Sirlei Ribeiro - Um novo olhar para a roupa do paciente de diagnóstico por imagem

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FACULDADE DE TECNOLOGIA SENAI CURITIBA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM DESIGN DE MODA SIRLEI DE FÁTIMA DE SOUZA RIBEIRO

UM NOVO OLHAR PARA ROUPA DO PACIENTE DE DIAGNOSTICO POR IMAGEM

CURITIBA DEZ/2017


SIRLEI DE FÁTIMA DE SOUZA RIBEIRO

UM NOVO OLHAR PARA ROUPA DO PACIENTE DE DIAGNOSTICO POR IMAGEM

Monografia Apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Design de Moda, 6º. período do Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda da Faculdade de Tecnologia SENAI Curitiba. Orientadora: Mariana Mariah Vieira de Freitas

CURITIBA DEZ/2017


TERMO DE APROVAÇÃO

SIRLEI DE FÁTIMA DE SOUZA RIBEIRO

UM NOVO OLHAR PARA A ROUPA DO PACIENTE DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM

Este trabalho foi julgado e aprovado como requisito parcial para a obtenção do grau de tecnólogo em Design de Moda, do Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda da Faculdade de Tecnologia Senai Curitiba.

____________________________ Edson Korner Coordenador do Curso

Orientador (a): Profª Mariana Mariah Vieira de Freitas _________________________

Banca: Profº Malva Valéria de Andrade Ouriques

_______________________________

Profº Roseli do Pilar Monteiro Stencel _____________________________________

Curitiba, 01 de dezembro de 2017


Ă€ minha famĂ­lia e amigos, por todo apoio e incentivo. Ao meu querido Pai (in memoriam).


AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela energia de sua presença, sempre! Especialmente agradeço ao meu esposo Luis, por estar sempre ao meu lado. A minha Mãe e minha filha Luísa, parceiras sem precedentes. Minha orientadora Mariana. A quem agradeço pelo apoio, paciência e parceria nessa jornada. À clínica DAPI, aos administradores e colaboradores que receberam e foram de imensa importância para o desenvolvimento desse estudo. E não poderia deixar ainda de agradecer ao corpo docente do curso, sem exceções, professores maravilhosos que conquistaram meu respeito e admiração.


“Mudam-se os tempos, Mudam-se as vontades”. Luís de Camões


RESUMO

O serviço de atendimento em clínicas de diagnóstico por imagem oferece aos seus pacientes\clientes, uma vestimenta para uso durante a realização dos exames. Essa roupa não apresenta alterações há décadas, além de não se diferenciarem das roupas hospitalares. Sendo assim, esse estudo pretende criar uma vestimenta com elementos que demonstrem a preocupação com as necessidades: ergonômica - relacionada a usabilidade do produto e, hedonômica - ligada a questões de bem-estar que juntas pretendem trazer a essa roupa, características que atendam às necessidades específicas de uso e que agradem os usuários em atendimento diagnóstico de assistência à saúde. Para a realização desse estudo, utilizado inicialmente recursos bibliográficos a fim de aprofundar o entendimento de pontos como: o vestuário relacionado ao emocional, ergonomia e hedonomia. E ainda, devido a necessidade de investigação de questões que envolvem o uso do produto na prática diária, mais especificamente relacionado a ergonomia do produto em relação à pratica de uso, foi realizada observação assistemática, que gerou informações relevantes para o seu desenvolvimento. Como resultado, a criação de uma coleção cápsula com peças que tragam facilidade de manuseio e correspondam às necessidades específicas de uso, bem como a possibilidade de utilização de material têxtil dentro de regras pré-estabelecidas para o setor, com a introdução de elementos de estética, diferenciando o produto dos existentes no mercado. Palavras-chave: vestimenta de paciente; ergonomia, hedonomia


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1: HIERARQUIA DA ERGONOMIA E HEDONOMIA .............................17 FIGURA 2: SALA HUMANIZADA ............................................................................22 FIGURA 3: COR ESCOLHIDA ...................................................................................40 FIGURA 4: ESTAMPA ESCOLHIDA .........................................................................40 FIGURA 5: PROCESSO DE MODELAGEM .............................................................45 FIGURA 6: PROTOTIPAGEM DAS PEÇAS CRIADAS ...........................................46 FIGURA 7: CORTE, MONTAGEM E COSTURA .....................................................47 FIGURA 8: LOOK 01 ...................................................................................................48 FIGURA 9: LOOK 01 DETALHE................................................................................49 FIGURA 10: LOOK 01 PRÁTICA DE USO ...............................................................49 FIGURA 11: LOOK 02 .................................................................................................50 FIGURA 12: LOOK 02 - DETALHES DE ABERTURA NAS ARTICULAÇÕES ...51 FIGURA 13: LOOK 02 - ACESSO ARTICULAÇÃO DE QUADRIL .......................51 FIGURA 14: LOOK 02 - ACESSO ARTICULAÇÃO DE JOELHO ..........................52 FIGURA 15: LOOK 03 – CAMISOLA ........................................................................53 FIGURA 16: LOOK 03 – PRÁTICA DE USO ............................................................54 FIGURA 17: LOOK 03 – FUNÇÃO DE USO .............................................................54


LISTA DE QUADROS QUADRO 1: PRODUTOS DISPONÍVEIS NO MERCADO NACIONAL ...............24 QUADRO 2: PRODUTOS DISPONÍVEIS NO MERCADO INTERNACIONAL ...26 QUADRO 3: NORMAS PARA PRODUTOS TÊXTEIS - ABNT .............................29 QUADRO 4: MODALIDADES DE DIAGNÓSTICO E ............................................34 QUADRO 5: LIMITAÇÕES CAUSADAS PELA ROUPA DE MAMOGRAFIA ....36 QUADRO 6: MODALIDADES E POSIÇÃO PARA REALIZAÇÃO.......................37 QUADRO 7: CONSIDERAÇÕES PARA DESENVOLVIMENTO DOS LOOKS ...41 QUADRO 8: ELEMENTOS APLICADOS NO PRODUTO ......................................42 QUADRO 9: ELEMENTOS APLICADOS NO PRODUTO ......................................43 QUADRO 10: ELEMENTOS APLICADOS NO PRODUTO ....................................44 QUADRO 11: CONCLUSÕES DA AUTORA ...........................................................55


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................11 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...........................................................................12 2.1 DESIGN /CONTRIBUIÇÕES PARA O VESTUÁRIO ......................................12 2.1.1 Hedonomia ........................................................................................................15 2.2 ERGONOMIA .....................................................................................................14 2.2.1 Ergonomia aplicada ao vestuário ......................................................................15 2.3 PACIENTE E O SENTIMENTO ........................................................................17 2.3.1 A roupa e o vestir ..............................................................................................17 2.3.2 Aspectos emocionais na roupa ..........................................................................19 2.3.3 O “ser/estar” paciente ........................................................................................21 2.4 VESTUÁRIO PARA DIAGNÓSTICO POR IMAGEM ....................................23 2.4.1 Vestuário do paciente ........................................................................................23 2.4.2 Normas para confecção e manutenção de vestimentas da área de saúde ..........28 2.4.3 Material têxtil empregado nas roupas da área da saúde ....................................30 2.4.4 A manutenção de produtos têxteis usados na área de saúde .............................30 3 MÉTODOS E MATERIAIS PARA O PRODUTO...............................................31 3.1 PIJAMAS DAS CLÍNICAS DE DIAGNOSTICO POR IMAGEM ...................31 3.2 COLETA DE DADOS .........................................................................................32 3.2.1 Resultados das observações ..............................................................................32 3.2.1.1. Observações na modalidade ressonância magnética .....................................33 3.2.1.2. Observações para modalidade mamografia ..................................................35 3.2.1.3. Observações das modalidades raio-x e tomografia computadorizada ..........36 3.3 ELABORAÇÃO DO PRODUTO ........................................................................38 3.3.1 Escolha de materiais ..........................................................................................38 3.3.2 Definição de cores .............................................................................................38 3.3.3 Geração de alternativas .....................................................................................41 3.3.4 Etapas de modelagem e prototipagem ..............................................................45 3.3.5. Looks confeccionados ......................................................................................48 3.3.6. Verificação de funcionalidade .........................................................................55 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................57 5 REFERÊNCIAS .......................................................................................................59


1 INTRODUÇÃO

Dentro do sistema de saúde, além dos hospitais e clínicas médicas, existem outros estabelecimentos denominados como assistenciais à saúde, como é o caso das clínicas que prestam serviço de diagnóstico por imagem1, nas quais passam diariamente centenas de pessoas em atendimento para realização de exames como: raio-x, tomografia computadorizada, ressonância magnética entre outros. Para execução desses procedimentos, o paciente necessita utilizar uma vestimenta disponibilizada pela clínica, conhecida por pijama ou avental e normalmente sem muita variação de cor, modelo ou qualquer informação estética. Assim, acabam por se assemelhar muito às roupas utilizadas por pacientes em hospitais. E, por se tratar de um ambiente físico também muito similar a um hospital, pode tornar o momento do uso uma experiência não muito agradável, principalmente para pessoas que apresentem alguma fobia desse tipo de ambiente. Sendo assim, o presente estudo traz a oportunidade de o Design de Moda contribuir com a área da saúde, propondo um vestuário pensado para atender questões de usabilidade e conforto. Tudo isso relacionado ao bem-estar do usuário, buscando atender necessidades específicas desse vestuário em relação à vestibilidade, e considerando principalmente o desafio da elaboração de uma peça visualmente mais agradável. Dessa forma o objetivo geral desse estudo é o desenvolvimento de uma coleção cápsula de roupas para pacientes/usuários dos serviços de diagnóstico por imagem, aliando ergonomia e design. Para que isso ocorra, serão estudados temas como a ergonomia e hedonomia visando às necessidades deste usuário, o mercado atual desse produto e novas possibilidades de matéria prima que visa resultar em um produto que se diferencie dos ofertados atualmente. Para a execução deste estudo será inicialmente realizado levantamento exploratório bibliográfico, que servirá de embasamento para interpretação do significado dos dados e fatos que se pretende abordar. 1

Diagnóstico por Imagem: Modalidade de exame não invasiva que se utiliza de energia a base de radiação para obtenção de imagens do interior do corpo humano auxiliando na detecção de patologias em diversas especialidades.


