Ebook Aos 15

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Derick Martins – Aos 15

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Derick Martins

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Índice Capitulo 01: A Primeira Vista Capitulo 02: Sexta a Noite Capitulo 03: Frustração ou Esperança Capitulo 04: Dentro da Sala e Fora do Armário Capitulo 05: Duda, Amigo ou Concorrente? Capitulo 06: Ser ou não Ser! Capitulo 07: A Casa do Lago Capitulo 08: A Primeira Vez Capitulo 09: Brigas e Beijos na Cabana Capitulo 10: Jogo da Sedução Capitulo 11: Inversão de Papeis Capitulo 12: Uma manhã de sexo, amor e luxuria Capitulo 13: O quarto de Nando Capitulo 14: Curiosidade não mata Capitulo 15: A vitoria sobre o hétero Capitulo 16: Discussões e Paixão Capitulo 17: Encontro na praia Capitulo 18: Briga na boate Capitulo 19: Recado no quadro negro Capitulo 20: Isabela, amizade e namoro falso Capitulo 21: Conversa séria Capitulo 22: Handebol e briga na quadra Capitulo 23: Revelação no Pátio Capitulo 24: Sumiço Repentino Capitulo 25: Aos 16 Capitulo 26: Do fim ao recomeço

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Nunca antes havia questionado minha sexualidade, nunca fui um “pegador”, como muitos caras se descrevem. Na verdade sempre fui muito tranqüilo, na minha e até meio “paradão”. Meu primeiro beijo foi aos 12 anos com uma menina que era apaixonada por mim, e hoje dez anos depois descobri ser lésbica. Coincidência... Acho que não? Capitulo 1 – À primeira vista Aquele era o meu primeiro dia na escola nova, havia acabado de entrar no 1º ano do ensino médio, e para variar era o aluno mais novo da turma “de novo”. A escola era legal, e apesar de ser escola pública, o ambiente era agradável e as pessoas muito gentis. Sempre fui meio nerd, embora não me pareça com o nerd clássico que todos conhecem: Não uso óculos fundo de garrafa, nem aparelho e não tenho o cabelo estranho. Muito pelo contrario, enxergo bem, tenho os dentes normais e gosto de cuidar de minha aparência, mas compartilho algumas características com os nerds que todos conhecemos: a timidez e o amor pelo estudo. Minha vida nunca foi agitada como a de muitos garotos da minha idade, outros com 15 anos já vão para baladas, “pegam” meninas ou meninos e depois contam vantagem uns aos outros em seus círculos de amizade. Praticam esportes onde se destacam, fazem amigos novos a cada dia. Já eu, sempre tive poucos amigos, pois acredito que minha timidez transpareça a outras pessoas como arrogância. Já tentei mudar, mais é muito difícil. Então, lá estava eu a espera do sinal para ir à sala de aula, aquela seria a minha primeira aula de física, o que para muitos é um tormento, mais com o passar das aulas eu acabei gostando. O sinal tocou e entrei para a sala da turma 1003. A professora era uma figura, que se não existisse alguém teria que a ter inventado, ela parecia vir de uma comedia pastelão. Falava palavrão a torto _______________________________________________________________

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e a direito e xingava deus e o mundo. Até hoje eu me lembro da descrição que fez sobre Izaac Newton. _ Quem foi Izaac Newton? – Indagou minha professora, logo após se apresentar. Ela era gordinha, baixa, loura e tinha bochechas rosadas, como se tivesse carregado na maquiagem. _ Um dos maiores físicos da historia, ele descobriu a inércia e criou as três leis... Respondeu uma menina loura, sentada em minha frente. _ É... _ Interrompeu a professora ao sorrir maliciosamente. _ Ótima descrição, Isabela... Mas eu prefiro descrevê-lo como um frustrado, lunático que não comia ninguém... Por isso tinha tempo para fazer o que fez... _ Disse a professora sorrindo, e vendo que toda a turma estava gargalhando, exceto a menina que estava emburrada. A aula prosseguiu normalmente até o fim, uma vez ou outra perdíamos a concentração quando minha professora fazia alguma palhaçada, mais ainda assim ela passou toda a matéria que havia programado em seu diário de classe. Minhas aulas seguintes correram como o previsto, e assim meu primeiro dia na escola nova terminou. Sai da escola e fui direto para o ponto de ônibus, ao passar pelo pátio vi que muitos alunos da minha sala estavam conversando e rindo, mas ninguém me convidou. O que havia de errado comigo, ninguém havia me notado, era como eu não tivesse passado manhã inteira na mesma sala com a maioria daqueles garotos e garotas. Peguei o ônibus e fui para casa. Quando cheguei minha mãe percebeu minha tristeza e me perguntou o que havia acontecido, quando contei, ela tentou explicar que eu era mais inteligente que todos eles e que por isso, me isolavam com medo de não ter o que falar comigo e se sentirem burros. Escutei tudo o que ela disse, embora não acreditasse em nada, sabia que ela estava tentando me consolar, mais não estava funcionando. A primeira semana de aula terminou quase igual ao primeiro dia, apenas Isabela, a garota da aula de física, conversava _______________________________________________________________

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comigo e sempre era para falar sobre as matérias que gostava ou contar sobre os inúmeros concursos que havia ganhado. Ela era uma chata e assim como eu ignorada por quase toda a turma. No sábado eu e minha mãe fomos para o clube perto da minha casa, o lugar era lindo e tinha varias piscinas. Fiz natação até meus 12 anos, por isso tenho porte atlético apesar de não fazer exercícios. No domingo eu fui ao cinema sozinho, adoro cinema e se pudesse iria todos os dias, na verdade essa é a carreira que escolhi seguir em minha vida, ser um roteirista de cinema. Há segunda semana no colégio começou um pouco diferente, na aula de física minha professora propôs um desafio entre toda a turma. Dividimo-nos em trios para responder um tipo de “passa ou repassa” onde o trio vencedor receberia um premio especial. A turma era para ter 30 alunos, mais só havia 29 presentes, então eu formei dupla com a Isabela, embora não quisesse. A sala foi arrumada e separada em 10 times. O desafio estava para começar, quando eu o vi. Não entendi o que senti, naquele momento meu coração pesou e fiquei bem nervoso. Ele era lindo, tinha olhos azuis, um porte muito atlético, quase sarado, um sorriso encantador. Tenho certeza que se ele quisesse podia estar na TV fazendo um comercial ou algo do tipo. _ Muito bem... Senhor Luiz Fernando... A que devo a honra da sua presença? – Indagou a professora ao mostrar que conhecia o tal garoto de outros carnavais. _ Estou nessa turma Luiza... Tia Luiza! – Desdenhou com sua voz grossa e hipnótica, eu estava paralisado, de olhos grudados naquele garoto, eu o examinava de cima a baixo quando notei que ele me olhou. Nessa hora desviei os olhos, mais acho que ele percebeu, pois sorriu ainda me olhando, e eu é claro fiquei vermelho como um camarão. _ Muito bem... Gente esse é meu sobrinho lindo, malhado e gostoso... Ele é solteiro e tá a procura, meninas e meninos podem avançar... Disse Luiza gargalhando e levando a turma ao riso também, já Luiz Fernando não gostou da brincadeira e amarrou a _______________________________________________________________

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cara. Até assim chateado ele era lindo. _ Nando você ficara no time da Isabela e do Ricardo. Ele se aproximou de mim, meu coração palpitava e eu ficava cada vez mais nervoso. Ele sentou-se ao meu lado e sem querer encostou a perna na minha por um segundo, aquele simples toque já me excitou. Disfarcei e ele não notou. A competição seguiu normal e como o previsto nosso time ganhou, eu respondi algumas e Isabela outras, mais o que me surpreendeu mesmo foi uma pergunta que Isabela e eu não sabíamos, e que foi Luiz Fernando quem acertou. Fiquei ainda mais impressionado, além de lindo ele era inteligente também.

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Capitulo 2 – Sexta a Noite O prêmio da competição de física era três convites para assistir o filme premonição na próxima sexta feira, quando soube de que filme se tratava Isabela logo recusou seu convite, então apenas eu e Luiz Fernando iríamos assistir o filme. Fiquei ansioso a semana inteira, não podia esperar para estar sozinho com Luiz Fernando, eu estava me sentindo estranho, nunca havia me interessado por nenhum garoto antes, mais aquele sentimento fez minha semana feliz, embora ainda fosse ignorado por quase toda a minha turma. Será que ele sentia a mesma coisa, será que havia alguma possibilidade de termos algo. Essas dúvidas me consumiam. Fiquei meio atordoado o resto da semana, eu o olhava sempre que podia e percebi que ele me olhava também, mais acho que não com as mesmas intenções. Durante esses dias não trocamos nenhuma palavra, mas mesmo assim eu estava feliz, pois iria passar duas horas com ele, onde é claro poderíamos conversar Na sexta feira, após a aula Luiz Fernando veio falar comigo. _ Renato? _ Ricardo... _ O corrigi. _ É Ricardo. _ Fiquei muito triste, eu pensei nele a semana inteira e ele nem sabia meu nome, que saco. _ Desculpe... Então temos que ver como vai ser essa sessão de cineminha... Você me pega ou eu pego você? _ Quem dera... (sussurrei) _ O que? _ Quem dera eu tivesse um carro, nem tenho idade para dirigir. Você tem Luiz Fernando? – Indaguei curioso. _ Pode me chamar de Nando... Tenho sim, eu tenho 18 anos, sei que é vergonhoso, mais repeti algumas series quando não pensava em meu futuro... – Nando tentou justificar o fato de estar em uma turma onde quase todos tinham 16, embora eu tivesse apenas 15. _ Que nada, você é novo... _______________________________________________________________

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_ Beleza, então eu te pego às 7 da noite, mais não se atrasa, por favor, detesto esperar! _ Disse Nando sorrindo e eu ficando de boca aberta. _ O seu endereço? _ O que? – Respondi ainda meio lerdo... _ Qual é o seu endereço? _ Há Tah... Retruquei ao anotar e lhe entregar. Pela primeira vez nossas mãos se tocaram, senti um arrepio na espinha e olhei em seus olhos encantados. _ Caraca! _ Exclamou... _ Cara, você mora bem perto da minha casa! _ Sério... Que bom... _ Valeu, agora tenho que ir! – Disse ao dar as costas e partir. Eu fiquei parado ali por uns cinco minutos, estava extasiado. Voltei a si e fui embora me preparar para o cinema. O dia demorou muito há passar, cada minuto parecia uma hora. Eu fiz toda a lição, arrumei meu quarto, limpei o jardim inteiro antes das 3 da tarde. Estava ficando de saco cheio, então fui para o meu quarto entrar no bate-papo. Conversei com alguns caras, mais não gostei de ninguém, acessei meu Orkut e vi que havia um recado, e tive uma grande surpresa quando li. _ Te Achei! _ Era o Nando _ Adiciona aí cara! De imediato aceitei e vi que em seu perfil havia em foto sem camisa. Viajei sonhando com aquele tórax. Quando olhei seu álbum eu quase morri de tesão, havia varias fotos dele na praia com sunga de todas as cores, reparei logo no volume delas é claro. Quando dei por mim já passavam das seis, então tomei banho, me vesti o mais rápido que pude e fiquei na sala a espera de Nando. Pontualmente às 7 da noite ouvi a buzina e fui até o carro de Nando. Quando me viu Nando saiu do carro e veio falar comigo. “Nossa como ele era lindo”, eu não parava de olhar para ele, e tinha certeza que ele já havia percebido. Entramos no carro e fomos para o cinema. Para meu azar o cinema era tão próximo que podíamos ir a pé, e nem deu tempo de trocarmos uma palavra si quer. _______________________________________________________________

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_ A próxima sessão é só as 8, vamos para a praça de alimentação? _ Indagou Nando ao sorrir e me olhar. _ Claro... O que quiser... _ Respondi entusiasmado. _ Mesmo? _ O que? _ Indaguei sem entender o que ele queria dizer com aquilo, e sonhando para que fosse o que eu esperava. _ Nada... To brincando... _ Retrucou Nando Chegamos à praça de alimentação e pedimos nossos lanches, comemos conversando sobre a escola e Nando me contou sobre as meninas que havia namorado o que não era poucas e porque havia terminado, foi quando ele questionou. _ E você não tem namorada por quê? _ É que... _ Engasguei _ Eu tinha, mais nos separamos há muito tempo, mais me diz aí... Gostou de alguma menina da escola? _ É estou interessado em alguém da escola, mais não sei se essa pessoa também está interessada em mim! _ Disse Nando mostrando uma face nova para mim. _ E porque não estaria. _ Disse sem pensar, então concertei em seguida. _ Apesar de ser novo na escola, já vi muitas meninas dando mole para você, quase ficando de joelhos. _ Não é nenhuma delas que eu quero ver de joelhos diante de mim... Um silencio aterrador caiu sobre nossa mesa, eu ouvi mesmo que penso que ouvi. Eu entendi mesmo o que havia entendido ou seria uma loucura da minha cabeça. Era impossível um deus daquele ser gay, não era real, eu estava sonhando, tinha que estar.

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Capitulo 3 – Frustração ou esperança? Nando olhou e viu que a sessão estava para começar, assim sem nos falar mais entramos na sala dois. Por mim ficaríamos na frente, mais optei por seguir Nando, então sentamos no meio. A sala estava bem vazia, e eu já começava a estranhar o silencio de Nando. O filme começou e posso afirmar que era bem pesado. Eu não conseguia ficar quieto na poltrona, sempre que me mexia encostava-se a Nando e quando o olhava via que ele nem se mexia. Eu ficava triste a cada minuto que passava, esperava por algo que não iria acontecer. Assim o filme terminou, então antes de ir embora nós fomos ao banheiro. Quando nos aproximamos do mictório meu coração palpitou novamente e foi ali que tive a visão que esperava o dia inteiro. Vi quando Nando abriu o zíper da calça, colocou o pênis para fora e começou a mijar. Eu estava paralisado olhando para o pau dele, mesmo assim pus o meu para fora e notei quando ele olhou para mim de canto de olho. Eu terminei e sai de banheiro, aborrecido comigo mesmo. Porque eu não fiz nada, não falei nada, não pulei em cima dele. Nando saiu, seguimos para o carro e Nando me levou para casa. Assim que chegamos, ele parou o carro e quando eu estava saindo ele disse: _ E aí Rick gostou do que viu? Fiquei com raiva instantaneamente. Bati a porta do carro e saí aborrecido. Nando foi embora antes mesmo que eu pudesse me virar pra dizer alguma coisa. Eu estava com muita raiva dele, não esperava que ele falasse aquilo para mim, embora também eu não soubesse o que esperar já que nunca havia me relacionado com outros caras, mas certamente não era ouvir o que eu ouvi, ainda mais do cara que eu estava afim. Fiquei com tanta raiva que nem consegui dormir, então entrei na internet e para minha surpresa havia mais um recado de Nando. _ Rick... Desculpa pelo o que eu falei... Eu sou um idiota, espero que continuemos amigos! _______________________________________________________________

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Aquele recado não aliviou a minha raiva, mais fez uma revelação. Nando não era gay, e ele queria ser apenas meu amigo. Fiquei triste e respondi pondo um fim naquela situação. _ Primeiro... Quem disse que você pode de me chamar de Rick!... Segundo... Você é mesmo um idiota!... E terceiro... Não, eu não quero ser seu amigo. Enviei o recado com os olhos cheio de água, eu estava triste mais não podia ser amigo de um cara que eu estava afim, era melhor que ele me ignorasse assim como os outros caras da escola. Fiquei muito nervoso, não sabia o fazer na segunda feria quando encontrasse Nando na aula. Fiquei pensativo todo o fim de semana. Minha mãe notou minha mudança, mas não perguntou nada. Cheguei segunda feira a escola bem mais calmo, não sabia o que fazer diante de Nando, então resolvi ignorá-lo e fingir que a noite de sexta feira não havia acontecido. Entrei na sala de aula de vi Nando sentado em uma cadeira próxima a que eu sempre sentava, então sentei o mais longe que pude. Concentrei-me ao máximo na aula, mesmo assim notei olhares de Nando em minha direção, contudo não retribui. Naquele dia algo inesperado aconteceu pela primeira vez outros alunos começaram a falar comigo, podia ser pela dificuldade da tarefa de física que a professora passava no quadro, mais mesmo assim fiquei feliz, eu não era invisível e conheci vários garotos e garotas super legais. Nando continuava me olhando, mas sua cara estava diferente, ele parecia irritado, só bem depois eu viria saber o real motivo de sua irritação. Quando a aula terminou fui ao banheiro, mais consegui ouvir Nando me chamando, eu o ignorei de novo. Entrei no banheiro e fui até um mictório, quando me virei ainda com o zíper aberto vi que Nando estava ao meu lado então retribui a pergunta: _ E aí gostou do que viu? _ O que você quer? _ Indagou Nando me deixando confuso. _ Eu... De você nada! _ Respondi _______________________________________________________________

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_ Tudo isso... É só porque eu fiz aquela brincadeira no carro. _ Não... Isso é pelo fato de você pensar que eu era uma coisa que não sou... Respondi e vi que o deixei mais confuso do que eu. _ Pera aí... Uma coisa que você não é!... _ Disse me criticando... _ Claro que você é, para de fingir! _ Não... eu não sou! _ Então vai me dizer que você não é gay? _ E... Eu... _ Engasguei na hora, mais tomei coragem e retruquei _ Sou sim, mais não o tipo que você pensa que eu sou! _ E que tipo você é? _ Não sou do tipo que se agarra com qualquer um! _ Disse irritado. _ Vamos ver! Nando partiu para cima de mim, me agarrou e empurrou contra a parede. Pensei que ele fosse me bater, mais ele pressionou seu corpo junto ao meu e eu senti seu peito colado no meu, seus braços em volta de mim, nossas pernas entrelaçadas e nossos paus se encostando. Nando me olhou nervoso e tentou me beijar. Na mesma hora eu o empurrei, não sei como tive força, mais saí do banheiro em direção à sala de aula, pequei minha mochila e fui embora. Minha cabeça estava a mil por hora, eu não estava entendo o que havia acontecido. Nando era um gay tarado e tentou abusar de mim no banheiro, estava nervoso por eu não ficado com ele no carro, ou ainda furioso com o recado que deixei no Orkut dele. Eu não sabia mais vida estava para dar uma virada. Passei o dia inteiro na internet, quando abri o MSN vi que um tal gato.LM havia me adicionado, nos teclamos e achei seu papo legal, fiquei mais tranqüilo assim como todos os dias antes de dormir entrei no Orkut e lá estava mais um recado de Nando. _ Ricardo preciso falar com você, mas não pode ser na escola. Amanhã eu não vou à aula, você pode me encontrar no shopping às 3 horas da tarde, vou ficar esperando... _______________________________________________________________

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Capitulo 4 – Dentro da sala e fora armário Quando li a mensagem de Nando fiquei muito nervoso, minha cabeça e meu coração estavam a mil. Eu não sabia o que pensar, mas estava curioso. O que Nando queria falar comigo, isso eu só saberia no dia seguinte. Nem consegui dormir direito, acordei varias vezes durante a noite. No dia seguinte mal prestei atenção na aula, estava muito tenso. Na hora do intervalo fiquei na sala, pensando em Nando, eu não entendia meus sentimentos por ele e nem imaginava os sentimentos que ele tinha por mim. Quando a aula acabou fui para casa me preparar para encontrar Nando. Tive muita sorte, pois minha mãe não estava em casa, afinal eu não tinha como explicar minha saída à tarde. Ela sabe que não tenho amigos e não gosta que eu saia sozinho. Na verdade eu acredito que daí venha minha grande parte da minha timidez, dessa super proteção. Cheguei ao shopping antes das três da tarde, quando me aproximei da praça de alimentação, avistei Nando sentado na mesma mesa onde sentamos na sexta feira do cinema. Na mesma hora senti um calafrio em minha espinha, me segurei e fui em direção a ele. Nossa como ele estava lindo, seus olhos azuis olharam imediatamente em minha direção. Aproximei-me e sentei a mesa. Nando permaneceu em silencio por alguns minutos, via em seus olhos que estava tão confuso quanto eu, se não bem mais. Então comecei a conversa. _ Fiquei surpreso com seu recado. _ Chateado não? _ Perguntou Nando ainda me olhando nos olhos. _ É... _ Eu sei _ Nando me interrompeu. _ Sei que tenho agido errado com você, desde o inicio. _ Desde o inicio não... _ Eu tentei falar, mas Nando me interrompeu. _______________________________________________________________

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_ Por favor, me deixa falar... Disse Nando muito triste. _ Eu não sei o que tá acontecendo, não sou assim. Nunca tinha feito isso com ninguém. Mas, não sei... E que você me perturba, sabe, quando eu to longe de você, fico imaginando estar perto de você e quando to perto; fico nervoso e nem consigo pensar direito... Eu estava paralisado olhando pra Nando, minha mente estava toda para ele, meus olhos não desgrudavam dos seus. Eu o acompanhava quase como um zumbi. _ Eu queria te pedir desculpas pelo que fiz no carro, e pelo que fiz no banheiro da escola... E que eu estava com ciúme... Quando você me ignorou e vi que estava falando com outros caras da sala, eu fiquei maluco. Tentei mostrar que eu estava interessado em você, mas acho que não consegui direito... _ Mais ou menos isso... Concordei e o vi sorrir pela primeira vez naquela tarde. _ Seu sorriso é lindo. _ Para... Disse Nando ficando vermelho. _ O que foi... Você tá parecendo mais tímido do que eu! _ Eu nunca fiquei assim com nenhum cara, eu não sou tímido com as garotas, mas como eu disse você me deixa nervoso. Quando essa ultima palavra saiu de boca de Nando, ele tentou segurar minha mão e eu não deixei. Ele não entendeu minha reação. _ Mas, por quê? _ Estamos em um lugar publico, não podemos fazer isso aqui. _ Expliquei. _ Então vamos para outro lugar? _ Não é a hora ainda... Assim como você, eu também sou virgem! _ Expliquei. _ Quando fizer sexo será com alguém especial, quero sentir algo mais do que atração física. _ Agora entendi... E eu quero ser essa pessoa especial para você, e quero que você seja a minha pessoa especial. Com essas palavras Nando me conquistou de vez. Ficamos conversando e perdi a noção do tempo, Nando me contou sobre sua vida e seus sonhos. Eu contei um pouco sobre _______________________________________________________________

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a minha, embora não tivesse muito sobre o que saber. Quando dei por mim já passava das sete da noite, eu tinha que ir embora. Nando me ofereceu carona e eu... Aceitei “é claro”. No carro conversamos mais, a ali sim eu pude segurar em sua mão. Nunca vou me esquecer daquela sensação, fiquei arrepiado na mesma hora. Aquele simples toque me fez muito feliz. Nando parou o carro próximo a minha casa, eu estava para sair quando Nando puxou minha mão e me beijou no rosto, fechei os olhos na mesma hora e quase delirei. Nando soltou minha mão e logo em seguida eu abri os olhos, ele estava sorrindo olhando para mim. Não consegui me conter, segurei as mãos de Nando e o puxei fingindo retribuir o beijo no rosto. Quando ele se aproximou, eu o beijei na bochecha, mas não parei aí. Segui beijando até chegar a sua boca. Assim demos nosso primeiro beijo. Nossos lábios se completavam. Sentir Nando junto a mim era a melhor coisa do mundo, fiquei excitado na mesma hora e logo notei o volume que crescia na bermuda de Nando. Minhas mãos estavam e seu pescoço e as dele, começavam a percorrer minhas costas. _ Não... Interrompi ao me afastar de Nando. Ele pareceu desapontado mais entendeu. Despedi-me e entrei em casa. Minha mãe estava pálida como um fantasma e logo berrou. _ Onde você estava Ricardo? _ Ferrou, Quando ela me chama pelo nome e que a vaca já foi pro brejo. _ Pensei, então respondi. _ Eu... Eu fui ao shopping com um amigo da escola. _ Expliquei e logo vi que sua expressão havia mudado. _ Um amigo, você fez um amigo... Quem é ele? _ E o mesmo com quem fui ao cinema na sexta, quando ganhamos o concurso. _ Há sim... E quando vou conhecê-lo? _ Logo... _______________________________________________________________

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Capitulo 5 – Duda, amigo ou concorrente? Aquela foi minha melhor noite. Eu estava extasiado e meio bobo. Como já era de se esperar sonhei com o Nando, ele não saia de minha cabeça e já começava a entrar eu meu coração. Acordei atrasado para aula era a primeira vez que isso acontecia, mas foram os acontecimentos daquela manhã que marcaram minha vida para sempre. E tudo se resumiu a chegada de uma única pessoa. _ Eduardo! _ Exclamei surpreso a ver meu primo tomando café da manhã. _ Rick, há quanto tempo meu nerd favorito! _ Disse Eduardo com seu jeito espalhafatoso, que a partir daquele dia eu jamais esqueceria. Sentei a mesa junto com meu primo, e começamos a conversar. Eduardo, que particularmente prefere ser chamado de Duda, era muito bonito, moreno claro de olhos verdes e cabelo encaracolado castanho. Mais o que eu o invejava era sua coragem, só pra ter idéia ele se assumiu aos 12 anos, embora acredite que nem era necessário ele dizer, pois sua opção sexual estava na cara de todos. Seu jeito de caminhar, sua voz, seus trejeitos e forma de vestir são muito femininos. _ Rick, não estamos atrasados pra causar no colégio? _ disse Duda falando comigo mais com as mãos do que a boca. _ Estamos? _ Será que havia entendido o que ele tinha dito. _ Há... Esqueci de falar, vou começar na sua escola hoje e vou morar aqui juntinho com você... _ Explicou Duda. _ O clima lá em casa, tá meio difícil, não suporto meu padrasto... Ele é o Ô. _ Causar? _ Claro primo, mais diz aí tem muitos gatinhos na sua escola, porque já faz duas semanas que eu não beijo ninguém, já me dando tremedeira. _ Mas, você vai assim? _ O que há de errado com a minha roupa, ela é estilosa e muito descolada... Retrucou Duda fingindo estar irritado. _______________________________________________________________

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_ É que você não conhece ninguém, e não acho que vai ser bom você chegar chamando toda a atenção. _ Tentei explicar. _ Priminho querido se é pra não chamar a atenção, eu nem saio de casa. Duda e eu fomos para o colégio juntos, assim que saímos de casa já percebi os olhares em nossa direção. Todos notavam Duda, alguns riam, outros faziam cara raiva, mas ninguém falou nada, ainda bem. Como Duda disse chegamos à escola causando, ele falou com todos os garotos e garotas que viu, e pelo que notei estava se dando bem. Por um minuto pensei “porque eu não sou assim”, foi quando eu vi Nando caminhando em minha direção e sorrindo como sempre. _ Oi Rick... Disse Nando ao sorrir levemente. _ Agora posso te chamar de Rick não posso! _ Claro que pode, deixa de bobeira! _ E aí como passou a noite? _ Muito bem, tive ótimos sonhos! _ Respondi olhando em seus olhos. _ É mesmo, e sonhou com quem? _ Acho que você não conhece ele! _ Brinquei e Nando retribuiu. _ Há é? _ Beleza, vou pra aula então... _ Retrucou Nando fingindo estar com raiva e me deixando mais encantado. Nossa ele era tudo o que eu havia imaginado. _ A gente se vê depois meu lindo! _ Para! Nando foi pra sala de aula, e eu fiquei a esperando o inicio do segundo tempo. Estava bem distraído quando Duda se aproximou e apertou minha bunda _ Tá ficando maluco? _ É brincadeira, mas me fala quem é aquele bofe que tava falando com você? É seu namorado? _ Indagou Duda curioso. _ Que namorado o que, eu não sou gay não! _ Menti, não estava preparado para me assumir, mas não deu certo. _______________________________________________________________

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_ Tá bom Rick, você fala e eu vou fingir que acredito nessas mentiras, você pode enganar a tia, mais a mim não! _ Você tá enganado! _ Há tá bom... _ Disse Duda. _ Mais ele é lindo de qualquer jeito, esse e vou pegar e vai ser com gosto! _ Tenta, mas acho que ele não vai te querer não, ele tá rodeado de garotas se jogando pra ele o tempo todo! _ Não duvide de mim, você não sabe do que sou capaz. Duda estava certo, e eu começava a ter duvidas sobre Nando, será que ele resistiria aos encantos de meu primo. Eu não sabia e também não queria pensar nisso. Duda e eu fomos pra sala, e foi lá que uma coisa que eu não queria que acontecesse, aconteceu. Assim que entramos na sala, o primeiro homofóbico se manifestou. _ A não, mais uma bicha na minha sala. Aquele era Vitor, um dos garotos mais violentos de toda a escola, era muito forte, vivia na academia e não tinha nenhum cérebro. Adorava futebol, embora eu também goste, e ficava falando besteiras a torto e a direito. Eu fiquei receoso assim que o conheci e tentei ao máximo não ser notado por ele, mais Duda não era assim. _ Há... Você é a outra bicha da sala, desculpa eu não sabia que o nível de boiolagem dessa sala já tinha sido atingido. Desculpa-me. _ Duda respondeu e a turma inteira caiu na gargalhada. _ O que? _ Eu vou te pegar, seu viado de merda! _ Vitor ameaçou ficando vermelho de raiva. _ Bem que você queria, Desculpa, não é que não curta caras fortes... É que você é meio feinho, mais desculpa Bi! Você vai encontrar um cara que te queira... Vou torcer por você! _ Retrucou Duda fazendo a turma inteira cair novamente na gargalhada. Vitor ficou furioso e partiu pra cima da gente, só não pegou Duda, porque Nando interveio o impediu de prosseguir. Apesar de bem menor, o meu Nando era muito forte. Eu estava cada vez _______________________________________________________________

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mais vidrado nele. Duda por outro lado não esboçou qualquer reação, era como se nada daquilo tivesse acontecido com ele, estava calmo até demais. Quando a professora chegou à sala, a confusão já havia passado, e ninguém comentou nada é claro. Duda fez amizade com quase toda a turma, e ao que parecia eles o adoraram, já Vitor o encarou o tempo todo, com uma cara de muito ódio. Eu sempre que podia olhava para Nando e o via retribuir meus olhares. Antes de acabar a aula, Nando pediu para ir ao banheiro e fez sinal com a cabeça para que eu o seguisse, e assim que pude eu o fiz. Entrei no banheiro e não havia ninguém lá, achei bem estranho e foi quando eu menos esperava que fui agarrado por traz. Senti os braços de Nando me envolver, seu peito tocou minhas costas e sua boca beijou meu pescoço. Na mesma hora me entreguei e o beijei loucamente. Nando me apertava e eu me sentia cada vez mais entregue a ele. _ Não podemos... Sussurrei excitado. _ Podemos sim... _ Não... Ainda bem que eu o afastei, pois em seguida o sinal do intervalo tocou e alguns garotos entraram no banheiro. Nando virou para o mictório e eu fiquei ao seu lado. Ele me olhou com cara de safado e apontou para seu pau. Quando eu olhei, vi que estava muito duro e marcava toda a bermuda. Eu sorri e ele retribuiu.

