SHOW BUSINESS + SUCESSO! - Ed. 114

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rtistasartistasartistasartistasartistasartistasartistasartistasartistasartistasartista música boa Por Gilmar laurindo

Tributo merecido

ViVendo há 40 anos no Brasil, músico e produtor argentino TorcuaTo mariano promoVe álBum dedicado à música do país que o acolheu diVulgação

nova temporada do The Voice). A seguir, Torcuato Mariano fala de Escola Brasileira e de outros assuntos ligados à sua carreira: » Show BuSineSS + SuceSSo!: Fale um pouco sobre a concepção do álbum. TorcuaTo Mariano: Escola Brasileira é um agradecimento e uma celebração de quatro décadas que marcaram minha chegada ao Brasil, onde fui acolhido musicalmente com todo carinho. É também um tributo a um país com tantas sonoridades, tanta riqueza e tantos artistas ímpares que influenciam músicos pelo mundo afora. Em termos de concepção tem muito de Rio, tem Samba Jazz, Bossa Nova, Bossa Jazz (em inglês), um pouco de Minas Gerais, um pouco de big band e um cheiro de nordeste à minha maneira. E acaba com uma canção só com vocalizes (Aruanda), como se fosse uma prece e um pedido de proteçao a essa brasilidade. Nesse momento não posso deixar de lembrar de todo aprendizado e do meu primeiro trabalho que foi com o Johnny Alf.

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MATÉRIA TORCUATO

ascido em Buenos Aires, o músico e produtor Torcuato Mariano, 56 anos, está há quatro décadas no Brasil. Guitarrista conceituado, ingressou no universo da música brasileira pelas mãos do mestre Johnny Alf, com quem tocou por quase dois anos. Pra sintetizar seu vasto currículo, ao longo da carreira Torcuato gravou com nomes diversos, tocou em tours de Djavan, Gal Costa e Ivan Lins, foi diretor artístico da EMI e lançou quatro discos, alguns dos quais alcançaram êxito até fora do Brasil. Desde 2012, dedica-se quase que integralmente aos realities musicais da Rede Globo – The Voice, The Voice Kids, Popstar e Superstar –, integrando o time de produtores dessas atrações. Nos últimos 18 meses, aproveitando as eventuais janelas entre um reality e outro, Torcuato concebeu e produziu seu sexto álbum, Escola Brasileira, uma homenagem aos artistas que o influenciaram e aos gêneros do Brasil que ele aprecia. Ao todo, são dez canções de sua autoria, uma delas em parceria com Carlinhos Brown (Cansei de Dor) e outra com Débora Cidrak (Beyond the Paradise). “Poderia ter sido mais um disco de guitarrista, mostrando o quanto ele toca seu instrumento numa 'cachoeira de notas e de técnicas' – como tenho observado com outros grandes cobras da guitarra. Mas não, é um projeto para ser saboreado, pela sua música, suas composições e pela participação de músicos e artistas maravilhosos”, afirma o mestre da bossa nova Roberto Menescal, que assina o press-release do disco. O álbum, que tem participações de Djavan, Cesar Camargo Mariano, Hamilton de Holanda e Gabriel Grossi, está desde maio disponível nas plataformas e deve gerar um show, o qual Torcuato pretende levar a algumas cidades a partir de agosto, sempre que a agenda dos realities da Globo permitir (dia 30 de julho estreia a

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» Fale mais desta fase com o precursor da Bossa nova... Eu não conhecia, mas tinha o telefone do Ricardo Santos, baixista que tocava com a cantora Joanna. Liguei para ele, perguntei se ele sabia de alguma oportunidade para me indicar, e para minha surpresa, uma semana depois Ricardo me ligou, oferecendo um teste. Falei, claro! Saí com minha guitarra e meu amplificador, o endereço no bolso, e quando cheguei no local, vi que era o Chico’s Bar, na Lagoa. Um Piano Bar de altíssimo nível que recebia músicos, artistas e executivos da indústria. Bill Evans, por exemplo, tinha tocado várias vezes lá nas suas vindas ao Brasil. Era uma terça-feira à tarde, os garçons arrumando as mesas, tudo meio escuro. O Johnny tocou três músicas, pediu para eu acompanhá-lo e, no meio de uma das canções, um cara numa mesa se virou e falou: “O Johnny, o garoto é bom, pode contratar”. Para minha surpresa, semanas depois descobri que se tratava do Ronaldo Bôscoli. A lenda da Bossa Nova era frequentador assíduo do Chico’s Bar. Tocar com o Johnny durante quase dois anos num lugar que só apresentava músicas de qualidade foi uma escola inigualável. Tudo que adquiri com aquele gênio da música até hoje está presente no meu trabalho. Naquele tempo se falava muito num lugar que já tinha fechado, o 706, onde tinham tocado Djavan e Filó Machado. E eu ouvia muito falar do Edson Machado e seu Samba Novo, Milton Banana e toda a galera do Samba Jazz, que influenciou tanta gente. Por isso, abro o álbum com uma música chamada 706 Night Club em homenagem a essa escola. » Além dessa brasilidade, você insere no repertório elementos da música da Argentina? Especificamente nesse projeto eu me esforcei para ter um foco, ainda que imprima nas faixas meu estilo pessoal. Mas em outros projetos de que participei e nos meus outros álbuns, faço uma mistura de tudo. Inclusive no meu álbum So Far From Home tem uma canção chamada La Casita Magica (um tango eletrônico), com a participação de Hamilton

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