Todo seu 5 sylvia day

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dizer não quando se é bonitão e elas se jogam aos seus pés.” Seus comentários me divertiram, e afastei meus pensamentos de Anne Lucas. Tanta preocupação não levaria a nada. Angus era bom no que fazia. Eu ia me concentrar na minha esposa e na nossa vida naquele momento. “Onde Eva está agora?”, perguntei. “Raúl está indo com ela à academia de Parker Smith no Brooklyn.” Balancei a cabeça, ciente de que Eva precisava aliviar o estresse. “Obrigado, Angus.” Meu celular vibrou sobre o vidro escuro da mesa. Olhei para o aparelho esperando ver o rosto de Eva, mas encontrei o de Ireland, minha irmã. Depois de uma pontada familiar de desconforto, algo levemente parecido com pânico, atendi. Eu não via nenhum motivo para me envolver na vida da minha irmã adolescente, mas Eva achava aquilo importante por alguma razão, e eu o fazia por ela. “Ireland. A que devo a honra?” “Gideon.” Ela soluçou violentamente, e sua voz saiu estrangulada pelas lágrimas. Imediatamente fiquei tenso, sentindo uma fúria subir pela espinha. “O que foi?” “Ch-cheguei da escola hoje e papai estava me esperando. Eles vão se separar.” Fui para trás da mesa e me joguei sobre a cadeira. A raiva logo passou. Ela continuou falando, sem me dar tempo para dizer algo. “Não entendo!”, ela disse, aos prantos. “Duas semanas atrás, estava tudo bem. Aí eles começaram a discutir o tempo todo, e papai foi para um hotel. Aconteceu alguma coisa, mas ninguém quer me contar o que foi! Mamãe não para de chorar. Papai não, mas os olhos dele estão sempre vermelhos.” Senti um nó no estômago outra vez. Minha respiração acelerou. Chris sabia. Sobre mim e Hugh. Sobre as mentiras de Terrence Lucas, o acobertamento do crime de seu cunhado. Sobre minha mãe ter se recusado a acreditar em mim, a lutar por mim, a me salvar.


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