Julie cross 01 tempest

Page 305

ou baby-sitter. Era quase tão jovem quanto uma colegial. Talvez trabalhasse para o meu pai enquanto cursava o ensino médio. Ela se sentou num banco perto da caixa de areia. Meu eu de 2 anos de idade pulou na caixa e continuou pulando até chegar à outra extremidade. – Quer um baldinho? – meu pai perguntou a Courtney. Ela disse que sim com a cabeça, sacudindo as marias-chiquinhas e continuando a cantar. Meu pai colocou um balde azul na frente de Courtney e então olhou para a mulher e sorriu. Não foi o tipo de olhar que se dá para uma empregada ou colega de trabalho. Era algo mais. O meu pequeno eu pulou até ficar atrás de Courtney, pegou um punhado de areia e começou a polvilhá-la sobre a cabeça da minha irmã. – Está chovendo, chovendo... Ela cobriu o rosto com as mãozinhas gorduchas e gritou: – Não! Por um instante fiquei fascinado com a capacidade que o meu eu de 2 anos tinha para fazer o olhar mais inocente e desonesto que eu já vi. Era como se eu adorasse fazer Courtney gritar assim. – Não, Jackson! – disse meu pai. Courtney se virou e empurrou meu rosto com as duas mãos. – Para! Ela me empurrou com tanta força que eu caí sentado. Então me levantei no mesmo instante e peguei um caminhãozinho e comecei a brincar com ele sobre os montes de areia. – Vamos fazer um castelo para a princesa Courtney? – meu pai perguntou. Eu revirei os olhos. Então foi assim que tudo começou. Toda a minha infância, sempre foi assim. Eu sou a princesa, por isso eu é que mando. Papai que disse. Meu pai encheu o balde de areia, usando a pá de Courtney, mas eu pude vê-lo sondando as árvores em torno do parque, à procura de


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.