Tá na Área nº 212

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A revista cearense de todos os esportes, política e entretenimento

BANCÁRIOS ENCERRAM A TEMPORADA 2020 E JÁ INICIAM A DE 2021 ECPM

Ano XVIII - Fortaleza / CE JUNHO | JULHO/2021

ESCRITÓRIO DE COMUNICAÇÃO

PEPO MELO

Nº 212 CIRCULAÇÃO ONLINE anos 18 18 ANOS: OBRI

GADO, MEU DEUS!

COMEÇA A REFORMA DO PV

TEM FAVORITO? NO 1º CLÁSSICO REI DA SÉRIE A 2021, CEARÁ E FORTALEZA ESTÃO EM ALTA



SINDICATO DOS BANCÁRIOS DO CEARÁ

APCEF E BRADESCO CAMPEÕES Campeonatos de futebol soçaite de 2020, finalmente, são encerrados

Finalmente, a temporada esportiva 2020 do Sindicato dos Bancários do Ceará foi encerrada em julho. Por conta da pandemia da Covid 19, o IX Master e o XXXIV Campeonato de Futebol Soçaite da categoria, iniciados em setembro do ano passado, foram paralisados e conheceram só agora os seus campeões: Apcef e Bradesco! As finais foram no Clube da Caixa, em Messejana. No dia 15, a Apcef venceu a Abesc, por 3 a 1, e ganhou o Master. Teve ainda o melhor goleiro da competição, Romário. Thiago Sávio, da Abesc, foi o artilheiro, com sete gols. No dia 17, o Bradesco derrotou a Abesc, por 1 a 0, gol de Luís Carlos e, campeão de 2019, fez a festa do bi no Aberto. Seu goleiro, Dudu, foi o melhor do torneio. Arthur (Abesc) e Péricles (Apcef), ambos com oito gols, foram os artilheiros. Na decisão do 3º lugar, deu Apcef, 7 a 0 no Itaú. “Encerrado” 2020, a temporada 2021 começa. O X Master terá pontapé inicial no dia 12 de agosto, com cinco times: AABB, Abesc, Apcef, BB Metropolitano e BNB Calouros 06. A disputa acontecerá em dois turnos. O XXXV Aberto começa antes, em 31 de julho, com oito equipes: AABB, Abesc, Apcef, BB Fortal, BB Metropolitano, BNB Calouros 06, Bradesco e Itaú. A disputa será também em dois turnos. Todo mundo se enfrenta e os dois primeiros vão direto para as semifinais. As outras duas vagas sairão dos confrontos 3º x 6º e 4º x 5º.

A Abesc, vice-campeã do XXXIV Campeonato Aberto

MINISTÉRIO AUTORIZA VACINAÇÃO O Ministério da Saúde divulgou, no dia 15 de julho, nota técnica que confirma a inclusão de bancários e trabalhadores dos Correios na lista de grupos prioritários do Plano Nacional de Imunização (PNI) contra a Covid-19. Com a publicação da nota, secretarias de saúde de Estados e Municípios já podem iniciar a vacinação das duas categorias. Na nota técnica, o Ministério da Saúde orienta que sejam destinados aos bancários e trabalhadores dos Correios 20% do total de doses de vacinas distribuídas às unidades da Federação.

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Acima, a festa do Bradesco, bicampeão 2019 e 2020 no XXXIV Aberto. Ao lado, a Apcef com a taça do IX Master: competições de futebol soçaite encerraram o calendário do ano passado do Sindicato dos Bancários do Ceará

Arthur e Péricles, artilheiros do Aberto, com oito gols

Romário, da Apcef, o melhor goleiro do Master

ELEIÇÃO PARA DELEGADOS SINDICAIS DE BANCOS PÚBLICOS E PRIVADOS O Sindicato dos Bancários do Ceará vai promover, entre os dias 16 e 20 de agosto, eleições para a escolha de delegados sindicais do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste e bancos privados. O delegado sindical é o elo entre o Sindicato e a base, representando a entidade dentro de cada unidade bancária e, perante o Sindicato, os interesses de seu local de trabalho. As inscrições foram abertas no último dia 12 e se estenderão até 30 de julho. Para candidatar-se a delegado sindical e para votar, é necessário ser fili-

ado ao Sindicato. A inscrição pode ser feita via email (bancariosce@bancariosce.org.br) ou na secretaria de Ação Sindical, na sede do Sindicato (Rua 24 de Maio, 1289, Centro de Fortaleza), das 10 às 15 horas. Maiores informações: 85 3252.4266. “A organização por local de trabalho, através dos delegados sindicais, é fundamental para a organização de nossas lutas. O nosso estatuto prevê a representação de um delegado por local de trabalho”, ressaltou Ailson Duarte, secretário de Ação Sindical.

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DE PRIMEIRA

CORRIDA DE RUA, HISTÓRIA E BENEFÍCIOS Modalidade evolui em todos os sentidos, para amadores e profissionais

As corridas de rua se torse tornou notório e as assessorias tiveram que naram um fenômeno no Brasil. melhorar as suas estruturas com ajuda da tecnoloContudo, por conta da pangia de plataformas de treinos e acompanhamentos demia do novo coronavírus, individuais dos atletas. entraram em “stand by”. A O serviço dos professores se tornou profissional, procura pela prática foi aspois a fiscalização do Conselho Regional de Edusociada a uma vida saudável cação Física os obrigava a terem uma graduação na Por Jean Pierre e de bem-estar. Um esporte área. Desta forma, as corridas de rua cresceram Dummar democrático no qual pessoas exorbitantemente e os números de inscritos amade todas as idades podem dores ultrapassaram os profissionais. participar. Antes, não se pagava para correr e, quando se Com o crescimento das corridas, elas se tornaram pagava, era apenas uma taxa simbólica. Todavia, a também um negócio através dos treinos semanais demanda alta de corredores que queriam participar e das provas que eram realizadas aos finais de semana. Desta maneira, surgiram as assessorias direcionadas aos corredores. Muitas pessoas se matricularam para aprender a correr, outros para melhorar os seus tempos e outros para desenvolver um estilo de vida saudável. As corridas de rua chegaram ao Brasil no final do século XIX, somente como uma atividade de lazer. Em 1924, foi realizada a primeira edição da Corrida de São Silvestre. O idealizador desta foi o jornalista Cásper Líbero, que havia retornado da França entusiasmado com as corridas noturnas. A corrida pioneira contou com 48 participantes em um percurso de 8,8 quilômetros. Atualmente, milhares de participantes, amadores e profissionais, participam da prova, agora em 15 quilômetros. O apogeu das corridas de rua no Brasil se deu na década de 1970, através da popularização da atividade física como forma de promover a saúde. Em Fortaleza, existiam as provas realizadas pelo Exército, Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros, influenciadas, principalmente, pelo regime militar. Com o passar dos anos, O colunista Jean Pierre algumas outras corridas surgiram em Dummar (nº 54280) também entrou na onda nosso Estado, como a organizada pela e adotou as corridas de Universidade Estadual do Ceará (UFC) rua em prol de uma vida e a Universidade de Fortaleza (Unifor). mais saudável Esta última era classificatória para a São Silvestre e, desta forma, atraía muitos corredores do Norte e Nordeste. dos eventos de corrida, fez com que os preços das Antigamente, a gestão do esporte era demasiadainscrições surgissem. Em algumas corridas exismente amadora. Para se ter uma ideia, os tempos tiam até variações de preços relacionados ao kit das chegadas eram marcados no papel, não havia da corrida. bloqueios de ruas e, muitas vezes, os atletas tinOs realizadores destes eventos tiveram que se ham que correr lado a lado com os carros. profissionalizar devido à inserção de patrocinadores Após o ano 2000, algumas assessorias começaram e aos valores altos das inscrições. Desta maneira, a surgir. Podíamos presenciar, no início, assessoos tempos passaram a ser marcados por chips rias portando somente um garrafão com água e codescartáveis, as medalhas e os troféus foram perpos descartáveis. O tempo passou, o crescimento sonalizados com a logo do evento, apareceram os

