Revista-Me 04

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Revista Me n 4

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POR PEDRO BRANCO Saberemos nós, profissionais de educação, seguramente, que é bem mais difícil fazer perguntas do que dar respostas. Saberemos, por outro lado, também, que quando se vivem os processos por dentro, depois mais facilmente conseguimos compreendê-los e utilizá-los.

Então porque não colocamos os nossos alunos a construir fichas e testes que possam, para além de contribuir para uma aprendizagem mais significativa, servir de preparação para esta realidade que, felizmente ou infelizmente (não é isso que me interessa discutir aqui), faz parte das suas vivências? Eu ponho, desde logo, os meus alunos nesta potente e rica tarefa, que os vai capacitando para entender melhor até a lógica de funcionamento de um sistema educativo com o qual têm e terão de lidar durante toda a sua escolaridade.

Organizo-me de forma a que os alunos consigam, numa primeira fase, realizar o esboço de uma proposta de ficha, para que depois, juntamente com eles, eu a trabalhe de forma a que fique definitiva e seja posteriormente testada pelos colegas e corrigida pelos próprios.

Ensinar os alunos a construir fichas e testes é, portanto, uma ação de aprendizagem (quem faz uma ficha aprende sempre mais do que quem responde a uma ficha, seja ela de que tema for), mas também um imperativo ético e moral, uma vez que estamos a contribuir para uma melhor compreensão de toda uma estrutura escolar e que seguramente irá ajudar os alunos a responder com menos insegurança e com mais capacidade a um sistema ainda muito assente neste tipo de práticas. Teremos, pois, uma escola melhor. E este é o meu grande desejo.


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