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2.3 COMO AS PANDEMIAS AFETARAM A VIDA DAS PESSOAS

2.3.1 GRIPE ESPANHOLA

Na cidade de São Paulo, a gripe espanhola, ou apenas “a espanhola!”, como os moradores da cidade se referiam, em tom alarmado, à enfermidade durante os seus piores momentos, levou 5.429 vidas em 66 dias, o equivalente a 1% da população paulistana, que era de 523.196 pessoas na época, conforme dados levantados pelo historiador Claudio Bertolli Filho no livro A gripe espanhola em São Paulo, 1918.

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“As epidemias seguem sempre o mesmo roteiro”, explicou Cláudio em um seminário do Instituto Nutes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Um roteiro que, segundo o historiador, começa com uma fase da negação, em que as pessoas seguem vivendo suas vidas como sempre, acreditando que a doença pertence a uma terra distante e não vai alcançá-las; quando a peste se aproxima, acreditam que não terá força para fazer mal a ninguém; e, quando começa a matar, defendem que os sistemas de saúde serão suficientes para dar conta da situação.

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Fonte: https://wwwsaopaulo sp leg br/apartes/a-gripe-que-derrubou-sao-paulo/, acessado em 11 de março de 2023.

2.3.2 H1N1

Para ser capaz de causar uma pandemia, como é chamada uma epidemia em escala global, um vírus precisa também conseguir se replicar em seres humanos, ser facilmente transmitido entre indivíduos da nossa espécie e causar uma doença grave.

Foi o que ocorreu com o novo subtipo de H1N1, que, quatro meses depois de ser descoberto, havia se disseminado pelo planeta em grande velocidade, por meio do sistema aéreo global, como ocorreu na pandemia atual, e chegou a mais de 120 países. Em 11 de junho, a OMS declarou que o mundo enfrentava uma pandemia de gripe suína. Seu fim só seria anunciado pela agência 14 meses depois. A OMS apontou em seu último relatório emitido durante aquela pandemia que 214 países e territórios registraram casos da gripe suína.

Com o Brasil, não foi diferente e, como afirma o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, em um estudo realizado junto com outros cientistas brasileiros e publicado em 2009, o país foi "seriamente afetado".

2.3.3 COVID-19 - IMPACTOS SOCIAIS, ECONÔMICOS, CULTURAIS E POLÍTICOS DA PANDEMIA

Os efeitos da COVID-19 no aumento das desigualdades existentes foram já documentados, por exemplo, com aqueles em empregos não especializados, menor acesso à tecnologia e aqueles que tradicionalmente suportam o maior peso do trabalho doméstico, experimentando as maiores perdas.

A pandemia de Covid-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2 ou Novo Coronavírus, vem produzindo repercussões não apenas de ordem biomédica e epidemiológica em escala global, mas também repercussões e impactos sociais, econômicos, políticos, culturais e históricos sem precedentes na história recente das epidemias.

A estimativa de infectados e mortos concorre diretamente com o impacto sobre os sistemas de saúde, com a exposição de populações e grupos vulneráveis, a sustentação econômica do sistema financeiro e da população, a saúde mental das pessoas em tempos de confinamento e temor pelo risco de adoecimento e morte, acesso a bens essenciais como alimentação, medicamentos, transporte, entre outros.Além disso, a necessidade de ações para contenção da mobilidade social como isolamento e quarentena, bem como a velocidade e urgência de testagem de medicamentos e vacinas evidenciam implicações éticas e de direitos humanos que merecem análise crítica e prudência.

2.4 FORMAS DE TRABALHO NA PANDEMIA

Durante as pandemias citadas no capítulo anterior, as formas de trabalho tiveram que ser adaptadas, visando a saúde da população. As mudanças da forma de trabalho passaram e ainda passam por alterações, levando em conta que cada segmento tem sua forma de trabalho e nem sempre a mudança que pode ser positiva para um determinado setor, será também para outro.

2.4.1 GRIPE ESPANHOLA

Segundo António José Marques, autor do livro “Trabalho e trabalhadores no Brasil durante a gripe espanhola de 1.918", o governo de São Paulo orientou aos proprietários de fábricas que tratassem dos operários enfermos, mas poucas indústrias atenderam esta orientação. Algumas delas colocaram carros à disposição da Diretoria Sanitária, mas a gasolina era fornecida pela própria repartição.