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prêmios em dinheiro (em certas corridas), sorteios (tênis, motos, carros e viagens), ruas bloqueadas, ambulâncias em todo o percurso, hidratação com água, isotônicos, frutas, rapaduras e barras de cereais após a corrida... Existem muitas provas de corridas de rua que começam com os 50m para crianças, 5km, 10km, 21km (meia maratona) e os 42km (maratona). Existem também alguns desafios dos quais podemos citar o Desafio do Pateta que consiste em correr uma meia maratona (21 km) num dia e no outro dia correr a maratona completa (42 km). Tem também o Desafio do Dunga: o atleta corre durante quatro dias o percurso de 5km, 10km, a meia maratona e, no último dia, a maratona. Existem ainda as ultramaratonas que são percursos que variam de 50 até 5.515 quilômetros. Por fim, há aquelas que se dão em condições extremas, tais como a Corrida do Saara, a Maratona do Gelo da Antártica e outras. A corrida de rua proporciona diversos benefícios: a redução da pressão arterial que diminuirá os problemas de infartos e de acidentes vasculares cerebrais no futuro; diminuição do nível de colesterol; a diminuição do stress, através da liberação dos hormônios endorfina e dopamina; auxílio na perda de peso; melhora na concentração pois, no momento da corrida, o praticante tem que estar com a atenção focada no percurso e nos demais praticantes; aumento da circulação sanguínea durante o exercício (quando em repouso, o coração não se esforça tanto para bombear o sangue, ao contrário dos que não praticam a atividade aeróbica, nos quais o coração bate mais rápido em repouso); e a socialização nos treinos e nos eventos, entre outros benefícios. Jean Pierre Dummar

é formado em Educação Física pela Universidade de Fortaleza (Unifor), ex-professor universitário, ex-secretário geral da Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBDE) e ex-presidente da Federação Universitária Cearense de Esportes (Fuce) e do Conselho do Desporto do Estado do Ceará.

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SUMOV - 56 ANOS

HOMENAGENS EM QUADRA

Dr. José Roberto, Vicente Figueiredo, Manoel Tobias, Leonel e Renan são “Amigos do Sumov” em 2021

Fundado em 12 de agosto de 1965, o Sumov Atlético Clube está prestes a completar 56 anos de existência e já comemora. No último dia 15 de julho, no Ginásio Paulo Sarasate, em Fortaleza, antes da partida contra o Cianorte, do Paraná, pelo Novo Futsal Feminino Brasil (NFFB), sob o comando do presidente Francisco Gomes da Silva, o clube outorgou títulos de sócio benemérito para cinco personalidades que contribuíram para o engrandecimento do futsal cearense e brasileiro. São Amigos do Sumov! Os agraciados foram o médico José Roberto Campos Barros, o escritor Vicente de Paula Melo Figueiredo e os ex-jogadores Manoel Tobias da Cruz Júnior, Leonel Pereira Alencar Neto e Antônio Renan Vieira e Silva. O presidente da Federação Cearense de Futebol de Salão (FCFS), Roberto do Vale, sócio benemérito do Sumov, prestigiou o evento e participou da solenidade festiva. Em mais de meio século de quadras, jogando em nível municipal, estadual, regional, nacional e internacional, o Sumov construiu uma história de conquistas. Uma história repleta de troféus! O clube é cinco vezes campeão da Copa Metropolitana, duas vezes campeão estadual de futsal feminino, 22 vezes campeão cearense masculino. Ganhou o Campeonato Sul-amer-

Roberto do Vale, presidente da FCFS, e o Dr. José Roberto, de tantos serviços prestados ao futsal

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Renan Vieira, ex-presidente do Fortaleza e goleador sumoveano; Manoel Tobias, três vezes Melhor do Mundo; e Leonel Alencar, também ex-presidente do Leão, cracaço do próprio Sumov e campeão do mundo em 1982: um dos maiores clubes do futsal brasileiro presta homenagens para quem muito fez pela modalidade

icano de clubes em duas oportunidades, em 1978 e 1980 e conquistou a cobiçada Taça Brasil em outras seis, em 1972, 1978, 1980, 1982, 1986 e 2001. É um dos mais vencedores clubes do futsal brasileiro em todos os tempos e ainda em atividade. História contada por Vicente Figueiredo em livros como “A História do Futebol de Salão: origem, evolução e estatísticas”, “Futebol de Salão: o Maior Esporte do Ceará” e “A Seleção Brasileira de Futsal através dos tempos”. Quando foi criado, o Sumov era mantido pela Superintendência Municipal de Obras e Viação, da Prefeitura de Fortaleza. Com a extinção do órgão, em 1997, o patrocínio acabou, mas o clube ficou e leva o nome como legado, em busca da recuperação os dias de glórias. O último título estadual foi conquistado em 2000. A última Taça Brasil foi levantada em 2001. Em tempo, as meninas do Sumov golearam o Cianorte, por 5 a 1, gols de Flávia Mayane, Marília Sales (2), Alana Pinheiro e Lorena Santos. Júlia Inês marcou para as paranaenses. O NFFB foi criado pela Confederação Brasilei-

ra de Futebol de Salão (CBFS) este ano, em substituição à extinta Liga Futsal Feminina de Futsal, como forma de aumentar o calendário das equipes que investem no futsal feminino de maneira regular. É uma competição de alto rendimento e caráter nacional. Doze equipes estão na disputa.