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Capitulo 6 – Ser ou não ser Tentamos nos controlar embora naquela situação fosse muito difícil esconder nossa excitação. Eu por outro lado estava preocupado com Duda, o que Vitor iria fazer com ele, eu já havia visto Vitor brigar com vários garotos do colégio, ele era temido por muitos e respeitado por outros. Porem, quando sai do banheiro vi que meu primo estava bem, comia seu lanche tranquilamente como se nada tivesse acontecido. _ Priminho, e aí foi divertida a brincadeira no banheiro com aquele deus grego! _ O que? _ Me fingi de desentendido. _ Alô... Você e o aquele gato, não estavam se pegando no banheiro? _ Você tá ficando paranóico... Primo você tem sérios problemas sabia! _ Menti embora soubesse que Duda não acreditaria. _ Sabia, e um deles é que aquele gato tá afim de você e não de mim. _ Retrucou Duda tendo sua resposta na ponta da língua. _ Nando! _ O que? _ Ele perguntou! _ O nome dele é Fernando, mas todos o chamam de Nando! _ Lindo nome, lindo apelido, lindo olhos, lindo corpo, linda ro... _ Respondeu Duda me irritando. _ Para! _ Por que... Tá com ciúme? _ Já chega! _ Gritei. Deixei Duda falando sozinho e voltei pra sala. Assim que entrei vi Nando sentando e sorrindo em minha direção, retribui o sorriso e fui para meu lugar. O intervalo terminou e as aulas prosseguiram sem maiores incidentes. Eu não falei com Duda o resto do dia. Eu estava aborrecido com ele, embora não tivesse motivo, pois o que ele dizia era a mais pura verdade. Eu sou gay, mais ouvi-lo dizer aquilo comigo, eu não conseguia aceitar, não me sentia bem. Foi antes de dormir que voltamos a conversar! _______________________________________________________________

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_ Duda... _ Falei baixo assim que entrei no quarto dele. _ Posso de perguntar uma coisa? _ Claro! _ Você não tem medo de Vitor? _ Daquele troglodita... É claro que tenho você e maluco primo! _ Respondeu rindo de mim. _ É que não pareceu, você estava tão tranqüilo na sala! _ Eu estava tremendo, mais sei me controlar e cada vez que sinto medo, e à hora em que eu me mostro mais corajoso... É meio estranho de explicar... Eu sou assim! _ E teve medo quando se assumiu? _ Perguntei sem pensar. _ Só tenho uma coisa a te dizer primo, não se preocupe com o que os outros vão pensar de você quando assumir sua sexualidade! _ Não tenho que assumir nada! _ Tá bom Rick, quando você quiser me contar você me conta... Mas, continuando, não se preocupe com o que outros vão pensar, eles já te julgam por tudo, por sua aparecia, por sua forma de falar e andar, seus trejeitos... Te julgam até por sua inteligência, você já é tão alvo de tantos pré-conceitos que o fato de você de se assumir não vai mudar sua vida... _ Não sei... _ Olha, as pessoas que te amam, vão te aceitar e amar mais, e as que julgam vão ter mais um motivo para te julgar, o que você não pode deixar é que esses julgamentos atrapalhem a sua vida... Faça carão e siga em frente como esses não existissem! _Nossa, Duda como você sabe de tudo isso? _ Você acha que eu não sofri tudo o que você sofre. Apesar de termos a mesma idade, eu já passei por tudo isso, e consegui superar. Eu me aproximei de Duda e o abracei como nunca tinha feito. Naquela instante comecei a chorar, aquela foi à revelação que eu e meu primo precisávamos e a partir daquele dia nos _______________________________________________________________

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tornamos mais amigos do que nunca. Duda sabia que eu era gay mesmo sem eu ter lhe dito, ele me entende e me aceita. Quando estava com Duda, pude ser eu mesmo, então parei de fingir e comecei a me aceitar. Nos despedimos, e antes que fosse para o meu quarto Duda me abraçou novamente e disse: _ E assim que nós gays nos cumprimentamos e nos despedimos. No dia seguinte quando acordei Duda já estava na cozinha, foi por ele que soube que minha mãe havia saído mais cedo. _ E aí primo vocês estão namorando? _ Perguntou Duda com certa malicia em seu tom de voz. _ Quem? _ Não começa não! _ Retrucou me criticando. _ Há tá... Não sei... _ Parei de fingir de vez. _ Como assim não sabe, todo mundo sabe quando esta namorando ou não! _ É complicado! _ Tentei justificar a confusão em minha mente. _ Vocês já transaram? _ Claro que não! _ Respondi instantaneamente. _ E porque não, ele é passivo como você? _ Do que você tá falando! _ Priminho você tem muito pra aprender ainda, mais vou deixar isso pra Nando e o pau dele te ensinarem. Quando vocês transarem, voltamos a conversar! _ Você não é mais virgem? _ Perguntei curioso. _ Priminho se toca... _ Claro que não sou mais virgem, e antes que me pergunte eu gosto de ser passivo! _ E como é isso? _ Você não sabe? _ Nunca viu um pornô gay? _ Então tá, lá vamos nós. Ativo são os gays que gostam de penetrar outros gays, e passivo são os gays que gostam de ser penetrados. _ Entendi! _ Então, ser passivo ou ativo em uma relação gay não tem nada a ver com quem é o homem e quem é mulher na relação _______________________________________________________________

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como muitos héteros pensam. _ Explicou Duda falando com mais experiência do que eu, embora isso não fosse difícil. _ Não! _ Claro que não, todos pensam que os gays afeminados querem ser mulher; por isso eles gostam de dar à bunda. O que não é verdade, pois existem muitos gays afeminados que gostam se ativos na hora do sexo! Conversar com Duda sobre aquilo estava me deixando curioso. Eu não sabia se queria ser ativo ou passivo, o que eu tinha certeza era que eu queria transar com Nando. As palavras de Duda ficaram em minha mente durante toda a manhã. Não me concentrei direito na aula, e acho que a professora percebeu, pois não respondi nenhuma das perguntas que ela fez. Pouco antes de o sinal tocar enviei um SMS para Nando. “Nando me encontre atrás do colégio, preciso falar com você. Beijo” Fiquei a espera de Nando, quando a avistei entrei em uma casa abandonada e fiz com a cabeça para que ele me seguisse. E assim ele o fez. Quando estávamos sozinhos, eu o agarrei como nunca havia feito. Nando levou um susto, pois sempre fui tímido. Nos beijamos de uma forma bem mais intensa do que antes. Sentir os lábios e Nando nos meus, seus braços me envolvendo era a melhor sensação que eu já havia sentido em minha vida. Eu passei minha mão por suas costas musculosas e o ouvi sussurrar. Beijei seu pescoço e o ajudei a retirar sua camisa. Ver aquela barriga definida pessoalmente era muito melhor do que por foto. Continuei beijando o pescoço de Nando e fui descendo. Beijei seu peito, passei a língua em seu mamilo e continuei a descer. Quando encostei meu lábio em seu abdômen, Nando ficou todo arrepiado e finalmente cheguei a púbis. Percorri suas costas com minhas mãos, depois agarrei sua bunda e vi quando ele deu pulo pra frente e encostou seu pau e minha boca, _______________________________________________________________

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embora ainda estivesse de bermuda. Eu não conseguia me controlar, era como se eu estivesse possuído, eu estava em êxtase. Abri os botões da bermuda de Nando e abaixei deixando-o apenas de cueca branca. Ali. Parado. De frente para o pau de Nando fiquei ainda mais excitado. Seu volume era lindo, eu podia passar horas olhando para aquilo, mas naquele momento eu queria fazer tudo, menos olhar. Então agarrei a cintura do meu amor e quando ia abaixar sua cueca algo inesperado aconteceu!

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Capitulo 7 – A casa do lago Nando se afastou de mim e me impediu de prosseguir. Eu estava confuso, não entendi o porquê daquela atitude. Fiquei abaixado em silêncio por alguns minutos. Nando se aproximou de mim, pegou em minha mão e me ajudou a ficar de pé. Assim que me levantei, ele me abraçou bem forte. Retribui o abraço, e voltei a percorrer as costas de Nando com minhas mãos, ele novamente se afastou. _ O que houve? _ Perguntei confuso _ Não vou transar com você... _ Mas por quê? _ Pensei que você gostasse de mim! _ O que eu sinto por você está muito além de gostar, eu ainda não entendo o que está acontecendo com a gente. _ Se você gosta de mim, porque não quer transar? _ Indaguei ainda confuso. _ Não disse que não quero transar, disse que não vou transar com você... Não aqui... Não neste lugar _ Por quê? _ Eu não esqueci o que você me disse, você não é como os outros gays, e não acho certo que nossa primeira vez seja em lugar sujo como esse. Quero que seja especial... Para mim, e principalmente para você! _ Serio! _ Respondi ficando meio bobo. _ Nunca falei tão sério Rick... Você é muito especial pra mim, e que quero ser especial para você. _ Você já é especial, e sua atitude hoje apenas comprova que eu estava certo o tempo inteiro! Nando se aproximou de mim e me beijou. Nossos corpos voltaram a se tocar e no mesmo instante fiquei excitado e notei que Nando também estava. Tive que fazer um grande esforço pra não avançar naquela cueca tão atrativa. A partir daquele dia Nando e eu ficamos cada vez mais próximos. Estava cada vez mais difícil fingir diante de todos que não rolava nada entre a gente. Minha vida estava mudando, _______________________________________________________________

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agora todos falavam comigo, não eram meus amigos, porem me cumprimentavam. Eu não era mais invisível aos olhos de todos, e aquele apenas o começo das grandes e drásticas mudanças que minha vida sofreria. Aquela uma noite de sexta como outra qualquer. Nando havia faltado à escola, por isso eu estava meio triste. Já passavam das seis da tarde quando ouço a campainha e quando fui atender tive uma grande, porém maravilhosa surpresa. _ Nando! _ O que faz aqui? _ Não me convida a entrar? _ Há tá... Claro! Eu estava confuso, o que Nando estava fazendo em minha casa. Na mesma hora comecei tremer, já Nando estava super tranqüilo, falou com Duda normalmente, contudo observei seu sorriso malicioso por entre os dentes. _ Há... _ Disse minha mãe, sorrindo. _ Nando que bom que você chegou! _ Há... _ Exclamei surpreso_ Vocês se conhecem! _ Claro, a mãe de Nando e eu somos grandes amigas... _ O que? _ É nos conhecemos há uns dois meses em um culto da igreja... E se você me ouvisse e fosse comigo a igreja, você já a teria conhecido também! Fiquei paralisado ainda sem entender bem o que estava acontecendo. Minha mãe fez as honras da casa e convidou Nando para jantar. Durante o mesmo ele finalmente revelou seus planos, Nando iria dormir na minha casa, pois na manhã seguinte ele nos levaria até a casa da família dele, em um sitio distante. Embora surpreso, adorei a idéia de cara, Duda é claro percebeu minha felicidade e soltou mais uma de suas pérolas. _ Mas diz aí Nando, lá no sitio vai ter algum gato como você, porque nesse final de semana eu quero beijar muito e fazer outras coisas também _ EDUARDO! _ Recriminou minha mãe olhando de cara feia para Nando. _______________________________________________________________

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Fiquei irritado na mesma hora e o recriminei com os olhos, o que Duda queria com aquela brincadeira. Meu primo permaneceu calado o resto do jantar, naquela noite Nando dormiria no quarto que meu primo estava ocupando e Duda dormiria comigo. Há como eu queria que as coisas fossem diferentes. Nando e eu ficamos nos olhando sempre que podíamos para não dar tanta bandeira, a gente quase se comunicava com os olhos. O jantar terminou e mesmo contra a vontade tive que ir ao meu quarto. Antes de dormir eu tive uma discussão com Duda, o recriminei pelo que havia feito e ele disse que não faria de novo, explicou que estava de saco cheio daquele lugar e com inveja de mim, pois ao que tudo indicava nenhum garoto da escola o olhava como ele queria. Fiquei pasmo na mesma hora, como Duda poderia sentir inveja de mim, ele era popular na escola, conversava com todos e apesar dos poucos dias em que estudava lá, já tinha vários amigos. Naquela noite tive o melhor dos sonhos onde é claro eu perdia minha virgindade com Nando, acordei e vi que havia gozado em meu pijama. Eram nove da manhã quando saímos em direção ao sitio da família de Nando, ver meu namorado dirigindo me dava muito orgulho, como eu, um pirralho de 15 anos havia conquistado um garoto tão legal. Ele sempre que podia olhava para trás e sorria em minha direção. Quando chegamos ao sitio tive uma surpresa maravilhosa, o lugar era lindo. Havia cinco piscinas, um lago, inúmeras arvores e varias casas espalhadas por toda sua imensidão. Nando estacionou o carro e nos guiou em direção à casa que iríamos ocupar, era pequena e muito bonita, havia apenas um quarto então eu e Duda iríamos dormir na sala. Eu estava feliz, o lugar era lindo e eu passaria o dia inteiro com meu Nando, isso ao menos era o que eu pensava; como eu estava enganado. Eu, minha mãe e Duda ficamos nos acomodando e Nando foi avisar a sua mãe sobre nossa chegada. Como se fosse um trovão aquela mulher invadiu a casa. A mãe de Nando era uma senhora _______________________________________________________________

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espalhafatosa, era uma gordinha que não parava de sorrir um minuto si quer. _ Senhora! _ Disse quase sussurrando morrendo de vergonha com aquela situação. _ Mirian meu amor, meu nome é Mirian _ Onde está Nando? _ Deve estar com os primos na piscina! No mesmo instante os olhos de Duda brilharam então eu e meu primo e corremos em direção a piscina maior. Pude ver que Duda estava no paraíso assim que chegamos e vimos os tais primos do meu Nando. Havia dois garotos e duas garotas. Os garotos eram claros como Nando, tinha corpos sarados e bem definidos. Duda quase babava olhando aqueles deuses de sunga. _ Já se acomodaram? _ Disse uma voz masculina atrás da gente. _ Já sim... _ Respondi ao me virar e ficar paralisado _ Oi meu nome é Ruan, sou primo de Nando! _ Dá pra notar. _ Exclamou Duda sem pensar como sempre. _ O que? _ Indagou Ruan. _ Nada, esquece!_ Cortei o assunto e fui ao que interessava _ Onde tá o Nando? _ Há ele tá meio enrolado com as coisas do sitio de pediu que eu e outros primos cuidássemos de vocês. _ Vai ser um prazer! _ Sussurrou Duda quase instantaneamente. _ O que? _ Deixar que você cuide mim... _ Há tá! _ Retribuiu Ruan sorrindo maliciosamente. Mesmo contra a vontade fui para piscina, os primos de Nando eram muito legais, o mais velho devia ter 21 anos era o Ruan, os outros dois eram os gêmeos Ruy e Renan de 17 anos, e as meninas Suzana e Bianca ambas tinham 16 anos. Duda já conversava com todos como se já conhecem há anos. Eu estava ficando triste, as horas passavam e eu ainda não tinha ficado cinco minutos com Nando. Ele havia desaparecido. _______________________________________________________________

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A noite chegou sem nenhuma notícia de Nando, eu estava ficando preocupado com esse sumiço embora todos seus primos e primas dissessem que ele estava bem, comecei a desconfiar que Ruan, o primo mais velho de Nando, sabia sobre nós, pois a forma como ele tentava justificar a ausência de Nando era muito diferente. Eu havia acabado de descer para jantar quando ouço batidas na porta. _ Rick! _ Sussurrou Nando nervoso. _ Nando, o que houve? _ Você tem que vir comigo! _ Por quê? Aconteceu alguma coisa? _ Tenho que falar com você em particular! Nando segurou e meu braço e me puxou para junto de seu corpo. Achei estranho, mais optei por ir com ele, avisei a minha mãe e que iria sair e fui junto com meu Nando. Ele estava esquisito, suava sem parar e parecia meio nervoso. Não trocamos nenhuma palavra no caminho até a casa que ficava mais próxima do lago, que alguns diziam estar prestes a desabar. Nando caminhou na frente abriu a porta e entrou, olhei para os lados e o segui.

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Capitulo 8 – A primeira vez Assim que entrei Nando me agarrou e beijou loucamente, suas mãos percorreram meu corpo e pararam quando chegaram a minha bunda. Ele a apertou como nunca havia feito antes. Um calafrio percorreu minha espinha e todo meu corpo tremeu, Nando é claro percebeu e se afastou de mim. _ O que houve? _ Perguntou preocupado. _ Nada... _ E que você tá diferente! _ Você acha? _ Acho... _ Porque você passou o dia inteiro longe de mim? _ Estava preparando isso! Nando acendeu a luz da casa e me fez a melhor das revelações. A casa estava inteiramente reformada, e muito bonita. Mas o que me fez muito feliz naquele momento, foi ver que sobre uma mesinha havia uma foto minha e Nando. _ É lindo! _ Sibilei instantaneamente viajando em pensamentos _ Não... É nosso! _ O que? _ Questionei. _ Essa é a nossa casa no lago, sempre que quisermos nós podemos vir para cá e ficarmos sozinhos. Foi por isso que eu passei o dia inteiro longe de você, eu estava finalizando as obras na casa. _ Mas, é todo mundo? _ Continuei preocupado. _ Ninguém entra nessa casa há anos, e agora só eu tenho a chave... Esse é o nosso mundo, o lugar onde eu e você podemos fazer o que quisermos. _ Você sabe o que eu quero! _ Respondi maliciosamente _ Tem certeza? _ Tenho, desde aquele dia atrás do colégio que eu sei... É isso o que eu mais quero nesse momento. Ao ouvir isso Nando me agarrou e me beijou novamente. Não estava mais nervoso como antes, seus gestos eram carinhosos e sua excitação já podia ser percebida por mim. Ele _______________________________________________________________

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segurou em minha mão e caminhamos em direção a cama. Os sentimentos em minha cabeça se complementavam, o tesão se misturava com os sonhos que eu já havia tido com aquele momento, chegou horas em que eu achei que estivesse sonhando. Mas era verdade, Nando e eu iríamos nos amar pela primeira vez. Sentamos lado a lado na cama e continuamos a nos beijar. Percorri o corpo de Nando e cheguei ao seu pau. Passei a mão por cima da calça e o vi ficar arrepiado. Aquela cena me deixou ainda mais excitado, eu queria sentir Nando dentro de mim, então tomei a iniciativa. Fiquei de pé de frente para meu Nando e o ajudei a tirar a camisa, ele quis me puxar para junto de seu corpo, mas não deixei. O empurrei para que se deitasse no meio da cama e subi em cima dele. Eu estava fora de mim, sempre fui muito tímido, mas naquele momento toda a timidez parecia ter sumido. Lá estava Nando deitado na cama super excitado enquanto eu cavalgava com vontade naquele volume. Acredito que por Nando nós ficaríamos ali até gozar, apenas roçando nossos paus. Só que eu queria mais. Então beijei Nando novamente e fui descendo seu corpo. Beijei seu pescoço, percorri seu tórax e continuei por seu abdômen até chegar ao seu pau. Abri o zíper e sem perder tempo o deixei completamente nu. Ver aquele homem lindo nu em minha frente era a melhor coisa do mundo. Segurei o pau de Nando com vontade e comecei a chupar. A sensação era estranha, porem muito excitante. Eu percorria todo seu pau com a minha língua, depois chupava a cabeça. Tentei colocar tudo na boca, mais era impossível, pois era grande e grosso demais. O pau de Nando tinha uns 20 centímetros, tinha a cabeça rosada e era bem grosso. O corpo inteiro de Nando tremia, eu o olhava sempre que podia e ficava ainda mais excitado ao vê-lo ficar vermelho e morder os lábios. Foi quando: _ Para! _ O que? _______________________________________________________________

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Nando se levantou da cama e me pós em seu lugar, meu pau latejava ao ver aquele deus retirando minhas roupas e beijando meu corpo. Nando era bem mais delicado do que eu. Ele me ajudou a tirar a camisa, beijou meu pescoço, meus mamilos e foi descendo. Tirou minha calça, deu leves mordidas no meu pau e na minha bunda e começou a me chupar. Meu corpo inteiro tremeu. Nando conseguia me chupar com mais facilidade, pois meu pau é bem menor e mais fino do que o dele. Contudo naquele momento eu queria outra coisa, então mostrei a Nando. Levantei o quadril e coloquei minha bunda na cara de Nando. Minhas pernas envolveram seu pescoço e com suas mãos Nando abriu minha bunda. Sentir a língua de Nando no meu cu era uma sensação incrível e até mesmo indescritível. Eu não agüentava mais, eu queria dar para Nando, então olhei na mesinha ao lado da cama e vi que havia vários pacotes de camisinha sobre a mesma. Nando havia preparado tudo mesmo. Peguei uma embalagem, abri e sem avisar a Nando eu coloquei a camisinha em seu pau. Tirei as pernas do pescoço de Nando e as abri o máximo que pude, agarrei Nando pela cintura e puxei para junto de mim. O pau de Nando parecia até conhecer o caminho, pois foi direto e ficou na porta do meu cu forçando passagem, embora não fosse fácil. Nando tentou me penetrar mais não conseguiu, ele viu em meus olhos que a dor era muito grande. _ Não quero machucar você! _ Sussurrou meu Nando ao pé do ouvido. Quando ouvi aquilo não me controlei, agarrei a cintura de Nando e a empurrei de encontro a minha bunda. Soltei um grito quando a cabeça entrou. _ Você tá bem? _ Perguntou Nando meio preocupado. _ Sim... Mais vai devagar agora. _ Sussurrei gemendo de dor e prazer. Com movimentos suaves Nando começou a me penetrar, a dor no inicio era grande demais, então agarrei Nando e comecei a beijá-lo novamente. Assim relaxei a dor parou então Nando _______________________________________________________________

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aumentou a velocidade e à força das estocadas no meu cu. Eu sentia prazer em todo meu corpo, a penetração me dava mais tesão. Sentir meu pau roçar no abdômen de Nando era delicioso, nossos peitos se encontrando e os beijos tornavam aquele momento único. Nando continuou a meter sempre me olhando nos olhos, ele só os fechou uma vez. E foi quando deu a estocada final, seguida do urro anunciando que estava gozando. Depois seu corpo caiu sobre o meu, estávamos exaustos. Ficamos deitados alguns segundos esperando a respiração ficar normal. Assim que pode Nando disse: _ E a sua vez agora! _ O que? _ É a sua vez de me comer! _ Não precisa, eu to bem assim mesmo! _ Respondi sorrindo. _ Mesmo? _ To sim! Quando Nando saiu de cima de mim, viu que sua barriga estava toda gozada então sorriu e acreditou em minhas palavras. Abraçamo-nos e caímos no sono.

