Revista Cosems

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ANO 1 VOLUME 1 2010

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Editorial

Revista do

A coletânea de experiências exitosas na gestão do Sistema Único de Saúde que o Colegiado dos Secretários Municipais de Saúde de Minas Gerais (COSEMS-MG) apresenta nesta revista recebeu a inspiração da célebre citação de Guimarães Rosa: “Minas, são muitas. Porém, poucos são aqueles que conhecem as mil faces das Gerais.” É preciso conhecer e divulgar o que essa gente de Minas vem realizando e que tem trazido impacto substancial na gestão municipal da saúde pública. As experiências estão organizadas por região de nosso Estado, onde se reconhecem valores e culturas locais, e por grau de inovação nos eixos propostos no Pacto pela Saúde de 2006, a saber: atenção básica, atenção à média e alta complexidade, vigilância em saúde, assistência farmacêutica e na área da gestão. Em Minas Gerais, considerando dados do Sistema de Informação sobre Orçamentos Públicos (SIOPS) do ano de 2008, os municípios têm investido 20% dos recursos próprios na área da saúde e, do total de despesas com a saúde, 60% correspondem ao investimento municipal. Tamanho investimento dos municípios tem resultado em inovações e na consolidação de políticas públicas que merecem destaque. No relato das experiências, é possível verificar a importância da profissionalização da gestão, a participação social e o engajamento das equipes locais da área da saúde como fatores diferenciais para o alcance dos resultados. Desejamos que esta publicação possa potencializar a difusão de informações para vários municípios interessados na efetivação de uma política pública de saúde de qualidade para a população.

Mauro Guimarães Junqueira Presidente do COSEMS-MG

Experiências Exitosas na Gestão do SUS


Macrorregiões de Saúde de Minas Gerais

Norte de Minas

Nordeste Noroeste Jequitinhonha

Triângulo do Norte

Leste Centro

Triângulo do Sul Oeste

Leste do Sul

Centro Sul Sudeste Sul

Expediente Coordenação-geral Amanda Carmen Silva Nascimento . Jornalista responsável Bruno Sales (MG 10.607 JP) . Edição e revisão Luisa Godoy . Comitê editorial Amanda Carmen Silva Nascimento, Denilson Antônio Silva e autores das experiências . Captação das experiências Artur Austin Umbelino Capa Ilustração sobre foto de Aloisio Neves . Projeto gráfico Domani Comunicação . Impressão Rona Editora . Tiragem 3.000 exemplares COSEMS-MG . Sede Av. Afonso Pena nº 2300 4º andar - Funcionários - Belo Horizonte/MG - 30130-007 . Fones (31) 3287-3220 / 3287-5815 www.cosemsmg.org.br - info@cosemsmg.org.br

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Índice Editorial

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Macro Centro Núcleo de Apoio à Saúde da Família do município de Guanhães: uma breve reflexão Projeto Caminhando com Curvelo Projeto Nascer bem: mãe dedicada, bebê saudável Próstata - palestras quebrando tabus Qualidade de vida não combina com cigarro Sensibilizacão de ACSs no apoio à Equipe de Saúde Bucal

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Macro Centro Sul Anamnese da alma: um instrumento para a equipe de saúde da família Boletim Informativo do COSEMS Regional Barbacena Diabetes em ação Nazareno em alerta. Dengue não! Programa Bem Viver - atenção à saúde mental Seminário de Gestão da Clínica nas Redes de Atenção à Saúde na macro Centro Sul Sistema de transporte em saúde - coleta de resíduos de serviços de saúde Volei cidadão - promovendo saúde através do esporte

13 14 15 16 17 18 19 20 21

Macro Leste Programa Gente Inocente Saudável Viva mulher trabalhadora - um toque de saúde

22 23 24

Macro Leste do Sul Agenda da equipe de APS de Cajuri (MG) Feira Odontológica / Sorriso Saúde Secretaria Municipal de Saúde e escolas no combate à dengue Semana da Mulher: mulher inteligente cuida da saúde

25 26 27 28 29

Macro Nordeste Desenvolvimento Sustentável: uma opção de saúde Projeto de promoção de saúde por meio da atividade física - SUS Ação

30 31 32

Macro Noroeste Projeto Nuclear Semana da Mulher

33 34 35

Macro Norte de Minas Agentes em ação em Verdelândia Centenário da descoberta da doença de Chagas sob olhar lúdico e científico Organização da cadeia produtiva da carne no município de Pirapora (MG) Verdelândia unida contra o câncer do colo do útero Vigilância sindrômica da dengue

36 37 38 39 40 41

Macro Oeste Combate à dengue pela educação Saúde da mulher trabalhadora Vigilância ambiental Viver bem é atitude, prevenção é saúde!

42 43 44 45 46

Macro Sudeste COAPE - Centro Odontológico de Atenção a Pacientes com Necessidades Especiais Guarani livre de tabaco: acolha essa ideia A importância do trabalho do apoiador COSEMS na elaboração do Plano Diretor de Urgência e Emergência na macrorregião Sudeste de Minas Gerais Saúde ao alcance do trabalhador

47 48 49

Macro Sul Clube da Panelinha Projeto Apoiador Região Varginha Grupo de Controle de Peso e Qualidade de Vida Grupo Educativo de Mulheres Mastectomizadas Programa Move Mente: incentivo da prática regular de exercícios terapêuticos no município de Piranguinho (MG) Projeto Horta Terapêutica Quem é você, onde você está e o que podemos fazer por você? Referência e contra-referência: mecanismo de fortalecimento do SUS em Alfenas (MG) Saúde do homem - Estiva quebrando tabus Saúde Mental: enfrentar desafios e consolidar avanços Saúde Mental: reconstruindo existências através do respeito e do acolhimento da diferença Terapia Comunitária: força da comunidade A voz da saúde

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Foto: Priscila Almeida

Foto: Rubens Luiz Lima Carvalho

Foto: LetĂ­cia Alves Rodrigues

Foto: Arquivo COSEMS-MG e SES-MG

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Macro Centro


Macro Centro | Município: Guanhães

Núcleo de Apoio à Saúde da Família do município de Guanhães: uma breve reflexão Com o projeto, as ações de atenção básica estão mais eficazes Por Priscila Almeida

Foto: Priscila Almeida

Núcleo de Apoio à Saúde da Família muda realidade de Guanhães Quando os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASFs) foram criados pelo Ministério da Saúde, em janeiro de 2008, o município de Guanhães (MG) percebeu o bom momento para tornar ainda melhor suas ações de bem-estar físico, mental e social voltadas para a comunidade. O intuito era fortalecer a prevenção de doenças, para reduzir o quadro de morbidade por condições sensíveis, além de investir na redução das sequelas decorrentes de doenças crônico-degenerativas. Em setembro de 2008, Guanhães passou a contar com os NASFs e, de lá para cá, houve um significativo aumento na participação da comunidade. “A cada dia que passa, a população adere mais ao programa e estamos conseguindo conscientizá-los sobre a importância de ser proativos, não só em relação à atividade física propriamente dita, mas também como meio de integração e socialização”, explica Priscila Almeida, enfermeira e coordenadora do PSF. De acordo com Priscila, ainda está cedo para mensurar resultados, considerando o tempo de implantação do NASF, “mas, pela participação da população nas atividades realizadas nos grupos e pelos relatos, certamente algo novo está sendo construído nesse cenário”. Segundo ela, Guanhães já possuía cobertura de mais de 90% da população, pela estratégia de Saúde da Família. “Porém, a diminuição da morbidade não estava sendo alcançada de forma efetiva. Essa situação decorria do perfil cultural da população e dos profissionais, que é voltado para a prática curativa e, na maioria das vezes, direcionado ao atendimento

da demanda espontânea”, explica Priscila. Portanto, a partir da análise de dados epidemiológicos e dos indicadores de saúde, foi identificada a necessidade de uma nova estratégia de intervenção, com o apoio de uma equipe multidisciplinar do NASF. Passo a passo Em julho de 2008, foi realizado um processo seletivo e os profissionais começaram a atuar em setembro do mesmo ano. O primeiro passo dado foi formar grupos multidisciplinares e agendar atendimentos a usuários dos Programas Saúde da Família (PSF). Cada grupo contava com um educador físico, um fisioterapeuta, um farmacêutico, uma fonoaudióloga e uma psicóloga. Em seguida, cada equipe de Saúde da Família elaborou uma agenda de atividades, a partir dos problemas identificados. Outra ação paralela foi formar um grupo de capoeira com os adolescentes que participam das atividades do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) e de Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Além da capoeira, ginástica laboral e discussões de temas como auto estima, estresse e convivência grupal são realizadas. É um modelo de assistência à saúde que visa desenvolver ações de promoção e proteção à saúde do indivíduo, da família e da comunidade.

7 Experiências Exitosas na Gestão do SUS


Macro Centro | Município: Curvelo

Projeto Caminhando com Curvelo

Alunos do Internato Rural da Medicina realizam caminhadas para promover o bem-estar em Curvelo (MG) Por Edson Gonçalves Primo, Felipe Alcantara Braga e Rafael Costa Marrara Pirfo

Foto: Arquivo COSEMS-MG e SES-MG

Caminhando lado a lado com a saúde

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No período de 20 de julho a 23 de setembro de 2009, Felipe Alcântara Braga e Rafael Costa Marrara Pirfo, ambos cursando o Internato Rural da faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), movimentaram a cidade de Curvelo (MG). Gestores do projeto Caminhando com Curvelo, eles desenvolveram sete eventos semanais de caminhada, reunindo mais de 140 pessoas em cada um. Com isso, conseguiram envolver o público e informar sobre a fisiopatologia das doenças hipertensão arterial (HA), diabetes mellitus (DM) e obesidade, a importância dos seus respectivos tratamentos e o efeito da atividade física, acompanhado de uma boa alimentação, para melhorar a qualidade de vida. Com o apoio da Secretaria de Saúde de Curvelo, foram aferidas 347 glicemias capilares durante o projeto, além de diversas aferições de pressão arterial. Em uma análise dos cartões preenchidos pelos participantes, observou-se que houve uma leve queda nos índices pressóricos, tanto sistólicos como diastólicos, no período. “Isso evidencia um impacto positivo da caminhada nas pessoas”, analisa Felipe Alcântara Braga. A Secretaria Municipal de Saúde cedeu um carro de som e uma ambulância para as atividades e foi possível solicitar o apoio da Polícia Militar para controlar o trânsito e garantir a segurança das caminhadas. A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA) também participou, cedendo dois bebedouros e mais oitenta litros de água por caminhada. O Caminhando com Curvelo teve ainda parceria da academia Fisiocentro e do Núcleo de Apoio à Saúde da Família

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(NASF), cujos professores e profissionais de Fisioterapia e Nutrição realizaram alongamentos, atividades físicas e dicas nutricionais. Para os gestores do projeto, existe hoje uma tendência para a saúde coletiva, o que difere de um modelo assistencialista histórico no Brasil, que se mostrou muito oneroso e com baixo custo-benefício. “Tem-se buscado um equilíbrio entre a medicina assistencial e a prevenção, acompanhada da promoção de saúde, e os resultados são bem mais otimistas”, afirma Rafael Pirfo.


Macro Centro | Município: Mateus Leme

Projeto Nascer bem: mãe dedicada, bebê saudável Projeto eleva qualidade da assistência ao pré-natal em Mateus Leme (MG)

Por Bráulio Marinho Matos Rabelo, Maria Emília Rocha, Mônica Nogueira Moreira, Naara de Freitas Parreiras Diniz

Foto: Arquivo COSEMS-MG e SES-MG

Para nascer e viver bem De agosto de 2009 para cá, as gestantes de Mateus Leme (MG) contam com um apoio de peso para o pré-natal, assim como para o puerpério, ou seja, a fase pós-parto. O projeto Nascer bem: mãe dedicada, bebê saudável prevê a formação de grupos de gestantes, que se encontram com uma equipe de profissionais multidisciplinares para receber informações, sanar medos, angústias, problemas físicos e psicológicos, além de aumentar a adesão ao pré-natal de futuras mães de Mateus Leme. Até agora, mais de 70 gestantes já participaram do projeto. “As gestantes estão se sentindo mais seguras, pois a troca de informações durante os encontros é intensa. Além disso, percebemos maior aderência das mães à prática do aleitamento materno e ao parto normal. Acreditamos que o serviço de prénatal em Mateus Leme está mais humanizado”, relata Maria Emília Rocha, secretária Adjunta de Saúde. De acordo com ela, a atenção à mulher na gravidez, no parto e no puerpério deve incluir ações de prevenção e promoção da saúde, além do diagnóstico e tratamento adequado dos problemas que podem ocorrer nesses períodos. “São esses cuidados que vão proporcionar o nascimento de uma criança saudável e o bemestar da mãe e do bebê”, completa. As equipes que desenvolvem os encontros de gestantes são formadas por médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de

enfermagem, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas e assistentes sociais. Cada grupo de gestante participa de seis encontros, cada um com um tema específico. São eles: a gravidez e suas transformações físicas e emocionais; saúde bucal na gravidez; amamentação e os cuidados com as mamas: aspectos físicos e psíquicos; alimentação na gravidez; parto: aspectos físicos e psíquicos; fisioterapia na gravidez; cuidados físicos e emocionais com o bebê; odontologia para o bebê; fisioterapia para o bebê; planejamento familiar. Os encontros acontecem uma vez ao mês, durante seis meses. Os grupos são rotativos, portanto novas gestantes podem participar do projeto a qualquer momento. Além dos encontros dos grupos, formados por 15 a 20 grávidas, ocorrem também atendimentos individuais, para diagnóstico e tratamento personalizado. Outro serviço prestado é a aferição da pressão arterial e da glicemia capilar. Caso a gestante participe dos seis encontros propostos, será premiada com um kit composto por uma bolsa para gestantes, uma camisa do projeto, fraldas, roupas, sabonetes, xampu, gazes e álcool para limpeza do coto umbilical.

9 Experiências Exitosas na Gestão do SUS


Macro Centro | Município: Virginópolis

Próstata - palestras quebrando tabus

Ciclo de palestras resulta em aumento do número de exames de próstata em Virginópolis (MG) Por Luiz Otávio Nunes Coelho e Viviane Ferreira Leite

Foto: Arquivo COSEMS-MG e SES-MG

Quebrando tabus, vivendo mais Um ciclo de palestras realizado de janeiro a outubro de 2009 nas comunidades pertencentes ao Programa Saúde da Família (PSF) Amigos da Vida, em Virginópolis (MG), conquistou, a princípio, dois bons resultados: primeiro, desmistificou os ‘fantasmas’ sobre os exames de próstata para os homens das comunidades rurais. Em segundo lugar, 80% dos participantes das palestras tiveram consultas marcadas. Foram realizados exames PSA (Antígeno Prostático Específico) e três casos foram diagnosticados e encaminhados para cirurgia. Os resultados foram comemorados por Luiz Otávio Nunes Coelho, secretário Municipal de Saúde, e Viviane Ferreira Leite, enfermeira do PSF. “As palestras versavam sobre prevenção, por meio do exame PSA, para homens com mais de 40 anos e sobre os cuidados necessários caso se apresentassem os sintomas da inflamação prostática. Com isso, conseguimos amenizar a resistência dos homens em relação ao exame de próstata, além de reduzir a probabilidade do surgimento do câncer de próstata naqueles que fizeram os exames”, concluem. Foram realizadas oito palestras, para cerca de 150 pessoas cada, nas salas de saúde das comunidades de Córrego dos Dionísios, Córrego dos Paulos, Córrego dos Cândidos, Córrego dos Soares, Córrego dos Alves, Córrego São José, Córrego Samora e Povoado Boa Vista. Durante os encontros, os participantes tiraram dúvidas e se informaram melhor sobre o assunto.

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Macro Centro | Município: Sarzedo

Qualidade de vida não combina com cigarro Projeto implantado no município de Sarzedo (MG) vem reduzindo o número de fumantes Por Marcelo Alexandre Andrade, Gabriel Rodrigues de Carvalho e Magali Rodrigues de Brito Araújo

Foto: Gabriel Rodrigues de Carvalho

Força para deixar o cigarro de vez Reduzir a prevalência de fumantes e a morbi-mortalidade causada pelo tabagismo, prevenir a iniciação e fazer cessar o hábito de fumar, aumentar a auto estima e a autoconfiança, com foco na melhoria da qualidade de vida. Estes são os objetivos do projeto Qualidade de vida não combina com cigarro, implantado no município de Sarzedo (MG) em janeiro de 2008, a partir do convite da Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais, em parceria com a Gerência Regional de Saúde e a Secretaria Municipal de Saúde. Os resultados já podem ser listados: redução nas taxas de doenças cardiovasculares, na incidência do câncer de pulmão e na mortalidade ao longo do projeto. “Quanto maior o grau de escolaridade do usuário, maiores são as chances de sucesso. As sessões de manutenção são de extrema importância para manter o participante motivado, permanecendo sem fumar”, explica Marcelo Alexandre Andrade, enfermeiro. De acordo com ele, o apoio e a compreensão da família contribuem, em muito, para que o fumante se torne um ex-fumante. “Se ele não tem a perspectiva de mudar algo em sua vida caso pare de fumar, é trazido de volta ao vício”, argumenta Marcelo. Por meio de um projeto enviado ao Instituto Nacional do Câncer (Inca), o município de Sarzedo foi qualificado para o recebimento de material de auxílio da campanha, como o manual do participante, o adesivo transdérmico de nicotina, a goma de mascar de nicotina e o cloridrato de bupropiona – um antagonista nicotínico utilizado para tratar a dependência do tabaco.

Da palestra inicial ao abandono do cigarro Após a divulgação do programa a todos os profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBSs), os responsáveis iniciaram a abordagem cognitiva comportamental a toda a população registrada. A inscrição no programa, feita nas UBSs, foi permitida apenas para os fumantes interessados em parar de fumar. Eles assistiram a uma palestra e os profissionais avaliaram o seu grau de motivação e em que fase do abandono do cigarro eles se encontravam. Em seguida, grupos foram formados com até 20 pessoas, dando início à abordagem intensiva no tratamento do fumante. Quatro sessões foram estruturadas, com periodicidade semanal, conduzidas por médicos, enfermeiros e farmacêuticos. O teste de Fagerstrom foi aplicado e os participantes marcaram a data e a forma com que pretendiam parar de fumar. “Nessa sessão foram explicadas todas as formas para parar de fumar. Chamamos a atenção quanto ao tempo em que eles permaneceram sem fumar durante a reunião e que, para o êxito final, basta apenas a força de vontade de cada um”, conta Gabriel Rodrigues de Carvalho, farmacêutico. Segundo ele, alguns participantes já haviam parado de fumar na segunda sessão. Eles relataram como foi a experiência para encorajar os demais. Na terceira sessão, todos do grupo já compareceram como exfumantes. “Ouvimos os relatos de todos. Houve um momento para consulta médica individual, quando foi definida a terapêutica medicamentosa ou apenas comportamental, adequando-se a cada caso”, explica Magali Rodrigues de Brito Araújo, Secretária Municipal de Saúde. De acordo com os responsáveis pelo programa, na quarta sessão as pessoas já perceberam que parar de fumar é possível. Ao longo de todas as sessões são feitas dinâmicas e, ao fim de cada uma delas, frutas e sucos naturais de época são oferecidos, a fim de motivar uma alimentação mais saudável. Por fim, é estabelecido um cronograma de acompanhamento de reuniões para manter os participantes motivados. Reuniões acontecem com 15, 30, 60, 90 180 e 365 dias. Porém, se alguém necessitar de um atendimento individual ou passar por recaídas, o atendimento é imediato. “Paralelamente, o programa estimula as práticas de exercícios físicos, alimentação saudável e elevação da autoestima. A equipe de apoio do programa se torna parceira dos participantes. Não podemos nos esquecer que o tabagismo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é a maior causa isolada evitável de mortes precoces em todo o mundo”, finaliza Marcelo Andrade. Elaborado pelo médico dinamarquês Karl Fagerström, em 1974, esse método de avaliação é empregado por especialistas para ajudar a definir a melhor estratégia para quem quer largar o cigarro.

