Existem dois tipos de necessidades com as motocicletas: a primeira é a praticidade e rapidez em andar no trânsito, economia de combustível; e a segunda é o lazer, o gosto de andar de moto, a liberdade”, observa Renato, que anda de moto todos os dias e não abre mão dos passeios aos finais de semana. Em Franca é possível encontrar advogados, empresários, médicos, dentistas, profissionais liberais, que, apesar do dia a dia corrido e interesses diferentes, têm algo em comum: o prazer de andar

sobre duas rodas. E são motos de todos os tamanhos, com motores que variam de 150 a mil cilindradas. Entre elas está a do advogado José Paulo Rodrigues Violante, 64 anos, que desde a adolescência já sentia o coração acelerar ao ver passar uma moto. Mas foi só aos 18 anos que ele teve a sua primeira, uma motocicleta alemã preta de 250 CC, rabo seco – sem amortecedor – e da marca NSU, ano 1938. De lá para cá, vieram outras seis e hoje ele tem três: uma KTM Adventure 990, uma Harley Davidson Electra Glide 1600 e uma Yamaha TT R 230. “Quando a idade vai chegando, todo homem que é apaixonado por moto faz desse objeto um de seus maiores prazeres”, admite José Paulo.


O cenário em Franca

Franca conta com mais de 55,8 mil motocicletas, segundo registro do Detran – Departamento Estadual de Trânsito. Uma delas é a do diretor comercial da Ivomaq, Marcos Morais, 61 anos, uma Harley Davidson, modelo Fat Boy - agora já no estilo Custom – estradeira. Uma motocicleta pesada, potente, bonita e com estilo retrô. “Para os amantes das estradas, com espírito Custom (estradeiro), montar em uma motocicleta Harley, grande, pesada, design ergonômico, potente e imponente, significa estar de bem com a vida”, diz Marcos, que ao longo dos anos, mudou seu estilo como motociclista, mas a paixão permaneceu a mesma. “Trocamos muitas vezes a alta velocidade pela estabilidade e puro prazer. Além disso, passamos a valorizar mais a família, os amigos e os grupos. Conhecer lugares novos, vencer as distâncias e viajar em equilíbrio com a natureza sem muita pressa é um dos objetivos”, comenta.

Marcos diz que se entregar ao motociclismo o fez muito mais feliz por sua fé, sua família, seu trabalho e seus amigos

E os motociclistas estão sempre buscando um motivo para viajar e quando não tem, o que é raro, inventam um. Eventos de motociclismo, aniversários de grupos ou pessoas, estradas cheias de curvas e serras perigosas lugares que permitam acelerar e vencer a distância fazem parte desse contexto. Mas, segundo Marcos, essas viagens em geral não passam dos 500 km entre idas e vindas, embora ele goste

mesmo é das viagens planejadas e longas. “Por exemplo: Serra do Rio do Rastro (SC) em apenas 12 km de serra você passa por 260 curvas íngremes e fechadas. É perigoso, mas com atenção e cuidado vai tranquilo. Nessa viagem, rodamos em cinco pessoas 3.000 km, em sete dias e tivemos a oportunidade de conhecer a Serra do Papagaio e Juquiá (SP), Serra da Graciosa e Caiobá (PR), Florianópolis, Lauro Muller, Urubicí, Sindacta II, a Serra do Rio do Rastro e Camboriú (SC)”, conta ele, que ainda viajou para Curitiba em três pessoas pelo Rastro da Serpente. Já nos finais de semanas sem feriado, ele roda por perto: Ribeirão Preto, Uberaba, São Carlos, Matão, Guaíra, Barretos, etc. O motociclismo não é apenas uma forma de locomoção. É um estilo de vida. José Paulo é enfático ao explicar a diferença entre “motoqueiro” e “motociclista”, dizendo que os motociclistas encaram a moto como prazer, Integrante do Moto Clube “Os Zangados”, José Paulo viaja sempre que pode e conta ainda com a companhia da esposa Walkíria

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hobby e passeio. Respeitam as leis de trânsito e aos demais que também fazem parte dele, como carros e pedestres. “Não importa o tamanho nem a cilindrada da moto para identificar um motociclista, mas sim a sua conduta. O motociclismo é pegar estrada pensando nas histórias que contará quando chegar em casa. O motociclismo se resume em ‘Um homem, uma moto, uma viagem e uma história”, reforça.

