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julho 2012 ano IX nº 97

CLASSE C Quem são eles e o que consomem?

FRANQUIAS As melhores apostas desse mercado em SC

INVERNO AQUECIDO Turismo catarinense ganha força nas estações frias

R$12,00

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NEGÓCIOS - GESTÃO - ASSOCIATIVISMO - DESTAQUE EMPRESARIAL - EMPREENDEDORISMO- LOGÍSTICA - MERCADO ECONÔMICO






editorial portalmercadobrasil.com.br

SEM SENTIR FRIO

H

á muito que Santa Catarina destaca-se como um dos cenários mais bonitos do País. O território catarinense ganhou corpo diante dos turistas e ganhou deles a indicação de melhor destino para viagens nacionais entre as pesquisas de diversas publicações nacionais. E o melhor de tudo, o estado já não é só destaque pelo incomparável litoral, pois ganha de brinde a exuberância da serra e a hospitalidade do povo para aquecer os corações dos visitantes nas estações frias. Por conta desse novo horizonte no turismo catarinense fomos em busca dos melhores e mais indicados refúgios para quem aprecia o frio e deseja desbravar as belas localidades pelo interior do estado. A viagem vale a pena, pois além da natureza e dos recantos hospitaleiros, conhecemos um novo e crescente mercado com admiradores do mundo inteiro. As vinícolas catarinenses vieram para conquistar o

paladar dentro e fora do País e já ganham premiações pelo estilo único de cultivo e venda dos vinhos. Ainda nesta edição uma reportagem sobre o crescimento das franquias no Brasil e os melhores negócios entre os catarinenses. Além disso, uma viagem sobre a tão falada Classe C para decifrar o perfil de consumo destes brasileiros. Falando em consumo, nossa repórter aterrissou na capital catarinense para fazer a cobertura da Expo Money e entrevistou dois especialistas que falam do futuro da economia brasileira. E mais, um caderno especial da Expogestão conta detalhes do evento para os leitores. Aprecie sem moderação a nova edição feita pensando em você!

Boa leitura! Manoela Hoffmann - Editora

ERRATA: Na matéria “Um novo jeito de construir”, publicada em junho, na edição de nº 96, não foi citado o nome da PhD em gestão da construção e professora da UFSC, Cristine do Nascimento Mutti, como a fonte das seguintes informações: conceito de sustentabilidade; características do empreendimento Bosco Verticale; e tecnologias para melhor aproveitamento dos recursos naturais. Confira em nosso portal a entrevista com a especialista, na íntegra: portalmercadobrasil.com.br/novidades/1527-construcoes-sustentaveis Na foto que integra a matéria, na página 33, faltou informar que o crédito é do escritório de arquitetura Boeristudio, responsável pelo empreendimento. As aspas contidas no terceiro parágrafo da matéria também foram equivocadas.

Impresso em papel certificado Suzano. Uma garantia de que este é um produto de base florestal que resultou de um processo de produção economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente correto.

expediente

fale conosco redação: Mande cartas para a editora, sugestões de temas, opiniões ou dúvidas: editor@revistamercadobrasil.com.br, jornalismo@revistamercadobrasil.com.br - Fone: (47) 3275-2277 publicidade: Quer anunciar na Mercado Brasil? Não perca tempo: comercial@revistamercadobrasil.com.br administração: Para falar com nossa administração: adm@revistamercadobrasil.com.br parceiros: CACB – Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil - FFM – Fundação Fritz Müller - FUNDABRINQ – Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e do Adolescente - FACISC - Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião desta revista.



índice portalmercadobrasil.com.br

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portal MB

franquias

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confira como anda o mercado de franquias em SC

mercado

18 capa

especial inverno SC aposta no turismo das estações mais frias

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especial inverno vinhos vinícolas brasileiras ganham mais espaço no mercado nacional

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negocios descubra o perfil dos novos consumidores brasileiros

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finanças

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especial expogestão

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micro e pequenas

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mercado & marketing

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mercado & construção

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marketing

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artigo

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lex

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artigo

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consumo

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estante

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agenda


mbonline

portalmercadobrasil.com.br Acesse revistamercadobrasil.com.br e veja a edição na íntegra

DESTAQUE “A crescente busca pelo Coaching” foi o artigo que teve destaque no mês de junho no Portal Mercado Brasil. A Master coach Latin America, Silvana Mello, conta em artigo como a busca pelo coaching vem crescendo no interesse dos jovens empreendedores, como os gestores mais experientes procuram se renovar e se adaptar as novas linhas de mercado e como a aplicação de programas de coaching com metodologias de grupo são necessários. Confira o artigo inteiro no nosso portal: portalrevistamercadobrasil.com.br

Facebook

Master coach Latin America, Silvana Mello

foto: Fabrizio Motta

Além de ser uma ampla rede de relacionamentos, o Facebook também traz conteúdo inteligente para os usuários. Novidades sobre economia, gestão, sustentabilidade, negócios e tecnologia estão na página da Mercado Brasil. Curtir o perfil é garantia de conhecimento e informações de primeira mão sobre o novo portal.

Twitter Os seguidores do Twitter da Mercado Brasil, além de receberem informações sobre as revistas, vão ser os primeiros a saber quais foram as mais recentes postagens no portal e notícias do mercado. E o melhor, ainda poderão repassar todas as informações aos seus seguidores através do Retweet. Siga @mercado_brasil.

Ranking ExpoGestão 2012 Em junho a Mercado Brasil fez uma cobertura da ExpoGestão 2012, evento que ocorreu em Joinville no Centreventos Cau Hansen. Através de links postados no twitter os leitores podiam ter acesso ao portal onde as notícias sobre as atividades do evento estavam sendo apuradas, além disso, a cobertura ao vivo garantiu frases dos profissionais diretamente do momento em que as coletivas de imprensa e palestras ocorriam.

No dia 4 de junho a Mercado Brasil iniciou o #MBrumo100 em suas redes sociais. A proposta da campanha é colocar todos os dias cada capa da revista, desde a primeira edição até a de número 100 que será alcançada em outubro. Os posts contam com a foto de capa em nossa “timeline” do facebook, e um breve resumo sobre a matéria principal da edição postada. No twitter o leitor pode ter acesso ao link da nossa página no facebook e terá oportunidade de prestigiar a campanha com a seguinte “rashtag”: #MBrumo100.

ASSINATURA Para aqueles que não dispensam uma boa revista impressa, ainda podem solicitar a assinatura da Mercado Brasil pelo novo portal. Na página inicial, é só clicar na seção “Assine” e preencher o formulário. O pagamento pode ser feito no cartão de crédito. E pronto! É só esperar a sua edição chegar pelos Correios.

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Checkout Transparente

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Entre os dias 18 a 21 de julho Blumenau promove a 2a edição do SC Gourmet-Mostra de Delikatessen, Queijos, Vinhos e Gastronomia, no Parque Vila Germânica. O evento conta com a presença de chefs renomados como João Leme, Heiko Grabolle, Erick Jacquin, Fabio Lima e Hindrigo Lorran, além de palestras, aulas-show, oficinais sobre o crescimento do café expresso no Brasil, aproveitamento dos alimentos e degustação de vinhos e espumantes. O SC Gourmet é uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial–Senac. A inscrição é gratuita para todas as atividades, exceto para o jantar harmonizado no dia 21 de julho, e pode ser feita no local.

Logistique 2012 Em outubro Chapecó será sede da 3a edição da Feira Internacional de Logística, Transporte e Comércio Exterior – Logistique 2012. A feira será realizada entre os dias 23 a 26 de julho, e traz para a cidade fornecedores, novos produtos e informações sobre todo o processo de importação e exportação. Além disso, conta com a presença de

representantes de câmaras lojistas, portos, agentes de carga, empresas de desembaraço aduaneiro e comércio internacional. O evento é promovido pela Federação dos Transportadores de Carga do Estado de Santa CatarinaFetrancesc, em parceria com o Sindicato das Empresas de Transporte de Carga da Região de Chapecó - Sitran.

A empresa Moip, especializada em soluções para pagamentos online, criou o “Checkout Transparente”. A ferramenta facilita a compra online, além de permitir que o comprador permaneça no ambiente da loja online, sem necessidade de cadastros ou páginas intermediárias de pagamento. A ferramenta também possibilita a compra do produto em apenas um clique. A empresa também é beneficiada, pois os dados do cadastro do cartão de crédito do cliente ficam salvos no site.

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SC Gourmet

Mineração SEGUNDO PESQUISA GLOBAL DE MINERAÇÃO, REALIZADA PELA PWC, O NÚMERO DE FUSÕES E AQUISIÇÕES NO SETOR CRESCEU 33% EM 2011. NO ANO PASSADO TOTAL DE US$ 149 BILHÕES. ENTRE OS DESTAQUES ESTÃO O OURO, O CARVÃO, O COBRE, MINÉRIO DE FERRO E O NIÓBIO, QUE REPRESENTAM 21% DESSE VALOR. APENAS ATRÁS DE 2006, O ÚLTIMO ANO FOI O SEGUNDO MAIS MOVIMENTADO DO SEGMENTO.

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FORAM ANUNCIADAS 2.605 OPERAÇÕES, COM VALOR



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Consumo de frango

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Segundo avaliação do presidente da Associação Catarinense de Avicultura – Acav, Clever Pirola Ávila, o consumo de frango do brasileiro está no nível per capita de 50 kg/habitante/ano, a mesma marca dos países desenvolvidos. De 13,058 milhões de toda carne de frango produzida no Brasil, 9,1 milhões é destina ao mercado interno.

Moradias no campo

Microeletrônica no Brasil vidos novos chips, memórias, sensores, sistemas e circuitos integrados no Brasil. A cidade de Chapecó (SC) seria sede da OptoiMicroelectronics, uma empresa italiana de microeletrônica, eletrônica e sistemas. Os segmentos que podem ser beneficiados pela vinda dessa tecnologia para o País são os de telecomunicação, informática, o agroalimentar, biomédico, de energia, de petróleo e gás e, ainda, as indústrias naval, aviônica e aeroespacial.

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Em junho, no fórum de validação do Projeto Chapecó 2030, foi apresentado e assinado por entidades um documento com a proposta de instalar a primeira indústria de encapsulamento microeletrônico da América Latina em Santa Catarina. Esse projeto teria como apoio financeiro o governo federal e estadual; que fomentaria mais indústrias, universidades, centros tecnológicos e institutos de pesquisa de “BackEnd”, onde podem ser desenvol-

Em junho, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina - Faesc e a Companhia de Habitação do Estado de Santa Catarina – Cohab, assinaram o termo de cooperação para beneficiar famílias rurais na construção ou reforma de suas moradias. Os recursos variam entre R$15 mil (reforma ou ampliação) e R$ 25 mil (construção). Os valores estão sendo disponibilizados pelo programa “Minha Casa, Minha Vida”.

Feirão da Caixa NOS DIAS 1, 2 E 3 DE JUNHO, A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL PROMOVEU O FEIRÃO CAIXA DA CASA PRÓPRIA EM JARAGUÁ DO SUL (SC). O EVENTO FOI REALIZADO NO PAVILHÃO C DO PARQUE MUNICIPAL DE EVENTOS, E TEVE COMO OBJETIVO INCENTIVAR A AQUISIÇÃO DA CASA PRÓPRIA POR MEIO DE FINANCIAMENTOS FACILITADOS. ESTE ANO FOI A OITAVA EDIÇÃO DO

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EVENTO, QUE CONTOU COM A PRESENÇA DE 7,5 MIL VISITANTES.


Capacitações A Pesquisa Global CEO Survey revelou que a maior necessidade de profissionais especializados está nos mercados emergentes. Os resultados mostram que nas últimas décadas os investimentos foram direcionados

para capacitação de economias desenvolvidas, no entanto, os mercados emergentes se tornaram atrativos para empresas de maior porte e também se transformaram em oportunidades para pequenas empresas.

Produtos funcionais e orgânicos 3%. No Brasil, segundo pesquisas da Health and Wellness Food Beverages in Brazil (Alimentos e Bebidas para a Saúde e o Bem-Estar no Brasil) houve um crescimento de 81% nesse segmento entre 2004 e 2009.

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Pesquisas da Associação Brasileira da Indústria da Alimentação – Abia apontam que o setor de alimentos funcionais cresce a uma média de 14% a cada ano, já os alimentos convencionais atingem apenas a marca de

Fim da espera em filas A EMPRESA GUARDA FILA ESTÁ PROPORCIONANDO UMA NOVA EXPERIÊNCIA ÀS PESSOAS QUE PRECISAM AGUARDAR ATENDIMENTO EM FILAS. A TECNOLOGIA DO SISTEMA DE GESTÃO DO TEMPO (SGT) JÁ ESTÁ SENDO APLICADA EM ALGUNS ESTABELECIMENTOS, COMO NO PRÓ-CIDADÃO, DA PREFEITURA DE FLORIANÓPOLIS E NO PROCON DA CAPITAL CATARINENSE. O CIDADÃO RETIRA UMA SENHA, FAZ UM CADASTRO NO SGT E PODE IR PASSEAR OU REALIZAR OUTRA ATIVIDADE. QUANDO SUA VEZ CHEGAR RECEBERÁ UMA LIGAÇÃO VIA CELULAR PARA SEGUIR AO GUICHÊ.

Sotaque brasileiro nos EUA Especializada na indústria de software, a consultoria Mondo Strategies transfere sua matriz para Boston, em Massachusetts, estado que é considerado o maior centro de inovação dos Estados Unidos. A consultoria foi criada há sete anos por Ernani Ferrari, ex-diretor da Datasul e possui unidades em Joinville (SC) e São Paulo (SP). Ferrari explica que inaugurou a operação pelo Brasil para atender a grande necessidade do mercado nacional nesta área. “Agora, avaliamos que temos energia para continuar atendendo nossos clientes no País e podemos investir, ao mesmo tempo, no mercado norte-americano”, ressalta. A Mondo Strategies tem mais de 50 clientes conquistados no período, incluindo pequenas e médias empresas de software e, também, nomes como Microsoft, IBM e Totvz, além de oito das 15 maiores provedoras de aplicativos do Brasil. Para mais informações, visite mondostrategies.com.


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Senai serão instaladas em Florianópolis (SC). Um instituto de Inovação em Laser e um em Tecnologia de Segurança Integrada fazem parte do projeto de criação de 23 institutos do Senai no País até 2014.

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Especialistas do Massachusetts Institute of Technology (MI), dos Estados Unidos, e da Sociedade Fraunhofer, da Alemanha, farão parte da estruturação e gestão de duas novas sedes do Senai que

Conversor de motores Atualmente, no Brasil, cerca de 50% da produção de alimentos se perde por falta de energia para estocagem, processamento e refrigeração. A empresa catarinense Quarks Technologies, incubada do Midi Tecnológico, criou o MotoQuark conversor de potência para motores elétricos de indução trifásicos funcionarem

por meio de alimentação de energia elétrica monofásica, sem perda de potência. Dessa maneira, produtores rurais, isolados do abastecimento de energia elétrica trifásica e abastecidos por energia elétrica monofásica já podem ligar equipamentos que utilizam motores elétricos trifásicos.

Empregos na indústria SEGUNDO DADOS DO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE, AS INDÚSTRIAS BRASILEIRAS GERARAM ENTRE O ANO DE 2007 E 2010 CERCA DE 920 MIL EMPREGOS. MESMO COM O AUMENTO OS NÚMEROS AINDA NÃO ALCANÇAM O PATAMAR DE 2008, ONDE APENAS EM UM ANO FORAM GERADOS 309.089 MIL EMPREGOS NAS INDÚSTRIAS DO PAÍS.

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Queda nas exportações Segundo informações do presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau e Região – Sintex, Ulrich Kuhn, as exportações de artigos de cama, mesa e banho e de vestuário para Argentina sofreu uma queda em junho e maio comparado com o mesmo período do ano passado. Em 2001 foram exportados US$ 8,7 milhões, contra US$ 3,7 milhões em 2012. Esses números representam uma queda de 57%.


