Livro de Poesia

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Inspirações da Poesia


A Vieira do Minho Nos recessos da serra te visito, Concha prenhe de brumas e segredos, Lavras a terra, domas o cabrito E espalhas pela serra os arvoredos. Apoucada entre flancos de granito Titás soberbos, jugulados, quedos Por ousarem escalar o infinito Deixam cair-te as horas pelos dedos. Um rico alfobre de animais bravios Instiga-te o instinto caçador, Apascentas rebanhos baldios E nos regatos pescas bela truta… Humildemente tornas-te senhor De quantos bens a serra - mãe desfruta. Luís Américo Fernandes


Amor Defini-lo é difícil Diria até impossível Intemporal e sem fronteiras Sem diferenças, sem maneiras Doloroso e imprevisível Amor é imprescindível Repleto de sentimento Mágoa com felicidade Pobre amor que tudo sente Verdadeiramente mente Afecção genuína, pura, natural Sólido amor, levas-me contigo E nunca me deixas ficar mal Sofrimento a ti diz respeito Choro, dor e desprezo Impetuoso e inconsciente Ages sem sentimento Para te descrever Poucos vocábulos existem Especial? Sem dúvida o és! Mas será que tantas tentativas Te vão caracterizar tal como és? João Rocha ,10ºA


Sentir alguém chorar ou sorrir, chorar com ela, sorrir com ela, estar quando ela está, perceber o que ela sente… Amizade apenas? Ou será Amor? Não será mais fácil sentir, aceitar e não esconder a Amizade? Talvez…pois no fundo sem medos eu digo… Eu Amo-te amigo pelo simples facto de existires para mim, por me apoiares em tudo até no sofrimento que provoca o amar… AMAR!! Verbo tão usado e tantas vezes mal conjugado… É bom Amar que nos ama e senti - lo… Dói demais conjugar o verbo amar sem ter por perto aqueles que verdadeiramente amamos. Amar o amigo….amar o amor; duas formas diferentes de venerar alguém que nunca devem ficar escondidas na alma do envergonhado. Pois, AMOR não é simplesmente AMAR… Não é simplesmente sentir Facilmente nos faz sofrer… Dificilmente nos faz esquecer. Diana Carneiro,10ºA


O que é o Amor? O Amor é como um arco-íris. Um arco-íris de sentimentos. Amarelo: simboliza a riqueza, e o Amor é a maior riqueza do Mundo; Laranja: a cor do fogo. O Amor pode ser vivido com grande intensidade, mas tal como o fogo nos pode magoar; Vermelho: a cor do Amor, da paixão, da união…; Azul/Anil: a cor da tranquilidade, da vontade de sonhar, da felicidade que nos traz a vivência do Amor; Verde: a cor da esperança, da abertura de uma nova porta, de uma nova oportunidade na nossa vida; Violeta: a cor mais escura das 7. Tal como a escuridão simboliza os aspectos negativos, o facto de nos sentirmos sozinhos, ou seja, as coisas menos boas do amor. Marta Rebelo, 10ºA


Amor Indefinível Para quê definir algo que não se pode ver? Se já tantos o tentaram fazer E se todos sabemos que é impossível, Pois o amor é algo indefinível! Por vezes não é correspondido E é sempre mal compreendido É impossível explicar Este sentimento que nos faz sorrir e chorar É maravilhoso, alegre, sereno, ternurento e quente É como um vírus (uma doença) Que dá a toda a gente É frio, doloroso, injusto, amargo e cruel em concreto Mas quem nunca o sentiu Não está totalmente completo Domingos Gomes, 10ºA