Sensação única

Duas rodas e quilômetros de histórias. O ronco do motor é a trilha sonora preferida dos amantes das motos. Sejam esportivas ou estradeiras, é em cima delas que eles se sentem livres. E não é preciso ultrapassar os limites de velocidade para despertar esta sensação. O prazer está em simplesmente dar partida e seguir um caminho, que muitas vezes não é previamente definido. “O encanto maior que esta máquina e o motociclismo proporcionam, é viver intensamente a sensação absoluta de liberdade, o contato com a natureza e a integração entre amigos, aproveitando cada momento fantástico destes passeios e é também sensacional, ter o coração batendo junto como os roncos únicos e exclusivos destas máquinas”, revela o técnico em prótese dentária, Samuel Bertolino da Silva, 47 anos, cujo interesse por motos começou muito cedo, mas só aos 17 anos ele comprou a sua primeira – uma

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CG 125 Honda 1983. Depois dela vieram a XL 350, Yamaha RD 350, mais conhecida como “Viúva Negra”, entre tantas outras. “Minha antipenúltima aquisição foi uma CB 450 Custom, a penúltima uma Shadow Custom 750 e a última, por influência de meu amigo Ari, adquiri a Harley Davidson Fet Boy 1600”, conta. A paixão de Samuel pelo ronco do motor de sua moto vem influenciando a família. Sua esposa, a cirurgiã dentista Karla Bertolino, e sua filha Isadora, sempre viajam com ele e amam vivenciar a liberdade que a motocicleta proporciona. “Minha filha com 18 anos já pensa em ter sua própria Harley 883”, diz o técnico em prótese dentária, que completa: “hoje em dia, as mulheres acompanham, participam e desfrutam dos prazeres destes passeios com os amigos, agregando mais amizade, risos, sua feminilidade, sua beleza e, consequentemente, trazendo mais alegria, união e prazer aos motociclistas apaixonados por estas máquinas”.

Muito além da estrada

A paixão pelas duas rodas tem um outro poder: o de formar círculos de amizade. Em Franca, são vários os grupos de motociclis-

Segundo Renato, quando você pega a estrada de carro, você aprecia a natureza e quando você está de moto você faz parte dela

Samuel tem hoje o prazer de ter uma Harley Davidson, sonho de consumo de muitos motociclistas

tas – cada um com sua filosofia e proposta. Entre eles estão o Santa Custom Moto Clube, do qual Samuel faz parte; e Moto Clube “Os Zangados”, do qual Marcos e José Paulo integram. “Além de respirarmos esta liberdade e alegria dos passeios e viagens entre amigos, realizamos nossas ações sociais”, observa Samuel sobre a atuação dos motos clubes da cidade. No meio disso tudo, uma descoberta: a sensação de jovialidade que o motociclista sente ao pilotar não é coisa de sua cabeça. Ou melhor, é. De acordo com estudo realizado pelo neurocientista japonês Ryuta Kawashima – conhecido por criar o jogo “Brain Training”, da Nintendo DS – pilotos de motocicletas se mantêm mais jovens que os motoristas de automóveis. A pesquisa foi realizada pela Universidade de Tohoku em colaboração com a Yamaha Motor. A explicação para isso, segundo Kawashima, é que guiar sobre duas rodas exige mais do cérebro. “Pilotar uma moto requer alto nível de atenção”, declarou o neurocientista. “O cérebro e o corpo acabam relaxando em ambientes cômodos e com poucos desafios. Quem pilota motos envelhece com mais inteligência”. Como se vê, não resta dúvida de que andar de motocicleta faz bem para a saúde como um todo e, de quebra, funciona como um propagador da corrente do bem e das amizades. e


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|Censo Animal

Eles são um problema social FRANCA TEM MAIS DE TRÊS MIL ANIMAIS ABANDONADOS PELAS RUAS E SITUAÇÃO TENDE A PIORAR

E

ncontrar um cão ou um gato abandonado pelas ruas já se tornou uma cena recorrente. Estima-se que a cidade possua 2.750 animais abandonados – eles representam 5% daqueles que têm dono, segundo técnica criada pelo Instituto Pasteur em 2002. E como o último levantamento do número de cães e gatos do município foi realizado em 2006, verificou-se que Franca possuía 47.797 cães e 4.761 gatos – naquele ano foram visitados 125.595 imóveis. “Estes números indicaram que 38% dos domicílios possuem, pelo menos, um cão e em 4% pelo menos um gato. Hoje, a estimativa é que Franca possua 50 mil cães e cinco mil gatos domiciliados”, diz o médico veterinário da Vigilância Ambiental, José Conrado Netto. O fato é que, à medida que aumenta o número de animais nas residências, consequentemente sobe o índice daqueles que vivem pelas ruas, à mercê do tempo e dos maus tratos. “Falta conscientização, a parte educacional, tratar os casos com respeito, pois vi-