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Em seguida, inicia-se a coleta de dados, concebida e realizada em estreita associação do objeto de estudo junto ao público alvo, com a finalidade de complementar as informações da situação cotidiana. A obtenção de dados ocorreu por meio de observação assistemática no mês de agosto de 2017, na clínica DAPI (Diagnóstico Avançado Por Imagem), complementada por relatos informais fornecidos por agentes ligados diretamente às atividades diagnósticas, com a intenção de contribuírem para a elaboração do produto. O desenvolvimento da produção das peças foi parte importante desse estudo, ocorrendo em paralelo como as demais atividades, sendo possivel realizar as correções no momento em que se identificava a necessidade. Para finalizar, será realizada a verificação da funcionalidade do produto.


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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 DESIGN: CONTRIBUIÇÕES PARA O VESTUÁRIO

Para Denis (2000), não faltam no meio profissional definições para o design, e com certa frequência se recorre à etimologia da palavra, que de origem da língua inglesa, na qual o substantivo design se refere tanto à ideia de plano, desígnio, intenção, quanto à de configuração, arranjo, estrutura. A origem mais remota da palavra está no latim designare, verbo que abrange ambos os sentidos, o de designar e o de desenhar. O design passou por mudanças, e sob o olhar de Niemeyer: O funcionalismo foi um princípio do design proposto por países centrais, especialmente a Alemanha, nas primeiras décadas do século XX. Devia-se assumir a especificidade da linguagem formal própria à tecnologia industrial, ajustar a configuração formal do produto ao seu modo de funcionamento. Após a II Guerra Mundial, com os aportes da Ergonomia, um outro paradigma do design veio somar ao funcionalismo – a adequação do produto ao usuário na execução da tarefa. (2012, p. 50)

Falar de Moda é decifrar linguagens não verbais que nossas roupas transmitem, ou seja, o estilo, o design, o produto, a época, a tecnologia e tudo mais que pode estar codificado naquilo que usamos. (BRAGA, 2006) Para Garcia e Miranda a Moda pode ser relacionada com: Um simulacro entendido como objeto de imitação, que designa uma construção abstrata e hipotética, embora coerente: é uma edificação de mundo onde o sujeito pode se projetar e por meio da qual pode evoluir. Considerando esses aspectos, moda é o conjunto atualizável dos modos de visibilidade que os seres humanos assumem em seu vestir com o intuito de gerenciar a aparência, mantendo-a ou alterando-a por meio de seus próprios corpos, dos adornos adicionados a eles e da atitude que integra ambos pela gestualidade, de forma a produzir sentido e assim interagir com o outro. (2010, p. 22)

Sabrá (2012) cita a roupa, contextualizada no modo de produção capitalista e na compressão do tempo e do espaço da atualidade, é uma espacialização do tempo. Em outras palavras, qualquer produto fruto da prática de produção de objetos de design representa o princípio da moda, fomentando valores simbólicos que reordenam as relações temporais.


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Sobre a atualidade, Niemeyer (2012) descreve o designer pertencente a uma das categorias profissionais responsáveis pela elaboração da materialidade. Cada vez mais os produtos desempenham um papel mais expressivo na construção e estilo de vida do ser humano contemporâneo. O bom design deve fazer da relação do homem e do objeto o ponto de partida da configuração. Não se limita a uma técnica de empacotamento, precisa expressar particularidades de cada produto por meio de uma configuração própria. (BÜRDECK, 2006) Se o design de um produto é atrativo e funcional, dizemos que é um ‘bom design’. De fato, design é mais do que isso, ele é a contribuição cultural que reflete em larga extensão a civilização da sua época. (MONT´ALVÃO; DAMAZIO, 2012) Martins e Couto (2006) descrevem o design como uma atividade a ser cumprida com conhecimento, inovação e consciência. A prática de suas funções profissionais deve ser realizada em interface às suas funções sociais de forma reflexiva e fundamentada na consciência crítica e rigorosa de valores. Assim, o design reflete e expressa a situação social, política e econômica e sua valorização deve apresentar o potencial de contribuir para uma qualidade de vida melhor e mais sustentável. Falando sobre as contribuições do design Coelho (2006, p. 42) “a partir de conhecimentos adquiridos de autores do Design, podemos identificar algo que represente uma contribuição para o campo [...] podemos cotejar determinada teoria com outra. Partindo do âmbito do design, é possível dar contribuições significativas à sociedade. Para abordar as necessidades das populações marginais, a prática do ‘trabalho social’ onde um designer atuaria em conjunto a um grupo de trabalhadores sociais que fariam uma análise do que ocorre no sistema cliente (pessoa, família, grupo, organização ou comunidade) e os aspectos dentro do ambiente com o qual o sistema cliente interage e os variados aspectos que afetam o funcionamento humano, o biológico, o psicológico, o cultural, o social, o natural, e o físico/espacial. (MARTINS; COUTO, 2006) No caso da vestimenta, poderia dizer-se que o design é a forma que surge entre o corpo e o contexto, já que a roupa é um elemento relativo, cuja proposta surge a partir


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de uma relação: porque veste, cobre, descobre e modifica o corpo em função de um contexto específico. (GARCIA; MIRANDA, 2010)

2.2 ERGONOMIA Existem diversas definições de ergonomia e “todas procuram ressaltar o caráter interdisciplinar e o objeto de estudo, que é a interação entre o homem e o trabalho.” (IIDA, 2005, p 2). Ergonomia deve ser vista como “uma ciência, que estuda o comportamento e reações do homem em relação a suas atividades, à maneira que ele opera e ao ambiente. Então, define o resultado da junção “Ergonomia mais Design” [...] Se uma aplicação dos princípios de ergonomia ao processo de design é implementada, o resultado deve ser um produto atrativo e também amigável e, se integram a ergonomia ao design, contribuem para a qualidade de vida, aumentam o bem-estar e o desempenho dos produtos.” (MORAES, 2000 apud MONT´ALVÃO; DAMAZIO, 2012) Uma nova perspectiva de pesquisa está despontando na área de fatores humanos e ergonomia, o “projeto ergonômico afetivo” – ou, no termo original em inglês, affective human factors design. Esse é um novo paradigma que se apresenta na área da Ergonomia, que sem se ocupando, há muito, de questões relacionadas ao usuário, como desempenho e o estudo de dores e constrangimentos. Essa perspectiva traz um novo olhar para uma questão marcante da Ergonomia: como o usuário avalia é mais do que avaliar o usuário. (MONT’ALVÃO; DAMAZIO, 2012, p. 25)

Moraes (2009) aborda que o atendimento aos requisitos ergonomicos possibilita maximizar o conforto, a satisfação e o bem-estar, garantir a segurança, minimizar constrangimentos, custos humanos e carga cognitiva, psíquica e física do usuário e otimimar o desempenho da tarefa, o rendimento do trabalho e a produtividade do sistema homem-máquina. Entende-se por Ergonomia o estudo das interações das pessoas com a tecnologia, a organização e o ambiente, objetivando intervenções e projetos que visem melhorar, de forma integrada e não-dissociada, a segurança, o conforto, o bem-estar e a eficácia das atividades humanas. (IIDA, 2005, p. 2)


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Espera-se que o projetista, ao escolher um caminho para desenvolver seus projetos, opte por um proposta de metodologia que integre conhecimentos de design e de ergonomia, considerando as especificidades da tarefa, as necessidades do usuário, os requisitos de usabilidade, conforto e segurança durante toda a projeção. (MORAES;FRISONI, 2001)

2.2.1 Ergonomia aplicada ao vestuário

Para Grave (2010), a ergonomia deve atender alguns requisitos pois o vestuário obrigatoriamente reúne um conjunto de mobilidades e funções. Modelar essa “máquina humana” deve ser uma tarefa realizada com precisões ergonômicas. Sua adequação deve ocorrer sem nenhum atrito. Na moda, podemos usar a ergonomia para encontrar o espaço do corpo na adequação do produto desenvolvido por meio da modelagem, proporcionando conforto, funcionalidade e segurança da roupa com o propósito do bem-estar humano, em todos os seus aspectos. Os conceitos ergonômicos devem se estender em todo o processo de construção da roupa, tomando partido das questões que envolvem a modelagem ergonômica pensando em acabamentos, etiquetagens e suas informações, usabilidade e funcionalidade da roupa aliados à modelagem para a construção do produto ideal, objetivando uma interação maior com seu consumidor final. (MODELAGEM ERGONÔMICA...2013) Com respeito ao vestuário ergonômico, é necessário que se desenvolvam vestuários específicos, que haja uma conscientização do profissional da moda sobre o fato de o poder do vestuário estar além da qualidade do produto, indo do conforto à estética. (GRAVE, 2010).

