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“Já deixei pessoas    opinarem nos meus SONHOS e,   como resultado, tudo deu errado.”

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CAPÍTULO 2

Escolha quem você quer ser

Deixe de ser quem as pessoas querem que você seja! Certamente você se sente mal quando não está sendo quem realmente é, não é mesmo? E vai ficar asssim até quando? A vida é uma só!

Então, faça uma reflexão sobre tudo o que você viveu, sobre as pessoas que o criaram, as que lhe influenciaram e tome uma atitude. No fundo, você tem uma chama aí dentro falando o que fazer.

Você não tem, necessariamente, que seguir os mesmos caminhos que os outros. Sua mãe teve filhos, mas você precisa ter? Quem disse? Seu pai trabalhava para os outros. Você, porém, não pode trabalhar para si mesmo? Seu irmão mais velho nunca estudou. Você, no entanto, precisa ser desinformado? Sua família sempre morou e ainda mora em comunidades. Mas você não precisa comprar ou alugar uma casa nesses locais. Seus tios gastam parte do orçamento com festas desnecessárias ou fazendo compras supérfluas. Você precisa fazer o mesmo? Seus amigos sempre usaram drogas. Você também precisa usar para ser aceito? Seus colegas de sala ficam no celular e falam que as matérias e os professores são

chatos. Você precisa ter a mesma postura que eles? Eu continuamente fiz esses questionamentos e muitos outros. E minha resposta sempre foi um enfático NÃO.

Sua família, seus amigos e até mesmo seus colegas de trabalho seguem alguns comportamentos e estilos de vida falidos. E você, inconscientemente, está incorporando em sua vida esse mesmo padrão. Mas você, como águia, a partir de agora deverá observar tais comportamentos e, sem dizer nada a eles, alterar em si mesmo o que não quer mais para a sua vida.

As pessoas irão estranhar, mas não se preocupe com as críticas, pois somente você vai entender o motivo que o levou a mudar para chegar aonde sonhou estar.

A Larissa diz que é muito difícil conviver com essa minha nova versão que se levanta todos os dias que amanhece. Esse novo João desponta constantemente, já que um livro que eu leia, um vídeo a que assista ou uma série que veja já me possibilitam ressignificar muitas coisas. Não é a toa que, se compro uma roupa ou um tênis novo, eu os uso no mesmo dia ou, no máximo, no dia seguinte. Pois esse sou eu! Ter uma reação rápida às mudanças e experimentar rapidamente o novo me fazem bem. Afinal, pensar nunca me tirou do lugar. Agir sim!

Meus amigos da faculdade, um pequeno grupo de quatro pessoas, eram daqueles que seguem até o fim. Tiravam notas boas e me ensinaram a ser melhor. Certamente eu escolhi o grupo certo para conviver. No intervalo, por exempo, apenas íamos comprar algo para comer enquanto muitos outros iam para os barzinhos e não voltavam para as aulas restantes. Eu sentia vontade de ir também, no entanto percebia que os meus sonhos estariam muito mais distantes se eu reproduzisse aqueles comportamentos. Segui firme neste propósito e consegui concluir a facudade sem nenhuma DP.

O rapaz mais “nerd” da minha sala se chamava André. Ele estudava muito e suas notas variavam sempre entre 9,5 e 10,0. Raras vezes tirava 9,0. Logo que percebi isso, eu me aproximei dele e me desafiei a ser melhor do que ele. Competíamos entre nós quem, em menor tempo, tiraria as melhores notas nas provas. Sem apostar nada, apenas para elevar os nossos níveis. Ele sempre tirou notas boas, mas demorava muito para terminar as provas. Já eu tirava notas medianas e terminava rápido. Comecei, então, a fazer todas as provas à caneta, mesmo as que envolviam cálculo; assim, eu me forçava a ser mais acertivo de primeira e a terminar primeiro que o André. E, como resultado, minhas notas passaram para 9,0 e 10,0.

Meu outro amigo, Alan, era melhor em apresentar trabalhos para a sala. Muitas vezes, ele mal sabia sobre o assunto; nós apenas lhe passávamos um resumo e ele, confiante, ia à frente dos 120 alunos da classe e, simplesmente, detonava.

Eu ficava indignado com a habilidade dele, afinal, quem quer apresentar algo para 120 pessoas estranhas? O Alan.

