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A dor te impede de viver?

Em algum momento de nossas vidas, temos que vivenciar uma dor, seja por alguma causa física, seja psíquica. Viver é um eterno aprendizado entre o equilíbrio e desequilibro na vida. A dor vem para podermos identificar que algo não está funcionando bem no nosso corpo ou mente.

Existem diferentes tipos de dores, que podem ser classificadas como: nociceptiva (lesão em tecidos), dor aguda (“funciona como uma reação do organismo a algo ins- tantâneo, logo após um corte ou uma queda”), dor disruptiva (igual a crônica, porém passa com medicamentos), dor psicossomática (se apresenta como dor física, mas está relacionada a emoções), dor somática (pele, fáscia, pode ser aguda ou leve, sensação de queimação) e a dor crônica (que permanece meses, dias e anos).

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A dor crônica aparece muitas vezes de forma inesperada e a causa pode ser desencadeada por algum fator genético ou de disfunção mecânica. Quem nunca acordou um dia e sentiu aquela dor na lombar, no joelho, no tornozelo, enxaqueca, neuropatia?

Imaginem aquela pessoa que sente dor por um período de dias, meses e anos, com certeza, essa sensação de dor impacta na qualidade de vida negativamente. O comportamento natural é de paralisar, começar a não participar das reuniões sociais, deixar de ir ao supermercado, ao shopping, descer escada do seu prédio, caminhar com o pet, levar os filhos para brincar, dentre outras situações diárias que eram comuns na sua prática. Essa é a rotina de quem sofre de dor crônica.

Conviver com essas dores é desafiador, pois, mesmo sendo dores consideradas comuns, interferem na rotina. O exercício físico vem sendo indicado pela ciência como um poderoso “medicamento” para muitas doenças e dores. O tratamento exige uma equipe multidisciplinar, como médico, fisioterapeuta e profissional de educação física.

Na minha prática profissional, como Personal Trainer, ressalto a importância da boa prescrição de um determinado exercício, buscando qualidade nas tarefas desempenhadas para o aluno/paciente. É essencial a boa prescrição e execução, evitando exercícios que podem produzir mais dores.

Um bom exemplo é aquele indivíduo que foi diagnosticado pelo médico com alguma lesão óssea, ou de tendões ou articulações no joelho (através de um exame de imagem), e vai para academia “fazer escada” como estratégia de treino aeróbico.

No entanto, a pessoa vai sentir dor e construir o mito de que não pode mais se mexer ou que não deve treinar mais. Isso porque ele não executou o treinamento adequado à sua causa de dor. Realizando qualquer exercício, ignorando totalmente suas fraquezas musculares. Isso é bem comum em muitos casos e, por isso, se deve reforçar e alongar.

Esse é somente um exemplo de inúmeros casos que possam ocorrer, pois não se pode apresentar uma receita de bolo geral, sendo necessário respeitar um dos princípios do treinamento físico, qual seja, o da individualidade biológica, para prescrição de treinamento.

Outro mito difundido é que somente atletas se recuperam de lesão. É um pensamento da grande maioria das pessoas. Meus alunos são pessoas comuns, atletas da vida real, como tenho hábito de chamar, que, através de uma mudança de hábitos, constroem uma nova rotina.

Como um dos indicadores avaliativo, utilizo a comparação de atividades normais que não desempenhavam antes do treinamento e após. Por exemplo, uma aluna realizava trilhas de forma recreativa e, após a lesão retorna a fazer. A lesão a deixou sem praticar o que mais gostava, caminhar com os pets, secar as costas com a tolha, movimentar o quadril.

No entanto, após a intervenção médica e prática de exercício físico, a aluna volta a ter autonomia, após o tratamento da dor crônica.

Essa é a nova maneira de você assumir o controle da sua capacidade de viver: se em algum momento de sua vida for acometido por alguma dor, não fique parado, busque ajuda de bons profissionais e comece a pensar que seu corpo foi construído para se mexer e ser feliz.