Investimentos Somente entre os meses de março, abril e maio de 2012, a XP Investimentos captou R$ 1 bilhão no Brasil. O montante é quase seis vezes o resultado conquistado durante o mesmo período de 2011. Ao todo, a marca já tem mais R$ 7 bilhões sob custódia, o que a transformou no maior shopping center financeiro da América Latina. A Patrimono, maior escritório independente de investimentos da região, é um agente de investimentos da XP em Jaraguá do Sul e oferece os melhores produtos dos principais bancos do País. São mais de 400 opções em uma só plataforma aberta, na qual é possível encontrar tudo em apenas um lugar: de renda fixa a previdência privada, de fundos imobiliários a ações. Também em conjunto com a XP, a Patrimono está

fazendo eventos gratuitos que apresentam o movimento ‘Acorda Brasil’. A partir dele, os brasileiros são incentivados a comparar as opções de investimentos antes de contratá-las.


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PRONTOS PARA

O FRIO

A BELA SANTA CATARINA TORNA-SE ATRATIVA TAMBÉM DURANTE O INVERNO E AUMENTA AINDA MAIS SEU POTENCIAL TURÍSTICO

kamila schneider

C

om uma vasta diversidade natural e uma cultura rica, Santa Catarina demonstrou, nos últimos anos, um enorme potencial para o turismo. Eleito seis vezes como o melhor destino turístico do Brasil, o estado provou, ao longo dos anos, que tem capacidade para suprir uma demanda turística crescente, vinda de todos os cantos do País. Conhecida por possuir as quatro estações do ano bem definidas, em comparação com outras regiões do País, SC investiu no setor turístico e encontrou maneiras de atrair visitantes em todas as épocas do ano – inclusive no rígido inverno, pouco conhecido no restante do Brasil e quase que uma exclusividade dos estados do Sul. De acordo com o presidente da Santa Catarina Turismo S.A. – Santur, Valdir Walendowsky, hoje, Santa Catarina ocupa o posto de terceiro estado mais

receptível do Brasil, nacional e internacionalmente, ficando atrás somente de São Paulo e Rio de Janeiro, segundo dados do Ministério do Turismo e da Embratur. Isso demonstra o crescimento que o estado obteve dentro do setor no Brasil. Somente entre janeiro e março deste ano, estima-se que mais de seis milhões de pessoas tenham visitado os principais destinos de SC, e mais de R$ 4 milhões tenham sido movimento no setor, segundo números da Santur e da Secretaria de Estado de Turismo, Cultura e Esporte.

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especial inverno

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ATRATIVOS PARA A FAMÍLIA O Hotel Vale das Pedras, localizado no município de Jaraguá do Sul, a 45 de km de Joinville, precisou colocar a criatividade em prática para atrair os turistas durante o inverno. Apesar de possuir um clima gelado, o município não chega a atingir temperaturas tão extremas quanto a região serrana, ficando fora da “rota do frio” catarinense. Segundo a coordenadora comercial do Hotel Vale das Pedras, Juliana Dutra, dois fatores tornaram-se fundamentais para atrair os turistas nesta época do ano: a vasta natureza que envolve o hotel, que além de chamar a atenção pelas belezas deixa o ambiente mais frio e úmido; e as férias escolares. Baseado nestes fatores, o hotel desenvolveu várias atividades que o fizeram alcançar os 100% de ocupação no mês de julho, inclusive em dias de semana, conta Juliana. Os visitantes podem, por exemplo, participar de passeio a cavalo ou charrete, caminhadas, gincanas, jantares temáticos e até mesmo da “fogueira com marshmallow”, segundo Juliana, a atividade mais procurada nesta época do ano. “O que temos que fazer, já que vivemos e dependemos deste setor, é aproveitar ao máximo as oportunidades. O importante é saber se o local está apropriado e equipado para receber os turistas com meios de hospedagem, restaurantes, parques e demais atrativos. As pessoas vão ao encontro de novas experiências e costumes”, afirma.

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O TURISMO DE INVERNO Conforme Walendowsky, quando SC começou a traçar seu planejamento turístico, criou-se como objetivo manter o turismo ativo durante todo o ano, em todas as regiões turísticas do estado. “Temos um estado dividido em 10 regiões turísticas. Foi pensando nisso que desenvolvemos ações governamentais para ampliar nosso crescimento. Há 10 anos, o frio, por exemplo, era um problema na questão do turismo, hoje, ele é um produto turístico”, afirma. De acordo com o supervisor da Agência Acadêmica de Turismo – Acatur, Athos Henrique Teixeira, nos últimos anos, percebe-se um aumento considerável de pessoas que desejam conhecer o frio e interagir com o cotidiano de cidades do interior, longe do caos das grandes cidades. “Esse tipo de turismo chamado de ‘turismo experiencial’, é uma grande tendência da atualidade, onde o que conta á e experiência vivida, que agrega muito mais à viagem do que simplesmente visitar um local ou um ponto turístico”, explica. Neste quesito, SC mostrou-se um excelente destino: além de sua rica diversidade natural e cultural, o estado possui uma boa qualidade


Hotel Vale das Pedras: criatividade para atrair turistas durante o inverno.

da oferta de serviços, com muitas opções. “Os principais atrativos são o ‘frio’ e as ‘belezas naturais’, mas junto a eles se desdobram uma série de serviços que despertam o interesse dos turistas, como uma aconchegante hospedagem, uma deliciosa comida típica, uma visita a lugares diferentes e pitorescos e ainda conhecer os hábitos e costumes da comunidade local”.

INVESTIMENTOS E ESTÍMULOS “O turismo é sem dúvida um dos setores que mais gera impacto (positivo) na economia. Sem falar que esta riqueza produzida é distribuída em 52 outros setores pelo efeito multiplicador do turismo”, afirma o supervisor da Acatur, Athos Henrique Teixeira. É justamente por esta alta participação na economia, que o setor exige muitos investimentos, estímulos e capacitações. Atualmente, SC vive um momento de muitos incentivos ao turismo, como a promoção do estado no exterior. Mas, segundo Teixeira, “ainda é

necessário investir em políticas de desenvolvimento voltadas aos empresários do setor turístico, pois é a iniciativa privada que faz a ‘máquina funcionar’”. Para Athos, o turismo não deve ser visto somente como uma atividade de renda complementar, mas como algo que exige preparo profissional para atingir um bom patamar de qualidade. “Todos devem conhecer a fundo a dinâmica da atividade e as premissas para desenvolvê-la com excelência”. Conforme o presidente da Santur, Valdir Walendowsky, os principais gargalos do turismo catarinense estão, atualmente, na mobilidade. “Hoje, temos mais deficiência na questão dos aeroportos e rodovias. São nossas maiores dificuldades. Se possuíssemos aeroportos com mais condições de receber aeronaves e rodovias com melhores condições de trafegabilidade, avançaríamos mais”. Mas, ainda assim, o estado tem registrado avanços, como por exemplo a meta de que todas as cidades tenham acesso a pelo menos uma rodovia estadual ou federal, hoje, uma realidade.

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Rio do Rastro Eco Resort: entre junho e julho o hotel atinge até 90% de ocupação.

ENCANTOS DA SERRA Para o Rio do Rastro Eco Resort, localizado em Bom Jardim da Serra, na serra catarinense, a alta temporada está nos meses de junho e julho, período em que o hotel atinge até 90% de ocupação, chegando a lotar nos finais de semana. “As pessoas vêm em busca de uma experiência de inverno diferente do local que eles convivem em seu dia a dia. O turismo é sempre a busca do desconhecido”, diz o diretor e proprietário do hotel, Ivan Antonio Bertoncini Cascaes. Conforme o empresário, o segredo para aproveitar bem as férias no inverno está em procurar um local que ofereça conforto em todos os aspectos. “Os turistas procuram a serra para experimentar uma temperatura mais baixa, porém com conforto, porque o importante é ver o frio, mas não passar frio”. Por isso, sistemas de aquecimento, lareiras, piscinas aquecidas e uma gastronomia regada a comidas quentes e vinho são fundamentais. A região serrana, em especial, oferece muitas opções de turismo ecológico. Um dos mais apreciados pelos turistas, conta Cascaes, é a visitação aos cânions, 22

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formados por 23 rios que nascem em Bom Jardim da Serra. Além disso, o enoturismo é outra atividade de destaque na região - a procura é tão grande que Cascaes resolveu levar os vinhos para dentro do hotel e hoje, os hóspedes podem participar de visitações e degustações de vinhos catarinenses.

“AS PESSOAS VÊM EM BUSCA DE UMA EXPERIÊNCIA DE INVERNO DIFERENTE (...) O TURISMO É SEMPRE A BUSCA DO DESCONHECIDO” Ivan Antonio Bertoncini Cascaes, diretor e proprietário do Rio do Rastro Eco Resort.



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PARA TODOS OS GOSTOS

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Localizado na região do Vale do Itajaí, entre Gaspar e Brusque, o Fazzenda Park Hotel é preparado para receber turistas em todas as épocas do ano. Com atrativos voltados para todas as estações, o hotel conseguiu ampliar sua capacidade e superar a conhecida sazonalidade do setor turístico. Nos mês de julho, em especial, o hotel se beneficia, principalmente, das férias escolares, conta o organizador de eventos, Helton Luiz Tambosi.

Por estar em uma região não litorânea, o estabelecimento investiu em uma série de atividades para atrair as famílias nesta época do ano – o resultado são até 20 dias com 100% de lotação. O empreendimento oferece, além das tradicionais caminhadas, cavalgadas e trilhas ecológicas, piscinas, ofurôs e jacuzes aquecidas. Mas, o principal destaque está no cardápio, segundo Tambosi, a diversidade cultural permite ao turista apresentar pratos típicos, ao mesmo tempo que degusta o melhor da culinária brasileira, como a tradicional feijoada. “Quem visita Santa Catarina no inverno deve primeiramente procurar a nossa região serrana, para conhecer o frio que faz lá. Em segundo, deve buscar conhecer nossa gastronomia, característica em que o nosso estado é muito rico e diversificado. Por fim, nossa estrutura de lazer, também muito ampla”, aconselha.

DESCONTOS ATRATIVOS Para quem não costuma programar viagens nos meses de frio, os sites de compras coletivas se tornaram uma opção bastante atrativa. Além dos vantajosos descontos e dos preços acessíveis, estas ferramentas costumam oferecer serviços com prazos mais curtos, tornando-se um incentivo para o consumidor. Com esta premissa, as compras coletivas não somente beneficiam os consumidores, mas também o setor de turismo como um todo. Conforme Guilherme

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Wroclawski, um dos fundadores do portal SaveMe, esta ferramenta ajuda a preencher a ociosidade deste mercado, tornando-o atrativo também fora dos períodos de alta temporada. Para quem ainda tem receio deste tipo de serviço, o empresário afirma: “O que analisamos é que o mercado como um todo amadureceu, desde o estabelecimento, que está oferecendo a oferta – que aprendeu a trabalhar melhor com este público -, e o site que faz a oferta - que

educa melhor o consumidor –, até o próprio usuário, que aprendeu a comprar via compra coletiva e a verificar as condições daquela oferta. Isso é muito bom porque toda a cadeia amadurece e o faturamento começa a crescer”. Os resultados deste processo já são bem palpáveis. Segundo dados do InfoSave, ferramenta que analisa o mercado de compras coletivas, entre janeiro e abril deste ano o faturamento do setor cresceu de 100 milhões para 140 milhões.



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SELEÇÃO NACIONAL VINÍCOLAS DE SC E DO RS GANHAM DESTAQUE NO MERCADO NACIONAL E MOSTRAM PORQUE OS ESTADOS SÃO PERFEITOS PARA A PRODUÇÃO DE VINHOS kamila schneider

De acordo com o Instituto Brasileiro do Vinho – Ibravin, os vinhos produzidos no Brasil já conquistaram cerca de 2.500 prêmios em concursos internacionais nos últimos anos.

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urante o inverno, é típico aos visitantes se encantarem com as belezas das serras do sul do País. Conhecidas por suas temperaturas baixas e paisagens deslumbrantes, são nelas que se encontram as mais famosas rotas de parreirais do Brasil, de onde saem alguns dos mais aclamados vinhos brasileiros.

Santa Catarina e Rio Grande do Sul são dois estados que se consolidam rápida e efetivamente no mercado de vinhos nacional e internacional, não somente por suas belezas naturais, mas por características que os tornam ideais para o cultivo da uva e produção do vinho. As temperaturas frias, os dias ensolarados e a amplitude térmica estão entre os fatores essenciais para

a fabricação de um vinho de qualidade, explica o administrador da vinícola Pericó, Wandér Weege. Somados à altitude de 1.300 metros acima do nível do mar, é possível alongar o tempo de amadurecimento da uva e, assim, fazer uma colheita tardia, gerando frutos de maior qualidade. “A maturação das uvas ocorre lentamente e gradualmente, logo pontuando os compostos aromáticos excepcionalmente”.


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Segundo a organização internacional do vinho, o Brasil produziu 345 milhões de litros de vinho em 2011.

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“É EMPOLGANTE E DIVINO VER, PEGAR E COLHER AS UVAS NO VINHEDO QUE GERARÃO O MARAVILHOSO VINHO. É UM TRABALHO QUE ME INSPIRA E TAMBÉM ME DESAFIA A OUSAR E A INOVAR”. WandérWeege, administrador da vinícola Pericó.

Dados da Abba apontam que, no Brasil, o consumo de vinho per capita é, em média, de 1,9 litro no ano, enquanto em países europeus o índice chega a 30 litros por ano.

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O MERCADO BRASILEIRO Apesar de possuir vinhos de destaque internacional, ambos os estados ainda vivenciam um cenário limitador: um mercado com foco nos importados. Dados do Instituto Brasileiro do Vinho – Ibravin apontam que 78,7% dos vinhos finos consumidos no Brasil são importados, o que indica que o brasileiro ainda baseia-se na premissa de que “o que vem de fora é melhor”. Segundo o diretor comercial da vinícola Villaggio Grando, Guilherme Sulsbach Grando, o brasileiro, em geral, ainda não possui o hábito de tomar vinho. Esta cultura é fruto, principalmente, de três fatores: a juventude do País, os altos tributos para produção, e o início tardio da enogastronomia, de uma maneira geral. “A nossa enogastronomia mais nobre começou tarde, há 15 anos. Somado a isso temos um agravante que as vinícolas brasileiras começaram verdadeiramente a se especializar em fazer produtos de qualidade somente de 10 anos para cá. Tudo isso fez

o Brasil travar na cultura do consumo do vinho de qualidade”, afirma.Tal cenário, porém, também possui um lado positivo: a concorrência.“Isso incentiva vinícolas brasileiras a inovarem e aumentarem a qualidade de seus vinhos”, disse. O enólogo Orgalindo Bettú, da Villa Francioni, concorda que a variedade de produtos instiga uma migração dos consumidores de vinhos de baixa qualidade para os vinhos mais finos – fator impulsionado também pelo crescimento da renda da população de classe média. “Com a disponibilização de uma boa gama de vinhos de qualidade, o consumidor fica mais exigente e tende a consumir os melhores [vinhos]”, complementa. O fato é que quem busca por vinhos de qualidade no Brasil, certamente os encontrará. O enólogo explica que hoje o mercado é equilibrado e é possível encontrar “vinhos bons e ordinários em quaisquer que sejam as origens”.

“TRÊS FATORES FAZEM UM VINHO: UVA, PAIXÃO E CONHECIMENTO. TENDO UMA UVA BOA, PAIXÃO PELA ATIVIDADE E UM CONHECIMENTO FAVORÁVEL VOCÊ FAZ UM PRODUTO MARAVILHOSO”. Guilherme Sulsbach Grando, diretor comercial da vinícola Villaggio Grando.

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Atualmente, 78,7% dos vinhos finos consumidos no Brasil são importados, indica a Ibravin. Já ao considerar todos os tipos de vinhos vendidos no País, os nacionais representam 77,4% do mercado.