Por outro lado, eram as fábricas que pediam ajuda ao governo, como ocorreu em São Bernardo, quando foram notificados 18 casos de gripe entre os operários da Firma Souza Aranha & Companhia, que solicitou a intervenção da Diretoria do Serviço Sanitário, pois trabalhavam na empresa cerca de 400 operários, e o mal tendia a alastrar-se. Quando o governo decretou feriado em São Paulo devido à epidemia de gripe, a Associação Comercial de São Paulo, que reunia industriais e comerciantes, comunicou aos associados que não havia interferência na referida providência.

Aos operários restava trabalhar até morrer, culpa deles, como se percebe no comunicado da Diretoria Sanitária: “os casos fatais têm sido observados em operários que, embora já se percebem doentes, insistem em suas ocupações laboriosas, só as abandonando quando vencidos pela afecção.” Segundo o jornal O Combate, “o Serviço Sanitário declara que o maior número de óbitos se deve atribuir aos abusos dos operários que, embora sentindo-se enfermos, insistem em continuar no trabalho e só o abandonam quando o tratamento já não pode ser eficaz.”

Entretanto, em carta ao jornal, o professor anarquista João Penteado denunciava que as fábricas não sofriam fiscalização sanitária. E acrescentava que os trabalhadores ficavam aglomerados, sob o peso de trabalho extenuante e prolongado. 21 A primeira fábrica em São Paulo que criou um posto médico foi a Companhia Antarctica Paulista: “[...] é o que deviam fazer todas as fábricas [...] aos seus proprietários não podem faltar recursos, pois que os lucros da guerra são um fato que já hoje ninguém contesta.”

Somente mais cinco fábricas instalaram postos médicos: Cia. Nacional de Tecidos de Juta (em duas fábricas), Cotonifício Rodolpho Crespi, Fábrica Penteado, Crystaleria Ítala e Fábrica de Fumos Progredior A relação com os postos médicos e endereços era publicada na imprensa. A Cia. Vidraria Santa Marina, no bairro da Água Branca, em São Paulo, ofereceu o salão da escola à Diretoria Sanitária para instalar um posto médico.

Esta fábrica era bastante conhecida por explorar o trabalho de crianças. Noticiou-se ainda que, em São Bernardo, a Fábrica de Tecidos Lucinda abrira um posto médico, mas por estarem enfermos vários operários, a fábrica foi fechada, sendo uma das últimas a voltar a funcionar regularmente. Somente a 6 de novembro, a Associação Comercial de São Paulo abriu um posto de socorro para distribuição de medicamentos e alimentos. No interior de São Paulo, havia fábricas que abriram postos de socorro, como a Cia. Industrial de Taubaté e a Cia. de Fiação e Tecelagem São Pedro, em Itu.

2.4.2 H1N1

A Organização Mundial da Saúde estabeleceu uma nova denominação em razão da similaridade que o vírus da "gripe suína" possui em relação à transmissão com a do vírus da "gripe comum". Por tal situação, o vírus está relacionado cada vez mais com o ser humano e cada vez menos com o animal.

A preocupação reside no grande aumento de casos constatados no mundo inteiro, mas principalmente, nos países vizinhos do Brasil, o que vem colaborando, inclusive, para o assustador aumento de casos no país, após a grave difusão da doença em nosso país em 2009/2010.

Um dos motivos que contribui para este aumento é a circulação de pessoas que, no período de férias, acabam se deslocando para outros países e adquirindo a doença.

Bem próximo desta realidade, estão também os empregados que acabam fazendo parte deste grupo, ou seja, no exercício de sua função se deslocam entre um país e outro e também são contaminados pelo vírus.

Embora muitos atribuem a responsabilidade somente aos governos, na verdade todos somos responsáveis, inclusive as empresas, especificamente o setor de medicina e segurança do trabalho, que deve atuar como agente preventivo, ou seja, este deve, antecipadamente, alertar e orientar o seu empregado quando este necessitar sair do país para exercer qualquer atividade profissional.

Os profissionais como motoristas, consultores, agentes de marketing e propaganda, auditores, tripulantes de aeronaves e navios, entre outros, são pessoas que, no exercício de sua atividade, muitas vezes são obrigados a se deslocar com frequência entre um país e outro, o que os tornam vulneráveis a adquirir a doença.

