Livro Didático Público de Matemática

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Ensino Médio Sabe-se, a partir de pesquisas e estatísticas, que o consumo de álcool altera a percepção do espaço, do tempo e a capacidade de visão. Pense: se alguém bebeu um pouco a mais, provavelmente irá achar que pode ultrapassar quando não pode? Ou achará que não pode, quando pode? Em outras palavras... Alguém que bebe é ou não imprudente? Isso não é fácil de responder. Você faz alguma idéia de quanto podemos errar na avaliação de velocidades? Aliás, você faz idéia de quanto a ingestão de bebida alcoólica pode afetar a capacidade de percepção do ser humano? Antes de tentar resolver o problema, precisamos de algumas informações. É importante conhecer uma resposta para essa pergunta, pois mais de 1.000 brasileiros morrem, por ano, vítimas de acidentes causados por excesso de álcool. Cerca de 10% de todos os acidentes com vítimas resultam de dirigir com excesso de álcool no sangue. Por incrível que pareça, esses acidentes são provocados por aquelas razões que as pessoas julgam “agradáveis” quando ingerem bebidas que apresentam algum teor alcoólico: estas bebidas dão a sensação de segurança, causam euforia, mas, também, diminuem o controle muscular e a coordenação motora e, como já dissemos, prejudicam a habilidade de avaliar velocidades, distâncias; reduzindo a acuidade visual e a capacidade de lidar com o inesperado (ALCOOLISMO, 2005). Pesquisas feitas nos Estados Unidos têm mostrado que o risco de acidentes automobilísticos cresce exponencialmente com a quantidade de bebida alcoólica ingerida. Mas o que isto significa? O que quer dizer “cresce exponencialmente”? Isso significa que “cresce muito”? Cresce “mais” do que alguma outra coisa? Ou cresce “menos”? Uma coisa é certa, se uma pessoa bebe um copo, o efeito é menor que se beber dois copos, e ainda menor do que se beber três copos... Isso quer dizer que há uma relação entre o número de copos de bebida alcoólica ingeridos e o quanto ela afeta. Podemos dizer, por exemplo, que nossa capacidade visual fica alterada em função da quantidade de álcool no nosso sangue. Mas como avaliar essa situação usando a idéia de que um fenômeno ocorre em “função” de algum ou alguns fatores? E, como juntar estas duas coisas: estar em “função” de algum fator e “crescer exponencialmente”? Pode-se dizer que uma “função” é uma lei que regula a dependência entre as variáveis. Alguém diz: “irei ao parque SE não chover”. Ou: “em função da chuva, não irei ao parque”. A condição do clima é uma variável: pode chover, pode fazer sol, pode garoar ou o tempo ficar nublado... No caso que estamos tratando, a lei que regula a ação do álcool no organismo é descrita por uma expressão matemática. Apesar dos numerosos estudos sobre a história da matemática, não é fácil encontrar informações sobre a origem do estudo das funções. As noções sobre 54

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