2.2.2 Hedonomia O termo hedonismo aparece como uma teoria de comportamento que enfatiza, como critério central, o prazer. Para os hedonistas, o prazer pode assumir um amplo espectro, que vai desde prazeres puramente sensitivos até sensações de prazer espirituais


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e extremamente subjetivas, as quais podem ser derivadas da fama, reputação, amizade ou simpatia. (HEDONOMIA E PROPAGANDA...1973) O termo Hedonomia deriva de duas raízes gregas: hedon, que significa alegria ou prazer, e nomos, ou seja, como lei ou coletivo. (HANCOCK, P.A; PEPE, A.A e MURPHY, L.L. 2005) Patrick Jordan (2002) outro nome defensor do conceito de “agradabilidade”, partindo da ideia de que, além da eficiência e funcionalidade, os produtos também devem promover experiencias agradáveis aos usuários. Cybis relata que é possível afirmar que: Diversas emoções estão sempre presentes em nosso cotidiano. Uma interface com o usuário deveria levar em consideração esse aspecto a fim de melhorar tanto a usabilidade como a experiencia do usuário. A tecnologia já permite que se construam sistemas economicamente viaveis de reconhecer estados emotivos [...] sendo possível adaptar interfaces visando influenciar a manutenção ou a alteração de um estado emocional especifico. (2007, p. 322)

Hedonomia e Ergonomia são perspectivas sinergéticas em direção ao mesmo objetivo – otimizar a interação humano-tecnologia, com a ideia do projeto centrado no usuário/humano, e o conhecimento das duas características sensórias, cognitivas e respostas

devem

ser

considerados

para

alcançar

os

melhores

resultados.

(MONT´ALVÃO, 2012). Hancock, Pepe e Murphy (2005), publicaram um artigo na revista Ergonomics in Design, onde destacam a ligação entre a Ergonomia e a questão da satisfação no uso como um dos aspectos a ser considerado no design de produtos. Nesse artigo foi estabelecido que a Ergonomia se ocupa das questões de segurança, funcionalidade, usabilidade, enquanto a Hedonomia, além da usabilidade, abrangeria questões focadas na promoção da experiência prazerosa e na individualização e que aparecem do diagrama citado nesse artigo, desenvolvido pelo psicólogo e estudioso Abraham Maslow (1908-1970). As necessidades humanas, segundo Maslow, estão arranjadas numa hierarquia que ele denominou de hierarquia dos motivos humanos. Conforme o seu conceito de premência relativa, uma necessidade é substituída pela seguinte mais forte na hierarquia, na medida em que começa a ser satisfeita. (HEDONOMICS...,2005)


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FIGURA 1: HIERARQUIA DA ERGONOMIA E HEDONOMIA A PARTIR DA CONCEPÇÃO DE MASLOW

Experiência Prazerosa Promoção do Prazer

Usabilidade Prioridade na Preferência

Funcionalidade Promulgação do Processo

Segurança

Ergonomia

Coletivo

Individual

Personal Perfection

Hedonomia

Individualização

Prevenção da Dor

FONTE: Adaptado de Hancock et al. (2005)

Mont´Alvão (2012) analisa ainda que os conceitos de ergonomia e a hedonomia se misturam justamente no limiar entre a usabilidade e a satisfação, e que a base está nas necessidades básicas segurança e funcionalidade que quando satisfeitos esses requisitos o que se objetiva alcançar com os projetos são as necessidades psicológicas e sociológicas do usuário, como suas necessidades de pertencer, tornando a interação uma experiência mais agradável.

2.3 PACIENTE E O SENTIMENTO 2.3.1 A roupa e o vestir Garcia e Miranda (2010) avaliam que os elementos do sistema vestimentar vão constituir aquilo que convencionamos chamar de aparência. A aparência prevê não só o desejo de se mostrar similar a um modelo desejável (parecer), que pode ter surgido do mundo natural ou da própria fantasia do sujeito, mas, sobretudo, de estar manifesto como tal diante de si e do outro (aparecer). A partir do corpo é que a vestimenta toma sua forma. O corpo é seu conteúdo e serve a ela de sustento estrutural, enquanto a roupa o contem, condiciona e delimita.


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Passando do plano à terceira dimensão, a roupa cria um espaço que acomoda o corpo a partir do qual se estabelece uma nova relação com o mundo circundante: corpo e vestido combina-se e ressignificam-se através do vínculo que estabelecem entre si e com o meio. (SALTZMAN, 2008). Vestir-se é uma necessidade básica, mas uma abordagem utilitária nos “condena a permanecer na superfície do discurso manifesto” e nos confina a uma história narrativa e descritiva, que não se preocupa em compreender o que determina, num nível mais profundo, os estilos, os comportamentos e sua evolução. Não se pode, portanto, evitar uma reflexão sobre o simbolismo complexo das aparências. A roupa, signo de adesão, de solidariedade, de hierarquia, de exclusão, é um dos códigos de leitura cultural. Mas ela também banaliza o percurso da utilidade e da inutilidade, do valor mercantil e do valor de uso. (ROCHE, 2007, P.46)

Martins (2008) cita que na atualidade, a roupa, essa “Segunda Pele”, pode assumir formas diversificadas de “embalagens”, de proteção corporal. Existem vestes que se desdobram em usos, podendo, por exemplo, transformar-se em cabana ou habitat. Neste caso, a vestimenta assume também a função de “Terceira Pele”, conforme a classificação de Hundertwasser.2 (apud MARTINS, 2008) Em sua teoria, Hundertwasser descreve cinco invólucros que são múltiplas formas por meio das quais o ser humano pode elaborar e encontrar o sentido de sua existência. (AS CINCO PELES...,2009) a) A primeira pele a “epiderme” – como a conhecemos, considerada como um sistema complexo e não mais como um envelope ou uma barreira, ao mesmo tempo em que possibilita a sua conexão com o além-de-si. b) A segunda pele as “roupas” ou “vestimenta” do ser humano. Assim sendo, os tecidos que escondem a nudez também seriam parte da dimensão que identifica, segrega, define e aproxima os seres humanos entre si. Neste entendimento, a roupa passa também a explicitar as dimensões íntimas e subjetivas

do humano, tornando-se um

canal

ambivalente

interiorização-exteriorização de si.

2

Pierre Restany Hundertwasser: arquiteto humanista, segundo sua teoria, o Homem possui cinco peles.

de


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c) A terceira pele a “casa”. A morada construída e decorada pelo ser humano demonstraria assim intensamente a sua subjetividade, materializada por determinadas cores, formas e materiais. d) A quarta pele a “identidade social”, isto é, as relações sociais construídas na família e na sociedade seria, portanto, uma pele essencialmente coletiva. Uma pele composta por multiplicidades; uma pele que mantém em tensa guarda a alteridade e seus limites. e) A quinta pele o “planeta” – a humanidade e a Natureza – Uma pele interminável, uma vez que se desenrola rumo ao infinito. Uma pele planetária que conecta visceralmente o corpo humano à Natureza e a própria humanidade, por mais abstratas que possam parecer essas dimensões.

Sob a influência do mercado, o ser vivo se arrisca a tornar-se um objeto de apropriação, de comércio e de lucro, ou seja, uma mercadoria. O homem em seu corpo e no seu ser não poderia ser instrumentalizado, não poderia ser utilizado para qualquer outro fim que não ele mesmo. (VILLAÇA, 2007). De acordo com Grave (2010), pode-se dizer que a relação corpo-vestuário é uma parte integrante da imagem corporal, trazendo com ela desejo e prazer. Independentemente do corpo, o vestuário formaliza-se e acomoda-se à essa superfície, como que criando sua própria técnica de aderência, libertando-se da circunstancia física ou psíquica em que o corpo se encontra e transpondo-se à linguagem do corpo a ponto de, após ser despido, continuar apresentando traços do usuário. 2.3.2 Aspectos emocionais na roupa

Roche (2007) relata que a história do vestuário pode ser abordada de dois principais pontos de vista: o da função da roupa e o das mudanças de sensibilidade. Precisamos ver como a roupa ajuda a constituir os valores da sensibilidade e como ela mobiliza os sentidos. O tecido e suas folgas e aspectos, seus signos, suas padronagens falam uma linguagem corporal perceptiva e direta.


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Quando os produtos representam elevação de nível para o eu estimado, cada consumidor pode assumir várias personalidades em momentos diferentes. Dependendo da situação, os consumidores agem diferentemente e usam produtos e serviços distintos. O vestuário de moda proporciona essa volúpia de poder ser muitos sendo um só. (GARCIA; MIRANDA, p.33)

As roupas e outras formas de ornamentação tornam o corpo humano culturalmente visível “a indumentária desenha o corpo de forma que ele possa ser culturalmente visto e o articula como uma forma que tem um significado”. (BENSTOCK; FERRISS, 2002) Para Queiroz (2000) no caso das vestimentas: o seu valor protetor (instrumental) não é mais relevante que a sua forma (valor expressivo). É por meio dos trajes e acessórios que os acompanham que se estabelece o primeiro estágio de reconhecimento social. Proteção e cobertura são funções da roupa, mas além de estar vestido “a imagem da vestimenta proporciona a imagem de situações sem qualquer situação propriamente dita; há um infinito antes e depois; assim, as imagens estão abertas nas duas extremidades para uma multiplicidade indefinida de possíveis transformações.” (BENSTOCK; FERRISS, p. 226)

No princípio dos anos 1900, Herbert Read, autor de inúmeros livros sobre arte e estética, declarou ser preciso ter uma teoria um tanto mística da estética para encontrar qualquer ligação necessária entre beleza e função, e essa crença ainda é comum hoje em dia. Como poderia a estética influenciar a facilidade em se usar algo? (NORMAN, 2004). Resultados de estudos sobre o afeto e emoção possibilitam o entendimento na forma como a mente humana soluciona problemas – o sistema emocional muda a maneira como o sistema cognitivo opera, como se a estética mudasse nosso estado emocional. A emoção foi pouco explorada no passado da psicologia humana. Acreditava-se que fosse um resíduo de nossas origens animais. Pensava-se em emoções como um problema que devia ser superado pelo pensamento racional lógico. E a maior parte das pesquisas se concentrava em emoções negativas como estresse, medo, ansiedade e raiva.