O que é o Amor? É sentir o palpitar acelerado do coração, É falar com palavras e falar com silêncio, É aceitar os defeitos e reconhecer as qualidades, É sentir-se sozinho no meio de um milhão de pessoas, É um sonho do qual desejamos nunca acordar, É um brilho nos olhos mesmo que estes estejam fechados, É uma dor alegre impossível de acalmar, É um sorriso cristalino que se vê através da alma, É uma ferida que nenhum médico pode curar, É compartilhar tempo e espaço, É viver o presente sem pensar no futuro e sem relembrar o passado, É um gelo que nos aquece o coração, É um fogo que nos arrefece a alma… MAS…será que o amor é isso? Como definir um sentimento tão belo Mas que se pode tornar tão triste e amargo? Bom, para mim a resposta é simples... …é IMPOSSIVEL! Domingos Gomes, 10ºA


Confissão Oh mundo meu, existirá mais além do teu? O mundo do meu mundo sou apenas eu. Criei o meu mundo, para que o tenha só para mim. Criei a minha razão para o perdão. Contudo, o trabalho foi egoísta, enfim. Não existe colaboração humano-natureza. Palmas à nossa frieza. Amor? Ele só existe pra te completar Por que não aceitas ser incompleto? O peito queres tu mamar em vez do coração aceitares. Somos mais fracos com a nossa ambição. Somos mais naturos com a nossa paixão. Rogério Dalot, 10ºA


Profissão O poeta estuda a vida não é mais do que uma ida antes fosse mais a vinda Existe apenas progresso Deste progresso eu peço: Asas para voar rente ao chão. Saltar sobre mim Conhecer Adão Tudo isto com afim: No abstracto tocar Conhecer o meu vazio lar Entrar na saída do mundo E acabar o começo do meu fundo. Rogério Dalot,10ºA


O Bom

Sentimento que flui em mim

Quando a mente brilha lá fora sombria Flui um sentimento que parece ser fatal Solidão que ouve um vento que assobia Enquanto passo horas em que me sinto imortal. Pelo lado mais negro da obscuridão que é o ser Passando sofrimentos que nem quero pensar Penso no momento em que a vida sobressai Penso no dia em que foi nosso o tempo. Enquanto desce o rio solitário Sinto-me forte, com coragem para pensar Enquanto a água reflecte nos meus olhos Penso, será realmente bom amar? Porque quando me inspiro Esqueço que a mente sobressai Levanta-se um breve suspiro Quando sobre o nada meu corpo cai Quando vi renascer tua alma Pensando que o negro se brilhava E é mantendo a calma que proclamo É de alma e coração que te AMO. Duarte Olim,10A


Sentimento que acalma abrasador teu coração Sentimento que acalma abrasador teu coração Brasa que queima o mais profundo da tua alma Olha-te nos olhos sem deixar dizer que não A dúvida reina mas tentas manter a calma Espírito preso e profundo que desejas soltar Sobressai a energia que sentes no teu interior Corrente fresca de vento onde sente a liberdade no ar Olhando para a lua, num calor abrasador Sente a tua mente que se quer libertar Mas prende-se um travo dentro de ti Quando abres a boca não consegues falar Sentes novamente a raiva a sortir


Gota de sangue que corre Quando a raiva atinge o seu auge Sentes que queres alguém que socorre Gota de sangue que corre Quando a raiva atinge o seu auge Sentes que queres alguém que socorre Pela mente mais frágil que não te acode Em que frágil pensamento pensas por que não Sentir a vontade da liberdade de expressão Pensas que sentes mas não consegues dizer Sentes presa tua alma que quer ascender Liberta-te, Expressa-te, mostra o que és Mostra como podes fazer frente a esta gente Deixa-te ir na corrente sem rés Mostra-te, expressa-te, força vai em frente. Duarte Olim,10ºA


Hino à Primavera (com a música da canção "Eu gosto é do Verão", dos "Fúria do Açúcar") Na Primavera os cucos a chegar Na Primavera os profs a “stressar” Na Primavera o amor anda no ar E o 7ºC que não quer trabalhar… É Primavera… as férias a chegar Ó Primavera porque estás a tardar Estamos mortos por “desopilar” É que depois vai ser só “javardar”! Côro Eu gosto é da Primavera Embora ela já não seja o que era Passeamos os livros na mão E nos intervalos é cada “trambolhão”! E ao fim do dia Com alegria E os deveres p’ra fazer! Alucinados por uma novela qualquer! Somos a turma das dores de cabeça Mas não queremos que a “raposa” aconteça Por isso, Primavera, tu anda depressa Para que a gente se restabeleça!