Com ele, aprendi a falar em público e a me arriscar. Alan me deu diversas dicas e uma delas era ser sempre eu mesmo. Ele me dizia: “Não estou preocupado com o que vão achar de mim. Apenas apresento o que tenho a dizer, tiro a nota e já era!”. Isso me surpreendeu, pois, de fato, ele era o mesmo Alan da nossa rodinha e era assim que se apresentava lá na frente: com os mesmos trejeitos, vícios de linguagem, tiradas rápidas e algumas curtas piadas que utilizava para exemplificar de forma exagerada determinado conteúdo.

Ele me deu outras dicas, como: inicialmente olhar para as paredes ao fundo e não olhar para as pessoas; estar sempre com uma caneta na mão para sentir segurança; assimilar o contéudo e não decorar; fazer associações do conteúdo proposto com outros temas; utilizar exemplos práticos; e, por fim, “não se importar” com o que os outros vão achar.

O Anderson era outro colega da turma. Calmo, pacífico, observador e muito esperto, ele não gastava energia, tempo ou dinheiro em algo que julgasse que não daria em nada.

Aprendi bastante com todos eles e sei que escolhi bem as pessoas com as quais eu iria conviver por quatro anos. Com eles, aprendi a ser melhor e mais sábio. Durante a faculdade, em nenhum momento eu não fui quem gostaria de ser, pois já sabia o João que eu me sentia bem sendo.

Desde menino, seja no esporte ou em outras áreas de minha vida, eu não queria perder e nem queria estar na média. Não queria ser lembrado como mais um! E foi isso que me impulsionou a fazer melhor e mais rápido tudo o que me propus a fazer. Porém, o preço a ser pago é alto. Só sente o gostinho diferente da vida os que estão dispostos a pagá-lo.

Se eu quiser ter uma renda acima da média aqui no Brasil e viver confortavelmente, não faz sentido ter os mesmos hábitos da maioria, pois teria o mesmo resultado que eles. Não posso, por exemplo, dormir até tarde todos os dias e achar que conseguirei chegar à empresa no horário. Certamente estarei indisposto e sem ânimo. Eu não posso beber durante a semana e ficar passando mal. Não posso financiar um carro, pois só de juros estaria pagando o preço de dois ao final do financiamento. Se quero trocar de carro, preciso aprender a poupar dinheiro para comprá-lo. E não posso gastar mais do que ganho.

Apesar de serem premissas simples, eu errei em quase todos esses pontos. Somente após ter cometido esses erros é que tomei a decisão de não mais cometêlos. Isso é um processo de evolução: você sai de um ponto e chega a outro. Mas,

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20 para isso, você precisa estar atento, pois se não estiver, irá ter repetidamente os mesmos comportamentos até o fim da vida.

Eu precisei tomar muitas decisões na minha vida. E, talvez, a mais importante de todas foi: ser sempre eu mesmo. Analisar os pontos fortes e fracos de quem me criou foi fundamental para isso, pois precisava saber o que eu aprovava e o que não aprovava como resultado na minha família. O ambiente e as pessoas não podem ter influência sobre você, a não ser que queira ou consinta. Não se permita ser menos do que sonhou, tenha autodisciplina para cobrar isso de si mesmo. O ponto principal é nunca ser vítima e sempre ser o protagonista da sua vida!

Como sempre digo:

“Pegue um chicote e bata em suas próprias costas. Tenho certeza de que quando não aguentar mais, você irá parar. Entregue o mesmo chicote para a vida, o chefe, o concorrente ou para qualquer um que você vir em sua frente e veja que eles não terão piedade”. Isso significa que é sempre melhor a autocobrança. Sempre! Você certamente vai parar quando não estiver mais aguentando.

A vida é injusta para os fracos! Se, por ventura, você parte do último pelotão na maratona da vida, pode ter certeza de que terá que dormir menos e trabalhar mais se comparado a alguém que partiu dos primeiros pelotões. Não adianta reclamar ou bater o pé. Ou você corre mais e se sacrifica mais que os outros, ou morrerá na mediocridade.

Inúmeras ferramentas foram necessárias para eu acordar para a vida e entender que sozinho não chegaria a lugar algum. Muitas dessas ferramentas são simples, estão em nosso cotidiano e não custam quase nada, como se distanciar de pessoas negativas e se aproximar de pessoas positivas; ler livros e assistir a vídeos na internet que contribuam para o seu crescimento pessoal e profissional; seguir pessoas que estão melhores que você e escolher alguém para estar a seu lado que tenha os mesmos sonhos que você.