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Estudos recentes reverteram essa visão, e hoje sabe-se que os animais mais avançados em termos evolucionários são mais emotivos que os primitivos, sendo que os seres humanos são os mais emocionais de todos. Além do quê, as emoções desempenham papel fundamental em nossa vida quotidiana, ajudando a avaliar situações como sendo boas ou más, seguras ou perigosas. (NORMAN, 2004). 2.3.3 O “ser/estar” paciente

O atendimento nas clínicas de diagnóstico por imagem pode apresentar diferentes tipos de clientes/pacientes, sendo que muitos procuram esse serviço já cientes de um problema de saúde e estar em acompanhamento, o que demonstra o cuidado no atendimento de forma empática, pensando no descontentamento em estar realizando o procedimento. Pode haver casos de pacientes/clientes encaminhados por seu médico devido a alguma suspeita, fato que também pode gerar alguma angústia e ainda por outro fato que diz respeito a temores ou fobias que pessoas podem sentir e que está relacionado pelo simples fato da presença do profissional da área da saúde. Esse temor conhecido como Iatrofobia, (iatros que é termo grego para ‘curador’ e phobos, que significa ‘medo ou temor profundo’). Outro termo dado a este transtorno de ansiedade é a “síndrome do jaleco branco”. Pacientes que sofrem de iatrofobia tendem a evitar consultas ao médico, não importa o quanto eles estejam sofrendo. Muitos têm medo de tomar vacinas e até mesmo exames de rotina e a presença caracterizada do profissional da saúde pode tornar essas atividades em momentos de tensão e desconforto para o paciente. (IATROFOBIA...2017) O profissional que presta assistência a pacientes3 que demonstrem esse tipo de comportamento deve estar atento tanto em relação ao bem-estar e sucesso do atendimento, e também em não permitir que o andamento da organização seja prejudicado devido a essa inconstante. Na ótica de Nascimento, profissional de radiologia e autor do livro Temas de Técnica Radiológica:

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PACIENTE: adj. Resignado; sofredor; manso; s. Pessoa que padece; doente (Gram.) o que recebe a ação de um agente. (BUENO, 2007)


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Cuidados devem ser tomados em face do componente emocional que o paciente pode adquirir pelo simples fato de ter que realizar uma radiografia. Podendo perder a tranquilidade, o que favorece a alteração de seus reflexos, deixando de atender ao comando técnico, em detrimento do exame. Podendo por exemplo uma radiografia ser obtida em expiração, obtendo-se um falso aumento da circulação pulmonar e da área cardíaca com elevação do diafragma, levando ao falso diagnóstico de insuficiência cardíaca. (1984, p. 107)

Como curiosidade, cito a iniciativa de clínicas para reduzir as sensações de ansiedade e dor das pacientes, o IMMEF (Instituto da Mulher e Medicina Fetal) localizado em Curitiba, inova com a SensorySuite, uma nova tecnologia que proporciona uma experiência relaxante e um exame mais confortável. FIGURA 2: SALA HUMANIZADA

FONTE: Percepção Positiva (2017)

O processo interativo começa na sala de espera, onde a paciente escolhe um “tema”, que será ambiente do seu exame. Esta sala também chamada de Sala Humanizada, projeta o cenário escolhido através de imagens, som e iluminação relaxante. A ideia é oferecer um ambiente novo, estimulando os sentidos e o relaxamentos e desfocando a paciente da percepção de ansiedade e desconforto. (PERCEPÇÃO POSITIVA...,2017) Dessa forma conclui-se que produtos atraentes, de fato, funcionam melhor – sua atratividade produz emoções positivas, fazendo com que os processos mentais sejam mais criativos, mais tolerantes diante de pequenas dificuldades. (NORMAN, 2004).


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2.4 VESTUÁRIO PARA DIAGNÓSTICO POR IMAGEM

O serviço de Diagnóstico por Imagem é ofertado por hospitais e/ou clínicas especializadas, e consiste na realização de exames para obtenção de imagens anatômicas e fisiológicas do corpo humano com o objetivo de diagnosticar patologias. Para obtenção dessas imagens são utilizados equipamentos que com energia a base de radiação ionizante e não ionizante. Dentro de algumas modalidades de diagnóstico por imagem incluem-se a Radiologia convencional (Raio-x), Tomografia Computadorizada, Ressonância Magnética, Mamografia entre outros métodos. (DIAGNÓSTICO POR IMAGEM..., 2016).

2.4.1 Vestuário do paciente

Esse estudo tem seu foco voltado para a vestimenta utilizada no serviço de imagem disponível em clínicas particulares, devido ao serviço de diagnóstico ofertado dentro dos hospitais (atende principalmente pacientes internados) apresentar uma série de particularidades, as quais devem ser estudadas com maior critério afim de não infringir nenhuma norma ou lei imposta pelos órgãos regulamentares da área. Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) norma 13546, o vestuário do paciente são peças ou conjunto de peças do vestuário, destinadas a cobrir ou proteger o corpo do paciente em procedimentos técnicos e/ ou cirúrgicos. Os termos avental ou pijama são os mais comumente utilizados para designar esse vestuário. (ABNT NBR 13546...,2017) As vestimentas para a área de saúde apresentam poucas referências em estudos projetuais e ergonômicos. Ao que se referem às roupas hospitalares destinadas aos pacientes, as coleções apresentaram nenhuma ou pouca variação em relação às estações e a maioria dos produtos não se alterou há anos (ILTANEN, 2009). Percebendo haver a oportunidade de melhoria nesse setor, foi realizada pesquisa com os principais fornecedores desse vestuário dentro e fora do Brasil, para verificar a diversidade de produtos ofertados, e como esses produtos, bem como o material


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empregado na confecção e principalmente indícios do uso de design na concepção do produto ofertado. No quadro 1 a seguir, estão expostas alguns dos fornecedores nacionais, com a imagem do produto, nome do fabricante, como ele descreve seu produto no sistema ecommerce e demais particularidades como material e tamanho ofertado. QUADRO 1: PRODUTOS DISPONÍVEIS NO MERCADO NACIONAL

Vestimenta para paciente Modelo

Fornecedor/ Fabricante

Descrição/ Material

Aviamentação

Camisola Paciente com mangas tipo japonesas com amarração nas costas.

Não possui aviamento, fechamento por amarração com fita do mesmo tecido da camisola.

Tecido Cretone: 100% algodão

Tamanho: P, M, G e GG

Robe Paciente com mangas japonesas e fechamento lateral.

Não possui aviamento, fechamento por amarração lateral com fita do mesmo tecido do robe.

Tecido Cretone: algodão.

100% Tamanho: P, M, G e GG


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Conjunto Hospitalar Camisa não possui composto por camisa e aviamentos e calça calça, modelo unissex. com cós elástico. Tecido: 60% Algodão Tamanho: P, M, G e 40% Poliéster

Conjunto Hospitalar composto por camisa e calça, modelo feminino. Tecido: 100% Algodão

Camisola unissex, amarração nas costas.

Camisa não possui aviamentos e a calça de cós com ajuste por laço. Tamanho: P, M, G e GG

Não possui aviamento, fechamento por amarração com fita do mesmo tecido da camisola.

Tecido: 100% Algodão Tamanho: P, M, G e GG

FONTE: Dados coletados do site das marcas (2017) NOTA: Dados trabalhados pela autora


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No próximo quadro, apresentam-se exemplos de produtos ofertados no mercado internacional, também com as imagens do produto, nome do fabricante, como ele descreve seu produto no sistema e-commerce e demais particularidades como material e tamanho ofertado.

QUADRO 2: PRODUTOS DISPONÍVEIS NO MERCADO INTERNACIONAL

Vestimenta para paciente Modelo

Fornecedor/ Fabricante

Descrição/ Material

Camisola unissex, fechamento nas costas. Tecido: 100% Algodão ou 65% Poliéster 35% Algodão

Camisola Mamografia

Paciente

Tecido: 55% 45% Poliester

Algodão

Aviamentação

Não possui aviamento, fechamento por amarração com fita do mesmo tecido da camisola. Tamanho: Único

Não possui aviamento, fechamento frontal por cadarço de algodão. Tamanho: P, M, G e GG


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Modelo amplo com fechamento na costura de ombro

Botões de pressão de plástico, que não comprometem as imagens da ressonância magnética.

Tecido: 55% Algodão e 45% Poliester

Tamanho: P, M, G e GG

Camisola Paciente

Camisola modelo unissex. Modelo amplo sem abertura ou sistema de fechamento

Gola com ribana. Tamanho: P, M, G e GG

65% Poliester 35%Algodão

Camisola modelo unissex, várias estampas

Viés em acabamentos.