Queremos árvores a baloiçar Os passarinhos todos a chilrear Os professores todos a “espirrar” E a nossa turma toda a bocejar…. Côro Eu gosto é da Primavera Embora ela já não seja o que era Passeamos os livros na mão E nos intervalos é cada “trambolhão”! E ao fim do dia Com alegria E os deveres p’ra fazer! Alucinados por uma novela qualquer! Eu gosto é da Primavera De passear com os livros na mão E ao fim do dia Bem cansadinhos a fazer os tpc's Quase a dormir! Com aquela porcaria na mão! Na primavera Vêm alergias À escola e aos stôres Sempre a espirrar! E os stôres a berrar! 7ºC


Foi um sonho que eu tive Foi um sonho que eu tive na noite passada. Eu era um feiticeiro Numa torre encantada. Um reino de magos sem medo ou receio. Com espírito lutador nunca deixava uma batalha a meio. Lutávamos contra dragões com nossas varinhas mágicas. Percorríamos o mundo em aventuras fantásticas. Quando acordei descobri que nada disso existia. Nem reino, nem dragões nem mesmo a magia. Cláudio Daniel Ribeiro Teixeira, 9ºA


Mendigo Despertam-se os sentidos, Perde-se a razão, pelo momento… Entra pela mente fora Assustador, desconhecido mendigo... Não pede dinheiro, não pede agasalho, refúgio… Apenas deseja viver e não ser esquecido. Será excessivo o seu pedido? Deixámo-lo a vaguear pelos pensamentos Despido da sua importância, Faminto do seu poder. Por vezes preferimos viver com ele na ignorância, Mantê-lo agarrado à incerteza e ao medo… Será então correcto esquecê-lo? Não! Acolhe-se, cuida-se, vive-se e não se esquece Porque o mendigo que nos alcança Traz com ele o que ninguém pode perder… Enquanto o acolhe… A Esperança Tomé Rocha, 11ºB


Viaja Pára! Olha em tua volta! Já viste? Agora fecha os olhos... Viaja na tua mente... Sente o sol a aquecer a tua face, o vento a atravessar o teu cabelo... Sobe às montanhas longínquas, Entra nas impenetráveis florestas, Mergulha nos inesgotáveis rios. Tudo isto nos viu nascer, crescer, aprender e Errar... Tudo isto nos supera, nos faz Viver e Sonhar... Esquece tudo! Sê ilógico por um momento... Esquece todo o ódio, toda a raiva, todas as angústias... E guarda, relembra e sente um único sentimento… Ama aqueles que te amam, aqueles que te odeiam,

aqueles que por inúmeras diferenças e costumes do mesmo sítio que tu vens...viera Nesta viagem tudo é finito e único... Não há regresso... Não olhes apenas pela janela...atravessa-a e... Não percas aqueles que amas...


Porque não somos alguém...somos algo... Pó, brisa passageira... Perdidos no espaço, esquecidos no tempo... Tudo aquilo que somos se resume a um único e mísero fragmento... Por isso, agora, reabre os olhos... E mais uma vez olha em tua volta... Sê agora lógico e...pensa... Não sejas o todo...sê o elemento… Não roubes o ar...respira... E não tires tudo... A quem te deu o mais importante... A Vida. Tomé Rocha, 11ºB


Eu ia buscar alguma bebida que me induzisse ao estado propício à criação Estaria deus bêbado quando fez o mundo e isto que meus pés pisam - este chão? Porque fazer a criação de cérebro rígido e fixo no ponto do real é triste e insensato porque não parte daquilo que deve ser feito refeito ou criado, mas sim daquilo que se pensa que está mal. Estou agora a fazer uma tentativa absurda de escrever a descrição de um estado estranho... Sim, o estado é estranho porque o meu cérebro vai fazendo algumas rimas sem eu querer, sem as escolher!!