O coronel Gomes com o escritor Vicente Figueiredo, histórias vivas do futsal, cearense e brasileiro

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EDITORIAL

CASTIGOS

Envolvidos na briga da final do Nordestão contra o Bahia, o lateraldireito Gabriel Dias (oito jogos) e os atacantes Mendoza (10) e Jael (10), do Ceará, pegaram ganchos pesados de suspensão. Que fique a lição para os brigões! A confusão, que teve participação também dos baianos, especialmente, o lateral Nino Paraíba (outro apenado em 10 jogos), foi digna do futebol amador, nada a ver com o profissional. Aquele do final de semana, com jogadores acima do peso e que, geralmente, não sabem perder... Os prejuízos, técnicos e financeiros, no entanto, ficam com quem? “O atleta, como trabalhador, apesar de não poder participar das partidas devido à suspensão na esfera desportiva, continua cumprindo seu contrato, treinando e recebendo seu salário. Entendemos que atos de indisciplina precisam ser punidos, mas, neste caso específico, afastar os atletas por um período longo, acaba punindo também o clube, através da multa e a equipe, que fica sem atletas importantes, sem falar nos envolvidos, que perdem ritmo e espaço no time. Em resumo, pelo contexto, achamos que a pena foi exagerada”, comentou Marcos Gaúcho, presidente do Sindicato dos Atletas de Futebol do Estado do Ceará (Safece). Faz excelente trabalho na entidade, diga-se de passagem! Mendoza e Gabriel Dias cumpriram metade da pena e o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), a pedido do Ceará, converteu a metade restante em doação de R$ 37,5 mil e R$ 30 mil, respectivamente, a cinco instituições de caridade. Os jogadores ficaram aptos a atuar no Clássico Rei de 1º de agosto, pela 14ª rodada do Brasileirão. Será o 12º encontro dos eternos rivais sem a presença dos torcedores, por conta da pandemia do novo coronavírus. No período, 11 jogos, o Fortaleza venceu cinco e o Ceará ganhou três. Aconteceram três empates. Um castigo para o torcedor... Se a torcida pudesse comparecer, o Castelão certamente estaria lotado! Os clubes procuraram o Governo do Estado para tentar uma liberação reduzida de torcedores, mas a iniciativa foi negada. O último Clássico Rei com público aconteceu no dia 1º de fevereiro de 2020, um 1 a 1 pela fase de grupos da Copa do Nordeste, presenciado por 28 785 pagantes. O alvinegro Klaus e o tricolor Osvaldo fizeram os gols. Repito a pergunta da capa: Tem favorito? O Leão, em surpreendente campanha, chega embalado por quatro vitórias consecutivas, 3º colocado do Brasileirão que é. O Vozão, no entanto, não perde há nove jogos, três vitórias e seis empates, na 7ª colocação. No Clássico Rei, independente do momento, as camisas tendem a um equilíbrio. O certo é que, pelo excelente momento do futebol cearense, o torcedor mereceria assistir in loco... Será o 1º Clássico Rei do Brasileirão 2021, cheio de atrativos, como mostramos nesta edição, a partir da página 8. O confronto entre os treinadores é um deles. O argentino Juan Pablo Vojvoda enfrentou o alvinegro Guto Ferreira em quatro oportunidades e não perdeu ainda. Venceu duas vezes e empatou outras duas. Guto prepara uma resposta? Vojvoda não tem escolhido adversários... Pepo Melo – Editor pepomelo@yahoo.com.br

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ÍNDICE Os campeões do esporte entre os bancários em 2020 - 3 De Primeira, por Jean Pierre Dummar - 4 Sumov 56 anos: novos sócios beneméritos - 5 Editorial - 6 PV está em obras para voltar para o futebol - 6 Nordestão abre vagas para a fase pré-classificatória - 7 Capa: Existe favorito no Clássico Rei? - 8 Capa: Placar do confronto favorece ao Leão - 8 Árbitro alagoano no 1º confronto do Brasileirão 2021 - 8 Fortaleza: Um raio-x do time de Vojvoda - 9 Qual seria a média de público do Tricolor - 9 Colorização histórica da inauguração do Castelão - 10/11 Ceará faz aposta na garotada e está se dando bem - 12 Alvinegro vai para o clássico com série invicta história - 12 Os tempos mudaram no futebol... - 13 O Rádio na Área, por Fortunato Pinha - 13 Top Sports, por Renan Corrêa - 14 Última página: Quem acusa tem o ônus da prova - 15

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Vem aí, o 1º Clássico Rei da Série A 2021. A partir da capa, com foto de Pedro Chaves, a gente traz, nesta edição, uma cobertura bem especial A revista cearense de todos os esportes, política e entretenimento

JUNHO/JULHO 2021 | Ano XVIII | Nº 212

Editor: Pepo Melo. Direção comercial: Fortunato Pinha. Assessoria Jurídica: Jorge Fortaleza (15286 - OAB/CE). Fotografia (colaboradores): ECPM, Édson Jr Pio e Pedro Chaves. Projeto gráfico: Pepo Melo. Editoração eletrônica e Arte Final: Apolônio Goba. Revisão: Libório Mesquita. VERSÃO ONLINE

As matérias assinadas não refletem, necessariamente, o posicionamento da revista e são de inteiras responsabilidades de seus assinantes. A revista Tá na Área é uma publicação mensal do Escritório de Comunicação Pepo Melo - ECPM. Rua Caririaçu, 710 - Monte Castelo. CEP: 60.326-380. CNPJ: 07.635.687/0001-80. Fone: 85 - 98680.6726 (redação | comercial). Fortaleza - Ceará - Brasil. E-mail: pepomelo@yahoo.com.br Números atrasados: 85 - 98680.6726. Valor: R$ 9,99 (+ despesas com transporte).

A VOLTA DO PV – Transformado em hospital de campanha para o combate ao novo coronavírus, o Estádio Presidente Vargas já está em obras para voltar ao futebol. O projeto prevê serviços de terraplanagem, drenagem, instalação do sistema de irrigação automatizado e de 8.250m² de grama (Bermuda Celebration, a mesma do Castelão). Ao custo de R$ 2 milhões, a revitalização do PV está prevista para durar seis meses. Ordem de serviço assinado pelo prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), no último dia 22 de julho. O último jogo realizado no PV foi Pacajus 0x1 Ferroviário, no dia 15 de março do ano passado, pelo Campeonato Cearense. No dia 23, o local entrou em obras para virar hospital de campanha, entregue no dia 20 de abril. Em 280 leitos, contabilizou 1.239 pacientes atendidos, com 1.025 com alta, entre abril e setembro.

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NORDESTÃO 2022

MUDOU, MAS MANTEVE ESSÊNCIA Fase principal segue a mesma. Pré-Copa terá 24 times e quatro vagas

Após três anos de estudo, a Liga do Nordeste resolveu aumentar o número de participantes da Copa do Nordeste. A mudança, no entanto, não mexe com a essência da competição, o principal regional do País. Por motivos contratuais, visando manter as 12 datas disponíveis, a fase principal continua com 16 clubes, 12 pré-selecionados e quatro que virão de uma seletiva entre 24 equipes. O futebol cearense terá cinco representantes, a partir de 2022. Os 12 pré-selecionados são os nove campeões estaduais e os três melhores do Ranking da CBF das três federações de melhor posição (Cearense, Baiana e Pernambucana, pela ordem). A pré-Copa foi criada em 2018 para enxugar a fase principal, de 20 para os atuais 16 clubes. Até este ano, oito disputavam. Agora, serão 24, todos selecionados por critérios técnic-

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os, via estaduais e o Ranking da CBF. A disputa acontecerá em três fases distintas. A 1ª, em jogo único, entre os 16 piores ranqueados. Passam oito para a 2ª. Eles se juntarão aos oito melhores ranqueados. Em ambas, o mando de campo é para o melhor ranqueado. Em caso de empate no tempo normal, a vaga será

decidida na cobrança de pênaltis. Finalmente, os oito “sobreviventes” farão um “mata mata” em ida e volta, definindo os quatro times que irão para a fase de grupos. Essa fase principal teve regulamento mantido pelo 4º ano seguido. As 16 equipes serão divididas em dois grupos de oito. As equipes do Grupo A enfrentarão as do B, em oito rodadas. Os quatro primeiros avançarão. Quartas de finais e semifinais serão em jogos únicos. As finais terão duas partidas. Fortaleza (campeão estadual) e Ceará (14º do Ranking da CBF) estão no evento principal. O Ferroviário entra na 2ª Fase da préCopa, enquanto que Floresta e Atlético disputarão a 1ª.

