CAPÍTULO LXXVIII VISITA AO MARECHAL
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. Cláudia, quando ele acabou, perguntou-lhe com simplicidade: — Você vai hoje ao marechal? Batista, caindo em si: — Naturalmente. Tinham ajustado que ele iria ter com o presidente da República explicar-lhe a comissão que exercera, toda reservada, e, sem embargo, imparcial. Diria o espírito de concórdia com que andou e a estima que adquiriu. Em seguida, falaria da conveniência de um governo que, pela fortaleza e pela liberdade, excedesse o do generalíssimo; e uma frase final bem estudada. — Isso na ocasião, disse Batista. — Não, é melhor levá-la feita. Eu lembrei-me desta: “Creia V. Exª que Deus está com os fortes e os bons.” — Sim, não é má. Você pode acrescentar um gesto que indique o Céu. — Isso é que não. Você sabe que eu não dou para gestos, não sou ator. Eu, sem mexer um pé; inspiro respeito. D. Cláudia dispensou o gesto; não era essencial. Quis que ele escrevesse a frase, mas lá estava de cor. Batista tinha boa memória. Naquele mesmo dia. Batista foi ao Marechal Floriano. Não disse nada às pessoas da casa; contaria tudo na volta. D. Cláudia também calou, era por pouco tempo; ficou esperando ansiosa. Esperou duas mortais horas, chegou a imaginar que lhe tivessem encarcerado o esposo, por intrigas. Não era devota, mas o medo inspira devoção, e ela rezou consigo. Enfim, chegou Batista. Ela correu a recebê-lo, alvoroçada, pegou-lhe na mão e recolheram-se ao quarto. Perpétua (vede o que são testemunhos pessoais na história!) exclamou enternecida: — Parecem dois pombinhos! Batista contou que a recepção foi melhor do que esperava, conquanto o marechal não lhe dissesse nada, mas escutou-o com interesse. A
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