Ampla, transpasse frontal com fecho por laço

Tamanho: P, M, G e GG

100%Algodão

FONTE: Dados e imagens coletados do site das marcas (2017) NOTA: Dados trabalhados pela autora


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É possível notar de forma mais evidente elementos de design e estéticos nos produtos do produto ofertado no mercado externo, diferentes dos produtos ofertados no mercado nacional, além do uso de alguns aviamentos que não são utilizados no mercado nacional. Outra observação é em relação ao material, mais especificamente sobre a composição, pois todos os fornecedores nacionais demonstram utilizar o percentual solicitado nas normas da ABNT para as fibras têxteis. Nos produtos do mercado internacional o percentual se apresenta de forma diferenciada, porém não houve uma pesquisa em relação as regulamentações que o produto desse setor deve seguir, ficando a ressalva que o produto comercializado no exterior não atende as normas vigentes no Brasil.

2.4.2 Normas para confecção e manutenção de vestimentas da área de saúde São dois os principais órgãos que impõem regras no processo de confecção, usabilidade e manutenção das vestimentas e outros produtos têxteis utilizados dos serviços da área da saúde: a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e a Associação Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Ambas tratam a área da saúde como um sistema, e a amplitude que abrange as instituições de serviço hospitalar e assistencial à saúde, faz com que a instituição tenha uma interpretação particular para essas regras ou normas de acordo com o tipo de assistência prestado e especificidade de cada atividade e suas necessidades. (PROCESSAMENTO DE ROUPAS..., 2017) No serviço hospitalar essas normas são mais específicas e diretas, devido ao tipo de riscos aos quais paciente, funcionários e profissionais da área da saúde ficam expostos, sendo mais fácil interpretação e aplicabilidade. Porém para os demais serviços assistenciais, essas regulamentações muitas vezes não se aplicam devido ao nível de riscos não serem comparáveis ao serviço hospitalar, como é o caso das clínicas diagnosticas e outros tipos de assistências a saúde. O quadro a seguir apresenta de forma resumida as normas em vigor no catálogo da ABNT, que se aplicam ao serviço hospitalar, porém podem ser aplicadas de forma


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menos abrangente e não obrigatória aos demais serviços assistenciais à saúde, portanto ao serviço de diagnóstico por imagem. QUADRO 3: NORMAS PARA PRODUTOS TÊXTEIS - ABNT

Norma Técnica

Aplicação no Diagnóstico por Imagem - Quanto a composição do material têxtil. Esta norma cita utilização de tecido em composição usual de mercado: 100% Algodão ou misto 50% Algodão 50% Poliéster, em gramatura de 120 à 190g/m² e 110 à 170g/m² respectivamente.

ABNT NBR 13734:2016 Requisitos para fabricação de produtos têxteis para saúde

- Adicionalmente, o tecido pode oferecer diferentes tipos de acabamento para: maciez, barreira bacteriológica e outras propriedades especificas para melhoria do produto, considerando o valor que se agrega. Podendo ser fornecido cru, alvejado, tinto ou estampado, conforme solicitação de aplicação e uso. - Deve conter de maneira legível e em local de fácil visualização, etiqueta contento informações de fabricação como tamanho, composição têxtil e instrução de conservação.

ABNT NBR 16064:2016 Requisitos de fabricação e processamento para roupas de uso único ou reutilizáveis, utilizados por pacientes e profissionais de saúde.

- Recomenda-se as combinações de material e design de vestuário, que irão minimizar o estresse fisiológico. - Basear-se em conceito de conforto, como fisiológico, facilidade de movimento ou fatores que podem influenciar e/ou afetar a satisfação do indivíduo com o produto. - Conforto tátil, que depende das propriedades da superfície têxtil e também da estrutura têxtil, além do peso do vestuário, tamanho, forma e fabricação. A avaliação deve ser baseada em ensaios de produtos ou experiência prática.

ABNT NBR 13546:1996 - Esta norma define os termos empregados em roupas hospitalares visando Terminologia estabelecer uma linguagem uniforme. empregada em produtos têxteis de uso hospitalar FONTE: Catálogo de normas técnicas - ABNT (2017) NOTA: Dados trabalhados pela autora


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2.4.3 Material têxtil empregado nas roupas da área da saúde

Os órgãos que regulam e orientam os estabelecimentos integrantes do sistema de saúde direcionam regras para a escolha do material têxtil empregado na confecção do vestuário utilizado nesses ambientes e as clínicas diagnósticas tendem a seguir o padrão utilizado nos ambientes hospitalares, mesmo compreendendo que esses ambientes apresentam muitas diferenças nas atividades e serviços prestados, sendo que os riscos apresentados nas clínicas diagnósticas de atendimento eletivo, são muito abaixo quando comparados a um ambiente hospitalar, sejam relacionados ao ambiente e agentes circulantes ou mesmo de cunho psicológico. Camargo (2010) destaca que a análise do ambiente e da atividade executada são essenciais para o desenvolvimento adequado do vestuário em sistemas de saúde e escolha de materiais. Para o vestuário utilizado no ambiente hospitalar, são indicados tecidos que possuem em sua composição fibras de algodão e poliéster para conferir ao material maior resistência. Os tecidos também podem sofrer uma série de tratamentos para adquirir outras características, como antimicrobial, conservação da cor, não deformidade e encolhimento, repelência à água, óleo e agentes químicos. Mas a escolha do material têxtil com essas características deve estar diretamente ligada as necessidades das atividades desenvolvidas nesse ambiente dentro do sistema de saúde, optando sempre por melhor custo e benefício. (ABNT NBR 13734...,2017)

2.4.4 A manutenção de produtos têxteis usados na área de saúde

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), coordenadora do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, atua para fazer orientações referente às atividades envolvidas no processamento de roupas de serviços de saúde, uma vez que as ações desse sistema baseiam-se no controle de riscos definido pela Lei n. 8.080 de 19 de setembro de 1991 : Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde.


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Em material online, a Anvisa disponibiliza orientações que devem ser seguidas no processo de higienização de roupas utilizadas nos serviços de saúde e que se aplicam a vestimenta de uso hospitalar, e também à clínicas médicas, odontológicas e de outros serviços que realizam atividades assistenciais. O Processamento de Roupas de Serviço de Saúde trata-se de um conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde quando relacionado a essas atividades, que pode ser desenvolvido no próprio estabelecimento ou mais comumente em estabelecimentos terceirizados e que inclui todas as etapas do processamento das roupas: saneantes utilizados, procedimentos de limpeza e desinfecção. (PROCESSAMENTO DE ROUPA..., 2017)

3 MÉTODOS E MATERIAIS PARA O PRODUTO 3.1 PIJAMAS DAS CLÍNICAS DE DIAGNOSTICO POR IMAGEM

A cidade de Curitiba e região metropolitana possuem dezenas de clínicas de diagnóstico por imagem e o número de usuários que essas clínicas atendem diariamente está relacionado com a capacidade técnica de cada estabelecimento, ou seja, de acordo com o número de equipamentos disponíveis e com mão de obra capacitada para atendimento tanto pessoal quanto técnico. Para cada modalidade existem fatores específicos que determinam o volume de atendimento e tempo de realização para cada exame/ procedimento. De forma a exemplificar a dinâmica do atendimento das clínicas de diagnóstico, utilizo o modelo da clínica DAPI, parceira na etapa de observação assistemática. A fim de garantir a boa prática de suas atividades, que vai além do conforto do paciente, tem questão da higiene que é imprescindível para que não haja dúvida que esse vestuário passa sempre pelo processo de desinfecção antes de cada utilização, já que é de uso único por pacientes na realização dos procedimentos. A clínica conta com a rotina diária através de lavanderia terceirizada, que retira 2x ao dia o volume de roupa para lavagem e é reposta também conforme encontram-se disponíveis novamente para uso.


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O enxoval atual da clínica está estimado em aproximadamente 3000 conjuntos (contando pijamas e aventais). Conforme o volume de atendimento diário da unidade visitada, entende-se ser o número suficiente para suprir a necessidade conforme demanda de 500 atendimentos/dia.

3.2 COLETA DE DADOS

Os dados foram coletados na clínica DAPI (Diagnóstico Avançado Por Imagem), que está a 25 anos no mercado oferecendo serviço de diagnóstico por imagem. A unidade visitada foi a localizada na Rua Brigadeiro Franco, 122 na cidade de Curitiba Paraná. As visitas ocorreram entre os dias 03 e 04 de agosto e os setores visitados foram: ressonância magnética, raio-x, mamografia e ultrassonografia, para observar as atividades e realizar interação com os profissionais (técnicos em radiologia) que tem maior contato com o paciente. O objetivo da observação assistemática é agregar informações técnicas que contribuirão para uma visão mais direcionada às questões ergonômicas que envolvem o contato do paciente com o aparelho durante os procedimentos e posições que ele é submetido e que possam ser afetadas por um vestuário que não corresponda adequadamente as diversas situações de uso. E em segundo momento, no mês de novembro, com o produto desenvolvido, foram realizados testes de usabilidade dos protótipos, a fim de certificar-se de que as soluções encontradas e aplicadas no desenvolvimento do produto, vão principalmente atender as questões ergonômicas e outras necessidades citadas no desenvolvimento do estudo.

3.2.1 Resultados das observações

Verificou-se que a clínica apresenta dois modelos de vestimenta para uso durante os procedimentos: pijama unissex composto por blusa e calça, e camisola com abertura em transpasse frontal.