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O 1º DA SÉRIE A 2021

TEM FAVORITO NO CLÁSSICO-REI? Fortaleza está melhor, mas camisas costumam equilibrar o confronto

o favoritismo a campo. Vencer o Ceará, no entanto, não é tarefa fácil. A equipe do técnico Guto Ferreira, embora não esbanje o futebol vistoso do maior rival, abusa da eficiência: pontuou em 11 de 13 rodadas e está invicto há nove! Sofrendo com a lesões de atletas importantes (Luiz Otávio, Oliveira e Jacaré), suspensões (Gabriel Dias, Mendoza e Jael) e as venda de Charles e Saulo Mineiro, o treinador buscou soluções no próprio elenco. Tem encontrado respostas e levou o Ceará à 7ª colocação, com 19 pontos (bom informar que o Z4, a zona de rebaixamento, é aberto pelo São Paulo, com 11, na 17ª posição). E o tal favoritismo? Existe no Clássico Rei? A história mostra que, nem sempre quem está no melhor momento vence. As camisas costumam equilibrar os confrontos...

César Greco | SE Palmeiras | Divulgação

Fotos: Pedro Chaves

Ceará e Fortaleza se enfrentarão no dia 1º de agosto, em mais um Clássico Rei recheado de atrações. A partida, às 20h30min, no Castelão, vale pela 14ª rodada do Brasileirão 2021. Competição em que os dois eternos rivais fazem bonito e estão na parte de cima da tabela de classificação, sem qualquer flerte com a zona de rebaixamento. Evitá-la, aliás, é a missão nº 1 dos dois. Os voos, pelo demonstrado até aqui, no entanto, devem ser mais altos. O Fortaleza do técnico argentino Juan Pablo Vojvoda surpreende com um futebol vistoso e competitivo. Tanto que o time está na 3ª colocação, com 27 pontos, atrás de Atlético/MG (28) e Palmeiras (31). “Alugou” o G4, que dá classificação direta para a fase de grupos da Libertadores desde a 1ª rodada (foi 5º colocado nas rodadas 9 e 10, algo como sair de casa para tomar ar...). Vem embalado com quatro vitórias consecutivas e, por tudo isso, pode ser dito, leva

Denis Serafim em ação no Palmeiras 3x2 Bahia, pela 7ª rodada da Série A: cinco jogos na elite em 2021

ÁRBITRO ALAGOANO ESTEVE NOS TROPEÇOS DO NORDESTÃO

A arbitragem do Clássico Rei da 14ª rodada do Brasileirão será alagoana. Denis da Silva Ribeiro Serafim apita, com assistências de Esdras Mariano de Lima Albuquerque e Brígida Cirilo Ferreira (Fifa). Rafael Traci, Fifa de Santa Catarina, comandará o Var, o árbitro de vídeo. Denis Serafim tem 36 anos e é profissional autônomo. Este ano, dirigiu dois jogos importantes de Ceará e Fortaleza, pela Copa do Nordeste, ambos no Castelão e contra o Bahia. Foi com ele no apito que o Alvinegro perdeu por 2 a 1 no tempo normal e por 4 a 2, nos pênaltis, na final do Nordestão. Na semifinal, o Fortaleza empatou por 0 a 0 na etapa regulamentar e seria eliminado, também por 4 a 2, nos penais. O alagoano dirigiu cinco jogos na Série A 2021: Atlético/GO 0x3 Palmeiras, América/MG 2x0 Santos, Palmeiras 3x2 Bahia, Sport 1x0 Grêmio e Cuiabá 1x2 Juventude.

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NO PLACAR DO ANO, TÁ 2 A 0 PARA O LEÃO. VOJVODA NUNCA PERDEU NO CONFRONTO CONTRA GUTO FERREIRA Ceará e Fortaleza se enfrentaram cinco vezes este ano e o Leão está em vantagem, com duas vitórias. O Clássico Rei terminou empatado três vezes. Depois da partida do turno do Brasileirão, as equipes se enfrentarão no returno da competição, em data que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ainda vai definir, fechando os confrontos da temporada 2021, sempre no Castelão. O 1º Clássico Rei deste ano valeu pela fase de grupos da Copa do Nordeste, em 20 de março. O Fortaleza ainda era treinado por Enderson Moreira e o placar de 0 a 0 mostra como tão insosso era o Tricolor naquele instante. A partir dali, já com o argentino Juan Pablo Vojvoda no comando, outros quatro clássicos foram realizados, o Leão não perdeu e ganhou dois. O técnico

do Ceará, Guto Ferreira, nunca derrotou o gringo. No 1º confronto, pela 2ª Fase do Campeonato Cearense, no dia 15 de maio, Vojvoda, recém-chegado no Pici, venceu por 2 a 0, gols de David e Jordan (contra). A vitória foi essencial para o time jogar pelo empate na final, no dia 23 do mesmo maio. O 0 a 0 foi o suficiente para o Fortaleza comemorar o tricampeonato estadual. Os confrontos seguintes foram pela milionária Copa do Brasil, pela 3ª Fase, valendo R$ 2,7 milhões e vaga nas oitavas de final. Deu Leão! No 1º jogo, no dia 2 de junho, os times empataram , por 1 a 1, gols do alvinegro Cléber e do tricolor Wellington Paulista. No 2º, valendo a classificação, o Fortaleza foi soberbo, no dia 10 de junho, e ganhou com autoridade: 3 a 0, gols de Felipe e David (2).