2.4.3 COVID-19

Migração de escritórios tradicionais para coworkings. Diversas empresas seguirão trabalhando dessa forma, já outras estão retornando ao presencial e há aquelas que encontraram um meio termo, uma maneira de manter a flexibilidade oferecida pelo seu home office, mas sem tanto distanciamento físico.

Algumas empresas viram na implementação do coworking uma forma de economizar os altos custos de manter uma estrutura própria, mas sem deixar os funcionários 100% em casa. As empresas encontram nesses locais uma estrutura adequada para trabalhar de forma produtiva, eficiente e mais econômica. Dessa forma, as empresas conseguem dar a liberdade para seus funcionários irem em determinados dias da semana. Assim a equipe alterna entre encontros online e presenciais.

2.6 SURGIMENTO DO COWORKING NO BRASIL

No Brasil, o primeiro coworking surgiu apenas em julho de 2008, em São Paulo. Foi o The Hub (atual The Impact Hub), uma filial de uma rede londrina de escritórios compartilhados. Meses depois, surge o Ponto de Contato, também em São Paulo. Esse foi o primeiro espaço de coworking realmente brasileiro aberto no país. Começou timidamente, com apenas 16 posições.

O último censo divulgado, em 2019 pelo Coworking Brasil, aponta a existência de 1.497 coworkings no Brasil. Os espaços estão espalhados por 195 municípios e por 26 unidades federativas. Em relação a 2018, o crescimento foi de 25% no número de espaços, o que é impressionante para apenas um ano. Muitos coworkings amadurecem nesse período, com aumento de lucratividade e faturamento. Coworking não é apenas uma indústria. É uma cultura. Seu espírito significa inovação, criatividade, dinamismo, acolhimento e, principalmente, adaptação ao futuro. Flexibilidade, colaboração e comunidade são os combustíveis que movem o trabalho dos coworkers no Brasil e no mundo.

2.7 IMPACTO DA PANDEMIA COVID-19 E O AUMENTO DA PROCURA POR COWORKINGS

Um dos desafios de se pensar arquitetura no momento que estamos vivendo é como encaramos até hoje todas as questões ensinadas de forma a incentivar o convívio e interação entre as pessoas, agora estamos tendo que repensar exatamente o contrário, como manter esse contato e ao mesmo tempo garantir a segurança das

pessoas.

"Provavelmente o fundamental é que, anteriormente, em termos de planejamento espacial, costumávamos fazer muito trabalho para unir as pessoas e socializar. É quase como se estivéssemos fazendo o inverso agora; estamos deliberadamente mantendo as pessoas separadas ” (PETE THOMPSON ,2020)

O coworking na pandemia de covid-19 acelerou o que já era tendência. A adoção repentina do home office, por força da política de distanciamento social para o combate à pandemia, abriu as portas para outra realidade no mundo do trabalho. A flexibilidade de poder trabalhar fora da empresa, que pode ser na residência ou mesmo nos espaços compartilhados, como os coworkings, mostrou seu valor tanto para as companhias quanto para os colaboradores. Mas o formato adotado por força da ocasião impõe uma série de desafios para manter as equipes motivadas e produtivas, e, com isso, a nova tendência no pós-pandemia de adoção do trabalho híbrido chegou como solução para esses problemas.

Dados do Censo Ancev 2021, realizado pela Associação Nacional dos Coworkings e Escritórios Virtuais com 206 respondentes, dos 1.647 espaços ativos nas 100 maiores cidades do país, confirmam a perspectiva de expansão do segmento atendendo a esta nova demanda por espaços compartilhados.

Do universo pesquisado, 40,3% dos coworkings estão em processo de expansão, 12,6% foram recém-criados e 36,9% se consideram consolidados. Nos últimos 12 meses, quase 50% dos espaços registraram lucro acima ou dentro do esperado. Sobre a adesão de clientes ao formato híbrido, 16,5% dos coworkings afirmaram que um quarto dos clientes já aderiu. Os espaços de trabalho compartilhados que relataram adesão entre 75% e 100% de seus clientes ao formato híbrido chegaram a 14,6%.

“Muitas empresas que colocaram os funcionários em home office exclusivo, agora começam a perceber que com o tempo pode ser uma medida improdutiva, que reduz a criatividade dos colaboradores e pode afetar a saúde mental e física, pelo trabalho em locais inadequados e a falta de interação presencial”, comenta Patrícia Coelho, diretora de operações e novos negócios do Club Coworking, explicando o bom momento vivido pelos espaços compartilhados, pela economia que oferecem e também ao permitirem que as pessoas se encontrem, trabalhem juntas e troquem informações.