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Macro Centro | Município: Inimutaba

Sensibilização de ACSs no apoio à Equipe de Saúde Bucal Inclusão de ações da Odontologia qualificam a Estratégia de Saúde da Família em Inimutaba (MG) Por Rubens Luiz Lima Carvalho

Foto: Danielle Alves de Carvalho

Saúde na boca do povo Formar multiplicadores capacitados para atingir mais pessoas. Esse foi o intuito de Rubens Luiz Lima Carvalho, odontólogo do Programa de Saúde Familiar, responsável pelo projeto que previa a inclusão da Odontologia no trabalho da Estratégia de Saúde da Família (ESF) de Inimutaba (MG). Para tanto, ele organizou um ciclo de reuniões com profissionais da Saúde da cidade e o resultado principal foi uma melhoria na gestão da saúde bucal, com foco na integralidade de ações e em um maior acesso ao atendimento odontológico no município de Inimutaba. Esse trabalho foi elaborado visando estruturar ações que possam melhorar a integração entre os profissionais da ESF. A inclusão de ações da Odontologia no processo de trabalho da ESF aproxima ainda mais o modelo de atenção à saúde aos anseios e necessidades do usuário. Conciliamos isso com os procedimentos multidisciplinares e integrados da equipe, obedecendo aos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), da Atenção Primária à Saúde e da própria ESF”, explica Rubens.

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As reuniões aconteceram nos dias 6, 13, 20 e 27 de março e 3 de abril de 2009. Foram distribuídas apostilas com temas que vão desde conceitos de planejamento a principais doenças bucais e suas formas de tratamento. “Esse trabalho oferece propostas de estruturação de ações em saúde bucal, inserindo-as naturalmente no processo de trabalho da Equipe de Saúde da ESF, o que evita ações paralelas e sem efetividade”, comenta Rubens. De acordo com ele, o fortalecimento do vínculo entre a Equipe de Saúde Bucal e o restante da ESF é fundamental para melhorar a qualidade do atendimento odontológico na cidade. “Além disso, propomos melhorias no planejamento estratégico da saúde bucal, com o atendimento aos pacientes em suas reais necessidades e a utilização racional dos recursos disponíveis”, conclui.


Foto: Arquivo COSEMS-MG e SES-MG

Foto: CISVER

Foto: WildnĂŠia Sales Machado

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Macro Centro Sul


Macro Centro Sul | Município: São João del-Rei

Anamnese da alma: um instrumento para a equipe de saúde da família Projeto concilia educação da saúde com antroposofia em São João del-Rei (MG) Por Paulo Maurício de Oliveira Vieira

maior desenvolvimento das capacidades cognitivas, motoras e emocionais da criança, gerando um desenvolvimento global.

Foto: Paulo M. O. Oliveira

O passado como fonte de tratamento

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Demonstrar o desenvolvimento de um curso de capacitação em Saúde da Criança para Equipes de Saúde da Família (ESF) fundamentado na observação antroposófica do ser humano. Com essa ideia, Paulo Maurício de Oliveira Vieira, médico-coordenador do Centro de Referência em Medicina Antroposófica, desenvolveu o projeto Anamnese da alma: um instrumento para a equipe de saúde da família, que visa sensibilizar e capacitar as ESFs de São João del-Rei (MG) para a observação do crescimento e do desenvolvimento físico e emocional das crianças. De acordo com Paulo, o projeto ajuda os profissionais a atuarem em atividades de educação para a saúde juntamente com os pais residentes em áreas de cobertura das equipes. O projeto foi realizado em quatro módulos, entre março e novembro de 2009, com a participação das 12 ESFs de São João del-Rei. Foram 78 participantes, sendo dois médicos, 11 enfermeiros e 65 agentes comunitários de saúde. “A avaliação qualitativa descrita pelos participantes demonstra que a visão ampliada do ser humano pela antroposofia pode ser uma luz no trabalho das equipes de saúde da família, independente do grau de escolaridade dos profissionais”, sugere Paulo. Paulo explica ainda que o programa de capacitação em Saúde da Criança ampliada pela Medicina Antroposófica tem como foco principal a formação das ESF com capacitação dos profissionais, independentemente do nível de estudo que eles apresentem. “Maus tratos ou negligências na infância têm como consequência agressividade, violência e baixa autoestima, o que pode causar sérios problemas na vida adulta”, afirma Paulo. Ele ressalta que a compreensão do desenvolvimento infantil e o preparo dos profissionais de saúde impulsiona um

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Da teoria para a prática O projeto foi desenvolvido em quatro módulos, com atividades teóricas e práticas. A metodologia utilizada foi baseada na observação da criança através do desenvolvimento cognitivo (pensar), emocional (sentir) e motor (querer), de forma integral. Os módulos foram acompanhados de atividades como aquarela, movimentos da reorganização neurofuncional, canto e aplicações externas. No final do curso, os alunos desenvolveram um trabalho escrito chamado Anamnese da alma, que consistia na avaliação de uma criança, a fim de exercitar o aprendizado. Cada equipe escolheu uma anamnese e apresentou no último dia, fazendo um exercício coletivo de observação. “A visão antroposófica das fases do ser humano contribuirá para uma maior compreensão do desenvolvimento infantil saudável. Uma criança bem cuidada desenvolve a capacidade de superar dificuldades e obstáculos. Mesmo que no futuro as condições se mostrem adversas, ela estará preparada para lidar positivamente com o que virá. Os vínculos saudáveis estabelecidos na infância formam um verdadeiro casulo de amor, guiando e protegendo pela vida afora”, conclui Paulo. Antroposofia (conhecimento do ser humano) é uma filosofia e uma prática que se apresenta como um caminho para se trilhar, entre fé e ciência, em busca da verdade. Na visão antroposófica, a realidade surge no encontro dos mundos da ideia e da percepção. Anamnese (do grego ana, trazer de novo e mnesis, memória) é uma entrevista realizada pelo médico ao seu paciente, cuja função é ser um ponto inicial no diagnóstico de uma doença. Busca relembrar todos os fatos que se relacionam com a doença e com o doente.


Macro Centro Sul | Todos os municípios da Macrorregião Centro Sul

Boletim Informativo do COSEMS Regional Barbacena Boletim Informativo do COSEMS Regional de Barbacena integra municípios da macrorregião Centro Sul Por Elizabeth Rodrigues Pereira Por Paulo Maurício de Oliveira Vieira

A informação a serviço da saúde

Foto: Arquivo COSEMS-MG e SES-MG

Para integrar as ações e os serviços dos sistemas de saúde da macrorregião Centro Sul, polarizados pelos municípios de Barbacena, Conselheiro Lafaiete, Congonhas e São João delRei, foi criado, em janeiro de 2010, o Boletim Informativo do COSEMS Regional de Barbacena. Com tiragem de 100 exemplares e periodicidade quadrimestral o boletim chega a 50 municípios, com população estimada de 750 mil habitantes. Elizabeth Rodrigues Pereira, Secretária Municipal de Saúde do município de Antônio Carlos (MG) e presidente do COSEMS Regional de Barbacena, explica que o boletim está promovendo a reflexão no processo de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), instituindo um canal direto de troca de informação entre os municípios da região e descrevendo como se dá a assistência na região. “Com o boletim, sentimos que podemos ultrapassar os limites das necessidades imediatas e sermos corresponsáveis pela construção do SUS”, analisa Elizabeth. “Os relatos dos gestores da Saúde contribuem com esse informativo, favorecendo a identificação de aspectos próprios de cada local e outros comuns à região. Não se traduz em uma avaliação normativa, mas com alguns indícios que nos ajudam a dialogar sobre os ‘olhares sobre o território’, no sentido de gerar reflexão-ação-compromisso”, analisa Carmem Emanuelly Leitão, tutora do Curso de Gestão da Clínica nas Redes de Atenção à Saúde, citando o educador e filósofo Paulo Freire.

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Macro Centro Sul | Município: Carandaí

Diabetes em ação

Projeto prevê controle de níveis da doença por meio de dieta adequada e uso correto de medicamentos Por Maria Cecília de Matos Grossi

Fotos: Maria Cecília de Matos Grossi

Um basta para a diabetes Desde março deste ano, a Equipe de Saúde da Família (ESF) Pontilhão, de Carandaí (MG), desenvolve um trabalho intenso para controlar os níveis glicêmicos dos portadores de diabetes do município. Em pesquisa realizada pelos responsáveis pelo projeto, tinha sido observado que a média do nível glicêmico estava alta entre os pacientes que compareceram à Unidade Básica de Saúde (UBS), o que poderia constituir um sério problema de saúde pública no município. “No trabalho de combate à diabetes, são realizadas reuniões trimestrais com os pacientes. Verificamos os valores das glicemias capilares e oferecemos um café da manhã adequado, seguido de uma conversa com o médico e o enfermeiro de plantão. Nesse momento, o médico atualiza as receitas dos pacientes controlados e aqueles que ainda não controlaram a doença passam por uma consulta”, conta Maria Cecília de Matos Grossi, enfermeira da Estratégia da Saúde da Família, enfatizando a importância do uso correto dos medicamentos e da adoção de um hábito saudável de vida. E os resultados? “Bastante positivos”, responde Maria Cecília. Segundo ela, houve melhora dos níveis glicêmicos de vários pacientes, que demonstram muita satisfação. “A cada reunião, os pacientes trazem um amigo, vizinho ou familiar que seja portador de diabetes, para que também participe dessa educação em saúde”, conclui.

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Macro Centro Sul | Município: Nazareno

Nazareno em alerta. Dengue não!

Projeto de conscientização reduz focos do mosquito Aeds aegypti no município de Nazareno (MG) Por Francimara Resende Guimarães

Foto: Jovino Cesar Romão, Miguel Dias Batista e Natália Aparecida da Costa

A ordem é: dengue não O município de Nazareno (MG) não é o mesmo desde o dia 30 de março de 2009. Essa foi a data de lançamento da campanha Nazareno em alerta. Dengue não!, que teve o objetivo de incentivar a população a dar um fim aos focos do mosquito Aeds aegypti. Ao que tudo indica, o objetivo foi alcançado. Moradores foram orientados sobre a coleta do lixo e a importância de eliminar o acúmulo de água, de manter a limpeza dos quintais e terrenos e de vedar caixas d’águas. “Com esse projeto, conseguimos sensibilizar toda a população, inclusive crianças, que hoje estão participando ao lado dos Agentes de Saúde e Endemias no monitoramento das ruas”, conta Francimara Resende Guimarães, Secretária Municipal de Saúde. Ela explica que a mobilização do público infantojuvenil é fundamental para o sucesso da campanha. Várias palestras foram realizadas nas escolas, no Centro de Referência Assistencial Social (CRAS) e na Câmara Municipal. Outras medidas tomadas foram a pintura de frases de efeito em muros, a afixação de faixas em pontos estratégicos da cidade e a distribuição de panfletos. Ainda, um jingle contra a dengue foi produzido, gincanas, coletas seletivas e vedações de caixas d’água foram promovidas e passeatas foram realizadas. Foram também criados um comitê para fiscalizar e orientar as ações

e um exército mirim para combater o mosquito transmissor. Sementes foram entregues aos moradores que possuem terrenos baldios bem cuidados. Todo esse trabalho, segundo Francimara, rendeu bons frutos: “Os cuidados básicos para evitar o lixo e a água parada, aliados à educação e à conscientização de toda a população, nos renderam excelentes resultados em relação aos anos anteriores. Conseguimos diminuir bastante o número de focos”.

17 Experiências Exitosas na Gestão do SUS


Macro Centro Sul | Municípios pertencentes ao Cisver

Programa Bem Viver - atenção à saúde mental Programa traz série de ações para atendimento psiquiátrico no Campo das Vertentes Por Tânia Maria de Azevedo

Foto: Arquivo COSEMS-MG e SES-MG

Saúde mental em foco

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“Há muito já se sabe que a sociedade exclui e marginaliza o que não pode compreender. Essa marginalização fica mais evidente na questão da loucura. Por isso, desde 1991, formas alternativas de atendimento a pacientes psiquiátricos vêm sendo instauradas, através de portarias e resoluções. A fim de reverter o modelo hospitalocêntrico e asilar, implantaram-se serviços substitutivos que mostram que a reforma psiquiátrica vem se construindo na principal diretriz da Coordenação de Saúde Mental do Ministério da Saúde”. É nesse contexto, explicado por Tânia Maria de Azevedo, psicóloga e coordenadora do Programa Bem Viver - atenção à saúde mental, que foi implantado em abril de 2002, a partir de uma parceria entre municípios e o Consórcio Intermunicipal de Saúde das Vertentes (Cisver) com sede em São João delRei (MG). Hoje, o programa cresceu e já atinge os municípios de Barroso, Conceição da Barra de Minas, Coronel Xavier Chaves, Itutinga, Lagoa Dourada, Madre de Deus de Minas, Piedade do Rio Grande, Resende Costa, Santa Cruz de Minas e São Tiago (MG). De acordo com Tânia, nesses oito anos de programa, os responsáveis podem comemorar uma diminuição do número de internações psiquiátricas, uma maior inclusão social e familiar e uma consequente desmistificação da loucura. Foram criados uma equipe de Saúde Mental, com atendimento psiquiátrico e neurológico em cada município

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– em parceria com a Equipe da Saúde da Família (ESF) – e um grupo de estudos formado pelas equipes dos municípios envolvidos. Além disso, houve a capacitação da Linha Guia da Saúde Mental. “Entendemos que esse serviço atende melhor à população, pois propicia o reingresso do paciente na sociedade”, reitera Tânia. Os atendimentos proporcionados pelo programa Bem Viver - atenção à saúde mental são amplos, conforme demonstra Tânia. Acolher o paciente em crise (quadros de urgência), introduzindo-o posteriormente no Serviço de Saúde Mental do município, favorecer a sua inserção social através de atividades comunitárias, bem como possibilitar uma melhor receptividade da população e garantir o fornecimento de medicamentos psicotrópicos também fazem parte da rotina do programa.


Macro Centro Sul | Todos os municípios da Macrorregião Centro Sul

Seminário de Gestão da Clínica nas Redes de Atenção à Saúde na macro Centro Sul Seminário integra gestores e técnicos da Saúde para aplicação de projetos

Por Turma 11 dos Especializandos do Curso de Gestão da Clínica nas Redes de Atenção à Saúde

Foto: Arquivo COSEMS-MG e SES-MG

Para integrar e promover bons resultados O Seminário de Gestão da Clínica nas Redes de Atenção à Saúde na macrorregião Centro Sul, realizado no dia 5 de março de 2010, teve o objetivo de elaborar projetos para a implementação da Rede de Atenção à Saúde. Gestores e técnicos das secretarias municipais e das gerências regionais de Saúde puderam compartilhar experiências e analisar, juntos, o diagnóstico da rede macrorregional Sul. O seminário foi idealizado por alunos do curso de especialização em Gestão da Clínica nas Redes de Atenção à Saúde e foi financiado pelo COSEMS Regional de Barbacena. Participou do evento o Dr. Adahil de Almeida Rollo, diretor de Articulação das Redes de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, que abordou o tema “Redes Regionalizadas”, além de técnicos da GRS e gestores do território macrorregional. Elizabeth Rodrigues Pereira, Presidente do COSEMS Regional de Barbacena (MG) e Gestora do Município de Antônio Carlos (MG), explica que esses projetos visam à promoção da integração dos municípios, para que possam desempenhar com autonomia e responsabilidade a gestão do Sistema Único de Saúde (SUS). “Além disso, eles contribuem com a construção de uma política de educação permanente na região, concretizando ações que garantam mais eficácia na rede de Atenção Primária em Saúde, o que vai ao encontro da política estadual de Urgência e Emergência no território”, observa Elizabeth. Como produto final do seminário ficou definido que o projeto

aplicativo a ser desenvolvido na macrorregião Centro Sul deverá permear a educação permanente como foco principal do processo de mudança, tendo como eixos as seguintes situações: a atenção primária e sua inserção na rede de urgência e emergência, a capacidade de autonomia dos municípios na condução das políticas de saúde e a qualificação de profissionais da atenção primária em saúde com visão voltada para integralidade da assistência. As Redes de Atenção à Saúde são organizações poliárquicas de serviços de saúde, vinculadas entre si por uma missão única e uma ação cooperativa e interdependente.

19 Experiências Exitosas na Gestão do SUS


Macro Centro Sul | Municípios do Cisver

Sistema de transporte em saúde coleta de resíduos de serviços de saúde

Projeto reforça a importância de armazenar, transportar e incinerar resíduos de 16 municípios Por Jânio Dimas Silva Por Wesley Pereira, Bianca de Cássia Cunha, Soraia Aparecida Cardoso, Sandra Cecília Jorge, Lilian Elaine de Almeida, Natalia Neves

Foto: Arquivo COSEMS-MG e SES-MG

Destino correto para os resíduos de serviços da Saúde Mais de 30 mil quilos de resíduos incinerados. Este é o resultado do sistema de coleta de resíduos de serviços de Saúde do Consórcio Intermunicipal de Saúde das Vertentes (Cisver), com sede em São João del-Rei (MG), implantado em agosto de 2008 em 16 municípios mineiros. Para se ter ideia da importância dessa conquista, já se percebeu uma diminuição considerável de pessoas contaminadas. Além dos ganhos ambientais, houve também uma conscientização dos profissionais acerca da importância de armazenar corretamente, transportar e destinar os resíduos. A coleta dos resíduos é feita de terça a sexta-feira, em cada unidade de saúde dos municípios consorciados. São eles: Barroso, Conceição da Barra de Minas, Coronel Xavier Chaves, Ibituruna, Itutinga, Lagoa Dourada, Madre Deus, Nazareno, Prados, Piedade, Rio Grande, Resende Costa, Ritápolis, Santa Cruz de Minas, São Tiago e Tiradentes (MG). Os resíduos coletados são levados para Ubá, onde é feita a incineração. De acordo com Jânio Dimas Silva, coordenador do projeto, a iniciativa é importante para a padronização das condutas dos municípios, obedecendo à legislação ambiental pertinente e visando as práticas corretas de coleta, armazenagem, transporte e destinação dos resíduos da Saúde. “Para desenvolver esse trabalho, lidamos com toda a cadeia da destinação de resíduos de serviços de saúde, desde o desenho das rotas de transporte até a capacitação dos motoristas e dos responsáveis técnicos das unidades de cada município, passando pelas oficinas trimestrais de reciclagem dos profissionais envolvidos”, detalha Jânio.