Tinga vibra muito na vitória, por 3 a 0, no 2º Clássico Rei da Copa do Brasil: vitória categórica do Leão

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FORTALEZA

UM RAIO-X DO TIME DE VOJVODA

Dissecamos a equipe para tentar entender uma das sensações do Brasileirão

Pedro Chaves

A excelente campanha do Fortaleza no Brasileirão 2021 pegou muita gente de surpresa. A mídia nacional está encantada com o time do técnico argentino Juan Pablo Vojvoda, que entrega resultados combinados com atuações convincentes. A torcida leonina também! O gringo tem o grande mérito de ter feito jogar uma equipe que não apresentava o mesmo brilho com o seu antecessor, Enderson Moreira, atual técnico do Botafogo, na Série B. Fomos tentar entender, dissecar como joga o atual Fortaleza, que orgulha o seu torcedor e mostra que sonha com “coisas grandes”, como os próprios jogadores costumam falar nas entrevistas. O time apresenta consistência e intensidade jogo a jogo, muita entrega em campo. É organizado ao atacar e defender. O lateral-direito Tinga, por exemplo, atua como zagueiro e dá suporte a Yago Pikachu, um ala que ataca pelo corredor. Do outro lado, Lucas Crispim, um meia, é o ala que organiza as jogadas para a velocidade de David e a mobilidade de Róbson, os dois em fase artilheira. No meio, os volantes Éderson e Felipe, ou Ronald, não ficam fixos na cabeça da área, jogam de uma

área a outra! Sob a batuta de Matheus Vargas. Lá atrás, Marcelo Benevenuto e Titi, na zaga, e o goleiro Felipe Alves (ou Marcelo Boeck) esbanjam segurança. Vojvoda usa um 3-4-3 para diversos contextos, de acordo com o adversário. Segura a intensidade dos rivais e, quando não tem a bola, persegue-a e abusa das transições rápidas. Mostrou isso logo na estreia, na virada com o gol de Pikachu contra o Atlético/MG, em pleno Mineirão... Velocidade, mobilidade e intensidade no campo todo. É isso que os jogadores estão entregando em campo, a pedido de seu treinador, que exige essas características a cada treinamento. A prática leva à perfeição... E ainda tem a bola parada. Jogadas ensaiadas nas cobranças de falta e escanteio têm tocado o terror às defesas adversárias. Que diga o São Paulo. Crispim cobrou falta da intermediária, na medida para o cabeceio de Róbson mandar a bola para o fundo das redes e o Leão vencer o rival pela 1ª vez na história no Morumbi. Até aqui, o Fortaleza é um time seguro de si, que persegue a vitória a todo instante, dentro ou fora

de casa e contra qualquer rival. Gigantes do futebol brasileiro já foram superados, como o Galo mineiro, o Internacional (goleado impiedosamente no Castelão), Corinthians e São Paulo. Os tricolores ainda focam na meta inicial, garantir a Série A mais um ano, o que seria o 4º consecutivo. Se tiver fôlego, a batida for mantida, as tais “coisas grandes” que os jogadores falam podem ser alcançadas. Neste contexto, um G-6, com vaga inédita na Libertadores, é uma possibilidade muito real. Pode ir mais longe? Jogo a jogo saberemos... REFORÇOS Vojvoda vai ganhar reforços para o restante do Brasileirão. A diretoria resolveu abrir o cofre e investiu cerca de R$ 3 milhões para a contratação de três atacantes: Edinho (cria do clube, velho conhecido, que estava no Daejeon Hana Citizen, da Coreia do Sul), o chileno Ángelo Henríquez (da Universidad, do Chile) e o argentino Valentin Depietri (do Santamarina, da Argentina). Contratações feitas com o aval do treinador. O Leão seguirá no ataque...

QUAL SERIA A MÉDIA DE PÚBLICO? Que a torcida leonina é apaixonada e lota o Castelão, todo mundo sabe. Nos bons e nos maus momentos, diga-se. Os três maiores públicos da história da Série C pertencem ao Fortaleza: 63.903 pagantes no 0 a 0 com o Brasil de Pelotas, em 2015, e no 1 a 1 com o Juventude, em 2016; e 63.254 no 1 a 1 com o Macaé, em 2014.

Na Série B de 2018, foi campeão em campo e de público. Nove dos 10 maiores registrados naquele ano foram em jogos do Leão, duas vezes o maior, 57.223 pagantes no 1 a 0 sobre o Paysandu e no 4 a 1 no Juventude. A média foi de 28.702 torcedores, em um total de 545.340 em 19 mandos. Em 2019, no retorno à elite após 13 anos, teve

a 2ª melhor média de público (33.000), atrás apenas do campeão Flamengo (55.025). Levou 626.996 torcedores ao Castelão! Espetáculo jogo a jogo! Espetáculo do time em campo que a torcida está vendo à distância, pela televisão, por conta da pandemia do novo coronavírus. Um castigo que ela não merecia... Com a excelente campanha deste ano, alguém duvida que a média de público tricolor estivesse de novo superior a 30 mil pessoas por jogo?

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COLORIDO E PB – Aqui, as duas versões da foto colorizada pelo Nostalgia Futbolera, em parceria com o Futebolês, na inauguração do Castelão,

em 11 de novembro de 1973. Entre as autoridades, o ex-governador Plácido Castelo, que iniciou a obra, em 1968; o governador de então, César Cals; o presidente da CBF (atual CBF), Sílvio Pacheco; e o presidente da FCF (antiga FCF), cel. Breno Vitoriano. Perfilados, parte dos dois times. Pelo Ceará, estão Dimas, Marinho, Da Costa, Zé Eduardo, Erandy Montenegro, Otávio e Hélio Show. Pelo Fortaleza: Queiroz, Zé Carlos, Amilton Melo, Hamilton Rocha, Lulinha, Lucinho, Chinezinho e Pedro Basílio. A foto é de Zérosa, então repórter fotográfico do jornal O Povo, de Fortaleza.


COLORIZAÇÃO HISTÓRICA

INAUGURAÇÃO DO CASTELÃO GANHA CORES Conversamos com Erandy, personagem daquele dia e autor do gol inaugural

A página espanhola Nostalgia Futbolera faz enorme sucesso nas redes sociais (Facebook e Instagram), dando cores a cenas históricas registradas em preto e branco. Constrói uma fascinante ligação entre o passado e o presente. Foi neste sentido que o Futebolês, plataforma online do Sistema Jangadeiro de Comunicação, de Fortaleza, fez parceria com os espanhóis. O resultado dela foi publicado no Twitter do Futebolês, no último dia 8 de julho, “um baita tbt”: “Em parceria com o Futebolês, o @_nostalgiafutbolera fez um trabalho incrível e coloriu a histórica foto do primeiro Clássico-Rei no Castelão. No dia 11 de novembro de 1973, na inauguração do estádio, 70 mil pessoas acompanharam a partida. Sensacional! Símbolo de aplausos!”. Conversamos com um dos personagens daquele dia, que está na foto, o ex-atacante Erandy Montenegro, atualmente com 75 anos. “A gente estava saindo de um PV, onde grandes emoções foram vivenciadas, uma história muito grande de todo o futebol cearense. Estava saindo dessa atmosfera para outra realidade que era o Castelão”, recorda Erandy, que hoje mora em Natal/RN. O jogo inaugural terminou em 0 a 0. “Causou uma frustração muito grande para o público que lotou o estádio. Foi um 0 a 0 amargo porque queríamos todos ver o 1º gol naquele jogo”, completa o ex-atacante, que viria a fazer o gol inaugural do Castelão, na partida seguinte, também pelo Brasileiro, no dia 18, na vitória, por 1 a 0, sobre o Vitória/BA. “Começou com uma bola vindo do campo do Vitória, bola alta. O nosso zagueiro era o Odélio, que cabeceou e ela caiu no Jorge Costa, que tocou para o Zé Eduardo. Ele me lançou em profundidade e eu ganhei do zagueiro na velocidade. Um fato até incomum, porque eu não era de chutar de média

