Sala de aula: espaço e lugar crônica de terezinha azeredo rios
os espaços
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A garotinha brinca com as bonecas no seu quarto. Vai colocando cada uma delas sentada ao lado das outras, em fileiras: as menores na frente, as maiores no fundo. Senta-se diante delas, pega um livro e diz: “Bom dia! Hoje vamos aprender os números. Vou ensinar para vocês”. Pronto — o quarto virou sala de aula! A transformação do lugar se deu em virtude da função para a qual ele passou a ser utilizado. O que disse a garotinha? “Hoje vamos aprender... Vou ensinar...”. Sala de aula: lugar de aprender e ensinar. Mas ensinar e aprender não ocorrem em qualquer lugar? “O mundo é uma escola”, afirma a canção de Ary Barroso. A analogia usada pelo compositor nos remete a um espaço específico de ensinamento e aprendizagem: a escola. Vamos do espaço para o lugar, do aspecto geográfico para o vivencial. A escola é uma instituição que tem se corporificado — a palavra é esta, mesmo! — em edificações concretas. E nelas se constroem as salas de aula, lugares do acontecimento construtor da humanidade, do processo educativo, de ensinar e aprender, de criar e recriar a cultura. Sala de aula, espaço vivencial: a aula tem a possibilidade de acontecer em múltiplos espaços. Alguém afirmou que a melhor aula é aquela