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Capitulo 9 – Brigas e Beijos na Cabana Quando acordei já estava amanhecendo, fiquei super nervoso na mesma hora. O que eu iria dizer a minha mãe quando ela me perguntasse onde passei a noite, eu não teria uma resposta aceitável. Me vesti o mais rápido que pude. Nando ainda dormia ao meu lado, porem não o acordei e sai da casa do lago. Fiquei muito tenso, com medo que alguém me visse saindo daquela casa e fosse verificar. Olhei bem para os lados, mas pra minha sorte não vi ninguém, então fui para a casa onde estavam minha mãe e meu primo Duda. Assim que abri a porta começou o interrogatório. _ Onde você estava? _ Indagou meu primo Duda fingindo estar emburrado, ele finge muito mal. _ Eu... Eu estava com Nando! _ Expliquei. _ Dormiu com ele? _ Disse meu primo ao arregalar os olhos e ficar super animado. _ Não... E que... _ Gaguejei ficando envergonhado. _ Vou reformular a pergunta... Transou com ele? Eu via a animação nos olhos de meu primo, eu não tinha como mentir, ele já sabia que eu Nando estávamos namorando então sem poder mentir, confirmei com a cabeça. Duda pulou em cima de mim e me abraçou na hora eu não entendi bem. Mas ele disse que estava muito feliz por mim, que Nando era um garoto legal e que eu merecia ser feliz com ele. Perguntei pra Duda onde estava minha mãe, ele disse que ela havia dormido na casa principal e que ligou a noite para dar boa noite. Na mesma hora fiquei pálido, mas Duda me explicou que ele a havia a enganado dizendo que eu já estava dormindo, e que não iria me acordar. Na mesma hora fiquei tranqüilo, minha mãe não sabia de nada e o melhor eu era que eu não teria nada a explicar ao menos para ela. Duda e eu sentamos nos sofás e continuamos a conversa. Duda me contou que Ruan o primo de 21 anos de Nando estava o olhando de forma estranha, e ele tinha certeza que algo iria rolar entre os dois. Eu o questionei se ele estava _______________________________________________________________

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certo do que iria fazer, mas tudo o que ele me disse foi que daquela noite Ruan não o escaparia. _Nossa primo, ele é uma delicia... Eu não vejo a hora de dar pra ele, passei o dia inteiro reparando o volume dele... E Rick acho que ele notou, pois sempre ficava me olhando com aquela cara de safado e arrumando o pau na sunga.... _ Não sei... _ Tentei alertá-lo! _ Ele quer primo, eu posso sentir que vai rolar... E de hoje não pode passar! _ Se você está certo de que é isso mesmo que você quer, eu te apoio. _ Por fim concordei. _ Mas, mudando de assunto Rick... E aí como foi transar com aquele bofe grego? _ Foi ótimo! _ Exclamei aminado. _ Só isso... Meu querido eu quero os detalhes, foque nos detalhes, principalmente os mais sórdidos... Você vai ter me contar! _ O que você quer saber? _ Perguntei sem entender o que ele realmente queria saber. _ Você é claro foi passivo? _ Sim! _ Assenti com a cabeça. _ E a rola dele é grande e grossa! _ Aí Duda não gosto de falar disso. _ Expliquei. _ Deixa de frescura, sua biba doida e sortuda e me conta logo. _ Disse meu primo criticando-me. _ Há tá bom... O pau dele é grosso e grande sim, no começou doeu muito, mais ele foi paciente e eu o ajudei a controlar o ritmo das... Não sei como é que se diz... _ Bombadas, Estocadas, Metidas... _ É isso aí... Eu o ajudei a controlar o ritmo das bombadas. Nos chupamos e por fim após gozar ele perguntou se eu não queria comer ele também! _ Fiz um resumão da historia. _ O que? _ Serio! _ É por quê? _______________________________________________________________

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_ Geralmente os caras do tipo do Nando são 100% ativos e nem passam por suas cabeças serem penetrados... Mas e aí você comeu ele? _ Perguntou Duda ainda mais curioso. _ Não... Eu estava bem, havia gozado na barriga dele! _ Há tá, mas vocês só transaram uma vez? _ Só uma, depois dormimos abraçados! _ Finalizei minha historia. _ Seu feio, não devia me falar essas coisas... Tá querendo que eu fique com ciúme, mas eu não vou ficar, pois hoje à noite eu dar muito para o Ruan! _ Disse Duda rindo escandalosamente. _ Perdi alguma coisa? _ Ruan! _ Exclamei assustado._ Tá aí há muito tempo? _ Não na verdade eu acabei de chegar! Quando eu olhei para a porta e vi Ruan entrar fiquei paralisado, será que ele havia ouvido nossa conversa. Tive minhas duvidas ou quase certezas, pois ele e meu primo Duda começaram a trocar olhares naquele instante. Ruan veio nos chamar para ir para piscina, na verdade todos já estavam nos esperando. Naquele momento eu parei para olhar melhor seu corpo. Ruan era mesmo delicioso, possuía músculos bem torneados, ombros largos, peitoral definido e um tanquinho de dar inveja que levava para um caminho da felicidade em direção a sua pica. Seu volume era demais, até parecia que aquela sunga azul clara tinha sido feita sob medida, pois parecia fazer parte de seu jogo de sedução. Nando estava piscina conversando com seus primos gêmeos, que também são deliciosos bem parecidos com Ruan, porem com algumas diferenças que vem com a idade. Eu estava estranho, parece que a transa com Nando havia aumentado meu libido, eu não parava de pensar em sexo, sentia tesão por todos os garotos, mas eu amava apenas Nando. Na noite anterior eu não havia parado para reparar o quanto meu Nando era lindo sem roupa, sem duvida o mais belo de todos os primos. Por alguns segundos eu comparei Nando e Ruan em minha mente. Seus corpos eram igualmente belos, seus músculos igualmente _______________________________________________________________

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torneados, ambos os olhos era claros, Nando verde e Ruan azul a única coisa que os distinguia realmente eram as malas que Ruan ganhava fácil. Nando veio em minha direção olhando em meus olhos. Eu estava cada vez mais encantado com ele embora Ruan houvesse despertado minha curiosidade. _ Oi... Como foi a noite? _ Disse Nando sorrindo com sempre, há como seu dentes eram lindos. _ Bem e a sua? _ Maravilhosa... E que eu e meu amor transamos pela primeira vez e foi tudo o que sempre imaginei! _ É mesmo! _ Respondi animado. _ To a fim de repetir a dose hoje à noite que tal? _ Hoje à noite... Vai ser ótimo! Nando passou a meu lado disfarçando para que ninguém percebesse, contudo antes de se afastar ele encostou sua perna na minha dentro da piscina. Na mesma hora eu fiquei excitado, mas ele foi embora. Quando fiquei sozinho, comecei a reparar melhor Duda e Ruan, ninguém estranhava o fato deles se agarrarem brincando de afogamento, mais conhecendo meu primo como e conheço, sabia que havia algo mais. Então comecei a observar os dois. Tudo parecia normal até que meu primo chegou ao ouvido de Ruan disse alguma coisa e saiu. Ruan pareceu perturbado, ficou olhando para os lados e depois saiu na mesma direção em que meu primo havia seguido. Não me contive e também fui tentando não ser visto por Ruan. Por sorte o sitio possuía muitas arvores, então seguir Ruan não foi difícil. Ele caminhou bastante até chegar à mata fechada. Avistei meu primo ao longe, bem ao lado de uma velha cabana, quando viu que Ruan se aproximava meu primo entrou na casa e logo em seguida Ruan entrou também. Fiquei muito nervoso, porem a curiosidade me consumia então me aproximei fazendo o mínimo de barulho possível; aproximei-me da janela e comecei a ouvir vozes exaltadas dentro _______________________________________________________________

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da cabana. Dei a volta na casa e fiquei bem próximo a porta, me abaixei e olhei pela fechadura. Duda e Ruan estavam conversando, e pelo tom de voz Ruan estava bem nervoso. _ O que você acha que eu sou? _ Um gostoso que veio aqui pra fazer uma coisa e agora tá com medo de ser chamado de bicha por seus outros primos... Mas não se preocupe isso não vai acontecer... Eles não podem te julgar! _ Disse Duda firme e seguro do que estava falando. _ O que você quer dizer com isso? _ Que seu primo o Fernando é gay também! Na mesma hora eu fiquei paralisado, porem furioso, como ele podia fazer aquilo comigo, isso era um segredo. Duda iria me pagar. Tive que segurar para não entrar na cabana naquela hora, mais minha curiosidade superava minha raiva. _ O que? _ Contrapôs Ruan confuso. _ É isso mesmo, Nando é uma bicha! _ Chega! _ Berrou Ruan. Ruan ficou furioso, partiu pra cima de Duda e quase lhe acertou um soco, mas Duda se afastou. Meu primo então pulou em cima de Ruan e ambos caíram. Fiquei tenso na mesma hora, embora eu soubesse que meu primo sabia se cuidar muito melhor do que eu, e que certamente ele reverteria à situação. Ruan e meu primo rolavam no chão até que Ruan ficou por cima. Aquela foi à oportunidade perfeita e meu primo é claro não a perdeu. Duda abriu as pernas e envolveu a cintura de Ruan, dando literalmente uma chave de perna. Ruan tentou se soltar, mas Duda o agarrou pelo pescoço e o beijou. No inicio o beijo foi forçado, mas aos poucos Ruan foi se entregando a luxuria e ao desejo. Em poucos segundos os dois já se agarravam no chão daquela cabana abandonada.

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Capitulo 10 – Jogo da sedução Fiquei muito excitado vendo aquela cena, Duda e Ruan se beijavam loucamente. Tique que me controlar muito pra não fazer barulho e interrompe-los. Eles rolavam no carpete sem nenhuma preocupação. Em poucos segundos já estavam apenas de cuecas, pela força com que retiravam as roupas acredito que devam ter rasgado. Fiquei surpreso e ainda mais excitado quando olhei para a mala de Ruan, o pau dele era imenso mesmo, pois o volume em sua cueca era muito convidativo. Duda é claro não perdeu tempo e já ia abaixando a cueca dele quando ouvimos. _ Ruan... _ Ruan... _ Reconheci de imediato a voz, pois era Nando. No mesmo instante Ruan se afastou de Duda, pegou suas roupas em uma velocidade incrível e saiu da casa já quase vestido. Ele estava nervoso e suava muito. Duda ficou parado lá, sentado no carpete, contudo não estava nervoso, muito pelo contrario consegui até ouvir alguns risos, foi quando ouvi. _ Pode sair Rick! _ Disse Duda olhando em minha direção... _ Sei que você tá aí! _ Como soube que eu tava aqui?_ Indaguei envergonhado ao sair detrás da parede baixa. _ Acha que eu não vi você nos olhando na piscina... Não seja tolo primo, tudo o que eu fiz foi proposital. _ E porque contou a Ruan que Nando é gay? _ Continuei. _ E você acha que ele não sabia! _ Claro que não! _ Eu tenho minhas duvidas, não viu a maneira como eles se tratam. Vivem pelos cantos conversando e sempre sorrindo. _ Acho que já rolou algo entre eles, mas Ruan não admite... _ Contrapôs Duda rindo baixo. _ Acho que você tá doido! _ Imagina só, quando Ruan souber que Nando tá namorando com você... Ele vai ter um treco... Há vai ser o máximo, eu não vou perder nada. _______________________________________________________________

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As palavras de Duda não eram insanas, a forma como Nando e Ruan se comportavam era mesmo de se estranhar. Por alguns minutos a dúvida pairou em minha mente, eu estava confuso, preocupado, tenso, nervoso. Uma chuva de sentimentos invadiu minha mente e meu coração, eu não sabia o que fazer. Mas, os acontecimentos daquela noite me mostrariam algo que eu nunca esperava. Algo que marcaria definitivamente minha relação no Nando para sempre. Duda e eu saímos da cabana conversando, assim que passamos pela piscina vi que Nando e Ruan estavam conversando. Preferi nem chegar perto, pois o assunto parecia muito importante, então e eu e meu primo fomos para nossa casa. Minha mãe já havia preparado o almoço e começava a arrumar a mesa. Não é para me gabar, mas minha mãe cozinhava divinamente, acredito que se quisesse conseguiria fácil uma vaga como chef de algum restaurante fino, embora ela prefira o corte e costura. O almoço daquele dia estava divino como sempre, mas a melhor parte foi à sobremesa. Pode parecer bobagem, mais era pudim de leite, minha sobremesa favorita. Eu na verdade sou fissurado por todo tipo de doce, quase uma formiga humana. Após o almoço Duda e eu voltamos à piscina, contudo Nando e Ruan não estavam lá. Quando entramos na água os primos mais novos de Nando, os gêmeos Ruy e Renan, irmãos mais novos de Ruan se juntaram a gente. Eles eram muito legais alem de lindos é obvio. Brincamos na piscina de afogamento, essa era brincadeira favorita de Duda, pois meu primo aproveitava esses momentos para alisar o corpo dos meninos e ver se provocava alguma reação, embora nada estivesse acontecendo. A brincadeira já estava ficando chata quando meu Nando e Ruan voltaram e se juntaram a gente. Duda como sempre tentava apimentar a situação, ele era tarado e ficar em uma piscina com vários garotos de sunga estava despertando sua mente maliciosa. _______________________________________________________________

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_ Gente... _ Gritou Duda chamando nossa atenção._ Vamos brincar de jogo da sedução! _ O que? _ Indaguei sem entender e pronto para recusar... _ Como assim? _ Disse Nando expressando uma curiosidade incomum. _ É legal e super simples. É como se fosse um jogo da verdade, só que a pessoa só responde se quiser, se não quiser responder ela joga esses dados que vão lhe dar um castigo s ser cumprido com quem fez a pergunta. _ Não entendi! _ Disseram os gêmeos quase que em coro. _ Vou dar um exemplo, meu primo Rick me pergunta se eu sou virgem e eu não quero responder. Então eu jogo o dado um e cai beijo, jogo o dado dois e cai testa. Meu castigo por não ter respondido e pergunta é beijar a testa dele entenderam. _ Há tá! _ Disseram os dois agora sim em coro. _ Nem rola, eu não sou gay não. Tá maluco. _ Contrapôs Ruan ficando irritado. _ E qual é Ruan, tá com medo de gostar? _ Criticou Nando rindo. _ Vamos lá é só uma brincadeira. Alem do mais, se não quiser castigo é só responder as perguntas. Nos seis concordamos, fomos juntos até a casa abandonada onde Ruan e meu primo haviam se agarrado mais cedo. Ficamos os seis sentados na sala e Duda pegou um copo para girarmos, na primeira rodada sorteava quem faria a pergunta e na segunda vez quem responderia. Foi acordado que os castigos deveriam ser cumpridos no banheiro e não na frente de todo mundo como Duda queria, e assim nos começamos o jogo e de cara Duda me perguntou. _ Rick você é virgem? _ Não... Na segunda rodada Ruan perguntou para Duda. _ Duda você é gay? _ Obvio que sim, gente essas perguntas tão fracas vamos pegar pesado, na próxima eu vou. Na terceira rodada Nando perguntou a mim. _______________________________________________________________

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_ Rick você tem namorada? _ Não! _ Mentira... _ Duda interrompeu... _ Ele tem namorado! _ O que você gay também? _ Disse Ruan espantado. _ Gente só tem bicha nessa família não é primo. Exclamou Ruan colocando a mão do ombro de Nando. _ Para! _ Retrucou Nando retirando a mão de Ruan de seu ombro. _ Olha quem falar, quem era que tava se agarrando com Duda nessa mesma casa mais cedo... Há... Era você Ruan, bem nesse tapete não era! _ Respondi sem pensar, naquele momento nem eu me reconhecia. _ Que palhaçada é essa sua bicha louca, tá querendo dá pra mim é... Eu vou quebrar a sua cara! _ Gritou Ruan. _ Não vai quebrar nada não, porque pra bater nele você vai ter que passar por cima de mim. _ Respondeu Nando me defendendo. _ O que? _ Nando tu é viado também! _ Exclamou Ruan. _ Ruan, você não querer mesmo que eu comece não vai _ Disse Nando. _ Começa... Começa... Começa... Joga tudo no ventilador... Joga... _ Gritou Duda rindo ao ver que seu plano estava dando certo. _ Cala boca seu viado! _ Berrou Ruan ficando com raiva. _ Só calo a minha boca se for pra te beijar como fiz mais cedo, ainda não me conformei por ter chupado seu pau... _ Respondeu Duda abusado como sempre. _ Chega... Acho que esse jogo não deu certo não! _ Finalizou Nando interrompeu a briga que aconteceria naquela cabana. Cada um saiu para um lado. Se a idéia de Duda era causar briga e revelar intimidades ele havia conseguido, pois durante o resto daquele dia ninguém mais se falou. Já passava das seis da tarde, Duda eu estávamos na sala quando eu recebi uma SMS de Nando. _______________________________________________________________

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“Te espero na nossa casa agora” No mesmo instante fiquei extasiado, e fui em direção ao meu Nando. Eu estava muito feliz, meu coração palpitava. Quando entrei na casa Nando estava me esperando na sala, fui tomado por um tesão incontrolável e agarrei Nando o beijando com força, passava as mãos em seus cabelos e descia percorrendo seu corpo. Ficamos de pé, e assim eu o ajudei a tirar a camisa, beijei seu pescoço e fui descendo. Beijei seu pescoço e já foi tirando sua calça e cueca ao mesmo tempo. Deixei Nando completamente nu e o joguei no sofá. Nando estava assustado, nunca tinha me visto daquele jeito, subi em cima do meu amor e comecei e rebolar em cima de pau dele.

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Capitulo 11 – Inversão de papeis Eu rebolava em cima do pau de Nando com muito tesão. Vê-lo fechar os olhos e gemer me deixava ainda mais excitado. Eu passava minhas mãos pelo seu peito malhado ao mesmo tempo em que beijava seu pescoço ainda rebolando loucamente e sentindo seu pau crescer por entre minhas pernas. _ Quero você _ Sussurrei ao agarrar Nando pelo pescoço e trocarmos de posição. _ Eu quero você também! _ Respondeu Nando ao me ajudar a tirar a camisa e a calça, me deixando completamente nu... _ Te quero mais que tudo! Nando abriu as minhas penas e começou a roçar seu pau no meu cu. Sentir aquela pica roçando na minha bunda era muito bom, meu corpo inteiro tremia de tesão. Nando pegou uma camisinha em sua bermuda e após devidamente protegido, tentou me penetrar, embora no início fosse meio difícil. Eu não era mais virgem, contudo ainda não era fácil me penetrar, então Nando passou saliva no meu cu e com um dedo começou a abrir passagem. Eu gemi e isso o deixou ainda mais excitado. _ Nossa... Até parece que você ainda é virgem! _ Nando exclamou surpreso! _ Mesmo, que bom pra gente. Assim o sexo é melhor para nos dois! _ Há é... Vamos ver! Eu relaxei e abri as pernas, Nando veio por cima de mim e seu pau parou bem na porta do meu cu. Ele forçou e bem devagar e a cabeça entrou. Eu o agarrei e gemi ao pé do seu ouvido. Ficamos assim parados por alguns minutos e bem devagar meu Nando começou me penetrar. _ Minha nossa... _ Nando falou ofegante. _ Eu que o diga! As bombadas lentas de Nando me davam muito prazer, eu adorava tudo, naquele momento qualquer coisa que Nando quisesse fazer eu faria sem pensar duas vezes. Nando deitou na _______________________________________________________________

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cama e fui por cima, nossa como foi bom cavalgar em Nando. Eu rebolava com o pau de Nando dentro de mim, isso me levava ao êxtase. Trocamos novamente de posição, eu fiquei de bruços e meu Nando veio por traz de mim, começando devagar, mais suas bombadas foram ficando mais rápidas e mais fortes. E a cada minuto eu sentia que seu gozo estava mais próximo. Com uma estocada que de tão profunda senti os saco de Nando em minha bunda ele gozou, depois caiu exausto e todo suado em cima mim. Eu estava muito feliz, nunca havia sentido isso me minha vida. Estar com Nando era muito bom. Ficamos deitados lado a lado apenas nos olhando, eu tinha minhas duvidas se aquilo tudo era mesmo realidade, ou se estava sonhando. _ Agora é a sua vez! _ Nando disse olhando em meus olhos. _ Vez de que? _ Respondi fingindo não saber do que se tratava. _ Você sabe... _ Não acho isso necessário Nando, alem do mais você é o meu ativo e eu sou o seu passivo! _ Respondi lembrando-me das palavras de meu primo Duda que um gay passivo namora com um gay ativo. _ Mas quem te falou essas bobagens... Eu não quero ser o seu ativo... Quero ser o seu namorado _ Você já é meu namorado! _ Respondi orgulhoso. _ E como seu namorado... Eu quero ver todas as possibilidades dessa relação, quero sentir todo o prazer que puder... Quero explorar meu corpo com você! _ Disse Nando me olhando e me deixando louco de tesão. _ Tem certeza? _ Tenho! Nando começou a passar às mãos pelo meu corpo, mas dessa vez não foi direto para minha bunda. Ele massageou meu pescoço, começou a beijar meu peito e descer por minha barriga e me chupar. Era muito bom, Nando sabia mesmo o que estava fazendo. Eu fiquei meio sem saber o que fazer, não tinha _______________________________________________________________

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nenhuma experiência desse tipo e se eu fizesse algo errado, se machucasse Nando. A tensão tomou conta do meu corpo e eu comecei a tremer, Nando é claro percebeu. _ O que houve? _ Não sei... E se eu não souber fazer isso? _ Você vai saber... Apenas vá com calma! Tomei coragem e agi embora não soubesse bem o que fazer. Eu havia transado com Nando apenas duas vezes e nessas, eu fui passivo, não sabia como me comportar, então fiz o que vinha em minha cabeça na hora. Nando deitou na cama e eu comecei e beijar sua barriga e descer lentamente. Com minhas mãos abri as pernas de Nando e chupei seu pau, não como eu havia feito antes. Agora eu percorria toda a pica do meu amor, hora eu para apenas na cabeça e depois tentava engolir tudo embora fosse difícil, mas dessa vez eu chupei o saco de Nando também, era estranho mais muito bom, levantei o saco de Nando e pela primeira vez eu vi seu cu. Agarrei a bunda de Nando e abri pra poder ver melhor o cuzinho do meu amor. Aquelas eram sensações novas para mim, mas tudo era bom demais. Passei a língua levemente no cu de Nando e vi quando ele ficou todo arrepiado, mas ainda assim gemeu. Esse era o sinal que eu queria, então continuei passando a língua no cuzinho do meu amor, eu ficava cada vez mais excitado ao ver Nando se contorcer de prazer pedindo para ser comido. Ele agarrava a colcha a cama e gemia alto. Quando vi que havia bastante saliva no cu dele tentei penetrá-lo. Primeiro com um dedo e depois com dois. Nando gemia alto e se contorcia de prazer, a hora havia chegado. Peguei uma camisinha e coloquei no meu pau já latejando e babando. Nando abriu mais as pernas e eu me enfiei entre elas. Parei meu pau na porta do cuzinho de Nando, olhei em seus olhos e vi que ele queria mesmo aquilo, então comecei a forçar entrada. Nossa era muito difícil, Nando fechou os olhos e deu um gemido, eu parei assim que eu ouvi. _ Não para! _ Nando sussurrou me olhando. _______________________________________________________________

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Obedeci e continuei a forçar, com muito esforço a cabeça entrou e eu parei para que Nando se acostumasse. Mas pra minha surpresa Nando agarrou minha bunda e forçou contra sua bunda, assim meu pau entrou de uma só vez. Em uma estocada rápida meu púbis se chocou contra a bunda de Nando e ele urrou de prazer. Então comecei a bombar sem pensar. Nando e eu gemíamos como nunca, sabíamos que ninguém podia nos ouvir, então nos entregamos a luxuria e transamos a noite toda. Fui ativo em alguma delas e Nando foi em outras, eu não sabia do que e gostava mais. Tudo o que tinha certeza era que estava apaixonado por Nando.

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Capitulo 12 – Uma manhã de sexo, amor e luxuria Acordei muito feliz, por alguns segundos eu ainda duvidava se aquilo era mesmo realidade, mas lá estava eu deitado ao lado do cara mais lindo e gostoso que eu havia conhecido. Só de olhar para aquele peito definido, aquela barriga sarada e aqueles bíceps volumosos eu já sentia tensão. Tudo eu Nando me atraia, seus olhos me encantavam, sua voz grossa e um pouco rouca me fazia delirar, seu rosto parecia ser desenhado, tudo milimetricamente em suas devidas proporções e seu corpo me levava a luxuria, despertando emoções e idéias que nunca imaginei que fosse mesmo se realizar. Lá estava meu Nando dormindo como um anjo, nossa como ele era lindo. Meu tesão crescia a medida em que eu olhava para aquele deus grego nu ao meu lado. Retirei o cobertor que estava sobre o pau de Nando, e comecei a olhá-lo fixamente. Beijei levemente seus lábios e fui descendo por seu pescoço, seu peito, sua barriga, seu púbis e parei quando cheguei a seu pau. Olhei para Nando e vi que ainda dormia tranquilamente, levantei seu pau e dei uma lambida no seu saco. Vi quando Nando ficou todo arrepiado, mas ainda assim continuou dormindo. Abri suas pernas e comecei a lamber suavemente sua virilha, depois o saco e também o pau. Eu podia ouvir a respiração ofegante de Nando, embora ele ainda estivesse dormindo. Ele só acordou quando eu abocanhei seu pau, colocando tudo na boca. _ Há... _ Sussurrou ao acordar assustado, mais sorrir assim que me vê no meio de suas apenas e com seu pau inteiro na boca. _ Que isso, essa sim é uma ótima maneira de acordar! _ Acha mesmo? _ Indaguei a tirar a pau de Nando e vê que ele já começava a ficar duro. _ Acho sim, esses dois dias em que dormimos juntos foram às melhores noites que eu já tive, e sei que essa manhã vai ser maravilhosa também. _ Há é... E porque acha isso? _______________________________________________________________

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_ Porque dessa vez não acordei sozinho, e melhor ainda... Eu nunca fiz sexo há essa hora, deve ser muito bom! _ Mas o que te leva a crer que nós vamos transar agora... _ Brinquei ao sorrir ainda olhando para Nando. _ Isso! Nando levantou, me puxou com força e me jogou de volta na cama. Quando olhei para seu pau vi que ele já pulsava de tesão. Nando então se deitou em cima de mim, eu abrir as pernas para liberar o caminho e começamos a nos beijar profundamente, beijos seguidos por leves mordidas nos lábios e também no pescoço. Nossas barrigas roçavam e o pau de Nando já começava a forçar penetração no meu cu. Foi quando: _ Não dá! _ Disse Nando ao sair de cima de mim. _ Por quê? _ Perguntei ainda deitado. _ Acabaram minhas camisinhas... Eu tinha esquecido... _ Eu tenho... É que peguei uma das suas e guardei comigo _ Muito bom... É por isso que eu te amo! Aquelas palavras me deixaram extasiado. Nando estava mesmo apaixonado por mim oi foi apenas maneira de dizer. Naquele momento não importava, tudo o que tinha em mente e que eu transaria mais uma vez com Nando, meu namorado, meu amor. Nando colocou a camisinha e ficou em cima de mim novamente e começou a me penetrar. A penetração foi bem mais fácil do que das outras vezes, mais assim muito gostosa. Sentir aquele pau dentro de mim, olhar para Nando me comendo e vê que ele estava gostando muito, sentir seu suor se juntando ao meu e beijá-lo loucamente eram as melhores coisas do mundo. Nando metia forte e bem profundo, dava até pra ouvir o barulho do seu saco batendo na minha bunda, um som que dava ainda mais tesão. Eu apertava seu peito junto a meu e massageava suas costas. Nossos gemidos eram tudo o que se podia ouvir naquela pequena casa abeira do lago, e ainda assim soavam como musica nos meus ouvidos. Estávamos suados e ofegantes, meu corpo parecia ter vida independente, pois minha cabeça estava nas nuvens. _______________________________________________________________

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De repente Nando saiu de cima de mim. Na hora eu não entendi, mas logo viria uma justificava, uma prazerosa justificava. Nando pegou uma cadeira trouxe para perto da cama, depois se sentou e ficou me olhando... _ Vem meu amor... Vem cavalgar em mim... _ Agora mesmo... Levantei-me o mais rápido que pude e fui para junto de Nando. Comecei a punhetá-lo bem rápido, enquanto preparava a penetração. Abri as pernas e fui me aproximando Nando até que minha bunda ficou sobre seu pau. Desci um pouco e coloquei o pau de Nando na porta do meu cuzinho, depois pus minhas mãos em seu pescoço e o beijei profundamente. Nando estava bem ofegante e deu um gemido seco... “Uh...” Quando seu avisar e bem rápido em desci sobre seu pau, fazendo esse entrar rápido e bem profundo. O corpo inteiro de Nando tremeu e ele fechou os olhos, e começou a alisar minhas costas enquanto eu começava a subir e descer naquela pica gostosa. Eu comecei a rebolar e vi que isso levava Nando à loucura, eu subia e descia naquela pica gemendo alto e beijando Nando. Suas mãos percorriam minhas costas e às vezes descia ate minha bunda. Nando então abria minha bunda para deixar a penetração ainda mais gostosa. Aquela estava sendo uma das melhores transas que eu havia tido com meu Nando. Foi quando Nando teve outra idéia digamos diferente... _ Coloca as mãos no meu pescoço e segura firme. _ O que? _ Faz isso... Vai ser bom... Vi em um filme uma vez! Parei quando o pau de Nando estava todo dentro de mim e segurei em seu pescoço o mais firme que pude. Nando colocou as mãos na minha bunda e segurou firme também, eu não entendi bem, mais logo em seguida compreendi. Nando em um impulso se levantou da cadeira e eu prendi minhas pernas em seu quadril. Ficamos literalmente encaixados, Nando então caminhou até a parede próxima para apoiar minhas costas, assim _______________________________________________________________