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A camisola/avental é habitualmente utilizada para exames da mama, em qualquer modalidade (mamografia, ressonância ou ultrassonografia). O modelo possui abertura transpassada na frente para facilitar o acesso da região da mama. Para os demais procedimentos é utilizado o pijama. Para ordenar as observações verificadas na visita em campo, foram desenvolvidos quadros de forma a tentar ilustrar situações dentro de algumas das modalidades, as quais foram percebidas como mais relevantes em relação a vestimenta poder influenciar de forma negativa na questão conforto do usuário, bem como na qualidade do procedimento. Nos tópicos a seguir serão tratadas as diferentes modalidades de exames bem como o vestuário e seu posicionamento corporal na realização do procedimento.

3.2.1.1. Observações na modalidade ressonância magnética

O uso de qualquer material metálico é proibido devido ao campo magnético produzido pelo método, podendo vir a causar distorções nas imagens obtidas. Não sendo possível a utilização de aviamentos metálicos bem como na composição do material têxtil. Quando o exame de mamas, o modelo camisola/avental é utilizado. Para o exame artroressonancia (ombro), é adotado uso improvisado de lençol sobre o paciente para cobrir o tórax, ou uso do pijama sem vestir o lado a ser examinado. Nesse exame o ombro deve ficar exposto para injeção interarticular de medicamento contrastante, que serve para melhorar as imagens obtidas. Segundo o profissional técnico dessa modalidade as posições que podem ter sua mobilidade prejudicadas pela vestimenta são: mama, artroressonancia, mão e punho. O peso limite do paciente para realização do exame é de 170 kg. Caso o paciente tenha acima desse peso, o médico deve indicar outra modalidade para melhor adequação à necessidade do paciente e possibilidade de realização. A seguir o quadro ilustra posicionamento dos pacientes e situações identificadas por meio de observação, as quais podem vir a causar limitações ou prejuízos na realização do exame.


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QUADRO 4: MODALIDADES DE DIAGNÓSTICO E LIMITAÇÕES CAUSADAS PELA ROUPA

Ressonância Magnética

Situações identificadas

O improviso com a vestimenta na realização de Artroressonacia, onde o paciente tem o tórax coberto por um lençol, deixando exposta a região a ser realizado o exame.

Na ressonância de mamas, a paciente fica em decúbito ventral, com as mamas posicionadas dentro de uma abertura, deixando as mamas suspensas. Nesse caso a vestimenta deve contribuir para o fácil acesso da região examinada.

Fonte: (Ressonancia de mama...,2017)

Para o exame de mãos e punho, a vestimenta pode limitar o movimento do paciente em relação a posição adotada, pois o tecido pode apresentar resistência quando o membro deve permanecer em extensão ao lado da cabeça, podendo causar algum desconforto. O excesso de tecido também pode ser verificado como causador de desconforto.

FONTE: Dados trabalhados pela autora (2017) NOTA: As imagens servem apenas como ilustração e foram coletadas através da internet4 4

Através dos links, respectivamente: http://rle.dainf.ct.utfpr.edu.br/hipermidia/index.php/2012-04-03-15-00-50


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3.2.1.2. Observações para modalidade mamografia

Na realização do exame mamografia a vestimenta utilizada é a camisola com abertura frontal transpassada. Quando o paciente está aguardando na sala de espera, observou-se em alguns casos um desconforto já que o usuário se encontra sem a roupa íntima, e a sensação de vulnerabilidade fica visível. O paciente demonstra tentativas de encontrar uma posição que exponha menos seu corpo. No momento em que o técnico vai realizar o posicionando da paciente no equipamento, e entra em contato físico para acessar a mama, a camisola que possui abertura frontal é aberta, nesse momento a técnica corrige a posição de uma das mamas na máquina, enquanto isso a paciente cobre a outra mama com a camisola na tentativa de proteger seu corpo. A técnica em radiologia que contribuiu para observação dessa modalidade, disse em depoimento que a maioria das pacientes tem esse reflexo no momento do posicionamento da mama, demonstrando constrangimento em expor uma das mamas enquanto a outra está posta para o exame, e tentam cobrir a outra parte do corpo exposta com a camisola. Ainda em depoimento a técnica informa que em muitos casos, um dos lados da camisola deve ser despido completamente para que se consiga posicionar a mama no equipamento, pois o excesso de tecido na articulação do ombro gera resistência do movimento do braço na posição que deve ser adotada para obter as imagens. São duas as posições que o paciente deve realizar para cada mama, tecnicamente chamadas de: incidência médio-lateral oblíqua e incidência crânio-caudal. A que apresenta maior dificuldade ergonômica é a médio-lateral oblíqua, devido a estatura da paciente ser muito diferente em relação a máquina, o que pode gerar uma angulação maior ou igual a 45° do braço em relação ao corpo, pois o membro deve ser apoiado na lateral do equipamento.

http://www.crtr01.gov.br/imprimir.php?pagina=noticias&id=157 www.ortoimagemtb.com.br


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O quadro a seguir ilustra melhor com imagens as posições mencionadas, as quais podem vir a causar limitações ou prejuízos na qualidade da realização do exame, com os devidos resultados das observações.

QUADRO 5: LIMITAÇÕES CAUSADAS PELA ROUPA DE MAMOGRAFIA

Mamografia

Situações identificadas

Paciente posicionado na incidência médio-lateral oblíqua de frente para o aparelho, demonstra lado exposto para exame e outro lado coberto com a vestimenta.

Paciente posicionado na incidência crânio-caudal com membro do lado da mama a ser examinada em ângulo de 45 º. Vestimenta despida totalmente do lado a ser examinado, o tecido na dobra articular limita o movimento e correta posição do paciente na máquina.

FONTE: Dados trabalhos pelo autor (2017) NOTA: As imagens servem apenas como ilustração e foram coletadas através da internet5

3.2.1.3. Observações das modalidades raio-x e tomografia computadorizada

5

Através dos links, respectivamente: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe_3EAD/mamografia-doc?part=2 http://www.irradial.com.br/clinica-e-centro-clinico-especialista-em-exame-de-mamografia-digital-em-portoalegre


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Na realização dessas modalidades a vestimenta utilizada é o pijama composto de calça com cós elástico e blusa manga japonesa. As observações para esses exames, se referem mais na interação da roupa com o usuário nas manobras que requerem algum tipo de torção ou flexão de membros, que pode causar alguma resistência ou volume de tecido nas articulações, podendo causar algum desconforto ou até mesmo dificultando a posição correta do indivíduo em relação a necessidade exigida para boa qualidade das imagens. O atual modelo de vestimenta é eficiente, o único fator que apresentaria alguma dificuldade em relação a roupa e posição para exame é o tamanho da mesma não estar adequado ao tipo físico do usuário, podendo limitar o movimento se estiver menor que o necessário ou causar excesso de tecido nas articulações se maior que o necessário. Algumas posições podem apresentar grande flexão de alguma parte do corpo, gerando algumas das situações citadas, conforme no quadro a seguir. No quadro a seguir, estão expostas posições que podem vir a causar limitações ou prejuízos na qualidade da realização do exame. QUADRO 6: MODALIDADES E POSIÇÃO PARA REALIZAÇÃO Raio-X DESCRIÇÃO DA POSIÇÃO

Exame de Tórax nas posições Lateral de Tórax e anterior de tórax, podem ambas apresentar volume de tecido ou resistencia nas articulações de braços.

Fonte: (Incidências do Tórax...,2017)

No exame de quadril na posição “pernas em rã” algum volume de tecido pode ocorrer nas articulações dos joelhos.

Fonte: (Incidência Perna de Rã...,2017) NOTA: Dados trabalhados pelo autor (2017)


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3.3 ELABORAÇÃO DO PRODUTO

3.3.1 Escolha de materiais

Diante das limitações para escolha de material têxtil para vestuário de uso assistencial à saúde, em respeitando a norma (ABNT NBR 13734:2016) sobre os requisitos para fabricação de produtos têxteis para saúde (citado no item 2.3.5 Normas para confecção e manutenção de vestimentas à serviço da saúde no Brasil), optou-se pelo material em composição 100% algodão. Essa fibra foi escolhida devido ao conforto que pode oferecer ao usuário e por possuir uma grande vantagem em relação a durabilidade quando comparado ao material apresentado em composição mista. Chataignier (2006) aponta a fibra de algodão como a mais utilizada no mundo, e no vestuário é utilizado em diversos segmentos. Dependendo da qualidade e do número de fios – quanto maior é a quantidade dos mesmos, maior é também a qualidade – Devido a sua grande resistência é indicado para vestimentas que requerem durabilidade. Como um dos objetivos desse trabalho é a oferta de um produto mais atraente esteticamente, houve ainda a preferência pelo material com acabamento estampado que possui uma grande oferta no mercado de fornecimento têxtil. A finalidade da estamparia é a de tornar o tecido mais atraente e chamar a atenção de um possível usuário e de renovar a moda permanente e conquistar novas posições no mercado consumidor. (CHATAIGNIER, 2006)

3.3.2 Definição de cores

Entendendo que de acordo com o contexto do produto desenvolvido, não caberia nesse momento a utilização de tabela de cores conforme tendência, uma vez que o uso desse produto é especifico e atemporal. Pensando nisso, utiliza-se como base para a definição das cores, o livro “A psicologia das cores” da autora Eva Heller. Em sua obra Heller (2000), recolheu a opinião de mais de 2000 individuos de diversas áreas e idades que foram inquiridos sobre suas cores prediletas, sobre as cores


