Ciclo de Música Contemporânea - Lee Ranaldo

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SALVADOR 5/9/2016

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EDITORA-COORDENADORA: SIMONE RIBEIRO / DOISMAIS@GRUPOATARDE.COM.BR

UMA BABÁ COM PODERES MÁGICOS

Hoje tem novidade no Discovery Kids: a estreia da animação Miss Moon. Como protagonista, a série apresenta uma babá vinda do ‘Mundo da Magia’, que utiliza perspicácia, doçura e toques de mágica para transformar a rotina dos irmãos Lola, Jules e Baby Joe com muitas aventuras. Dois episódios vão ao ar em sequência, de segunda a sexta, às 12h50 e 20h30.

HELOISA BRAGA TURISMO RELIGIOSO FAZ PARTE DA ROTA DO RIO SÃO FRANCISCO 4 Divulgação Panos Georgiou / Divulgação

Mestre da microfonia desplugado EXCLUSIVO Ex-Sonic Youth, o guitarrista Lee Ranaldo faz show acústico em Salvador

Lee Ranaldo vai tocar repertório próprio

CHICO CASTRO JR.

De vez em quando – bem de vez em quando – Salvador recebe um artista de rock internacional realmente relevante. O ex-Sonic Youth Lee Ranaldo é o próximo destas esparsas ocasiões, se apresentando em Salvador no próximo dia 15, no Solar Boa Vista. O lendário guitarrista trará a Salvador seu show acústico solo, ou seja: voz e violão. Ele se apresenta dentro do evento periódico Low Fi - Processos Criativos, capitaneado pelo músico e produtor Edbrass Brasil, ex-membro da antológica banda local Crac!. “Esse show é uma parceria minha com a Desmonta, uma produtora de São Paulo”, conta. “Eles trabalham com Lee desde 2011, já trouxeram ele ao Brasil outras vezes”, diz. Destemido, Edbrass conta que dispõe do apoio logístico de alguns amigos e parceiros, mas que quem “se coçou” para viabilizar o evento foi ele mesmo. “Tô apostando tudo na bilheteria. Tenho apoio dos amigos, mas é na raça mesmo”, afirma.

Nunca diga nunca

Em entrevista por telefone exclusiva para a Bahia, Lee Ranaldo conta que sim, já ouviu falar de Salvador, e está ansioso para conhecer a música local. “Faz mais de uma década que me falam de Salvador, da Bahia e de sua música. É possível que até já tenha ouvido algo, mas não saberia dizer se era música baiana, mesmo. Mas estou realmente ansioso para descobrir mais, e talvez experimentar algo”, avisa. Lee tem duas más notícias para os fãs nostálgicos de sua (de fato, saudosa) ex-banda. A primeira: “Não planejo tocar músicas do Sonic Youth”. “É uma turnê acústica solo, algo que tenho feito mais e mais nos últimos anos e que tem dado muito certo. Tenho feito muitos concertos bem sucedidos assim, o que tem me agradado demais”, afirma. Lee aproveitará esta turnê acústica pelo Brasil para testar algumas músicas novas, além de tocar canções de seus outros

“Faz mais de uma década que me falam de Salvador e sua música. Estou animado para chegar aí”

discos e alguns covers. “Vou estrear diversas canções que estarão no meu próximo disco, o que me deixa muito animado, além de tocar músicas dos meus outros discos. Talvez um ou dois covers”, diz Lee, daquele jeito tranquilão típico. Ah, a segunda má notícia para os fãs do SY: não há planos para a reunião da banda.

“Da perspectiva deste momento, eu não imaginaria acontecendo de forma alguma. Eu não acredito que, hoje em dia, qualquer um de nós esteja pensando seriamente nisto. Não mesmo. Eu nunca penso nisso, com toda franqueza”, diz. “E eu diria o mesmo de Kim (Gordon, baixista) e Thurston (Moore, guitarrista). Todos es-

tão fazendo coisas por conta própria e felizes assim. Mas sabe, pessoalmente, não vou dizer ‘nunca vai acontecer’, vamos deixar assim. Mas não prevejo uma reunião em breve”, reforça.

Ruído? Que ruído?

Influência fundamental para o estouro do chamado rock alPeter Anderson/ Divulgação

“Não devo tocar músicas do Sonic Youth. É uma turnê acústica solo, algo que tem dado muito certo”

Sonic Youth, 1987: Thurston, Lee, Kim e Steve Shelley

“Acho que (eleger Donald) Trump seria um desastre absoluto. Apoio Hillary Clinton” LEE RANALDO, músico

Imagem do You Tube / Reprodução

ternativo no início dos anos 1990, o Sonic Youth foi fundado em Nova York por Lee, Thurston Moore, Kim Gordon e o baterista Steve Shelley, em 1981. A banda acabou em 2011, quando o casal Moore e Gordon se separou de forma não muito amigável. Ousado, o quarteto explorava afinações não convencionais e misturava influências punk com a música eletroacústica de John Cage e Karlheinz) Stockhausen. Lançou LPs antológicos, como Sister (1987), Goo (1990) e Dirty (1992). “Começamos de forma muito simples em Nova York, oriundos da cena experimental. Quando começamos a ficar mais conhecidos, no meio, fim da década de 1980, o mundo começou a despertar para aquilo que se chamou de ‘rock alternativo’, ou ‘música underground’. Mas, para nós, estávamos apenas seguindo nosso caminho”, afirma. “A certa altura, fomos colhidos naquele entusiasmo mundial pelo rock alternativo. Fomos incluídos, mas éramos bem diferentes da maioria daquelas bandas que faziam o som de Seattle”, diz. Cheia de ruído e microfonia, mas bela assim mesmo, a música do Sonic Youth era íntegra, reafirma Lee. “Quando as pessoas usam a expressão ‘ruído’, a usam de forma desdenhosa. Pra mim, ele é tão parte da música quanto qualquer coisa considerada bela. Pra mim, é tudo música, o ruído não se encontra em uma categoria diferente. Nós não escrevíamos canções e depois injetávamos ruído, como o Jesus & Mary Chain. Eles escreviam canções pop e aí adicionavam camadas de ruído, fazendo-as soar ‘avant-garde’. Fazíamos canções que integravam todo tipo de sons diferentes”, afirma. Por fim, a pergunta que não quer calar: ”Apoio Hillary (Clinton, para presidente). Estou realmente esperançoso que ela seja eleita e não, definitivamente não, não o Trump. Não mesmo”, conclui. LEE RANALDO: ACOUSTIC SOLO / DIA 15,

Ápice da fama: em 1996, o Sonic Youth apareceu n’Os Simpsons, roubando melancias de Peter Frampton e tocando o tema da série

20H30 / CINE-TEATRO SOLAR BOA VISTA / R$ 80 E R$ 40 (VENDAS: SYMPLA)


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