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pude liberar minhas pernas e continuar a penetração, mas dessa vez era Nando quem controlava. Eu abri as pernas ainda segurando firme no pescoço de Nando quanto ele segura minha bunda. Assim ele continuou a me penetrar forte e muito gostoso. Nossos corpos tremiam à medida que a transa continuava. Embora fosse uma posição complicada, fazer sexo daquele jeito era muito bom... _ Vou gozar! _ Sussurrou ao pé do meu ouvido. _ Não... Quero que você goze na minha boca! _ Exclamei empolgado com sitação. _ O que? _ Disse Nando surpreso. _ É isso mesmo... Quero sentir seu gozo na minha boca... _ Tá... Mas você vai ter gozar na minha boca também... Nando se afastou da parede. Eu queria descer, mas Nando continuou a me comer no caminho até a cama, então eu deitei e Nando veio ao meu lado. Fizemos um 69 super gostoso; eu chupava e punhetava Nando ao mesmo tempo em que enfiava dois dedos no seu cuzinho, ele fazia o mesmo comigo, contudo lambia também meu cu sempre que podia. Ficamos assim por alguns minutos até que senti o gozo quente e gostoso de Nando em minha boca, foi estranho de inicio mais agüentei firme e engoli tudo. Gozei logo em seguida e vi que meu Nando havia engolido também. Estávamos exaustos, então ficamos deitados lado a lado esperando a respiração e corpo voltarem ao estado normal. Nossos corpos suados e marcados pela transa completavam o cenário da nossa casa do lago, eu estava mais feliz do que quando acordei, e vi que meu amor estava sorrindo e um boquiaberto com o que tínhamos acabado de fazer. _ O que foi isso! _ Caramba nunca transei desse jeito com ninguém, mas foi incrível! _ Exclamou Nando muito feliz e meio bobo. _ Concordo foi demais... Você é demais! _ Não Rick... Nós somos demais, e somos demais porque estávamos juntos! _ Sibilou me olhando. _______________________________________________________________

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Ao ouvir essas palavras eu avancei sobre meu Nando e o beijei... _ De novo... Acho que não dá não! _ Respondeu Nando a minha iniciativa. _ É brincadeira, é que estou muito feliz... Feliz por ter te conhecido, por estar com você agora e aqui... Sabe feliz por tudo... _ Entendo... _ Nando... _ Respirei fundo para perguntar algo que não saia de minha cabeça. _ Quando a gente tava brincando de jogo de sedução, você ameaçou dizer alguma coisa sobre seu primo Ruan, eu posso saber o que é? _ De onde veio isso... _ Respondeu Nando surpreso. _ Porque esse assunto? _ E que fiquei pensando... _ Nele, pensando nele! _ Disse Nando me interrompendo e ficando claramente chateado. _ Não... É que meu primo Duda tá afim dele e eu vi os dois se beijando, mas a noite a atitude dele foi tão estranha que não entendo o que há de errado com ele! _ É só isso mesmo? _ Indagou Nando mostrando uma insegurança estranha, nunca imaginei vê-lo daquele jeito. _ Claro, porque mais seria... _ Não me diga que tá com ciúme... Há que bonitinho! _ E não é para ter, vejo você falando de outro cara... _ Assentiu Nando ficando mais calmo. _ O que você queria que eu fizesse? _ Nada apenas me responde, que vou dizer ao Duda se deve ou não desistir dele. _ Passou pela sua cabeça que eu estivesse interessado no Ruan... Nando eu já tenho meu namorado, um cara lindo, super legal e muito gostoso que é você... Você é meu, e é tudo o que preciso! _ Fiquei meio doido... Há mas tá beleza, Ruan é gay sim, mas não aceita sua condição por achar que seus pais vão o expulsar de casa, o deserdar sei lá... Um monte de coisas, ele já _______________________________________________________________

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tentou ficar comigo algumas vezes mais eu nunca quis, até conhecer você eu nunca me interessei por nenhum cara, nem mesmo ele, meu primo... Entende? _ Claro... Nando e eu conversamos um pouco mais, então tivemos que nos separar. Eu fui para minha casa no sitio onde vi minha mãe terminando de arrumar as malas, por algum motivo ela não me perguntou onde eu estava, estranhei mais deixei para lá. Tudo o que ela me pediu foi para chamar Duda no quarto que já era hora de sairmos. Fui até o nosso quarto e vi que Duda não estava lá, não achei estranho embora estivesse curioso. Alguma coisa em minha cabeça me dizia que Duda estava com Ruan, pensei na cabana, mas preferi procurar primeiro na casa grande, onde a família de Ruan estava hospedada. Entrei na casa sem fazer barulho, todo pareciam dormir embora já passasse das 9 da manhã, subi até os quartos e comecei a procurar o quarto de Ruan. A casa era antiga e achar o quarto não foi difícil, pois em cada porta havia uma placa com a indicação dos donos. No primeiro quarto “Pai e Mãe”, no segundo “Filho mais velho”, no terceiro “gêmeos” e no quarto “meninas”. Achei super bonitinha às placas; então entrei no quarto e vi que Duda estava dormindo em uma cama grande. Aproximei-me e tentei acordá-lo, porem antes que eu pudesse tocar nele o dono do quarto apareceu de surpresa... _ Ola! _ Sussurrou Ruan. Quando olhei para traz vi que Ruan estava parado diante de mim completamente nu. Na mesma hora fiquei paralisado olhando para seu corpo e seu pau é claro. O corpo de Ruan era mesmo incrível e seu pau era enorme, devia passar dos 23 centímetros fácil, era cabeçudo e circuncisado. Ruan é claro que percebeu meus olhares. _ Quer experimentar... Seu primo experimentou a aposto com você que ele não vai esquecer... Ninguém esquece... _ Disse Ruan pegando em seu pau. _______________________________________________________________

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_ Não obrigado! _ Recusei olhando para aquela pica. _ Sou muito mais gostoso do que o Nando, meu corpo e mais bonito e sou muito melhor de cama do que ele! _ Não sei do que você ta falando! _ Menti, embora soubesse que não convencia mais ninguém. _ Posso garantir, todas as antigas namoradas dele disseram que eu era melhor de cama, sem querer ser arrogante, mais depois de mim todas e todos pedem mais! _ Não, mas valeu pelo convite vi aqui apenas chamar meu primo, temos que ir embora agora! _ Neguei novamente, embora aquela pica fosse muito convidativa. _ Não sem antes uma chupeta... _ Retrucou Ruan ao se aproximar. _ Já disse que é não... Me deixa. _ Respondi seco. Sacudi Duda e o acordei, pois não queria ficar sozinho com Ruan. Duda se levantou sorrindo, foi a primeira vez que vi meu primo nu, ele tinha um corpo muito bonito embora meio feminino. Duda partiu para cima de Ruan e beijou. Eu insisti para irmos embora e ele aceitou, então esperei ele se vestir e saímos em direção a nossa casa. No caminho Duda me contou sobre sua noite, contou coisas que inclusive eu não queria saber. Contou que Ruan era um deus na cama, que metia como nenhum outro cara que ele havia conhecido. Eu ouvia tudo tentando não prestar atenção embora fosse muito difícil, aquilo estava despertando uma curiosidade que eu não devia e nem queria sentir.

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Capitulo 13 – O quarto de Nando Não contei a Nando sobre a cena no quarto de Ruan, achei mais prudente omitir embora soubesse que era errado. Nossa relação crescia a cada dia eu tinha mais certeza que Nando era o cara certo para mim. Quando estava com Nando eu me sentia forte, podia enfrentar qualquer coisa. Fui a escola na terça feira, e como de costume cheguei antes que a maioria dos alunos. Minha rotina no colégio estava bem diferente de quando eu entrei agora quase todos falavam comigo e isso as vezes soava meio estranho. Sabia que muitos daqueles “Oi” e “Bom dia” eram por eu ser amigo de Nando, e não por realmente gostarem de mim. As pessoas mudam muito por interesse e agora eu percebia como eles podem ser falsos. Até Vitor o aluno mais grosso e mal educado da sala falava comigo, não me xingava de gay, eu sabia que ele não me suportava, mas pelo menos não era hostil comigo. _ Ola priminho... Há valeu por vir pra escola e não me chamar! _ Oi Duda... E eu tentei, mas você ficou gemendo e não quis levantar _ Eu estava tendo sonhos maravilhosos com meu Ruan _ Para, não to a fim de ouvir _ Isso te incomoda, o fato do meu namorado ser mais gostoso que o seu! _ Vou te esclarecer uma coisa Duda. Primeiro Ruan não é mais gostoso do que Nando nem aqui e nem na China. Segundo você não tem como fazer essa diferença porque nunca ficou com Nando e Terceiro Ruan não é seu namorado... Acorda! _ Acorda você... Tá com inveja... _ Inveja... Se eu quisesse eu tinha ficado com Ruan também... Sabia que ele praticamente me agarrou no quarto enquanto você dormia... _ Mentira _______________________________________________________________

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_ É verdade, disse que eu se eu experimentasse jamais esqueceria... Como você não vai esquecer... _ Aquele imbecil... Ele nem é tão bom de cama assim! _ Desdenhando agora... E aquelas histórias de ele era máximo... Um deus e sei mais o que... _ Eu tava exagerando... De que adianta 23 centímetros se você não sabe usar! _ Há sei! Eu estava me sentindo diferente, se fosse algumas semanas atrás provavelmente ficaria sem graça e vermelho feito um pimentão só em falar em sexo, mas agora eu me sentia bem resolvido com minha sexualidade. A aula daquela terça feira foi bem chata, eu não conseguia me concentrar embora fizesse muito esforço, pois sei o quanto a educação vai ser importante para o meu futuro. Nando não foi à aula, o que me deixou preocupado e curioso, será que havia acontecido alguma coisa. No intervalo fiquei conversando com Isabela a garota nerd da minha sala. Falar com ela fazia eu me lembrar de como eu era antes de conhecer Nando. Isabela era bonita e até legal se não ficasse se exibindo sobre todos os prêmios escolares que já ganhou, a empolgação dela com o estudo e com os livros me dava medo. Quando a aula seguinte terminou fui direto para casa e para minha surpresa Nando estava me esperando na sala de estar. _ Oi Rick! _ Oi... O que faz aqui? _ Vim te convidar para ir à minha casa, conhecer meu quarto... Meu banheiro... _ Fala baixo... Minha mãe tá em casa não está? _ Não ela foi comprar refrigerante pra gente, e acha uma ótima idéia. _ Oi meninos! Nando e eu ficamos conversando na sala com minha mãe por algum tempo, ela e Nando pareciam se dar bem mesmo. Ela fazia até questão que eu e Nando fossemos amigos e estava _______________________________________________________________

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gostando que a agente de dava bem. Ela não fazia idéia do que acontecia entre a gente. Lá pelas duas da tarde Nando e eu fomos para a sua casa. Fiquei surpreso ao ver que Nando morava em uma casa muito bonita, nem parecia ser de classe media. Achei estranho, como alguém que morava naquela casa podia estudar em uma escola publica, contudo Nando me explicou que a casa não era dele e sim de sua tia, a dona do sitio que havíamos passado o fim de semana, e que na verdade Nando e seus pais moravam ali porque a tal tia viajava sempre a trabalho e tinha medo de deixar a casa sozinha ou com empregadas. Os pais de Nando nos esperavam na sala, fiquei muito feliz com a forma como eles me trataram. Eles eram muito legais e bem jovens. Eles não estranharam o fato de Nando e eu irmos para o seu quarto, pois Nando não parecia ser gay, vivia rodeado de garotas embora não ficasse com nenhuma. Quando eu entrei no quarto, Nando já foi logo me agarrando e me jogando na cama e tirando a camisa. Há... Olhar para aquele peito me deixava doido. Nando pulou em cima de mim e eu chupei seu pescoço e peito com tanta força que marquei. Nando apenas gemeu de tesão. Apesar do perigo não paramos, apenas fizemos o mínimo de barulho possível. Nando rebolava devagar em cima do meu pau e me olhava fixamente, seus olhos me hipnotizavam e me lavavam ao delírio. Transamos naquele fim de tarde como nunca, o perigo e a emoção tomos conta de nossos corpos e tornou o sexo bem interessante, despertando certas idéias inusitadas em minha mente.

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Capitulo 14 – Curiosidade não mata Nem acreditei como o tempo passou rápido, já fazia dois meses que Nando e eu estávamos namorando. Eu me sentia muito bem, nunca fiquei tão feliz em minha vida e isso às vezes me preocupava. Duda estava triste, pois Ruan começou a ignorálo da noite para o dia, meu primo era forte e decidido mais ser descartado daquele jeito o havia magoado muito. Aquela era para ser uma manhã normal no colégio se não fosse o estranho acontecimento que presenciei na hora do intervalo. Naquele dia a turma foi separada em duplas, Nando logo me chamou então meu primo teve que fazer dupla com Vitor, na mesma hora tremi, algo que me dizia que não ia dar certo. O trabalho seria simples, era fazer um seminário sobre personagens marcantes da historia do Brasil, eu e Nando tínhamos que falar sobre Carlota Joaquina já Duda e Vitor ficaram Dom João VI. Todos conheciam a historia da família real, e nosso desafio era descobri algo novo, algo que não se comentava em sala aula, boato ou verdade. O que realmente importava era a pesquisa que teríamos que fazer. Quando a aula terminou Nando e eu, ficamos na sala sozinhos para começar a pensar sobre o trabalho, ao menos isso era o eu pensava, mas Nando tinha outros planos. Mal ficamos sozinhos Nando já foi colocando a mão no meu pau e alisando por cima da calça, eu na mesma hora levantei e mandei-o parar. Aquilo era muito excitante mais eu tinha medo. Nando então me propôs que nos encontrássemos no banheiro masculino, hesitei por alguns segundos mais aceitei. Nando foi à frente e eu fui assim que pude. Vi vários colegas de aula conversando no refeitório, outros na cantina, mas estranhei, pois Duda não estava cercado pelas meninas como todos os dias, falando sobre roupas e etc. Deixei pra lá e segui em direção a banheiro, quando entro vejo Duda e Vitor conversando com os rostos tão próximos que eu jurava ter visto um selinho. Na hora Vitor disfarçou e disse: _______________________________________________________________

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_ Então tá marcado amanhã à tarde na sua casa bichinha. E saiu sem dizer mais nada. Na mesma hora olhei para meu primo que fingiu nada estar acontecendo. Minha cabeça ficou as voltas, eu havia visto aquilo mesmo ou era imaginação da minha cabeça. Não era possível Vitor e Duda juntos seria uma coisa muito estranha. Como já contei Vitor era grande e muito forte, quase um rato de academia, do tipo machão enquanto meu primo Duda era muito feminino, mais até do que algumas meninas que eu conheço; “e que não são lésbicas”. Duda saiu do banheiro e eu fiquei a espera de Nando, como ele demorou resolvi procurá-lo, mas antes que pudesse começar o sinal tocou e tive que voltar para aula. Quando entrei na sala Nando estava sentado. Fui em sua direção e sentei ao seu lado, antes que eu perguntasse alguma coisa ele foi logo explicando que Vitor e Duda estavam no banheiro falando sobre o trabalho então ele teve sair e não deu para ele me avisar. Fiquei meio chateado mais que ficaria com raiva daquele deus grego, olhar pra ele deixava meu corpo mole e meu pau duro instantaneamente. O tesão estava tomando conta de minha mente. Mas a cena de Vitor e Duda também ficava rodeando meus pensamentos. O dia seguiu normal e embora estivesse com muito tesão, eu e Nando não pudermos fazer nada. Quando estávamos saindo da escola a mãe de Nando o esperava na porta. _ O querido! _ Disse mãe de Nando sorrindo. _ Mãe! _ Respondeu Nando sem graça. _ O que faz aqui? _ Esqueceu que tinha marcado comigo! _ Há é o lance no shopping! _ Isso aí! _ Afirmou a mãe de Nando. _ É que to meio enrolado com um trabalho pra fazer! _ Justificou Nando querendo escapar da furada. _ Não tem desculpa você vai sim, mesmo sem querer! _ Mas é que... _ Ele Gaguejou... _ Mas é que nada... Rick quer vir com a gente também? _______________________________________________________________

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_ Claro! _ Respondi sorrindo também, aquela situação embaraçosa era mesmo engraçada. Fomos os três para o shopping. A mãe de Nando não parava de falar, ela era super simpática mais tinha uma voz fina que doía nos ouvidos, principalmente quando ela via alguma liquidação. Na quinta loja quando ouvimos o “Não acredito” que ela disse ao ver o preço de vestido lilás, eu e Nando nos recusamos a entrar com a desculpa de irmos ao banheiro. A mãe dele desconfiou mais fingiu engolir a historia. Afinal ela sabia como aquilo era chato pra gente, ela podia estar se divertindo, mas só naquela hora que a nossa diversão ia mesmo começar. Fomos para o banheiro do subsolo, um que ficava próximo ao estacionamento. Eu sempre ouvia falar sobre pegações nos banheiros mais até aquele dia nunca tinha visto nada. Nando eu entramos no banheiro e pra nossa surpresa podíamos ouvir os gemidos altos vindo de uma cabine, na mesma hora nos olhamos e rimos em silencio. Ficamos paralisados sem saber o que fazer, eu já começava a ficar vermelho e ia saindo do banheiro quando na porta dou de cara com um garoto moreno, olhos castanhos e cabelos pretos. Ele me viu, deu um sorriso e já foi pegando no pau, Nando na mesma hora me puxou pelo braço e me abraçou. _ Foi mal... Não sabia que estava acompanhado _ Sibilou o moreno lindo soltando o pau. _ Sim ele está! _ Respondeu Nando irritado. _ Já disse que foi mal... Pensei que ele fosse meu encontro! _ Encontro? _ Perguntei olhando pra ele. _ É que eu marquei com um garoto hoje nessa hora, pensei que você... _ Fui eu! _ Disse um garoto que parecia ser mais novo do que eu ao entrar no banheiro. Eles logo se agarraram em um beijo rápido e ate meio violento e entraram em uma das cabines. Eu mais uma vez olhei para Nando sem saber o que fazer. Agora ambos estávamos sem graça, então resolvemos encontrar a mãe de Nando e ir embora. _______________________________________________________________

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O lance no banheiro parecia emergir de um filme pornô, mas era realidade e uma realidade que me assustava. Pouco antes de dormir como de costume eu entro do meu Orkut pra ver se tem algum recado novo e responder e para minha surpresa havia um depoimento de Ruan, o primo e Nando. Na mesma hora fiquei tenso e comecei a ler: “Rick preciso falar com você, sei que fui um idiota naquele dia de manhã e peço que me desculpe. Não sei o que me deu, fiquei meio doido sei lá. A verdade é que você me deixa confuso e intrigado ao mesmo tempo. Fico me perguntando o que você viu em Nando que não viu em mim, isso tá me deixando maluco... Há dias penso nisso” Li a mensagem sem respirar. Meu corpo inteiro tremeu tanto que quase cai da cadeira, a imagem de Ruan nu na minha frente veio de imediato em minha cabeça e mesmo contra minha vontade eu estava excitado. Meu pau ficou duro como pedra e começava a latejar. Eu não podia e não queria sentir aquilo, respirei fundo e me controlei. Naquela noite eu sonhei com Ruan, um dos sonhos mais sexuais que tive em minha vida, que às vezes parecia tal real que cheguei a sentir seu toque e quando acordei vi que havia gozado. Aquela era a primeira vez que isso acontecia, sei que isso é normal para minha idade, mas fiquei confuso. A manha seguinte na escola eu passei prestar atenção no comportamento de Duda e Vitor, sempre que podia eu os olhava. Agora estava mais que estranho, eles se falavam como se fossem amigos, eu já não via a expressão de pitboy na cara de Vitor, e algumas vezes o via sorrir das palhaçadas que primo sempre fazia. Aquela curiosidade estava me consumindo. À tarde Duda e eu ficamos em casa, quando conversei com ele perguntei sobre Vitor e ele logo veio se defendendo, dizendo que era tudo pelo trabalho e que Vitor era isso e aquilo. Fingi acreditar e deixei pra lá afinal eu tinha um trabalho pra fazer. Fui para a casa de Nando e começamos a fazer o trabalho. Era muito chato, mas tinha que ser feito. Não demorou muito e nossa _______________________________________________________________

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pesquisa estava pronta. Despedi-me de Nando embora ele me pedisse pra ficar, e fui pra casa. Entrei na ponta dos pĂŠs, pois algo que dizia que eu ia ter uma surpresa. Fui para ao quarto de Duda e vi que a porta estava fechada. Olhei pela fechadura e tive uma grande surpresa.

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Capitulo 15 – A vitoria sobre o hétero Vitor e Duda estavam no quarto fazendo o trabalho, Vitor parecia escrever enquanto Duda falava muito sobre D. João VI, ao que pareciam minhas suspeitas não passavam de delírios, isso ao menos era o que eu pensava, mas naquela tarde eu teria algumas revelações que colocariam o colégio de cabeça para baixo. Continuei olhando pela fechadura, sei que não é bonito, mas que atire a primeira pedra quem nunca fez isso. Duda se aproximou da porta e eu me afastei o mais rápido que pude corri para o meu quarto e deixei a porta entreaberta, assim eu veria quando Duda voltasse ao quarto. Meu primo foi até a cozinha e voltou com dois refrigerantes, assim que ele passou pelo meu quarto corri e continuei a espiar pela fechadura, foi quando... _ Ual... Exclamou Duda surpreso. _ Que isso? _ Perguntou meu primo ao ver que Vitor estava sem camisa e deitado em sua cama. _ Nada... É que tava com calor... Espero que não se importe? _ Importar não... Mas acho melhor você por a camisa! _ Por quê? _ Disse Vitor fingindo não saber a resposta. _ Acredite... Vai ser melhor! _ Como sabe? _ O que quer dizer? _ Como sabe que vai ser melhor seu eu colocar a camisa? Pela primeira vez meu primo ficou sem palavras, ele parecia nervoso como nunca eu havia visto. Vitor parecia o intimidar com sua suposta investida, na verdade eu o entendia será que Vitor estava querendo zoar com a cara dele, ou estava mesmo interessado em alguma coisa. _ Que foi? _ Tá nervoso, achei que você fosse experiente nesse lance... Já ouvi falar na escola que você teve vários namorados! _______________________________________________________________

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_ É melhor você parar, já ouviu o ditado que diz não cutuque a onça com vara curta! _ Mas não é curta e longa e grossa quer ver? _ Quero... Mostra agora então! _ Serio! _ Eu pareço estar brincando... Vamos lá mostra essa pica pra eu ver se é grande e grosso mesmo... Vitor ficou parado, apenas olhando para o meu primo. Eu não entendia bem o que estava acontecendo, porque Vitor atiçou Duda se não iria continuar, os papeis havia se invertido Vitor agora parecia nervoso e começava a ficar vermelho... _ Que foi... Ficou com medo! _ Eu não tenho medo... Eu tava só de zuera cara, queria tirar uma com a tua cara! _ Mas agora eu quero ver! _ Não sou viado não, tá pensando o que? _ Quem começou com a historia foi você... Se não queria isso porque começou! _ Já disse que tava de zuera! _ Zuera é bater na cabeça do seu amigo quando ele não ta vendo e fingir que não foi você, se insinuar para um cara que você sabe que é gay me parece algo alem do que uma simples brincadeira... Eu diria uma curiosidade! _ Você tá errado, não tenho curiosidade em nada de bicha não! _ Acho que tem sim! Duda se aproximou de Vitor e ele caminhou para traz, meu primo podia ver a duvida em seus olhos. Certamente Vitor tinha uma curiosidade que não queria assumir, mas Duda o revelaria o quanto bom pode ser uma transa gay. _ Para Duda, eu não quero... _ Você quer eu sei... Você vai gostar! _ Já disse não! _ Berrou Vitor! Vitor deu um empurrão tão forte em Duda que ele caiu e permaneceu no chão. Pensei em entrar no quarto e descobrir _______________________________________________________________

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melhor o que aconteceu, mas antes que eu pudesse entrar vi que Vitor estava ainda mais nervoso, ele se aproximou do meu primo e o ajudou a se levantar. Duda levantou e se apoiou no ombro de Vitor. Vitor ajudou Duda a caminhar ate cama, quando estava para se deitar Duda aproveitou uma distração de Vitor e o empurrou na cama, ele caiu e meu primo subiu em cima dele. Vitor se mexeu o máximo que pode e quase derrubava meu primo no chão novamente... _ Sai de cima de mim! _ Você vai gostar, e eu não vou contar a ninguém! _ Não sua bicha, sai de cima de mim... _ Beleza, eu desisto! Vitor relaxou, essa foi a oportunidade perfeita. Duda saiu de cima dele, mas se aproveitou bem rápido da situação, eu quase nem vi como foi, só sei que meu primo arrancou a calça de Vitor e caiu de boca na sua pica... _ O que... Não... Há... Caralho isso é bom... _ Sussurrou Vitor vendo Duda o chupar. Duda abocanhou o pau de Vitor e chupou freneticamente, o machão da escola agora se contorcia em gemidos autos e repletos de prazer. Vitor estava entregue a situação, ele segurou os cabelos de Duda e parecia gostar muito do boquete... _ Caralho muito melhor que as garotas que me chuparam... _ Você ainda não viu nada! _ Atiçou Duda... _ Então me mostra do que você é capaz! Duda tirou a calça de Vitor e o ajudou a abrir as penas, ele começou e punhetá-lo e chupar seu saco, Vitor gemia forte como se nunca tivessem feito com ele e parecia não agüentar muito mais tempo e assim rápido de forte, Vitor gozou na cara do meu primo... Duda então se deitou ao lado de Vitor... _ E aí gostou? _ Indagou Duda, embora soubesse a resposta. _ Caraca foi muito bom, nunca havia gozado tão rápido! _ Sei! _ Ironizou Duda. _______________________________________________________________

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_ É verdade cara geralmente eu demoro pra gozar mais hoje, não sei foi rápido não foi! _ Explicou Vitor. _ É... Já tive mais rápidos... Vou me limpar e já volto! _ Há não vai não... Agora que provei o lanche, vou querer também o jantar. _ Respondeu Vitor agarrando meu primo novamente. _ O que? Vitor pegou sua calça e tirou uma camisinha, com seu pau ainda melado do ultimo gozo ele vestiu sua pica, tirou e calça e a camisa de Duda, subiu em cima dele e já foi enfiando o pau no cu do meu primo. Duda começou a gemer enquanto abraçava Vitor. Ver o machão de escola fudendo com meu primo me deu muito tesão, comecei a me masturbar vendo a cena. _ Isso é bom demais! _ Urrou Vitor quase em transe. _ Vai... Mas forte... Meu macho! _ Atiçou Duda. _ Você gosta disso seu viadinho, gosta de levar pica grossa no cu não gosta! _ Adoro... Vai mais... Vitor comeu Duda em todas as posições que eu conhecia, inclusive de pé. Eles fuderam por cerca de meia hora, depois que gozaram eu corri de volta pro meu quarto e vi Duda e Vitor passarem pro banheiro de mãos dadas e notei que Vitor ainda tava de pau duraço...

