Diário Católico

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Chiara interrompe a quimioterapia (Continuação da página 5) “Senti uma dor muito forte no ombro – ela me disse – tão forte que a raquete caiu da minha mão”. Um médico de Sassello, primo de Ruggero, nos sugeriu que a levássemos a Santa Corona. Lá recebeu os raios infravermelhos e nos garantiram que se tratava de uma distensão, que teria sarado em vinte dias, imobilizando. Mas a dor continuou, Chiara começou a fazer infiltrações nas costas, mas sem nenhuma melhora. Não ia mais jogar e mesmo quando podia ir dar um passeio com as amigas preferia ficar deitada no sofá. Durante as férias de Natal ela decidiu ligar pessoalmente para o médico e pedir para fazer outros exames. No dia seguinte, já estava no hospital e se dedicava às pessoas que estavam perto dela. De modo especial a uma jovem, no quarto ao lado, que devia desintoxicar-se das drogas. Chiara lavava os cabelos dela e sempre lhe fazia companhia. Vendo que estava se cansando nós lhe pedimos que se resguardasse, mas ela nos calou com um seco: “Vou ter tempo para descansar”. Com uma TAC (tomografia axial computadorizada) soubemos o que ela tinha: um osteosarcoma. Naquele momento, tive a impressão de morrer. Nós nos abraçamos, eu e Ruggero, e nos dissemos: “Somente Jesus pode nos ajudar a dar o nosso sim” e pedimos, com força, que Maria tomasse as

mãos de Chiara nesse novo caminho.

Em pouco tempo, nos transferimos para Rovegliasco, próximo a Turim, porque ela devia começar a quimioterapia. Naquele dia eu não podia acompanhá-la, porque estava com flebite e o médico tinha me proibido qualquer movimento. Depois de duas horas intermináveis Ruggero e Chiara voltaram. Ela vinha na frente, caminhando lentamente, vestida com a sua jaqueta verde. Tinha o rosto sombrio e olhava para o chão. Perguntei como tinha sido e ela, sem me olhar, respondeu: “Não diga nada agora”, e se jogou na cama com os olhos fechados. Aquele silêncio era terrível, mas eu tinha que respeitá-lo. Eu olhava para ela e pela expressão de seu rosto via toda a luta que estava travando interiormente para dizer o seu ‘sim’ a Jesus. Passaram 25 minutos. De repente ela se girou na minha direção, com o sorriso de sempre, dizendo: “Agora você pode falar”. Naquele momento eu me perguntei quantas vezes ela iria ter que repetir o seu sim, no sofrimento. Mas Chiara precisou, como eu já disse, de 25 minutos, e desde então nunca mais voltou atrás. Estava se aproximando o seu aniversário de 18 anos. Ela mesma telefonou ao doutor Madon pedindo que se interrompesse a quimioterapia, porque já não surtia nenhum efeito. A partir daque-

le momento começou a sua corrida para o seu Esposo, Jesus, e ela nos dava também alguns encargos, como o de preparar a sua “festa de núpcias”. Era uma coisa linda, porque ela estava alegre... uma verdadeira maravilha. A última saudação de Chiara, antes de ir para o Céu. MARIA TERESA BADANO: As suas últimas palavras – que não foram o seu último ato de amor, porque este foi a doação das suas córneas a dois jovens – quando se despediu, foram: “Tchau mamãe! Esteja feliz, porque eu estou feliz”. ALGUMAS PALAVRAS DE CHIARA LUCE BADANO

Tenho uma avó paralítica e é dever de uma neta ir visitá-la de vez em quando. Mas entendi que, se eu quero ser uma gen verdadeira, devo fazer alguma coisa a mais. Por isso decidi ir vários dias de seguida, para lhe fazer companhia. O fato de ter lido a frase do Evangelho: “Qualquer coisa que tiverdes feito a um destes pequeninos...”, foi para mim um trampolim. Depois da escola fui para casa. Subindo a escada sentia-me um pouco irritada por ter que perder assim tanto tempo, mas disse o meu “sim”. Quando descia a escada, voltando para casa, sentia uma alegria fortíssima!» Albissola, 15 de Fevereiro de 1983

Edição 44/2010 ALIMENTAÇÃO & SAÚDE Caroline M. Calliari

As funções básicas dos alimentos

Deus disponibilizou todo o necessário na natureza para a nossa perfeita nutrição e saúde. No reino vegetal e no animal estão disponíveis os nutrientes de que precisamos para a manutenção da saúde física e mental. Constitui prova de amor para consigo e para com a própria família a atitude de buscar uma alimentação natural, consciente e equilibrada. Os alimentos estão divididos em três grupos, de acordo com suas funções básicas: CONSTRUTORES São aqueles que apresentam alto teor de proteínas. Estes conservam os tecidos do organismo, regulam o crescimento e contribuem para o desenvolvimento dos músculos, do cérebro, do fígado, etc. Entre as fontes destes compostos reguladores estão alimentos de origem animal e vegetal. O leite e derivados, os ovos, a carne devem ser consumidos em proporção inferior em relação aos vegetais, pois apresentam o inconveniente do colesterol e carregam em si certas toxinas. Os vegetais como as leguminosas (feijões, grão-de-bico, ervilha, soja, lentilha) e frutas oleaginosas (amendoim, nozes, castanhas, amêndoas, avelãs) apresentam teores de proteína mais elevados do que os alimentos de origem animal e no caso dos vegetais, a absorção das proteínas contidas é muito maior (por ser menos complexa) pelo organismo.

ENERGÉTICOS Mantêm o calor interno do corpo e fornecem energia para o trabalho muscular, o esforço físico, a respiração, os batimentos cardíacos, a circulação sangüínea, etc. Se utilizados em excesso, prejudicam mais do que ajudam. São alimentos ricos em carboidratos (açúcares) e gorduras. Alguns alimentos energéticos: melado, rapadura, mel, arroz, milho, trigo, batata, mandioca, farinhas em geral, frutas muito doces, etc. REGULADORES Contribuem com as funções anteriores, regulam e ajustam o bom funcionamento do organismo, principalmente os aparelhos digestivo e nervoso, sendo base protetora contra infecções. Desse grupo fazem parte as frutas, legumes, raízes e tubérculos fibrosos. Quanto às necessidades específicas sabe-se que crianças e adolescentes exigem mais alimentos construtores e energéticos. Atletas necessitam mais de alimentos construtores e energéticos; idosos exigem mais alimentos reguladores. Conscientes das funções básicas de cada grupo de alimentos, é preciso cultivar o respeito em relação ao alimento – cuidar muito bem da higiene da cozinha e dos utensílios: lavar exaustivamente os alimentos e as mãos antes de preparar ou ingerir algum alimento; tornar o local e o momento da refeição agradáveis, são atitudes que certamente contribuem para a saúde e harmonia de toda a família. É preciso lembrar que todos esses cuidados são de responsabilidade dos que habitam um lar, a fim de proporcionar uma qualidade de vida cada vez melhor. (Caroline Maria Calliari, Doutora em Ciência de Alimentos pela UEL)


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