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GUIA DE VINÍCOLAS Conheça algumas das vinícolas que produzem os vinhos finos do sul brasileiro. nho é um dos poucos ramos em que não é um computador quem faz. É encantador ver as mudanças no produto que você cria”.

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VINÍCOLA MIOLO Embora seus fundadores trabalhem com a vinicultura desde 1897, foi a partir de 1990 que a Vinícola Miolo iniciou sua produção comercial de vinhos. Presente no Rio Grande do Sul e na Bahia, a Miolo Wine Group é formada por um conjunto de sete vinícolas, tendo sua matriz no Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul. Conforme Raiane Tondo, do setor de marketing da Miolo, a qualidade do vinho elaborado no Brasil tem crescido muito nos últimos anos. Ela explica que as vinícolas brasileiras estão investindo cada vez mais em tecnologias e na produção de vinhos finos, o que tem ajudado a aumentar a o interesse dos brasileiros pela bebida.

Para quem pretende degustar BrutRosé – Viollaggio Grando Vinho Rosé Fino Seco – Taipa ou Basaltino PinotNoir – Pericó Espumante Joaquim Branco Brut – Villa Francioni

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VILLAGGIO GRANDO Localizada em Herciliópolis, no município de Água Doce (SC), a Villagio Grando iniciou suas pesquisas em 1998, buscando pelas uvas que melhor se adaptam às altitudes catarinenses. O diretor comercial da vinícola, Guilherme Sulsbach Grando, conta que o incentivo veio de um amigo francês da família, que afirmou ser aquele um dos grandes lugares no mundo para produção de vinho. A vinícola detém hoje uma produção de 180 mil garrafas, pretendendo chegar a 300 mil nos próximos anos. “Vi-

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VILLA FRANCIONI Apostando no potencial enoturístico de São Joaquim (SC) o empresário Manoel Dilor de Freitas criou, em 2004, a Villa Francioni. Com potencial para produzir 300 mil garrafas por ano, a vinícola é também um atrativo turístico: de arquitetura singular, atrai visitantes para degustações de seus vinhos. Segundo o enólogo da Villa Francioni, Orgalindo Bettú, o clima e o solo das áreas de altitude permitem a produção de vinhos com grande intensidade e complexidade aromática, algumas das características fundamentais para caracterizar um vinho segundo a sua origem.

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Para quem já degusta Maestrale Integrus 2010 – Vinícola Sanjo Salton Talento e Salton Desejo – Vinícola Salton Quinta do Seival Castas Portuguesas – Miolo

VINÍCOLA SANJO A Sanjo iniciou suas atividades em 1993, tendo como especialidade a plantação de maçãs. Formada por um grupo de fruticultores, a cooperativa percebeu o potencial da região de São Joaquim (SC), e encontrou na uva um novo mercado, tendo sua primeira safra em 2005. De acordo com gerente administrativo da Sanjo, Joatã de Oliveira Gradviotin, o maior desafio foi incorporar o processo da industrialização, até então inexistente na cooperativa, mas a iniciativa deu tão certo que já recebe reconhecimento nacional e internacional. “Queremos priorizar a criação do hábito do consumo nos brasileiros”, afirma.

VINÍCOLA SALTON Prestes a completar 102 anos, a Vinícola Salton é uma empresa familiar que teve início em 1910. Instalada no Rio Grande do Sul desde 1878, a família Salton viu na Serra Gaúcha um excelente local para cultivo da uva. “O vinho gaúcho é, cada vez mais, sinônimo de referência no mercado nacional e internacional. Hoje, já somos capazes de oferecer produtos de qualidade e sabor similar às culturas de países andinos de expressão, como Argentina e Chile”, afirma o diretor de vendas da Salton, Cléber Slaifer. Nos próximos sete anos, a empresa pretende investir R$ 45 milhões para ampliar sua produção.

VINÍCOLA PERICÓ “O que você vai fazer daqui há alguns anos?. Foi esta pergunta que levou o empresário Wandér Weege, fundador da empresa Malwee, a iniciar um negócio totalmente novo. Fundada em 2002, a Vinícola Pericó está instalada no Pericó Valley, em São Joaquim, local considerado ideal para a produção de vinhos de qualidade. “Especialmente no Pericó Valley, as condições naturais de solo basáltico, do clima e da altitude, aliadas ao preparo do solo para as cepas especiais, notadamente francesas, temos um novo espaço ao desenvolvimento natural de vinhos finos com sabores e aromas únicos e diferentes”, explica o empresário.



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LÁ VEM ELES CLASSE C CRESCE E IMPULSIONA O MERCADO NACIONAL kamila schneider

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ocê pode não perceber, mas os hábitos de consumo dos brasileiros estão mudando. Há algum tempo já é possível sentir no mercado as nuances causadas pela ascensão de parte da população, que passa a integrar a classe C - a chamada classe média. Apesar de silenciosa, essa mudança não é nada sutil: dados da pesquisa O Observador Brasil 2011, mostram que a classe C recebeu 2,7 milhões de brasileiros em 2011, passando a representar 54% da população brasileira – 103 milhões de pessoas.

Mas afinal, de que maneira essa movimentação interfere na forma de consumo? A resposta é relativamente simples: com mais poder aquisitivo, a classe C passou a consumir itens que antes não faziam parte de sua realidade. Na prática, isso significa que o mercado “ganhou” um grande número de consumidores, ansiosos por experimentar novos produtos. Tal cenário é reflexo de uma mudança na classificação sócio econômica no Brasil, explica a diretora da Ideafix Estudos Institucionais e conselheira da Sociedade Brasileira de Pesquisa de Mercado - ASBPM, Suzel Figueiredo. Inicialmente, ela era classificada em formato de pirâmide, com as classes C, D e E na base (maioria) e A e B no topo (minoria). Segundo a especialista, com o passar dos anos, esse formato foi se alterando - impulsionado pela melhora da renda - e hoje, a classificação passa ser refletida no formato de um losango. “Você tem um perfil muito grande de classe média, que é a classe C, que até

pouco tempo atrás não tinha condições de consumir, e hoje, representa mais de 50% da população brasileira”, disse. “Com maior poder de compra, a classe, que não tinha acesso a uma série de bem de consumos, foi às compras. Como o volume de pessoas é muito grande, deu uma injeção econômica enorme nas empresas que atendem esse público”. Ao mesmo tempo em que começou a consumir itens antes inacessíveis, a classe C também se tornou mais exigente com o que consome. Apesar de não ser algo costumeiro, quando este público investe em algum item de consumo especial, ele deseja algo que se destaque – por isso, ele passou também a valorizar mais a marca. “Isso não significa que a classe C consume luxo. Na realidade, está havendo a criação de um ‘luxo’ mais específico. Esta classe também quer uma marca um pouco diferenciada, então algumas marcas já esquecidas pela classe A ou B ascendente estão sendo revisitadas por esta classe”, 33


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“A CLASSE C TEM O MAIOR PODER DE CONSUMO, NÃO PELO SEU PODER DE RENDA, MAS POR SER VOLUMOSA. TEM MUITO MAIS PESSOAS COMPRANDO NA CLASSE C DO QUE NA A E B JUNTAS.” Suzel Figueiredo, diretora da Ideafix Estudos Institucionais.

aponta o especialista em vendas e consumo e diretor da Tekoare, Claudio Diogo. Não se trata de consumir marcas no cotidiano, mas sim fazer deste consumo um momento de prazer. Segundo Diogo, o preço continua a ser um condicionador nos produtos de uso contínuo, porém, junto disso, há o consumo “especial” – a roupa nova, o jantar de comemoração, a viagem em família, por exemplo. De acordo com o professor de pós-graduação em ciências do consumo aplicado da ESPM, Fábio Mariano Borges, com o acesso mais fácil ao consumo e o

aumento de crédito, o que se nota é um aumento do consumo de fast foods pela classe C, o maior acesso a produtos de educação, como escolas de idioma ou universidades, e até mesmo o aumento na compra de automóveis e imóveis. Além disso, o consumidor de classe média tem uma característica marcante em relação à venda de produtos: conforme Borges, este é um público que gosta de um tratamento mais pessoal nos locais em que consomem. Em si, está já é uma peculiaridade dos brasileiros, pouco percebida em outros países, mas se torna mais intensa com este público.

NICHOS DE MERCADO Alguns setores, em especial, encontram na classe C um ótimo nicho de mercado. O setor de turismo, por exemplo, é um deles: muitas empresas aéreas adotaram ações para popularizar suas passagens e assim atrair um público antes praticamente excluso desta modalidade de transporte, conta Suzel. A mesma coisa acontece com as agências de viagens, restaurantes e hotéis. O segmento de educação é um dos que mais crescem, seguido pelo digital, que também é visto como uma forma de acesso a informação, afirma Suzel. Segundo a especialista, a busca por meios que permitam o aumento de conhecimento é, talvez, um dos reflexos mais benéfico da ascensão da classe média. “A procura pela educação transforma também esse público em pessoas mais críticas, que vão participar da sociedade não só economicamente, mas também com uma voz mais ativa”, ressalta. De qualquer maneira, Suzel afirma que toda empresa que conseguir compreender o que este público deseja têm em mãos uma boa oportunidade de crescimento. 34

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Por isso, muito mais do que buscar uma nova marca ou segmento, o sucesso com este público está em atender de maneira satisfatória, e com qualidade, à sua demanda de consumo. Segundo Diogo, mesmo com grandes empresas trabalhando avidamente este público há anos, de maneira geral o mercado ainda não oferece o que este público deseja, justamente por não conhecer seus anseios. As tendências apontam agora para a criação de cada vez mais marcas voltadas especificamente para este público, acredita Diogo. O especialista aposta, inclusive, na criação de shoppings específicos, que reúnam marcas e serviços exclusivos para a classe média. “Alguns centros de consumo tendem a se tornar extremamente qualificados no consumo voltado à classe C, e com isso devem investir mais em serviço e marcas específicas. O que importa é que os empresários não tenham o pudor de não querer atingir a este público: se a marca tem esse perfil, invista na classe C que funciona. Este diferencial vai ficar cada vez mais evidente”.



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FEITA PARA DAR CERTO AS FRANQUIAS COMEÇARAM A POUCO MAIS DE 50 ANOS NO BRASIL E JÁ DESPONTAM COMO UMA EXCELENTE ALTERNATIVA PARA NEGÓCIOS VIÁVEIS E LUCRATIVOS. silvane alves dos santos

Franquia é uma modalidade de negócio comercial, em franca expansão no Brasil e no exterior, envolvendo a distribuição de produtos ou serviços, mediante condições estabelecidas em contrato, entre franqueador e franqueado. A essência do Franchising está na parceria

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om um crescimento de 16,9% em 2011 e um cenário econômico-financeiro favorável, o franchising (sistema de franquias) é considerado uma opção segura de investimento e um negócio bastante vantajoso para quem procura independência financeira e bons resultados.

Só em 2011, o setor de franquias acumulou 88.854 bilhões de reais no faturamento, 63 bilhões a mais que há 10 anos, em 2001; e das 600 redes registradas naquele ano, agora são 2.031, com 93.098 unidades de empresas e cerca de 850 mil empregos gerados de forma direta. Os dados são da Associação Brasileira de Franquias - ABF - e demonstram o bom momento do setor. Este crescimento, de acordo com o diretor-executivo da ABF, Ricardo Camargo, é motivado, principalmente, por dois fatores: 1º facilidade no crédito disponível para investimentos; e 2º fortalecimento do mercado local e melhoras na logística dos negócios. Estes últimos, explica Ricardo, facilitam a aproximação dos negócios nacionais com a cultura local, promovendo uma aproximação com as características regionais. “O Brasil é um País com uma grande extensão territorial, com culturas muito distintas, e as franquias estão conseguindo quebrar as barreiras regionais e aproximar seus negócios da cultura local”. Paralelo a estes fatores, o crescimento da clas-

se média (principalmente nos últimos três anos), a maior quantidade de empregos, as políticas de renda criadas pelo governo, o melhor nível econômico e, consequentemente, o maior consumo de toda a cadeia também ajudaram a impulsionar o setor. Uma prova deste bom desempenho são os números apresentados pelo estudo da ABF que revelam o ranking de faturamentodos cinco segmentos que mais cresceram em 2011: Hotelaria e Turismo (85,9%), Móveis, Decoração e Presentes (35%), Esportes, Saúde, Beleza e Lazer (24,3%), Negócios, Serviços e Outros Varejos (14,9%), Alimentação (14,5%) e Acessórios Pessoais e Calçados (13,15%). “Os setores que mais cresceram estão relacionados, principalmente, com o aumento de renda da população e com o ingresso definitivo das mulheres no mercado de trabalho, o que gera aumento de serviços como alimentação fora do lar, lavanderias, reparos domésticos, além de serviços de beleza, saúde e entretenimento” , explica o diretor da Associação.


BOM NEGÓCIO como treinamento dos franqueados, política de custo e formação de preço de vendas definida”, explica o analista técnico do SEBRAE, Marco Antonio Murara. No entanto, muitos ainda esbarram no valor do investimento inicial que, segundo o analista, é bem maior do que um negócio de marca própria. Em função desta realidade, começam a surgir as chamadas “micro franquias”, que dependem deum investimento menor, de até R$ 50 mil. “Com elas, as franquias se configuram numa ótima forma de ter o primeiro negócio, pois tem na sua concepção a gestão na ponta do lápis”, destaca Murara.

“O BRASIL É UM PAÍS COM UMA GRANDE EXTENSÃO TERRITORIAL, COM CULTURAS MUITO DISTINTAS, E AS FRANQUIAS ESTÃO CONSEGUINDO QUEBRAR AS BARREIRAS REGIONAIS E APROXIMAR O NEGÓCIO DA CULTURA LOCAL.”

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De acordo com o Anuário do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2010-2011, nos últimos 10 anos o número de empreendedores do País aumentou 13%. Ausência de chefe, maior liberdade de horários e lucros para si próprio são os principais fatores que motivam os brasileiros a iniciar um empreendimento. Mas, estes novos empreendedores têm ainda outra característica em comum: preferem apostar num negócio certeiro e de fácil aceitação. Por isso, as franquias têm se tornado cada vez mais comuns. Elas oferecem a liberdade do negócio próprio, lucros e, de quebra, o suporte necessário a qualquer novo empreendedor. É a busca por um negócio testado e aceito pelo mercado que, segundo Erica Andrade, gestora de franchising, chama a atenção do novo franqueador. “A franquia proporciona uma minimização dos riscos e fornece todo know-how para o empreendedor, como treinamento de gestão do negócio, acesso a produtos ou serviços diferenciados, ganho de escala e o suporte da franqueadora”, afirma Erica. Aliado a esta facilidade, o setor de franquia ainda apresenta um índice de mortalidade consideravelmente menor que as empresas de marca própria, chegando a apenas 1% (segundo a Associação Brasileira de Franquias). “Isto se dá pelo fato de que o modelo de negócio vem pronto, ou seja, já inicia com ferramentas de gestão testadas e ajustadas, bem como,

Ricardo Camargo, Diretor-executivo da ABF. 37


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MERCADO CATARINENSE Vantagens * Entre as principais vantagens das franquias estão: perspectiva de sucesso de um negócio já experimentado, com marca consagrada no mercado; planejamento e pesquisas, orientações e aperfeiçoamentos sob a responsabilidade do franqueador; conhecimento do mercado, pontos fortes e fracos, com apoio de especialistas; instalação (comunicação visual/arquitetura); economia de escala em compras de maiores volumes e custos de propaganda, promoções; maiores facilidades de acesso a créditos; retorno mais rápido que nos negócios independentes; independência jurídica.