Acorda! Compreenda que mais do que se espelhar em alguém que admire, você precisa entender o preço que aquela pessoa pagou. Não adianta se inspirar no Ayrton Senna, no Michael Jordan, no Hamilton e não fazer o que os eles fizeram ou fazem para chegar a seus objetivos. Se você se espelha neles, precisará aprender com eles e entender que precisa correr mais que os outros. E não será fácil melhorar seus pensamentos, seus comportamentos e, principalmente, suas atitudes perante o mundo. Afinal, como diz Caio Carneiro: “Seja foda! Porque senão o mundo não vai te enxergar como foda”.

Infelizmente, assim como eu, boa parte da população brasileira cresceu com inúmeras crenças limitantes, acreditando em coisas que não deveria acreditar. Ser medíocre apenas traz resultados medíocres. O fato de perceber que as pessoas que lhe cercam não são seus maiores exemplos não é ruim, é apenas esclarecedor. E, tendo essa clareza, você certamente saberá o que não fazer. Veja-se como águia e não como galinha, mesmo quando estiver cercado de galinhas. Você muda quando a sua visão sobre as coisas mudam!

Atualmente eu ocupo o cargo de gerente comercial em uma multinacional no ramo atacadista de alimentos e fiz uma promessa pra mim mesmo: se, em quatro anos, conseguisse chegar ao cargo mais alto na empresa, eu trasmitiria para o máximo de pessoas os passos que percorri para entrar e me destacar na empresa.

Quer ser alguém acima da média? Alguém que cresça rapidamente profissionalmente? Alguém que não fique estagnado em sua função e que atinja seus objetivos, sem culpar a família, amigos ou a empresa por um possível insucesso? Então, seja cego, surdo e mudo.

Seja cego para não enxergar que há pessoas que são pagas para fazer as mesmas tarefas que a sua e não as fazem. Por exemplo, se você é um repositor em um supermercado e percebe que somente você chega no horário, faz um bom atendimento, consegue abastecer todo o corredor, e todos os outros repositores ficam procrastinando, dando uma “enrolada básica” e ainda ganham o mesmo salário que o seu, seja cego! Cada pessoa tem um propósito e não querer prosperar e se contentar com uma vida medíocre pode ser o objetivo de muitos. Isso não significa que você precise seguir o mesmo caminho.

Seja surdo quando alguém reclamar da vida, do chefe, da empresa, das injustiças sofridas e das cobranças, pois isso são experiências subjetivas da pessoa e não suas! E, muitas vezes, há detalhes e posturas da própria pessoa que não são ditas, pois a visão dela, baseada em sua própria perspectiva, pode estar distorcida – o que não contribui para a sua trajetória e não o ajuda a atingir os seus objetivos. Por isso, seja surdo.

Criar uma imagem negativa de seu chefe pautada pela opinião alheia só irá piorar a situação. Se você não acredita onde se encontra, você não vai crescer.

Seja mudo quando quiser falar sobre os outros ou reclamar da vida, do ambiente e dos colegas de trabalho, da família, pois se reclamar é “clamar duas vezes” e se as palavras têm poder, isso apenas atrairá coisas ruins para a sua vida.

Quando sentir vontade de desabafar, falar sobre suas desmotivações, suas iras e seus desconfortos, faça isso com pessoas que realmente o amam e o ajudarão,

22 como sua esposa, sua mãe, seu melhor amigo. Para que você entenda como a reclamação é ruim, faça o teste de ficar dez minutos ao lado de quem só reclama e perceba como isso suga suas energias e é cansativo.

Na estrada para o crescimento, você não pode ter este hábito. Não reclame. Produza! Isso sim fara você sair do ponto A e chegar ao ponto B.

Eu sempre digo para as pessoas que trabalham comigo: em nenhuma empresa é necessário fazer além do que você é pago. Não é necessário morrer de trabalhar. A grande maioria das empresas é terra de cego. A pessoa que enxergar com meio olho, será rei. Então, se você entender a cultura da empresa, o foco do negócio e a função que precisa desempenhar para que isso aconteça, já enxergará diferente das pessoas que estão na média.

Frequentemente, pessoas que estão na média ou abaixo da média colocam sentimento durante a execução de suas tarefas, mas isso apenas irá prejudicálas. Seja diferente, seja prático e adaptável. Se o foco da empresa mudou da direita para a esquerda, mude também de rota e não se lamente. As empresas são mutantes, portanto, você também deve ser. A palavra é adaptação!

Seja você! Seja quem você é! Seja seus sonhos na prática!