A continuidade da vida Por meio da reprodução, os seres vivos transmitem aos descendentes características próprias de sua espécie; assim, a morte de um indivíduo não significa o desaparecimento da espécie. A continuidade da vida é possível porque os seres vivos, ao se reproduzirem, originam descendentes semelhantes; a diversidade da vida existe porque os descendentes podem ser diferentes entre si e de seus pais. Duas são as formas gerais de reprodução: assexuada e sexuada.
Reprodução assexuada Por meio da reprodução assexuada, organismos podem se dividir em dois (ou mais) ou desprender fragmentos capazes de se desenvolver e formar novos indivíduos. Os descendentes assim formados são, em geral, genética e morfologicamente iguais ao genitor. A reprodução assexuada (figura 13a) é bastante comum em diversos grupos de microrganismos e habitualmente gera muitos descendentes. Outra característica é ser, em geral, eficaz em ambientes estáveis. Se um organismo está adaptado a seu meio, seus descendentes também estarão, pois são cópias genéticas idênticas ao genitor. Favorável para um, favorável para todos! Nessa forma de reprodução, um organismo é capaz de originar descendentes que originam outros descendentes e assim sucessivamente. Em um ambiente ideal, podemos imaginar, por exemplo, bactérias reproduzindo-se indefinidamente, em uma sequência interminável de divisão de cada organismo em dois outros.
Todavia, uma população que se multiplica por reprodução assexuada é mais vulnerável a eventuais mudanças ambientais. Como os organismos são geneticamente muito semelhantes, estão todos igualmente sujeitos à morte, caso as condições ambientais se tornem inadequadas. Desfavorável para um, desfavorável para todos!
Reprodução sexuada Nesse tipo de reprodução (figura 13b), ocorre o intercâmbio de material genético entre dois genitores na formação do novo indivíduo. Em plantas, animais e outros organismos, a reprodução sexuada envolve a participação de células reprodutoras especializadas, chamadas gametas, responsáveis pela transmissão do material genético dos genitores para os descendentes. Nas espécies com reprodução sexuada, cumprido o papel no ciclo de vida, com a reprodução e o nascimento dos descendentes, os organismos caminham para o envelhecimento e a morte. A reprodução sexuada proporciona maior variabilidade genética. Os descendentes resultam do intercâmbio e da mistura de material genético dos genitores, e essa recombinação aumenta a diversidade biológica, cuja principal vantagem é aumentar a probabilidade de sobrevivência diante de mudanças ambientais. Em um grupo com grande variabilidade genética e diversidade, pode haver indivíduos tolerantes a novas condições ambientais. Assim, caso ocorram mudanças no ambiente, há maior probabilidade de que parte dos organismos da população sobreviva e se reproduza, garantindo a manutenção da espécie.
Hidra adulta em corte
Espermatozoide
b Zigoto
a Broto
Óvulo Ligia Duque
Novo indivíduo
Novo indivíduo
Figura 13. Alguns seres vivos apresentam ambos os tipos de reprodução, por exemplo, as hidras, pequenos invertebrados aquáticos do grupo dos cnidários. (a) Na reprodução assexuada, um broto surge e desprende-se do corpo da hidra, dando origem a outro indivíduo. (b) Já na reprodução sexuada, tomam parte os gametas. Os masculinos (espermatozoides) são pequenos e móveis, enquanto os femininos (óvulos) são grandes e não têm mobilidade própria. A união dos gametas chama-se fecundação e resulta no zigoto (ou célula-ovo), que originará um novo indivíduo. (Imagem sem escala; cores-fantasia.)
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