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venciamos casos de abandono por parte dos tutores destes animais por problemas que haveriam solução”, diz a produtora de eventos Tatiane Morais Cruvinel. Entre estas situações, ela cita mudança de casa e a decisão de não levar o animal; adoecimento

do animal e a falta de interesse em cuidar dele; quando ele se reproduz por não ser castrado e o consequente descarte dos filhotes nas ruas. “Muitas vezes conseguimos reverter alguns casos, somente conversando e explicando as soluções para as

Os voluntários que integram o grupo Vida de Cão, que existe há dois anos e meio em Franca


pessoas. Já por parte do poder público, faltam investimentos em mais ações para a mudança deste quadro”, opina Tatiane, que ao lado de Tânia Morais, Valdete Morais, Douglas Cruvinel e Silvio Romualdo, integra o grupo Vida de Cão, que existe há dois anos e meio, resgatando os animais e encaminhando-os para adoção. “Inicialmente nossa proposta era fazer mutirões de castração e conscientização sobre adoções responsáveis, mas percebemos a demanda de animais nas ruas e o resgate dos mesmos foi inevitável”, explica Tatiane, que assim como os demais, mesmo antes da criação do grupo, já atuava como protetora independente.

Problema grave

A superpopulação é uma questão social, que pode ser explicada pelo número insuficiente de pessoas que adotam os animais abandonados e pela reprodução exponencial dos mesmos. No entanto, esses não são os únicos motivos. Por isso, uma das soluções para amenizar este problema seria a castração de cães e gatos, evitando que estes animais continuem a se reproduzir e, gerando, consequentemente, mais abandono. Porém, apenas castrar não basta. É preciso educar a comunidade para a guarda responsável e para a necessidade de evitar que seus animais cruzem indiscriminadamente, pois os resultados das famosas “cruzas de fundo de quintal” são desastrosos.

O médico veterinário José Conrado Netto diz que a Vigilância Ambiental realiza ações ao longo do ano

A cada ano nascem milhares de cães e gatos provenientes destes cruzamentos. Muitos são abandonados à própria sorte nas ruas ainda filhotes ou morrem antes de conseguir um lar. Segundo o médico veterinário da Vigilância Ambiental, com a Lei Estadual 12.916, de 2008, que dispõe sobre o controle da reprodução de cães e gatos e proíbe os procedimentos de eutanásia, o serviço de captura e recolhimento de cães e gatos ficou inviabilizado. Atualmente, só são recolhidos ao canil municipal animais envolvidos em agressão ou vitimados por agravos incuráveis e animais de grande porte soltos em via pública. “Os cães e gatos abandonados são capturados e recebem o primeiro atendimento pelo veterinário do canil municipal. Se

ele entender ser um caso grave e necessitar de atendimento especial, o animal é encaminhado ao Hospital Veterinário da Unifran”, explica José Conrado. No entanto, só isso não tem sido suficiente. Então, como medida de controle, Franca criou o Programa de Esterilização de Cães e Gatos que já castrou, gratuitamente, mais de 15 mil animais. Atualmente, o município oferece, gratuitamente, 225 cirurgias ao mês. “É medida que vai causar impacto a médio e longo prazo e tem o objetivo de controlar a população de cães e gatos”, defende José Conrado, acrescentando ser notório o compromisso da Administração com ações e programas específicos, desenvolvido pelos órgãos técnicos que cuidam do agravo.

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Doando amor

A doação a quem precisa

Tendo como exemplo seus pais, que a ensinaram a respeitar, amar e defender os animais, a advogada e membro do Conselho Municipal de Proteção Animal, Maysa Cristina Barini Kaluf, 35 anos, decidiu se engajar na causa animal quando percebeu que podia fazer mais por eles, utilizando sua profissão de advogada, as redes sociais, além de arregaçar as mangas e ir a campo fazer resgates, cuidar, tratar e encaminhar para adoção. “Isso tudo aconteceu há cinco anos”, conta Maysa, que possui 11 cães, além dos que estão sob sua responsabilidade em lares temporários para tratamento e encaminhamento à adoção. “A mais velha é a Amarela, uma cadela resgatada, que acreditamos ter entre oito e 10 anos, mas não é ela quem está comigo há mais tempo. O mais antigo em casa é o Luan, um dusch de cinco anos, e o mais novo na família é o Zé, um SRD que foi abandonado na porta da minha chácara”, comenta. Segundo Maysa, o principal motivo para o grande número de animais abandonados é a falta de conscientização. Por isso, acredita que a partir do momento que as pessoas passarem a compreender