e longa distância. Era um jogador de fazer mais gol de dentro da área. Mas, vi a aproximação do zagueiro chegando e, na entrada da grande área, eu já bati. A bola entrou no ângulo esquerdo do goleiro”, narra. “Fuji das minhas características, mas é quando as coisas têm que acontecer, né? Foi um chute forte, pegou na veia e entrou”, acrescenta Erandy. A festa começou nas arquibancadas do Castelão, recéminaugurado. “Dali pra frente (22 minutos do 2º tempo) foi uma euforia. Aquela comemoração! Não só de nós todos dentro de campo, como também o estádio em sua inteira totalidade, uma comemoração vinda de fora para dentro e de dentro para fora. Foi um feedback muito grande em relação a isso”, relembra Erandy, que perdeu as contas de quantas entrevistas deu pelo 1º gol do Castelão. Erandy Montenegro, hoje com 75 anos, fez o gol inaugural do Castelão: “Fuji das minhas características”

Três craques em fotos colorizadas pelo Nostalgia Futbolera: o jovem Maradona, em 1979, dando os primeiros passos na Seleção Argentina; e Zico e Pelé, juntos no Flamengo, em amistoso, também em 1979, contra o Atlético Mineiro, no Maracanã, no Rio

SUGESTÃO DE COLORIZAÇÃO: O REI EM JUAZEIRO DO NORTE

Um dos mais consagrados cronistas esportivos do Ceará, o jornalista Wilton Bezerra costuma postar fotos do passado em suas redes sociais, uma verdadeira viagem no imaginário do tempo. Ao lado, uma delas, “pescada” do Facebook (@wiltonbez), que serviria também como sugestão de colorização para a turma do Nostalgia Futbolera. O registro é de uma passagem de Pelé por Juazeiro do Norte, no jogo Santos 2x0 Guarani, no antigo Romeirão. “Amilton, Edinho, Pelé, Zé Nilo e os companheiros repórteres Hermógenes Soares e Lucier Menezes, da Rádio Iracema. Década de 1970”, registra Wilton, de prodigiosa memória.

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CEARÁ

APROVEITANDO A GAROTADA

Gabriel Lacerda, Buiú e Kelvyn: os meninos da base do Ceará jogam o Brasileirão 2021 como gente grande

Além deles dois, da base alvinegra, Guto ainda conta com o zagueiro Alan Uchôa (22 anos), o lateral-esquerdo Kelvyn (22), o volante Geovane (22) e os atacantes João Victor (17) e Rick (21) no atual elenco. Não é rara a utilização deles, que contribuem para que a média etária do grupo não chegue a 26 anos (25,36). Os dois novos reforços do clube para o Brasileirão Wilton Hoots | Ceará SC | Divulgação

Diferente de anos anteriores, quando apostou em “medalhões”, alguns até com idade avançada, o Ceará mudou de postura este ano. Aposta em contratações pontuais de jovens valores e também da garotada de sua base. O clube foi campeão brasileiro de Aspirantes no ano passado e colhe os frutos com a turma que subiu para o profissional. No momento, o Alvinegro conta com um elenco de 36 jogadores, sob a batuta do técnico Guto Ferreira, cujo DNA foi forjado nas categorias de base, de Internacional e São Paulo. Gosta de trabalhar com a molecada, dá chances, cobra resultados e deixa um garoto alçar o próprio voo. O caso do zagueiro Gabriel Lacerda, 22 anos, é um exemplo. Com a contusão de Luiz Otávio, 32, titular absoluto, Lacerda foi a opção e respondeu com atuações seguras e gols (dois, contra Atlético/MG e Juventude). Luiz Otávio já se recuperou, mas segue no banco. Lacerda se consolida ao lado de Messias, um “experiente” zagueiro de 26 anos, vindo do América/MG. O lateral-direito Buiú, 25, também entrou no time por conta da lesão do titular Gabriel Dias, 27. O clube procura um reforço para a posição. Enquanto isso, Buiú segue titular.

Felipe Santos | Ceará SC | Divulgação

Vovô aposta em jovens valores e a média etária do elenco não chega a 26 anos

O executivo de Futebol Jorge Macedo apresenta Erick

SÉRIE INVICTA É HISTÓRICA O Ceará chega para o Clássico Rei da 14ª rodada do Brasileirão 2021 ostentando uma série invicta de nove jogos, a maior do clube na história da competição. Superou a marca de 2010, que era de oito rodadas. O Vovô pontuou em 11 das 13 partidas que disputou até aqui, perdeu apenas duas vezes. Faz história. O técnico Guto Ferreira enaltece o recorte sem derrotas. “É muito importante para o grupo, passa confiança, faz história. Mas, isso só estará concretizado se

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seguem a mesma postura, são jovens. Airton tem 22 anos. Revelado na base do Palmeiras, se destacou na Inter de Limeira e foi para o Cruzeiro, que emprestou o atacante para o Vozão até o final do ano. Ele estreou contra o Sport, entrando no decorrer do jogo. “É um jogador velocista, que, eventualmente, faz a função de centroavante. É um jogador que tende a acrescentar”, disse Guto Ferreira. Também atacante, Erick tem 23 anos e pertencia ao Braga, de Portugal. O Ceará topou pagar € 400 mil pelos direitos federativos do jogador, que estava emprestado ao Náutico, na Série B. “É um meia/ ponta, que pode jogar por dentro e por fora. Extremamente habilidoso, um jogador leve, de drible fácil. Vinha fazendo vários gols pelo Náutico, em um momento especial”, ressalta Guto. “Tinha outras possibilidades de ir para outros times da Série a, mas optei pelo Ceará. Acredito no projeto. Fiquei muito feliz também com a confiança que foi depositada em mim”, comentou Erick. A estratégia de apostar em jovens talentos casa com um novo patamar que o Ceará alcançou, o de clube vendedor. Tem sido assim nas duas últimas temporadas, dinheiro que faz a diferença nos cofres alvinegros. Mas aí, é outra história... terminarmos com classificações importantes, como foi a do ano passado (11º, classificado para a Sul-americana). O treinador faz outro comparativo com 2020: “Vale ressaltar que, nessa rodada, a gente tinha 14 pontos, em 13º lugar. Este ano, estamos em 7º, com 19. Isso mostra uma regularidade maior”. A última derrota alvinegra ocorreu no dia 17 de junho, 2 a 1 para o Bahia, no Castelão, pela 4ª rodada. Depois disso, o time venceu Atlético/MG, Juventude e Athletico/PR e empatou com Internacional, São Paulo, Red Bull Bragantino, Fluminense, Cuiabá e Sport.

