SAÚDE | DIABETES
Tratamento mais eficaz Novos medicamentos para diabetes tipo 2 melhoram a qualidade de vida dos usuários. Mas o preço ainda é elevado e endocrinologistas recomendam o uso com restrições GEÓRGEA CHOUCAIR
O analista de custo e orçamento Marcus Alexandre Oliveira convive com o diabetes tipo 2 há 33 anos. Ele enfrentou por anos o desafio de emagrecer, o que só aconteceu agora, aos 53. Marcus começou a fazer atividade física, mudou hábitos alimentares e passou a tomar novo medicamento para diabetes tipo 2, a dapagliflozina, comercializada no Brasil com o nome de Forxiga desde maio do ano passado. “O remédio contribui para perda de peso. Eu tinha tentado outras vezes, mas sem sucesso”, afirma Marcus, que saiu de 109 para 101 quilos.
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O medicamento, assim como outros da mesma classe terapêutica (gliflozina), tem promessas inovadoras no tratamento oral do diabetes tipo 2. Todos garantem eliminar seis colheres (sopa) de açúcar (78 g), o equivalente a 312 calorias por dia (ou uma hora de caminhada), pela urina. Além da perda de peso, ajudam na redução da pressão arterial, fatores importantes para a prevenção de futuras complicações, como as doenças cardiovasculares. Outros dois com funções semelhantes chegaram ao Brasil neste ano. Em março, foram lançados o Invokana (canagliflozina) e o Jardiance (empagliflozina). Os três remédios estão nas prateleiras por valores entre R$ 100 e R$ 180, a caixa, e pertencem à classe dos inibidores do SGLT2 (vem de uma sigla em inglês que se refere ao transportador de sódio e glicose presente nos rins). Quando o SGLT2 é inibido, a glicose em excesso não retorna à circulação sanguínea e é removida do corpo pela urina, reduzindo-se os níveis de açúcar no sangue. É necessária a ingestão de apenas um comprimido diário do medicamento para que o paciente comece a eliminar a glicose pela urina. Os médicos endocrinologistas alertam, no entanto, que, por se tratar de remédios novos no mercado, requerem observação maior e cuidados em alguns tipos de tratamento, como em pessoas com problemas na função renal. “Como aumenta a concentração de glicose na urina, esses medicamentos podem
AGOSTO DE 2015
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