Dados da ABF mostram que Santa Catarina é o 6º estado em número de empresas franqueadas no Brasil, com participação de 4,5% do total, ficando à frente dos Estados de Pernambuco (2,4%), Ceará (1,9%), Bahia (1,7), Distrito Federal (1,7%) e Goiás (1,3%). Nas primeiras posições estão o Estado de São Paulo com

51,1%, Rio de Janeiro com 12,7%, Paraná com 8,2%, Minas Gerais com 5,8% e Rio Grande do Sul com 4,7%. Entre as que mais crescem no mercado catarinense, destaque para o segmento de vestuário, limpeza e conservação, móveis, decoração e presentes, educação e treinamento.

CONFIRA A LISTA DAS 10 MAIORES FRANQUIAS EM UNIDADES DE REDE DE SANTA CATARINA.

168 Lilica &Tigor

151

Restaura Jeans

126 OneStore

99 Imaginarium

89 Micromix

54 Magrass

44

Mini Kalzone

36

UATT?

10º

vestuário

limpeza e conservação

vestuário

móveis, decoração e presentes

educação e treinamento

beleza, saúde e produtos naturais

bares, restaurantes e pizzarias

alimentação

bebidas, cafés, doces e salgados

móveis, decoração e presentes

Além destas, o estado conta ainda com outras importantes franquias, como a Cacau Show, Portobello e Marisol. Em faturamento, se o total do acumulado de 2011 foi de 88,854 bilhões em todo o País, Santa Catarina foi responsável por 1.364 bilhões nas suas 91 redes e 1.818 unidades. REDE

UNIDADE

FATURAMENTO ANUAL BILHÕES

2031

93.098

88.854

91

1818

1.364

4,5%

2,0%

1,5%

Brasil

Santa Catarina

%Participação SC/Brasil

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FlavoredPopcorn

*(indicadas pelo SEBRAE)

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DNA Nattural


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“AS FRANQUIAS SE CONFIGURAM NUMA ÓTIMA FORMA DE TER O PRIMEIRO NEGÓCIO, POIS, TEM NA SUA CONCEPÇÃO A GESTÃO NA PONTA DO LÁPIS.” Marco Antonio Murara, analista técnico do SEBRAE.

MERCADO CATARINENSE

MARCAS FRANQUEADAS DE SC QUE TIVERAM INÍCIO DE OPERAÇÃO EM 2011 E 2012*

Entre as mais novas franquias catarinenses, destaque para o segmento de limpeza e conservação, hotelaria e turismo, entretenimento, brinquedos e lazer, construção e imobiliária, vestuário, educação e treinamento. Confira ao lado a lista das marcas franqueadas que tiveram início de operação em 2011 e 2012 (os dados são da ABF). Para 2012, a ABF acredita que o ritmo de crescimento continue positivo, em torno de 15%. E, para os próximos anos, a expectativa é ocupar um espaço que, segundo Ricardo Camargo, ainda tem bastante margem se comparado a países como os Estados Unidos, que concentra 820 mil pontos de franquias. O futuro, ao que parece, é o crescimento.

MINHA LAVANDERIA Limpeza e Conservação

2012

WORLD TURISMO Hotelaria e Turismo

BRASIL TOP SECRET SCIENCE & MATH Entretenimento, Brinquedos e Lazer

2011

HARMONIA DECORAÇÔES E ACABAMENTOS - HDA Construção e Imobiliárias JALDA GUEDES Vestuário SEU PROFESSOR Educação e Treinamento

*dados são da ABF

Riscos* Já entre os riscos, cuidado com: excesso de controle externo (auditorias) por parte do franqueador; limitação da autonomia, do mercado e da criatividade do franqueado; excesso de duração do contrato (longo prazo); custo da aquisição da franquia (taxas), com riscos de não cumprimento das cláusulas contratuais; erros de seleção na escolha (inadequação do perfil próprio com o da empresa). Fonte: SEBRAE

DE ACORDO COM A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FRANQUIAS, SANTA CATARINA É O 6º ESTADO EM NÚMERO DE EMPRESAS FRANQUEADAS, COM PARTICIPAÇÃO DE 4,5% DO TOTAL. FATURAMENTO DO SETOR DE FRANCHISING (VALOR EM BILHÕES DE R$)

25,

000

2001

39,

810

2006

88,

855

2011 39


finanças portalmercadobrasil.com.br

A [NEM TÃO] DIFÍCIL TAREFA DE CUIDAR DAS FINANÇAS EXPO MONEY REÚNE ESPECIALISTAS E ENSINA DE FORMA SIMPLES E PRÁTICA MANEIRAS DE CUIDAR DO SEU DINHEIRO kamila schneider

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anhar, poupar e multiplicar. Estas três palavras, aparentemente simples, são a chave para toda a pessoa que deseja desenvolver um hábito financeiro sustentável – tanto para o presente, quanto para o futuro. Foi isso que renomados consultores e economistas ensinaram ao público da Expo Money, evento que aconteceu em Florianópolis (SC) nos dias 27 e 28 de junho. De maneira geral, os especialistas quebraram um grande paradigma que as pessoas têm na hora de poupar dinheiro: a ideia de que poupar significa cortar gastos considerados “supérfluos”. Conforme o escritor e consultor Gustavo Cerbasi, o que é importante para alguém nunca é supérfluo – se aquele bem traz felicidade e motivação, ele não deve ser cortado. O que deve haver, sim, é um consumo consciente, que questione a necessidade da compra e saiba lutar contra os impulsos. O economista Luis Carlos Ewald reiterou a ideia: “Rico não é quem ganha muito. Rico é quem gasta pouco”, disse. Para ele, o segredo está em manter as finanças organizadas, assim, além de os gastos não ultrapassarem a renda – erro muito comum -, não haverá o risco de comprometer a renda com juros 40

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ou multas de contas atrasadas. Com uma palestra bem-humorada, o consultor Augusto Sabóia explicou ao público como conquistar, desde já, a aposentadoria dos sonhos. “Planeje uma ocupação para a aposentadoria, um trabalho, um negócio, uma nova profissão, algo que permita que você também aproveite. Decida hoje quando você vai se aposentar e quanto você vai aplicar por mês para ter o dinheiro que você está querendo”, aconselhou. Para consultor de finanças pessoais, Jurandir Macedo, o homem ainda está aprendendo a lidar com o salto abrupto da expectativa de vida (que evoluiu rapidamente nas últimas décadas). Segundo ele, é preciso ser mais racional diante do dinheiro, poupar e planejar, para que o aumento de vida não se torne um fardo para as próximas gerações, concluiu.


CONSUMO CONSCIENTE, PLANEJAMENTO E MUITO DIÁLOGO

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om uma palestra focada em educação financeira, o escritor e consultor Gustavo Cerbasi marcou a abertura da Expo Money Florianópolis. Autor de livros como “Casais inteligentes enriquecem juntos”, “Pai rico, pai pobre” e “O segredo dos casais inteligentes”, Cerbasi fala sobre erros financeiros, planejamento e consumo sustentável em entrevista para a Mercado Brasil. Mercado Brasil Você comentou que no Brasil há um desejo comum em se conquistar um alto padrão de vida. O que criou esta cultura? Gustavo Cerbasi São diversos fatores. Os povos latinos, em geral, dão um peso maior à aparência, ao status. Existe também o aspecto da grande desigualdade social. As classes menos favorecidas querem provar a si mesmas a e as demais

pessoas que estão crescendo na vida, superando dificuldades históricas. Não tiro o mérito dessas pessoas, não credito a vontade de consumir a algum tipo de referência ruim. Pelo contrário, as pessoas têm que consumir, só que de maneira sustentável. Talvez adiando algumas escolhas, ajustando-se a uma disponibilidade de crédito oportuna e não aproveitando o crédito conveniente e caro.


finanças

O QUE FALTA É PREPARAÇÃO E QUALIDADE DE CONSUMO, NÃO ADIANTA POUPAR SE EU NÃO CONSEGUIR DAR DISCIPLINA A ESSE PROCESSO. ”

MB Tem-se registrando um aumento da inadimplência no Brasil. A que fatores você atribuiria essa inadimplência e de que maneira isso poderia ser amenizado? GC É fácil entender o motivo da inadimplência: o brasileiro não foi e não é educado para o planejamento, somos péssimos nisso. Somos, sim, muito táticos, reagimos muito à necessidade presente. O bom planejamento é aquele que demonstra que existem gastos consequentes de uma grande escolha, e que escolher não aquilo que o dinheiro me permite pagar, mas um degrau abaixo das possibilidades, talvez seja uma estratégia de segurança para evitar perder o controle. Basicamente, a inadimplência atual vem de um acesso ao crédito muito vantajoso e barato, que gera dívidas que ocupam todo o orçamento e não deixam espaço para imprevistos. MB As empresas brasileiras estão se preocupando com a questão do planejamento ou também é preciso desenvolver este hábito? GC A preocupação sempre existiu, o que nós não temos é ferramental. Não temos profissionais formados que tenham a consciência de um plano de negócios, que tenham visão de como pesquisar o mercado. A pesquisa de mercado ainda é rara no Brasil, é incipiente. Enquanto nos EUA se tem estatística de tudo, aqui uma pesquisa de mercado é algo extremamente caro, que só seria viável via associações, federações, etc. Isso enfraquece o processo 42

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de pesquisa para uma prática concorrencial. Então, o que falta ao Brasil é amadurecer essa educação, ajudando os empreendedores a montarem planos de negócios, capacitando pessoas em nível gerencial diretivo a agregarem conteúdo a um plano de negócios de maneira inteligente e não burocrática, como se faz com muita frequência. MB Que dicas você daria para quem quer organizar as finanças, mas não sabe por onde começar? GC Primeiro, contas na ponta do lápis, para mapear o consumo e identificar um histórico de comportamento. Segundo, conversas frequentes sobre dinheiro - quanto mais se fala sobre o assunto, quanto mais se perscruta a contabilidade de uma empresa em busca de pontos de fragilidade, excessos, desequilíbrios, melhor. Outro ponto importante é ao invés de focar o esforço nos pequenos gastos, simplificar as grandes escolhas, os gastos fixos – buscando eficiência nos pequenos gastos, mas não deixando de valorizar as recompensas cotidianas, que é aquilo que nos motiva para o trabalho, para continuar produzindo. A partir desse tipo de cuidado temos um consumo de mais qualidade, temos maior consciência do nosso comportamento financeiro e passamos a falar sobre planos futuros. O que falta é preparação e qualidade de consumo, não adianta poupar se eu não conseguir dar disciplina a esse processo.



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O ANO DO CRESCIMENTO MODERADO

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m entrevista para a Mercado Brasil, a economista do Bradesco, Ellen Regina Steter, fala sobre a atual conjuntura econômica vivida no Brasil, as expectativas de crescimento para o País e como lidar com um momento de volatilidade no mercado brasileiro. Como você resume a conjuntura econômica que o Brasil vive hoje? Ellen Regina Steter Você tem um impacto em relação às incertezas do cenário internacional, então isso interfere no ritmo de crescimento. Mas enxergamos uma recuperação para o segundo semestre, especialmente para o primeiro semestre de 2013. Nós temos diversos estímulos, seja em âmbito monetário, como redução a taxa de juros, ou no âmbito fiscal, como desonerações ou programas específicos para o setor industrial, que tendem a impactar positivamente no crescimento da economia. MB O varejo está crescendo em ritmo bem mais acelerado do que a indústria. Quais são as expectativas daqui para frente para estes cenários? ERS Nós esperamos uma indústria melhor para 2013. Mas, a princípio, ainda de forma mais moderada, não vai chegar aos 7% como o varejo. Até porque temos alguns pontos específicos, como por exemplo, o próprio cenário internacional: as nossas indústrias exportam e o crescimento mundial não está no mesmo ritmo de alguns anos atrás – conclusão, a produção industrial acaba ficando um pouco mais moderada. MB Como a indústria pode se preparar para enfrentar a volatilidade que o mercado brasileiro enfrenta? ERS Os amortecedores desta volatilidade estão aí, implementados. O próprio governo está antenado em relação aos movimentos do mercado externo, em relação, por exemplo, a necessidade de uma taxa de juros menor por conta de uma aversão a risco do cenário inter44

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nacional. Então, hoje, você tem diversas medidas que o governo já tem adotado e se for necessário tem outras, como a redução ainda maior da taxa de juros, para um cenário extremo, ou redução de compulsório bancário para aumentar a oferta de crédito. MB A expectativa é que a economia brasileira cresça 2.1% este ano. O que é necessário para que este índice se efetive? ERS Precisamos os estímulos que temos observado desde meados do ano passado impactem positivamente a atividade. Estamos falando de este crescimento de 0.2% no primeiro trimestre caminhe para algo mais próximo de 1% ou 1.3% por trimestre, no segundo semestre do ano. Seria um efeito defasado dessas políticas. A combinação delas traria novamente um rendimento que é mais positivo para a economia brasileira já no segundo semestre. MB Existem possibilidades ou perspectivas de se alcançar novamente o patamar de crescimento de 7%, como em 2010? Isso seria algo viável? ERS Para o ano que vem estamos com uma expectativa de crescimento superior a deste ano, algo mais próximo de 4%. Impossível atingir os 7% não é, porque temos incentivos. O ponto que podemos discutir é quanto isso é sustentável - é um crescimento claramente acima do nosso potencial, não seria viável. A expectativa seria algo, a princípio, em torno de 4%, de forma sustentável e coerente com o potencial econômico para que não tenhamos repercussões negativas como inflação ou a maior utilização de contas externas.


especial expogestão

CONTEÚDO DE VALOR E BOAS PRÁTICAS PARA O GESTOR MODERNO O

impacto de reflexões importantes para o gestor moderno, um público ampliado especializado em inovação e as sessões de negócios do Sebrae consolidaram o sucesso da Expogestão em sua décima edição. A densidade dos conteúdos marcaram o evento em Joinville, já consagrado como um dos maiores encontros empresariais do Brasil. De 11 a 15 de junho, no Centreventos Cau Hansen, em Joinville, a Expogestão reuniu um público total aproximado de 15 mil pessoas de várias cidades brasileiras, entre congressistas, visitantes da feira, e o público que circulou nos workshops. O congresso empresarial mais uma vez trouxe importantes nomes do Brasil e do exterior, apresentando o que há de mais recente em termos de gestão, futuro, inovação, governança corporativa,

criatividade, gestão da marca e comportamento. “A Expogestão já está plenamente consagrada como um evento estratégico e imperdível para líderes empresariais e empreendedores de todo o Brasil. Aqui nós ampliamos visões, fortalecemos relacionamentos e atualizamos tendências, unindo verdadeiramente o pensamento à prática da gestão empresarial”, afirma feliz o presidente da Comissão Organizadora 2012, Christian Dihlmann. “Vale destacar os esforços da comissão organizadora para valorizar a importância do momento de diálogo com o palestrante e o público no final das apresentações. Para o ano que vem queremos inovar no formato para, além das grandes palestras, ampliar o debate com tantas personalidades brilhantes”, afirma o presidente da Expogestão, Alonso José Torres.