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que o animal tem sentimentos de alegria, tristeza e o quanto sofrem com o abandono, isso vai deixar de acontecer. “O ser humano precisa entender que eles não são brinquedo ou objeto de decoração; eles necessitam atenção e paciência como qualquer criança ou idoso”, pondera. Ela diz que as coisas estão caminhando no meio jurídico: tramita no Senado um projeto de lei de emenda aos artigos 82 e 83 do Código Civil de 2002, com a finalidade de que os animais não sejam tratados como bens coisificados. “Alguns países europeus como a Suíça, Alemanha e a Áustria já fizeram essa alteração. No nosso país já existem julgamentos determinando guarda compartilhada de animais de estimação, o que é incrível, pois há o reconhecimento da importância desses seres na vida das pessoas”, salienta Maysa, que completa: “para muitos, são como filhos. Os meus são assim, são meus filhinhos. Mas infelizmente ainda tem muito a fazer. As pessoas precisam abrandar o coração e terem acesso a mais informações, é o que eu penso”.

Apaixonada por animais, Maysa aprendeu com os pais a importância de protegê-los e defendê-los

Assim como Maysa, a autônoma Deja Portela, 41 anos, aprendeu desde criança a cuidar dos animais. Protetora voluntária independente, ela foi a primeira pessoa a criar um grupo de ajuda de animais pela internet, mas não deu continuidade. “Comecei a cuidar assim que surgiu a lei contra a exterminação de cães e gatos no estado de São Paulo. Vimos a quantidade de animais sofrendo nas ruas, porém, isso antes era camuflado, justamente por causa da eutanásia”, conta. Hoje, Deja está com 11 cães para adoção, além de seus três cães, todos retirados da rua. O mais velho, um poodle, tem 13 anos, e o último chegou há um ano, embora não saiba sua idade. “Já tive comigo 28 cães de uma vez”, diz ela, que hoje não resgata mais por não ter uma renda fixa para mantê-los, pelas ajudas serem incertas, por problemas com a vizinhança e por conta de sua saúde não ser mais a mesma. “Mas ainda procuro ajudar, pedindo pela internet, fazendo brechós, bingo, vendas, enfim, tudo para ser revertido aos cuidados deles”, comenta a protetora, que também procura ajudar outra pessoa a fazer o mesmo. Deja acredita já ter retirado cerca de 100 animais das ruas. “É algo que não tem explicação. É muito bom vê-los bem, sentir que eles sabem que fizemos algo por eles, que os salvaram. Dói muito na hora da despedida, mas isso faz parte do trabalho”, diz.

Os grupos em Franca

Assim como os protetores individuais dos animais, Franca conta com alguns grupos de voluntários que desenvolvem importante trabalho. Um deles é o grupo Vida de Cão, que atua de diferentes formas, desde realizando campanhas de conscientização sobre castrações, trabalhando com resgate e adoções. “É feita uma consulta veterinária, se precisar tomar algum medicamento ou de


algum cuidado especial até mesmo a vacinação, será feito antes da adoção”, esclarece Tatiane, acrescentando que o mais importante é que todos os animais que o grupo Vida de Cão manda para a adoção têm a castração assumida pelo grupo. “Os adotantes têm certeza que serão acompanhados até a castração, pois sem isso não se garante a posse responsável, no qual prezamos muito, não há lares para todos e não havendo a castração, poderá haver mais crias e mais animais abandonados”, destaca. Realizando um trabalho voluntário, o Vida de Cão se mantém com doações em dinheiro, medicamentos e rações, mas na maioria das vezes os voluntários fazem ações, como vendas de artesanatos, rifas e bazares. “Temos bons resultados, pois fazemos a cada dois meses a prestação de contas do arrecadado e para quais animais foram destinadas as verbas, é tudo aberto para as pessoas verificarem e, assim, ajudam mais e mais. Ficamos felizes e os animais que precisam, agradecem”, comenta Tatiane. Ela acredita que o grupo já tenha ajudado 500 animais.