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Capitulo 16 – Discussões e Paixão A partir daquele dia, minha relação com Duda mudou. Eu tentei conversar sobre assunto, mas ele sempre negava embora eu afirmasse o que tinha visto. A cara de pau do meu primo era incrível, eu não sabia como ele conseguia mentir descaradamente. Passei o resto da noite chateado, não queria brigar com meu primo, eu gostava muito dele. No jantar mal nos falamos, e minha mãe percebeu, contudo não comentou e nem tentou puxar conversa com a gente. Naquela noite eu tive um estranho pesadelo, todos na escola me xigavam, mas eu não conseguia entender o que eles falavam tudo o que via era suas caras de desprezo ao me olharem. Eu por outro lado não conseguia me defender, ouvia tudo calado e cabisbaixo. Sonhava novamente ser invisível pra não passar por tudo aquilo, eu desejava mais que tudo voltar à época onde todos me ignoravam assim eu poderia novamente ter paz. Acordei suado e com coração acelerado, aquele sonho não fazia sentido, mas ainda assim ele continuava martelando em minha cabeça. Já passavam das duas da manhã e eu não consegui voltar dormir. Fique deitado virando de um lado para o outro, lutando contra a insônia que parecia me consumir e me dominar naquela noite. Vencido, me levantei e fui pra internet, abri o Orkut de Nando e fiquei olhando suas fotos, sonhando estar com meu amor naquela triste e sombria noite. Nando me encantava mais do que nunca, os dias pareciam não ter passado e meus sentimentos por ele continuavam tão intensos como no inicio. Vê aquelas fotos me deixou mais calmo, eu não entendia o sonho, mas se fosse algo ruim eu sabia que Nando estaria ao meu lado para me ajudar no que eu precisasse. Quando a tranqüilidade chegou ao meu corpo, o sono veio de contrapeso, contudo eu o perderia novamente ao ler um recado que acabara de chegar ao meu Orkut... _______________________________________________________________

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“Rick porque não respondeu meu depoimento, sei que você ta namorando meu primo, mas isso não impede que a gente possa se vir... Não vou dar em cima de você, já se mostrou fiel, e meu primo não precisa saber. Quero te pedir desculpas pessoalmente, e conversar... Beijos Ruan” Na mesma hora que li comecei a tremer, o que Ruan queria se mim, talvez se vingar do fora que recebeu de Nando e de mim, ou até mesmo brincar com a minha cara, ou estivesse mesmo interessado em me conhecer. As respostas só me viriam meses depois e mal eu sabia que não seria nada bom para minha relação com Nando. Na manhã seguinte cheguei atrasado à escola, era a primeira vez que isso acontecia e vi a surpresa que todos ao me virem chegar apenas no segundo tempo. Antes de sentar olhei para Vitor seriamente e ele percebeu. Nando chegou pouco depois de mim e sentou-se na cadeira ao meu lado, naquele momento eu me senti aliviado e muito feliz. Durante a aula eu Nando trocamos olhares sempre que podíamos, embora fizéssemos muito esforço para que ninguém percebesse, mal sabíamos que aquela situação duraria pouco tempo. No intervalo, na fila do refeitório eu não me controlei e quando vi que ninguém estava olhando passei a mão no pau de Nando, ele levou um grande susto, mas conseguiu disfarçar. Eu sabia que aquilo o excitava, o perigo deixava nossa relação ainda mais emocionante. Na aula seguinte tivemos que apresentar nossos seminários, Nando e eu fomos os primeiros apresentar e nos demos bem já Duda e Vitor não foram lá essas coisas, eu sabia qual era o real motivo do fracasso do trabalho, contudo não disse nada. Pouco antes de a aula acabar fui a banheiro e para minha surpresa Vitor estava lavando as mãos. _ Que merda de trabalho! _ Exclamou Vitor sem olhar para mim. _ Merda não, Chato sim! _ Respondi sem graça.

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_ O seu foi bom, aposto que fez tudo... Duvido que Nando tenha feito alguma coisa! _ Ironizou Vitor olhando em meus olhos estranhamente. _ Fez sim! _ Respondi irritado... _ Há sei o que ele fez _ Ironizou ainda mais... _ O que você quer dizer? _ Respondi ao me fazer de desentendido. _ Você sabe! _ Tipo o que você fez com o meu primo? _ Retruquei com uma coragem que eu não sabia da onde vinha. _ Tá me chamando de viado, ou sua bicha! _ Gritou Vitor... Vitor me agarrou e me jogou na parede, eu cheguei a fechar os olhos pensando em que surra eu levaria, porque eu tinha aberto a minha boca pra responder as provocações. _ O que tá acontecendo aqui? _ Indagou Nando ao entrar no banheiro e ver a situação. _ Nada... _ Respondeu Vitor ao me largar e voltar a lavar as mãos. _ Nando é melhor você cuidar melhor de sua namorada, porque a bichinha da doida pra me dá e eu só não comi em respeito a você que é meu amigo... _ Cala a boca, se não quiser que eu te faça calar! _ Respondeu Nando irritado... _ Beleza! Quando Vitor saiu do banheiro, Nando ajudou a levantar-me, assim eu contei tudo o que aconteceu antes mesmo que ele me perguntasse. A cara de Nando quando soube da transa de Vitor e Duda foi muito engraçada, era uma mistura de riso com espanto, que me levou a gargalhadas. Quando fiquei mais calmo voltamos para a sala e Vitor fingiu nada tinha acontecido, mas percebeu que Nando sabia de algo, pois meu amor não conseguia se controlar e ficava rindo algumas vezes do nada. Quando eu perguntava o porquê daquilo, ele me dizia que era porque era muito estranho pensar em Vitor e Duda juntos, eles são tão diferentes que chegava a ser engraçado. _______________________________________________________________

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Assim que a aula terminou, convidei Nando para ir a minha casa e ele aceitou inocentemente, mal ele sabia que minhas intenções eram muito ruins, quero dizer boas, ou melhor, muito boas. Chegamos a casa por volta da uma da tarde e como sempre minha mãe não estava em casa. Guiei Nando até meu quarto e assim que entrei eu empurrei Nando direto na cama. Ele ficou surpreso, contudo vi sua felicidade assim que agarrei sua cintura com as duas mãos e comecei morder seu pau por cima da calça. Nando tirou a camisa enquanto eu abria o zíper de sua calça e começava chupar seu pau que já tava muito duro. Eu estava melhorando no sexo oral, nas primeiras vezes era difícil encarar a pica grossa de Nando, eu mal conseguia coloca ¾ dela na boca e já engasgava, mas agora eu chupava rápido e conseguia colocar metade dela da minha boca. Enquanto eu chupava Nando, minhas mãos percorriam seu peito e seu abdômen definido. Eu sentia o corpo dela inteiro tremer em toda vês que eu engolia seu pau ou lambia sua glande, estava me tornando um especialista na arte de chupar o pau de Nando, se quisesse teria o feito gozar na minha boca, mas não era isso que eu queria. Tive um impulso incontrolável, tirei minha calça e minha camisa e montei naquela pica. Sem Ky, sem saliva, sem camisinha sem nada. Sei que não é certo, mais na hora não pensei e não aconselho a ninguém fazer, eu tive sorte por Nando ser fiel a mim e não doença nenhuma, mas nunca façam isso. A pica Nando entrou me partindo ao meio, senti uma dor diferente de das outras vezes, era muito gostosa. Joguei meu corpo pra traz e continuei a rebolar naquela pica enquanto Nando me punhetava aceleradamente. Trocamos de posição, então deitei a abri bem as pernas pra meu Nando vir com tudo e ele veio com uma estocada forte e profunda que me fez delirar. As bombadas dele me deixavam louco e ver aquele suor percorrer por seu peito e seu abdômen me dava ainda mais tesão. Nossos corpos se chocavam com cada vez mais força, chegava a ter momentos que eu pensava _______________________________________________________________

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que nos tornaríamos um só de tão dentro de mim que ele ficava, meu saco roçava no seu púbis e o dele em minha bunda. Nando estava prestes a gozar e antes que ele tirasse sua pica do meu cu. _ Quero que goze dentro de mim _ Sussurrei muito excitado. _ Com prazer! _ Murmurou Nando com sua voz grossa. Nando deitou seu peito sobre o meu e começou me beijar loucamente, eu agarrei suas costas e o puxei ainda mais para junto de mim. Nando continuava me penetrando, mas mexia apenas o quadril pra frente e pra traz, bem rápido e bem profundo. Quando sentia a estocada mais profunda e ouvi o urro do meu amor, senti seu gozo dentro de mim... Ficamos deitados por alguns segundos sem nos mexer e o pau de Nando amoleceu dentro de mim. A respiração estava acelerada e as palavras não vinham a minha cabeça, eu estava exausto... Quando algo inesperado aconteceu. _ Rick... _ Era voz de minha mãe que acabara de chegar!

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Capitulo 17 – Encontro na praia Quando ouvi a voz da minha mãe fiquei muito nervoso, Nando levantou da cama correndo e já foi colocando a calça sem cueca mesmo. _ Levanta e coloca a calça! _ Disse Nando falando rápido porem baixo! _ Ah tá! _ Respondi voltando a si. Me levantei e vesti a calça o mais rápido que pude, Nando jogou nossas camisas e cuecas em baixo da cama, abriu a janela e começou a fazer abdominais, na hora eu não entendi exatamente o que ele queria com aquilo tudo, mas estava prestes a descobrir! _ Oi... O que vocês tão fazendo? _ Indagou minha mãe vendo aquela cena inusitada. _ Eu... E... _ Gaguejei. _ Boa tarde senhora. _ Contrapôs Nando mostrando estranhamente calmo. _ Oi Nando! _ Rick me disse na escola que tava pensando em começar a malhar, e me perguntou se eu podia dar algumas dicas! _ Explicou Nando mostrando uma certeza incrível na voz. _ Malhar... Ele? _ É mãe, malhar... _ Concordei embora fosse difícil me imaginar entrando suma academia. _ Mas você odeia todo tipo de exercício de físico e morre de preguiça de ir à padaria quando eu te peço! _ É... Mas... _ Isso não nada senhora, meu pai não vai nem até a geladeira pegar um copo de água, e mesmo assim vive na academia e adora malhar! _ Explicou Nando. _ Há tá bom então! Quando minha mãe saiu do quarto respirei aliviado, não sabia se ela havia caído naquela desculpa esfarrapada de academia e também não me importava descobrir naquele _______________________________________________________________

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momento. Eu e não nos entreolhamos e começamos a rir daquilo tudo. Pegamos nossas roupas e terminamos de nos vestir, depois nos despedimos com um doce e profundo beijo. Há como era bom sentir aqueles lábios, aquela língua e aquele corpo, Nando era tudo o que sempre quis. Alguns minutos após Nando ir embora meu primo chegou, e pela sua cara ele não estava nada feliz. Mal entrou em casa e já foi gritando comigo. _ O que você fez? _ Indagou Duda me olhando triste e ao mesmo tempo nervoso. _ Eu? _ É você sim, e não finja que não sabe do que eu to falando! _ Ele continuou. _ Do seu lance com Vitor? _ É isso sim! _ Agora assume que transou com ele! _ Assenti inocentemente. _ Deixa de idiotice, você nos viu. Agora eu quero saber o que você falou para ele, porque ele ficou muito estranho no final da aula e quando eu fui falar com ele fui ignorado e até mesmo hostilizado por ele. O que houve? _ perguntou Duda novamente. _ Ele me provocou no banheiro e eu disse que tinha visto vocês dois! _ O que? _ Disse Duda espantando. Duda estava paralisado, eu não sabia se era por raiva de mim, de Vitor ou da minha repentina coragem em dizer isso para o garoto mais violento da escola. Na verdade não era nenhuma coisa e nem outra. Por fim meu primo me deu um abraço e riu baixinho. Agora era eu quem estava confuso, a tristeza de Duda logo deu lugar a um largo sorriso. _ Não to entendendo! _ Que surpresa! _ Ironizou. _ Para, mas me fala o que aconteceu com você e Vitor? _ Respondo sem entender o que ele estava falando. _______________________________________________________________

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_ Nada que eu não esperasse, ele não aceita o fato de ter transado com outro garoto e agora que descobriu que alguém sabe, tá morrendo de medo que a escola inteira fiquei sabendo também. _ Mas eu não vou dizer nada! _ Expliquei. _ Mas ele não sabe disso, e é melhor que continue não sabendo! _ Por quê? _ Acho que ainda posso tirar alguma vantagem dessa situação, não quero ficar sem Vitor, você nem imagina como ele fode bem primo. Foi uma das melhores transas que eu já tive! _ Esqueceu que eu vi! _ Sibilei. _ Viu mais não sentiu! _ E nem quero sentir, já tenho o meu e não quero experimentar nenhum outro não! _ Disse afirmando minha fidelidade por Nando. _ Tá falando serio, você acredita mesmo que Nando é fiel a você e que nunca saiu com nenhum outro cara. Primo ele é mais velho e super popular, se ele quisesse conseguiria uma transa muito fácil! _ Sei disso, mas ele gosta de mim! _ Finalizei. _ Há tá, antes você do que eu. Deus me livre me apaixonar, sou muito novo e ainda há muitos caras que eu não conheci e que espero conhecer muito em breve! _ Caras é, sei bem que parte desses caras você quer conhecer melhor... Seu tarado! _ Sou mesmo! _ Concordou Duda sorrindo. Duda e eu continuamos a conversar eu acabei lhe contando a saia justa que passei com minha mãe, meu primo deu longas gargalhadas. Eu o questionei se achava que ela havia acreditado na historia inventada por Nando, e tive uma resposta que não queria ouvir, mas sabia que era a maior probabilidade. Duda me disse que ela fingiu acreditar para não me constranger, esperando que eu conte pra ela que sou gay e que Nando é meu namorado. _______________________________________________________________

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Aquela semana passou tranqüila, Vitor começou a me evitar na escola eu posso jurar que em alguns momentos senti que ele estava com medo de mim. Já Duda estava mais feliz do que nunca, Vitor o visitou duas vezes naquela semana e ficaram trancados no quarto, eu não sabia o que meu primo tinha em mente, mas o que tinha certeza era que Vitor estava nas mãos de Duda e meu primo iria se aproveitar daquela situação, afinal se a historia se espalhasse na escola o único prejudicado seria “o garanhão” e não aquele que muitos desconfiam e outros tem certeza que seja gay. Para mim aquela situação não era confortável, mas para Duda deveria ser muito boa, pois estava mais feliz e tinha parado de falar sobre Ruan, o primo de Nando. Acordei tarde no sábado, afinal tinha ficado até tarde no MSN com Nando, pela primeira vez fizemos sexo virtual, foi diferente, nada comparado ao presencial, mas tínhamos que disfarçar melhor, nos vermos todos os dias só iria atrair a atenção e levantar suspeitas sobre nossa relação, e isso não era o que queríamos. Lá pelas 11 da manhã fui acordado pela minha mãe, dizendo que meu amigo estava me esperando na sala. Levanteime devagar e fui receber o tal amigo que eu sabia ser Nando. Quando cheguei à sala vi Nando me esperando sem camisa, de bermuda tactel e havaianas. _ Oi... Bom dia! _ Disse Nando sorrindo! _ Bom dia, mas porque a visita? _ Vim te convidar para ir a praia.... _ Não curto muito não! _ Respondi _ Porque? _ Não gosto de ficar sem camisa em publico! _ Porque... Eu adoro seu corpo! _ Disse Nando rindo baixinho. _ Fala baixo, minha mãe pode ouvir! _ Respondi olhando pra ver se ela não estava por perto. _ E também tenho uma certa alergia ao sol! _______________________________________________________________

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_ Certa alergia ao sol, para de frescura Rick... Tá parecendo uma bichinha! _ Quem parece uma bichinha? _ Indagou minha mãe ao entrar na sala de surpresa trazendo biscoitos e refrigerante. _ Trouxe pra vocês! _ O Rick, é que to chamando ele pra ir a praia e ele tá inventando um monte de desculpa, disse até que tem alergia ao sol... Vê se pode! _ Que feio filho, você não tem alergia ao sol não, é que você não tem costume de pegar e sol e quando pega fica queimado muito rápido, mas é só levar protetor! _ Tá bom... Eu vou! No inicio pensei que apenas Nando e eu iríamos a praia, mas tive uma surpresa não muito boa quando me deparei com Ruan e os gêmeos Rui e Renan. Cutuquei Nando perguntando o que eles estavam fazendo ali e tive a resposta. Os primos de Nando tinham vindo passar o fim semana com o primo e conhecer um pouco a cidade. Na mesma hora fiquei tenso, e tive um leve pressentimento que aquele dia não iria ser nada bom. Sai do carro calado, eu estava estranho e é claro que Nando percebeu. Tentei justificar que era porque não gostava de praia, mas preferi a dedução que Nando teve. Ele achou que eu tinha ficado meio triste por Duda não ter sido convidado, então pegou o celular e convidou meu primo. Não sabia se a presença de meu primo na praia iria melhorar ou piorar minha situação, as respostas eu só teria mais tarde. Antes de entrar na areia eu tirei a camisa e guardei no carro, quando olhei pro lado vi que Nando já estava apenas de sunga, uma sunga azul clara que marcava muito seu pau, dava pra ver tudo. Ele olhou pra mim e deu leve sorriso. _ Há não... Você não vai ficar de bermuda não! _ Vou sim! _ Respondi com firmeza. _ Não, eu sei que você tá de sunga por baixo! _ To sim, mas não quero ficar não... Olha pra você dá pra vê tudo! _______________________________________________________________

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_ Tá com ciúme? _ Não é isso não, e que sunga marca muito o corpo! _ Para de bobagem! _ Respondeu Nando sorrindo. _ Os outros apenas olham, mas só você pode fazer o que quiser com ele! Ao dizer isso Nando me agarrou e tirou minha bermuda quase que a força, eu sabia que não tinha como impedir então preferi deixar. Antes de entrarmos Nando chegou ao meu ouvido e disse: _ Quero que todos vejam o namorado lindo que eu tenho! Podia ser paranóia minha, mas aquelas palavras de Nando havia despertado uma duvida na minha cabeça. Nando estava diferente, falava sem pensar, ficava conversando comigo bem perto e na frente de todo mundo, e às vezes tentava pegar em minha mão porem eu não deixava. Nando parecia não se importar com o que todos iriam pensar, será que ele estava pronto para se assumir. Entrei na areia tremendo e não era de frio. Nando e eu fomos ate onde seus primos estavam e nos juntamos a eles. Ruan me olhou de cima a baixo de tal maneira que eu me senti nu naquele momento, e as coisa só pioram a partir daí. Sentamos e começamos a conversar, o papo era o de sempre baladas e garotas. Ruan contava um monto de vantagem, chegou inclusive a contabilizar e classificar as garotas do colégio que ele havia comido só naquele ano. Eu estava de saco cheio daquilo então chamei Nando pra entrar no mar, ele disse pra eu ir na frente que logo depois ele iria. O mar estava muito gelado porem gostoso, eu sentia o sol queimar minhas costas e logo lembrei que não tinha passado o protetor solar, quando voltei para o guarda-sol apenas Ruan estava sentando. Fiquei muito tenso na hora, mas agora não tinha jeito. _ Oi Rick, você nem falou comigo! _ Disse Ruan me olhando fixamente. _ Oi! _ Respondi seco e frio. _______________________________________________________________

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_ Você tá muito gostoso sabia! _ Obrigado! _ Não sei se é a pica de Nando no seu rabo todos os dias, mas sua bundinha tá muito tesuda... Tá me chamando! _ Para... Sabe que não rolar! _ Critiquei tentando fazer ele parar. _ Você finge muito mal sabia, sei que você também tá curioso e quer foder comigo! _ Não quero não! _ Quer sim! _ Ironizou Ruan ao tentar me puxar pelo braço enquanto eu resistia. _ Oi gente! _ Disse meu primo ao chegar todo feliz acompanhado por Vitor. _ Esse meu amigo da escola, o nome dele é Vitor! _ Amigo da escola sei! _ Ironizou ao largar meu braço e olhar Vitor e Duda. _ Não seria amigo de foda! _ Tá querendo dizer o que amigo! _ Retrucou Vitor bravo como sempre. _ Não, ele é meu amigo da escola mesmo, meu amigo de foda é você Ruan, esqueceu! Vitor riu alto enquanto Ruan ficou meio constrangido. Ficamos os quatro conversando e quando pude puxei Duda de lado e contei o que estava acontecendo, ele apenas riu, mas disse que iria me ajudar. Os olhares de Ruan estavam me perturbando e me constrangendo ao mesmo tempo, naquele momento eu pensei em contar para Nando, porem não tive coragem. A conversa continuava quando fomos bruscamente interrompidos por Duda escandalosamente. _ Meu deus, para tudo que é aqui que eu vou descer... Melhor é ali que eu vou descer bem gostoso! Quando olhei vi que Nando e os gêmeos estavam voltando e a sunga de Nando estava completamente transparente. Algumas mulheres riam olhando curiosas enquanto alguns caras suspiravam. A sunga de Nando era transparente, dava vê seu pau claramente e com riqueza de detalhes... _______________________________________________________________

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_ Nando vou te dar duas opções, ou você coloca uma bermuda ou fica nu de vez, porque se ficar com essa sunga eu vou agarrar você agora mesmo! _ Se controla Duda! _ Disse Vitor... _ Agarra! _ Sussurrou Nando me olhando e vendo que eu não estava gostando daquilo. Todos riram menos eu que olhei para a cara de Nando muito irritado. Então Ruan, Rui, Renan, Vitor e Duda foram pra água. Assim que ficamos sozinhos logo chamei Nando pra conversar seriamente. _ O que foi isso? _ Perguntei irritado _ Há para... Só tava brincando, você sabe que eu nunca trairia você! _ Tô começando a duvidar! _ Ironizei _ Agora você tá me chateando, acha mesmo que eu ficaria com seu primo ou qualquer outro cara. _ Não tenho certeza que não... _ Pode ter certeza que eu não ficaria não, é de você que eu gosto e você sabe que eu nunca me interessei por nenhum homem antes de... _ De me conhecer eu sei, você já disse... Alem do mais não é só isso, eu disse o lance sobre a sunga, mas você não me ouviu e viu agora no que deu! _ Respondi ainda irritado. _ Deu em nada! _ Há não, esse monte de mulheres e caras de olhando como se você fosse frango de padaria! _ Mas só tão olhando, e vai dizer que ninguém te olhou assim também não! _ Disse Nando querendo mudar o foco da discussão. _ Olhou, mas é diferente! _ Respondi _ O que é diferente? _ Eu não olho, só penso em você... E sei que ninguém mais me interessa, por mais curiosidade que eu possa ter! _ Falei sem pensar! _ O que? Não entendi... Curiosidade de que? _______________________________________________________________

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_ Foi uma conversa que eu tive com Duda, ele me contou que não consegue ser fiel e que espera conhecer muitos caras antes de ficar serio com alguém, e me perguntou sobre isso, se eu não tinha curiosidade... Essas coisas! _ Respondi falando a primeira coisa que vinha em minha cabeça. _ Há tá... E você quer conhecer quem? _ Ninguém, eu to bem assim! _ Mas você disse que tinha curiosidade, quero saber por quem? _ Há para Nando não quero falar sobre isso, é besteira... _ Diz não vou ficar com raiva não! _ Sei lá, às vezes você ta andando na rua e vê um cara bonito essas coisas! _ E imagina como deve ser foder com aquele cara é isso! _ Não exatamente, imagina como ele deve ser nu, o tamanho do pau... Você nunca fez isso! _ Não! E já disse porque! _ Há eu já fiz isso muitas vezes antes de te conhecer... Agora chega de papo e vai colocar a bermuda! _ O que? _ Se você não colocar a bermuda eu vou embora! No inicio Nando se recusou, mas insisti e ele acabou cedendo. Quando ele voltou carro de bermuda Ruan estava voltando do mar e logo soltou... _ Que foi... A namorada mandou você colocar a bermuda!

