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4.2.7. Princípio da Incerteza O Princípio da Incerteza postulado por Werner Heisenberg demonstra que “não é possível medir simultaneamente, com precisão absoluta, a posição e a velocidade de um objeto quântico” (GOSWAMI, 2003, p. 47). Somente é possível calcular a probabilidade de um elétron, por exemplo, estar em determinada posição, ou possuir determinado momentum (massa multiplicada pela velocidade). Em uma curva Gaussiana há o ponto máximo no qual a probabilidade é maior de se encontrar o objeto quântico em uma posição, porém as regiões internas da curva fora do ponto máximo central registram a incerteza deste valor. Para o momentum segue-se o mesmo raciocínio, ou seja, se for possível medir com um determinado grau de certeza a posição de um elétron, será impossível medir com precisão o seu momentum, e o contrário também será verdadeiro, matemática e fisicamente. Heisenberg também descobriu em seus cálculos que o “produto das incertezas da posição e do momentum é maior [...] ou igual [à] [...] constante de Planck” (GOSWAMI, 1998, p. 59). Esta constante (um número fixo de valor muito pequeno) descoberta por Max Planck determina a escala de grandeza na qual os efeitos quânticos são possíveis. O Princípio da Incerteza também pode ser chamado de Princípio da Indeterminação (ARNTZ; CHASSE; VICENTE, 2007, p. 58).

4.2.8. Não-localidade Einstein, apesar de nunca conseguir conciliar sua Teoria da Relatividade com a Física Quântica, chegando por vezes a contestar esta última, acabou em algumas ocasiões a contribuir com ela, como foi o caso do Efeito Fotoelétrico e do fóton. Em 1930, Albert Einstein, Boris Podolsky e Nathan Rosen, idealizaram um experimento (que ficou conhecido como Efeito EPR) que serviria para desmentir a imprevisibilidade quântica dada pelo Princípio da Incerteza de Heisenberg. Basicamente, neste experimento idealizado, duas partículas subatômicas, que interagiram entre si durante algum tempo, tornaram-se correlacionadas e depois deixaram de interagir. Esta correlação implica que seria possível calcular os valores de momentum e a distância entre as partículas, apenas observando-se uma delas em movimento (movimento pressupõe posição, velocidade e momentum), mas com um detalhe: enquanto estavam interagindo. Cessada a interação, a medição de uma partícula não afetaria a outra. Esta condição era necessária para que ao medirse uma partícula pudesse se descobrir a posição e o momentum da outra partícula, e isto implicaria em uma incompletude da teoria quântica. Einstein pensava que variáveis ocultas agiam localmente controlando a dita movimentação probabilística das partículas subatômicas, favorecendo assim o realismo (GOSWAMI, 1998, p. 144-160). O trabalho de David Bohm (1951) trouxe uma forma experimental de correlacionar

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