Revista Ecos da Palavra

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A VIAGEM Cristiane Ventre Porcini

Naqueles tempos, viajávamos em família. Havia uma cidadezinha que gostávamos de ir para comer peixe a beira de um rio. O café da manhã, no pequeno hotel, tinha o sabor da alegria. A mesa era longa e nela serviam: bolos, frutas, sucos, tortas, coalhada – e ficávamos ali planejando os passeios para mais tarde. Aquela cidade tinha um quê de especial. A terra avermelhada tingia a sola de nossos sapatos, e nas águas agitadas do rio às vezes conseguíamos ver os peixes pulando – era a piracema, o período de reprodução dos peixes. A palavra piracema vem do tupi e significa “subida dos peixes”. Eles se deslocam às vezes para regiões dos rios com ervas para desovar. À noite, caminhávamos na pracinha central, onde havia um pequeno coreto. Lá, encontrávamos um incrível sorvete de milho verde ou um delicioso doce para saborear. Os restaurantes que serviam maravilhosos peixes assados no espeto eram bem disputados. Às vezes, formava-se fila para esperar vaga em uma mesa. O peixe servido vinha de outra região, e eram acompanhados por uma crocante polenta frita. Passávamos bons momentos lá. 31


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