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Macro Centro Sul | Município: Congonhas

Volei cidadão - promovendo saúde através do esporte Projeto que prevê aulas de vôlei para jovens em Congonhas (MG) traz resultados positivos para a comunidade Por Wesley R. Pereira, Bianca de Cássia C. Cunha, Soraira Aparecida Cardoso, Sandra Cecília J. Machado, Natália C. Neves

Foto: Arquivo COSEMS-MG e SES-MG

Saúde com a bola toda em Congonhas Que o esporte é um dos maiores aliados da saúde, todos sabem. Mas em Congonhas (MG), essa máxima não fica só no papel ou na boca do povo. Desde novembro de 2009, o projeto Vôlei Cidadão: promovendo saúde através do esporte vem conquistando excelentes resultados, principalmente com o público com idades entre 10 e 18 anos. Pelo menos é o que afirma a farmacêutica Bianca de Cássia Coelho Cunha. “Atualmente, temos cerca de 120 crianças participando do projeto. Todos são moradores dos bairros Alvorada, Pedreira, Novo Rosário, Rosário, Santa Mônica e Tancredo Neves e recebem atendimento nas Unidades de Atendimento Primário à Saúde (UAPS) Alvorada e Ideal. As aulas de vôlei são realizadas por voluntários nos finais de semana”, relata Bianca. Até hoje, foram formadas quatro turmas, cada uma com 30 alunos. De acordo com Bianca, o projeto vem reduzindo consideravelmente a evasão escolar e proporcionando maior integração e inserção social nas comunidades envolvidas. Outro ponto positivo do esporte na vida das crianças é a distância das drogas. “Todo o projeto gira em torno da qualidade de vida e da redução da vulnerabilidade aos riscos à saúde. Conseguimos trabalhar com os jovens valores como a ética e a cidadania, ampliando a autonomia e a responsabilidade de cada um na sociedade. Outro ganho é a

minimização das desigualdades raciais, sociais, regionais, de sexo e até mesmo de orientação sexual”, completa Bianca. Bola para o alto As aulas do projeto Vôlei Cidadão: promovendo saúde através do esporte duram três horas em cada turno. Além do esporte, outras atividades relacionadas à saúde e ao bemestar social estão envolvidas. Para isso, vários profissionais participam do projeto multidisciplinar, como médicos, psicólogos, enfermeiros, dentistas, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutas, que trabalham junto a nutricionistas, farmacêuticos e assistentes sociais nas unidades de saúde. “O esporte pode ser considerado uma ‘válvula de segurança’, pois permite compensar as desigualdades pela esperança da ascensão social”, conclui Bianca. Também são co-autores do projeto Wesley Rodrigues Pereira, Soraia Aparecida Cardoso, Sandra Cecília Jorge Machado e Natália Campos Neves.

21 Experiências Exitosas na Gestão do SUS


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Foto: Gustavo Coura Guimar達es

Macro Leste


Macro Leste | Município: Iapu

Programa Gente Inocente Saudável

Projeto focado em crianças de zero a três anos elimina anemia e desnutrição em Iapu (MG) Por Herick Campos Ferreira e Márcio de Almeida Silva

Foto: Arquivo COSEMS-MG e SES-MG

Saúde desde o início da vida O programa Gente Inocente Saudável, iniciado em fevereiro de 2009, é um trabalho desenvolvido pela Secretaria Municipal de Saúde de Iapu (MG), em parceria com a Secretaria Municipal de Educação. É destinado às crianças de zero a três anos atendidas no Maternal Municipal Gente Inocente. A sua justificativa é o grande número de crianças desnutridas, com graves problemas médicos e a pequena oferta de consultas pediátricas no município. Porém, essa realidade mudou em Iapu. Desde a criação do programa, a anemia e a desnutrição na faixa etária focada foram exterminadas, e as internações de crianças no Maternal diminuíram consideravelmente. “Segundo relatam os professores do Maternal, eles se sentem mais confiantes com os treinamentos realizados pelos profissionais da saúde”, explica Herick Campos Ferreira, farmacêutico e Secretário Municipal de Saúde. O programa, em síntese, consiste em um conjunto de ações preventivas realizadas por uma equipe diversificada de profissionais da Saúde: dois pediatras, uma enfermeira, um fonoaudiólogo, um psicólogo, um preparador físico e um farmacêutico. Todos os atendimentos são realizados semanalmente na sede do Maternal e as crianças não precisam agendar antes. “O objetivo do programa Gente Inocente Saudável é prevenir e tratar as principais doenças que podem acometer as crianças. Vale ressaltar que cerca de 90% das crianças atendidas no Maternal são filhos de pais que trabalham durante o dia e que, na maioria das vezes, não têm tempo e dinheiro para levar

seus filhos a um médico especializado, como um pediatra”, analisa Márcio de Almeida Silva, prefeito de Iapu. O programa na prática Semanalmente, pediatras, fonoaudiólogos e dentistas fazem uma avaliação clínica das crianças por meio da puericultura, que permite detectar precocemente distúrbios de crescimento, nutrição e desenvolvimento neuropsicomotor. “A detecção precoce dos distúrbios é essencial para o tratamento, pois quanto mais cedo se iniciarem as medidas adequadas, menos sequelas haverá e melhor será o prognóstico do quadro clínico. Várias doenças graves, como a anemia ferropriva, o raquitismo, as verminoses, as deficiências vitamínicas e os erros nutricionais apresentamse com sintomas pouco preocupantes para os pais. Porém, com as avaliações periódicas, elas podem ser detectadas e tratadas pelo pediatra antes que cheguem a causar danos irreversíveis”, explica Herick Ferreira. Vale ressaltar que todos os medicamentos prescritos são distribuídos gratuitamente pela Secretaria Municipal de Saúde.

É a ciência médica que se dedica ao estudo dos cuidados com o ser humano em desenvolvimento, mais especificamente, o desenvolvimento infantil.

23 Experiências Exitosas na Gestão do SUS


Macro Leste | Município: Coronel Fabriciano

Viva mulher trabalhadora - um toque de saúde Projeto prevê atendimento exclusivo para mulheres trabalhadoras de Coronel Fabriciano (MG) Por Fernanda Gama, Patrícia Guedes e Rubens Castro

Foto: Gustavo Coura Guimarães

Saúde para trabalhar com dignidade Todo dia é assim. Maria acorda às 6h e às 7h já está trabalhando. Deixa o trabalho às 17h e só chega em casa às 18h. Se precisar fazer um exame médico, tem de faltar ao trabalho e se justificar, pois seus horários não batem com o funcionamento da unidade de saúde. Maria é uma personagem fictícia, mas esta é a realidade de muitas trabalhadoras do país, exceto das que trabalham e moram em Coronel Fabriciano (MG). Desde 2006, a Prefeitura Municipal de Coronel Fabriciano implantou o programa Viva mulher trabalhadora – um toque de saúde, por meio da Secretaria Municipal de Saúde. O programa oferece os exames clínicos das mamas e cérvico-uterino, e é destinado exclusivamente às mulheres trabalhadoras do município. De acordo com Fernanda Gama, gerente de Atenção a Saúde, muitas vezes as mulheres trabalhadoras ficam impossibilitadas de acessar os serviços de saúde pública por incompatibilidade de horários, o que ocasiona uma vulnerabilidade na prevenção de doenças. “O programa funciona das 19h às 21h, na segunda quartafeira do mês, em uma das oito Unidades Básicas de Saúde (UBS). O atendimento é preferencial para as mulheres que saem para trabalhar quando a UBS inicia suas atividades e só voltam quando o serviço já se encerrou”, observa Patrícia Guedes, gerente de Atenção Especializada.

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No ano de 2006, o programa esteve ativo de fevereiro a novembro, em oito UBSs. Em 2007, foi reestruturado para se desenvolver mensalmente, no período de janeiro a dezembro. “Foram ofertados 768 exames, o que possibilitou a prevenção de doenças e a promoção da saúde da mulher, indo de encontro ao que é preconizado pelas políticas públicas de saúde”, analisa Rubens Castro, Secretário Municipal de Saúde. Essa meta foi mantida nos anos seguintes. “Pretendemos aumentar ainda mais a cobertura dos exames preventivos de câncer de útero e de mama nas mulheres trabalhadoras do município, possibilitando a detecção do câncer em estágios iniciais, seu tratamento e a reabilitação da paciente. Assim, contribuiremos para reduzir a morbimortalidade e as consequências físicas, psíquicas e sociais do câncer na mulher”, conclui Fernanda Gama.


Foto: Pref M. MANHUMIRIM

Foto: Roberto Júnior de Souza

Foto: Pref M. MANHUMIRIM

Foto: Roberto Júnior de Souza

Foto: Roberto Júnior de Souza

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Macro Leste do Sul


Macro Leste do Sul | Município: Cajuri

Agenda da equipe de APS de Cajuri (MG) Agenda semanal de trabalho organiza atendimento das ESFs em Cajuri (MG)

Por Evaldo Sales Machado Borges, Maraisa de Almeida Toledo e Daniela Souzalima Campos

Tudo na ponta do lápis O município de Cajuri, situado na Zona da Mata de Minas Gerais, possui uma população de aproximadamente 4,6 mil habitantes. O Sistema Único de Saúde (SUS) atende 99% da população. Fazendo as contas, chegamos a uma relação de 424 habitantes por Agente Comunitário de Saúde (ACS). Para organizar o atendimento de saúde de forma bem distribuída, foi necessário criar uma agenda semanal de trabalho para cada Equipe de Saúde da Família (ESF). A agenda existe desde 2008. Foi detectado em uma pesquisa que doenças crônicas não-transmissíveis como hipertensão arterial, dislipidemias, diabetes mellitus e obesidade são predominantes na região. “A elaboração da agenda semanal pelas ESFs é de suma importância para o desenvolvimento do trabalho de toda a Atenção Primária à Saúde (APS) no município, proporcionando a acessibilidade de toda população, urbana e rural”, afirma Daniela Souzalima Campos, Secretária Municipal de Saúde. De acordo com ela, o fato de cada EFS possuir um automóvel é um dos pontos fortes que permitem o cumprimento da agenda. Como perspectiva, a APS em Cajuri espera alcançar um atendimento integral a idosos e adolescentes. A adesão à Estratégia de Saúde da Família ocorreu há 11 anos em Cajuri, resultando em 100% de cobertura. Há uma Unidade de Atenção Primária à Saúde Central na sede do município e duas unidades de apoio na zona rural (Paraguai e Capivara dos Gomes).

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Macro Leste do Sul | Município: Manhumirim

Feira Odontológica / Sorriso Saúde

Feiras odontológicas fazem de Manhumirim (MG) um exemplo em saúde bucal Por Marta Aparecida da Silva Heringer

Foto: Prefeitura Municipal de Manhumirim

Sorriso saudável, cidade exemplar Manhumirim (MG) se tornou um exemplo de consciência sobre a importância dos cuidados com a saúde bucal. Desde 1991, a cidade tem organizado melhor o atendimento nessa área e trabalhado para incluir mais ações no conjunto de atividades desenvolvidas pela Equipe de Saúde Bucal (ESB). Em 2007, foi realizada a I Feira Odontológica, aprovada pelo Secretário de Saúde, Geraldo César Bastos Destro. Devido ao sucesso da primeira edição, o município realizou, em 2008, a II Feira Odontológica e ainda lançou o concurso Sorriso Saúde. No plano das ações, pretende-se envolver todas as escolas e incentivar a participação mais ativa de crianças por meio do Sorriso Saúde. Além disso, o conjunto de ações contém a divulgação da prevenção do câncer bucal e da doença periodontal, dos cuidados com gestantes e bebês, a apresentação de métodos preventivos, como o flúor e o selante, e o estímulo ao desenvolvimento de bons hábitos alimentares. “O objetivo das ações é divulgar, de forma descontraída, noções básicas sobre saúde bucal, para que a população tenha informação e consciência dos cuidados certos a serem tomados”, comenta Marta Aparecida da Silva Heringer, coordenadora odontológica.

Fique por dentro Realizada no segundo semestre de 2007, a I Feira Odontológica contou com palestras, teatro, um ‘escovódromo’ e tendas sobre temas pertinentes, como instruções sobre prevenção e cuidados com a saúde da boca. O evento contou com a presença expressiva de alunos das escolas da cidade e de representantes da Equipe de Saúde Bucal (ESB). Já na II Feira Odontológica, realizada em 2008, a comissão organizadora incluiu novos temas, como alimentação saudável e hábitos nocivos. De acordo com Marta, o concurso Sorriso Saúde fez bastante sucesso nessa edição. “Vários jovens de colégios de Manhumirim participaram, a partir dos exames realizados por cirurgiões dentistas da ESB”, conta. Educar prevenindo, prevenir educando “Esse conjunto de ações promoveu mudanças comportamentais, fazendo com que a Odontologia deixasse de ser vista como uma área apenas curativa. Um dos focos de atuação foram os pais, instruídos sobre a importância de educarem e prevenirem seus filhos sobre os cuidados com a saúde bucal”, conclui Marta.

27 Experiências Exitosas na Gestão do SUS


Macro Leste do Sul | Município: Paula Cândido

Secretaria Municipal de Saúde e escolas no combate à dengue Estudantes de Paula Cândido (MG) se tornam agentes contra o Aedes Aegypit

Por Luciana das Graças H. Barbosa, Alessandra Pires de Miranda Mesquita, Márcia Helena de Oliveira

Foto: Daniela Mônica da Silva

Todos contra a dengue Anualmente, a Secretaria Municipal de Saúde do município de Paula Cândido (MG) promove diversos eventos para a prevenção e o combate à dengue, como palestras e passeatas, envolvendo escolas públicas. Neste ano, foi realizado um evento cujo objetivo era a conscientização de alunos, de forma que se tornassem multiplicadores e levassem as informações para dentro de casa. No dia 12 de março, foi realizada uma ação nas escolas Estadual Professor Samuel João de Deus e Municipal Coronel Antônio Faustino Duarte, com o propósito de conscientizar sobre a dengue e incentivar a escrita e a criatividade. O concurso de redação e desenho conseguiu motivar alunos e professores, que participaram também de uma gincana, na qual deveriam recolher o maior número possível de latas, litros descartáveis e plásticos nos quintais. Além das duas instituições de ensino, a Escola Estadual Geraldo Lopes de Carvalho sediou uma palestra sobre combate à dengue. “Hoje, podemos colher os frutos desse trabalho, pois não há ocorrência da doença em Paula Cândido. Isso se deve ao esforço e desempenho da Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com a população”, Luciana das Graças Barbosa, coordenadora do Programa Saúde da Família.

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E os prêmios para os melhores trabalhos? “Os autores dos melhores desenhos e redações ganharam um kit com material escolar, para incentivar a educação como forma de combate e prevenção à dengue”, responde Luciana. Segundo ela, os eventos também tiveram ótima repercussão fora da sala de aula. “Os alunos estão mais conscientes e agora levam a seus familiares os conhecimentos obtidos na escola. Ao recolherem latinhas, litros descartáveis e plásticos nos quintais, eles assimilaram a importância de se eliminarem os focos criadores do mosquito Aedes aegypti”, finaliza.


Macro Leste do Sul | Município: Luisburgo

Semana da Mulher: mulher inteligente cuida da saúde Evento realizado em março traz à tona a saúde feminina em Luisburgo (MG) Por Maristelma Aparecida Souza Giviziez, Roberto Junior de Souza e Thiara Guimarães

Foto: Arquivo COSEMS-MG e SES-MG

Saúde da mulher em foco Entre os dias 8 e 13 de março, foi realizada, em Luisburgo (MG), a Semana da Mulher, cujos objetivos eram discutir questões de saúde e bem-estar do público feminino e promover uma mudança no comportamento das mulheres do município. O evento orientou sobre doenças, cuidados individuais, melhoria da qualidade de vida, importância da auto estima e outros fatores que se relacionam com doenças físicas e psíquicas nas mulheres. Durante os seis dias, vários profissionais da saúde ficaram encarregados de passar informações e realizar procedimentos e palestras. A ideia era informar as mulheres sobre a constante busca por uma saúde melhor. Com uma abordagem holística, foram discutidos assuntos diversos como o câncer de mama e de colo do útero, a diabetes, a hipertensão arterial, o autocuidado e a qualidade de vida. Com relação à higiene bucal, as participantes receberam orientações sobre como cuidar dos dentes e houve também aplicação de flúor. Os profissionais também trataram de outras questões do cotidiano feminino, como os afazeres domésticos, as atribuições maternas, o casamento e o mercado de trabalho, “uma combinação de atividades que nem sempre permite à mulher ter tempo para cuidados individuais, como os com a sua saúde”, analisa Thiara Guimarães, enfermeira. “Devido ao acúmulo de funções, muitas mulheres entram em depressão, sofrem de estresse e acabam deixando de cuidar de si próprias”, observa. Na abertura da Semana, foi proferida a palestra Câncer de colo de útero e mama pela enfermeira Cláudia Auxiliadora

Pereira. No dia seguinte, a nutricionista Karina Cerqueira de Carvalho abordou a importância da alimentação e as suas implicações na qualidade de vida. No dia 10 de março, a psicóloga Cecília Emerick Breder discutiu sobre saúde emocional. Nos dois dias seguintes, Thiara Guimarães discorreu sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), diabetes e hipertensão. Por fim, houve uma mobilização em frente ao Posto de Saúde, com palestras, oficinas, dinâmicas, sorteios e distribuição de informativos. Foram realizados exames preventivos e de glicose capilar, eletrocardiogramas e até limpeza de pele. Palavra de quem entende De acordo com o Secretário Municipal de Saúde Roberto Pacheco, a principal meta da Semana – ressaltar a importância da saúde da mulher – foi atingida. “Conseguimos incentivar uma mudança de comportamento em nossas mulheres por meio da sua valorização, o que as levou a compreender a necessidade de se cuidar. No último dia de atividades, confirmando o sucesso de nossa iniciativa, houve um comparecimento expressivo”, comemora. “Ficou claro o quão carentes de informação as mulheres se encontravam. O mais importante é ter claro em mente que não há prevenção sem educação”, conclui Roberto.

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Foto: Arquivo COSEMS-MG e SES-MG

Foto: Lidane Geralda Costa Martins

Foto: Lidane Geralda Costa Martins

Foto: Lidane Geralda Costa Martins

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Macro Nordeste


Macro Nordeste | Município: Ladainha

Desenvolvimento Sustentável: uma opção de saúde Projeto prevê reinserção social e autoconfiança para mulheres por meio de artesanato Maxakali Por Lidiane Geralda Costa Martins

Foto: Márcio Maxakali

Recuperando a autoestima e a vontade de viver Dentre os dias 3 e 31 de março deste ano, 40 mulheres das comunidades rurais de Ladainha (MG), com idade entre 16 e 56 anos, foram inseridas no projeto de Promoção da Saúde por meio do Desenvolvimento Sustentável – Inserindo minorias através da integração de culturas. Todas elas tinham algo em comum: apresentavam alguma queixa emocional, ou seja, sentiam-se sozinhas, isoladas socialmente, depressivas, nervosas ou estressadas. Lidiane Geralda Costa Martins, psicóloga, explica que o projeto consistiu em uma estratégia terapêutica interdisciplinar, coordenada por uma psicóloga, cinco índias Maxakali (instrutoras de artesanato), uma nutricionista e uma profissional de Educação Física. “As oficinas aconteciam duas vezes por semana. As atividades principais eram o artesanato indígena, a cozinha sertaneja e as práticas terapêuticas e corporais. Todas as mulheres passaram ainda por avaliação médica e odontológica e fizeram exames ginecológicos e laboratoriais de rotina”, conta Lidiane. O resultado da experiência foi considerado positivo

pela responsável pelo projeto. “Através desse trabalho, percebemos que as mulheres passaram a se sentir mais úteis e valorizadas. O contexto inicial, de baixa autoestima e falta de oportunidades, deu lugar a novas descobertas, levandoas a compreender que podem mudar significativamente a realidade em que vivem”, comemora Lidiane. De acordo com ela, por meio do artesanato, as participantes puderam se reconhecer como pessoas capazes de resolver seus próprios problemas. “Possibilitamos o espaço para as mulheres exercerem a cidadania. A instituição de mecanismos de renda sustentável, como o artesanato, promove melhores condições sociais e de saúde às comunidades e às famílias carentes em que se inserem as participantes”, completa.

