o segredo do anel o legado de maria madalena

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morreu. — Tem certeza? — perguntou um dos soldados. — Normalmente

os homens levam muitas horas para sufocar da crucificação, às vezes até alguns dias. — Esse homem está morto — insistiu Pretório. — Não toquem nele.

Os dois soldados eram bastante perceptivos para compreender a ameaça no tom de seu chefe. Com seus porretes, foram cumprir a desagradável tarefa de quebrar as pernas dos outros dois prisioneiros, a fim de apressar o processo de sufocação. Pretório estava tão ocupado em dar ordens que não viu Longinus se aproximar do outro lado da cruz. Já era tarde demais quando tornou a focalizar Easa com seus olhos azuis. Longinus, com a lança na mão, espetou-a na lateral do corpo do prisioneiro nazareno. Maria Madalena gritou em protesto. A risada de Longinus em resposta foi dura e sádica: — Só estou conferindo. Mas é verdade. O nazareno está morto. —

Ele virou-se para Pretório, que estava pálido de raiva. — O que pretende Pretório fez menção de falar, mas logo se conteve. Quando finalmente respondeu, sua voz era calma: — Nada. Não preciso fazer nada. Você criou sua própria maldição

pelo que fez.

 — Baixem esse homem! — ordenou Pretório.

Um mensageiro da fortaleza de Pilatos trouxera uma mensagem para tirar da cruz o corpo do nazareno e entregá-lo à família, para ser sepultado antes do pôr-do-sol. Era uma decisão excepcional, pois de um modo geral as vítimas de crucificação eram deixadas em suas cruzes, os corpos se decompondo, como uma advertência para o povo. Mas o caso de Easa, o Nazareno, era diferente. O tio rico de Easa, José, o mercador de estanho, fora à Fortaleza Antonia, em companhia de Jairo, e conversara com Cláudia Prócula. Fora ela quem Obtivera permissão para a remoção imediata do corpo, para


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