Albres e neves 2013 libras politica educacional

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Libras em estudo: política educacional

Esta visão em torno da necessidade de contato com a língua de sinais desde a mais tenra idade pode ser observada ainda em publicações paulistas. Na obra Orientações Curriculares: Proposição de Expectativas de Aprendizagem – Libras, (SÃO PAULO, 2008), encontra-se ainda o dado de que, ao ingressar na educação infantil, boa parte das crianças sequer fazem uso de uma língua. Para tanto, de acordo com o documento citado no parágrafo acima, nesse nível de ensino a criança deve se apropriar de tais conteúdos: 1) Experiências voltadas ao conhecimento e cuidado de si, do outro, do ambiente; 2) Experiências de brincar e imaginar; 3) Experiências de exploração da linguagem corporal; 4) Experiências de exploração da linguagem verbal, o que, para as crianças surdas, refere-se à Língua Brasileira de Sinais; 5) Experiências de exploração da natureza e da cultura (SÃO PAULO, 2008 p. 27). Boa parte dos itens acima são reconhecidos também, na proposta curricular nacional, veiculada pelo MEC para escolas de educação infantil, com relação ao desenvolvimento infantil, portanto, para que exista uma proposta para a educação de crianças surdas, basta simplesmente o respeito ao direito garantido a todas as crianças. Todas as crianças têm direito a serem respeitadas em sua pluralidade linguística e cultural, é o que prevê a proposta curricular nacional, veiculada pelo MEC, porém tal proposta desconsidera elementos presentes nas Orientações Curriculares Paulista no que concerne à educação para uma condição linguística diferenciada – com foco na Libras. Alguns trabalhos acadêmicos contribuem para a reflexão em torno da língua de sinais como um direito na educação infantil. Segundo Lacerda (2008 p. 24), "são necessários profissionais que tenham domínio da Libras, que pensem estratégias pedagógicas que contemplem as necessidades das crianças surdas". Em alguns casos, o intérprete da língua de sinais é a única via de acesso e participação do aluno na escola inclusiva, devido à escassez de professores qualificados. Turetta (2006) apresenta dados de pesquisa realizada em uma escola municipal de educação infantil em um município do interior de São Paulo. Revela que nesta escola foi implantada uma proposta de trabalho para a educação inclusiva e bilíngue na educação infantil. Para isso, contou-se com a seguinte infraestrutura:

Necessidade de permanência das crianças em período integral; Meio período nas atividades escolares regulares acompanhamento de um intérprete educacional;

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