Psicodinâmica das Cores em Comunicação

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Psicodinâmica das cores em comunicação

Em numerosos casos, foi verificado que a memória da cor em si foi para o amarelo, o vermelho, o roxo, o laranja, o violeta, enquanto para o verde e o azul, a memória indicava mais a forma.

7 — SIGNIFICADO CULTURAL E PSICOLÓGICO DAS CORES Há mais ou menos duzentos anos que a humanidade começou a usar a cor com a intensidade com que fazemos hoje. O número de corantes e pigmentos conhecidos antes do século XIX era muito reduzido. Tinham origem orgânica e custavam muito caro. Só os indivíduos com mais recursos podiam usá-los. A síntese dos corantes de anilina, os derivados do alcatrão de hulha e os óxidos metálicos alteraram drasticamente os processos de elaboração de cores. A cor sempre fez parte da vida do homem: sempre houve o azul do céu, o verde das árvores, o vermelho do pôr-do-sol. Mas há, também, a cor feita pela produção humana: tintas, papéis de parede, tecidos, embalagens, cinema, TV, computadores etc. Já vimos que a reação do indivíduo à cor é uma maneira particular e subjetiva e relacionada a vários fatores. Entretanto, os psicólogos e agentes culturais estão de comum acordo quando atribuem certos significados a determinadas cores que são básicas para qualquer indivíduo que viva dentro da nossa cultura. O homem se adapta à natureza circundante e sente as cores que o seu cérebro aceita e que chegaram a ele numa determinada dimensão de onda desde o seu nascimento. Essa dimensão de onda deixa sempre seu vestígio impresso em cada ser animal, vegetal ou mineral. As cores constituem estímulos psicológicos para a sensibilidade humana, influindo no indivíduo, para gostar ou não de algo, para negar ou afirmar, para se abster ou agir. Muitas preferências sobre as cores se baseiam em associações ou experiências agradáveis tidas no passado e, portanto, torna-se difícil mudar as preferências sobre as mesmas. Na realidade, os estudos e as pesquisas realizados por eminentes psicólogos e especialistas em cores, como o inglês Adrian Klein, o japonês Saburo Ohba, o francês Déribéré, Theodorus van Kolck nos anos 60 no Brasil, e mais recentemente Michel Pastoureau, também na França, e Eva Heller na Alemanha, propiciaram um claro esquema de significação das cores. Queremos nos referir às investigações destes últimos oitenta anos. Mas, desde a Antigüidade, o homem tem dado um significado psicológico às cores e, a rigor, não tem havido diferença interpretativa no decorrer dos tempos. Simplesmente, a ciência conta hoje com métodos, processos e equipamentos especializados para comprovar como o homem vive de

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