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Macro Nordeste | Município: Ladainha

Projeto de promoção de saúde por meio da atividade física - SUS Ação Secretaria Municipal de Saúde de Ladainha (MG), insatisfeita com o ócio da população, elaborou ações de prática corporal Por Junia Valeria Santos e Romulo Batista Gusmão

Foto: Arquivo COSEMS-MG e SES-MG

Colocando a turma para malhar A prática de exercício físico previne doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, osteoporose, obesidade e vários outros problemas de saúde. Atenta a esses benefícios e ciente que tal prática não é frequente em Ladainha (MG), a Secretaria Municipal de Saúde do município resolveu arregaçar as mangas e virar a mesa. Por isso, junho de 2009, lançou o projeto de Promoção de saúde por meio da atividade física - SUS Ação, com o qual espera ampliar o número de usuários praticantes de atividade física e de unidades com modalidades de prática corporal. Assim, pretende aumentar a qualidade de vida dos usuários e, consequentemente, diminuir a incidência de consultas médicas decorrentes de condições álgicas (relativas à dor) e emocionais. Aulas de ginástica localizada e aeróbica (jump, step e dança), entre outras modalidades, estão sendo ministradas em uma quadra poliesportiva. Desde o início do projeto, foram formadas cinco turmas, que permanecem praticando exercícios físicos três vezes por semana. A ideia agora é melhorar a qualidade das aulas, adquirindo novos materiais e incluindo outras modalidades, como a Lian Gong. “Além disso, pretendemos ampliar o SUS Ação para a zona rural. Para isso, contrataremos novos profissionais”, adianta Rômulo Batista Gusmão, Gestor Municipal de Saúde. O projeto está sendo monitorado diretamente por um

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profissional de Educação Física e conta também com o suporte de um profissional de Nutrição do Núcleo de Apoio à Saúde Familiar (NASF). Todos os participantes – são cinco turmas com 20 alunos cada – foram avaliados pelo método Perfil de Saúde de Nottingan (PSN), que verifica quesitos como nível de energia, habilidade física, reações emocionais, dor, sono e interação social. “Com o desenvolvimento do projeto, notou-se uma melhora na qualidade de vida dos usuários envolvidos. O questionário PSN foi aplicado inicialmente em 110 mulheres. Após três meses de intervenção, as participantes foram novamente avaliadas e mudanças positivas foram percebidas em todos os itens abordados. Dentre esses itens, percebeu-se uma ênfase no domínio da reação emocional, o que demonstra a importância do projeto não somente enquanto prática corporal, mas também enquanto uma abordagem em saúde mental”, explica Júnia Valéria Santos, profissional de Educação Física. Lian Gong é um dos primeiros sistemas de prática corporal oriental, que integra a tradição milenar das artes corporais chinesas aos modernos conhecimentos da medicina ocidental.


Foto: Joaquim Amaral

Foto: Marcella Zebral e Elizabeth Soares

Foto: Marcella Zebral e Elizabeth Soares

Foto: Marcella Zebral e Elizabeth Soares

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Macro Noroeste


Macro Noroeste | Município: Patos de Minas

Projeto Nuclear

Projeto leva momentos de descontração para pacientes acamados em Patos de Minas (MG) Por Marema de Deus Patricio

Foto: Joaquim Amaral

Quem canta seus males espanta Criado em maio de 2009, o projeto Nuclear, desenvolvido em Patos de Minas (MG), apresenta uma forma alternativa de tratar pacientes acamados. Indo além do atendimento médico, a ideia é extrapolar para a descontração, o bom humor e a animação. Os ingredientes dessa receita são muita música e alegria. O que se espera é o combate à depressão, além do fomento à educação em saúde e à prática de exercícios físicos. Para Marema de Deus Patrício, Secretária Municipal de Saúde, o projeto é importante também para atender pacientes que não têm como se deslocar até as Unidades de Atenção Primária à Saúde (UAPS). “A experiência do Projeto Nuclear é muito enriquecedora e está sendo uma atividade fascinante para a Equipe de Saúde e para a população”, diz Marema, reiterando a importância do projeto para a reinserção dos pacientes na sociedade. Alegria bate à porta As reuniões acontecem uma vez por mês no domicílio de um paciente em recuperação, escolhido em reunião da Equipe

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de Saúde da Família (ESF) Girassol. Outros pacientes que conseguem se locomover em automóveis são convidados. Participam da reunião os Agentes Comunitários da Saúde, membros da ESF, profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família, vizinhos, amigos e familiares convidados pelas famílias envolvidas. “Vai também um violeiro da comunidade”, observa Marema. A Equipe de Saúde da Família Girassol, da Unidade de Atenção Primaria à Saúde (UAPS), atende uma população de mais de 3,7 mil pessoas, residentes nos bairros de Vila Garcia, Nova Floresta, Jardim Floresta e Aurélio Caixeta. A equipe, composta por um médico, uma enfermeira, um auxiliar de enfermagem e sete agentes comunitários de saúde, tem apoio do Núcleo de Apoio à Saúde Familiar (NASF).


Macro Noroeste | Município: Lagoa Formosa

Semana da Mulher

Semana da Mulher de Lagoa Formosa (MG) aumenta procura por exames Por Marcella Furtado de Souza Moreira e Andreia

Foto: Marcella F. de Souza M. Zebral e Elizabeth C. de Melo Soaes

Sete dias só para elas A semana de 8 a 13 de março em Lagoa Formosa (MG) foi dedicada às mulheres. Nesses dias, foram realizadas reuniões, palestras, atividades físicas, oficinas terapêuticas, exposições e até bingo. Houve participação de cerca de mil mulheres nas três Unidades Básicas de Saúde do município. De acordo com a coordenadora da Atenção Primária à Saúde Marcella Furtado de Souza Moreira, conseguiu-se proporcionar uma maior sintonia entre as Equipes de Saúde da Família e a comunidade. “Notamos um aumento na procura por exames preventivos citopatológicos, cérvico-vaginais e por informações sobre o autoexame das mamas. Houve interesse pelas atividades físicas do Programa de Saúde da Família (PSF) e percebermos também uma maior adesão aos grupos de promoção à saúde, como o das hipertensas e diabéticas”, orgulha-se Marcella. De acordo com ela, a Semana da Mulher apresentou resultados que vão além da saúde física dos pacientes. “Listamos também, como ganhos mais gerais, a inclusão social e o resgate das relações interpessoais na comunidade”, conclui.

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Foto: Flรกvia Costa Oliveira Magalhรฃes

Foto: Wharley Marques e Marcus Felipe

Foto: Aline Pereira da Silva

Foto: Arquivo VISA

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Macro Norte de Minas


Macro Norte de Minas | Município: Verdelândia

Agentes em ação em Verdelândia

Ciclo de palestras e reuniões aproximam Agentes Comunitários de Saúde e comunidade de Verdelândia (MG) Por Equipe Técnica da Secretaria Municipal de Saúde

Foto: Aline Pereira da Silva

A solução está na vizinhança A Secretaria Municipal de Saúde de Verdelândia (MG) elaborou o projeto Agentes em ação, que incentiva uma proximidade ainda maior dos pacientes, já que os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) moram nos bairros em que trabalham. Palestras e reuniões mensais são realizadas com a supervisão do enfermeiro do Programa de Saúde da Família e de profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde. Nos encontros, são distribuídos panfletos e fôlderes, há aferição de pressão arterial dos participantes e até apresentações de teatro incrementam as atividades. “Os Agentes Comunitários de Saúde ACS residem na própria comunidade em que trabalham, por isso têm fácil acesso às famílias. Os ganhos em estreitar esses laços estão na identificação rápida de problemas e na reunião de informações sobre as comunidades”, explica o Secretário Municipal de Saúde Aylsson Macena Queiroz. Com o Agentes em Ação, a Secretaria Municipal de Saúde tornou mais rápida a identificação de problemas na comunidade e, consequentemente, mais rápida a sua solução. “Os agentes Comunitários de Saúde se posicionam como líderes da comunidade onde vivem, tornando-se referência no que refere a questões da saúde”, conclui Aylsson.

37 Experiências Exitosas na Gestão do SUS


Macro Norte de Minas | Município: Lassance

Centenário da descoberta da doença de Chagas sob olhar lúdico e científico Projeto difunde um dos grandes feitos da Medicina

Por Flávia Costa Oliveira Magalhães, Adriano Aguiar Sanguinette e Alexandre Queiroga

Saúde da Família. “O cientista Carlos Chagas ganhou também uma homenagem por sua maior descoberta”, pontua. Segundo Flávia, para iniciar as comemorações do centenário da descoberta da doença de Chagas, foram produzidos vários ‘Chaguinhas’. Após a aprovação do modelo oficial do mascote pela Prefeitura Municipal de Lassance e pela Secretaria Municipal de Saúde e pelo Departamento de Epidemiologia foi confeccionado um boneco inflável de 4 x 2 metros. O boneco foi lançado no Congresso Brasileiro do Centenário da Descoberta da Doença de Chagas, em julho de 2009, no Rio de Janeiro. O ‘Chaguinha’, personagem principal do evento científico, deu, então, início a sua corrida pelo mundo, participando de eventos nacionais e internacionais. “Hoje o nosso querido ‘Chaguinha’ é convidado para eventos escolares, da saúde e palestras sobre epidemiologia e outros assuntos. Sua popularidade é grande, especialmente entre as crianças”, comenta Flávia.

Foto: Flávia Costa Oliveira Magalhães

Centenário da descoberta da doença de Chagas é comemorado em Lassance Em 1909, Carlos Chagas, pesquisador do Instituto Osvaldo Cruz, descobriu uma doença infecciosa que acometia operários do interior de Minas Gerais. Sua causa era o protozoário Tripanosoma cruzi, e o mal ficou conhecido como doença de Chagas, em homenagem a quem a descreveu pela primeira vez. Passados cem anos, a Secretaria Municipal de Saúde de Lassance (MG) trouxe a história à tona. Foi desenvolvido um mascote de Carlos Chagas, o ‘Chaguinha’, e informações sobre a doença foram disseminadas, de forma lúdica e divertida, para crianças e adultos. “O objetivo do trabalho foi trazer ao conhecimento de todos, especialmente das crianças, o personagem principal da descoberta de uma doença centenária ainda negligenciada na saúde pública. Com isso, conseguimos contextualizar a doença de Chagas no ambiente escolar, informando a população sobre seus principais aspectos [prevenção, sintomas, tratamentos, ciclos da doença, manifestações]”, detalha Flávia Costa Oliveira Magalhães, médica do Programa

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Um pouco mais de história Em 1906, Carlos Chagas ingressou no Instituo Oswaldo Cruz, onde trabalhou pelo resto de sua vida. Em 1907, com a construção da Estrada de Ferro Central do Brasil, no trecho que ligava os municípios de Curvelo a Pirapora (MG), Chagas foi a Lassance com o intuito de combater um surto de malária nos trabalhadores da Estrada de Ferro. Chegando lá, sua atenção foi despertada para um inseto que se proliferava em grande quantidade nas casas de pau-a-pique da região. À noite, o inseto se alimentava do sangue dos moradores, geralmente picando na face. Daí o apelido Barbeiro. Ao examinar o inseto, o cientista notou algo diferente em uma das espécies. Tratava-se do Trypanosoma cruzi, um protozoário batizado assim como uma homenagem a Oswaldo Cruz. Chagas descobriu a presença do parasita no sangue de animais domésticos e notou alterações patológicas inexplicáveis nos habitantes. Em 14 de fevereiro de 1909, ele descobriu o protozoário no sangue humano, em uma criança de apenas dois anos de idade, chamada Berenice, já na fase aguda da doença. Foi um feito marcante na história da Medicina: Carlos Chagas descobriu o parasita Trypanosoma cruzi e seu ciclo evolutivo, o vetor barbeiro e seus hábitos, o seu reservatório doméstico, que é o gato, e sua moléstia, a doença de Chagas.


Macro Norte de Minas | Município: Pirapora

Organização da cadeia produtiva da carne no município de Pirapora (MG) Parceria entre Vigilância Sanitária, Ministério Público, IMA e Associação dos Açougueiros legaliza processo produtivo e comercial de carnes

Por Mário Cristiano Joaquim da Cunha

Foto: Aparício Mansur

Foto: Arquivo VISA

Comércio da carne é regularizado em Pirapora A fim de reduzir a venda de carnes expostas em açougues e feiras livres, além de melhorar a infraestrutura dos estabelecimentos, seus maquinários e utensílios, iniciou-se, em 5 de março de 2007 em Pirapora (MG), uma parceria entre a Vigilância Sanitária, o Ministério Público, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e a Associação dos Açougueiros. O intuito foi a regulamentação da cadeia produtiva da carne. Como resultado da ação, houve uma sensibilização de vendedores e consumidores para o alto risco de doenças que se originam no consumo de carne mal armazenada, ou manuseada inadequadamente. “A regulação da cadeia produtiva da carne era uma tarefa difícil em Pirapora, pois já se vendia o produto em desacordo com as normas sanitárias e os açougueiros não eram flexíveis às mudanças”, contextualiza Mário Cristiano Joaquim da Cunha, chefe da divisão de Vigilância Sanitária. Porém, em 30 de julho de 2007, todas as instituições da parceria e os vendedores de produtos cárneos se reuniram no salão do Júri do Fórum da cidade para discutir a regularização da origem, do transporte e do comércio dos referidos produtos. Na reunião, todos os açougueiros se comprometeram, através do Termo de Ajuste de Conduta (TAC), a adequar-se às legislações pertinentes. “Desde então, já comemoramos a construção de um matadouro com capacidade de abate de 200 animais por dia e de um galpão coberto com 12 boxes – uma estrutura adequada para a comercialização dos produtos. Nesse mesmo local funcionava antes uma feira que vendia carnes expostas”, conclui Mário Cristiano.

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Macro Norte de Minas | Município: Verdelândia

Verdelândia unida contra o câncer do colo do útero

Profissionais da Saúde de Verdelândia (MG) avaliam a situação das mulheres com relação ao exame Papanicolau Por Equipe Técnica da Secretaria Municipal de Saúde

Foto: Aline Pereira da Silva

Com o controle nas mãos

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A faixa etária prioritária para a detecção precoce do câncer do colo do útero é dos 35 aos 49 anos de idade, período que corresponde ao pico de incidência das lesões precursoras e antecede o pico de mortalidade pelo câncer. O município de Verdelândia (MG) possui uma população de cerca de 1,2 mil mulheres na faixa etária dos 25 aos 59 anos. Desde 2008, a Secretaria Municipal de Saúde vem realizando eventos comemorativos à saúde da mulher, a fim de incentivar e conscientizar o público sobre a importância do exame citopatológico (Papanicolau), que detecta, de forma precoce, o câncer de colo do útero. Para reforçar a prevenção e o auto-cuidado, foi utilizado o fichário rotativo, instrumento de informação e controle criado pela Gerência Regional de Saúde de Montes Claros (MG), que serve para quantificar as mulheres que estão com a coleta atrasada ou que nunca realizaram tais exames. “Criamos uma ação conjunta entre os enfermeiros, médicos e agentes comunitários de saúde do município. A lista é atualizada pelos enfermeiros anualmente, com o nome e a data de nascimento das mulheres”, explica o Secretário Municipal de Saúde Aylsson Macena Queiroz. Com essa medida, a programação e o agendamento para a realização do Papanicolau fica mais fácil, permitindo o controle anual das pacientes. “Tudo é feito com o intuito de promover a prevenção do câncer de colo de útero. É importante observar

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que temos um convênio com o Centro de Especialidades Viva Vida, para onde são encaminhadas as pacientes que necessitam de um atendimento específico”, comenta Aylsson. Com o instrumento do fichário, a Secretaria Municipal de Saúde conseguiu identificar todas as mulheres de Verdelândia que se encontravam com a coleta atrasada e passou a monitorar as mulheres que não fazem o exame por muito tempo ou que nunca o fizeram. Para ficar por dentro O câncer de colo do útero corresponde, aproximadamente, a 15% de todos os cânceres que ocorrem entre mulheres. Dentre todos os tipos de câncer, é o que apresenta um dos mais altos potenciais de prevenção e cura, que chega próximo a 100% quando diagnosticado precocemente. Cerca de 80% dos casos pode ser tratado em nível ambulatorial.


Macro Norte de Minas | Município: Lassance

Vigilância sindrômica da dengue

Metodologia de vigilância sindrômica é arma forte contra a dengue em Lassance (MG) Por Flávia C. O. Magalhães, Luiz H. Duczmal, Sabino J. Ferreira, Andre Luiz F. Cançado, Anderson R. Duarte, Gladston J. P. Moreira, Denise Burgarelli, Adriano A. Sanguinette

Foto: Arquivo COSEMS-MG e SES-MG

Cortando as asinhas do Aedes Aegypti Entre janeiro de 2009 e março de 2010, a Secretaria Municipal de Saúde de Lassance (MG) instituiu a metodologia de vigilância sindrômica, com dados do Programa de Saúde da Família (PSF), para monitorar diariamente a ocorrência da dengue no município. Assim, é possível acompanhar em tempo real o surgimento de possíveis focos de disseminação da dengue, trabalhar estatisticamente os dados coletados, a fim de conhecer a dinâmica da epidemiologia e estimar parâmetros etiológicos da dengue. Equipes de trabalho do PSF intensificaram as ações de combate e prevenção nos locais em que foi constatada a presença de criadouros e em períodos de chuvas e de altas temperaturas, quando provavelmente ocorre maior proliferação do vetor. “Ao permitir a detecção mais rápida de um surto ou foco da doença, medidas podem ser tomadas na tentativa de conter a sua disseminação e iniciar o tratamento dos infectados tão cedo quanto possível, minimizando a piora do quadro clínico dos pacientes e até salvando vidas”, informa Flávia Costa Oliveira Magalhães, médica do PSF. Várias ferramentas estatísticas foram criadas e requerem vasta quantidade de dados que são coletados diariamente, além de uma estrutura organizada para a sua imediata comunicação. A disponibilidade de informações como topografia, vegetação, umidade, temperatura e estrutura de vizinhança entre moradias fazem grande diferença na velocidade e na qualidade da detecção e inferência de focos de disseminação. Para organizar e sistematizar os dados, foi instituído em Lassance o Centro de Coleta de Dados e Combate à Dengue, que funciona como

central de recebimento dos protocolos. “Queremos determinar se as interações de curto alcance (transmissão do vírus em voos curtos do mosquito) são dominantes no processo de difusão da dengue e se as interações de longo alcance são raras e poderiam ser atribuídas à movimentação dos indivíduos e não aos voos longos do mosquito”, completa Flávia. Ela espera que a estimação desses parâmetros etiológicos alcance um duplo propósito: melhorar o poder de detecção e inferência de possíveis focos de disseminação e prever com antecedência o crescimento de focos existentes, de modo que ações preventivas possam ser realizadas com maior eficácia. E o projeto ainda vai gerar frutos. “Um subproduto de nossas análises será a vigilância sindrômica e epidemiológica continuada de dados diários geo-referenciados, não apenas para a dengue, mas, também, para outros tipos de doenças, cuja informação se encontra facilmente disponível no sistema de coleta de dados, porém não é aproveitada”, adianta Flávia. A vigilância sindrômica utiliza dados de sintomas observados diariamente em indivíduos cuja localização geográfica (local de residência ou trabalho) seja conhecida. Ela difere de outros tipos de vigilância epidemiológica por não se basear exclusivamente em casos confirmados de doenças em pacientes, geralmente registrados em hospitais ou postos de saúde após exames clínicos ou laboratoriais mais detalhados.