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Capitulo 18– Briga na boate _ Não... Foi meu namorado que me pediu! _ Respondeu Nando seriamente olhando pra Ruan. A situação era muito constrangedora, Ruan estava tornando as coisas muito difíceis não só para mim, como para todo o grupo. Ele fazia piada sobre mim e Nando, sobre Duda e Vitor e mesmo vendo que ninguém estava rindo ele continuou perturbando todos. Ficamos na praia até umas cinco de meia da tarde. Estávamos arrumando as coisas pra ir embora quando meu primo Duda teve uma idéia que inicialmente parecia boa, mas que na verdade me traria problemas sérios. _ E aí gente vamos sair hoje! _ Sugeriu Duda. _ Pra onde? _ Questionei. _ Eu conheço uma boate ótima no centro! _ Continuou Duda. _ Não vou, só vai ter viado lá! _ Disse Ruan antipático como sempre. _ Eu topo! _ Disse Nando. _ Primo, que isso tá se assumindo? _ Continuou Ruan. _ Cala essa sua boca seu merda, é melhor você não ir mesmo, já to de saco cheio de você e suas palhaçadas... Seu imbecil! _ Berrou Nando olhando pra Ruan como se estivesse mesmo com raiva dele. Todos ficaram em silencio. Aquela atitude de Nando surpreendeu ate mesmo a mim. Ruan ficou calado enquanto combinávamos a hora pra ir. Questionei Duda se a gente for mesmo, vamos poder entrar, visto que apenas Nando e Ruan eram maiores de idade, mas meu primo garantiu que sim, disse inclusive que conhecia um segurança que liberaria a entrada de todos pela metade do preço. Combinamos às dez da noite na entrada da tal boate. Nando deixou Duda e eu em casa e foi embora. Meu primo estava muito empolgado, contou varias historias sobre a boate, dizendo que tinha vários gatos lá e que todos são legais e mesmo _______________________________________________________________

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os que não são gays respeitam todos que vão lá. Que apesar da boate ser gls é freqüentada por muitos héteros. _ E você já foi lá muitas vezes? _ Menos vezes do que eu queria, sabe que desde que minha mãe casou de novo minha vida ficou meio complicada. _ Respondeu Duda se lembrando de como era sua vida quando morava com a mãe e o novo padrasto, o qual detesta. _ Sei é o lance do seu padrasto não é? _ É isso aí... Mas esquece, e como anda você e Nando? _ Normal! _ Fraco assim? _ Ironizou! _ Não, tá ótimo não podia ser melhor... Só que... _ O que? _ Perguntou Duda ao sentar-se no sofá. _ Ele anda meio diferente! _ Como? _ Acho que ele já ta pronto pra assumir e eu não... Várias vezes ele já tentou pegar na minha mão em publico, quase me agarrou no carro quando a gente tava chegando à praia! _ E isso é ruim por quê? _ Duda questionou. _ Não sei se eu estou pronto pra isso... _ Primo, não acho que você se assumir vá ter um impacto tão grande pensa... _ Disse Duda tranquilamente e sem pensar muito. _ O que? _ As pessoas já acham que você é gay, mesmo sem você dizer. Se você assumir não vai ser uma surpresa... Agora Nando sim, vai ser uma surpresa pra todo mundo quando eles souberem! _ Respondeu Duda falando com a certeza que eu não tinha. _ Você acha! _ Tenho certeza primo, todos esperam que o nerd, o mais estudioso da turma seja gay, podem não falar, mas pensam... Agora quem vai imaginar que o cara mais gato da escola, que faz sucesso com todas as garotas e algumas professoras seja uma bicha. Finalizou meu primo. _______________________________________________________________

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_ Faz sentido, mas não sei, tenho que falar com Nando sobre isso, deixa pra lá e me conta e você e Vitor? _ Está o máximo, to começando a mostrar pra ele que ser gay é legal e que pode ser muito divertido... _ Respondeu Duda sorrindo descaradamente. _ Como assim? _ Você nem pode imaginar quantos passos já demos! _ Não to entendendo! _ Respondi confuso. _ Já passou pela sua cabeça alguma vez na vida que Vitor beijaria outro cara! _ Não! _ É isso mesmo, a gente se beijou muito na praia hoje! _ Disse Duda ainda sorrindo. _ Mentira! _ Verdade, no começo ele não quis nem ir a praia, mas disse que se ele não fosse eu iria contar a todo mundo que ele é gay e que o pau dele é pequeno! _ Verdade? _ Indaguei curioso. _ Que ele é gay ou que o pau dele é pequeno... _ Respondeu Duda. _ A primeira sim e a segunda não. _ Não acho isso certo, você chantagear uma pessoa desse jeito! _ Ele gosta! _ Retrucou Duda. _ Acho que não! _ Rick, se ele não quisesse fazer isso ele não precisava. Primeiro você acredita que eu faria isso mesmo, e segundo se eu fizesse quem acreditaria em mim, o garanhão da escola que já comeu metade das meninas contra o garoto gay que entrou na escola esse ano. Iriam rir de mim, mas em nada iria abalar a popularidade ou masculinidade dele perante seus amigos. _ Mas ele não sabe disso, e acredita que abala sim! _ Respondi. _ Isso mostra uma insegurança que eu nunca vi nele, e é mais uma prova que estou certo e ele gosta sim... Mas, vou fazer _______________________________________________________________

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um teste hoje à noite na boate! _ Finalizou Duda sorrindo maliciosamente. Duda estava mesmo empolgado, eu nem imaginava qual seria a tramóia que aquela mente louca havia armado, o que eu tinha certeza era que seria espalhafatosa e marcante, como tudo o que Duda faz na vida. Ele simplesmente não consegue fazer nada sem que isso se transforme em uma performance. Tomei banho devagar e separei uma roupa pra ir a tal boate, como eu nunca havia ido a um lugar desse peguei uma calça diz nova que minha mãe havia me dado e uma camisa pólo azul clara que eu gostava muito. Eu estava me sentindo bem com aquela roupa e já ia sair do quarto quando... _ Meu deus o que é isso? _ Isso o que? _ Respondi confuso. _ Que roupa é essa Rick? _ Não tá bom? _ Tá bom... Pra ir à igreja, pra ir almoçar na casa da sua avó, ou visitar aquele primo nosso que mora no interior de são Paulo sabe... _ Caramba tá ruim a assim! _ Primo, você precisa mesmo de ajuda... Espera! Duda saiu do meu quarto e voltou alguns minutos depois com varias peças de roupa. Nós tínhamos quase o mesmo tamanho então certamente as roupas de Duda serviriam pra mim. Quando olhei inicialmente quase fiquei cego, nunca tinha visto tanto brilho em uma roupa masculina na minha vida. Recusei as primeiras três calças e duas camisas que ele me mostrou, mas por fim acabei gostando de uma calça com detalhes prateados e uma camisa meio transparente que deixa meu peito e barriga um pouco a mostra. Fiquei meio desconfortável de inicio, mas acabei gostando a roupa era bonita. Lá pélas nove, ouvimos a buzina de Nando e fomos recebêlo. Nando teve uma surpresa quando me viu vestido daquele jeito, mas disse que foi ótima e que havia gostado. Disse também que eu estava muito bonito e que ficaria de olho de em mim, ou algum _______________________________________________________________

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espertinho iria cair matando. Chegamos na boate quase dez da noite e Vitor, Ruan e os Gêmeos já estavam nos esperando. Como Duda havia dito conseguimos entrar com facilidade e fomos direto pra o bar. Eu não era acostumado a beber, na verdade eu nunca havia ficado bêbado na vida. Mas Duda já foi logo pedindo drinks que até hoje eu não lembro o nome, mas que tinha um gosto bom. Normalmente eu sou muito tímido, mas depois da segunda dose de um drink azul eu já estava cantando e dançando muito empolgado. _ Vamos dançar! _ Perguntou Duda olhando pra todos do grupo. _ Nem morto eu entro naquela pista de dança! _ Disse Ruan de braços cruzados. _ Tá se achando o gostoso, se toca seu mala ninguém vai te agarrar não seu enrustido! _ Respondeu Duda rindo como sempre. _ Eu vou! _ Respondi sem pensar! Duda e eu fomos pra pista de dança, eu não sabia dançar aquilo, então comecei a fazer o que todo mundo tava, curtindo a musica e balançando o corpo. Já meu primo parecia ter nascido ali, todo mundo o olhava e vários caras faziam sinal, mas Duda fingia não ver e continuava apenas dançando comigo. Quando olhei pro bar vi que ninguém estava mais lá, fiquei preocupado e chamei Duda para procurar eles. Eu e meu primo deixamos a pista de dança e começamos a procurar pelas outros. Achar os gêmeos foi fácil porque estavam se atracando com duas loiras muito bonitas perto do bar. Ruan tava conversando com um cara um pouco mais velho, mas nada alem disso. Antes de continuar procurando Duda e eu fomos ao banheiro e foi lá que tudo começou. _ Oi... Posso saber seu nome! _ Indagou um garoto alto e moreno, de olhos castanhos e cabelo preto curto estilo militar. _ É Eduardo e qual o seu? _ Meu nome é Felipe... Eu te achei muito gostoso sabia! _ Ele foi direto e preciso. _______________________________________________________________

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_ É, eu não posso dizer o mesmo de você! _ Respondeu Duda sorrindo maliciosamente. _ Por que não, me achou feio! _ Retrucou o garoto meio que imaginando a resposta que teria. _ Não é isso... É porque ainda não provei pra ver! _ Pode provar agora! _ Finalizou Felipe. _ Que isso aí? _ Perguntou Vitor meio que retoricamente. _ O que é irmão, não ta vendo que ele tá ocupado, quando eu sair você vem! _ Não, você vai sair agora, que ele tá acompanhado! _ Disse Vitor sem pensar duas vezes. _ Vai se fuder! _ O que? _ Berrou Vitor enfurecido. Vitor avançou pra cima do cara com um bicho, apesar de grande ele era bem rápido. Quando eu olhei já estavam os dois no chão e Vitor socando muito a cara do garoto como um doido. Os seguranças chegaram e separam a briga, levando Vitor e Felipe pra outro lugar. Duda não estava nem aí com a situação, ele parecia feliz com aquilo tudo e só depois eu saberia o motivo e tal felicidade, e seria um motivo não surpreendente mais inesperado ao menos por mim. Quando a confusão terminou Duda e eu continuamos a busca por Nando, já que Vitor estava provavelmente fora a boate. Nos separamos e inesperadamente fui puxado pelo braço pra um canto onde havia poucas pessoas. _ Me larga... _ Disse sem ver de quem se tratava. _ Oi Rick! _ Ruan... Me larga! _ Ordenei sem sucesso. _ Só depois que rolar! _ Não vai rolar nada, me larga seu maluco! _ Continuei. _ Eu vi a forma como você olhou pro meu pau naquele dia, e desde então eu tenho vontade de te comer Rick, seu primo foi gostoso, mas sei que você vai ser muito melhor! _ Não vai ser nada, porque não vai acontecer! _ Respondi falando alto. _______________________________________________________________

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_ Eu juro que você vai gostar, eu prometo que não vai se arrepender. Eu sou melhor do que Nando já te disse e se gosta dele você vai me amar! _ Acho que ele não vai não! _ Disse uma voz atrás de mim, mais que era muito conhecida. _ O que? _ Exclamou Ruan ao ver Nando. Quando olhei pra traz vi que Nando estava ali e pela expressão em seu rosto ele não estava nada feliz, era na verdade uma mistura de raiva, indignação, surpresa, desapontamento. Nando partiu pra cima de Ruan e com um soco só derrubou seu primo longe enquanto eu me soltava. _ E vou te matar seu infeliz! _ Urrou Ruan com muita raiva. _ Eu sabia que você tinha inveja de mim, mas não imaginei que seria a esse ponto não! _ Inveja... Seu idiota eu sou muito melhor do que você e todo mundo sabe disse e se você não tivesse chegado seu namoradinho também ia saber e te largar pra ficar comigo, como todas suas namoradas fizeram se lembra! Nando e Ruan começaram a brigar violentamente. Os socos cortavam o ar numa velocidade incrível. Eles pareciam lutadores profissionais, pois conseguiam se defender e atacar na hora certa. Aquilo não parecia uma briga e sim uma luta que esperava anos para acontecer e que a me ver os dois se preparavam como eu nunca havia visto. Ruan era maior e mais forte, mas Nando era mais rápido, portando conseguiu atingi-lo com muitos socos no rosto. Em poucos segundos uma multidão de formou pra ver a briga e vi quando os seguranças se aproximaram. Não pensei duas vezes peguei uma garrafa de cerveja e quebrei na cabeça de Ruan e ele caiu. Puxei Nando pelo braço e saímos da boate pra não piorar a confusão. Entrei no carro com Nando deixando meu primo pra traz. Nando estava muito alterado e nem de longe parecia aquele garoto sorridente e simpático que eu havia conhecido. Ele dirigia rápido e perigosamente, eu coloquei o sinto de segurança e fiquei com muito medo de bater com o carro. _______________________________________________________________

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Graças a deus que nada aconteceu chegamos a casa de Nando sem maiores danos. Fui à cozinha pegar um pano e água para ajudar Nando a se limpar. No calor da confusão eu não havia notado, mas Ruan havia machucado o rosto de Nando. Ele estava descontrolado, ficava andando de um lado para o outro furioso... _ Filho da puta, eu devia ter matado ele! _ Não diz isso! _ Respondi sem pensar. _ Tá defendendo ele, porque não ficou com ele então! _ Calma Nando! _ Tentei explicar sem sucesso. _ Não consigo, to com muita vontade de ir a casa dele resolver as coisas de uma vez por todas! _ Mas você não vai fazer isso, deixa isso pra lá! _ Não dá pra deixar pra lá, não dessa vez... Que raiva daquele desgraçado! Eu não sabia o que fazer, então fiz a primeira coisa que veio em minha mente. Pulei em cima de Nando e o beijei profunda e lentamente. Eu não sabia se iria funcionar, mas em todo caso tentei e deu certo. Passei as mãos nos cabelos de Nando e alisei seu corpo suavemente, beijei seu pescoço e fui descendo tirando a camisa dele e mordendo os gominhos de seu abdômen até chegar ao seu pau. Tirei sua calça e cueca de uma só vez e comecei a chupá-lo. Abri as pernas de Nando massageando suas coxas ainda chupando ora seu pau ora seu saco. Tirei minha roupa, peguei uma camisinha e coloquei em Nando. Deitei na cama ao lado dele e o puxei para junto de mim. Nando me virou de costas e me penetrou de lado. Eu ouvia a respiração ofegante dele e sentia as mordidas no meu pescoço enquanto ele me comia, e isso me dava muito prazer. Não demorou muito e ele gozou. Naquela hora eu nem pensei em mim, tudo o que me importava era Nando. Deitei minha cabeça em seu peito e começamos a conversar enquanto eu massageava a barriga dele. _ Tá mais calmo Nando? _ Disse olhando meu Nando inteiramente nu deitado ao meu lado. _______________________________________________________________

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_ To sim, obrigado... _ Respondeu Nando ainda ofegante. _ Rick quando foi que você viu Ruan nu? _ Há... _ Engasguei na hora, mas respirei e falei a verdade. _ Foi no sitio da sua família, eu fui chamar Duda pra irmos embora e ele pelado lá no quarto... _ E ficou olhando pro pau dele por que... _ Há... Tá bom não quero que você fique chateado ou com raiva de mim. Mas fiquei curioso quando vi Ruan nu, o achei bonito essas coisas... _ Finalmente parei de mentir. _ Sei! _ Mas nunca teria coragem de trair você com ninguém... Eu te amo! _ O que você disse? _ Indagou Nando. _ Que nunca te trairia... _ Não, você disse que ama! _ Exclamou Nando feliz. _ Disse sim, você é a única pessoa em que eu penso, a única que tem espaço em meu coração e em minha mente. _ Eu também amo você Rick, mas não tive coragem de dizer... E nem eu sei por quê! – Disse Nando confuso. _ O que aconteceu entre Ruan e você, porque ele disse que todas suas namoradas o preferem! _ Isso aconteceu duas vezes... Depois que eu não quis ficar ele, Ruan ficou com raiva de mim e meio que roubou duas exnamoradas minhas. Agora ele fica dizendo isso a todo mundo. _ Esclareceu Nando. _ Burras foram elas! _ Retruquei. _ É mesmo! _ Saíram perdendo muito na troca. E sabe, Duda me disse que ele nem é tão bom assim e completou dizendo que não adiantava nada ter pau enorme se não sabia usar! _ Adorei! _ Assentiu Nando sorrindo lindamente. Nando eu nos abraçamos e caímos no sono. Dormi tranquilamente a noite inteira sem me preocupar com nada e na manhã seguinte fomos acordados por quem menos esperávamos. _______________________________________________________________

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Pensei que iria morrer de vergonha ali mesmo e que minha vida e da Nando estavam acabadas.

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Capitulo 19 – Recado no quadro negro _ Nando acorda! _ Disse Mirian a mãe de Nando. _ Nando acorda! _ Já vou! _ Respondeu Nando ainda meio dormindo. Eu tenho o sono bem pesado e demorei certo tempo para acordar, contudo tive uma das maiores e indesejáveis surpresas quando abri os olhos e me deparei com a cara de reprovação da mãe de Nando, imaginei que ela fosse fazer um escândalo, me bater, chamar a minha mãe ou qualquer coisa do gênero, mas não foi bem assim que aconteceu. _ Senhora não é... _ Tentei explicar a situação embora nem eu soubesse o que iria dizer. Olhei para Nando e ele agia como se não estivesse muito preocupado, na verdade ele tava meio sonolento. _ Fica quieto Rick que é melhor pra você. _ Sussurrou a mãe de Nando seriamente e nos criticando com o olhar. _ Vocês ficaram malucos... Ou melhor, Nando você ficou maluco? _ Mas mãe... _ Rick vai colocar a roupa e sai pelos fundos antes que o pai de Nando veja você aqui! _ Ordenou Mirian me olhando com reprovação. _ Mas senhora! _ Agora garoto... Sai da minha casa... _ Berrou Mirian. Levantei-me e sai o mais rápido que pude. Fui para casa desconsolado, eu não entendia o que estava sentindo, sei que meu namoro com Nando não é errado, mas sentia vergonha da situação que eu havia acabado de passar. A mãe de Nando que sempre me tratou muito bem tinha me expulsado da casa e gritado comigo. E Nando, o que será que aconteceria naquela casa agora que a mãe dele sabia da gente. Entrei em casa chorando e quando vi minha mãe tentei disfarçar embora soubesse que não conseguiria. Fui para o meu quarto sendo seguido por ela. _ O que houve filho? _ Perguntou minha mãe preocupada. _______________________________________________________________

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_ Nada! _ Não ouve nada não! _ Então porque você está chorando e onde foi que você dormiu? _ Não é nada, e me deixa em paz... Sai daqui! _ Gritei sem pensar. Quando fiquei sozinho me senti pior do que nunca, minha vida estava mudando mais rápido do que eu estava pronto ou esperava e aquilo era apenas o começo do período mais triste e difícil da minha vida. Passei a questionar minhas atitudes, decisões e até sentimentos... Minha cabeça estava a mil por hora. Eu não sabia o que fazer e nem imaginava as mudanças que decorreriam após aquela descoberta de Mirian, qual seria sua atitude perante Nando e eu. Eu esperava tudo, menos uma aprovação é claro, afinal que mãe aceitaria de boa vontade que seu filho, um garoto que certamente conseguiria a namorada que quisesse, fosse gay e ainda mais que descobrisse isso de uma maneira tão desconcertante. As horas demoravam a passar e em contrapartida eu não conseguia me acalmar. _ Bom dia primo! _ Oi Duda! _ Respondi triste. _ Há... Valeu por me abandonar na boate ontem... _ Serio Duda, não to a fim de ouvir sua historia não! _ Critiquei instantaneamente. _ O que aconteceu, porque tá assim? _ Você não faz idéia! _ O que? _ Duda perguntou curioso ao sentar-se na cama ao me lado. _ A mãe de Nando pegou a gente na cama! _ Mentira... E o que aconteceu? _ O que você esperava, ela me expulsou da casa! _ E Nando não fez nada? _ Indagou Duda. _ O que ele podia fazer! _ Rick se toca, ele tem 18 anos... _ Ironizou Duda. _ Mas mora com os pais e depende deles, ele não podia brigar com a mãe naquela hora, podia? _______________________________________________________________

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_ Não digo brigar Rick, mas fazer alguma coisa sei lá... Agora fiquei decepcionado com o gato... O que você vai fazer? _ Disse meu primo. _ Não sei... Minha cabeça tá a mil! _ Não e pra menos, sabe deus o que Nando vai fazer agora que a sua mamãezinha sabe que o primogênito gosta mesmo de pau... Imagina o que o pai dele vai fazer! _ Não quero imaginar! _ Respondi nervoso. _ Há, pois eu quero... Essa situação é bem mais fácil quando não é comigo... Ate lembro-me da barra que foi aturar minha mãe nos primeiros dias, e não to nem falando da gozação no colégio. _ Para Duda, você só tá piorando tudo! _ Respondi imaginando como minha vida seria depois daquela tempestade. _ Mas conta o que você queria dizer! _ Há tá... Valeu por me abandonar na boate viu, você e seu Nando são muito gentis! _ Foi mal, saímos meio corridos! _ Tentei justificar sem sucesso o abandono. _ Meio, vocês quase fugiram, mas to brincando foi melhor do que esperava e você não vai imaginar com quem eu dormi a noite inteirinha! _ Com Vitor! _ Respondi e fiquei surpreso ao receber um não com a cabeça. _ Com Ruan! _ Afirmei sem acreditar. _ Foi... _ Respondeu Duda sorrindo descaradamente _ Mentira... Foi com Vitor sim! _ Você chantageou ele de novo? _ Não e quem me convidou foi ele. Quando sai da boate ele tava na porta e foi quem me disse que vocês tinha me abandonado... Então me convidou para dormir na casa dele! _ Respondeu Duda confiante e sorrindo. _ Casa, sei... Não seria cama! _ Sim! Conversar com Duda me trouxe mais animo, meu primo levava a vida com muito mais leveza do que a maioria das _______________________________________________________________

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pessoas, ele se julgava pratico e racional, embora outros o considerassem irresponsável e sem um pingo de juízo. O que eu tinha certeza era que Duda era meu melhor amigo e que eu podia contar com ele caso precisasse de ajuda o qualquer outra coisa. Conversamos por horas e só fomos interrompidos por volta do meio dia, quando minha mãe veio avisar sobre o almoço. Ela apenas me olhou e viu que eu estava melhor, por isso não perguntou mais nada, embora no fundo ela soubesse que algo estava acontecendo e que eu não lhe contaria, não naquele momento. O almoço daquele dia foi meu prato preferido, lasanha de presunto, queijo e frango. Eu mal tinha começado a comer quando a campainha tocou e minha mãe foi ver quem era. _ Oi querido! _ Cumprimentou minha mãe ao ver que se tratava de Nando. _ Oi senhora, Rick tá em casa? _ Tá sim, entra a gente vai almoçar agora e você vai se juntar a nós! _ Ela convidou. _ Não obrigado! _ Não vou aceitar um não como resposta você vai comer sim! _ Intimou minha mãe. Quando vi Nando entrando fiquei tenso e muito atrapalhado. Ele percebeu e deu um leve sorriso ainda me olhando. O almoço foi tranqüilo, Nando e minha mãe se tratavam tão bem que pareciam amigos de longa data, já Duda o olhava com certa reprovação. Após o almoço Nando e eu fomos para o meu quarto onde pudemos em fim conversar sobre a situação em que havíamos nos metido. _ Como você está? _ Perguntei curioso e preocupado. _ Sobre? _ Retrucou Nando sem ligar a pergunta a situação. _ O que aconteceu no seu quarto hoje de manhã... _ Há isso... Bem, por quê? _ Continuou Nando. _ Nando sua mãe pegou a gente no seu quarto, na sua cama. Imagina se ela contar pra minha mãe, o que vai acontecer? _______________________________________________________________

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_ Ela não vai contar, não fez isso antes porque vai fazer agora! _ Explicou Nando falando com uma tranqüilidade que em certas horas me incomodava. _ Antes, do que você tá falando? _ Minha mãe já sabe da gente, na verdade ela nos viu indo junto pra casa do lago e depois veio me perguntar se era o que ela estava pensando. Então eu assumi que era gay e que tava namorando com você! _ Não acredito... Fácil assim! _ Ironizei. _ Não foi fácil, ela teve um susto quando nos viu, mas depois foi ligando os fatos e sabe que eu nunca esconderia isso dela, e ficou muito feliz por eu ter contado! _ Mas e seu pai? _ Perguntei ainda preocupado. _ Há ele sim não pode nem sonhar com isso... A conversa com Nando foi esclarecedora, a partir daquele dia eu decidi contar a minha mãe sobre minha opção sexual. Afinal ela aceitava Duda numa boa, porque rejeitaria seu próprio filho por isso. O resto do fim semana passou sem maiores conturbações. Eu tentei contar a verdade pra minha mãe algumas vezes embora quando a coragem era mais necessária, ela parecia me deixar na mão. Na segunda feira Duda e eu fomos ao colégio normalmente e como sempre a aula de física foi muito boa. Eu estava ficando muito bom naquela matéria e gostando cada vez mais. Foi após intervalo que uma surpresa muito, ao entrar na sala ler um recado escrito no quadro negro e depois ouvir os risos e gargalhadas vindo em minha direção. Estava escrito no quadro: “Ricardo é gay” Quando li aquilo comecei a tremer, os risos e as gozações me machucavam mais do que socos no rosto. Fui para meu lugar e fiquei cabisbaixo. Nando entrou na sala e levou um susto quando viu o recado, então pegou um apagador e limpou a mensagem, embora ouvisse piadas e brincadeiras de muito mau gosto. Duda foi um dos últimos alunos a entrar na sala e com isso _______________________________________________________________

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pegou o bonde andando, e assim que entendeu do que se tratava tentou me defender embora apenas piorasse as coisas. Eu me sentia muito mal, queria muito aquilo parasse mais não sabia o que dizer. Assumir-me dentro da sala não pareceu à melhor idéia. Mas a solução veio de onde eu menos esperava e de uma garota que inicialmente eu não gostava, mas que a partir daquele dia se tornou uma grande amiga foi Isabela a Nerd da sala. _ O que tá acontecendo? _ Perguntou Isabela vendo toda a situação em que eu me encontrava. _ Você não faz idéia, alguém escreveu no quadro que o Ricardo é viado! _ Respondeu Julia, uma menina com quem eu nunca havia falado, mas que era amiga de Isabela. _ O que? _ Exclamou Isabela surpresa. _ Verdade, olha lá tá quase chorando a bixinha! _ Ironizou Julia com maldade. _ Mas... _ Isso não é verdade. _ Afirmou Isabela me olhando e tomando uma decisão arriscada porem correta naquele momento. _Como sabe que não é? _ Por que Rick é meu namorado! A sala inteira ficou em silencio, pela primeira vez Isabela tinha a atenção de todos. Ela se aproximou de mim e me beijou na frente de todo mundo.

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Capitulo 20 – Isabela, amizade e namoro falso A atitude de Isabela surpreendeu não só a mim como também a todos na sala de aula. Quando a professora entrou na sala ainda nos beijávamos. _ Interrompo! _ Disse a professora de física fingindo estar brava. _ Não... É que... A gente tava _ Gaguejou Isabela pela primeira vez, ela era sempre tão falante. _ Eu sei e vi o que vocês estavam fazendo... _ Continuou minha professora. _ Mas porque se agarram na hora do intervalo ou na hora da saída nos muros da escola como todo mundo. Não na sala de aula. _ Mas é que... _ Retrucou Isabela porem foi interrompida. _ Sentem-se! Eu fiquei super sem graça com aquela situação, não abri a boca durante toda a aula. Sempre que podia eu e Nando nos olhávamos. Aquela situação era muito estranha pra mim, embora os risos e as piadas tivessem acabado. Quando a aula acabou tratei de ir embora o mais rápido que pude, juro que ouvi a voz de Isabela me chamando pouco antes que eu entrasse no ônibus, mas ignorei e fui para casa. Entrar em meu quarto me dava um grande alivio, ali eu me sentia protegido de tudo e de todos. Eu me sentia muito estranho, o recado no quadro negro não saia de minha mente, contudo comecei a pensar: “será que estava na hora de me assumir”. A mãe de Nando sabia da gente e não tinha dito nada a ninguém. Eu ainda voava em pensamentos quando meu celular tocou. _ Oi Rick! _ Era a voz de Nando em um tom muito serio. _ Oi! _Você está bem? _ Indagou Nando preocupado. _ Não muito, to meio confuso! _ Se for sobre o lance no quadro negro não se preocupa não, porque eu vou descobrir quem foi o engraçadinho, e ele vai me pagar! _______________________________________________________________

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_ É sobre isso sim, mas não sei, to pensando se não está na hora de eu me assumir... Sei lá, todo mundo aceita o Duda e não ficam fazendo piadas. _ Disse meio que mais pra mim mesmo do que para Nando. _ Não fazem piadas porque Duda não liga, se duvidar ele mesmo faz piada sobre os gays e ri mais alto e escandalosamente do que todo mundo. _ É mesmo! _ Concordei. _ Mas você está preparado pra isso? _ Você está? _ Devolvi a pergunta e tive uma resposta que esperava, mas não acreditava que visse tão rápido. _ Eu estou preparado para o que você quiser Rick, não vou deixar zoarem você. Ficarei junto contigo. E se você se assumir, eu me assumo também! _ Serio! _ Sim! _ Respondeu Nando. Nando e eu ficamos conversando por quase meia hora, onde é claro fui bombardeado com perguntas sobre Isabela. Nando apesar de entender o que ela avia feito, não tinha gostado nada de ver outra pessoa me beijando, nem que fosse uma garota. Juro que fiquei feliz ao sentir que meu Nando tinha ciúmes de mim. Poucos minutos após eu desligar o celular, meu primo entrou no quarto sorrindo como sempre. Eu não entendi, mas Duda estava molhado e sem camisa, e geralmente minha mãe briga muito com ele por seu jeito desinibido e meio folgado de ser. _ Onde você tava? _ Com Vitor, sabia que na casa dele tem uma piscina maravilhosa! _ Respondeu Duda sorrindo e se deitando na minha cama. _ Não sabia, eu si quer falei com ele três vezes esse ano. _ Mas e aí primo como você se sente agora que tem uma namorada baranga? _ Indagou Duda sarcástico. _ O que? _ Isafeia! _ Ironizou. _______________________________________________________________

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_ Para Duda, ela não é feia e não é minha namorada e você sabe muito bem disso. _ To brincando, mas essa garota é completamente louca! _ Afirmou Duda sem pensar duas vezes. _ Não, ela é... Sei lá, nem eu sei o que se passou na cabeça dela. Na verdade nós nem éramos muitos amigos. _ Vamos ver... Vocês são os melhores alunos da sala, sempre fazem trabalhos juntos, sentam juntos quase todos os dias... É acho que vocês são amigos sim! _ Esclareceu Duda. _ É verdade! Fui a aula no dia seguinte muito preocupado. Eu não sabia se teria coragem de encarar Isabela, não a entendia e nem sabia o que fazer diante dessa situação. Fiquei muito feliz quando entrei na sala e vi que não havia nada escrito no quadro e Isabela como sempre estava sentada uma cadeira atrás da minha. Encarar Isabela foi na verdade bem mais fácil do que eu esperava, estávamos mais próximos do que nunca e pela primeira vez tive admiração por tê-la como amiga. A aula prosseguiu normalmente, Nando chegou muito atrasado e teve ficar quase na ultima cadeira da sala, contudo ainda consegui ver sua expressão desgostosa com tudo aquilo. Isabela passou a aula inteira ao meu lado sempre me abraçando, beijando em meu rosto e pegando em minha mão. Se não fosse eu que estivesse vivendo essa situação, até acreditaria que estava mesmo namorando ela. Na hora do intervalo foi o mesmo grude e assim que pude chamei Isabela para conversar. _ Isabela, porque você está fazendo isso? _ Perguntei. _ Isso o que? _ Retrucou Isabela se fazendo de desentendida. _ Você sabe! _ Há o namoro, é para ajudar meu amigo gay a não ser zoado na sala de aula. _ Espera, você sabe que eu sou gay? _ Indaguei confuso. _______________________________________________________________

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_ Claro Rick, sempre soube e ia te falar ontem mesmo logo depois do beijo, mas você saiu correndo feito um doido. _ Obrigado! _ Respondi sinceramente. _ Obrigado nada, quero saber quem é? _ O que? _ Indaguei fingindo não saber do que ela falava. _ Quem você namora? _ Eu não... _ Gaguejei sem saber o que falar. _ Você mente tão mal Rick. Diz ai e o Duda? _ Eca... Ele é meu primo! _ Respondi de imediato. _ Tá por fora você, eu já beijei cada primo meu que você nem imagina. Um mais gostoso que o outro. Uma vez eu meu primo mais velho nos agarramos no jardim... _ Isabela! _ A repreendi, lembrando que sempre que ela começa a falar não para mais. _ Há... To fazendo de novo! _ Respondeu Isabela. _ Sim você está! Isabela insistiu muito para que revelasse o nome do meu namorado, contudo não contei. Durante todo o intervalo Nando se manteve a distancia, embora eu visse que ele não estava nada feliz com aquilo. Quando voltei à sala tive a mesma surpresa que no dia anterior, havia outra mensagem no quadro negro: “Está na hora de se assumir Rick, afinal todo mundo já sabe do que você realmente gosta”. Eu li a mensagem e sentei em meu lugar. Isabela pegou em minha mão e continuou o teatrinho do falso namoro. Quando Nando entrou na sala é que a vaca foi pro brejo, ele leu a mensagem e depois apagou. _ Isso não tem graça! _ Exclamou Nando muito nervoso. _ Tá se doendo porque, você o namora por acaso? _ Disse Julia rindo. _ Cala a boca, sua maluca esquisita. _ Disse Nando muito irritado. _ E vou dizer mais, ou os recados nesse quadro param ou o escritor vai se ver comigo. _ Não to entendo você Nando! _ Retrucou Julia. _ Fica quieta Julia, fecha essa sua boca pelo menos uma vez na vida. _ Disse Vitor da ultima fileira da sala. _______________________________________________________________

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_ Arrasou gato! _ Gritou Duda sempre espalhafatoso.

