Direitos à Aprendizagem e ao Desenvolvimento na Educação Básica: subsídios ao currículo nacional

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Subsídios ao Currículo Nacional

à prática da pesquisa como princípio pedagógico (DCNEB, 2010), considerando o estudante como protagonista das investigações. Neste aspecto, é importante o cuidado com as estratégias de complexificação dos conhecimentos apreendidos, tendo em vista diferenças e relações entre o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. Manifesta-se, aqui, a premissa de associar a seleção e problematização de conteúdos significativos aos procedimentos relativos ao desenvolvimento das capacidades cognitivas dos sujeitos da aprendizagem. A partir desses apontamentos, entendemos ainda que é preciso considerar as diferenças epistemológicas entre os componentes das Ciências Humanas, decorrentes de processos de especialização disciplinar transcorridos, principalmente, ao longo dos séculos XIX e XX. Todavia, a especificidade de cada componente curricular não implica incomunicabilidade. É possível integrá-los a partir dos seus potenciais diálogos entre si, e com outras áreas de conhecimento. Aos profissionais da Educação Básica, o desafio passa a ser, então, construir conexões que contemplem o maior número possível de componentes curriculares. Em vista disso, e visando demarcar a contribuição particular das Ciências Humanas diante deste desafio, propomos possíveis diálogos conceituais que abarcam conhecimentos integradores comuns, com o objetivo de contribuir para uma organização curricular a partir de abordagens interdisciplinares. Os vínculos entre os diálogos conceituais propostos podem ser de complemento, justaposição, oposição, subordinação, pressuposição, entre outros. Assim, é preciso estar atento para o fato de que o “e” interposto entre os diálogos conceituais, tais como “espaço e tempo”, “natureza e cultura” ou “empiria e representação”, são possíveis recortes que não esgotam outros diálogos. A despeito da parcialidade e das diferentes abordagens, os diálogos conceituais estão a serviço de uma formação integral e de uma educação integrada, materializando a articulação entre as dimensões do trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura, por meio de práticas interdisciplinares, da apropriação de conceitos e procedimentos de diferentes tradições do conhecimento humano (7), da vivência de diferentes estratégias de investigação e criação (11), do reconhecimento de valores culturais, saberes e linguagens (1, 2, 3) nos espaços escolares. Nunca é demais reforçar que o que se espera não é a extinção nem a anulação dos atuais componentes curriculares. Conforme o §2º, do Art. 8º, da Res. 02/2012 – CNE, que define as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio: “A organização por áreas de conhecimento


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