Tabeel dos tempos de Isaías, vivia em Jerusalém e era um grande latifundiário em meados do século III. Seu filho José foi por vinte e cinco anos, 239-217 a.C., o coletor de im postos para toda a província da Síria e Fenícia, con forme seu contrato com o rei Ptolomeu III Evergetes. Possivelmente era o homem mais rico da província. Sua mãe, a esposa de Tobias, era irmã do sumo sacerdote Onias. Esta informação que nos é dada pelo historiador Flávio Josefo e confirmada por Zenão é muito importante porque revela o grau de integração existente entre as prin cipais famílias judias e o mundo helenístico. Durante o governo de Antíoco IV Epífanes (175-163 a.C.), os principais sacerdotes fizeram o esforço de fundar em Jerusalém uma cidade helenística que chamavam “Antio quia em Jerusalém”. O sumo sacerdote Jasão (nome grego) que obtivera o cargo oferecendo um aumento de impostos ao rei e uma soma inicial generosa (80 talentos), foi o promotor da helenização da cidade. Com esta suculenta oferta, Antíoco III retirou do cargo o sumo sacerdote Onias III e reconheceu a Jasão, que era irmão de Onias. Os conservadores apoiavam-se em uma “carta de liberda de” de Antíoco III que permitia ao “éthnos” judaico viver de acordo com suas leis ancestrais. Jasão, apoiado, segun do parece, por uma maioria dos sacerdotes de Jerusalém, respondeu estabelecendo a “pólis” com seu ginásio e tudo. Tinham o controle da admissão à cidadania da nova ci dade, cujas leis “democraticamente” promulgadas em esti lo grego se convertiam nas leis dos judeus. O grau de corrupção é registrado pelo fato de três anos mais tarde Menelau “comprar” o sumo sacerdócio subindo para tre zentos talentos os impostos anuais que prometera. Os selêucidas, com o controle da Palestina adquirido por direito de conquista em 198, não souberam manter o sistema administrativo excelente dos ptolomeus, mediante o qual extraíam da Palestina um grande excedente, e recorriam a estas medidas oportunistas para cobrir seus déficits permanentes. É este o pano de fundo da insurreição ju daica conhecida como guerra dos Macabeus, com a qual se inaugura a época seguinte da história de Israel.