Enigma na Capela Real

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ENIGMA NA CAPELA REAL

Logo na entrada da escola ele percebeu que um grupo de garotos de outra sala olhava para ele de maneira esquisita. Faltava pouco para começar a aula e Eugênio passou direto pelos meninos, com certa pressa. Ele detestava se atrasar. Era sempre pontual e exigente com os horários. Se marcasse alguma coisa com alguém, ele chegava na hora. Gênio, como era chamado, gostava de ser assim, responsável, com palavra. Por isso que ele era representante de turma. Não havia chapa que ganhasse dele. Esse era o terceiro ano seguido como representante e, pelo jeito, ninguém o derrubaria. A não ser ele mesmo... Quando ele entrou na sala, cheia de alunos, mas ainda sem o professor, teve certeza que alguma coisa tinha acontecido. Todos pararam de conversar e olharam fixamente para ele, sérios. Bem diferente dos outros dias. Ninguém falou: – E aí, Gênio! ou – Fala, mano! ou se cumprimentaram com um bater de mãos, como sempre faziam. Nada. Ele andou por entre as carteiras, sem conseguir olhar para o lado, por causa do torcicolo, e, no meio daquele silêncio estranho, sentou numa cadeira, perto da janela. Ele olhava para o rosto de cada um e tanto os mais amigos quanto os outros tinham a mesma expressão: raiva. Por mais que ele procurasse, não achava uma explicação para aquele comportamento tão estranho. Resolveu esclarecer, perguntar o que estava acontecendo. Já que era representante de turma, tinha que saber. Quando estava se levantando, Homero, professor de Geografia, entrou na sala. Homero não permitia conversa


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