Diretório de Saúde 2015

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IRETÓRIO DE SAÚDE // DIÁRIOASBEIRAS

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Desfibrilhadores podem mudar realidade da morte súbita Rui Providência Research Fellow in Arrhythmia and Cardiac Electrophysiology, The Heart Hospital, University College of London NHS Trust Cardiologista, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra

As doenças cardiovasculares são a mais frequente causa de morte na população adulta e a quinta causa de morte na população jovem. Sabe-se que em grande parte dos casos ocorre morte súbita, habitualmente no contexto de arritmia cardíaca maligna (taquicardia ou fibrilhação ventricular). Os desfibrilhadores automáticos externos são dispositivos inteligentes de uso simples (ou até mesmo automáticos) que podem mudar o curso de tal realidade. Estes aparelhos de pequenas dimensões possuem o seguinte modo de funcionamento: 1 deteção de arritmia, se esta tiver sido a causa do evento trágico; 2 entrega de um choque elétrico, caso a arritmia seja uma das mencionadas acima (taquicardia ou fibrilhação ventricular). Se o choque for entregue nos primeiros momentos a probabilidade de recuperação é quase total. Porem, se houver atrasos, por cada minuto que passa, a possibilidade

de sobrevivência diminui cerca de 10%. Tal ocorre não só porque a arritmia se pode tornar mais resistente ao “tratamento por choque” (desfibrilhação), mas também porque entretanto o indivíduo em paragem pode desenvolver lesões cerebrais decorrentes da falta de aporte de fluxo sanguíneo. Nestas situações de paragem, além da desfibrilhação (se adequável), ou enquanto se aguarda pela chegada de uma equipa ou aparelho com capacidade para tal, é da maior importância o suporte básico de vida, com realização de massagem cardíaca e, idealmente, de ventilação eficaz. Atualmente, a lei já solicita a sua presença obrigatória em estabelecimentos com área de venda igual ou superior a 2,000 m2, conjuntos comerciais com área bruta igual ou superior a 8,000 m2, aeroportos e portos comerciais, estações ferroviárias, de metro e de camionagem com fluxo médio diário superior a 10,000 passa-

geiros, e recintos desportivos, de lazer e recreio com lotação superior a 5.000 pessoas. Talvez esta seja uma utilização demasiado restritiva destes aparelhos, e sobram dúvidas de que a lei esteja a ser cumprida na íntegra… talvez por isso, se saiba que a quantidade de desfibrilhadores automáticos externos disponíveis no nosso país seja francamente reduzida, e que estes se localizam maioritariamente nos grandes centros. A título de exemplo, o número de desfibrilhadores por milhão de habitante no Reino Unido é cerca de 2 a 3 vezes maior por milhão de habitante do que aquele que encontramos no nosso País. Se atendermos ao anteriormente exposto e ao facto de que estes dispositivos são provadamente custo-eficazes, compreende-se que se seja desejável o seu uso amplo e disseminado, de forma a colocar um travão neste verdadeiro problema de Saúde Pública.

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Empresa especializada na comercialização e distribuição de dispositivos médicos. O DAE é um dispositivo electrónico portátil que em situações de paragem cardiorespiratória analisa o ritmo cardíaco e, nas situações indicadas, aplica um choque eléctrico com o intuito de se retomar um ciclo cardíaco normal e assim evitar a morte da vítima. A Nossa Vida é Salvar Vidas


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