ECONOMIA & EMPRESAS - ABRIL

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24 Economia&Empresas 25 ABRIL 2009

ÚLTIMA

NÚMEROS

-0,2 É o valor previsto para a quebra de preços este ano no nosso país, de acordo com dados divulgados pelo Banco de Portugal.

93%

622 milhões de euros é quanto vale o negócio dos fármacos de linha branca no nosso país.

Foi o crescimento da remuneração média dos docentes universitários em tempo integral entre 1993 e 2003. No Politécnico foi 64 por cento.

ATÉ AS FUNERÁRIAS...

Mais homens de “fraque” A crise está a fazer aumentar a actividade das empresas de cobranças de dívidas, que, para responderem ao aumento da procura, estão a admitir mais pessoal. empresa “O Homem do Fraque”, cuja missão consiste em a recuperar créditos malparados, registou entre 2008 e 2009 um aumento de 25 a 35 por cento na actividade no escritório em Portugal, mantendo actualmente 1.500 processos. Em Espanha, onde a empresa tem 11 escritórios, a actividade “quase duplicou no último ano”, revelou o gerente da empresa, Óscar Regueira. “As situações complicadas economicamente são boas para nós”, referiu. “Há um ano que tem

A

havido um incremento na nossa procura. Temos mais trabalho e aumentámos o pessoal, em Portugal e em Espanha”, acrescentou Óscar Regueira. Luís Sousa, o director–geral ibérico da “Logicomer”, empresa destinada à recuperação de créditos e que trabalha apenas com bancos e entidades financeiras a crédito, revelou, por seu turno, que algumas entidades tiveram um acréscimo de cerca de 20 por cento no número de clientes em incumprimento, só no último meio ano. “Um banco que nos dava no ano passado, no primeiro trimestre, cinco mil clientes para gestão, este ano está a dar sete mil”, explicitou, acrescentando que, actualmente, a situação parece “estabilizada”. Em Espanha, segundo Luís Sousa, a situação é muito pior. “Há casos muito graves, ao nível de incumprimento. Lá, o melhor das hipóteses cor-

responde ao pior de Portugal”, disse. “O Homem do Fra-

que” cobra dívidas entre os 1.500 euros e os 300.000 euros, sendo que,

depois da cobrança, a empresa fica com 40 por cento e o cliente com o restante. As dívidas mais comuns que a empresa tenta cobrar situam–se entre os 20 mil euros e os 120 mil euros. A “Logicomer” diz não ter valores definidos, explicando que “tanto trabalha com 500 euros como com 500 mil euros”. Segundo Luís Sousa, a empresa consegue recuperar 50 por cento das dívidas através de acordos extrajudiciais, ou seja, por via da negociação, o restante é através de tribunal. Esta empresa joga com o prémio que recebe do cliente para poder flexibilizar a negociação. “O Homem do Fraque”, que garante conseguir reaver 70 a 80 por cento das dívidas, tiliza a frota automóvel como principal meio para recuperar dívidas, dado que, conclui Óscar Regueira, “ninguém gosta de ter um carro de O Homem do Fraque à porta de casa”.

Cavaco recomenda aposta na inovação O PRESIDENTE da República defende a aposta na inovação, na tecnologia e no conhecimento como “elemento essencial para responder” aos actuais e futuros desafios para superar a crise. “Já era assim antes desta crise que nos afecta a todos e agora é-o ainda mais. Não é possível uma estratégia de desenvolvimento económico e social que ofereça perspectivas

reais de futuro sem um forte investimento” em políticas de conhecimento, inovação e desenvolvimento, diz Cavaco Silva num artigo incluído no Anuário Ibero–americano 2009, publicado pela Agência EFE e pelo Real Instituto Elcano. O artigo de Cavaco Silva assume destaque com Portugal a ser este ano anfitrião da Cimeira Ibero–Americana, em Novembro, no Estoril.

O Presidente da República recorda no artigo que Portugal elegeu como tema central da cimeira “Inovação, Tecnologia e Conhecimento: Um espaço de cooperação” e salienta que a reunião decorrerá “num ano de grandes desafios para cada um dos Estados que a compõem, confrontados com a necessidade de encarar as repercussões da crise económica e financeira”.

Fundo para dívidas vai funcionar como “banco” da saúde O FUNDO que o Governo criou para pagar as dívidas da saúde vai continuar a existir e deverá funcionar como “um banco” em que os hospitais investem os seus capitais sociais e ao qual podem recorrer para realizar pagamentos. A ideia é do secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Francisco Ramos, para quem o Fundo de Apoio ao Sistema de Pagamentos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) é “um mecanismo inteligente para utilizar no pagamento das dívidas dos hospitais”. Criado no final do ano passado para o pagamento das dívidas do sector - que ascendia a 908 milhões de euros -, o Fundo já concedeu empréstimos a 27 hospitais–empresas, num total de 766.883.678,18 euros. O Fundo foi buscar os montantes aos capitais sociais de 35 hospitais–empresa, num total de 766.900.000 euros, até 31 de Dezembro do ano passado. Para Francisco Ramos, a criação do Fundo foi uma medida apenas concretizável numa “crise financeira” e uma forma do Estado “honrar os seus compromissos”, caso contrário “algumas empresas (de fornecedores] poderiam fechar. O secretário de Estado Adjunto e da Saúde considera que o grande objectivo da medida é “fazer os hospitais pagarem as suas dívidas”. Isso significa que cabe agora às instituições pagarem ao Fundo os montantes que receberam como adiantamentos de pagamentos, tal como os respectivos juros. Os hospitais terão de pagar estes adiantamentos com “recursos próprios”, o que deverá acontecer até Junho. O incumprimento da devolução dos montantes recebidos será penalizado com os juros que estão já a ser cobrados. Os hospitais poderão ainda recorrer novamente ao Fundo, sempre que o necessitem, para pagar as dívidas aos fornecedores. Por esta razão, e perante a inevitabilidade dos hospitais precisarem de recorrer ao Fundo mais do que uma vez, Francisco Ramos estima que este continue a existir, estando prevista uma avaliação do mesmo lá para o fim do ano.


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