Expediente Publicação Ópera Eventos Corporativos – realizadora da Expogestão. Produção: EDM LOGOS Comunicação Corporativa. Textos: Bruna Nicolao, Carla Lavina, Dalires Somavilla, Jouber Castro (Colaboração), Izabele Balbinotti, Jair Morello, Malu Salgueiro, Rayana Borba, Simone Gehrke e Sara Menezes. Edição: Bruna Nicolao e Simone Gehrke (6078/RS). Fotografias: André Kopsch, Chico Maurente e Marcelo Kupicki. Patrocínio

Apoio oficial

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especial expogestão

Alegria em todo lugar

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fundador do Doutores da Alegria, Wellington Nogueira (foto), contou um pouco de sua história na abertura da Expogestão para mostrar que é possível, sim, espalhar alegria em todos os lugares. Ao apresentar o tema “Trabalho e propósito de vida, do bem-estar ao sucesso profissional”, argumentou que alegria é mais do que dar gargalhadas ou contar piadas: “é resultado de uma comunicação bem estabelecida. É entender a necessidade do outro e estar disposto a agir para supri-la, com a mente aberta, sem preconceitos”. Mesmo que as ações individuais possam parecer pequenas, Wellington salientou que é preciso acreditar. Para reforçar esse conceito, citou a célebre frase de Madre Teresa de Calcutá: ”Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota”. Ao falar do início de seu trabalho, emocionou a plateia ao provar que a alegria põe crianças hospitalizadas em contato com seu lado mais saudável e dá forças para que elas possam lidar com a internação. “Quando percebemos que, mesmo nos hospitais, em locais onde a vida, muitas vezes, está se esgotando, a alegria tem espaço, será que no trabalho não é possível ser feliz?”. Para Wellington, outro desafio é contagiar todos os ambientes com esse estado de espírito alegre: “Não adianta a gente levar alegria aos hospitais e chegar em casa brigando com todo mundo, porque tivemos um dia difícil. Isso é incoerência”. E ao citar incoerência, ele aproveitou para falar sobre sustentabilidade. “As pessoas pensam: ‘eu quero ser um velhinho sapeca, saudável’, mas fazem coisas para ficarem velhos doentes”. Da mesma forma querem um planeta melhor, sustentável, mas continuam com hábitos consumistas, egoístas ou se omi-

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QUANDO PERCEBEMOS QUE, MESMO NOS HOSPITAIS, EM LOCAIS ONDE A VIDA, MUITAS VEZES, ESTÁ SE ESGOTANDO, A ALEGRIA TEM ESPAÇO, SERÁ QUE NO TRABALHO NÃO É POSSÍVEL SER FELIZ?” Wellington Nogueira, fundador do Doutores da Alegria.

tem dizendo que não têm nada a ver com isso. “Qual a obra que você está autorando? Ao pensar nisso, é possível resignificar a nossa relação para um mundo sustentável”. Por fim, Wellington falou do seu sonho de ver palhaços levando alegria em todo o lugar onde haja necessidade: nas prisões, nas escolas, nas empresas... “Não tenham medo de fazer mudanças para ter um futuro melhor. Façam tudo com muito bom humor. Afinal, mau humor não leva a lugar nenhum. Ou melhor, leva para a UTI”, finalizou.



especial expogestão

Riscos e novos negócios

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oi saindo da zona de conforto e fazendo pequenas e grandes apostas que Romero Rodrigues (foto), presidente da Buscapé Company, ajudou a fundar a empresa que é líder na América Latina e ocupa a segunda colocação no mercado de sites de comparação de preços do mundo. Hoje, com 14 anos, a Buscapé Company é formada por 25 empresas e 1.100 colaboradores. Com 15 milhões de visitantes únicos por mês, 11 milhões de produtos e 53 mil fornecedores, a empresa faz o seu negócio num setor que vem crescendo 30% ao ano. “O e-commerce traz o mundo virtual para a loja física, com mais presença, vendas, produtos, abrangência e funcionalidade”, destacou Rodrigues, na palestra “Novos mercados, comportamentos e maneiras de fazer negócios”, na Expogestão 2012. Além disso, já é realidade para todas as classes sociais. “Em 2011 foram 10 milhões de compradores on-line, com destaque para o aumento entre as classes C, D e E, principalmente por meio dos sites de compras coletivas”, apontou Romero. Para ele, o smartphone mudou o jogo, mostrando-se como uma ferramenta para compras jamais vista antes. “De 0,5% em 2011, hoje 10% das visitas do site Buscapé são via smartphone”, revela. Independente de como o consumidor acessa o site, uma premissa é básica para todos os colaboradores: acompanhar o consumidor ao longo de todo o processo de compra. “Queremos que ele compre melhor, da forma mais inteligente e com mais qualidade”, destacou.

E por falar em colaboradores, a idade média deles na Buscapé Company é de 25 anos. “É um grande desafio gerenciar esta geração e como líderes temos o papel de inspirar”, disse Romero. Para reter talentos a empresa é agressiva em remuneração futura, distribuindo 10% do faturamento entre os colaboradores. “Além disso, prezamos por um ambiente de trabalho estimulante, inspirador, que faça o colaborador trabalhar com paixão, com brilho nos olhos”, pontua. Na Buscapé, o sucesso está relacionado com a “cultura do fracasso”, isto significa se permitir fazer pequenas apostas. “Quanto mais rápido atingimos o fracasso, mais rápido podemos corrigir, abandonar a ideia ou prosseguir. Isso é sair da zona de conforto”, finaliza.

O E-COMMERCE TRAZ O MUNDO VIRTUAL PARA A LOJA FÍSICA, COM MAIS PRESENÇA, VENDAS, PRODUTOS, ABRANGÊNCIA E FUNCIONALIDADE.” Romero Rodrigues, presidente da Buscapé Company.

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Cultura da responsabilidade

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presidente da Braskem, Carlos Fadigas (foto), em sua palestra na Expogestão falou sobre “Cultura e filosofia corporativa na geração de resultados”. Apresentando a relação entre a teoria e a prática na Braskem, Fadigas levou à plateia os resultados alcançados. Entre os dados citados, relacionou as aquisições de outras empresas, o baixo índice de turnover (2,3%), a média de tempo de casa (12 anos), a idade média dos funcionários (40 anos) e o orgulho de pertencer (76%). A Braskem pratica a Tecnologia Empresarial Odebrecht - TOC, filosofia de trabalho fruto da experiência de Norberto Odebrecht, inspirada nos conceitos humanistas, com forte influência germânica, e desenvolvida e testada nos canteiros de obras da construtora Odebrecht. A cultura TOC traz concepções que buscam a sobrevivência, o crescimento e a perpetuidade da empresa. No decorrer da palestra, o presidente da Braskem defendeu os princípios e conceitos que norteiam a forma de trabalhar da empresa. A confiança nas pessoas e na capacidade de realização é um desses pilares. “Mais do que confiar no caráter, confiamos na capacidade individual de cada um para que possam crescer, se desenvolver e alcançar os resultados esperados”, reforçou. E é a partir deste que vem outro conceito: o da parceria entre a organização e seus integrantes na geração e partilha de resultados. “O principal reconhecimento é o bônus financeiro que cada um recebe pelas suas conquistas”, completou Fadigas. Ainda há o desenvolvimento das pessoas através da educação pelo e para o trabalho, quando a empresa oferece as oportunidades para que todos possam crescer. A descentralização com delegação planejada é mais um dos princípios da TOC. Quando

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MAIS DO QUE CONFIAR NO CARÁTER, CONFIAMOS NA CAPACIDADE INDIVIDUAL DE CADA UM PARA QUE POSSAM CRESCER, SE DESENVOLVER E ALCANÇAR OS RESULTADOS ESPERADOS.” Carlos Fadigas, presidente da Braskem.

líder e liderado definem metas, inicia-se o processo de compromisso e responsabilidade que traz resultados positivos para todos. Fadigas também destacou o papel da liderança: “Queremos que cada líder tenha o papel de educador presente e que tenha mais do que seguidores. Ser líder é formar empresários, novos e melhores líderes”, argumentou.



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Potencial dos emergentes

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00 cidades, principalmente de médio porte, serão responsáveis por 60% do PIB do planeta em 2025. Serão US$ 64 trilhões”. Com esse cartão de visitas, Jaana Remes (foto), membro sênior do McKinsey Global Institute - MGI, o braço de pesquisa de uma das consultorias de negócios mais importantes do mundo, abriu a palestra “Cenários e tendências: Brasil e Mundo”, com Vicente Assis (foto), country manager da McKinsey no Brasil e Líder de Prática de Operações na América Latina. A mensagem principal da palestra é que a irreversibilidade do processo de urbanização está pulverizando a concentração do PIB, fazendo com que, local e globalmente, cada vez mais cidades de médio porte sejam responsáveis pelo giro econômico, majoritariamente em países emergentes como China e Índia. Outra lição importante é prestar atenção às especificidades de cada mercado, pois elas regerão as potencialidades de consumo e as oportunidades em cada região. “As soluções de habitação e transporte adotadas por cidades médias, por exemplo, servirão de modelo para os outros lugares. A demanda de energia desses aglomerados urbanos vai determinar seu custo. As decisões das cidades médias vão configurar a geopolítica do mundo dos nossos netos”, resume Jaana. Essa curva, na visão dos consultores do MGI, deve se estender por, no máximo, mais duas décadas. Momento para crescer: em breve, o envelhecimento da população dos países emergentes vai se intensificar, com menos trabalhadores e consumidores.

No Brasil, o fenômeno se repete. Até 2025, as cidades entre 20 e 500 mil habitantes corresponderão a 50% do crescimento da economia nacional. Vicente Assis fecha ainda um pouco mais o foco: 500 dessas cidades, sozinhas, representarão quase 40% do crescimento. Ele complementa: “O avanço da classe média proporciona o aumento do consumo de serviços que não são de primeira necessidade. Nós prevemos que os mercados de protetor solar e produtos pet, por exemplo, devem crescer na casa dos 200%”. A mensagem final de Jaana é um convite aos empreendedores: “Globalmente, as cidades que contam com uma classe empresarial ativa crescem mais rápido”.

AS DECISÕES DAS CIDADES MÉDIAS VÃO CONFIGURAR A GEOPOLÍTICA DO MUNDO DOS NOSSOS NETOS” Jaana Remes, membro sênior do McKinsey Global Institute (MGI).

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O segredo de sucesso do Walmart

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arcos Samaha (foto), presidente do Walmart Brasil falou aos congressistas da Expogestão sobre as estratégias utilizadas pela companhia para se manter no topo da lista dos maiores varejistas dos Estados Unidos, com a palestra “Os segredos das empresas de sucesso”. O mais importante segredo, segundo o executivo, é ter preço baixo todo o dia, seguindo o círculo de operar pelo menor custo, comprar pelo menor preço, vender por menos e aumentar as vendas. “Para ter sucesso é necessário ter consistência e sustentabilidade a longo prazo. Comprar barato e vender barato. O resultado vem com as vendas em grande escala”, destacou Samaha, apresentando o desempenho do Walmart a partir da década de 70, quando ocupava a 7ª posição. Nos últimos 20 anos a companhia se mantém como a maior varejista, sem retrocesso em venda e lucro por ação em nenhum trimestre nesse período. “É a quebra do paradigma da margem de lucro. Muitas empresas a mantêm muito alta e depois não conseguem atingi-la. É preciso ser produtivo e econômico”, ensinou. Em vários momentos da palestra, Marcos Samaha mencionou exemplos de Sam Walton, o fundador do Walmart há 50 anos. Uma das lições de Walton, citada pelo executivo, é pensar como empresa pequena, cuidando de cada cliente e de cada loja como se fossem únicos. O presidente disse ainda que cada pessoa deve descobrir por si mesmo o segredo do sucesso, analisando o seu empreendedorismo, seus erros, acertos e experiências. “Para ter sucesso é preciso ser inovador, quebrar paradigmas, explorando áreas novas. Por isso o Walmart se instala em lugares mais distantes”, revela Samaha. Ser feliz no local de trabalho é outro segredo do su-

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PARA TER SUCESSO É NECESSÁRIO TER CONSISTÊNCIA E SUSTENTABILIDADE A LONGO PRAZO.” Marcos Samaha, presidente do Walmart Brasil.

cesso da rede de supermercados, na interpretação de Marcos Samaha. Para isso aconselha os profissionais a olhar os fracassos com bom humor e relaxar, deixando as pessoas ao redor mais tranquilas e motivadas para melhorar com os erros. O Walmart está presente em 27 países e emprega 2 milhões e 200 mil funcionários em mais de 10 mil lojas que lhe renderam um faturamento de U$ 444 bilhões em 2011.



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Insight, garra e conversa, componentes da Criatividade

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riatividade tem um lado de insight, mas também é obtida com muita garra e determinação. Esta foi a principal mensagem deixada pelo neurocientista Jonah Lehrer (foto), na palestra “Como Decidimos e como criamos”, na Expogestão 2012. Segundo o jornalista e autor de best-sellers, precisamos de insights para resolver os problemas mais difíceis, onde as conexões são mais remotas, e nestes casos, não adianta se concentrar no tema em frente ao computador. “Estudos mostram que as ondas alfa, que nos proporcionam a revelação necessária para solucionar questões complexas, dependem de momentos de relaxamento, que não vem quando estamos com a atenção concentrada nos ruídos do mundo”. Lehrer afirma que a resposta surge quando não esperamos por ela e assim que aparece, temos capacidade de identificá-la. “Criatividade é o resíduo do tempo desperdiçado, como dizia Einstein”, enfatiza. Por outro lado, Lehrer destacou que, obtido o insight inicial, é necessário trabalho duro para lapidar uma ideia criativa, e lembrou que, nesta fase, a persistência e as horas de estudo, tentativa e erro realmente fazem diferença. “Para desenvolver a garra, faça escolhas fáceis, nas quais tenha um interesse genuíno, e trabalhe duro, como os atletas”. A boa notícia é que “a mente humana tem sensações de conhecimento, uma espécie de intuição, para definir quais problemas exigem ondas alfas e quais precisam de garra”.

Segundo o neurocientista, para resolver os desafios cada vez mais difíceis que restaram, precisamos da criação coletiva. A reunião presencial, que estimula a interação, é recomendada, mas o brainstorming não é a melhor ferramenta a ser utilizada porque inibe a crítica, e esta, quando feita de maneira construtiva, nos inspira a ir mais fundo nos problemas, pensar de maneira mais complexa e ter mais e melhores ideias. “As tendências indicavam que o trabalho seria a distância, mas pesquisas mostram que as ideias mais importantes surgem quando muitas pessoas dividem o mesmo espaço. Criatividade tem a ver com acaso. Novas ideias surgem quando dividimos ideias antigas. Por isso as cidades são organizações sociais mais criativas e duradouras do que as empresas”.

PESQUISAS MOSTRAM QUE AS IDEIAS MAIS IMPORTANTES SURGEM QUANDO MUITAS PESSOAS DIVIDEM O MESMO ESPAÇO.” Jonah Lehrer, neurocientista.

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Participaram do painel (da esq. p/ dir.) David Cohen (Época Negócios), Guilherme Weege (Malwee), Alberto Whitaker (Conselheiro) e Sidney Ito (KPMG)

Governança Corporativa: porque fazer?

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orque as empresas precisam de Governança?”, questionou David Cohen, editor-chefe da revista Época Negócios na abertura do painel “Boas práticas de gestão e governança”. A pergunta guiou as reflexões dos três participantes. “Todas as empresas têm a sua governança, independente do tamanho. O importante é ter boas práticas”, destacou Sidney Ito, sócio-líder em Governança Corporativa e Gestão de Riscos da KPMG Brasil e América do Sul. Alberto Whitaker, conselheiro empresarial e especialista em Governança Corporativa, enfatizou os quatro pilares da Governança Corporativa – transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa – e disse que ela não é uma ciência exata. “Por isso as práticas adotadas variam de uma empresa para a outra, dependendo da estratégia e da estrutura acionária”. O grupo foi unânime ao expressar que a perpetuidade do negócio é o grande objetivo deste processo e Ito reforçou a importância das boas práticas para a obtenção de financiamentos com prazos e taxas atrativas. “A primeira importância do Conselho é aju-

dar o presidente na tomada de decisão. Ele deve ser formado por pessoas dedicadas, que tenham tempo para dar atenção às demandas da empresa e o ideal é que haja um sistema de avaliação periódica do Conselho”. Whitaker destaca que o número e as expertises requeridas dos conselheiros dependem do momento que a empresa vive. Guilherme Weege, diretor-presidente do Grupo Malwee, disse que “é um conforto para um presidente ter um conselho de administração com pessoas que trazem um olhar de fora para a empresa”, mas ponderou que “ser conselheiro não é um direito de berço para o acionista, dá trabalho e tem que haver uma preparação prévia”. Segundo Weege, o conselho impõe uma disciplina para a empresa que contribui para que todas as questões importantes sejam analisadas e endereçadas. Para que a governança traga bons frutos para o negócio, os participantes destacaram que os agentes deste processo – presidente, conselheiros e acionistas – devem ter consciência e agir de acordo com suas responsabilidades.