41 Experiências Exitosas na Gestão do SUS


Foto: Bethânia Rezende de Oliveira

Foto: Luís Carlos de Almeida Prada

Foto: Bethânia Rezende de Oliveira

Foto: Bethânia Rezende de Oliveira

Foto: Bethânia Rezende de Oliveira

Foto: Luís Carlos de Almeida Prada

Revista do COSEMS - MG

Macro Oeste


Macro Oeste | Município: Pimenta

Combate à dengue pela educação

Projeto com objetivo de eliminar focos do mosquito traz conscientização para o município de Pimenta (MG) Por Bethânia Rezende de Oliveira

Foto: Bethânia Rezende de Oliveira

Conscientizando a população Um dos principais problemas da dengue não está na doença em si, mas na forma como ela se prolifera. O acúmulo de água em locais indevidos é o maior desafio no combate à doença. Com a chegada do verão e o início da temporada das chuvas, a dengue volta a ser uma ameaça à saúde pública. Medidas educativas de conscientização da sociedade para que se diminuam os locais onde as larvas dos mosquitos se reproduzem são decisivas na prevenção. De olho nessa questão, a cidade de Pimenta (MG) sediou, de 12 de janeiro a 5 de março, uma série de atividades da Secretaria Municipal da Saúde, cujo principal objetivo foi o combate da dengue por meio da educação. “Percebemos a importância de conscientizar a população, em especial as crianças, para o fato de que evitar a dengue é impedir que o mosquito Aedes aegypti se reproduza. Logo, é preciso eliminar todos os materiais que acumulam água e se tornam criadouros. A prevenção é a única arma contra a doença”, explica Bethânia Rezende de Oliveira, subsecretaria de Vigilância Sanitária.

Combate pela educação: metodologia O trabalho de combate à dengue pela educação foi dividido em três etapas. No primeiro momento, pneus sem uso que se encontravam em terrenos abertos, oficinas mecânicas e postos de gasolina foram recolhidos e levados para galpão fechado e coberto. Em seguida, foi realizada uma coleta de materiais recicláveis. Foram adotadas medidas mais proativas, como divulgação nas escolas, por meio de palestras com agentes de combate à dengue, distribuição de panfletos educativos, blitzen educativas, inauguração de um posto de coleta para recolhimento de materiais recicláveis – responsável pela arrecadação de 1,5 tonelada de material –, trabalhos de conscientização por parte dos professores e premiação para a maior coleta de materiais. Por fim, foi realizado o Dia D de combate à dengue, em 5 de março, quando um mutirão de limpeza percorreu os bairros onde havia mais terrenos baldios e maior acúmulo de materiais. Os agentes que participaram da campanha visitaram residências, recolheram materiais que acumulam água e distribuíram folhetos educativos sobre a importância da colaboração da população no combate à dengue. Ao final desta etapa, foi coletado o equivalente a dois caminhões de pneus e cerca de três caminhões de lixo. Resultados “O trabalho de coleta de materiais surtiu um efeito muito positivo”, comemora Bethânia. De acordo com ela, as crianças desenvolveram um senso crítico em relação aos cuidados que devem tomar com o mosquito Aedes aegypti. Além de combater a dengue, eliminando possíveis criadouros, a atividade trabalhou a questão ambiental, como a reciclagem e a poluição causada pelo acúmulo e o descarte incorreto dos materiais.

43 Experiências Exitosas na Gestão do SUS


Macro Oeste | Município: Pimenta

Saúde da mulher trabalhadora

Projeto focado em mulheres que trabalham fora de casa traz bons resultados no município de Pimenta (MG) Por Patrícia Helena Gonçalves, Marília Costa Gonçalves e Selma Soares Oliveira

Fotos: Luís Carlos de Almeida Prada

Cuidado especial para as trabalhadoras A possibilidade de detecção precoce do câncer coloca a prevenção em evidência no que diz respeito à saúde feminina. Ciente da rotina da mulher contemporânea, que muitas vezes trabalha durante o dia, a cidade de Pimenta (MG) criou uma assistência no período da noite, de janeiro de 2009 a março de 2010, a fim de facilitar o acesso e a adesão das participantes. Nesse período, foram realizadas consultas de enfermagem, coleta de preventivos e vacinação, entre outras atividades. O primeiro contato das mulheres com os profissionais da Saúde se dava por meio de visitas domiciliares, nas quais se explicava a importância do Papanicolau (exame ginecológico de prevenção ao câncer de colo do útero). Após verificar a disponibilidade de agenda, as consultas nas unidades de saúde eram marcadas. “Nesse período de atendimentos noturnos, a mulher de Pimenta teve a oportunidade de participar de diversas atividades, como consultas de enfermagem, coleta de preventivos e vacinação. A ação, que durou por mais de um ano, além de facilitar o acesso ao serviço e estimular a realização de exames preventivos, serviu para aumentar o vínculo das mulheres com a unidade de saúde. Assim, pôde-se oferecer educação em saúde, em planejamento familiar e em prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Houve também distribuição de métodos contraceptivos”, conta Marília Costa Gonçalves, coordenadora do Programa Saúde da Família. Entre os resultados desta ação, destacam-se o aumento significativo da coleta de preventivos e de diagnósticos precoces de DSTs, o aumento do vínculo feminino com as unidades de saúde e da cobertura vacinal e uma maior adesão aos exames de mamografia.

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Macro Oeste | Município: Divinópolis

Vigilância ambiental

Crevisa ajuda a combater as doenças relacionadas ao meio ambiente em Divinópolis (MG) Por CREVISA

Foto: Arquivo COSEMS-MG e SES-MG

Olhares atentos O Centro de Referência em Vigilância Ambiental (Crevisa) é um órgão da Secretaria Municipal da Saúde de Divinópolis, criado em 2009, que trabalha com o conhecimento sobre como o meio ambiente pode interferir na saúde humana. As atividades do Crevisa incluem produzir, integrar, processar e interpretar informações, para disponibilizar ao Sistema Único de Saúde (SUS) instrumentos de planejamento e execução de ações de promoção da saúde e de prevenção e controle de doenças relacionadas ao meio ambiente. Além disso, o órgão tem como atribuição estabelecer parâmetros, procedimentos e ações relacionadas à vigilância da saúde ambiental nas diversas instâncias de competência. Deve também identificar e divulgar os riscos ambientais à saúde do ser humano e, se de fato existirem, intervir com ações diretas, de modo a eliminá-los. “O Crevisa promove ações de proteção da saúde humana relacionadas ao controle e recuperação do meio ambiente, estimulando a interação entre saúde, meio ambiente e desenvolvimento”, explica Gilmar Gonçalves dos Santos, secretário-adjunto de saúde.

Como exemplo do trabalho do órgão, há um controle da reprodução de cães e gatos “sem lar” por meio da esterilizarão cirúrgica. O Crevisa atua também recolhendo e devolvendo esses bichos ao seu local de origem e promovendo uma campanha permanente de adoção supervisionada de animais domésticos que não têm donos ou lares. Todas as atividades contam com apoio da Sociedade Protetora dos Animais. Divinópolis já pode sentir os resultados. Houve, por exemplo, uma redução das reclamações por parte da população e dos acidentes com ciclistas, motociclistas e pedestres. “A atuação do Crevisa requer articulação constante com os diferentes atores institucionais públicos, privados e com a comunidade, para que as ações sejam implementadas de forma eficiente e integrada. É preciso que cada setor assuma a responsabilidade de atuar sobre os problemas de saúde e do ambiente, em sua respectiva área”, argumenta Gilmar.

45 Experiências Exitosas na Gestão do SUS


Macro Oeste | Município: Cláudio

Viver bem é atitude, prevenção é saúde!

Atenção Primária de Saúde, criada em Cláudio (MG), tem foco na prevenção de doenças Por Ana Cleonice dos Santos de Sá

Foto: Arquivo COSEMS-MG e SES-MG

A favor de hábitos saudáveis Já parou para pensar que ser saudável significa mais do que não estar doente? Em uma visão mais ampliada da questão, entende-se a promoção da saúde como melhoria da qualidade de vida, o que vai além da simples ausência de doença. Pensando nisso, foi criada em Cláudio (MG), na Atenção Primária de Saúde (APS), um espaço para ações de incentivo e apoio à adoção de bons hábitos alimentares e à prática de atividade física. Desde fevereiro de 2009, o município tem recebido essa iniciativa e as unidades básicas de saúde têm colaborado para a realização de atividades. O objetivo da APS é promover ações educativas de prevenção de doenças em todas as unidades de saúde do município. “Desejamos também conscientizar médicos, enfermeiros e dentistas para que não sejam prestados apenas serviços assistenciais, já que o principal foco de atuação é a prevenção”, explica Ana Cleonice dos Santos de Sá, chefe do Departamento Municipal de Saúde. No desenvolvimento do projeto, foi criado um grupo de prevenção e promoção de saúde, formado por profissionais multifuncionais – agentes comunitários, enfermeiros, auxiliares de consultório dentário, auxiliares de enfermagem e nutricionistas –, havendo um membro em cada unidade de saúde. Com base no calendário do Ministério da Saúde, essa equipe elabora atividades educativas e assistenciais para cada data comemorativa, envolvendo os pacientes que vão às unidades durante a semana. Além das ações nas unidades, há eventos maiores, esporádicos, que envolvem toda a população de Cláudio.

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Saiba o que já foi feito No Dia Mundial da Saúde, foram proferidas palestras com cardiologistas, educadores físicos, psicólogos e clínicos gerais. A Semana da Enfermagem contou com debates sobre qualidade de vida no trabalho, pré-natal, liderança, estomaterapia e ética profissional. No Dia Mundial Sem Tabaco, alunos de escolas municipais confeccionaram cartazes contra o cigarro e o hábito de fumar, sendo que os mais criativos foram condecorados. A Semana do Homem foi marcada por palestras sobre lombalgia, câncer, tabagismo e alcoolismo. A Semana da Saúde Mental foi marcada por uma peça teatral sobre o tema. A Semana de Prevenção ao Câncer contou com palestras educativas e com um ambulatório itinerante onde foram realizados exames preventivos de câncer de boca e de pele. Na programação, também já foram realizados uma ação de prevenção à Influenza H1N1 (gripe suína) e dois eventos mais gerais sobre saúde, a Feira da Saúde, que contou com ações integradas envolvendo parceiros como SESC (MG) e escolas municipais, e o Aprendizado com a Vivência, que consistiu numa ação interna de capacitação de profissionais de saúde. Algumas datas comemorativas da Saúde: Dia Mundial da Saúde: 7 de abril Dia do Enfermeiro: 12 de maio Dia Mundial Sem Tabaco: 31 de maio Dia do Médico: 18 de outubro Dia do Dentista: 25 de outubro


Foto: Jotêr Fernandes da Silva

Foto: Isis Ishiwata

Foto: Secretaria Municipal de Saúde de Guarani

Foto: Arquivo Equipe de Saúde Bucal

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Macro Sudeste


Macro Sudeste | Município: Juiz de Fora

COAPE - Centro Odontológico de Atenção a Pacientes com Necessidades Especiais

Pacientes com necessidades especiais recebem tratamento odontológico exclusivo em Juiz de Fora (MG) Por Adriana Barroca M. dos Reis e Francisca Izabel B. Franco

Foto: Jotêr Fernandes da Silva

Odontologia especial

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Uma experiência de sucesso. Assim pode ser classificado o Centro Odontológico de Atenção a Pacientes com Necessidades Especiais (Coape), criado em Juiz de Fora (MG). Em 13 anos desde a sua inauguração, foram contabilizados mais de 5 mil pacientes inscritos e mais de 8 mil atendimentos. Não é por menos que o Coape recebeu o I Prêmio de Qualidade Mineira em Saúde, em 2004, e a Primeira Medalha de Honra ao Mérito pelo CFO/MG por relevantes serviços prestados à Zona da Mata Mineira, em 2009. “A atenção ao paciente é integral, propiciando um tratamento completo, o que se contrapõe à tendência geral das exodontias. O Coape possui um centro multidisciplinar de atendimento odontológico, contando com atenção ambulatorial, sob sedação e sob anestesia geral”, explica Francisca Izabel Bouzada Franco, coordenadora do projeto. Os pacientes são encaminhados pelas Unidades Básicas de Saúde da macrorregião definida no Plano Diretor de Regionalização (PDR), e pelas urgências e emergências do Paciente com Necessidade Especial (PNE) de todo o estado. O projeto inclui tratar de distúrbios mentais e psiquiátricos, neurológicos, físicos, sensoriais, genéticos, congênitos e sistêmicos (alterações endócrinas, imunológicas, sanguíneas, vasculares, cardíacas, pulmonares, oncológicas, insuficiência renal, gravidez de alto risco, doenças geriátricas, entre outras).

Revista do COSEMS - MG

De acordo com Adriana Barroca Medeiros dos Reis, especialista em PNE, Planejamento e Administração e em Saúde Coletiva, o Coape funciona com uma equipe multidisciplinar composta por médicos, anestesiologistas, cardiologistas, cirurgiões-dentistas especialistas em PNE, periodontistas, endodontistas, técnicos e auxiliares em saúde bucal e enfermagem, psicólogos e fonoaudiólogos, além de contar com a estrutura do Hospital de Pronto Socorro Municipal. “O paciente avaliado na UBS é encaminhado para o Coape através da Central de Marcação. Os pacientes de outros municípios são agendados diretamente. Após a realização da anamnese, o cirurgião-dentista indica o tipo de abordagem necessária (tratamento ambulatorial, sob monitoração médica, sob sedação ou sob anestesia geral) e o paciente, então, segue o protocolo interno de atenção”, explica Adriana. Trata-se da remoção cirúrgica de um elemento dentário.


Macro Sudeste | Município: Guarani

Guarani livre de tabaco: acolha essa ideia

Município de Guarani (MG) desenvolve série de ações contra o tabagismo e obtém resultados positivos Por Gerson Vieira de P. Junior, Melina P. Faria, Sebastiana Vargas, Mônica O. Ferreira e Alice Ornellas

Foto: Secretaria Municipal de Saúde de Guarani

Banho de água fria no cigarro Desde janeiro de 2008, a Secretaria Municipal de Saúde de Guarani (MG) desenvolve o Guarani livre de tabaco: acolha essa ideia, programa que incentiva a cessação do consumo do tabaco e a manutenção da abstinência pelos usuários. De lá para cá, 20 pessoas que passaram pelo tratamento na Unidade Básica de Saúde conseguiram parar de fumar. “Trata-se de um conjunto de ações intersetoriais preventivas e de assistência, cujo objetivo é reduzir o tabagismo. As atividades preventivas são universais, tendo como público-alvo toda a população do município e as ações de assistência são destinadas a fumantes que desejam parar de fumar”, explica Gerson Vieira de Paula Junior, psicólogo. O programa contempla palestras, dinâmicas em grupo, panfletagem, visitas educativas a estabelecimentos comerciais, capacitações de profissionais, consultas de enfermagem, tratamento intensivo para os fumantes, sessões de prevenção de recaída, consultas médicas e orientação nutricional.

Em 2008, o município foi cadastrado no Programa de Controle de Tabagismo do Instituto Nacional do Câncer e as ações foram estendidas à comunidade. Em dezembro daquele ano, o município foi contemplado pala Portaria de número 79, de 23/09/2008, do Ministério da Saúde, que estabelece mecanismos de repasse financeiro para incentivo à implementação e ao fortalecimento de ações específicas da Política Nacional de Promoção da Saúde. Com o recurso, em maio de 2009, deu-se início ao projeto Guarani livre de tabaco: acolha essa ideia, que vem fortalecendo e ampliando as ações de controle do tabagismo.

Histórico do programa A iniciativa de desenvolver ações voltadas para o controle do tabagismo surgiu em 2007, nas reuniões do Grupo de Trabalho de Humanização. A partir do projeto Cuidando de quem cuida, foi criado o subprojeto Trabalhador da saúde livre de tabaco – apoio e assistência, que realizou palestras e ofereceu apoio psicológico a funcionários que queriam parar de fumar.

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Macro Sudeste | COSEMS Regionais de Juiz de Fora, Ubá, Leopoldina e Macro Leste do Sul

A importância do trabalho do apoiador COSEMS na elaboração do Plano Diretor de Urgência e Emergência na macrorregião Sudeste de Minas Gerais Apoiador COSEMS participa da elaboração do Plano Diretor de Urgência e Emergência da macrorregião Sudeste Heloisa Cristina da Silva Sanguim

Foto: Arquivo COSEMS-MG e SES-MG

A importância do apoiador Abertos 24 horas por dia, os serviços de assistência às urgências são verdadeiras portas de entrada do sistema de Saúde, pois acolhem pacientes que necessitam de atendimento urgente. Esses serviços se dão predominantemente nos pronto-socorros e as demandas se misturam nas unidades de urgência, superlotando-as e comprometendo a qualidade da assistência prestada à população. Visando melhorar essa situação, foi elaborado o Plano Diretor de Urgência e Emergência, e o Apoiador COSEMS participou efetivamente desse processo. “O trabalho do apoiador foi essencial, pois serviu de ponte entre os técnicos das Gerências Regionais de Saúde (GRS) e os COSEMS Regionais, além de marcar encontros micro e macrorregionais. Sem o papel do apoiador, o projeto não alcançaria o sucesso obtido”, afirma Heloisa Cristina da Silva Sanguim, apoiadora do COSEMS Regional de Juiz de Fora e Ubá (MG). O trabalho foi realizado

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pelos COSEMS Regionais de Juiz de Fora, Ubá, Leopoldina e Macro Leste do Sul, em parceria com as respectivas GRSs e os técnicos da Secretaria Municipal de Saúde de Juiz de Fora. De acordo com Heloisa, o trabalho do Apoiador COSEMS fortaleceu a macroregião Sudeste. “Pela primeira vez, houve um trabalho em parceria e com a participação de todos os municípios, em prol da elaboração do Plano Diretor da macroregião”, relata Heloisa, que conseguiu mobilizar os atores para a elaboração do projeto. Outros objetivos do projeto englobam fomentar a regionalização do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu-192), a fim de ampliar o acesso das populações dos municípios da macrorregião Sudeste ao atendimento pré-hospitalar, garantir financiamento tripartite para a implementação da Política Nacional de Atenção às Urgências e Emergências e ampliar a cobertura da Atenção Básica à Saúde através da Estratégia de Saúde da Família.


Macro Sudeste | Município: Guarani

Saúde ao alcance do trabalhador

Projeto facilita acesso de trabalhadores de Guarani (MG) a serviços de saúde Por Sebastiana Vargas e Melina P. Faria

Foto: Arquivo Equipe de Saúde Bucal

Força para pegar no pesado Um desafio que vem sendo enfrentado pelo município de Guarani (MG) é o da organização da prestação de serviços de saúde ao trabalhador. As Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do município atendem à população somente até as 17h, o que dificulta o acesso dos trabalhadores que laboram até as 18h aos serviços públicos de saúde. Daí a importância de um trabalho preventivo e curativo, especificamente voltado para a saúde dos trabalhadores. Como fruto de uma das propostas aprovadas na III Conferência Municipal de Saúde, com vistas a facilitar o acesso dos trabalhadores de pequenas e médias empresas à Atenção Primária à Saúde, foi criado pela Prefeitura Municipal, em maio de 2009, o Projeto Saúde ao alcance do trabalhador. O período de implantação do projeto foi de 1º de maio a 1º de agosto de 2009. Em três meses, foram realizadas 74 primeiras consultas, 289 procedimentos curativos e 45 tratamentos, além de atividades educativas na área de saúde bucal. No atendimento de enfermagem, prestaram-se 112 orientações educativas, 63 aferições de pressão, 42 testes de glicemia capilar e 26 exames Papanicolau. “Nesse período, foi realizado um questionário para que os usuários avaliassem os serviços prestados e foi constatada uma notória satisfação por parte desses usuários, o que serviu para justificar a manutenção do projeto”, relata Melina Pereira Faria, enfermeira. Para Sebastiana Vargas do Nascimento, dentista, “a saúde é patrimônio do trabalhador, condição essencial e fundamental para o convívio social e indissociável do trabalho”.