12 - JUNHO | JULHO 2021


O FUTEBOL MUDOU...

CEARÁ PRESERVA SAULO ANTES DA VENDA Comparar o futebol do passado, anos 1970, 1980 com os tempos de hoje não tem fundamento. O jogo corria de outra forma, o talento sobressaía, diante um poderio tático mais fluente nos dias atuais. Extracampo, as ações também são outras, o profissionalismo impera. O atacante Saulo Mineiro, por exemplo, foi negociado pelo Ceará por US$ 1,5 milhão para o Yokohama, do Japão, e, quando a transação caminhava para um desfecho, o jogador não foi mais utilizado. Não enfrentou o Fluminense, pela 10ª rodada do Brasileirão. O Alvinegro preservava ali o seu produto. Nem sempre foi assim. No mesmo Ceará, em 1986, o lateral-direito Everaldo, já moderno para a época, com preocupações defensivas, mas com constante apoio ao ataque, dono de um cruzamento para a área milimétrico, “meio-gol”, sentiu na pele. Estava no clube desde 1983. Viera do Santa Cruz, juntamente com o atacante Gil Mineiro e o zagueiro Djalma, numa troca pelo ponta-esquerda Ramon. Vivia a melhor fase da carreira. Em setembro, também pelo Brasileirão, o Ceará enfrentava o Internacional no Beira-Rio, em Porto Alegre, quando o ex-volante Norberto quebrou a perna do lateral,

Arquivo pessoal | Facebook

Nem sempre foi assim: em 1986, acertado com o Atlético/MG, Everaldo foi para o jogo, quebrou a perna e perdeu a chance da vida

Uma das formações do Ceará em 1986, o lateral-direito Everaldo no auge da forma, negociado com o Atlético Mineiro: em pé (da esquerda para a direita) – Washington, Argeu, Gilmar, Oliveira Canindé, Bezerra e Everaldo; agachados (na mesma ordem) – Gérson Sodré, Mauro Portaluppi, Tangerina, Douglas Neves e Bebeto

que já tinha acertado a transferência para o Atlético Mineiro, time acostumado a ceder jogadores à Seleção Brasileira. O negócio não foi concretizado e Everaldo passou um ano em recuperação. “Fraturei a tíbia e perdi a

O Rádio

CLAYTON MONTE – Por falar em narrador es-

na Área

Fortunato Pinha

BANDEIRA 2 – Gil-

berto Deleon (foto à direita) vem se articulando para retornar com o Bandeira 2, programa dedicado aos taxistas. Deleon vai conversar com o ex-deputado Moésio Loyola para acertar todos os detalhes de seu retorno ao microfone da Rádio Assunção 620. A categoria merece ficar informada com a credibilidade do Deleon.

maior oportunidade da minha vida de jogador”, recorda Everaldo, que ainda jogaria profissionalmente até 1993. Nunca mais foi o mesmo, no entanto. O futebol mudou...

e vibrante mostrando como deve ser o profissional que leva emoção ao torcedor. Muito dedicado à profissão. Daqui vão os nossos parabéns ao Cesinha! REFORMA DO PV – Prefeitura de Fortaleza vai

reformar o PV após o estádio do Benfica ter sido transformado em hospital de campanha no combate à pandemia da Covid 19. Atenção para o gramado, mas sempre é bom pedir também pelas cabines de imprensa.

portivo, o nosso amigo Clayton Monte (foto à esquerda) fazendo seu trabalho na Ceará Rádio Clube com som muito forte para todo o Brasil. Alegria total na narração, desde sempre, com seu recado aos amigos esportistas. Bola cheia! ALÔ – Aquele abraço para Edmilson Maciel,

Cláudio Pinheiro, César Augusto, Renato Manso, Anderson Azevedo, Martins Andrade (é ele puxando a entrevista com Bebeto, na foto acima, com o time do Ceará, no já distante ano de 1986), Mário Kempes, Rouquinho, Charles Gaspar, Marconi Alves, Jota Rômulo, Samantha Marques, Aderbal Bezerra, Messias Alencar, Denise Santiago, Silvânia Albuquerque, Wilton Bezerra Júnior, Luiz Pedro Neto, Vicente Alencar, Lana Soraya, Tony Mota, André Ribeiro, Ivan Bezerra e Edu Lima.

CÉSAR LUIZ – César Luiz (foto à direita) nar-

rando futebol na Jangadeiro Band News. Conferi o trabalho dele na vitória do Fortaleza diante do Bragantino, por 1 a 0, na 13ª rodada do Brasileirão. Narração segura

JUNHO | JULHO 2021 - 13

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COLUNA TOP SPORTS

CONFIRMADO O BRASILEIRO MASTER DE BASQUETE Fortaleza sediará a competição, entre os dias 12 e 20 de novembro

Finalmente, tivemos a res- Top posta que todos esperavam: port Top S o Campeonato Brasileiro Sport Master de Basquetebol vai mesmo acontecer, de 12 a 20 de novembro de 2021. Todos os atletas deverão, a partir de agora, começar a Por Renan Corrêa preparação para essa grande competição, que acontecerá na cidade de Fortaleza, no nosso Ceará. Em 2020, não tivemos a realização do Brasileiro Master, por conta da pandemia do novo coronavírus que assolou o Brasil e o mundo. Tanto tempo sem disputa, os atletas estão ansiosos para a chegada do dia 12 de novembro, quando poderão reencontrar os amigos de todos os Estados do Brasil nessa grande competição. Vale ressaltar também que, no aguardado dia 12 de novembro, acontecerá a Assembleia da Federação Brasileira de Basquete Master (FBBM), em Fortaleza. Em pauta, a eleição do novo presidente para os próximos quatro anos de gestão. Temos a chapa de Fábio e Telma Lima e a de Marcos Abdalla e Marta Sobral em grande disputa para condução da FBBM. Quem será o vencedor? Alguém arrisca um palpite? Vamos aguardar!

MEMORIAL DO ESPORTE DE CARUARU

O Memorial do Esporte de Caruaru tem por finalidade guardar e expor, para deleite do público, a história do esporte caruaruense. Formará um banco de dados com toda a trajetória esportiva da cidade, além de criar um museu físico. Lá, haverá a exposição de medalhas, uniformes, taças e outros artefatos históricos. E mais: criará exposições temporárias e itinerantes que percorrerão escolas, museus, bibliotecas, universidades e outros. Na internet, um site disponibilizará o acervo, com acesso livre. A cidade de Caruaru já merecia, há muito tempo, esse Memorial do Esporte e agora, sob a idealização e gestão do Sr. Ronaldo Passos (foto), apoio técnico do Sr. André Vilela (Museu do Basquete de Ponta Grossa) e consultoria histórica do Sr. Rubens Cavalcante Júnior (Museu da Imprensa), isso tudo está se tornando realidade. Parabéns a todos, idealizadores e realizadores desse projeto que tanto vai beneficiar a cidade de Caruaru.