SER CONSELHEIRO NÃO É UM DIREITO DE BERÇO PARA O ACIONISTA, DÁ TRABALHO E TEM QUE HAVER UMA PREPARAÇÃO PRÉVIA.” Guilherme Weege, diretor-presidente do Grupo Malwee.

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Excelência para reconstruir auto-estima

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discussão sobre beleza é eterna: desde os tempos mais antigos o homem já se questionava sobre a sua própria imagem. Entretanto, a essência da cirurgia plástica vai além do aspecto estético. “Precisamos salvar vidas e também reintegrar a vítima traumatizada ao convívio social, trazendo paz interior e harmonia com o universo”, destaca Ivo Pitanguy (foto), em sua palestra “A excelência como marca de vida”. Mas nem sempre se pensou assim. Retornando de uma jornada de estudos pela Europa, o médico tentou introduzir a cirurgia plástica no Brasil quando a maioria dos doutores via o procedimento como algo fútil. Até que em 1961 o Rio de Janeiro presenciou um grandioso incêndio que deixou mais de 500 mortos, cerca de 600 feridos e 120 mutilados, que precisaram da cirurgia plástica para recompor suas imagens. Passados 50 anos, os desafios continuam para Pitanguy, que é médico, cirurgião plástico e também professor. “Os ecos da Rio+20 trazem à tona os problemas relacionados ao meio ambiente e precisamos estar preparados para acompanhar a nova expectativa de vida que se desenha”, relaciona, complementando que o processo de envelhecimento ainda é um mistério e que a cirurgia plástica pode apenas suavizar as marcas da vida. “Não fazemos milagre, apenas melhoramos o corpo humano”. E as expectativas para a evolução deste procedimento aumentam à medida que a discussão sobre a criação de novas substâncias químicas e manipulação genética se intensificam: “Hoje, já conseguimos reconstruir mãos, mamas e nariz”. Diferente dos artistas, o trabalho realizado na clínica Ivo Pitanguy não é solitário. “Somos uma equipe formada por diversos profissionais e contamos com

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PRECISAMOS SALVAR VIDAS E TAMBÉM REINTEGRAR A VÍTIMA TRAUMATIZADA AO CONVÍVIO SOCIAL, TRAZENDO PAZ INTERIOR E HARMONIA COM O UNIVERSO (...) HOJE, JÁ CONSEGUIMOS RECONSTRUIR MÃOS, MAMAS E NARIZ.” Ivo Pitanguy, médico cirurgião plástico.

o suporte da assistência social, pedagogia e psicologia”, explica. E é o trabalho em equipe que permite a Ivo alcançar a excelência nos serviços prestados, recuperando e diminuindo cada cicatriz e principalmente possibilitando ao ser humano retomar sua paz interior e harmonia com o meio ambiente.



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O futuro do branding

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diretor de Marketing para Mercados Emergentes da Nike, Arturo Nuñez (foto), fechou a Expogestão 2012 falando sobre as estratégias da marca que já faz parte da cultura mundial e é referência em branding. A empresa aposta nos maiores eventos, Copa do Mundo e Olimpíadas, para ampliar a sua atuação no Brasil e vai inaugurar uma megaloja exclusiva da marca no Rio de Janeiro. O tripé Esporte, Tecnologia e Emoção está no DNA da Nike, que fez dos melhores atletas do mundo não apenas seus garotos-propaganda, mas também seus colaboradores no desenvolvimento de produtos inovadores. Nomes como Michael Jordan, no basquete, e Ronaldo Fenômeno, no futebol, contribuíram para desenvolver produtos mais leves, resistentes e tecnológicos. Aliás, a colaboração entre Ronaldo e a Nike foi apontada por Arturo Nuñez como um divisor de águas no posicionamento da empresa no Brasil. Agora, a nova aposta da marca é Neymar, o atacante prodígio do Santos. Ele apresentou filmes para TV que fazem parte da história da Nike, como a seleção brasileira driblando os seguranças no aeroporto e o centenário do Corinthians, do ponto de vista da torcida. Segundo Nuñez, o Brasil é um dos mercados mais importantes do mundo para a Nike e é prioridade entre os mercados emergentes. No caso da Nike, a classificação de mercados emergentes inclui, além dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China), toda a América Latina e ou-

tros países em desenvolvimento na Ásia. Na estratégia de publicidade e branding, a Nike continua buscando uma conexão emocional com os seus clientes, no entanto, novas tecnologias digitais estão sendo usadas para ampliar a experiência e a interatividade. No seu mais novo vídeo – além da fotografia e edição primorosas - há onze “túneis interativos” onde o cliente pode conhecer mais a história da empresa, fazer compras, interagir com os craques do futebol mundial e participar de jogos online. Esta experiência de interação com o público está sendo migrada do mundo digital também para os pontos de venda. “Acabou o monólogo. Agora é só diálogo” , afirmou.

NA ESTRATÉGIA DE PUBLICIDADE E BRANDING, A NIKE CONTINUA BUSCANDO UMA CONEXÃO EMOCIONAL COM OS SEUS CLIENTES, NO ENTANTO, NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS ESTÃO SENDO USADAS PARA AMPLIAR A EXPERIÊNCIA E A INTERATIVIDADE Arturo Nuñez, diretor de Marketing para Mercados Emergentes da Nike.

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Diversidade de segmentos e convergência de públicos

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m 2012, a Feira de Produtos, Serviços e Soluções Empresariais tornou-se ainda mais consolidada com a presença de mais de 100 empresas, distribuídas em aproximadamente 60 estandes. O destaque deste ano foi para as sessões de negócios, organizadas pelo Sebrae e realizadas no mesmo ambiente. As sessões são resultado de uma metodologia criada pela entidade para unir empresários dos

mais diversos setores, a fim de prospectarem novos negócios em rápidas rodadas de apresentações de seus produtos e serviços. Os workshops também movimentaram intensamente a feira compartilhando experiências, conhecimento e cases de sucesso. Cerca de 2 mil pessoas assistiram as mais de 40 palestras gratuitas apresentadas pelas empresas expositoras, apoiadoras e parceiras do evento.

Percepções de empresários e gestores FOI A PRIMEIRA VEZ QUE PARTICIPAMOS E ESTAMOS GRATIFICADOS. HÁ UM BELO VOLUME DE PESSOAS IMPORTANTES E COM REPRESENTAÇÃO DENTRO DAS EMPRESAS. É UM ESPAÇO ORGANIZADO E COM BASTANTE VISIBILIDADE. QUEM PARTICIPOU TEVE UM GRANDE RETORNO, ASSIM COMO NÓS.” Jorge Abi Saab Neto, diretorpresidente da Unicred Central de SC.

É UM ESPAÇO ÚNICO PARA QUEM TEM A INTENÇÃO DE CRIAR NOVOS NEGÓCIOS E SE RELACIONAR. PARA A UNIVERSIDADE, É O MOMENTO DE OPORTUNIZARMOS UM LOCAL PARA O NETWORKING DO PROFESSOR E DO ESTUDANTE. O ESPAÇO É EXCELENTE PARA O RELACIONAMENTO COM UM PÚBLICO QUE NEM SEMPRE ESTÁ NO DIA A DIA DA UNIVERSIDADE.

O SEBRAE/SC INOVOU ESTE ANO AO TRAZER AS SESSÕES DE NEGÓCIOS, PELA PRIMEIRA VEZ DENTRO DE UMA FEIRA EM SANTA CATARINA, ALÉM DO TRADICIONAL ATENDIMENTO COM CONSULTORIAS. NUM AMBIENTE COMO ESSE, TEMOS A OPORTUNIDADE DE TER ACESSO AOS NOVOS EMPRESÁRIOS, É UM EVENTO DE SUCESSO. Jaime Dias Junior, coordenador regional do Sebrae Norte/SC

Paulo Ivo Koentopp, reitor da Univille ESTÁ NA NOSSA MISSÃO TRAZER CONHECIMENTO PARA A SOCIEDADE E A FEIRA É UM ESPAÇO DEMOCRÁTICO PARA ISSO. CONSIDERO O PONTO ALTO DA EXPOGESTÃO. ESSE EVENTO É UM MARCO NA REGIÃO SUL, UMA AÇÃO DE EMPREENDEDORISMO FRUTO DE UM CONJUNTO EMPRESARIAL FORA DOS GRANDES CENTROS BRASILEIROS. A KPGM VALORIZA MUITO ESSA INICIATIVA.

O GRUPO RBS PARTICIPA DA EXPOGESTÃO HÁ OITO ANOS POR SER UM EVENTO COM SINÔNIMO DE COMPETÊNCIA NA EXECUÇÃO, NO CUIDADO E NOS DETALHES.O MUNDO DOS NEGÓCIOS ESTÁ CADA VEZ MAIS COMPETITIVO E SOMENTE COM QUALIFICAÇÃO NA GESTÃO TEREMOS EMPRESAS DE SUCESSO. A EXPOGESTÃO TEM PAPEL DECISIVO NESSA QUALIFICAÇÃO DAS PESSOAS PARA UMA GESTÃO MAIS COMPETENTE E DE MAIS RESULTADOS.

Patricia Molino, Sócia Líder da Área de People & Change da KPMG no Brasil

Bruno Watte, diretor regional do Grupo RBS Apoio

Promoção

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Apoio de Mídia

Realização e Organização



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Evento oportuniza o relacionamento

Vicente Assis, country manager da McKinsey no Brasil, Nivaldo Nass, presidente da Cajadan, Miguel Abuhab, presidente do Conselho da Neogrid, Frank Bollmann, presidente da Tuper e Alonso José Torres, presidente da Expogestão, no jantar Vip do evento, na Casa Suiça, no Perini Business Park.

foto: Andre Kopsch

foto: Chico Maurente

Encontro de palestrantes e empresários na Expogestão 2012. Confira alguns momentos.

foto: Andre Kopsch

foto: Chico Maurente

Na sala VIP, antes abertura do Congresso, Christian Dihlmann, presidente da Comissão Organizadora da Expogestão 2012, Glauco Corte, presidente da Fiesc e Mário Cesar de Aguiar, presidente da Acij.

Palestrantes do painel sobre “As boas práticas de gestão e governança”, no almoço oficial do evento: Alberto Whitaker (conselheiro empresarial), David Cohen (Época Negócios), Guilherme Weege (Malwee) e Sidney Ito (KPMG).

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Bate-papo entre o palestrantes, neurocientista e autor de obras Jonah Lehrer e o diretor de Marketing para Mercados Emergentes na Nike USA, Arturo Nuñez.

foto: Andre Kopsch

foto: Andre Kopsch

Alonso Torres, Dr. Ivo Pitanguy, palestrante do Congresso, Alaor Tissot e Dinorá Nass, da Comissão Organizadora, se encontram no jantar vip do evento, na Casa Suiça, no Perini Business Park.

foto: Andre Kopsch

Na chegada para a abertura da Expogestão, Alonso Torres, presidente da Expogestão, Mario de Aguiar, Glauco Corte, o governador Raimundo Colombo, Udo Döhler e Alaor Tissot, presidente da Facisc.

No Centreventos Cau Hansen, Fabricio Roberto Pereira, da Comissão Organizadora, Carlos Fadigas, palestrante e presidente da Braskem e Carlos Rodolfo Schneider, vice-presidente da Ciser.



micro e pequenas portalmercadobrasil.com.br

Prefeitos empreendedores

divulgação sebrae

Está disponível online o livro que conta as iniciativas dos 12 vencedores e de todos os finalistas da sétima edição do Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor. Na publicação, os prefeitos narram suas experiências e detalham os resultados alcançados, trazendo informações importantes, como indicadores econômicos dos municípios. As ações são premiadas por estimularem a economia da cidade com base no apoio as micro e pequenas empresas. Na sétima edição do prêmio foram inscritos mais de 1,4 mil projetos, sendo 144 finalistas nacionais. O livro pode ser acessado na íntegra no link mflip.com.br/pub/planomidia/index2.

Prêmio de inovação com inscrições abertas gócio (cada uma com três modalidades de receitas). Para participar, os projetos devem estar em execução por, no mínimo, seis meses. As inscrições podem ser feitas no site premiodeinovacao.com.br.

Apoio à economia criativa AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS - MPE JÁ CONTAM COM O APOIO DO OBSERVATÓRIO BRASILEIRO DE ECONOMIA CRIATIVA – OBEC, LANÇADO PELO MINISTÉRIO DA CULTURA – MINC. O OBEC IRÁ ATUAR COM A COOPERAÇÃO DO SEBRAE PARA A FORMULAÇÃO DE INFORMAÇÕES E PESQUISAS QUE AJUDEM NO DESENVOLVIMENTO DO SETOR. COM ISSO, SERÁ POSSÍVEL APROFUNDAR OS CONHECIMENTOS SOBRE O SEGMENTO E PROMOVER A PROFISSIONALIZAÇÃO DA GESTÃO DOS PEQUENOS NEGÓCIOS DA ECONOMIA CRIATIVA E A GERAÇÃO DE NOVOS NEGÓCIOS. ALÉM DE MAPEAR O SETOR, O OBEC E O SEBRAE IRÃO DESENVOLVER GUIAS, MANUAIS, CURSOS E PALESTRAS DE CAPACITAÇÃO. O OBEC RECEBERÁ INVESTIMENTOS DE R$ 12,4 MILHÕES, SEGUNDO O MINC. NESTE ANO, 14 OBSERVATÓRIOS SERÃO IMPLANTADOS NO BRASIL. O OBJETIVO É QUE ATÉ O FINAL DE 2013 TODO O PAÍS JÁ ESTEJA COBERTO PELO OBEC.

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divulgação sebrae

Ainda estão abertas as inscrições para a segunda edição do Prêmio Nacional de Inovação, promovido pela Confederação Nacional da Indústria – CNI, em parceria com o Sebrae e o Movimento Brasil Competitivo – MBC. As inscrições seguem até o dia 31 de agosto. O prêmio tem como objetivo estimular a adoção de práticas inovadoras por meio do reconhecimento de experiências de sucesso. Neste ano, a inciativa irá premiar também micro e pequenas empresas – MPE atendidas pelo programa Agentes Locais de Inovação – ALI, do Sebrae. Além desta categoria, serão reconhecidas empresas nas categorias Gestão da Inovação, Inovação Tecnológica e Modelo de Ne-


Cursos online para empreendedores individuais Para aumentar ainda mais o acesso dos pequenos empreendedores a cursos de qualificação, o programa Sebrae Empreendedor Individual – SEI ganha uma versão online. Com a proposta de atender 200 alunos por turma, o projeto irá oferecer oficinas SEI Controlar o Meu Dinheiro, SEI Planejar e SEI Empreender, especialmente voltados aos Empreendedores Individuais – EI. Os participantes têm acesso ao material de estudo por meio de uma ferramenta simplificada e acessível. O programa também deverá contemplar outras oficinas presenciais nos próximos meses.

Concurso para revitalizar o centro de Blumenau colher a melhor ideia de revitalização para a região central do município, principalmente da rua XV de Novembro e seu entorno. As equipes podem se inscrever gratuitamente. O concurso é uma parceria Sebrae de Santa Catarina, Câmara de Dirigentes Lojistas - CDL - de Blumenau e Federação do Comércio de Santa Catarina - Fecomércio.

divulgação santur/mário barbetta

O Concurdo de Ideias de Revitalização da Área Central de Blumenau está com inscrições abertas até o dia 15 de agosto. A iniciativa integra o Projeto de Revitalização de Espaços Comerciais do Sebrae de Santa Catarina, em andamento em cinco cidades. Voltado para alunos de arquitetura de universidades públicas e particulares do estado, o concurso irá es-

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mercado & marketing portalmercadobrasil.com.br

Nike no Brasil marca junto ao mercado nacional 60% das roupas usadas no Brasil são produzidas aqui e 50% dos calçados. Questionado sobre a postura brasileira frente ao países emergentes, Arturo enfatizou que a Nike está de olho no mercado nacional. “O Brasil já emergiu e a Nike vai investir muito por aqui nos próximos anos” , afirma, citando eventos como Copa do Mundo e Olimpíadas.