Para entender um pouco mais O projeto Saúde ao alcance do trabalhador tem como objetivo facilitar o acesso dos trabalhadores às ações de promoção da saúde no município. É desenvolvido por profissionais das Unidades de Atenção Primária à Saúde (UAPS), tais como dentistas, enfermeiros, psicólogos, auxiliares de saúde bucal, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde. O projeto iniciou-se com o convite aos representantes das empresas da cidade para uma reunião expositiva. Foi requisitado aos interessados em aderir ao programa que elaborassem uma lista, constando do nome da empresa e dos dados dos funcionários. Aqueles que trabalham em empresas próximas às UAPS são atendidos nas próprias unidades de saúde. Para os demais, é disponibilizada uma Unidade Móvel de Saúde, instalada no pátio da empresa, em um dia previamente agendado. Nos atendimentos, são oferecidos serviços de enfermagem, como exame Papanicolau, atualização dos cartões de vacinas, teste de glicemia capilar e aferição de pressão arterial. Ações educativas e orientações sobre alimentação saudável também constam no programa. Além disso, serviços odontológicos, como escovação supervisionada, restaurações simples, exodontias, raspagem periodontal, prótese dentária e levantamento epidemiológico também estão à disposição dos trabalhadores.

51 Experiências Exitosas na Gestão do SUS


Foto: Amanda Vaz Tostes Campos Miareli

Foto: Elaine de F. Clemente Pereira

Foto: Arquivo COSEMS-MG e SES-MG

Foto: Arquivo COSEMS-MG e SES-MG

Foto: SĂŠrgio Andrigo

Foto: Arquivo COSEMS-MG e SES-MG

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Macro Sul


Macro Sul | Município: Alfenas

Clube da Panelinha

Projeto Clube da Panelinha incentiva alunos de Alfenas (MG) a adotarem hábitos alimentares saudáveis Amanda Vaz Tostes C. Miareli, Ludmila Barbosa B. Rodrigues, Simone de Oliveira Santos e Josilene Gomes dos Santos

Foto: Amanda Vaz Tostes Campos Miareli

Sabor de aprendizado Combinar o ensino de técnicas de culinária em classe e o estímulo para desenvolver a leitura e a escrita mostrou ser uma boa receita para promover a saúde das crianças e despertar maior interesse pelo conhecimento. Prova do sucesso dessa mistura é o resultado do Projeto Clube da Panelinha, junto a 27 estudantes de 3ª série da Escola Municipal Tereza Paulino da Costa, em Alfenas (MG), que, entre fevereiro e dezembro de 2009, participaram de oficinas quinzenais. “A aula de culinária é uma excelente oportunidade para desmistificar preconceitos das crianças em relação a alimentos, como os vegetais. Também é instrumento para reforçar a disciplina e fortalecer a autoestima, uma vez que o aluno sente-se responsável pela elaboração de determinado prato e aprecia o fruto de seu empenho”, destaca Amanda Vaz Tostes Campos Miareli, coordenadora de Assistência à Saúde. Segundo ela, a iniciativa fomenta, ainda, a integração entre a escola e a equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), juntamente com o Programa Saúde da Família (PSF), consolidando uma parceria de educação em saúde, que acaba por difundir hábitos saudáveis para as famílias dos estudantes. Atualmente, o trabalho vem sendo realizado em outras escolas do município.

Rotina estimulante Com uma dinâmica lúdica, o projeto leva os estudantes à cozinha da escola para o preparo das receitas, de forma que possam associar a leitura e a escrita com atividades úteis e prazerosas. “Assim, cria-se a percepção de que esses são elementos importantes para toda vida e se forma a base para facilitar o aprendizado e a compreensão”, acredita Amanda. Simultaneamente, o grupo recebe orientações sobre higiene pessoal e na manipulação de alimentos, além de aprender sobre rotulagem e aproveitamento integral dos ingredientes. Sempre presentes, os cuidados com segurança são abordados de forma a evitar acidentes e situações de risco. Por isso, são ensinadas, preferencialmente, receitas que não precisam ir ao fogo e, quando o procedimento se faz necessário, é realizado por um adulto. As atividades realizadas na cozinha são a distribuição e a leitura das receitas, a identificação dos materiais, a divisão das tarefas, o preparo e a degustação, o que possibilita trabalhar conceitos de quantidades e medidas e valor nutritivo dos alimentos. Dessa forma, as crianças são conscientizadas sobre a importância da alimentação saudável para o crescimento, que proporciona ao organismo a energia e os nutrientes de que precisa para se desenvolver. Já em sala, são desenvolvidas atividades de consciência fonológica, por meio da construção do livro de receitas. Ao final do projeto na Escola Municipal Tereza Paulino da Costa, o material foi exposto e distribuído para os pais, que também puderam degustar os pratos. É um modelo de assistência à saúde que visa desenvolver ações de promoção e proteção à saúde do indivíduo, da família e da comunidade.

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Macro Norte de Minas | Macrorregião de Varginha

Projeto Apoiador Região Varginha

Macrorregião de Varginha (MG) desenvolve caso de sucesso do Projeto Apoiador Por Eduardo Gonçalves e Hermógenes Vanelli

Foto: Arquivo COSEMS-MG e SES-MG

Por uma gestão cada vez melhor A evolução do Sistema Único de Saúde (SUS) em direção a um atendimento de alta qualidade é o foco de atenção do projeto Apoiador do Colegiado dos Secretários Municipais de Saúde de Minas Gerais (COSEMS-MG). Por meio dessa iniciativa, espera-se fortalecer o princípio da regionalização solidária e cooperativa nos espaços de gestão regional. “Criado em 2009, o trabalho visa provocar discussões sobre saúde pública nos âmbitos de decisão do SUS, fortalecendo o poder de negociação local”, enfatiza Eduardo Gonçalves, apoiador do COSEMS Regional de Varginha (MG). Paralelamente, o Colegiado garante, principalmente por intermédio do Fórum dos Apoiadores, a difusão de informações e oferece apoio técnico aos municípios para a sua participação nos processos decisórios, atuando como impulsionador de medidas prioritárias. Importante fator de sucesso do projeto, o Colegiado capacita continuamente todos os apoiadores, responsáveis por mobilizar os gestores municipais e acompanhar as atividades de duas a seis microrregiões. Outro quesito decisivo para a iniciativa é o posicionamento do COSEMS Regional no espaço das Comissões Intergestores Bipartites (CIBs) Microrregionais.

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Medidas de peso Para orientar cada região sobre ações de impacto, foram estabelecidas parcerias interinstitucionais com a Gerência Regional de Saúde, viabilizando a realização de seminários temáticos. Já as reuniões ordinárias do COSEMS Regional passaram por reestruturação, tornando-se mais convidativas para se questionar a necessidade de mudanças. “Podemos identificar uma participação mais ativa e crítica dos gestores do SUS em discussões sobre a saúde pública. Eles demonstram mais empenho e conhecimento a respeito dos assuntos de interesse local e regional”, avalia Eduardo. Segundo ele, a disseminação de informações de maneira clara e precisa também conferiu agilidade aos processos das Secretarias Municipais de Saúde. É o caso, por exemplo, de alguns processos relacionados à Programação Pactuada e Integrada (PPI) e à Resolução da Secretaria de Estado de Saúde, que visou disponibilizar recursos extras para a execução de procedimentos de média complexidade no âmbito microrregional. O apoiador do COSEMS Regional de Varginha atuou como interlocutor das negociações e discussões intergestores, influenciando diretamente a elaboração do primeiro projeto da microrregião de São Lourenço e Caxambu. “Frente aos resultados alcançados, esperamos fortalecer ainda mais esses espaços de discussões regionais, conscientizando prefeituras e secretarias municipais de saúde sobre o papel do COSEMS”, antecipa Eduardo.


Macro Sudeste | Município: Monte Sião

Grupo de Controle de Peso e Qualidade de Vida

Grupo de Controle de Peso e Qualidade de Vida orienta pacientes de Monte Sião (MG) a evitarem doenças Por Maíra Sumam Cardoso

Mudar é preciso Criado com o objetivo de mudar hábitos dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) de Monte Sião (MG), o Grupo de Controle de Peso e Qualidade de Vida prioriza a prevenção de doenças e a promoção da saúde. Para isso, desde janeiro de 2004, os pacientes recebem orientações sobre a alimentação, a mudança de costumes familiares e sociais e a importância da atividade física regular. Uma análise da população que utiliza serviços do SUS, de suas queixas e patologias apontou que a maioria das enfermidades tem como origem ou agravante o excesso de peso ou o erro alimentar. A diabetes mellitus, a hipertensão arterial, as dislipidemias e problemas ortopédicos e psicológicos são algumas delas. “Tais doenças podem ser prevenidas e tratadas com uma mudança na dieta e nos hábitos de vida familiar”, explica Maíra Sumam Cardoso, nutricionista. Com o propósito de reverter esse quadro, primeiramente, foram realizadas consultas nutricionais individuais. Contudo, segundo Maíra Sumam, observou-se que esse atendimento desmotivava o paciente, levando-o a abandonar o tratamento, devido à dificuldade em seguir as orientações. “Para evitar que isso ocorresse, surgiu a ideia de conscientizar a população sobre os cuidados com a saúde familiar à medida que se aumenta a autoestima dos participantes. A iniciativa vem apresentando ótimos resultados”, revela. Outro ganho identificado é a significativa diminuição da procura pelo SUS por problemas relacionados à má qualidade de vida. Os grupos, formados por unidade de saúde do município, com pessoas acima de 16 anos, possuem entre 12 e 30 integrantes, conforme a disponibilidade de espaço físico. Primeiramente, o paciente passa por uma anamnese e, em seguida, assim como em cada uma das cinco reuniões semanais do ciclo inicial, é realizada uma avaliação física, composta pelo cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) e pela medição da circunferência abdominal. Caso seja necessário, de acordo com o quadro clínico e o histórico pessoal, são solicitados exames laboratoriais. Ciclo inicial “Qualidade da alimentação” é o tema do primeiro módulo, no qual são descritos os grupos de alimentos e a forma que devem ser utilizados no dia-a-dia, além de técnicas de preparo e de como diminuir a ingestão de gorduras e açúcares. Os pacientes também são estimulados a praticar regularmente uma atividade física. Já o segundo tema do ciclo inicial é “Quantidade da alimentação”. Nessa etapa, o grupo

Foto: Maíra Sumam

recebe orientação para consumir uma mesma quantidade de mantimentos, de forma que aprenda a proporcionar os alimentos e a obedecer aos horários das refeições. Na fase seguinte, “Quantidades da alimentação individualizadas”, cada participante passa por uma reavaliação alimentar, baseada na aceitação da dieta da semana anterior. Os resultados fundamentam a prescrição de novas quantias, de acordo com a necessidade individual. Como parte da quarta etapa, “Se livrando das toxinas”, é recomendado um tratamento com ingestão de chá verde ou branco, terapia da água e restrição de alguns tipos de alimentos formadores de radicais livres e toxinas. Já no “Fechamento do primeiro ciclo”, os pacientes são reavaliados e compartilham as experiências vividas em grupo. Para auxiliar a perda de peso, é prescrito o uso do pó do feijão branco. “Discutimos sobre dietas e tratamentos da moda. É importante ressaltar que as reuniões são ilustrativas e dinâmicas. Continuamente, esclarecemos sobre os riscos da má alimentação e do sedentarismo”, enfatiza Maíra. Depois de terminado o ciclo inicial, os pacientes retornam, com intervalos de dois meses, para acompanhamento e novas orientações, até que seu objetivo seja atingido. Também chamadas de hiperlipidemias, referem-se ao aumento dos lipídios no sangue, principalmente do colesterol e dos triglicerídeos. Anamnese (do grego ana, trazer de novo e mnesis, memória) é uma entrevista realizada pelo médico ao seu paciente, cuja função é ser um ponto inicial no diagnóstico de uma doença. É uma entrevista que busca relembrar todos os fatos que se relacionam com a enfermidade e com o doente.

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Macro Sul | Município: São Lourenço

Grupo Educativo de Mulheres Mastectomizadas

Grupo Educativo de Mulheres Mastectomizadas apoia recuperação de vítimas do câncer de mama em São Lourenço (MG) Por Maíra Carvalho Póvoa, Therezia Raffoul D. Teles e Vera Lúcia de Matos Rodrigues

Foto: Vera Lúcia de Matos Rodrigues

Força para seguir em frente

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Dúvidas, medos, vergonha e baixa autoestima, misturados a esperança e coragem. Esses são sentimentos que costumam acompanhar mulheres diagnosticadas com câncer de mama que passam por uma mastectomia. Para enfrentar esse turbilhão de emoções e lidar melhor com o pós-operatório, as pacientes da Micro Região de São Lourenço e Caxambu (MG) contam com um importante aliado: o Grupo Educativo de Mulheres Mastectomizadas, organizado no Centro Viva Vida de São Lourenço. Implantado em janeiro de 2010, o Grupo se reúne uma vez por semana, ocasião de troca de experiências, além de orientação e acompanhamento por profissionais de diferentes áreas médicas – psicologia, fisioterapia, enfermagem e nutrição. Por meio da interdisciplinaridade, pretende-se melhorar o atendimento às pacientes, acompanhadas antes e após a cirurgia. A mama é um órgão intimamente ligado ao imaginário corporal feminino, à sexualidade, à reprodução e à amamentação. Por isso, o diagnóstico do câncer acaba por originar uma situação de grande complexidade emocional. “Compartilhar as vivências permite às mulheres identificar umas nas outras as mesmas dificuldades e angústias, passando a se sentir acolhidas e compreendidas”, destaca Maíra Carvalho Póvoa, fisioterapeuta do Centro Viva Vida. O espaço do Grupo vem se mostrando benéfico para o resgate da autoestima das mulheres, além de ser um importante apoio

Revista do COSEMS - MG

para a fase de luto pelo órgão perdido, em que a pessoa se afasta temporariamente das atividades da vida diária. Mais que auxiliar a retomada da feminilidade, a participação no Grupo Educativo promove um maior envolvimento da paciente no tratamento, que também inclui a prevenção das complicações pós-cirúrgicas (como limitação da amplitude de movimentos e dor física) e a reabilitação das funções do membro próximo ao seio que passou pela mastectomia. “Com a ajuda do grupo, a recuperação parece ocorrer mais rapidamente, sem ser vivenciada como sofrimento pósoperatório, o que permite a reinserção na vida familiar e social”, afirma Maíra. Cirurgia na qual a mama, os músculos peitorais, gordura, fáscia e todos os linfonodos da região peitoral e axilar são retirados. Visa à promoção da saúde, com prevenção, diagnóstico precoce e recuperação de doenças e agravos, de forma adequada e humanizada.


Macro Sul | Município: Piranguinho

Programa Move Mente: incentivo da prática regular de exercícios terapêuticos no município de Piranguinho (MG) População de Piranguinho (MG) reduz obesidade e ganha mais energia com o programa Move Mente Por Carla Benedita da Silva Martins e Angelica Silvia Lambert

Foto: Cleber Marinho da Cruz

Fôlego renovado Iniciado em janeiro de 2009, o programa Move Mente chegou ao final daquele ano com 400 participantes conscientes da importância do autocuidado e adotando hábitos de vida mais saudáveis. Com o incentivo e a oportunidade para desenvolver atividades físicas regularmente, eles se beneficiaram com ganhos físicos e mentais. “Para o setor de Saúde Municipal, o trabalho do programa significa otimização do serviço e redução dos custos, devido ao menor número de casos de doença e complicações de saúde. O programa também cria um espaço de socialização, o que ajuda na melhora da qualidade de vida das pessoas”, explica a Secretária Municipal de Saúde, Silvana do Carmo Barbosa Fernandes. Como instrumento de acompanhamento e avaliação do projeto, os usuários são submetidos a avaliações físicas e a um teste escrito de qualidade de vida, formulado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O teste é aplicado antes e, após o início das atividades, trimestralmente. A análise de 43 prontuários selecionados aleatoriamente, sendo 97,7% mulheres e 2,3% homens, com idade média de 49,73 anos, demonstrou que houve aumento de 34,88% entre os que responderam possuir muita energia para o dia-a-dia. Quanto ao Índice de Massa Corporal (IMC), registrou-se diminuição de 2,3% na obesidade III.

No quesito “dificuldade para dormir”, notou-se redução de 30,23% dentre os que afirmaram ter bastante dificuldade para dormir. Já entre os que declararam possuir boa memória, o índice subiu 20,93%, e no indicador sobre a capacidade de se locomover, houve aumento de 16,28% entre os que optaram pela resposta “muito boa”. Na questão sobre satisfação com a qualidade de vida, foi identificado aumento de 9,3% dentre os que alegaram estar satisfeitos. Evolução Os primeiros participantes do programa foram convidados, conforme indicação dos profissionais do serviço de saúde de Piranguinho, para que pudessem iniciar um processo de mudança, evitando e controlando enfermidades como a hipertensão, a diabetes e outras doenças crônicas. Entre os exercícios praticados regularmente durante as aulas do Move Mente, destacam-se respiração, alongamentos, fortalecimentos, equilíbrio, caminhada, corrida, dança e relaxamento com autoavaliação, além de atividades culturais. “Com o tempo, houve uma maior aceitação, mais pessoas se cadastraram e expandimos o programa também para bairros da zona rural”, revela Carla Benedita da Silva Martins, fisioterapeuta. Também como fruto dos bons resultados, a Secretaria de Saúde disponibilizou ainda uma academia de ginástica ao ar livre.

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Macro Sul | Município: Jacuí

Projeto Horta Terapêutica

Jacuí (MG) recebe proposta para estimular convívio social e autonomia de idosos Por Eliana França Coelho, João Arantes Neto, Priscila Marques Martins e Valéria França Coelho

Foto: Arquivo COSEMS-MG e SES-MG

Inserção social

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O projeto Horta Terapêutica surgiu, em 2009, para suprir a carência de planejamento de atividades institucionais em Jacuí (MG), demanda identificada junto ao Programa Saúde da Família (PSF) “Odila Pereira”, no período de implantação do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) na cidade. Devido ao grande espaço físico, água em abundância, terra plana e funcionalidade disponíveis, identificou-se o Asilo São Vicente de Paulo como o melhor lugar para o cultivo. Além da instituição, a iniciativa também contempla a creche municipal, promovendo o convívio social, incentivando hábitos alimentares saudáveis e estimulando a reconquista da produtividade individual, associada a condições de independência física, emocional e social. Assim, a atenção humanizada, centrada na integralidade do indivíduo, repercute na promoção, manutenção e recuperação da saúde. Entre os ganhos também podem ser citados a prática de atividade física, a diminuição do uso de medicamentos e o desenvolvimento biopsicossocial. Logo, trata-se de uma oportunidade para recuperar a autoestima dos indivíduos envolvidos no projeto. Em termos econômicos, a horta tem potencial para suprir necessidades de alto consumo e até mesmo gerar excedentes para a comercialização, possibilitando, dessa forma, além da redução da desnutrição, a geração de trabalho e a ampliação de renda.

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“A constituição de parcerias com organizações da iniciativa privada possibilita a implantação do projeto sem gastos extras para as instituições, sendo responsabilidade do NASF e do PSF coordenar as atividades com fins terapêuticos”, explica a nutricionista Priscila Martins. Conforme previsto na concepção do projeto, os internos do Asilo são previamente avaliados pela equipe de saúde antes de ser direcionados para o trabalho na horta. Diariamente, um monitor acompanha o funcionamento das atividades e, semanalmente, são realizadas visitas da equipe do NASF e do PSF. O grupo possui, ainda, acompanhamento regular de um técnico agrícola.


Macro Oeste | Município: Santana da Vargem

Quem é você, onde você está e o que podemos fazer por você?