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de que menos gostavam, sobre todos os efeitos que cada cor pode e sobre a cor típica de cada sentimento. O resultado geral dessa pesquisa demonstra que a o percentual de preferência das cores coloca o azul como a cor mais preferida com 45%, o verde 15%, o vermelho 12%, preto 10%, amarelo 6%, violeta e laranja 3%, branco e rosa 2%, marrom e outro 1%. Outro fator importante a ser considerado acerca da teoria da ação das cores e quanto as cores psicologicamente opostas. Ação das cores sobre o sentimento e a razão não corresponde aos comportamentos técnicos que as cores têm entre si. Desse modo, vermelho e verde são cores complementares; contudo, nós percebemos o azul e o vermelho como contrastando com mais força. As cores psicológicas opostas são constituídas por pares de cores que, de acordo com nossas sensações e com nosso entendimento, dão a impressão de se oporem com máxima intensidade; essas oposições serão aplicadas de maneira fundamental na simbologia. (HELLER, 2000) Baseando-se nos resultados apresentados nesse estudo, é que foi direcionada a escolha das cores dos materiais empregados nesse projeto, considerando não somente a preferência por cor da maioria das pessoas, mas também o efeito psicológico tanto positivo quanto negativo o qual as cores podem provocar, bem como a união de cores e suas sensações. A escolha da estampa tambem levou-se em consideração as questões em relação as cores, bem como na ação emociona que as mistura de cores e as impressões que provocam. Pela necessidade de se manter um estado mental do usuário, de bem estar e tranquilidade, optou-se por uma estampa utilizando o azul como base em união com o verde, dourado e o branco. A estampa selecionada foi a partir de material disponível no mercado têxtil da cidade de Curitiba, sendo que a padronagem floral e arabescos foram de escollha pessoal da autora, e em caso de comercialização do produto pode-se explorar de forma ampla as inúmeras possibilidades de material, de acordo com a necessidade do estabelecimento.


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FIGURA 3: COR ESCOLHIDA

PANTONE Lapis Blue 19-3952

FONTE: A autora (2017).

Informações do Produto: Fornecedor Descrição do Produto Item Gramatura Largura Composição Instruções de Conservação

Paranatex Têxtil Sarja Leve Centauro - Liso - Cor 0585 190g/m² 1,60m 100% Algodão

FIGURA 4: ESTAMPA ESCOLHIDA

FONTE: A autora (2017).

Informações do Produto: Fornecedor Descrição do Produto Item Gramatura Largura Composição Instruções de Conservação

Paranatex Têxtil Sarja Leve Centauro Plus – Estampa 6010 / 003 190g/m² 1,60m 100% Algodão


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3.3.3 Geração de alternativas

Para essa etapa, foram levadas em consideração os itens que são citados na Pirâmide de Maslow com intuito de atingir a expectativas mínimas do usuário, que vão dos itens que abordam questões práticas da ergonomia: segurança, funcionalidade e usabilidade podendo atingir simultaneamente itens ligados a hedonomia: que a partir da usabilidade interagem com questões de experiência prazerosa podendo em alguns casos atingir a individualização do produto. O produto, resultado desse estudo tem como objetivo alcançar o nível de experiência prazerosa, toda via por se tratar de um produto de uso comum, levando em conta a diferença de sexo e gênero, e por ser pouco provável de se atingir ao nível de individualização, considerando o público misto e com diferentes expectativas do momento do uso. O quadro a seguir explica os principais dados que foram considerados para o desenvolvimento dos looks. QUADRO 7: CONSIDERAÇÕES PARA DESENVOLVIMENTO DOS LOOKS

Peças Desenvolvidas

Conjunto Calça e Blusa Unissex de uso comum e Conjunto de Calça e Blusa de uso para realização de exames das articulações. Camisola para mamografia.

Modalidades de Uso

Raio-x, Tomografia Computadorizada, Ecografia, Ressonância Magnética e Mamografia.

Particularidades Consideradas

- Proibição do uso de material metálico, devido a especificidade da modalidade ressonância magnética. - A amplitude da peça, devido aos movimentos que o paciente necessite realizar sem causar limitações. - Peças de fácil entendimento e manipulação. - Evitar uso de aviamentos que possam causar problemas durante o processo de manutenção. - Inclusão de elementos de estilo para um design diferenciado.

FONTE: dados trabalhados pela autora (2017).


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QUADRO 8: ELEMENTOS APLICADOS NO PRODUTO

LOOK 1 – CONJUNTO UNISSEX Blusa Manga Curta - Pregas profundas nas mangas frente e costas, gerando maior ângulo de movimentos dos braços durante os procedimentos. - Gola com transpasse frentecosta, desenhando um padrão canoa que se amplia no momento de vestir e despir. - Aplicação de acabamento externo na gola no mesmo padrão da estampa da calça, a fim de conferir ao produto a unidade necessária para melhor identificação do produto, facilitando o uso no dia-a-dia.

Calça Estampada

- Regulagem do cós através de cordão. - Modelagem ampla, elemento essencial para as necessidades de uso devido aos movimentos amplos realizados pelo usuário na ocasião de uso.

FONTE: dados desenvolvidos pela autora (2017).


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QUADRO 9: ELEMENTOS APLICADOS NO PRODUTO

LOOK 2 – CONJUNTO UNISSEX (acesso articulares) Blusa Manga Curta (abertura por botões)

-Modelagem ampla com mangas modelo raglã. -Abertura de linha de referência do ombro, fechamento por botões de pressão plásticos. -Decote em forma de U, bastante amplo facilitando a vestibilidade. -Uso de estampa.

Calça com Abertura nos Recortes -Regulagem do cós através de cordão. -Modelagem ampla, elemento essencial para as necessidades de uso devido aos movimentos amplos realizados pelo usuário na ocasião de uso. -Recortes que dão origem à aberturas que possuem fechamento por de botões de pressão plástico (o qual não prejudica a qualidades das imagens dos exames), sendo uma abertura na altura do quadril e outra abertura na altura do joelho para acesso às articulações. -Uso de estampa nos recortes.

FONTE: dados desenvolvidos pela autora (2017).


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QUADRO 10: ELEMENTOS APLICADOS NO PRODUTO

LOOK 3 – CAMISOLA MAMOGRAFIA Camisola

Camisola feminina para uso exclusivo da modalidade mamografia. -Modelagem ampla.

Modelo aberto Frente/ Costa

-Frente costas ligadas somente na linha de ombros: a parte da frente fica suspensa para ser acomodada conforme o corpo da usuária sendo coberta pela peça que vem das costas e é amarrada através de laço na parte da frente. -Manga falsa: cobre os ombros sendo ligada à peça através do acabamento do degolo, o que permite a movimentação completa dos membros superiores. -Decote canoa: melhor amplitude para vestir/despir. -Contraste dos tecidos liso e estampado.

FONTE: dados desenvolvidos pela autora (2017).


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3.3.4 Etapas de modelagem e prototipagem

Para o desenvolvimento da modelagem, utilizou-se o método de modelagem plana, para transformar a forma tridimensional do desenho criado para a forma plana. Incialmente foram desenvolvidas bases, posterirormente trabalhados os elementos que compuseram os modelos criados: amplitude, transpasses, recortes, etc. Após essa etapa, utilizou-se da prototipagem, onde as peças são confeccionadas para a verificação de possíveis erros na modelagem e modificações para melhoria do produto. A seguir, o registro de algumas etapas realizadas de modelagem e prototipagem.

FIGURA 5: PROCESSO DE MODELAGEM

FONTE: A autora (2017)


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Na prototipagem ainda são identificadas algumas correções que foram realizadas nas modelagens, a fim de se obter o resultado esperado, contemplando o modelo criado e soluções para atender os requisitos necessários de ergonomia.

FIGURA 6: PROTOTIPAGEM DAS PEÇAS CRIADAS

FONTE: A autora (2017)


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Após a realização de testes com provas para verificação da eficiência dos protótipos (não ainda em ambiente real de uso), houve ainda a necessidade de algumas correções na modelagem como: alteração de cavas, ampliação para melhor vestibilidade, inclusão de elementos, aumento de margem de transpasse, correção de altura total, para finalmente serem cortados no tecido escolhido para confecção das mesmas. A seguir, registros do processo de corte, montagem e costura das peças definitivas.

FIGURA 7: CORTE, MONTAGEM E COSTURA

FONTE: A autora (2017)


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3.3.5. Looks confeccionados A sessão de fotos com a exposição dos looks confeccionados, aconteceu em locação de cenário real pelo fotografo Gledson Laurek, que conseguiu captar nas imagens o contraste que as peças causam ao ambiente, bem como a essência que se buscou no desenvolvimento da coleção através da escolha de cor e estampa com a intenção de proporcionar a sensação de harmonia e bem-estar.

FIGURA 8: LOOK 01


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FIGURA 9: LOOK 01 DETALHE GOLA E MANGA

A figura acima demonstra detalhes da blusa do look desenvolvido para uso em diversas modalidades. Gola com ampla abertura e manga com pregas que permitem maior movimento dos braços, além do acabamento com viés estampado, conferindo um elemento de estilo pouco explorado nos modelos atuais de mercado. FIGURA 10: LOOK 01 PRÁTICA DE USO


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O look 02 foi desenvolvido para realização de procedimentos onde é necessário que o profissional da área da saúde acesse com facilidade articulações de ombros, quadril e joelhos para administração interarticular medicamentosa, sem que haja necessidade de o paciente despir parte do pijama. FIGURA 11: LOOK 02


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FIGURA 12: LOOK 02 - DETALHES DE ABERTURA

Nesse modelo a manga da blusa se conecta na gola através de discreto transpasse com fechamento na linha do ombro através de botões de pressão plásticos, que não interferem na qualidade das imagens obtidas nos procedimentos.