A Aurora Alimentos, com foco em alcançar a necessidade de seus consumidores, lançou no início do mês de julho novas embalagens para sua linha de produtos lácteos. Os produtos obtiveram novos formas, cores e novos layouts; dando destaque ao tipo de sabor e facilitando o manuseio dos alimentos.

divulgação

divulgação

Durante visita a Joinville, Arturo Nuñes, diretor de marketing da Nike na América Latina falou sobre os próximos passos da marca por aqui. Segundo ele a Nike apostará principalmente em tecnologia de performance, cujo foco é auxiliar os atletas (profissionais ou não) a medirem suas habilidades. Para ele o futuro do branding é tecnologia de ponta e inovação. Para se ter uma ideia da atuação da

Aurora embalagens

Axe no mundo feminino A NOVA AÇÃO DA AXE PROMETE DESVENDAR O QUE ACONTECE NOS BANHEIROS FEMININOS. UTILIZANDO ADESIVOS NOS BANHEIROS MASCULINOS DE BARES E BOATES, A IDEIA É QUE POR MEIO DE QR CODES, OS HOMENS POSSAM VER AS AÇÕES DO OUTRO LADO DA PAREDE. QUANDO OS CURIOSOS UTILIZARAM SMARTPHONES PARA FAZER A LEITURA DOS CÓDIGOS, UM CURTO VÍDEO MOSTRAVA UMA MULHER AJEITANDO SUAS ROUPAS. APÓS O TÉRMINO DA ESPIADA A LÁ BIG BROTHER, APARECIA A MENSAGEM COM O LINK DA FANPAGE DA MARCA PARA PODER VER MAIS CENAS. NO MESMO ESTILO ESTÁ A PROPOSTA DO FACEBOOK, ONDE PARA DESBLOQUEAR O VÍDEO MAIS QUENTE, CINCO AMIGOS. A ‘AXE PEEPHOLE EXPERIMENT’ FOI IDEALIZADA PELA DDB LATINA E ACONTECEU EM PORTO RICO.

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OS USUÁRIOS PRECISARIAM COMPARTILHAR O CONTEÚDO COM


Buscapé Company em Joinville dade. A sede joinvilense terá 85 colaboradores, 10 deles já recrutados e em operação. Romero disse ainda que a ideia é firmar parceria com empresas, universidades e incubadoras para dar sequência ao projeto na região.

foto: Andre Kopsch

Romero Rodrigues, CEO do Buscapé Company, anunciou em palestra na Expogestão, que a empresa irá instalar um escritório do site em Joinville. Segundo ele, serão investidos até o final de 2012 aproximadamente R$ 8 milhões na ci-

Perfil Mobile Uma pesquisa realizada pelo Yahoo! Insights em parceria com o Instituto Ipsosmostra que até o fim de 2012 serão 51,4 milhões de brasileiros acessando a internet a partir de dispositivos móveis. Os dados apontam um crescimento ainda maior para os próximos anos - 67,7 milhões de usuários em 2013, 86,5 milhões em 2014 e 110,5 milhões em 2015. Os países pesquisados foram Brasil, Estados Unidos e México simultaneamente. A ideia foi traçar o perfil de usuários que utilizam smartphones e tablets como forma única de acesso à internet ou como complemento do uso da rede.

Embalagem retornável DESDE ABRIL DESTE ANO, A VONPAR BEBIDAS, FABRICANTE DA MARCA DE REFRIGERANTES EM SANTA CATARINA, DISPONIBILIZA NOS BAIRROS DE GRANDE PARTE DO ESTADO A REF PET, GARRAFA RETORNÁVEL DE 2 LITROS QUE PODE SER USADA PELO CONSUMIDOR E DEVOLVIDA PARA A INDÚSTRIA, EM CICLOS DE ATÉ 25 VEZES, A CADA RETORNO DE GARRAFA O CONSUMIDOR ACABA POUPANDO R$ 1,30. “NA PRIMEIRA COMPRA DE COCA-COLA NA EMBALAGEM REF PET 2

LITROS RETORNÁVEL, O CLIENTE GASTA R$ 4,29. QUANDO ELE VOLTA AO PONTO DE VENDA TRAZENDO SUA GARRAFA VAZIAPARA NOVA AQUISIÇÃO DO PRODUTO, O MESMO PASSA A CUSTAR R$ 2,99”, EXPLICA O GERENTE DE TRADE MARKETING DA VONPAR BEBIDAS, BRUNO SCHNEIDER. A COMERCIALIZAÇÃO DA COCA-COLA NA EMBALAGEM REF PET EM SANTA CATARINA INICIOU EM OUTUBRO DO ANO PASSADO EM ESTABELECIMENTOS DE TUBARÃO E CRICIÚMA. POR CONTA DO PARA MUNICÍPIOS COMO JOINVILLE, FLORIANÓPOLIS, CHAPECÓ, BLUMENAU E DEMAIS CIDADES LITORÂNEAS. O PRODUTO PODE SER ENCONTRADO EM PONTOS DE VENDA DE MAIOR ACESSIBI-

divulgação

SUCESSO JUNTO A CONSUMIDORES E REVENDEDORES, O PROJETO FOI ESTENDIDO ESTE ANO

LIDADE, COMO MINIMERCADOS, ARMAZÉNS E PADARIAS.

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mercado & construção

foto Mariana Boro

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Casa Cor Encerrou no último dia 24 de junho, no mirante da Lagoa da Conceição, em Florianópolis, a CASA COR SANTA CATARINA. O evento recebeu um público de mais de 25 mil pessoas, sendo a quarta CASA COR mais visitada do país, atrás apenas de grandes centros como São Paulo, Rio de Janeiro e Pará. Os 42 ambientes da mostra foram projetados por 63

profissionais das mais diversas cidades do estado. O evento gerou 1.800 empregos diretos e indiretos e teve um investimento superior a R$1,5 milhão. Na cerimônia de encerramento, o diretor executivo Lucas Petrelli Wilmer apresentou os resultados e revelou o ambiente premiado pelo voto popular: o Loft do Chef, do arquiteto Rico Mendonça.

Minha casa, minha vida A CÂMARA DOS DEPUTADOS APROVOU,NO DIA 19 DE JUNHO, A MEDIDA PROVISÓRIA (MP) QUE ALTERA REGRAS DOS IMÓVEIS ADQUIRIDOS PELO PROGRAMA MINHA CASA, MINHA VIDA EM CASOS DE SEPARAÇÃO JUDICIAL. O TEXTO APROVADO DIZ QUE O IMÓVEL PERTENCERÁ A MULHER NOS CASOS DE SEPARAÇÃO. A MEDIDA SEGUE AGORA PARA ANÁLISE NO SENADO. ALÉM DISSO, A MEDIDA PROVISÓRIA 561/12 CRIA UM FUNDO DE R$ 2 BILHÕES JUNTO AO BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL (BNDES), COM DESTINO AOS PRODUTORES RURAIS E AGRICULTORES FAMILIARES NO CASO DA PRODUÇÃO SER PREJUDICADA POR DESASTRES NATURAIS. TAMBÉM COMTEMPLA A INCLUSÃO DE EMPRESAS DE SANEAMENTO BÁSICO COMO BENEFICIÁRIAS DO PROGRAMA DE ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO (PAC).

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Novos projetos

divulgação

O Grupo Estrutura apresentou, em junho, o empreendimento High Line Park, um projeto com estilo de Nova Iorque no centro de Joinville, inspirado no projeto arquitetônico que leva o mesmo nome na cidade americana, erguido sobre uma linha férrea abandonada, na ilha de Manhattan. Além disso, para o mercado de luxo o Grupo Estrutura apresenta a ArcVox a mais nova parceira focada em nichos específicos de alto padrão com projetos arquitetônicos autorais e únicos, conhecida como incorporadora boutique. Pioneiros em Santa Catarina, os parceiros são inspirados em um mercado emergente, que cria espaço para pessoas que buscam morar em empreendimentos conceito, com diferenciais arquitetônicos e únicos. Joinville definitivamente atrai novos investidores imobiliários e a proposta de ter prédios com arquitetura assinada e séria é a possibilidade de mudar para melhor o visual de bairros residenciais. No Brasil somente duas empresas atuam nessa linha, uma em São Paulo e outra em Porto Alegre. A ArcVox foi fundada por empresários com experiências internacionais e escolheu Joinville para os dois primeiros lançamentos: o Vitrium Art Residencee Delfino 704.

Sinalização arquitetônica A Automatisa Tecnologia a Laser, empresa pioneira e líder na América Latina na produção de equipamentos de corte e gravação a laser, participa neste mês de julho, em são Paulo, da feira Serigrafia e Sign – Future Têxtil 2012. Com forte atuação no setor de comunicação visual, a Automatisa vai levar um toque especial para quem trabalha com sinali-

zação arquitetônica. Impulsionada pelo crescimento do setor de construção civil, a área de sinalização arquitetônica tem crescido de maneira significativa tanto para novos ambientes que exigem a identificação da fachada e também do interior, como para ambientes já construídos que estão passando por reformulação visual.


marketing portalmercadobrasil.com.br

CRIATIVIDADE

ONLINE

CMC INSTALA O MAIS COMPLETO NÚCLEO DE INTELIGÊNCIA DIGITAL DO ESTADO

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onsolidando a sua proposta de ser uma agência full service para seus clientes, capaz de prestar serviços qualificados em todas as áreas do marketing, a CMC constituiu uma estrutura completa de comunicação integrada para atender demandas focadas nas mídias sociais.

Para isso, a agência identificou e incorporou alguns dos melhores profissionais em ação no País e compôs uma equipe de alto nível técnico e criativo, com experiência em agências como Ogilvy, DM9 e WMCann. “Essa iniciativa revela o perfeito alinhamento da CMC com a realidade do mercado consumidor, o que, enfim, é o que os clientes mais precisam para se sentirem seguros em seus investimentos” , lembra Christiane Hufenüssler, presidente da agência. O fato é que estamos vivendo uma era digital, que ocupa cada vez mais espaço em nosso cotidiano. Hoje, cerca de 80 milhões de brasileiros têm acesso à Internet. São pessoas que passam, em média, cerca de 63 horas conectadas à rede por mês. E que durante esse período trocam conteúdos, compartilham seus gostos e estabelecem relacionamentos. Monitorar esse gigantesco movimento com um inquestionável potencial de consumo e identificar 74

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oportunidades de criar empatia para as marcas é uma necessidade vital para qualquer negócio. Mas para ganharmos eficácia no mundo virtual, necessitamos do domínio das ferramentas mais atualizadas, de uma grande capacidade de desenvolver projetos criativos e de uma visão abrangente para integrar todos os nossos pontos de contato. Trata-se de uma especialidade de grande valor estratégico para o planejamento das ações de qualquer empreendedor. “Não contemplar em suas estratégias de marketing um projeto de comunicação integrado ao mundo digital significa renunciar a um extraordinário potencial de mercado”, alerta Christiane. Por isso, a CMC, com um histórico de 21 anos de investimentos na oferta de serviços de marketing pioneiros no norte catarinense, mais uma vez cumpre o seu propósito de oferecer ao mercado uma qualidade profissional alinhada com o que de melhor se produz no Brasil.


Em sentido horário: Christiane Hufenüssler - Presidente; Stalimir Vieira – Diretor de Criação; Andira Medeiros – Coordenadora Social Media; Marjorie Yamaguti – Coordenadora Geral; Luis Leigue – Diretor; Arjuna Sá – Diretor de Arte; Anne Fonseca – Produtora de Conteúdo foto: Raphael Günther

“NÃO CONTEMPLAR EM SUAS ESTRATÉGIAS DE MARKETING UM PROJETO DE COMUNICAÇÃO INTEGRADO AO MUNDO DIGITAL SIGNIFICA RENUNCIAR A UM EXTRAORDINÁRIO POTENCIAL DE MERCADO.” Christiane Hufenüssler, presidente da CMC

CRESCENDO E FAZENDO CRESCER Estabelecida em Jaraguá do Sul, desde 1991, a CMC é uma agência, cujo crescimento vigoroso está intimamente ligado ao crescimento das marcas para as quais trabalha. Essa ligação intensa é resultado de um modelo de operação que contempla Centros de Atenção ao Cliente, em que profissionais de áreas complementares do marketing e da comunicação se convertem em verdadeiros especialistas nas marcas a que prestam serviços. “Nós fazemos parte da história dos nossos clientes e eles fazem parte da nossa

história”, orgulha-se a fundadora da CMC. Ocupando uma área construída de 1.000 m 2, a agência, dotada com tecnologia de última geração, conta com 52 colaboradores, inclusive em sua coligada – Milagro -, agência especializada em web. Para Christiane Hufenüssler, a CMC cumpre o seu papel de colocar à mão das empresas do estado “um padrão de serviços de marketing de comunicação em condições de atender às demandas mais complexas .” 75


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RESOLUÇÃO EXIGE MOMENTO DE REFLEXÃO PARA OS PORTOS CATARINENSES Clara Rejane Scholles*

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projeto de Resolução 72/2010 foi convertido na Resolução do Senado Federal 13/2012 como parte da reforma tributária, proposta pelo Governo Federal e publicada no Diário Oficial da União no dia 24 de abril de 2012. Ela trouxe a unificação do ICMS para a importação no Brasil e, com isso, anula a vantagem competitiva de custo do produto importado, se realizado por determinado porto que tinha benefício fiscal. Entretanto, isso é motivo suficiente para um ajuste de posicionamento dos portos catarinenses? O complexo portuário de Itajaí, que detém o maior volume de produtos importados, é dentre os portos catarinenses que mais será afetado. As especulações dão conta de que a redução no volume será de 20% e até mesmo 40%. Por enquanto, isso é uma estimativa. Tampouco é claro quanto desse percentual de queda será direcionado ao porto de Santos. Se não houvesse outros gargalos em Santos e custos comparativos mais elevados ficaria fácil dizer

capacidade esgotada, então o impacto da Resolução 13 não seria tão grande. O que virá de novo com a resolução não deve ser visto de forma isolada. Além da potencial perda de volumes para outros portos, o complexo portuário de Itajaí – os terminais de Itajaí e Navegantes – tem outro desafio a enfrentar que é o aumento do tamanho do navio no transporte marítimo internacional. A nova geração de navios, já em operação na costa brasileira, precisa de portos com maior calado e maior capacidade para manobra, requisito que o complexo portuário de Itajaí já não atende para os navios acima de 290 metros de

O COMPLEXO PORTUÁRIO DE ITAJAÍ, QUE DETÉM O MAIOR VOLUME DE PRODUTOS IMPORTADOS, É DENTRE OS PORTOS CATARINENSES QUE MAIS SERÁ AFETADO

que 100% dos produtos importados destinados a São Paulo migrariam para Santos. Para quem passa ao longo da BR-101, em Itajaí, pode ver a impressionante estrutura física de armazéns, erguida ao longo dos últimos anos, e boa parte dedicada à logística de produtos importados. Há quem diga que esta estrutura toda já estava com sua

comprimento. Se Itajaí e Navegantes buscarem novo diferencial competitivo, o que poderia ser esse diferencial em longo prazo? A infraestrutura criada certamente será muito necessária para a condução dos negócios existentes em Itajaí. E se pode ser vislumbrado um declínio em um segmento há também necessidades e enormes desafios na logística doméstica

a serem enfrentados. Em momentos de reflexão é preciso olhar para dentro e para os lados. Assim, uma avaliação honesta sobre as forças e fraquezas próprias e dos concorrentes pode ser mapeada. E, desse exercício pode surgir um novo posicionamento competitivo, com ganhos para a comunidade. Afinal, não tem sido na diversidade que surgem novas competências?