PSF em Santana da Vargem (MG) desenvolve método para diagnosticar qualidade de vida da população Por Programa Saúde da Família

Foto: Estela

Mapa da saúde Para melhor planejar políticas públicas e ações sociais de promoção da qualidade de vida da comunidade, é fundamental conhecer os indivíduos, as suas necessidades e a maneira como vivem. Em Santana da Vargem (MG), esse diagnóstico foi produzido com o projeto Quem é você, onde você está e o que podemos fazer por você?, do Programa Saúde da Família (PSF). O cadastro de toda a população municipal, que, em 2009, totalizava aproximadamente 7,2 mil pessoas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi realizado em planilha própria, atualizada mês a mês pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACSs). De acordo com Maria Aparecida Barbosa, enfermeira do PSF, o projeto apresentou a solução definitiva para o problema de cobertura de vacinação. “Vejamos um exemplo: como conhecemos nossa população feminina, alcançamos com facilidade o indicador de cobertura do exame citopatológico, conhecido como ‘exame de Papanicolau’, que deve ser realizado, prioritariamente, pelas mulheres com idade entre 25 e 59 anos”. Com essas informações, é possível identificar doenças préexistentes, como diabetes, hipertensão arterial, cardiopatias e registrar a situação vacinal. Registram-se ainda o nome do usuário, seu endereço completo e data de nascimento. A partir da base de dados, também é possível consultar informações sobre a migração das pessoas dentro e fora do território

municipal. Maria Aparecida assegura que, dessa forma, é possível controlar “não só a distribuição de medicamentos, mas também que uso é feito deles, uma vez que a atualização das planilhas é mensal”. Segundo ela, foi preciso sensibilizar os profissionais da Saúde sobre a necessidade do monitoramento e aperfeiçoar a planilha para obter os resultados desejados. Hoje a equipe dispõe de uma importante ferramenta para trabalhar os indicadores da atenção primária de saúde, que deve ser aprimorada continuamente. “A experiência serve de modelo e pode ser reproduzida por diversos municípios brasileiros que possuem menos de 10 mil habitantes. Contudo, é necessário que a cobertura de PSF seja próxima a 100%”, ressalta.

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Macro Sul | Município: Alfenas

Referência e contra-referência: mecanismo de fortalecimento do SUS em Alfenas (MG)

Mecanismo de referência e contra-referência aumenta eficiência do sistema de saúde em Alfenas (MG) Por Ludmila Barbosa Bandeira Rodrigues e Sueli Leiko Takamatsu Goyatá

Foto: Sérgio Andrigo

Fluxo contínuo

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Quando o assunto é atendimento médico, agilidade e precisão são sinônimos de atenção e cuidado com o paciente. Com vistas a dinamizar e flexibilizar o processo de atendimento, o Sistema Municipal de Saúde de Alfenas (MG) adotou, em dezembro de 2007, o mecanismo de referência e contrareferência de consultas especializadas. O projeto surgiu a partir de um diagnóstico sobre a cobertura do Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade, realizado por alunos do curso de enfermagem da Universidade Federal de Alfenas (Unifal), em 2006. Segundo a pesquisa, havia um superávit no número de consultas especializadas e, embora a oferta desse serviço superasse os parâmetros estabelecidos pela Portaria 1.101 de 12 de junho de 2002, parte da demanda não era atendida. Juntos, funcionários da Secretaria Municipal de Saúde e docentes da Unifal desenvolveram a “Ficha de Encaminhamento para Consultas Especializadas” e as normas para seu uso, adotadas como recurso técnico-operacional de referência e contra-referência. Após a aprovação do Conselho Municipal de Saúde, o projeto foi apresentado aos profissionais da área. “Os médicos, em sua maioria, reconheceram a necessidade de padronizar tanto os procedimentos quanto o formulário para o encaminhamento. Contudo, houve maior aceitação entre os médicos mais jovens e os de especialidades básicas”, observa Ludmila Barbosa Bandeira Rodrigues, Secretária Municipal de Saúde. Com a implantação do projeto, observou-se um incremento das consultas básicas, que saltaram de 32,3%, em 2006, para

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36,61%, em 2008. “Esse incremento pode ser atribuído ao novo mecanismo, pois, nesse período, não se registrou aumento da oferta de serviços de atenção primária no município”, explica Sueli Leiko Takamatsu Goyatá, professora da Universidade Federal de Alfenas. Em comparação com 2006, houve redução no número de procedimentos especializados realizados no município em 2008, com queda percentual de 30,5% para 27,8%. Considerando o mesmo período, também foi identificada diminuição no total de consultas de urgência e emergência, com decréscimo de 37,2% para 35,5%. Organizar o acesso dos usuários do SUS ao nível secundário e garantir a continuidade do acompanhamento na atenção primária possibilitaram ao Sistema Municipal de Saúde adequar suas ações gerenciais, bem como estruturar um banco de dados para planejar e avaliar os serviços. De acordo com Ludmila, além dos ganhos na qualidade da atenção à saúde, foi diagnosticada a necessidade de informatizar as fichas de encaminhamento, junto aos prontuários eletrônicos, de forma a garantir um maior compartilhamento de informações. Define-se como referência o encaminhamento do usuário de um serviço de saúde para outro de maior complexidade. Por sua vez, o ato de encaminhar o paciente para o serviço de origem, após a resolução da enfermidade que o levou ao primeiro atendimento, é denominado contra-referência.


Macro Oeste | Município: Estiva

Saúde do homem - Estiva quebrando tabus

Trabalho de conscientização sensibiliza homens de Estiva sobre a importância dos cuidados com a saúde Por Elaine de Fátima Clemente Pereira, Jamilla Daniele Barbosa e Cecilia Salles de Almeida

Foto: Elaine de Fátima Clemente Pereira

Sem preconceito O projeto Saúde do homem – quebrando tabus, realizado em março de 2008, em Estiva (MG), pela Secretaria Municipal de Saúde, visa conscientizar a população masculina sobre hábitos de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), eliminando preconceitos e constrangimentos. Tratar de assuntos relacionados à sexualidade e a patologias masculinas é um desafio para os serviços de saúde, principalmente quando é necessário transformar atitudes e costumes. Portanto, essa iniciativa adota como estratégia a difusão do conhecimento, de forma a estimular comportamentos que evitem enfermidades como o câncer de próstata e as DSTs. “Sob essa perspectiva, o projeto tem procurado suprir a falta de informações e estimular a formação de multiplicadores, realizando palestras sobre a saúde do homem”, explica a educadora em Saúde Elaine de Fátima Clemente Pereira. Além de estreitar a relação entre indivíduos de diferentes faixas etárias, o trabalho tem alcançado resultados significativos, como um aumento da procura por atendimento nas unidades de saúde. De acordo com Elaine, espera-se que a iniciativa, pioneira na cidade, venha despertar o interesse da comunidade em geral para o desenvolvimento de projetos similares.

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Macro Sul | Município: Alfenas

Saúde Mental: enfrentar desafios e consolidar avanços

Alfenas (MG) implanta Saúde Mental e reintegra à comunidade portadores de transtornos mentais Por Ludmila Barbosa Bandeira Rodrigues e Amanda Vaz Tostes Campos Miareli

Foto: Sérgio Andrigo

De volta à sociedade Devido à dificuldade de adaptação aos padrões ou leis sociais, muitas pessoas acabaram destinadas ao confinamento em instituições psiquiátricas a partir do século XIX. Para reverter tal cenário, o Ministério da Saúde vem adotando medidas para impulsionar a reforma psiquiátrica no Brasil, como a suspensão de novas internações e o descredenciamento de unidades que oferecem tratamento inadequado. Em sintonia com esse processo, o município de Alfenas realizou, entre setembro de 2007 e julho de 2009, o projeto Saúde mental: enfrentar desafios e consolidar avanços. Representantes da Secretaria e do Conselho Municipal de Saúde, de universidades, organizações não-governamentais, associações de familiares de portadores de transtornos mentais e do Ministério Público, com o apoio da Coordenação Estadual de Saúde Mental, constituíram uma comissão responsável por elaborar um plano local. Também como parte do projeto, equipes de Programas de Saúde da Família (PSFs) e saúde mental receberam treinamento. Desenrolou-se em seguida um processo de negociação junto aos prestadores de serviço no setor, envolvendo ações para a implantação de oito residências terapêuticas. Esses espaços surgiram como uma alternativa para os 64 pacientes crônicos desospitalizados da Clínica Neuropsiquiátrica de Alfenas,

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promovendo a diminuição considerável de surtos e crises e a redução do número de internações. Ludmila Barbosa Bandeira Rodrigues, Secretária Municipal de Saúde, acredita na viabilidade do tratamento extramuros, que não distancia o paciente de seu meio social, proporcionando a recuperação e o resgate da dignidade humana. “Foi provado que, com determinação e vontade política, é possível construir um projeto psicossocial que acabe com o isolamento, os maus-tratos e as péssimas condições de alimentação e hospedagem, garantindo uma melhor qualidade de vida aos portadores de transtornos”, reforça. Para a coordenadora de Assistência à Saúde Amanda Vaz Tostes Campos Miareli, a implantação da rede substitutiva de atenção em saúde mental, com a criação do Centro de Convivência, é outra conquista de destaque. “Contamos, ainda, com a oferta de oficinas terapêuticas pelo PSFs e com um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), com atendimento nos finais de semana, bem como com a contratação de leitos de retaguarda para urgências e emergências psiquiátricas em hospitais em geral”. Credenciada no Sistema Único de Saúde (SUS) há mais de 20 anos, a clínica contava com 162 pacientes internados, dos quais 64 eram considerados crônicos – ou seja, internados por, no mínimo, dois anos ininterruptos.


Macro Sul | Município: Santa Rita do Sapucaí

Saúde Mental: reconstruindo existências através do respeito e do acolhimento da diferença Projeto estimula aprendizado e atividades lúdicas para inclusão de portadores de sofrimento mental em Santa Rita do Sapucaí (MG) Por Sonia Maria de Paula, Scheila Cristina Mendes dos Reis e Tetzi de Oliveira Brandão

Foto: Arquivo COSEMS-MG e SES-MG

Prazer em redescobrir o mundo Por seis anos, Gabriela (nome fictício) permaneceu isolada em sua casa, sendo sempre acompanhada pela mãe durante os poucos momentos em que saía. Nem mesmo nessas ocasiões ela estabelecia contato visual ou verbal com estranhos. Portadora de sofrimento mental, Gabriela tornouse então paciente do Projeto Terapêutico Individual (PTI) de Santa Rita do Sapucaí (MG) e passou a frenquentar espaços públicos, como praças e bibliotecas, desenvolvendo uma maior autonomia. Inesperadamente, um violino despertou seu interesse e a jovem foi matriculada em um curso de música da comunidade. No último Natal, Gabriela surpreendeu os moradores da cidade ao se apresentar junto aos colegas em um jantar comemorativo. Esse exemplo de superação é um estímulo para a equipe de profissionais do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do município, que, entre abril de 2008 e dezembro de 2009, desenvolveu o PTI como parte da iniciativa Saúde mental: reconstruindo existências através do respeito e do acolhimento da diferença. Alinhada à proposta da reforma psiquiátrica brasileira, a estratégia de reabilitação abrange o atendimento individual, em grupo e à família, além de visitas domiciliares e atividades comunitárias. A inclusão social do paciente portador de

sofrimento mental inclui, ainda, oficinas de lazer, que estimulam a atividade lúdica e esportiva em espaços públicos, e aulas profissionalizantes. Segundo Scheila Cristina Mendes dos Reis, coordenadora Municipal da Saúde Mental, a redescoberta da capacidade produtiva mostra-se muito prazerosa. “Queremos acabar com a ideia errônea de que os portadores de sofrimento mental devem ser isolados dentro dos muros de uma instituição”. Oficinas de expressão, como as aulas de música, estimulam a imaginação e permitem ao paciente melhorar o contato com o outro. Assim, pessoas em situação de isolamento social, antes estigmatizadas, ganham independência e aceitação da sociedade, recuperando a autoestima, a identidade e a cidadania. Desde a criação do CAPS, em 2005, o número de internações psiquiátricas caiu em torno de 86%. A unidade hoje marca sempre presença em festas típicas da cidade, eventos cívicos e culturais, além de acolher a comunidade em seu espaço, juntamente com usuários e familiares.

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Macro Sul | Organizado pelo município de Delfim Moreira

Terapia Comunitária: força da comunidade Terapia comunitária visa aperfeiçoar atendimento oferecido pelo sistema de saúde

Por Maria Goretti Ferreira Parada Oliveira e demais Secretários Municipais de Saúde dos municípios participantes

Foto: Luciene Cristina da Silva

Participação solidária Pautados pelo objetivo de estabelecer redes de apoio social na Atenção Primária à Saúde, 16 municípios mineiros recorreram ao projeto Terapia Comunitária: força da comunidade para capacitar profissionais da área, de forma que possam atuar como corresponsáveis na busca de soluções. Com o treinamento, espera-se que o profissional esteja apto a lidar com os sofrimentos e as demandas psicossociais dos pacientes, aumentando o poder de resolução dos problemas. À medida que consolida um espaço para que as pessoas compartilhem seus sofrimentos e preocupações, a Terapia Comunitária (TC) estabelece pactos de confiança entre os integrantes do grupo, que passam a se sentir compreendidos, restauram sua autoestima e sua identidade cultural nos contextos familiar, social e institucional. Como um exercício permanente de inclusão e valorização das diferenças, a Terapia Comunitária fomenta três atitudes: acolhimento respeitoso, formação de vínculo e empoderamento – resgate e incentivo para o desenvolvimento do potencial do indivíduo. “Por meio da inserção da TC na rede do Sistema Único de Saúde (SUS) e na Estratégia de Saúde da Família (ESF), a política assistencialista transforma-se em participação solidária”, explica a Secretária Municipal de Saúde de Delfim Moreira, Maria Goretti Ferreira Parada Oliveira. Segundo ela, trata-se de um instrumento para promover a consciência crítica e a cidadania, estimulando a circulação de conhecimento e as trocas colaborativas.

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Entre outubro de 2009 e março de 2010, profissionais selecionados, entre médicos, enfermeiras, técnicos, assistentes sociais, dentistas, psicólogos e agentes comunitários da saúde, participaram de um curso de extensão, com carga horária de 360 horas. Além das aulas teóricas, foram promovidos encontros mensais de intervisão, momento para uma análise das práticas adotadas pelos terapeutas. Já o aprendizado prático se deu com a condução de 48 rodas de Terapia Comunitária, no ambiente de trabalho dos participantes. “Após a capacitação, o profissional formado continua adquirindo novos conhecimentos e habilidades que lhe permitem aprimorar o trabalho que desenvolve na comunidade, seja junto às rodas de TC ou no trabalho diário”, esclarece Maria Goretti. Também denominadas “rodas de conversa”, são formadas por quatro etapas: Acolhida (celebração da vida, apresentação do terapeuta, objetivos e regras), Escolha do Tema (palavra do terapeuta, exposição do tema e identificação do grupo com o mesmo), Contextualização/Problematização e Conclusão. Alfenas, Careaçu, Cambuí, Consolação, Delfim Moreira, Gonçalves, Itajubá, Maria Fé, Paraisópolis, Pedralva, Piranguinho, Santa Rita do Sapucaí, São Sebastião da Bela Vista, Sapucaí Mirim, Senador Amaral, Virginia (MG).


Macro Sul | Município: Ibiraci

A voz da saúde

Programa semanal difunde conceitos de bem-estar e qualidade de vida em Ibiraci (MG) Por Solange P. S. Ferreira e equipe

Fotos: Namir Alves da Silva

Saúde nas ondas do rádio Domingo é dia do programa A voz da saúde, veiculado pela rádio comunitária de Ibiraci (MG), desde janeiro de 2010. Também disponível no site do município (www.ibiraci.mg.gov.br), cada edição do programa tem 20 minutos de duração e aborda assuntos de interesse da comunidade local e do estado, além de tratar de temas destacados na agenda do Ministério da Saúde. Semanalmente, um profissional da área da Saúde é convidado para participar do programa, que conta também com uma sessão de cartas recebidas da comunidade. Entre os conteúdos já abordados, destacam-se saúde bucal, combate ao uso de drogas – com a participação do Conselho Tutelar –, prevenção do câncer de mama, saúde da mulher, gravidez na adolescência e alcoolismo. O trabalho vem sendo acompanhado pelo Conselho Municipal de Saúde. “Identificamos um elevado grau de entendimento pelos ouvintes. Um resultado importante no que se refere à audiência é o acompanhamento do programa pela população da área rural, que percebe as informações veiculadas como valiosas para os cuidados com a saúde”, revela Solange Ferreira, Secretária Municipal de Saúde. Ainda segundo ela, o Programa Saúde da Família (PSF) tem avaliado a iniciativa como muito relevante, pois facilita o trabalho do agente comunitário. “Estamos preparando uma pesquisa para avaliar o índice de audiência e compreensão, pois acreditamos que o uso desse veículo é uma forma eficaz de trabalharmos a comunicação e a interação com a comunidade”. Pelas ondas do rádio, os cidadãos de Ibiraci conhecem seus direitos e deveres como usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e aprendem sobre a importância da participação

popular nas decisões e propostas para melhorar a gestão municipal da área. “Com a conscientização da população, esperamos proporcionar maior autonomia à comunidade, promover transformações profundas na realidade sanitária do município e melhorar a gestão do SUS”, afirma Solange. A equipe do projeto pretende despertar em cada cidadão a necessidade de um comprometimento com a sua saúde e convidar a todos para a reflexão sobre causas e consequências de enfermidades, considerando a experiência vivida na comunidade. Instituídas em 19 de fevereiro de 1998, pela Lei nº 9.612, as rádios comunitárias visam difundir ideias, elementos de cultura, tradições e hábitos sociais, além de oferecer mecanismos à formação e integração das comunidades e de prestar serviços de utilidade pública.