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Capitulo 21 – Conversa séria Eu estava chegando ao meu limite, os recados no quadro negro foram à gota d’água. Comecei a questionar minhas atitudes e meu comportamento, será que estava certo agir daquela maneira, me escondendo de tudo e todos. Temendo que descobrissem minha opção sexual e me ridicularizassem em publico. Tomei a decisão mais difícil da minha vida até a aquele momento, eu iria contar a verdade para minha mãe. Fiquei com muito medo, na verdade eu não sabia qual seria sua atitude, me xingar, me bater, me internar, me expulsar de casa, sei lá. Tudo o que eu tinha certeza era que não passaria daquela noite. Nando e eu nos falamos pouco antes de irmos embora, revelei minha decisão e tive o apoio que mais precisava. Nando estava comigo qualquer fosse o resultado da conversa com a minha mãe. Sempre fui muito indeciso, reflito, penso em mim e nas outras pessoas e por vezes fiz algo que não gostava para agradar alguém que eu gostava. Na verdade há 15 anos eu minto, não conscientemente mais minto sim, me escondendo e tentando me adequar ao padrão que todos esperam de um jovem como eu. Decidi falar com minha mãe após o jantar. Quando a hora chegou meu coração acelerou de tal maneira que eu nunca havia sentido. Era uma mistura de insegurança, medo, respeito a minha mãe, receio... Há sei lá, minha cabeça estava a mil e meu raciocino já não funcionava como antigamente. _ Mãe... Preciso falar com você! _ Disse falando baixo e me sentando ao seu lado no sofá da sala. _ Fala, aconteceu alguma coisa na escola! _ Respondeu minha mãe voltando sua atenção para mim. _ Sim, mas tem haver com o que eu tenho que falar! _ Fala! _ Disse ela. _ É difícil, não sei como dizer... _ É só falar Rick... Respira e fala! _ Continuou parecendo um pouco impaciente. _______________________________________________________________

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_ Não sei como você vai reagir! _ E só saberá quando me disser do que se trata. _ Mãe... Eu sou gay! _ Disse prendendo a respiração. _ Eu sei! _ O que, mas como assim? _ Indaguei confuso. _ Soube desde que você era pequeno. Você nunca gostou de brincar com os outros meninos, pois se sentia melhor com as meninas. Você é gentil, carinhoso, doce e meigo. Alem do mais o seu pôster da madona não é nada discreto. _ ... _ Fiquei sem palavras. _ Não fica assim não, na verdade eu estava esperando que você me contasse isso há algum tempo. _ Não sei o que dizer! _ Pois eu sei, nada mudou entre a gente, eu te amo e te aceito como você é filho. O que eu não aceito é que me apresente um namorado feio, meu menino tem que namorar um gatão! _ Brincou minha mãe, vendo que eu já me acalmava. _ Ele é gato sim! _ O que, você tem namorado? _ Perguntou minha mãe cheia de curiosidade. _ Sim! _ Quero conhecer! _ Na verdade a senhora já conhece, mas não sabe! _ Respondi. _ O Duda! _ Eca! Mãe ele é meu primo! _ Retruquei instantaneamente. _ Há tá... Mas quem é então? _ A senhora vai ver! Deixei minha mãe sozinha na sala por alguns minutos e liguei convidando Nando para uma visita noturna, claro que não contei o real motivo a visita. No telefone ele até me perguntou como havia sido a conversa, mas disse que não havia contado ainda. Não demorou nem quinze minutos e Nando já estava em minha casa. _ Mãe... Esse é meu namorado! _______________________________________________________________

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_ O que! _ Exclamou espantada e ao mesmo tempo feliz por mim. _ Nando meu namorado mãe! _ Não poderia ter escolhido melhor filho! _ Na verdade ele me escolheu mãe! _ Respondi. _ É senhora fui eu! _ Disse Nando ficando vermelho. _ Se eu tivesse escolhido melhor ou sido escolhida, não tinha casado com o traste do teu pai Rick! Nando e minha mãe pareciam mais próximos do que nunca, conversavam e riam e por vezes pareciam amigos de muitos anos. Nossa conversa tomou caminhos tão inesperados que chegou a ponto de Nando contar a ela sobre a nossa casa próximo ao lago, naquela hora eu fiquei com vergonha por nos três. A conversa ainda continuava quando Duda chegou e como sempre já foi se metendo, e ao saber da minha revelação, ele apenas rui afirmando que tudo o que havia me dito tinha virado realidade. A conversa foi tão longe que perdemos a hora e quando caímos em si já passavam das uma da manhã. _ Tenho que ir senhora! _ Para onde? _ Indagou minha mãe curiosa como sempre. _ Pra casa, já é tarde! _ E por isso mesmo, você dorme aqui hoje! _ Afirmou ela. _ Tá bom, pode me trazer um cobertor e um travesseiro? _ Para que, tem no quarto do Rick de sobra pra vocês! _ Não... Vou dormir na sala senhora! _ Disse Nando com certeza, porem sem esperar a resposta que teria. Minha mãe era fogo mesmo. _ Pra depois, na calada da noite você entrar no quarto do Rick. Nando, posso ser velha, mas não sou burra. Acha mesmo que eu caio nessa, acha mesmo que eu nunca fiz isso com meus namorados, após uma festa de aniversário na casa dos meus pais! _ Respondeu com muita certeza no tom de voz. _ Mãe! _ Critiquei. _ Há... Rick para você também! _______________________________________________________________

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_ É isso tia conta tudo, se liberta gata! _ Disse Duda como sempre. _ Muitas vezes meus namorados começavam dormindo na sala e terminavam no meu quarto, é normal Nando e Rick. Só tá na verdade adiantando e meio que facilitando. Mas não pensem que minha casa e motel não. Dormir junto, às vezes sim, sempre não. _ Certo! _ Acenti ainda envergonhado. _ Então finalmente Nando e eu ficamos sozinhos. Aquela era uma sensação nova para mim. Minha mãe havia nos aceitado e liberado para que dormíssemos juntos naquela noite. Por um segundo me lembrei da noite na casa do lago e o quando era bom sentir o corpo de Nando sobre o meu e o seu pau bem dentro de mim. Nando e eu subimos apressados. Mal entramos no meu quarto e a luxuria tomou conta de nossos corpos. Nossos lábios se completavam e nossos corpos pareciam ser feitos um para o outro, num encaixe quase que desenhado. Eu amava e desejava cada centímetro do corpo de Nando. Seu rosto perfeito, seus olhos lindos, seus lábios e até mesmo sua barba por fazer que eu geralmente não gostava naquele dia me excitava ainda mais. Seu peito bem definido, sua barriga malhada, suas pernas grossa e pouco peludas e é claro seu pau. O pau de Nando era perfeito para mim, grande, grosso e rosado. Seu púbis tinha poucos pelos e seu saco tinha menos ainda. Eu beijei todo o corpo do meu Nando e recebi beijos em todo o meu corpo também. Fizemos um 69 delirante, onde Nando fez um cunete em mim. Sentir a língua de Nando no meu cu me arrepiava dos pés a cabeça e fazia meu corpo inteiro tremer. O sexo com Nando era uma coisa inusitada sempre, nos íamos de uma rapidinha a uma longa transa meio que instintivamente. Ambos éramos versáteis, mais eu preferia passivo, embora o cuzinho do meu amor fosse também uma delicia. _______________________________________________________________

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Aquela foi nossa transa mais demorada. Estávamos calmos e sabíamos que o tempo não era o problema. Foi uma transa que nunca esqueci a mais demorada e prazerosa até aquele momento em minha vida. Gozamos quase juntos e dormimos abraçados.

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Capitulo 22 – Handebol e briga na quadra. Dormir com Nando era muito bom, senti seus braços me envolvendo a noite inteira e quando acordei vi que estava recostando minha cabeça em seu peito e a mão em seu abdômen. Dormimos completamente nus e despreocupados afinal minha mãe sabia da gente e nos apoiava. Acordei sonolento e sorri ao ter a melhor visão que eu podia esperar na vida, o meu Nando dormindo feito um anjo ao meu lado. O meu encanto por ele era o mesmo do primeiro dia quando o vi na escola apesar de namorarmos a alguns meses. Comecei a beijar o pescoço de Nando e fui descendo, enquanto massageava seu peito e seu abdômen. No inicio fui sutil, mas depois minhas caricias ficaram mais fortes e meu Nando acabou acordando. _ Que ótima maneira de acordar... Gostaria que fossem assim todos os dias! _ Sussurrou Nando me abraçando com carinho. _ Você é maluco! _ Acho que sou maluco mesmo, não é normal gostar de uma pessoa como eu gosto de você! _ Somos dois malucos então, quem em sã consciência escolheria passar pelo que vamos passar! _ Concordei. _ Como assim? _ Imagina quando todos souberem! _ Nem quero imaginar, meu pai vai morrer ou me matar! _ Disse Nando ao pensar na reação de seu pai quando soubesse que Nando era gay. _ Aí eu acabo com ele! _ Respondi rindo. _ Há é, meu namorado fortão! _ Brincou Nando caindo na gargalhada. Rimos e nos beijamos romanticamente, a excitação tomou conta de nossos corpos, contudo não podíamos continuar na cama então levamos e fomos tomar banho. Era a primeira vez que eu tomava banho junto com outra pessoa, e posso garantir _______________________________________________________________

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que é muito bom. Nando e eu nos beijamos em baixo do chuveiro, nos ensaboamos, nos secamos e nos vestimos juntos. Eu me sentia muito feliz, estar com Nando naquele momento me realizava como nenhuma outra coisa no mundo. Era tudo o que eu queria e mais precisava. Descemos para tomar café da manhã e vimos que Duda e minha mãe já estavam à mesa. Ela abriu um largo sorriso quando nos viu. _ Bom dia meninos! _ Bom dia casal! _ Oi Duda, Bom dia mãe! _ Bom dia! Não conversamos muito durante o café da manhã. Minha mãe se mostrou muito feliz com o fato de estarmos juntos. Já Duda estava anormalmente calado e pouco conversou, apenas ria e concordava com tudo o que minha mãe falava. Terminamos o café e fomos para escola os três juntos. A aula daquele dia aconteceu normalmente. Isabela tentou continuar o namoro falso, contudo não conseguiu sentar ao meu lado, pois Nando havia ocupado aquele lugar. Foi à revelação que Isabela precisava, ela me olhava e ficava rindo baixinho. A amiga de Isabela, Julia que não parecia muito feliz com a cena que estava presenciando. Na verdade ela sempre demonstrou certa paixão por Nando, embora ele a ignorasse na maioria das vezes, ela sempre o rodeava bajulando e paparicando. Na hora do intervalo Nando e eu fomos para uma mesa separada do resto da turma. Todos nos olharam de forma estranha, mas não ligaram muito afinal Nando era o cara mais hétero da escola inteira e se quisesse ficava até mesmo com algumas professoras muito fácil. Nando era o garoto mais desejado e popular da escola, os garotos os invejavam e as meninas os idolatravam. Ele jogava futebol no time da escola, era capitão do time de handbol, jogava capoeira e ainda era muito inteligente... Quase perfeito. _______________________________________________________________

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A aula seguinte era a que eu menos gostava: Educação física. Eu não odiava esportes, só não gostava de praticá-los na escola e para meu azar naquele dia não teve como eu escapar. O professor separou os meninos em dois times e eu fui obrigado a jogar. Nando e Vitor foram os capitães como sempre e começaram a escolher os integrantes da equipe. Para a surpresa de todos Nando me escolheu primeiro ao invés dos típicos craques da escola e assim os times foram divididos. _ Nando time sem camisa, Vitor time com camisa! _ Disse nosso professor! _ Não mesmo! _ Respondi instantaneamente. _ Você tem algum problema com isso Ricardo! _ Ironizou o professor olhando para mim. _ Tenho sim, não vou ficar sem camisa! _ Respondi. _ E pode dizer por quê! _ Eu tenho alta sensibilidade ao sol! _ Tentei explicar. _ Alta sensibilidade! _ É isso! _ Afirmei. _ Para de boiolagem e tira logo essa camisa! _ Não precisa tirar não Rick! _ Disse Nando chegando perto de mim. _ O que disse Nando? _ Indagou o professor. _ Professor ele vai ser nosso goleiro, pode ficar de camisa não pode! _ Respondeu Nando com certeza ma voz. _ Há... Tá bom então! _ Concordou nosso professor. O professor respeitava Nando afinal ele era o melhor jogador da escola e se ele saísse do time da escola seria o fim da equipe. Nando tirou a camisa e foi seguido por todos os outros membros da equipe. Eu olhei para Nando e logo ouvi! _ Rick olha para bola e não para as bolas! _ Muito engaçada Julia, podia ser humorista você sabia! _ Podia ficar sem essa né... Boca grande! _ Há cala boca Isa! Eu sabia jogar handebol, e especialmente naquele dia resolvi me dedicar um pouco mais. O jogo foi muito disputado, _______________________________________________________________

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Vitor também era muito bom e tinha muita força. Cada bola que eu defendia marcava uma parte do meu corpo. Ao fim do primeiro tempo minhas mãos estavam vermelhas e ardendo muito. Contudo eu continuei. O segundo tempo começou igual ao primeiro, eu defendendo as boladas de Vitor e o deixando irritado. O jogo terminou e como era previsto ganhavam com muita vantagem. Eu estava saindo da quadra quando ouvi Vitor me chamando. Ao me virar fui acertado com uma bolada bem no rosto com tanta força que cheguei a cair sentado. Duda foi o primeiro a ver o que tinha acontecido e correr para me ajudar. _ Você tá bem?_ Perguntou Duda preocupado. _ Tô! _ Respondi de olhos fechados. _ Você ficou doido Vitor! _ Gritou Duda! _ Cala boca! _ Berrou Vitor! _ O que aconteceu? _ Perguntou Nando ao se aproximar e me vê no chão. _ Aquele babaca do Vitor ficou putinho porque o Rick defendeu super bem e jogou a bola na cara dele! _ Respondeu Duda. _ Você ficou maluco! _ Porque você vai fazer alguma coisa? _ Isso! Nando avançou sobre Vitor e deu um soco na cara dele com muita força que Vitor quase caiu. Quando ele se levantou, Nando e Vitor se engalfinharam no meio da quadra e logo foram cercados por nossos colegas que apenas faziam coro: “Briga... Briga”. Eu não conseguia enxergar bem, então ouvi quando nosso professor de educação física chegou à quadra e separou a briga. Vitor estava enfurecido e quase fora de si. Ele gritava e xingava Nando de tudo o que vinha em sua boca! _ Chega!... O que houve, porque estão brigando? _ Gritou o professor. _ Ele me deu um soco porque eu joguei a bola na cara do namorado dele! _ O que? _ Disse meu professor paralisado! _______________________________________________________________

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_ Eu joguei a bola na cara do Rick e ele ficou maluco! _ Continuou Vitor. _ Tá com raiva só porque perdeu! _ Respondeu Nando. _ Cala boca, tá raiva porque eu machuquei seu namoradinho! _ Vou acabar com você! _ Ameaçou Nando. Nando e Vitor foram separados e a escola inteira começou a falar sobre o acontecido na quadra de esporte. Minha vida estava para dar outra virada, mas desta vez seria para uma muito ruim.

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Capitulo 23 – Revelação no Pátio O dia seguinte ao acontecido na quadra foi muito incomodo. Quando cheguei à escola pude notar que muitos cochichavam, alguns riam disfarçadamente enquanto alguns o faziam com gosto e muita malicia. Senti-me estranho, tão estranho quanto no dia que escreveram a mensagem no quadro negro da minha sala. Mas aquela cena agora passava em minha cabeça como uma lembrança amena se comparada a minha atual situação na escola. Ao entrar na sala dei de cara com Vitor falando alto com sua gangue, eles já não me incomodaram desde que eu tinha virado amigo de Nando, mas agora era diferente, muito diferente. _ Pensei que você não teria coragem de voltar à escola depois de ontem! _ Disse Vitor rindo cruelmente. _ Pensou errado! _ Respondi ao respirar fundo. _ Acha que vai conseguir ficar aqui agora que todos sabem de você! _ Ninguém sabe de absolutamente nada, estão imaginando tudo isso! _ Expliquei! _ Rick, não dá pra mentir mais. Agora tudo faz sentido! _ Disse Julia ao se intrometer a conversa. _ Há é... Só porque Nando não quis você, isso faz dele gay? _ Argumentei sem sucesso! _ Não estou falando disso, me refiro ao fato de Nando te defender tanto como que a uma namorada indefesa! _ Não sou uma garota e muito menos indefesa! _ Respondi seco! _ Não foi o que pareceu. Quando você leu meu recadinho ficou completamente em pânico! _ Seu recadinho! _ Espantei-me. _ É... Meu recadinho, alerta, toque... Sei lá, chame como quiser... _ Sua Vaca, mais por quê? _ Indaguei confuso. _ Por que! É acha pouco o fato de o meu Nando ter me trocado por uma bichinha CDF sem sal! _______________________________________________________________

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_ Isso é coisa da sua cabeça! _ Justifiquei embora soubesse que não teria sucesso. _ Não... Isso é coisa da cabeça de vocês, eu vou separar vocês dois... Vocês nem imaginam onde se meteram... Ah Rick, como eu vou ficar feliz quando você e Nando estiverem separados! _ Ironizou Julia rindo. _ Olha aqui sua... _ Ameacei ficando nervoso. Não pude continuar, pois o professor de Biologia entrou e deu inicio a sua aula. Minha cabeça estava a mil por hora. Era uma mistura de raiva, medo e insegurança. Eu não sabia o que fazer, e aquele era apenas o começo do dia. Nando chegou atrasado e sentou-se na cadeira ao meu lado. Ele ao contrario de mim estava seguro e firme como uma rocha tanto, que nem ligou quando as piadas ecoaram do fundo da sala de aula. Eu e Nando meio que conversávamos com o olhar, ele sabia que eu tinha muito receio daquilo tudo e certamente iria me apoiar no que eu precisasse. Duda chegou tão tarde que só pode entrar na segunda aula, meu primo estava anormalmente perturbado. Seus olhos vermelhos denunciam sua noite mal dormida. Ele caminhou para junto de Nando e eu, e sentou-se na cadeira atrás da minha. _ Ele vai me pagar! _ Sussurrou Duda ao passar por mim _ O que! A aula prosseguiu normalmente. Eu via nos olhos de Duda que meu primo iria aprontar alguma, eu sabia que nada que saísse daquela mente podia ser bom. Vou explicar uma coisa sobre o Duda. Quando ele é amigo, ele é uma ótima pessoa, ajuda quando é preciso, sempre solidário e gentil... Agora quando Duda era inimigo ou estava com raiva de alguém, ninguém o impedia e ele geralmente era muito cruel. Então eu sabia que fosse o quem fosse o coitado daquele que cairia sobre a vingança do meu primo. Ele iria se arrepender. Nando e eu fomos para a mesma mesa afastada de todos como nos outros dias. Dela podíamos ver todo o pátio e assim presenciamos a vingança do meu primo. Duda saiu da sala com a _______________________________________________________________

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mochila, esperou que todos estivessem sentados e comendo para assim iniciar seu show, Duda sempre foi meio performático. Então continuei a observar atento. Duda caminhou até a mesa de Vitor e tentou falar com ele, não deu para ouvir, mas vi que Vitor não deu muita atenção a Duda. _ Ah eh. _ Berrou Duda... _ Tá aqui a cueca que você deixou na minha casa ontem, e vê se não sai correndo de manhã toda vez que a gente dormir junto não! _ O que? _ Exclamaram quase todos que estavam no pátio. _ Tá ficando maluco! _ Britou Vitor ao se levantar da mesa com raiva _ Vitor é gay também! _ Disseram vários alunos ao mesmo tempo. _ Que gay o que... Meu mano e macho! _ Respondeu um dos amigos de Vitor. _ Essa bichinha tá a fim de morrer só pode! _ É isso mesmo, Vitor é meu namorado! _ Berrou Duda aos quatro ventos. Eu podia ver a ira de Vitor. Ele estava muito vermelho e partiu pra cima de Duda, na hora eu fiquei com medo, mas os outros alunos não deixaram que meu primo fosse agredido e seguram Vitor, embora não fosse muito fácil. _ Eu vou acabar com você! _ Ameaçou Vitor furioso! _ Não... Eu é que vou... Vitor não tão machão quanto todo mundo pensa... Na cama é uma desgraça e tem um pauzinho que misericórdia... Só rezando! Todo mundo caiu na gargalhada, até mesmo os amigos de Vitor, já ele possesso e avançou sobre Duda. Ele acabou dando um soco em um garoto e quando eu dei por mim, havia uma briga generalizada no pátio. Nando não suportou aquilo, pegou em minha mão e junto fomo até o meio do pátio. _ Chega! _ Gritou Nando. E logo em seguida os professores chegaram e conseguiram cessar a briga no pátio. _ È verdade... Eu sou gay e namoro com Rick! _ Não disse! _ Sibilou Julia satisfeita! _______________________________________________________________

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_ Nando não! _ Disse Duda! Nando me agarrou e me beijou na frente de todo mundo. Eu fiquei completamente sem reação naquele momento, se era apenas uma desconfiança, agora eles tinham a certeza que queriam, minha vida viraria um inferno. _ Para minha sala... Os dois! _ Ordenou o diretor. Era a primeira vez que ele falava comigo, na verdade era a primeira vez que eu era levado à sala do diretor. Em todas as escolas que eu estudei e si quer levava advertência. _ O que vocês estão pensando... Ficaram malucos! _ Não estamos pensando nada! _ Respondeu Nando áspero. _ Que vocês fossem viados, tudo bem... _ A palavra certa é gay... Muito me espanta seu linguajar diretor! _ Respondi ironicamente. Eu geralmente não respondo a mais velhos, mas ouvir aquilo me incomodou muito. _ Que seja, não me importo com o que vocês são. Mas não vão fazer isso na minha escola e na frente dos alunos. Não é normal e é nojento! _ O senhor é nojento! _ Ofendi! _ Vocês serão suspensos e seus pais informados sobre o acontecido! _ Suspenso porque e informados sobre o que? – Indagou Nando ironicamente. _ Suspenso pelo beijo que deram no pátio, e seus pais serão informados sobre isso! _ Explicou o diretor. _ Quer dizer que você vai suspender a escola inteira também e chamar todos os pais para conversar sobre isso! _ Criticou Nando. _ Não é a mesma coisa! _ Retrucou o diretor meio que ficando sem ter o que dizer. _ É exatamente a mesma coisa. Metade dos alunos da minha sala quase se mata brigando no pátio e você vai suspender a gente por causa de um beijo. _ Respondeu Nando ficando muito irritado. _______________________________________________________________

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_ É diferente! _ Justificou o diretor. _ É preconceito e discriminação! _ Respondi. _ Não é isso, mais isso não pode ficar impune! _ Pode sim e vai ficar! _ Ameaçou Nando. _ O que está dizendo senhor Fernando? _ Vamos fingir que o senhor não nos trouxe até essa sala pelo fato de nos sermos gays, e que não tentou nos suspender pelo mesmo motivo e talvez eu não conte para minha tia o que aconteceu nessa sala. _ Está me ameaçando! _ Nunca, eu jamais faria isso. E que o senhor sabe como minha Tia Luiza é defensora dos direitos dos homossexuais. O que acha que ela vai fazer quando souber disso! _ Saiam da minha sala! _ Ordenou o diretor tentando manter sua autoridade, embora estivesse bem rebaixado.