“O coworking como nós pensamos se torna um ecossistema, um hub em que pessoas trocam informações e as empresas ali alocadas podem descobrir sinergias e possibilidades de negócios entre si. É um ambiente muito rico”, diz ela.

GRÁFICO 3 - Aumento de procura de espaços de coworking pré pandemia

Fonte: https://coworkingbrasil.org/censo/2019/, acessado em 25 de março de 2023.

GRÁFICO 4 - Aumento de procura de espaços de coworking pós pandemia https://menafn.com/1100614835/The-Global-Coworking-Spaces-Market-To-Take-A-H it-As-Growing-Coronavirus-Cases-Force-People-To-Work-Remotely, acessado em 12 de abril de 2023.

Um levantamento da International Workplace Group (IWG), que gerencia espaços de coworking em todo o mundo, revela que houve um aumento de 93% na busca por locais de trabalho coletivo no primeiro trimestre de 2022, em relação ao mesmo período de 2021. O Brasil está entre os países em que esse fenômeno foi verificado, com alta de 97%. A demanda por salas de reunião no Brasil, por exemplo, registrou

216% de crescimento entre janeiro e março deste ano, também no comparativo com o mesmo período de 2021. O resultado é acima da média global, de 166%. Segundo a consultoria imobiliária Newmark, são mais de 1,6 mil unidades de coworkings no país.

3 - REFERÊNCIAS PROJETUAIS

3.1 IMPACT HUB “O PRIMEIRO COWORKING DO BRASIL”

Arquitetos: Luiz Paulo Andrade Arquitetos; Luiz Paulo Andrade Arquitetos

Local: Pinheiros/ SP/ Área: 1200m²/ Ano:2016

CONJUNTO DE IMAGENS 3 - IMPACT HUB “O 1º COWORKING DO BRASIL”

O projeto trata da remodelação completa de dois antigos armazéns (1950s e 1960s) de dois edifícios vizinhos. Os espaços são subsolos dos edifícios voltados para a rua Teodoro Sampaio, mas que estão em nível com um praça semi-pública na Rua Virgílio de Carvalho Pinto. Portanto, forma um espaço inusitado na malha urbana de SP. Ambos os edifícios estavam completamente descaracterizados.

O trabalho dos arquitetos foi unir os 2 andares de cada edifício, interligando e criando espaços amplos e conectados, possibilitando alta capacidade e se ajustando, tendo como característica principal a flexibilidade. Foi necessário fazer uma completa adequação do imóvel, considerando ainda a necessidade de climatização e renovação da qualidade do ar Tudo dentro de uma lógica de qualidade ambiental e economia de recursos e energia.

As características de inovação e criatividade dos que ali trabalham nos inspiraram e motivaram a pensar nessa arquitetura do século XX, a Bauhaus. Tomamos partido de muitos dos conceitos fundamentais desta escola, o que resultou num projeto bastante específico e de muito sucesso para o que pretendiam os empreendedores.

Simplicidade, estética e qualidade técnica. Primeiro “depenamos” os edifícios, deixando apenas sua estrutura de concreto aparente, posteriormente inserimos as infraestruturas elétricas, hidráulicas e de refrigeração, que ficaram aparentes. Por último, colocamos o recheio, divisórias e painéis, além do mobiliário. As dificuldades foram muitas, em especial a necessidade de cortes e fechamento nas lajes existentes, para a inserção de novas escadas e acessos, além da integração entre os dos edifícios.

CONJUNTO DE IMAGENS 4 – PLANTAS “IMPACT HUB”

3.2 PADDINGTON WORKS - LONDRES

Localizado na região central de Londres. O Paddington Works é um espaço de coworking e eventos voltado para startups de tecnologia e foi projetado pelo escritório Threefold Architect.

CONJUNTO DE IMAGENS 5 - “PADDINGTON WORKS”

Apesar de ter sido desenvolvido antes da pandemia, o projeto foi adaptado não só para essa nova realidade a qual mudanças tiveram que ser realizadas, mas pensando também no contexto pós Covid-19, atuando como um modelo acerca do futuro dos espaços de trabalho compartilhados. Contando com 15.000 m², a linha projetual seguida foi baseada nos princípios da arquitetura de bem-estar, ou seja, o objetivo era de criar espaços mais saudáveis e felizes, o que envolve uma boa iluminação, acústica e qualidade do ar. Essas características atuarão como uma boa diretriz para o desenvolvimento deste trabalho.