65 Experiências Exitosas na Gestão do SUS


DIRETORIA BIÊNIO 2010-2011 Presidente Vice-Presidente Secretário Geral 1º Secretário 1º Tesoureiro Conselho Fiscal 1 Conselho Fiscal 2 Conselho Fiscal 3 Conselho Fiscal Conselho Fiscal Conselho Fiscal CONARES CONARES CONARES CONARES CES CES CIBE CIBE CIBE CIBE CIBE CIBE CIBE CIBE Suplente CIBE Suplente CIBE Suplente CIBE Suplente CIBE Suplente CIBE Suplente CIBE Suplente

Mauro Guimarães Junqueira - SMS São Lourenço Gilson Urbano de Araujo - SMS Lagoa Santa Valter da Silva Gonçalves - SMS Teófilo Otoni Magali Rodrigues de Brito Araujo - SMS Sarzedo Jose Plínio dos Reis - SMS Frutal Gilmar Ferreira da Costa - SMS Coronel Pacheco Jose Raimundo Dias - SMS Prados Romércio Oliveira Gobira - SMS Almenara Luiz Pedro Correa do Carmo - SMS Ituiutaba Evanir de Oliveira Nunes Piqui - SMS Gouveia Jose Marcio Zanardi - SMS Luz Conceição Aparecida Pereira Rezende - SMS Betim Marema de Deus Patrício - SMS Patos de Minas Sinvaldo Alves Pereira - SMS Pirapora Eurípedes Tobias - SMS Paracatu Elizabeth Rodrigues Pereira - SMS Antônio Carlos Farley Eleandro Costa - SMS Santo Antônio do Retiro Mauro Guimarães Junqueira - SMS São Lourenço Marcelo Gouvêa Teixeira - SMS Belo Horizonte Ormesinda Maria Barbosa Salgado - SMS Lagoa Dourada Maflávia Aparecida Luiz Ferreira - SMS Itaobim Célio Brito Mendes - SMS Taiobeiras Geovani Ferreira Guimarães - SMS Barão de Cocais Marcos Rogério de Paula Oliveira - SMS São Sebastião do Paraíso Rogério Lemos de Sousa - SMS Minas Novas Rosenilce Cherie Mourão Gontijo Resende - SMS Divinópolis Ludmila Barbosa Bandeira Rodrigues - SMS Alfenas Evaldo José Correia Tótora - SMS Itajubá Yara Maria Diniz Figueiredo - SMS Governador Valadares Geraldo Cesar Bastos Destro - SMS Manhumirim Edson Gonçalves Primo - SMS Curvelo

PRESIDENTES REGIONAIS COSEMS Regional Alfenas COSEMS Regional Barbacena COSEMS Regional Belo Horizonte COSEMS Regional Coronel Fabriciano COSEMS Regional Diamantina COSEMS Regional Divinópolis COSEMS Regional Governador Valadares COSEMS Regional Itabira COSEMS Regional Ituiutaba COSEMS Regional Juiz de Fora COSEMS Regional Leopoldina COSEMS Regional Macro Leste do Sul COSEMS Regional Macro Norte de Minas COSEMS Regional Passos COSEMS Regional Patos de Minas COSEMS Regional Pedra Azul COSEMS Regional Pouso Alegre COSEMS Regional São João Del Rei COSEMS Regional Sete Lagoas COSEMS Regional Teófilo Otoni COSEMS Regional Ubá COSEMS Regional Uberaba COSEMS Regional Uberlândia COSEMS Regional Unaí COSEMS Regional Varginha

Douglas Moreira Dias - SMS Machado Elizabeth Rodrigues Pereira - SMS Antônio Carlos Paulo de Tarso Machado Auais - SMS Santa Luzia Rubens de Almeida Castro - SMS Coronel Fabriciano Silma de Lourdes Oliveira - SMS Carbonita Jose Marcio Zanardi - SMS Luz Jones Marques Fideles de Souza - SMS São Félix de Minas Moacir Teixeira Rosa Soares - SMS Guanhães Mario Antonio de Oliveira - SMS Capinópolis Gilmar Ferreira da Costa - SMS Coronel Pacheco Tarcília Rodrigues Fernandes - SMS Itamarati de Minas Geraldo Cesar Bastos Destro - SMS Manhumirim Célio Brito Mendes - SMS Taiobeiras Marcos Rogério de Paula Oliveira - SMS São Sebastião do Paraíso Marema de Deus Patrício - SMS Patos de Minas Romércio Oliveira Gobira - SMS Almenara Maria Goretti Ferreira Parada Oliveira - SMS Delfim Moreira Ormesinda Maria Barbosa Salgado - SMS Lagoa Dourada Edson Gonçalves Primo - SMS Curvelo Flavio Martins de Oliveira - SMS Nova Módica Antonio de Pádua Vieira Silva - SMS Visconde do Rio Branco Valdemar Hial - SMS Uberaba Wesley Faber Romão Siqueira - SMS Patrocínio Eurípedes Tobias - SMS Paracatu Hermógenes Vaneli - SMS Santana da Vargem

ESCRITÓRIO CENTRAL - COSEMS/MG Secretaria Executiva Assessoria Jurídica Assessoria Jurídica Assessoria Jurídica Coordenadoria da Assessoria Técnica Assessoria Técnica Assessoria Técnica Informática Informática Administrativo / Financeiro Administrativo / Financeiro Apoio Secretaria Motorista / Almoxarifado

66 Revista do COSEMS - MG

Amanda Carmen Silva Nascimento Tadahiro Tsubouchi Maíra Almeida Souto Alberto Carrilho Paola Soares Motta Keliane Cunha Teixeira Márcia Moreira Morais Artur Austin Umbelino Vinícius Sucupira Oliveira Kelly Cristini Ferreira Lopes Adriana Bermudes Marília Santos do Socorro Magalhães Geodásio Oliveira Rocha


67 Experiências Exitosas na Gestão do SUS


Abadia dos Dourados • Abaeté • Abre Campo • Acaiaca • Açucena • Água Boa • Água Comprida • Aguanil • Águas Formosas • Águas Vermelhas • Aimorés • Aiuruoca • Alagoa • Albertina • Além Paraíba • Alfenas • Alfredo Vasconcelos • Almenara • Alpercata • Alpinópolis • Alterosa • Alto Caparaó • Alto Jequitibá • Alto Rio Doce • Alvarenga • Alvinópolis • Alvorada de Minas • Amparo do Serra • Andradas • Andrelândia • Angelândia • Antônio Carlos • Antônio Dias • Antônio Prado de Minas • Araçaí • Aracitaba • Araçuaí • Araguari • Arantina • Araponga • Araporã • Arapuá • Araújos • Araxá • Arceburgo • Arcos • Areado • Argirita • Aricanduva • Arinos • Astolfo Dutra • Ataléia • Augusto de Lima • Baependi • Baldim • Bambuí • Bandeira • Bandeira do Sul • Barão de Cocais • Barão de Monte Alto • Barbacena • Barra Longa • Barroso • Bela Vista de Minas • Belmiro Braga • Belo Horizonte • Belo Oriente • Belo Vale • Berilo • Berizal • Bertópolis • Betim • Bias Fortes • Bicas • Biquinhas • Boa Esperança • Bocaina de Minas • Bocaiúva • Bom Despacho • Bom Jardim de Minas • Bom Jesus da Penha • Bom Jesus do Amparo • Bom Jesus do Galho • Bom Repouso • Bom Sucesso • Bonfim • Bonfinópolis de Minas • Bonito de Minas • Borda da Mata • Botelhos • Botumirim • Brás Pires • Brasilândia de Minas • Brasília de Minas • Brasópolis • Braúnas • Brumadinho • Bueno Brandão • Buenópolis • Bugre • Buritis • Buritizeiro • Cabeceira Grande • Cabo Verde • Cachoeira da Prata • Cachoeira de Minas • Cachoeira de Pajeú • Cachoeira Dourada • Caetanópolis • Caeté • Caiana • Cajuri • Caldas • Camacho • Camanducaia • Cambuí • Cambuquira • Campanário • Campanha • Campestre • Campina Verde • Campo Azul • Campo Belo • Campo do Meio • Campo Florido • Campos Altos • Campos Gerais • Cana Verde • Canaã • Canápolis • Candeias • Cantagalo • Caparaó • Capela Nova • Capelinha • Capetinga • Capim Branco • Capinópolis • Capitão Andrade • Capitão Enéas • Capitólio • Caputira • Caraí • Caranaíba • Carandaí • Carangola • Caratinga • Carbonita • Careaçu • Carlos Chagas • Carmésia • Carmo da Cachoeira • Carmo da Mata • Carmo de Minas • Carmo do Cajuru • Carmo do Paranaíba • Carmo do Rio Claro • Carmópolis de Minas • Carneirinho • Carrancas • Carvalhópolis • Carvalhos • Casa Grande • Cascalho Rico • Cássia • Cataguases • Catas Altas • Catas Altas da Noruega • Catuji • Catuti • Caxambu • Cedro do Abaeté • Central de Minas • Centralina • Chácara • Chalé • Chapada do Norte • Chapada Gaúcha • Chiador • Cipotânea • Claraval • Claro dos Poções • Cláudio • Coimbra • Coluna • Comendador Gomes • Comercinho • Conceição da Aparecida • Conceição da Barra de Minas • Conceição das Alagoas • Conceição das Pedras • Conceição de Ipanema • Conceição do Mato Dentro • Conceição do Pará • Conceição do Rio Verde • Conceição dos Ouros • Cônego Marinho • Confins • Congonhal • Congonhas • Congonhas do Norte • Conquista • Conselheiro Lafaiete • Conselheiro Pena • Consolação • Contagem • Coqueiral • Coração de Jesus • Cordisburgo • Cordislândia • Corinto • Coroaci • Coromandel • Coronel Fabriciano • Coronel Murta • Coronel Pacheco • Coronel Xavier Chaves • Córrego Danta • Córrego do Bom Jesus • Córrego Fundo • Córrego Novo • Couto de Magalhães de Minas • Crisólita • Cristais • Cristália • Cristiano Otoni • Cristina • Crucilândia • Cruzeiro da Fortaleza • Cruzília • Cuparaque • Curral de Dentro • Curvelo • Datas • Delfim Moreira • Delfinópolis • Delta • Descoberto • Desterro de Entre Rios • Desterro do Melo • Diamantina • Diogo de Vasconcelos • Dionísio • Divinésia • Divino • Divino das Laranjeiras • Divinolândia de Minas • Divinópolis • Divisa Alegre • Divisa Nova • Divisópolis • Dom Bosco • Dom Cavati • Dom Joaquim • Dom Silvério • Dom Viçoso • Dona Eusébia • Dores de Campos • Dores de Guanhães • Dores do Indaiá • Dores do Turvo • Doresópolis • Douradoquara • Durandé • Elói Mendes • Engenheiro Caldas • Engenheiro Navarro • Entre Folhas • Entre Rios de Minas • Ervália • Esmeraldas • Espera Feliz • Espinosa • Espírito Santo do Dourado • Estiva • Estrela Dalva • Estrela do Indaiá • Estrela do Sul • Eugenópolis • Ewbank da Câmara • Extrema • Fama • Faria Lemos • Felício dos Santos • Felisburgo • Felixlândia • Fernandes Tourinho • Ferros • Fervedouro • Florestal • Formiga • Formoso • Fortaleza de Minas • Fortuna de Minas • Francisco Badaró • Francisco Dumont • Francisco Sá • Franciscópolis • Frei Gaspar • Frei Inocêncio • Frei Lagonegro • Fronteira • Fronteira dos Vales • Fruta de Leite • Frutal • Funilândia • Galiléia • Gameleiras • Glaucilândia • Goiabeira • Goianá • Gonçalves • Gonzaga • Gouveia • Governador Valadares • Grão Mogol • Grupiara • Guanhães • Guapé • Guaraciaba • Guaraciama • Guaranésia • Guarani • Guarará • Guarda-Mor • Guaxupé • Guidoval • Guimarânia • Guiricema • Gurinhatã • Heliodora • Iapu • Ibertioga • Ibiá • Ibiaí • Ibiracatu • Ibiraci • Ibirité • Ibitiúra de Minas • Ibituruna • Icaraí de Minas • Igarapé • Igaratinga • Iguatama • Ijaci • Ilicínea • Imbé de Minas • Inconfidentes • Indaiabira • Indianópolis • Ingaí • Inhapim • Inhaúma • Inimutaba • Ipaba • Ipanema • Ipatinga • Ipiaçu • Ipuiúna • Iraí de Minas • Itabira • Itabirinha • Itabirito • Itacambira • Itacarambi • Itaguara • Itaipé • Itajubá • Itamarandiba • Itamarati de Minas • Itambacuri • Itambé do Mato Dentro • Itamogi • Itamonte • Itanhandu • Itanhomi • Itaobim • Itapagipe • Itapecerica • Itapeva • Itatiaiuçu • Itaú de Minas • Itaúna • Itaverava • Itinga • Itueta • Ituiutaba • Itumirim • Iturama • Itutinga • Jaboticatubas • Jacinto • Jacuí • Jacutinga • Jaguaraçu • Jaíba • Jampruca • Janaúba • Januária • Japaraíba • Japonvar • Jeceaba • Jenipapo de Minas • Jequeri • Jequitaí • Jequitibá • Jequitinhonha • Jesuânia • Joaíma • Joanésia • João Monlevade • João Pinheiro • Joaquim Felício • Jordânia • José Gonçalves de Minas • José Raydan • Josenópolis • Juatuba • Juiz de Fora • Juramento • Juruaia • Juvenília • Ladainha • Lagamar • Lagoa da Prata • Lagoa dos Patos • Lagoa Dourada • Lagoa Formosa • Lagoa Grande • Lagoa Santa • Lajinha • Lambari • Lamim • Laranjal • Lassance • Lavras • Leandro Ferreira • Leme do Prado • Leopoldina • Liberdade • Lima Duarte • Limeira do Oeste • Lontra • Luisburgo • Luislândia • Luminárias • Luz • Machacalis • Machado • Madre de Deus de Minas • Malacacheta • Mamonas • Manga • Manhuaçu • Manhumirim • Mantena • Mar de Espanha • Maravilhas • Maria da Fé • Mariana • Marilac • Mário Campos • Maripá de Minas • Marliéria • Marmelópolis • Martinho Campos • Martins Soares • Mata Verde • Materlândia • Mateus Leme • Mathias Lobato • Matias Barbosa • Matias Cardoso • Matipó • Mato Verde • Matozinhos • Matutina • Medeiros • Medina • Mendes Pimentel • Mercês • Mesquita • Minas Novas • Minduri • Mirabela • Miradouro • Miraí • Miravânia • Moeda • Moema • Monjolos • Monsenhor Paulo • Montalvânia • Monte Alegre de Minas • Monte Azul • Monte Belo • Monte Carmelo • Monte Formoso • Monte Santo de Minas • Monte Sião • Montes Claros • Montezuma • Morada Nova de Minas • Morro da Garça • Morro do Pilar • Munhoz • Muriaé • Mutum • Muzambinho • Nacip Raydan • Nanuque • Naque • Natalândia • Natércia • Nazareno • Nepomuceno • Ninheira • Nova Belém • Nova Era • Nova Lima • Nova Módica • Nova Ponte • Nova Porteirinha • Nova Resende • Nova Serrana • Nova União • Novo Cruzeiro • Novo Oriente de Minas • Novorizonte • Olaria • Olhos-dÁgua • Olímpio Noronha • Oliveira • Oliveira Fortes • Onça de Pitangui • Oratórios • Orizânia • Ouro Branco • Ouro Fino • Ouro Preto • Ouro Verde de Minas • Padre Carvalho • Padre Paraíso • Pai Pedro • Paineiras • Pains • Paiva • Palma • Palmópolis • Papagaios • Pará de Minas • Paracatu • Paraguaçu • Paraisópolis • Paraopeba • Passa Quatro • Passa Tempo • Passa-Vinte • Passabém • Passos • Patis • Patos de Minas • Patrocínio • Patrocínio do Muriaé • Paula Cândido • Paulistas • Pavão • Peçanha • Pedra Azul • Pedra Bonita • Pedra do Anta • Pedra do Indaiá • Pedra Dourada • Pedralva • Pedras de Maria da Cruz • Pedrinópolis • Pedro Leopoldo • Pedro Teixeira • Pequeri • Pequi • Perdigão • Perdizes • Perdões • Periquito • Pescador • Piau • Piedade de Caratinga • Piedade de Ponte Nova • Piedade do Rio Grande • Piedade dos Gerais • Pimenta • Pingo-dÁgua • Pintópolis • Piracema • Pirajuba • Piranga • Piranguçu • Piranguinho • Pirapetinga • Pirapora • Piraúba • Pitangui • Piumhi • Planura • Poço Fundo • Poços de Caldas • Pocrane • Pompéu • Ponte Nova • Ponto Chique • Ponto dos Volantes • Porteirinha • Porto Firme • Poté • Pouso Alegre • Pouso Alto • Prados • Prata • Pratápolis • Pratinha • Presidente Bernardes • Presidente Juscelino • Presidente Kubitschek • Presidente Olegário • Prudente de Morais • Quartel Geral • Queluzito • Raposos • Raul Soares • Recreio • Reduto • Resende Costa • Resplendor • Ressaquinha • Riachinho • Riacho dos Machados • Ribeirão das Neves • Ribeirão Vermelho • Rio Acima • Rio Casca • Rio do Prado • Rio Doce • Rio Espera • Rio Manso • Rio Novo • Rio Paranaíba • Rio Pardo de Minas • Rio Piracicaba • Rio Pomba • Rio Preto • Rio Vermelho • Ritápolis • Rochedo de Minas • Rodeiro • Romaria • Rosário da Limeira • Rubelita • Rubim • Sabará • Sabinópolis • Sacramento • Salinas • Salto da Divisa • Santa Bárbara • Santa Bárbara do Leste • Santa Bárbara do Monte Verde • Santa Bárbara do Tugúrio • Santa Cruz de Minas • Santa Cruz de Salinas • Santa Cruz do Escalvado • Santa Efigênia de Minas • Santa Fé de Minas • Santa Helena de Minas • Santa Juliana • Santa Luzia • Santa Margarida • Santa Maria de Itabira • Santa Maria do Salto • Santa Maria do Suaçuí • Santa Rita de Caldas • Santa Rita de Ibitipoca • Santa Rita de Jacutinga • Santa Rita de Minas • Santa Rita do Itueto • Santa Rita do Sapucaí • Santa Rosa da Serra • Santa Vitória • Santana da Vargem • Santana de Cataguases • Santana de Pirapama • Santana do Deserto • Santana do Garambéu • Santana do Jacaré • Santana do Manhuaçu • Santana do Paraíso • Santana do Riacho • Santana dos Montes • Santo Antônio do Amparo • Santo Antônio do Aventureiro • Santo Antônio do Grama • Santo Antônio do Itambé • Santo Antônio do Jacinto • Santo Antônio do Monte • Santo Antônio do Retiro • Santo Antônio do Rio Abaixo • Santo Hipólito • Santos Dumont • São Bento Abade • São Brás do Suaçuí • São Domingos das Dores • São Domingos do Prata • São Félix de Minas • São Francisco • São Francisco de Paula • São Francisco de Sales • São Francisco do Glória • São Geraldo • São Geraldo da Piedade • São Geraldo do Baixio • São Gonçalo do Abaeté • São Gonçalo do Pará • São Gonçalo do Rio Abaixo • São Gonçalo do Rio Preto • São Gonçalo do Sapucaí • São Gotardo • São João Batista do Glória • São João da Lagoa • São João da Mata • São João da Ponte • São João das Missões • São João del Rei • São João do Manhuaçu • São João do Manteninha • São João do Oriente • São João do Pacuí • São João do Paraíso • São João Evangelista • São João Nepomuceno • São Joaquim de Bicas • São José da Barra • São José da Lapa • São José da Safira • São José da Varginha • São José do Alegre • São José do Divino • São José do Goiabal • São José do Jacuri • São José do Mantimento • São Lourenço • São Miguel do Anta • São Pedro da União • São Pedro do Suaçuí • São Pedro dos Ferros • São Romão • São Roque de Minas • São Sebastião da Bela Vista • São Sebastião da Vargem Alegre • São Sebastião do Anta • São Sebastião do Maranhão • São Sebastião do Oeste • São Sebastião do Paraíso • São Sebastião do Rio Preto • São Sebastião do Rio Verde • São Thomé das Letras • São Tiago • São Tomás de Aquino • São Vicente de Minas • Sapucaí-Mirim • Sardoá • Sarzedo • Sem-Peixe • Senador Amaral • Senador Cortes • Senador Firmino • Senador José Bento • Senador Modestino Gonçalves • Senhora de Oliveira • Senhora do Porto • Senhora dos Remédios • Sericita • Seritinga • Serra Azul de Minas • Serra da Saudade • Serra do Salitre • Serra dos Aimorés • Serrania • Serranópolis de Minas • Serranos • Serro • Sete Lagoas • Setubinha • Silveirânia • Silvianópolis • Simão Pereira • Simonésia • Sobrália • Soledade de Minas • Tabuleiro • Taiobeiras • Taparuba • Tapira • Tapiraí • Taquaraçu de Minas • Tarumirim • Teixeiras • Teófilo Otoni • Timóteo • Tiradentes • Tiros • Tocantins • Tocos do Moji • Toledo • Tombos • Três Corações • Três Marias • Três Pontas • Tumiritinga • Tupaciguara • Turmalina • Turvolândia • Ubá • Ubaí • Ubaporanga • Uberaba • Uberlândia • Umburatiba • Unaí • União de Minas • Uruana de Minas • Urucânia • Urucuia • Vargem Alegre • Vargem Bonita • Vargem Grande do Rio Pardo • Varginha • Varjão de Minas • Várzea da Palma • Varzelândia • Vazante • Verdelândia • Veredinha • Veríssimo • Vermelho Novo • Vespasiano • Viçosa • Vieiras • Virgem da Lapa • Virgínia • Virginópolis • Virgolândia • Visconde do Rio Branco • Volta Grande • Wenceslau Braz


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