O poder público

Deja já chegou a ter 28 cães e hoje está com 11 cachorros para adoção além dos três da casa

Além das castrações e orientações, a equipe da Vigilância Ambiental realiza ações ao longo do ano, como o Programa de Adoção de Cães e Gatos do Canil Municipal; Campanhas Gratuitas de Vacinação contra a Raiva em cães e gatos; monitoramento de cavernas de morcego hematófago, acompanhamento de pessoas agredidas por animais e o Programa de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral Americana (LVA). Apesar disso, Maysa acredita que Poder Público deveria investir em campanhas de adoção e políticas de conscientização nas escolas, nos bairros, na imprensa, enfim, levar informações às pessoas com relação à saúde e bem-estar do animal, dos sentimentos que eles possuem e aplicar com rigor as penalidades que já são previstas em leis para servir como exemplo e coibir os maus tratos. “Isso para começar, pois precisamos também da destinação de maiores verbas para castrações, vacinações e atendimento veterinário gratuito para pelo menos a população de baixa renda, pois não raras vezes uma pessoa que ama seu animalzinho deixa de dar um tratamento adequado por falta de condições

financeiras”, salienta. Esse é seu sonho, mas como dá para perceber ainda falta muito, e ela vai fazendo a sua parte como pode. “Uma população consciente não tem desculpa para dar, se é que existe uma”, diz. José Conrado diz que isso já vem sendo feito. Inclusive, um grande diferencial das ações até aqui desenvolvidas foi a implementação da cartilha o “Amigo dos Animais”, repleta de dicas e atividades para crianças e adolescentes cuidarem melhor de seu animalzinho. Este projeto prevê um trabalho de educação continuada em unidades educacionais das redes municipal, estadual e privada, centros comunitário, unidades religiosas, com o apoio do Conselho Municipal de Proteção dos Animais. Além disso, foi elaborado e aprovado o Código Municipal de Proteção Animal, Lei Complementar nº 229 de 25 de novembro de 2013. Dentro de várias ações do Código, foi criada a Sala de Proteção Animal, que prima pela conscientização da população acerca das políticas públicas em relação aos animais, com a orientação em prol da causa animal, prestando esclarecimentos sobre posse responsável de animais, adoção, identificação, castração, vermifugação, vacinação, crimes de maus tratos, além dos direitos animais. “A Sala recebe queixas, críticas, sugestões, denúncias sobre maus tratos, presta informações, tanto pelo telefone 3711-9448, quanto pessoalmente”, destaca o secretário municipal de Saúde, que completa: “todos os programas e projetos são divulgados em meios de comunicação e estão permanentes no site oficial da Prefeitura, com todas as informações que a população necessita”, reforça. Para Tatiane, é preciso mais. “O Poder Público precisa criar e sancionar leis mais firmes, criar incentivos para as pessoas continuarem com seus animais, e procurar parcerias com ONG’s e empresas, fazer trabalhos em conjunto para colher bons resultados”. e enfoque franca | fevereiro 2017|65


|fraseado

Escrever é um modo de falar sem ser interrompido. JULES RENARD

Comidas saudáveis me deixam doente. SAUL GORN

Vencer é um hábito. Infelizmente, perder também.

Quem diz que futebol não tem lógica ou não entende de futebol ou não sabe o que é lógica.

VICENT LOMBARDI

O despertador é um acidente de tráfego do sono.

Como é vão sentar-se e escrever se você não se levantou para viver.

STANISLAW PONTE PRETA

Algumas vezes uma maioria simplesmente significa que todos os tolos estão do mesmo lado.

MÁRIO QUINTANA

HENRY DAVID THOREAU

Glória é fugaz, mas a obscuridade é eterna.

CLAUDE MCDONALD

NAPOLEÃO BONAPARTE

As pessoas ligam a televisão quando querem desligar o cérebro.

O esporte é a única profissão que, quando você se aposenta, tem de começar a trabalhar.

Há um limite estreito entre pescar e ficar na margem como um idiota.

STEVE JOBS

EARL MONROE

STEVEN WRIGHT

Viajar é aprender geografia em um mapa 1x1.

O homem é o único animal que vai dormir sem estar com sono e levanta-se quando está sonolento.

A maior parte do tempo eu não me divirto muito. O resto do tempo eu não me divirto nada.

ENO THEODORO WANKE

FREDERIC DARD

WOODY ALLEN

Um preconceito é uma opinião não submetida à razão. VOLTAIRE

Férias é não ter nada que fazer e ter todo dia para fazer isso. ROBERT ORBEN

Vício é o que estamos sempre fazendo pela última vez. LEON ELIACHAR

A tradição é a personalidade dos tolos. ALBERT EINSTEIN

Realidade é uma ilusão causada pela falta de álcool. GEORGE BERKELEY

Toda moda é criada para ficar fora de moda. COCO CHANEL

Uma coisa que você aprende em corridas é que os outros nunca esperam por você. ROGER PENSKE




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