Em relação aos espaços, o Paddington possui dois andares onde estão dispostos estúdios privativos, espaços de trabalho coletivo, salas de reunião e um auditório multiuso. Para a disposição desses ambientes, foi levado em consideração a questão do uso pelas pessoas, desta forma o layout apresenta uma disposição organizada da seguinte forma: os espaços de trabalho são divididos em grupos o que possibilita gerar dentro do coworking pequenas comunidades. Esses grupos estão localizados em torno de uma cozinha e um espaço social - área de convívio e possui salas de reunião e áreas para descanso próprias.

Inspirado na estação de Brunel e seu galpão de trem, o projeto emprega uma paleta de material simples e robusta, com a intenção de dar ao espaço uma qualidade industrial.

O bem estar é a intenção dos espaços, os serviços do edifício são projetados com

3.3 SEDE DO GRUPO EDITORIAL RECORD

Projeto: Editora Record

Local: São Cristóvão/ Rio de Janeiro

Escritório responsável: Studio dLux

Início da obra: 2021 e foi finalizada no meio do ano Área: 595m²

CONJUNTO DE IMAGENS 7 “SEDE DO GRUPO EDITORIAL RECORD”

O escritório foi contratado ao final de 2019, um pouco antes do início da pandemia, cujo principal objetivo era reformar um dos pavimentos do edifício da editora. Porém, posteriormente, as demandas foram mudando e a ideia para a proposta foi reformular a divisão das áreas de trabalho dos funcionários dos setores de editorial e de marketing. A mudança foi tão grande que impactou não somente na forma como a equipe pensava em relação aos espaços de trabalho, mas como também alterou o comportamento no dia a dia na editora.

O projeto passou a contemplar dois andares, o terceiro e quarto, de maneira que cada um possui suas peculiaridades e identidade, sendo o uso e as cores diferentes para cada um desses espaços. O 3º andar ficou para a equipe do editorial, espaço este que se alterou consideravelmente, pois antes os editores ficavam separados uns dos outros por grupos de livros.

No entanto, o que a editora desejava era que ter uma maior integração, no sentido de que as pessoas pudessem trabalhar vendo uns aos outros, tendo assim, uma maior troca e colaboração e também uma área mais reservada para reuniões. Isso foi permitido pela forma como foram distribuídas as estações de trabalho. Os tons predominantes no ambiente são o azul e o branco e o mobiliário no amadeirado, sendo que cada mesa de trabalho é iluminada por pendentes de sobrepor

Já no 4º andar fica a equipe de marketing e o layout possui um conceito mais aberto e também conta com salas de reuniões, as cores que são um pouco mais vibrantes que no outro andar e foram escolhidas pela própria equipe, sendo o laranja, o verde-água, o branco e detalhes no amadeirado.

A estética geral do projeto é um design mais limpo e aberto, as cores estão aplicadas, de modo mais pontual nas paredes e na tubulação instalada em cada área de trabalho, que fica responsável pela parte elétrica, e em alguns móveis. A divisão dos ambientes que requerem maior privacidade se dá principalmente por divisórias de vidro, que permitem manter uma conexão visual com todo o espaço. Além disso, é possível analisar que o edifício recebe uma boa quantidade de luz natural devido as janelas laterais, o que possibilita também uma boa ventilação nos espaços. Percebe-se, pela configuração do layout, que houve uma preocupação quanto ao distanciamento necessário devido ao Coronavírus, pois não dá mais para se pensar em ambientes de trabalho que não tragam esses e muitos outros pontos como características fundamentais no desenvolvimento de ambientes na atualidade.

O mobiliário também deve acompanhar e estar alinhado quanto às novas necessidades, por isso as mesas que estão em ambos os ambientes é da Mono Design, empresa de mobiliários, e é pensada principalmente para espaços de uso compartilhado e que necessitam de flexibilidade. Outro detalhe importante na concepção do espaço foi a participação ativa dos arquitetos na realidade da Editora Record, ou seja, diretamente com o usuário, podendo entendê-los e ajudá-los plenamente na reformulação e divisão das áreas de trabalho.

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