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CBB, UM PAPELÃO NA GESTÃO DA CRISE DA FCB

Após quase um ano sem presidente na Federação Cearense de Basquetebol (FCB), pois a chapa “Muda Basquete” tinha conseguido uma liminar para impedir a eleição, devido a irregularidades no processo eleitoral, eis que o ex-presidente coronel Adelson Julião, 88 anos e no poder por 30 anos consecutivos, consegue mais uma vez mexer os pauzinhos e convencer o juiz a suspender a tal liminar. Mas, o pior de tudo foi a Confederação Brasileira de Basquetebol (CBB), que não cumpriu a lei. O seu próprio Estatuto diz, no Artigo 19, que, em caso de vacância de cargo na presidência de uma filiada, a CBB tem que, imediatamente, nomear um interventor. Isso nunca ocorreu. O presidente da CBB, Sr. Guy Peixoto, achou por bem perguntar ao juiz se o cargo de presidente da FCB estava vago e o magistrado não respondeu, pois a resposta já era óbvia. Ora, se o mandato do ex-presidente da FCB venceu em 28 de setembro de 2020 e não houve eleições, será que o cargo

estaria vago, Sr. Guy Peixoto? Se findar o seu mandato na CBB e não houver eleições, o seu cargo não estará vago, Sr. Guy Peixoto? Ou será que, se isso acontecesse, na cabeça dos dirigentes da CBB eles continuariam como gestores indefinidamente? Que coisa ridícula! Por não querer cumprir a lei que rege o Estatuto da CBB, Artigo 19, por quase um ano, deixando o Estado do Ceará sem um interventor, o Sr. Guy Peixoto e seus incompetentes assessores deram mais uma vez a chance de retorno a um presidente que há anos não realiza uma competição de base sequer no Estado. Que já prejudicou centenas de atletas, árbitros e dirigentes. A FCB deve milhões à Receita Federal, por não ter recolhido impostos de bingos realizados, herança dele próprio, do coronel Adelson Julião. Parabéns, CBB! Por não cumprir a lei, pelo descaso com todos que representam o basquetebol do Ceará e por mostrar a sua incompetência...

14 - JUNHO | JULHO 2021


RICHARLYSON X JEFFERSON

QUEM ACUSA TEM QUE PROVAR

JUNHO | JULHO 2021 - 15

Fotos: Arquivo pessoal | Instagram | Divulgação

Desenterrado o ano de 2003, ex-meia afirma que ex-goleiro recebeu “mala preta” A última quinzena de julho foi de polêmica, de desenterrar a temporada de 2003, o Fortaleza disputando a 1ª Divisão do Brasileirão após 10 anos de ausência. No programa “Arena SBT” do dia 19, o ex-meia Richarlyson acusou seu ex-colega, o exgoleiro Jefferson, de ter recebido “mala preta” para favorecer a Ponte Preta, na última rodada da competição. O Leão perdeu por 2 a 0, no Moisés Lucarelli, em Campinas, e acabou rebaixado. No dia 26, de novo no Arena SBT, Jefferson se defendeu e prometeu processar o ex-colega de clube. “Já passei por uma situação, em 2003, Fortaleza x Ponte Preta, onde teve ‘mala preta’. O nosso goleiro entregou o jogo. Estava no Fortaleza. Não tem como. Já tinha ocorrido que ia ter ‘mala preta’, mas ninguém sabia o jogador que estava. Chegou no jogo, o cara deu um chutão de trás do meio de campo. O goleirão saiu falando, ‘eu’, e entregou no pé do atacante, sozinho. Não é que era uma bola difícil. O cara chutou antes do meio de campo. Depois de muito tempo soubemos que era ele. Na hora pensamos que era uma falha”, acusou Richarlyson. Jefferson se defendeu no programa do dia 26. “Quem tem essa ação que ele teve, tem de responder. Meus advogados já estão à frente do caso e ele vai se ver na Justiça. Quando essa verdade estiver restabelecida, vou voltar aqui. Vamos mostrar que quem recebe acusação desse tipo tem a moral de abrir a imagem para o Brasil todo e dizer que foi uma mentira desastrosa que essa pessoa fez contra a minha família e minha carreira de mais de 20 anos no futebol. Ele vai se ver na Justiça”, rebateu Jefferson, em participação virtual na atração comandada por Benjamin Back, o Benja. “Não tem justificativa. Essa foi uma narrativa completamente irresponsável. Ele não tem noção do tamanho dessa mentira. Isso tem causado um prejuízo muito grave a minha imagem. Sou um atleta que jogou 20 anos. Sempre tive um carinho e respeito pelos torcedores. Se você vê o lance é completamente diferente do que ele narrou. Hoje, com a tecnologia do Var (o árbitro de vídeo), o lance seria revisado. Meu braço foi arrastado pelo corpo do atleta. Ele, de forma irresponsável, de forma leviana, fez essa declaração, prejudicando não só a mim. É imensurável o prejuízo que esse rapaz me causou depois de tanto tempo. Eu não tenho que me justificar. Tive uma conduta muito tranquila durante toda minha carreira”, acrescentou o exgoleiro, cria da base do Ceará e com passagens por Fortaleza, Ferroviário, Horizonte, Alto Santo, Maracanã e Guarany de Sobral, no futebol cearense, e por Sport, Treze, CRB, Coruripe, Ríver, Sampaio Corrêa e Moto Club. No Direito Brasileiro, o ônus da prova cabe a quem acusa. Em 2003, o Brasileirão foi disputado pela 1ª vez

Jefferson nos tempos de atleta, pelo Fortaleza, 110 partidas com a camisa do Leão, campeão cearense e titular no acesso de 2002. Também jogou a Série A em 2003. Além do Tricolor, defendeu o Ceará, desde as categorias de base até o profissional, e o Ferroviário. Após “pendurar as luvas” , o ex-goleiro, que tem formação acadêmica em Economia e Gestão do Esporte, foi trabalhar na Secretaria de Esporte e Lazer da Prefeitura de Fortaleza. Na foto abaixo, ele com o ex-prefeito Roberto Cláudio, no Projeto Areninhas, um dos pontos positivos daquela gestão

em pontos corridos, em turno e returno, com 24 equipes. Ponte Preta e Fortaleza se enfrentaram no dia 14 de dezembro, pela 46ª rodada. O Leão jogava pelo empate para permanecer na elite. Aos 12 minutos do 1º tempo, Gérson faz 1 a 0, no lance acusatório de Richarlyson. No 2º, aos 25, Adrianinho selou o placar. A “Macaca”, com 50 pontos, permaneceu na Série A. Com 49, mesma pontuação do Paysandu, o Fortaleza foi rebaixado (os paraenses levaram vantagem no número de vitórias: 15 a 12), ao lado do Bahia, 46 pontos. O Leão era treinado por Márcio Araújo, que mandou a campo o seguinte time: Jefferson, Chiquinho (Marcos Paulo), Ronaldo Angelim, Fernandão e Sérgio; Dude, Dino (Alexandre), Richarlyson e Mazinho Loyola (Daniel); Rena e Vinícius.

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16 - JULHO - AGOSTO | 2020

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