Oh, vivam as cordas, vivam as cordas!! Sim, sim, sinto a frequência. Ok, aumenta... não, não... olhó ruído! Baixa, baixa... este prurido incomodativo sentido pelo meu ouvido que foi parido como o resto do meu corpo... não gosta disso, sim, é isso, não lhe acha grande piada. Pode parecer ridículo e insensato mostrar parte da cabeça de um modo inteligível Mas tenho a certeza que não me posso mostrar de mais nenhuma maneira sem ser esta.


Já viram que honra? Dedico-vos parte do meu tempo a descrever o sentimento que me acomete à mente Não me venham com tretas do coração porque o meu coração não sente; só tiros! E desses espero estar livre por muito tempo. Enxofre, que é amarelo… Eu nem estou nervoso, mas dói-me um pouco a cabeça. Talvez seja normal esta dor recorrente ... certamente haverão razões mais do que suficientes. e para a maca onde me querem enfiar. Mas nunca ninguém é tolo, e isso é facto, porque o interior que depende de cada um

é ... exacto, e exacto é correcto.


Enxofre, que é amarelo… Eu nem estou nervoso, mas dói-me um pouco a cabeça. Talvez seja normal esta dor recorrente ... certamente haverão razões mais do que suficientes. Eu juro que não sou maluco quando vejo as batas brancas que me puxam e me arrastam e me pregam com arcos de violino ensinando-me andar para a ruína, e para a maca onde me querem enfiar. Mas nunca ninguém é tolo, e isso é facto, porque o interior que depende de cada um é ... exacto, e exacto é correcto. Se cada um sente essa realidade, essa realidade é, portanto, real e inteligível e tangível pelos sentidos. E se assim é, quem ousa dizer "Não, isso não existe!".


Mas que porra, se eu vejo, sinto e provo real e inteligível e tangível pelos sentidos. E se assim é, quem ousa dizer "Não, isso não existe!". Mas que porra, se eu vejo, sinto e provo como vens tu dizer que não existe? Eu digo o que existe, e o que existe é o que vejo e o que sinto e o que provo. E se eu sinto, vejo e provo algum sentimento é porque ele existe aqui e agora. Mas se digo aqui... sublinhem o aqui, vá lá, e percebam... vá, percebam agora para me não chatearem depois! que não é igual a este.


Se existe uma coisa aqui e agora porque eu a sinto vejo provo toco é porque... oh, please, isto é óbvio! É porque existe, ora essa! E se existe aqui e agora tu não o poderás provar aí e nesse lapso de tempo que não é igual a este. E a realidade passa a ser real para quem é real o suficiente para ter uma realidade dentro dele. João Nuno Machado, 11ºC


Ataraxia Não haver razão para escrever rascunho de tristes versos que sufocam, apontar aos deuses o meu punho e falar dos sentimentos que me matam... Ter o cérebro em esplendor, e à razão; viver sem dor emocional e sem paixão! Ignorar o instintivo laço, tão divino, e adicionar ao que era ácido o alcalino. Neutralizar! Sucumbir ao plano do qual nem a quântica salva com as suas probabilidades tão incertas... Ainda que esteja escondido o caminho, ele lá está, bem como as metas.


Não há... não há, repito, estímulo que faça mais do que movimentar sais: abrem-se canais proteicos, deixem entrar o sódio e sair o potássio Só alterações de polaridade, passo a passo. E passou o estímulo. Estarão os efectores rompidos? Porque dessa azáfama microscópica apenas vi sinais perdidos; Poderia ter sido tão nítido e vivido! Mas era como uma função afim com x negativo: o tempo nos x, vivacidade em ordenadas, e ainda que com b elevado, o declive não perdoou e levou-a ao zero em parcos nanosegundos.


E continuo à espera de estímulo mais duradouro: para mim não chegam suaves resquícios do ouro que repousa em pedras para as toupeiras; que cai, nas que foram de reis, caveiras. João Nino Machado, 11ºC


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