FIGURA 13: LOOK 02 - ACESSO ARTICULAÇÃO DE QUADRIL

É possível observar na simulação acima, que a região articular do quadril pode ser acessada facilmente pelo profissional da área da saúde, sem que o paciente necessite interagir com a vestimenta.


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FIGURA 14: LOOK 02 - ACESSO ARTICULAÇÃO DE JOELHO

A calça do look 02, com recortes que possuem aberturas com fechamento por botões de pressão plásticos, que permitem total mobilidade do profissional no procedimento com acesso às articulações de joelhos.


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FIGURA 15: LOOK 03 – CAMISOLA

A camisola foi desenvolvida exclusivamente para uso no procedimento de mamografia. Sabe-se que a modalidade ressonância magnética também realiza o exame das mamas, porém o modelo criado necessitaria de maior estudo e adaptações para que esteja adequado ao uso nesta modalidade diagnóstica. Nessa peça, frente, costas e mangas são unidas apenas pelo acabamento da gola. A peça costas se encontra através de laços, sobreposta a peça frente. As mangas ficam supensas sobre os braços como uma capa que proteje e permite total movimento desses membros.


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FIGURA 16: LOOK 03 – PRÁTICA DE USO

Acima, a simulação de posicionamento do paciente pelo profissional da área da saúde na máquina de mamografia digitalizada. Na imagem abaixo, a interação do paciente com a roupa, que é de fácil usabilidade. FIGURA 17: LOOK 03 – PRÁTICA DE USO


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3.3.6. Verificação de funcionalidade

No processo de experimentação para verificação da funcionalidade das peças, limitações devido a fatores técnicos como número de peças necessárias, grade de tamanho, bem como processo de lavagem necessário para desinfecção, nos impediu de realizar os testes em uma grande quantidade de pacientes. Porém foram geradas situações idênticas a realidade, usando o próprio ambiente de ocasião de uso para simulação de rotina dos exames. As experimentações ocorreram no ambiente de uso do produto, com auxílio dos profissionais (técnicos) da área de radiologia, manipulação das peças em modelo e simulação das posições adotadas conforme orientação técnica.

QUADRO 11: CONCLUSÕES DA AUTORA

OBSERVAÇÃO DAS EXPERIMENTAÇÕES

Pijama unissex (look 1)

Não foram encontrados pontos para correção quanto a modelagem e elementos utilizados. O modelo mostra-se adequada em relação as necessidades de uso. As questões de cor e material escolhidos não foram passíveis de avaliação, por se tratar de escolha conceitual do autor, não representando as inúmeras possibilidades disponíveis no mercado para escolha do comprador representado pelas clínicas.

NOTA: Dados trabalhados pela autora (2017)


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Pijama unissex (look 2) Conjunto utilizado em procedimentos com acesso às articulações ombro - blusa e joelho/quadril -calça. Não observou-se a necessidade alterações da peça (blusa). Mostra-se adequada ao uso para realização de procedimentos que necessitam de acesso à articulação de ombro. A modelagem apresenta amplitude necessaria para movimento do usuário. Para a calça desse conjunto, observou-se que, para atender a proposta de acesso as articulações de quadril e joelho, a área de acesso em ambos os pontos é insuficiente para que a função seja executada sem prejudicar o andamento do procedimento. Para resolver essa inconsistencia é necessario ampliar e/ou modificar o formato do elemento funcional de ambos os pontos: quadril e joelho. As questões de cor e material escolhidos não foram passíveis de avaliação, por se tratar de escolha conceitual do autor, não representando as inúmeras possibilidades disponíveis no mercado para escolha do comprador representado pelas clínicas. NOTA: Dados trabalhados pela autora (2017) Camisola (look 3) Para a peça camisola de uso exclusivo em procedimento de mamografia foi identificado a necessidade de propor maior acesso na região axilar (quadrante supero-lateral) das mamas. No momento em que ouve a observação, não foi mencionado haver dificuldade de acesso a uma área que chamam de zona cega, e nesse quesito a peça se apresentou ineficiente. Nos demais itens, amplitude, sistema de vestir e fechamento por laço mostrou-se satisfatório. As questões de cor e material escolhidos não foram passíveis de avaliação, por se tratar de escolha conceitual do autor, não representando as inúmeras possibilidades disponíveis no mercado para escolha do comprador representado pelas clínicas.

NOTA: Dados trabalhados pela autora (2017)


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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que a partir desse estudo, de que o profissional da área de design de moda, têm plenas condições para contribuir no desenvolvimento de produtos também para área de assistência à saúde, sobretudo com um novo olhar partindo de questões como ergonomia, emprego de novas possibilidades de material têxtil e ainda no desenvolvimento de produtos que contribuam para o bem-estar desses usuários. Nesse sentido, vale lembrar da importância da imersão no ambiente do usuário para verificação das necessidades que esse produto deve contemplar. Para tanto, a realização de visita de campo que aconteceu na clínica DAPI, foi de suma importância pois através de observação e contato com os profissionais da área, reuniu-se informações sobre as situações que envolvem o ato da realização de cada modalidade de diagnóstico por imagem, e de que forma a roupa pode ajudar no desenvolvimento dessa atividade. Em consequência disso, a realização de análise dos pontos que deveriam ser considerados para a criação das peças, e na tentativa de unir os requisitos relacionados a ergonomia e hedonomia consequentemente, tendo a visão de que os pontos funcionais sendo alcançados, outros fatores relacionados ao bem-estar podem também ser contemplados. Tendo como o exemplo o fato de conseguir trazer a esse produto uma imagem que não se assemelhe ao produto utilizado em ambientes hospitalares e que foi um dos objetivos pretendidos pelo estudo. Em virtude de os resultados não serem integralmente satisfatórios, pois uma das peças apresentou falhas no quesito funcionalidade, observa-se que após algumas correções é possível tornar o produto apto para a necessidade de uso, o que não altera o resultado tido como positivo em uma visão geral da coleção. Outro ponto importante a ser mencionado está relacionado ao fato de que as clínicas não estão inteiramente informadas quanto as normativas vigentes em relação ao vestuário que podem oferecer aos pacientes desses estabelecimentos de assistência a saúde, e ficam a mercê dos fornecedores que, por sua vez não despreendem muitos esforços para alterar o padrão desse vestuário que traz as mesmas características há décadas. E não só por isso, mas também pela cultura de que essa vestimenta vista apenas como uma roupa para ser usada durante um exame, fazendo com que os setores


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responsáveis

pela

compra

dos

enxovais

desses

estabelecimentos,

utilizem

primeiramente os critérios preço e durabilidade, deixando de lado a questão estética que influencia diretamente no fator de bem-estar do seu cliente. Para finalizar, conclui-se que o designer de moda tem muito a contribuir para o desenvolvimento de vestuários que são necessários em diversas áreas como o caso dos estabelecimentos de assistência à saúde. E de que esse profissional deve estar atento as novas possibilidades tendo como principal critério a satisfação do usuário.


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5 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13734. Produtos têxteis para saúde: características. São Paulo: ABNT, 2016. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16064. Produtos têxteis para saúde: requisitos de fabricação e processamento. São Paulo: ABNT, 2016. BENSTOCK, S; FERRISS, S. Por dentro da Moda. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2002. BRAGA, J. Reflexões sobre Moda, 4.vl. São Paulo: Editora Anhembi Morumbi, 2006. BUENO, S. Dicionário da Língua Portuguesa. 2 ed. São Paulo: Editora FTD, 2007. BÜRDEK, B. E. História, teoria e prática do design de produtos. São Paulo: Editora Edgard Blücher, 2006. CAMARGO, M. G. Análise do vestuário dos profissionais do setor de enfermagem do Hospital Universitário de Maringá/UEM. In: Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, 9, 2010, São Paulo. Anais do 9º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design. São Paulo: Associação de Ensino e Pesquisa de Nível Superior de Design do Brasil (AEND/Brasil), 2010. Disponível em: http://blogs.anhembi.br/congressodesign/anais/artigos/70281.pdf. CINCO Peles. Disponível em: http://www.revistaecologico.com.br/materia.php?id=6&secao=41&mat=44. Acesso em 10 de julho de 2017. COELHO, L.A.L. Por uma metodologia de ideias. In: COELHO, L. Design Método. Rio de Janeiro: Editora Novas Ideias, 2006. cap.2 COUTO, R; MARTINS, B. Fundamentos, Propostas e Perspectivas para o Design Comprometido com Questões Sociais. In: 7 Congresso Brasileiro de Pesquisa em Design, Curitiba, 2006. Disponível em: < http://www.pedagogiadodesign.com> Acesso em 18 maio 2017. CYBIS, W.A. Ergonomia e Usabilidade. São Paulo: Novatec Editora, 2007. DAMAZIO, V. Design, Ergonomia e Emoção. 3.ed. Rio de Janeiro, RJ: MAUD Editora, 2008. cap.3 DENIS, R. C. Uma introdução à história do design. São Paulo: Editora Edgard Blücher, 2000.


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