Perspectivas da Educação Profissional Técnica de Nível Médio

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desenvolvimento local e financiamento. O Ministério da Educação, através da Setec, promoveu ações – por meio de seminários regionais e do seminário nacional que se caracterizaram pela participação dinâmica de todos os atores envolvidos no ensino agrícola – na busca de estratégias e diretrizes para a (Re)significação do Ensino Agrícola na Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica. No decorrer desse debate, concluiu-se que existem pelo menos dois modelos distintos de produção agrícola no Brasil. Um deles constituído por pequenos produtores ligados à atividade agropecuária familiar individual ou organizada pelo associativismo, e o modelo oposto a esse que é o da exploração agropecuária fundamentada no grande capital e no aporte de insumos externos. Esse segundo modelo absorveu, por muito tempo, um número expressivo de técnicos agrícolas, tendo sido essa uma das razões que influenciaram a adoção do modelo atual de ensino agrícola, orientado para a chamada escola-fazenda, na qual predomina o princípio do aprender a fazer fazendo, direcionado para um sistema de produção agrícola convencional em grande escala. É fato que a diversidade existente na agropecuária, resultante de um conjunto de fatores econômicos, socioculturais e tecnológicos e das dimensões continentais do Brasil, aumenta as dificuldades e desafios impostos ao ensino agrícola para dar conta das diferentes demandas. Pela razão expressa, lançar um olhar sobre essa forma de ensino com vistas a adequá-lo ao atual momento histórico, sejam quais forem os modelos, as estratégias e prioridades definidas, é o desafio levantado na rediscussão do ensino agrícola. Ao mesmo tempo, não há como negar que existe forte movimento na busca de sistemas de produção agropecuária de base

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