Diario Bahia 06-03-2013

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Itabuna-BA, 06 de março de 2013

Educação e Literatura

Odilon Pinto Mestre e doutor em LingUística, pela Universidade Federal da Bahia. Professor da Uesc.

USOS DO PORTUGUES As línguas sagradas

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Igreja católica, depois do Concílio Vaticano II, voltou a uma disputa antiga, a respeito da língua adequada para as massas, (latim ou língua vulgar). Na tradição islâmica, até muito recentemente, o Corão era literalmente intraduzível (e, por isso, não era traduzido), porque a verdade de Alá somente era acessível mediante os insubstituíveis signos verdadeiros da língua árabe escrita. De fato, a realidade ontológica somente é apreensível por meio de um sistema único e privilegiado de re[a]presentação: a língua-verdade do latim da Igreja, do árabe do Corão, ou o chinês mandarim. E, como línguas-verdade, são impregnadas de um impulso, em grande medida, estranho ao nacionalismo: o impulso para a conversão. Por conversão, não quero tanto dizer a aceitação de dogmas religiosos particulares, mas uma absorção alquímica. A natureza do ser humano é maleável do ponto de vista sagrado. Afinal de contas, foi essa possibilidade de conversão pela língua sagrada que tornou possível que um “inglês” se tornasse Papa, e um “manchu”, Filho do Céu. Mas muito embora as línguas sagradas tornassem imagináveis comunidades como a cristandade, o verdadeiro alcance e plausibilidade dessas comunidades não podem ser explicados apenas pelo texto sagrado: afinal, seus leitores eram um pequeno número. O povo e os senhores feudais era analfabetos. Cada sociedade tem uma ideia do que seja a realidade. Os homens que dominam a língua sagrada se colocavam numa hierarquia cosmológica cujo ápice era divino. Os analfabetos viam o mundo observável como uma máscara, cobrindo o mundo espiritual. A língua sagrada é que permitia o acesso ao mundo espiritual invisível e mais importante.

Coisas da Vida A formatura

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auditório da UESC estava ornamentado de vermelho. A mesa de honra com as autoridades, as 35 cadeiras com os formandos, o salão repleto de familiares orgulhosos. Depois, o desfile interminável e solene dos graduandos e seus padrinhos, geralmente pais, irmãos, noivos, esposos e até filhos. Trata-se de um rito de passagem. O evento marca o início de uma nova fase na vida social dos que concluíram a faculdade. A partir dali, estão autorizados a exercerem um trabalho especializado. Como todo rito de passagem, a colação de grau marca, simultaneamente, um fim e um começo: fim da fase de estudante e começo da atividade profissional. A gravidade do momento se deve ao fato de que, na maioria dos casos, os formandos estão fechando algumas portas e abrindo outras, no caminho da vida. São escolhas feitas numa encruzilhada: abandonam-se outros rumos e direções e pisa-se firme na nova estrada assumida. Todos estão felizes pelo caminho já percorrido e agora se armam de coragem e disposição para enfrentar a nova caminhada. Na grande prova da vida, não há uma linha de chegada para todos, porque a morte nos espreita, antes que possamos subir ao pódio. Assim, cada atleta vai ter sua própria linha de chegada. A formatura é apenas mais uma volta concluída na pista da Fórmula Única. Familiares e amigos são a torcida vibrante que anima os corredores. Para cada formando e seus padrinhos, que iniciam o desfile de honra no auditório da UESC, irrompem aplausos e até gritos: “Urru!” Mais tarde, quando a solenidade termina, as cadeiras ficam vazias, as luzes se apagam, os carros vão embora e o vigilante solitário fecha os portões da entrada. Só fica o silêncio...

Reitora da Uesc no lançamento de frente de apoio às universidades

Além de reitores, o movimento vai contar com a presença de professores e representantes das universidades estaduais e municipais de todo país

A reitora da Uesc (Universidade Estadual de Santa Cruz), professora Adélia Pinheiro, participa nesta quarta-feira (6), às 17 horas, na Câmara dos Deputados, do lançamento da Frente Parlamentar de Apoio às Universidades Públicas Estaduais e Municipais Brasileiras. Além de reitores, o movimento vai contar com a presença de professores e representantes das universidades estaduais e municipais de todo o país. A ação suprapartidária foi uma iniciativa da Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (ABRUEM). A Frente Parlamentar foi possível graças ao trabalho do Deputado Federal Cleber Verde – MA, juntamente com o Deputado Federal Alex Canziani –PR. Entre seus objetivos, está o de colocar no orçamento da União recursos financeiros para as IES estaduais e municipais. Esse assunto foi amplamente debatido no último Fórum Nacional de Reitores, realizado em Florianópolis no mês de outubro, em uma ação conjunta da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) em parceria com a ABRUEM.

Participação

Para o presidente da ABRUEM, reitor João Carlos Gomes, a cooperação e participação de todos os interessados é muito importante para o sucesso dessa Frente Parlamentar.

A reitora Adélia Pinheiro representa a Uesc e toda a região neste lançamento

“É muito importante que parlamentares, reitores, professores e a sociedade em geral se mobilizem para que possamos trilhar sempre nossas ações em prol do ensino superior no país”, destaca o presidente. Segundo ele, com o repasse das verbas da União para as IES estaduais e municipais será possível ampliar a qualidade do ensino. “Isso vai melhorar ainda mais as áreas de atuação das universidades, sem sobrecarregar os estados e municípios que mantém estas instituições”, completou.

Fapesb vai lançar editais no valor de R$ 51 milhões A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) lançará 14 editais, no valor total de R$ 51,6 milhões, na abertura do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), que será realizado nesta quinta e sexta-feira (7 e 8), no Bahia Othon Palace, em Salvador, para discutir investimentos e políticas do setor de CT&I no Brasil. Do total de recursos, R$ 45 milhões são do governo estadual e R$ 6,6 milhões da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Durante o evento, que terá a presença do ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp, também serão lançados editais inéditos, voltados para temas específicos, como o de Apoio a Soluções Inovadoras para a Lavoura Cacaueira, no valor de R$ 3 milhões.

Esse edital pretende apoiar projetos de pesquisa destinados ao desenvolvimento de soluções que busquem a prevenção, o controle e o combate às doenças do cacau. Também dará maior enfoque à Monilíase, doença causada por uma espécie de fungo que acomete o fruto do cacau e vem avançando rapidamente nos países da América Central e do Sul.

Doenças Negligenciadas

Outros editais que merecem destaque são os de Apoio a Projetos de Pesquisa em Doenças Negligenciadas, no valor de R$ 4 milhões; Apoio a Pesquisas Inovadoras em Segurança Pública (R$ 1 milhão); Apoio à Inovação Aberta (R$ 5 milhões) e o Bolsas de Iniciação à Docência – com o objetivo de melhorar a formação de professores para as escolas públicas da rede estadual (R$ 3,5 milhões).


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