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Capitulo 24 – Sumiço Repentino Quando Nando e eu saímos da sala do diretor o tumulto no pátio já havia acabado, contudo os burburinhos e rizinhos continuavam sempre que passávamos. Minha realidade havia mudado da água para o vinagre, se por um lado era bom não fingir para todas as pessoas que éramos apenas bons amigos, agora estávamos expostos e certamente seriamos alvos de criticas e preconceitos na própria escola. Nós imaginávamos que teríamos problemas, porem não pensei que o desenrolar daquela historia fosse terminar como terminou. O professor tentou dar aula após o intervalo embora fosse muito difícil, por fim acabou nos liberando mais cedo. Nando, Duda e Eu fomos diretos para minha casa sem falar com ninguém da escola. _ Você não têm idéia do que fez Nando! _ Disse Duda falando com uma seriedade que soava estranho até mesmo para mim que o conhecia há anos. _ Tenho sim! _ Respondeu Nando. _ Não você não tem! _ Afirmou novamente meu primo _ Não devia ter feito aquilo Nando, a situação estaria amenizada se você não tivesse se metido e revelado no pátio da escola que você e o Rick são gays. _ Se ele não tivesse se metido o Vitor iria matar você! _ Interrompi. _ Não iria não, aquele cão ladra muito mais não morde. Eu iria atrair a atenção de todos para i Vitor, assim você ficariam fora do foco de todas aquelas garotas fofoqueiras da escola. _ Respondeu Duda com muita certeza. _ Mas você não gostava do Vitor? _ Questionei confuso. _ Não, era apenas sexo, muito bom eu admito, mas era apenas sexo... Mas mudando de assunto o que vão fazer agora que todos sabem sobre vocês? _ Indagou Duda. _ Não faço idéia! _ Afirmei. _______________________________________________________________

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_ Primeiro, eu tenho falar com o resto da minha família, embora minha mãe já saiba meu pai nem imagina que eu sou gay! _ Revelou Nando. _ E aí que mora o perigo Nando, o que ele vai fazer quando souber! _ Disse Duda. _ Não sei, acho que vai gritar muito, me expulsar de casa, me bater sei lá! _ Disse Nando com uma tranqüilidade que eu jamais teria se fosse eu quem tivesse que contar. _ E se ele fizer isso, como vai reagir? _ Questionou Duda ao imaginar que a reação de Nando não seria muito boa. _ Não sei, só na hora para ver! – Finalizou meu Nando. Nando, Duda e Eu ficamos conversando, onde meu primo nos contou algumas coisas que ele passou ao se assumir, desde preconceito na escola até briga no shopping, onde três garotos bateram nele. Ao ouvir a historia de Duda, passei a me questionar se eu estava mesmo pronto para vivenciar tudo aquilo, e como eu reagiria se por acaso estivesse na pele dele. Lá pelas seis da tarde quando minha mãe chegou eu havia acabado de me despedir de Nando, ela ficou surpresa depois que ouviu tudo o que eu tinha a dizer, contudo me apoiaria no que eu precisasse. E disse que estaria sempre ao meu lado, não importasse se eu estivesse certo ou errado. Ela cogitou até falar com o diretor da escola, mas lhe pedi que deixasse o acontecido de lado. Naquela noite eu não dormi nada bem, tive pesadelos terríveis e acordei muitas vezes assustado e com o coração acelerado. Tentei respirar fundo e limpar meus pensamentos embora não fosse nada fácil. No dia seguinte quando acordei tive uma triste surpresa, a minha tia Susana, a mãe de Duda estava tomando café na sala da minha casa. Passei sem falar com ela e fui direto perguntar o que estava acontecendo a minha mãe. Não tive uma resposta, pois nem mesmo ela sabia o que minha tia tinha vindo fazer. Duda acordou um pouco mais tarde, e teve uma reação bem mais áspera que a minha ao ver a mãe. _ O que veio fazer aqui? _ Indagou Duda secamente. _______________________________________________________________

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_ Vim te buscar filho, quero que volte a morar comigo! _ Mas nem pensar, só em me lembrar daquele idiota já fico irritado. _ Estamos separados filho! _ Revelou minha tia. _ Serio! _ Duvidou Duda. _ Sim, depois que você foi embora à vida lá em casa ficou terrível. _ Por quê? _ Questionou Duda sarcástico como sempre. _ Ele ficou diferente comigo! _ Te traiu! _ Afirmou meu primo sorrindo maliciosamente. _ Não, ele ficou grosso, se irritava por qualquer coisa! _ Te traiu! _ Continuou. _ E foi! Eu descobri há três dias e o coloquei para fora de casa. _ Já não era sem tempo, aquele sanguessuga, preguiçoso agora vai ter que se virar sozinho. Queria ser uma mosca para ver o que ele vai fazer. _ Que nada, ele foi para a casa da tal mulher! _ Disse minha tia parecendo não se importar muito. _ Rápido ele! _ Você nem imagina! _ Finalizou minha tia sorrindo. Nando e a mãe fizeram as pazes, afinal o motivo da briga e do afastamento deles havia desaparecido. Assim meu primo foi ao quarto e fez a mala. Eu fiquei muito triste com a notícia, não queria que Duda fosse embora, eu já estava acostumando com seu jeito espalhafatoso e alegre. Porem tive que aceitar, afinal não tinha o que fazer. Naquele dia fui para escola sozinho, respirei fundo e entrei no ônibus e para minha tristeza alguns amigos de Vitor estavam fazendo baderna o ultimo banco e quando me viram começaram. _ Agora o ônibus ficou completo... Tem garotos, garotas e gayzinhos nerds. Ignorei a provocação e sentei o mas longe possível. Eles gritavam e faziam a maior bagunça dentro do ônibus, chegaram a _______________________________________________________________

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levar bronca do motorista. Quando o ônibus se aproximou a escola, eu me levantei e fui o primeiro a descer. Ao entrar na escola vi que todos me olhavam, alguns riam com desprezo e outros com desdém, mais uma vez ignorei e segui meu caminho. Eu estava me sentindo muito mal, por alguns segundos tive saudades do tempo que eu era invisível aos olhos de todas aquelas pessoas. A aula daquele dia começou e Nando não apareceu. Fiquei muito preocupado, sentia que alguma coisa havia acontecido. Liguei para o celular de Nando e estava desligado. Depois daquele momento não consegui para de pensar no que havia acontecido na casa dos pais de Nando. Na hora do intervalo procurei minha professora de física Luiza que era tia de Nando para saber alguma coisa, para minha tristeza ela só voltaria na segunda feira. Passei o resto do dia pensativo, eu já nem ligava paras as provocações que ouvia, na verdade minha mente estava muito longe do meu corpo. Passei o fim semana em casa, mas precisamente em meu quarto. Mandei vários emails para Nando, mas não tive resposta. Tentei acessar o Orkut dele, mas vi que havia sido deletado. Comecei a pirar, Nando havia sumido. Conversei varias vezes com a minha mãe e ele me disse que a mãe de Nando Mirian, estava muito estranha no culto de domingo, que chorou muito e meio que se despediu dela. _ Como assim despediu? _ Indaguei assustado. _ Não sei filho, ela me disse que tinha sido muito bom e me conhecer e que iria guardar nossa amizade para sempre e saiu! _ Não falou nada sobre o Nando! _ Continuei. _ Não, eu até tentei perguntar, mas ela respondeu que não tinha nada a dizer sobre o filho. Na segunda feira cheguei à escola antes mesmo dos portões se abrirem, queria falar com a professora Luiza antes mesmo de ela entrar, e para minha sorte ela não demorou muito. _ Professora, professora preciso falar com você! _ Disse quase sem respirar. _______________________________________________________________

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_ Rick meu aluno preferido... Você e Nando ficaram malucos! _ Então já sabe! _ Assenti. _ Que vocês namoravam claro que sim, quem você acha que acalmou a mãe dele quando ela soube e quase teve um ataque do coração. _ O que aconteceu com Nando, o celular dele tá desligado, o Orkut foi excluído eu to ficando maluco de preocupação. _ Questionei. _ Você tem que se preparar Rick, porque eu acho que Nando foi embora! _ O que? Como? Por quê? _ Disse entrando em pânico. _ Você não faz idéia do barraco que aconteceu na casa deles na semana passada. _ Quando Nando contou ao pai sobre a gente! _ Isso, meu irmão ficou doido, berrou, xingou todo mundo e até brigou fisicamente com Nando. Os dois trocaram socos e ficaram muito machucados. _ Caramba! E a mãe dele não fez nada? _ Perguntei. _ Miriam é uma medrosa, tem tanto medo do marido que si quer o ajudou a contar a verdade ao pai. _ Mas para onde foi Nando? _ Indaguei preocupado. _ Na sexta feira ele dormiu lá em casa e disse que no sábado iria resolver tudo com o pai. _ E o que ouve? _ Continuei. _ Parece que ele e o pai se acertaram, mas Nando prometeu que iria excluir o Orkut, entregou o celular e foi para sitio da familiar passar o fim semana e pensar se era mesmo certo ele fazer tanta gente sofrer por causa dele. Fiquei chocado com tudo o que soube, meus sentimentos entraram em choque, eu não sabia se gritava, esperneava, chorava. Tudo o que tinha certeza era que Nando havia desaparecido, e não tinha certeza se ele voltaria.

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Capitulo 25 – Aos 16 Naquele dia eu mal consegui prestar atenção na aula, as lembranças invadiam minha mente e tomavam contra do meu cérebro e do meu coração. Por vezes fui pego olhando para o nada como se estivesse em transe hipnótico. Eu já nem conseguia ouvir as provocações dos meus colegas de classe. Quando a aula terminou fui para casa muito triste e melancólico. A vida parecia perder a graça a cada minuto que eu passava sem Nando. Eu si quer sabia onde ele estava e porque aceitara me abandonar. Questionei-me se Nando realmente me amava, ou até mesmo se ele preferia sofrer sozinho em vez de toda sua família com a exposição que havíamos jogado sobre todos. Eu e minha mãe éramos apontados na rua e na igreja, que aceitei ir depois anos por causa dela, ela disse que eu me sentiria melhor, mas foi completamente o contrario. Eu me sentia cada vez mais só e era constantemente humilhado pelas pessoas na rua, minha vida estava indo de mal a pior. Quase um mês havia se passado desde que Nando havia desaparecido. Eu estava me tornando uma pessoa muito triste e amargurada, embora minha mãe e Isabela tentassem me ajudar sempre saindo comigo e brigando com todos por minha causa. Eu estava vivendo a pior fase da minha vida: minhas notas caiam, eu era hostilizado pela maioria dos alunos da escola, Duda não estava perto de mim para me ajudar com o fizera nos últimos meses e Nando não dava um sinal de vida. Era uma tarde de sábado, eu estava no quarto lendo quando meu celular toca, corri para atender animado. _ Alo! _ Disse animado. _ Oi Rick! _ Respondeu Isabela. _ Isa! _ Exclamei murchando. _ Ficou desapontado? _ Não... É que eu tive esperança... _ Que fosse Nando... Rick você tem que sair dessa, não foi ele quem sumiu! _ Criticou Isabela. _______________________________________________________________

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_ Foi! _ Então filho, arruma outro gato bom e coloca no lugar dele... E melhor vê se arruma um que tenha um irmão hétero assim fica tudo em família. _ Isa para! _ Pedi. _ Para nada Rick você tem que se tocar e acordar. A dor de cotovelo ta demorando demais a passar! _ Mas eu amo Nando! _ Tentei explicar. _ Amava! Rick você tem que repetir até que sua mente aceite e você esqueça ele. Você amava Nando e não ama mais... Entendeu? _ Sim, mas é difícil! _ Difícil nada, eu me apaixono uma vez por mês e to numa boa! _ Ironizou Isabela se referindo aos quatro namorados que teve nos últimos seis meses. _ Mas você é uma safada! _ Brinquei ficando mais animado. _ E sou feliz com isso, sou uma safada muito inteligente. Que sabe aproveitar a vida e que não sofre por ninguém. _ Há tah! Porque ligou? _ Para isso. Para fazer você esquecer Nando. Mas como sei que não funcionou, então vou avisar que vi os pais de Nando na casa deles. _ Respondeu Isa. Bati o telefone na cara de Isabela, troquei de roupa e fui desembestado até a casa de Nando. Sempre que podia eu passava lá e a casa estava fechada, mas agora eu sabia que os pais de Nando estavam em casa. Eu teria alguma noticia isso era ao menos o que eu esperava. Há como eu estava enganado. Cheguei à casa de Nando, toquei a campainha e o pai dele saiu. No inicio ele sorria, mas quando viu de quem se tratava, fechou a cara. _ O que você quer aqui? _ Indagou o pai de Nando com certa violência no tom de voz. _ Senhor, vim saber como está Nando. Sei que ele foi para um sitio! _ Aquela vaca da minha irmã já te contou então! _______________________________________________________________

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_ Sim! _ Afirmei. _ Não há o que saber, meu filho macho está bem e não quer te ver! _ Gostaria de ouvir isso da boca dele! _ Ironizei. Eu não sabia da onde estava vindo aquela força eu parecia estar possuído. _ Não vai ver, ouvir e muito menos falar com meu filho. Por sua causa ele se tornou isso, a culpa é sua. Toda a minha família foi marcada pela sem-vergonhice de vocês dois! _ Sem-vergonhice, não acho que seja isso! _ Retruquei ficando irritado. _ Não importa o que você acha e deixa de achar. Não é humano, não é normal. Não é de deus. Dois homens não podem dormir juntos e bíblia diz... _ Não venha pregar para cima de mim, eu conheço a bíblia! _ Interrompi a fala do pai de Nando com rispidez. _ Então sabe que é pecado? _ E humilhar, te preconceito, agredir verbal e pessoalmente, desrespeitar seu semelhante é o que? _ Respondi retoricamente. _ Não é deus que diz, “amai-vos uns aos outros como a ti mesmo”. _ E diferente, isso não é normal! _ É mas que normal, eu sou assim porque deus me fez assim. E querendo ou não, você vai ter que aceitar... Seu filho é gay e não há nada que o senhor possa fazer para mudar isso! Ao dizer isso, dei as costas e fui embora. Eu me sentia aliviado até mesmo mais animado. Estava com tudo aquilo guardado dentro de mim e tinha que colocar para fora e não havia pessoa mais certa do que o pai de Nando. Eu não sabia se minhas palavras iam surtir algum efeito e vou afirmar que naquele momento eu não me importava com isso. Por alguns segundos Nando saiu de minha mente e eu pude voltar a ser eu mesmo. Os meses passavam como flashes, e logo chegou às férias do final do ano. Embora fosse um ano escolar conturbado eu _______________________________________________________________

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havia passado, não com as minhas casuais notas, mas ainda assim eu estava no segundo ano do 2º grau. Eu não queria passar as férias preso dentro da minha casa, então fui passá-las na casa de Duda. Meu primo continuava o mesmo brincalhão, espalhafatoso e afeminado de sempre. Ele cantou vários caras na rodoviária, e de alguns, que me surpreendi, foi correspondido. Depois de meses eram as primeiras risadas que eu dava. Sentia-me como alguns meses antes quando tudo era mais fácil e eu tinha Nando e Duda perto de mim. Senti muita saudade daquela época. Sai com Duda algumas vezes e me divertia na medida do possível. Não fiquei com ninguém embora alguns caras fossem muito interessantes. Eu ainda pensava em Nando freqüentemente. Na ultima noite antes que voltasse para casa conversei com meu primo até altas horas da noite. _ E quanto a Vitor? _ Perguntou Duda. _ Ele continua na escola, pelo que sei a revelação sua no pátio não surtiu muito efeito sobre o corpo estudantil? _ Corpo estudantil! Há Tah!... Você quer dizer aquele bando de desocupados e desordeiros que estudava na nossa escola... _ Retrucou Duda sorrindo e sendo sarcástico como sempre. _ Entendi! _ Há, mas daria certo se Nando não tivesse estragado tudo e falando nele o que soube? _ Nada! _ Nenhum sinal de vida caramba. E Ruan? _ Graças a deus ele não me perturbou mais, acho que ele soube do que aconteceu com Nando e resolveu deixar para lá! _ Respondi aliviado _ É primo na verdade ele só te queria mesmo porque você era de Nando, o cara que ele queria ter mais não podia! _ É! _ Continuei. _ E Julia aquela psicótica, morreu, foi violentada, seqüestrada, roubou um banco? _ Duda! _ Recriminei _ Acho que nenhuma das opções, ela saiu da escola. Ao menos eu nunca mais vi. _______________________________________________________________

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_ Há... Já ia me esquecendo e Isafeia como anda sua esposa, tá grávida de gêmeos? _ Engraçadinho! _ Bem, somos mais amigos do que antes. Voltei para casa muito melhor. Eu ainda pensava em Nando, mas preferia lembrar os bons momentos que passamos juntos e não ficar remoendo as coisas ruins que aconteceram. Na segunda feira fui à escola bem diferente. Eu estava mais forte fisicamente e emocionalmente. Eu me aceitava e tinha orgulho, não iria ser desrespeitado por ninguém afinal era melhor do que muitos naquela escola. Eu estava procurando minha sala, visto que havia mudado e o colégio estava todo reformado. Em um determinado momento fiquei distraído e acabei esbarrando em um aluno que eu não conhecia. Ele era alto e atlético; tinha um cabelo asa-delta bem liso; olhos com de mel; ombros largos e bem definidos e uma barba por fazer me estremeceu dos pés a cabeça. _ Foi mau cara! _ Disse uma voz grossa e encorpada que eu desconhecia. _ Foi? _ Indaguei sem pensar. _ O que? _ Respondeu confuso. _ Foi nada! _ Completei ficando nervoso. _ Meu nome é Paulo Cesar, mas todos me chamam de PC. _ O meu é Ricardo, mas meus amigos me chamam de Rick! _ Posso de chamar de Rick então? _ O que! _ Exclamei. _ Você disse que seus amigos podem te chamar de Rick... Eu posso! _ Claro... Mas tenho que te avisar, afinal você vai acabar sabendo... _ Tá falando do que? _ Caraca o Nerd gay já chegou! _ Exclamou um garoto que eu si quer conhecia, mas que eu sempre via puxando o saco do Vitor e dos seus amigos. _ Disso! _______________________________________________________________

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_ Sempre tiram sarro de você assim? _ Indagou PC meio confuso. _ Não é brincadeira não... É uma historia longa e se quiser um dia te conto! Para minha surpresa Paulo Cesar e eu estávamos na mesma sala, quando Isabela nos viu abriu um sorriso largo e sentou-se junto a nos. A aula aconteceu normalmente e na hora da saída Isa, PC e eu nos reunimos numa lanchonete perto da minha casa e assim eu pude contar minha historia para Paulo Cesar. Ele para minha surpresa ouviu tudo com certa naturalidade. Minha vida estava entrando nos eixos, pela primeira vez eu havia conseguido passar o dia inteiro sem pensar em Nando. Já passava das oito da noite quando ouço a campainha tocar e vou atender. _ Você...

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Capitulo 26 – Do fim ao recomeço Nando estava parado na porta da minha casa com os olhos cheios d’água, eu por outro lado estava completamente paralisado e sem reação. Nando me abraçou com tanta força que senti uma pontada na costela, mas naquele momento nada importava mais do que o fato que Nando estava na minha frente. Retribui o abraço com toda a saudade que eu sentia. Sentir o cheiro de Nando me trazia ótimas recordações. Respirei em seu pescoço e quando ia falar fui interrompido por um profundo e aguardado beijo. As mãos de Nando percorreram minhas costas com suavidade enquanto as minhas apertavam as dele com certa violência e força. Se deixassem acredito transaríamos ali mesmo, na porta da minha casa de frente para rua, sem ao menos se preocupar com o que todos iam dizer. _ Oi... _ Sibilou minha mãe. _ Mãe! _ Respondi. _ Senhora! _ Assustou-se Nando. _ Nando há quanto tempo! _ Disse minha mãe sarcasticamente. _ Soube que você foi morar em um sitio, era bom lá. _ Não foi bem assim que aconteceu! _ Nando tentou explicar. _ E ele não vai falar aqui! _ Interrompi. Levei Nando até o meu quarto e já fui jogando ele na cama e pulando em cima dele. Contudo ele me pediu para que conversássemos, afinal tinha muito que explicar. Quando o êxtase do reaparecimento de Nando passou, eu finalmente consegui falar e ouvir o que naquele momento era o mais importante. _ Eu não te abandonei Rick! _ Disse Nando sentado em minha cama. _ Mas você foi embora! _ Respondi confuso. _ Não fui! _______________________________________________________________

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_ O que aconteceu quando contou aos seus pais sobre a gente? _ Indaguei ainda perdido. _ Meu pai teve um acesso de raiva e brigamos fisicamente, me xingou e falou barbaridades sobre nós e sobre Deus, sobre as pessoas e sei lá mais o que. Quando a raiva dele passou conseguimos nos acertar e ele disse que não ia se intrometer na minha vida. _ Mas não foi isso que ele fez? _ Continuei. _ Não, no dia seguinte eu e minha família fomos a um sitio distante de uns parentes que eu nem conhecia, lá meu pai pediu para eu ajudar na plantação e com os animais. Levei quase o dia inteiro e quando voltei a casa meus pais haviam ido embora. _ O que? Te deixaram lá! _ Retruquei espantado. _ Sim, meu pai havia combinado com esse tio meu que eu ficaria ajudando lá, e que esse tempo serviria para esquecer você. Contaram toda a história para eles. Não tive o que fazer quando fui ver minha mochila a procura do meu celular, vi que meu pai havia levado. Na casa não havia internet e nem telefone convencional. Fiquei ilhado naquele fim de mundo. _ Mas a professora me disse... _ Sei o que ela disse, ela contou tudo quando me tirou daquele lugar. _ Nando me interrompeu. _ Então foi ela! _ Meu pai havia contato um monte de mentiras a todo mundo, e grande parte acreditou, aqueles que duvidavam tinham medo de ir contra ele. Mas minha tia Luiza sabia que havia algo errado, ela pressionou minha mãe até que ela contou onde eu estava. Ai ela foi me buscar hoje! _ Respondeu Nando ainda triste. _ Deve ter sido horrível se largado assim! _ Me imaginei naquela situação, largado no fim do mundo com pessoas que eram da família, mas que eram desconhecidas. _ Ser largado lá não foi o pior, ruim mesmo foi ficar imaginando as coisas horríveis que você devia estar passando e _______________________________________________________________

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quando soube hoje de tudo o que você passou eu fiquei ainda mais infeliz. _ Não foi culpa sua! _ Tentei aliviar a situação. _ Foi... Eu devia ter imaginado que meu pai sendo tão fanático como ele é, não ia aceitar a gente com tanta facilidade, fui ingênuo e burro. _ Você não é burro! _ Disse. _ Senti tanto a sua falta! _ Disse Nando me abraçando novamente. _ E eu a sua! Nando e eu nos beijamos como nunca antes. Um beijo que misturava todos os sentimentos que um ser humano apaixonado pode sentir: felicidade, esperança, nervosismo, ansiedade, ternura, afeto, paixão, amor e etc. Naquele momento nada importava mais do que nos dois. Estávamos juntos de novo e isso era tudo o que queria e precisava saber. Nando com a suavidade de sempre tirou e minha camisa e ficou meio espantando quando viu que eu estava bem mais forte fisicamente do que antes. Até brincou: “Não acredito que isso tudo é meu”, sorri e respondi a altura: “foi, é e sempre será seu”. Tirei a camisa de Nando e comecei a massagear sei peito definido e abdômen rasgado. Nossas respirações ficavam aceleradas a medida que o êxtase e a excitação iam crescendo. Tirei a calça de Nando e fui beijando todo o seu pau ainda por cima da cueca Box branca que eu adorava que ele vestisse. Alisei suas pernas musculosas beijando e vendo que o arrepiava em cada nova região que era explorada por meu tesão. Nando tirou a minha calça e retribuiu as massagens e os beijos ardentes em todo o meu corpo. Deitamos lado a lado e nos olhamos por alguns minutos. Aquela visão era melhor que já havia tido em toda a minha vida. Meu Nando estava comigo novamente. Seus amáveis olhos e seu rosto mais que perfeito me encantavam e enlouqueciam de paixão. _______________________________________________________________

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Nando levantou da cama e foi pegar uma camisinha, porem antes de voltar para junto de mim ele tirou a cueca e revelou o pau que eu tanto gostava já duro feito pedra. Eu tirei a minha cueca e mostrei que meu pau estava duro e latejando de tanto tesão. Quando voltou para cama fizemos um sessenta e nove maravilhoso. Eu chupei o pau de Nando com a sede que eu tinha, meu tesão era tanto que quase consegui colocar tudo na boca e levar Nando ao delírio. Ele chupava meu pau com suavidade e mordiscava minha bunda algumas vezes até que por fim fez um cunete em mim. Eu sentia a língua de Nando no meu cu e aquela é uma sensação indescritivelmente maravilhosa e inesquecível. Não me contive peguei a camisinha e coloquei no pau dele, depois deitei ao seu lado e fiquei de costas. Nando me abraçou e foi me penetrando com suavidade e delicadeza. Rangi os dentes e comprimi os lábios, soltando um sussurro do mais puro tesão e prazer. As estocadas de Nando começaram tão devagar que eu conseguia sentir cada milímetro me invadindo e me preenchendo, e à medida que o tempo passava iam acelerando. Trocamos de posição, eu deitei e abri bem as pernas enquanto meu Nando veio por cima de mim com força e potencia e me penetrou. Eu senti e vi o púbis de Nando vindo contra minha bunda com precisão e ânimo. Via o suor dele percorrer aquela barriga definida e isso me dava ainda mais tesão. Nando me beijou profundamente enquanto me comia com desejo e paixão. Ficamos naquela posição até quando senti a estocada mais forte e mais profunda, seguida do gemido mais alto. Nando havia gozado. Ele saiu de cima de mim e viu que eu não havia gozado ainda, sem me perguntar nada e antes que eu pudesse dizer alguma coisa Nando caiu de boca no meu pau com velocidade. Ele chupava meu pau e meu saco quanto me punhetava. Não demorei muito e gozei na boca de Nando, ele engoliu tudo e depois sorriu. _______________________________________________________________

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Deitamos juntos novamente e dormimos abraçados. A noite passou como um relâmpago e mal vi já estava na hora de acordar para ir a escola. Quando me levantei vi que Nando não estava do meu lado, fui até a cozinha e vi que ele estava fazendo misto quente. _ Cozinhando ai que lindo! _ Sibilei sorrindo. _ Droga... Estragou a surpresa! _ Que surpresa? _ Indaguei. _ Ia levar seu café no quarto! _ Há que lindo, agora fiquei apaixonado! _ Exclamei extasiado. _ Só agora! _ Não, na verdade foi ontem quando você me comeu daquele jeito! _ Respondi rindo e falando alto. _ RICK! _ Criticou Nando. Sorri com o espanto de Nando, pois sabia que minha mãe não estava mais em casa naquela hora. Tomamos café da manha juntos e conversamos um pouco. Nando me contou que estava morando com a sua tia, a nossa professora de física e que seu pai e sua mãe estavam se separando. Todos na igreja ficaram muito surpresos quando souberam que ele havia abandonado o filho, onde Judas perdeu as botas, só por que ele era gay. Afinal não se esperava isso de um pastor tão respeitado quanto ele. Nando me disse também que não queria falar novamente com o seu pai, eu tentei falar com ele sobre isso, mas ele estava irredutível quanto a sua relação com o pai. Fomos juntos a escola naquele dia embora Nando não estudasse mais ali. Quando chegamos a entrada do colégio todos os olhares se voltaram para nós. Eu até ouvia os cochichos: “ele voltou”, “não é possível que a família aceite”, “não sei o que esse gato viu nesse nerd”. Respirei fundo e entrei na escola, pensei que Nando ia ficar do lado de fora, contudo ele pegou em minha mão e andamos juntos. Não importava o que dissessem e nem o que fizessem contra nós, estávamos mais juntos e fortes do que nunca. O preconceito existe e sempre vai existir, contudo se _______________________________________________________________

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lutássemos teríamos a vitória, e ela teria um gosto mundo melhor. Eu me sentia realizado, estava nas nuvens. Antes de entrar na sala olhei para o portão da entrada do colégio e vi que Paulo Cesar estava parado olhando para a gente, eu não sei o que era mais senti que ele estava triste. Voltei a encontrar Paulo Cesar alguns anos mais tarde e em outra situação. Mas essa é uma outra história... FIM

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