* Clara Rejane Scholles é diretora da Pratical One TI Ltda, empresa brasileira, prestadora de serviços de tecnologia da informação para o setor de logística de cargas dos modais marítimo, rodoviário e ferroviário, ou ainda a combinação destes modais.

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lex portalmercadobrasil.com.br

Murilo Gouvêa dos Reis advogado, mestre em Relações Internacionais e especialista em Direito do Trabalho. Sócio do Gouvea dos Reis Advogados murilo@gdr.adv.br

Itaú terá de revelar avaliação de crédito a clientes.

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Itaú-Unibanco deverá fornecer a clientes que tinham conta no incorporado Bankboston as informações de cada um que constam na Central de Riscos de Crédito, cadastro do Banco Central com operações de crédito. O banco de dados é alimentado mensalmente pelas instituições financeiras, mas informar os clientes não é rotina dos bancos. A ordem, mantida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, é resultado de ação proposta pela Associação da Defesa da Harmonia da Ordem Constitucional.Apelacao Civel 7048579-1.

Barrar funcionária por roupa inadequada não gera dano. A empresa tem o direito de ditar regras de comportamento para os seus empregados, inclusive quanto ao que se veste no ambiente de trabalho. Ciente de tais regras, o empregado não está exposto à violação de seus direitos, desde que a inspeção não seja abusiva. Com este entendimento, a 2ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul negou indenização a uma trabalhadora, que foi barrada por vestir roupa fora do regulamento. 29 Vara do Trabalho de Porto Alegre, Proc 00003507920115040029.

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Salários da Justiça do Trabalho serão divulgados Conhecer quanto ganha um juiz ou um servidor agora será informação aberta ao público. Isso porque o Conselho Superior da Justiça do Trabalho decidiu que todos os Tribunais Regionais do Trabalho do País terão que disponibilizar na internet os vencimentos de suas equipes. A lista conterá os nomes, subsídios, vencimentos, descontos legais, e serão disponibilizadas a qualquer interessado, sem a exigência dos motivos.,conforme dispõe a Constituição Federal e a Lei 12.527/2011.


artigo

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RIO+20 E OS RELATÓRIOS ANUAIS: UM NOVO PADRÃO PARA AS EMPRESAS Carlos Eduardo Lessa Brandão*

A

empresa é uma só, qualquer que seja a atividade que esteja desenvolvendo. Nesse sentido, seu relatório anual deve ser composto tanto de informações financeiras, decorrentes das demonstrações contábeis-financeiras, como de informações não-financeiras, contidas no chamado relato de sustentabilidade ou ESG (ambiental, social e de governança, da sigla em inglês). Em 1º de setembro de 2011, o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa - IBGC formalizou junto ao Minis-

tério da Fazenda uma proposta para a Conferência Rio+20 baseada no seu Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa: “as empresas de capital aberto e as fechadas a partir de certo porte, devem divulgar, ao menos em seu website, relatórios anuais informando (...) além dos aspectos econômico-financeiros, relatos sobre suas atuações em termos sociais, ambientais e de governança corporativa”. Essa proposta está

socioambiental das instituições financeiras e demais instituições autorizadas e elaboração e a divulgação do relatório de responsabilidade socioambiental. A primeira versão do documento oficial da Conferência Rio+20 refletiu a ideia central da proposta do IBGC, agora também contemplada no parágrafo 47 do texto oficial: “Reconhecemos a importância dos relatórios de sustentabilidade e incentivamos as empresas, em especial as com ações nas bolsas de valores e as

UMA INICIATIVA DE AMPLO ALCANCE, (...) RELATIVAMENTE SIMPLES DE SER IMPLEMENTADA E DE BAIXO CUSTO

alinhada com outras iniciativas recentes ligadas ao mercado de capitais no Brasil, tais como: criação pela Comissão de Valores Mobiliários de categoria no Sistema de Envio de Informações Periódicas e Eventuais - IPE para o arquivamento de “Relatório de Sustentabilidade”; proposta da BM&F Bovespa de adoção ao modelo “relate ou explique” para relatórios de sustentabilidade ou similares; e recomendação do Código Abrasca no sentido da divulgação de um relatório de sustentabilidade. Na mesma linha, o Banco Central colocou em consulta pública duas normas: política de responsabilidade

grandes de capital fechado, a considerarem a integração de informações de sustentabilidade em seu ciclo de relatórios.” O conjunto de informações ESG provê insumos básicos para identificar, alimentar e monitorar diversas iniciativas voltadas para uma Economia Verde e Inclusiva, oferecendo à sociedade informações que incentivam a transparência e a prestação de contas das organizações relatoras. Trata-se de uma iniciativa

de amplo alcance, com impacto sistêmico, relativamente simples de ser implementada e de baixo custo, pois há diretrizes internacionais amplamente aceitas e disponíveis na Internet sem custo, tais como as desenvolvidas pela Global Reporting Initiative. Como anfitrião da Rio+20, o governo brasileiro, no exercício dos papéis de comprador, credor, investidor e regulador, deveria dar prosseguimento a esta proposta, adotando políticas e medidas concretas no sentido de incluir os temas ESG na agenda estratégica das grandes organizações.

* Carlos Eduardo Lessa Brandão – Conselheiro de Administração do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).

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A REALIDADE DOS GREEN JOBS ABRH NACIONAL COORDENA CÚPULA MUNDIAL SOBRE O TEMA NA RIO+20

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ABRH Nacional marcou presença na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a RIO+20, coordenando a Cúpula Mundial Green Jobs, nos dias 14 e 15 de junho. O evento, associado à “Agenda RIO+20 e Você”, apresentou o panorama dos Green Jobs no mundo, o surgimento de oportunidades na área e mostrou de que forma os países estão lidando com a “economia verde”.

O que são Green Jobs? A Organização Internacional do Trabalho define Green Jobs como qualquer ocupação que possa ter um impacto positivo em termos de reduzir as emissões de carbono e os impactos ambientais. São ocupações que ajudam a proteger a fauna e a flora e reduzir o consumo de energia, de água e recursos naturais. Relatório recente da OIT aponta que a chamada “economia verde” gerou 2,9 milhões de empregos no Brasil em 2010, o que corresponde a 6,6% da força total de trabalho no período. O aumento dessa estatística depende de iniciativas dos setores produtivos, que repercutam em uma economia mais sustentável. A transformação do modelo atual de economia (poluente, irregular, ineficaz e insustentável) para uma economia verde, que privilegia o uso de recursos renováveis e se preocupa com o futuro do planeta, pode originar até 60 milhões de empregos verdes nos próximos 20 anos, em todo o mundo. O meio ambiente agradece e as futuras gerações também. Num mercado de trabalho exigente e competitivo, a alternativa dos green jobs é uma boa garantia para os profissionais mais preparados.

Bons exemplos em Santa Catarina Muitas organizações catarinenses já têm profissionais verdes atuando em benefício da sustentabilidade. Uma delas é a Portonave SA, que administra o Porto de Navegantes. A empresa possui uma equipe especializada para garantir a qualidade ambiental. A Portonave realiza, dentre outras ações, o monitoramento da qualidade do ar, com medições periódicas dos níveis de emissão de fumaça e gases poluentes no pátio de descarga. Quando os caminhões excedem o limite de emissão, seus proprietários são notificados e orientados a realizar os ajustes necessários. A poeira do trânsito de caminhões e equipamentos na área portuária também é avaliada diariamente, em que ações preventivas e corretivas podem ser adotadas quando necessário. Outra empresa comprometida com a sustentabilidade é a

Unimed, maior cooperativa de serviços médicos do mundo. Preocupada com as questões ambientais, a Unimed tem uma “equipe verde” que desenvolve ações de bem-estar. A gerente de Responsabilidade Social da Unimed Blumenau, Jeane Regina Tomaz Pinheiro, coordena o “Programa de Consumo Consciente”, voltado à conscientização de colaboradores, cooperados e clientes sobre a importância de deixarmos um planeta mais saudável para as próximas gerações. Entre as metas do programa está o controle do destino dos resíduos gerados nas unidades e o acompanhamento no consumo de água e luz. Jeane é graduada em Serviço Social e “profissional verde” da Unimed há dois anos. Ela diz que a atuação no programa é gratificante pois envolve profissionais de outras áreas, como gestão de pessoas e comunicação.

ABRH-SC - Associação Brasileira de Recursos Humanos / Seccional Santa Catarina - Rua Samuel Heusi, 463, Sala 813 - Centro - Itajaí/SC - CEP: 88301-320 - (47) 3348-6004 www.abrhsc.org.br - secretaria@abrhsc.org.br

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consumo portalmercadobrasil.com.br

AMIGA DO AMBIENTE

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A Philips inovou e trouxe ao mercado uma lâmpada de LED capaz de durar até 20 anos. O produto já é vendido nos Estados Unidos e, além de possuir uma vida útil até seis vezes maior do que as lâmpadas comuns, gasta apenas 10 W de energia. Segundo a empresa, isso representa uma economia de em média oito dólares por ano aos consumidores americanos. A lâmpada também não contém vapor de mercúrio, o que a torna menos prejudicial ao meio ambiente se for quebrada. O dispositivo é vendido a US$ 60,00 (aproximadamente R$ 125,00), mas muitas lojas americanas prometem oferecer o produto por um valor bem menor, para impulsionar as vendas.

A OfficeJet 150 Mobile, da HP, é a primeira impressora All-in-One portátil do mercado, graças às suas dimensões de 350 x 171 x 90 mm e seu peso de 3,1 quilos. Apesar de ter seu tamanho reduzido, a impressora não fica atrás de nenhuma multifuncional: ela possui as funções de copiadora e scanner, e possui autonomia de impressão de 500 páginas por cartucho. O sistema é compatível com Windows e Mac OS X e suporta vários formatos de documentos, como JPEG, PDF, PNG e TIF. A impressora vem equipada com uma tela sensível ao toque de 2,36 polegadas, por onde são feitos os comandos. O preço de venda sugerido é de 399 Euros – cerca de R$ 1.050.

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Portátil que faz tudo


MOVIDO A LUZ SOLAR

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A Samsung criou um notebook capaz de acabar com os problemas daqueles que sofrem pela falta de bateria. O NC215S é o primeiro portátil do mercado com carregador solar integrado. Além de ter um cunho ecológico, o equipamento possui uma bateria com tecnologia que rediz o consumo de energia elétrica. O lançamento, que vem também ao Brasil, é equipado com uma placa que capta a energia solar, embutida na tampa do notebook. Quando exposto à luz solar, sua bateria – com seis células e autonomia de até 14 horas de uso - é recarregada automaticamente. A bateria também possui o sistema PowerPlus, que gerencia a energia utilizada e habilita a bateria a manter até 80% da sua capacidade depois de mil ciclos de recarga, o que possibilita uma vida útil três vezes maior do que as baterias comuns.

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estante portalmercadobrasil.com.br

Empresas feitas para vencer “Minha dica de leitura é a obra escrita pelo guru da gestão Jim Collins. O livro sugere ao leitor descobrir o que é necessário para transformar o bom em ótimo e como estabelecer um modelo que motive excelentes resultados. A resposta está nos cases de várias companhias de capital aberto que tiveram desempenhos bem acima da média ao longo de 15 anos de pesquisa.”

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Leonardo Moura, gestor de negócios especializado em finanças, auditoria e controladoria.

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Autor: Jim Collins Editora: Campus - R$ 96,00

Pai rico: o negócio do século XXI

Guia do franqueador: como desenvolver marcas mundiais

Diferente: quando a exceção dita a regra

Autor(es): Robert Kiyosaki Editora: Elsevier 160 páginas – R$ 39,90

Autor(es): Paulo C. Mauro Editora: Nobel 328 páginas – R$ 82,90

Autor(es): Youngme Moon Editora: Best Business 304 páginas – R$ 49,90

Preocupado com o seu futuro financeiro? Robert Kiyosaki apresenta a solução: abrir seu próprio negócio. Nesta obra, o aclamado autor de “Pai Rico Pai Pobre” explica porque você deve construir seu próprio negócio, que tipo de negócio se encaixa no seu perfil e apresenta maneira de desenvolver o negócio perfeito. Segundo o autor, esta é a melhor maneira de assumir o controle da sua vida financeira e possuir um futuro mais sólido.

Com um mercado em ascenção, o segmento de franquias se torna cada vez mais atrativo para quem deseja criar uma marca forte com rápida expansão. Em sua 4ª edição, completamente revisada, o “Guia do franqueador” traz uma análise do sistema de franquias no Brasil e orienta as empresas a escolherem os canais mais adequados para seus produtos e serviços, além de abordar temas jurídicos e fiscais do setor e apresentar o novo projeto de Lei de Franquia.

Em um mercado extremamente concorrido, algumas empresas conseguem se destacar e tornarem-se referência por serem diferentes. Baseado nesta premissa, Youngme Moon analisa o mundo do consumo e apresenta maneiras de se destacar em um mercado cada vez mais padronizado. Com uma linguagem informal, a autora traz estudos de casos e pesquisas para oferecer um olhar diferenciado sob a cultura do consumo, mostrando uma outra maneira de ser competitivo.


agenda portalmercadobrasil.com.br

JULHO

CURSOS E OFICINAS

18 a 21 22ª Feira Internacional de Máquinas, Equipamentos, Produtos e Serviços para Comunicação Visual e Impressão Digital Local Expo Center Norte, São Paulo (SP) Informações serigrafiasign.com.br

Curso Gestão de Fluxo de Caixa Período 18 a 19 Local Acic – Associação Empresarial de Criciúma, (SC) Informações acicri.com.br

24 a 27 3ª Feira da Metalmecânica, Energia e Automação Local Carapina Centro de Eventos, Serra (ES) Informações mecshow.com.br 31 a 2/8 10ª Exposição de Marketing Promocional Local Transamerica Expo Center, São Paulo (SP) Informações brazilpromotion.com.br

Curso Rotinas de Pessoas Período 23/7 a 24/8 Local Acif – Associação Comercial e Industrial de Florianópolis Informações acif.org.br Curso Oratória – Arte da comunicação eficaz Período 24 a 26 Local Acij - Associação Empresarial de Joinville, (SC) Informações acij.com.br

5ª Feira da Metalmecânica, Energia e Automação Local Centro Eventos Carapina, Serra (ES) A MecShow chega a sua 5a edição com a proposta de reunir os mais conceituados profissionais do setor. A feira conta com a amostra de lançamentos de produtos, equipamentos, entre outras novas tecnologias do mercado. O evento ocorre nos dias 24 à 27 de julho, em Serra (ES), na Centro Eventos Carapina.

AGOSTO

CURSOS E OFICINAS

7 a 10 19ª Feira Brasileira da Mecânica e Automação Industrial Local Centro de Eventos Festa da Uva, Caxias do Sul (RS) Informações febramec.com.br

Curso Negocie, Convença e Venda Período 6 a 9 Local Acisbs – Associação Empresarial de São Bento do Sul Informações acisbs.org.br

14 a 16 3oBrazil Consumer Eletronics Expo Local Expo Center Norte, São Paulo (SP) Informações bcee.com.br

Curso E-commerce levado à sério Período 7 a 9 Local Advb – Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil, Florianópolis (SC) Informações advbsc.com.br

20 a 24 7ª Feira e Congresso Nacional de Integração da Tecnologia do Plástico Local MegacentroExpoville, Joinville (SC) Informações interplast.com.br

Curso Para obter mais resultados através dos talentos, aplique Endomarketing Período 15 a 16 Local Acib- Associação Empresarial de Blumenau Informações acib.net

3o Brazil Consumer Eletronics Expo Local Expo Center Norte, em São Paulo (SP) A Brazil Consumer Eletronics Expo é uma feira voltada para o setor eletrônico. Ela conta com a antecipação de lançamentos de novos produtos como: softwares, games, recursos de imagem, som e conectividade; e também disponibiliza um espaço para os profissionais testarem os produtos. A Brazil Consumer Eletronics, está na sua 3a edição e ocorre nos dias 14 a 16 de agosto no Expo Center Norte, em São Paulo (SP).

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