Alfa e omega livros 01 lobos não choram (1)

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– Faça isso. Asil jogou a cabeça para trás e riu. Ele tomou Sage pelos ombros e caminhou para fora, pisando com os pés descalços a neve sem sequer estremecer. Depois que o carro partiu, Bran disse: – Você ainda vai ter problemas com esse aí, mas ele não vai mais fazer isso de propósito. Acho que vou voltar para casa também. Leah vai ficar preocupada. Charles deu de ombros para seus problemas com Asil; ele estava mais preocupado com outros assuntos. – Você tem certeza? Você é bem-vindo para ficar aqui por mais um tempo. Charles nunca se esqueceria do Outro, o berserker que se escondia embaixo do calmo exterior de seu pai. Bran sorriu, mas isso apenas enfatizou o olhar assombrado em seus olhos. – Estou bem. Cuide de sua companheira e me avise quando vocês quiserem tornar as coisas oficiais. Eu gostaria de torná-la um membro da alcateia formalmente o mais rápido possível. Esta semana é de lua cheia. – Está ótimo. – Charles cruzou os braços sobre o peito e inclinou a cabeça. – Mas você deve estar cansado, se acha que pode mentir para mim assim. Bran, que estava a meio caminho da porta, virou-se. Dessa vez, o sorriso iluminou seus olhos. – Você se preocupa demais. Que tal assim: eu ficarei bem. Está melhor? Isso era verdade. – Se você tiver problemas, ligue para mim, e eu lhe levarei Anna. Bran acenou com a cabeça uma vez e saiu, deixando Charles preocupado. Somente quando Anna, ainda quente e molhada, saiu do chuveiro e entrou na sala assobiando uma melodia familiar, sua preocupação por Bran diminuiu. – Crep, strep, venefica est mortua – disse-lhe Anna. – O que morreu? – perguntou Charles. Ele pensou na música e sorriu. – Quer dizer: “Ding-dong, a bruxa está morta”1 – esclareceu Anna, sentando-se ao lado dele. – E também um bom homem. Devemos comemorar ou lamentar? – Essa é sempre a questão – disse-lhe Charles. Anna esticou os dedos sobre a mesa. – Ele era um homem bom, afinal de contas. Merecia um final feliz. Charles cobriu os dedos dela com a sua própria mão, buscando as palavras certas, mas elas não vieram. Depois de um momento, Anna encostou a testa no ombro dele. – Você poderia ter morrido. – Sim. – Eu também. – Sim. – Acho que vou aceitar o final feliz que ele nos deu e fazer com que tenha valido a pena. Ela enrolou os braços ao redor dele ferozmente. – Eu te amo. Charles se virou e puxou Anna para o seu colo. Seus braços tremiam, e ele foi muito cuidadoso para não segurá-la tão forte a ponto de machucá-la. – Eu também te amo. – Depois de um longo tempo, ela olhou para cima. – Você está com fome também?


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