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visível o invisível isto é, o mundo dos sentimentos e das ideias em vez "dos desígnios dos Deuses e dos Espíritos" seg. Paul Klee, numa sua ambição marcadamente materialista. É desta ambivalência que a Arte Nova adquire uma multiplicidade usando a técnica operativamente para a forma e para a função mas, camuflando-a atràs do ornamento, atràs da arte, entenda-se, da reflexão estética, psicológica, mística, onírica, do desejo, num forte apelo aos sentidos, ao sonho, à alegria de viver. O simbolismo propõe como ponto de partida o supremo encantamento, o maravilhoso, a harmonia mas, usando formas que seriam acessíveis à compreensão geral em termos visuais (componente sintetista) e, a metáfora que substituía a mera descrição, a designação, em oposição aos naturalistas, aos impressionistas, considerados pintores de "reportagem". Os simbolistas serão, mais tarde, referidos pelos surrealistas como os seus antecessores. A Arte Nova é igualmente uma consequência das mudanças de expressão artísticas que alterações de natureza político-sociais não só na Inglaterra mas igualmente no Continente onde, no início do século, conhece uma simbiose de forças progressistas (socialistas) e a associação de muitos artistas, escritores, arquitectos e outros intelectuais, às forças políticas que promoviam uma generalizada abertura de espírito p.e., os movimentos sufragistas femeninos. Figuras como Victor Horta e Henry Van de Velde na Bélgica recebem encomendas directas do Partido Operário Belga, respectivamente, para a construção da "Maison du Peuple" e, diversos projectos gráficos. Há uma relação directa entre a nova arte

decorativa, a nova arquitectura, a ascensão social de uma burguesia enriquecida pelos negócios ultramarinos (principais encomendadores) e, a ideia de construção de uma sociedade mais equalitária defendida por intelectuais que viam nas propostas socialistas o estímulo necessário à execução de uma sociedade democrática. A Arte Nova na Bélgica e, as figuras de V.Horta e de H.V.de Velde. Victor Horta: uso racional das tecnolo gias do ferro e do aço mantendo-os à vista e, da sua relação com a excelência do trabalho decorativo em filigrama de ferro forjado e de marcenaria criando espaços interiores fortemente individualizados. a) Ilusão óptica nos espaços interiores reduzidos através da colocação de espelhos; b) Transparências e luz (claraboias e grds superfícies vidradas); c) Uso da escada em espiral e desenvolvida em progressão longitudinal (melhor aproveitamento espacial da caixa de escadas e da sua interligação com as transparências verticais e horizontais dos vãos de iluminação); d) Uso de desnivelamentos ajustando o pé direito de acordo com a função das divisões (mais tarde o proto-racionalista Adolf Loos adoptaria este modelo de forma sistemática p.e.). A Casa do Povo: transparência integral das fachadas ondulantes recorrendo a finas vigas de aço e ao vidro, a ligação natural do espaço interior c/o exterior, ( aqui também como metáfora de sentido político). Henry Van de Velde: Ao contrário de V.Horta, mais próximo das vanguardas francesas e da arquitectura do ferro, seguiu o modelo


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