MestradoemEducaçãoeTecnologiasDigitais
INTRODUÇÃO À ANÁLISE DE DADOS Ano 0 - nº 1 - 2015 - Edição Luso-Brasileira
Destaque
FórunseAnál isedeconteúdo
Fóruns de discussão: uma fonte inesgotável de informação. O que são? Como investigar em fóruns?
Análise de Conteúdo: novas perspectivas de recolha de dados na comunicação assíncrona.
Tecnologias: ferramentas de apoio à análise de conteúdo.
EDITORIAL ?A análise de conteúdos deve começar onde os métodos tradicionais acabam? Laswell, Lerner e Pool (1952, citados por Bardin, 1977)
Falar de análise de conteúdo remete-nos, num tempo longínquo, para a hermenêutica - ?a arte de interpretar os textos sagrados ou misteriosos?. (Bardin, 1977, p.14) Retirar dos textos os seus duplos sentidos ou mensagens
subliminares
implica
observação
cuidada
uma
ou
?uma
intuição
carismática?. (Bardin, ibidem) Atualmente os «textos» ou os conteúdos alvos
de
análise
assumem
formas
diferentes. A comunicação processa-se com recurso a tecnologias digitais que implicam
Colaboradores:
não só novas formas de comunicar como de
DanyFreitas
?aprender e de gerir o conhecimento?
Érikacitado Santos por Coutinho, 2013, (Carneiro, 2001, p. 21).
FernandaRazera
etúlioMeonline lo Os cursos emG regime ou híbridos têm vindo a assumir PauloGucada imarãevez s maior importância no
contexto
educativo.
RosáliaRibeiro
Estes
cursos
sustentam-se em recursos e ferramentas
SofiaCavaco
diversificadas
que
potenciam
um
2
ÍNDICE
6
4
8
ANÁLISEDECONTEÚDO- OQUEÉ? ANÁLISE DE CONTEÚDO EM FÓRUNSDEDISCUSSÃO
FÓRUNSDEDISCUSSÃO- OQUE SÃO? para
Pode dizer-se que a Análise de
conversa ou diálogo entre seus
Conteúdo, se configura como
fóruns
participantes,
a
?um conjunto de técnicas de
representa um recurso que
troca de experiências e o
análise das comunicações" em
pode auxiliar o professor pois
debate de ideias, bem como a
que, por meio do empirismo, se
permite
construção de novos saberes.
articula
automatizada e rápida, uma
(Bruno, 2007)
sujeitos e as interpretações
análise
pretendidas enquanto objetivo
postadas em um ambiente
(Bardin, 1977, p.31).
único.
É
uma
ferramenta
permitindo
13
EMQUESITUAÇÕESSEAPLICA? A análise de conteúdo em fóruns
pode
aplicar-se
em
situações em que se pretenda
efetuar ambientes
melhorias virtuais
aprendizagem e não só...
nos de
os
discursos
dos
15
A análise de conteúdo em de
fazer,
das
discussão
de
forma
mensagens
17
INSTRUMENTOSPARAANÁLISEDE ESTRATÉGIASDECONSTRUÇÃO DOMÉTODO CONTEÚDO De acordo com Viana (2014), Conheça algumas ferramentas a elaboracão dos planos informáticas, como a UCINET, a (coleta e análise dos dados) NetDraw ou o Weft QDA. ajuda na ampliacão da visão sobre os caminhos a serem trilhados no desenvolvimento da pesquisa.
FÓRUNS DE DISCUSSÃO O QUE SÃO? OSFÓRUNSDEDISCUSSÃOSÃO,NOSDIASDEHOJE, ESPAÇOSSINGULARESNOENSINOONLINE, EOPAPELQUE DESEMPENHAM NOENSINOONLINE E NAS COMUNIDADES VIRTUAIS DE APRENDIZAGEM, TORNAM ESTA FERRAMENTACOMOUMAMAISVALIACOMOINSTRUMENTODETRABALHO,DECOMUNICAÇÃO,DEAVALIAÇÃO EDEMATERIALIZAÇÃODASAPRENDIZAGENS. PARAMARTINSEMEIRINHOS(2001) SÃOUMIMPORTANTE INSTRUMENTODE TRABALHOPARA A INVESTIGAÇÃOEM AMBIENTES VIRTUAIS, NA MEDIDA EM QUE POSSIBILITAMCONHECERASINTERVENÇÕESEANALISARASDINÂMICASDAINTERAÇÃODESENVOLVIDAS ENTREOSSEUSELEMENTOS. Concordando com Martins e Meirinhos
fórum, mas também pela avaliação das
(2001), para Bruno (2007) o fórum é
intervenções entre alunos e com o
uma ferramenta para conversa ou
professor, permitindo obter estes dados
diálogo
participantes,
sobre as especificidades do grupo ou
permitindo a troca de experiências e o
de cada participante. (Laranjeiro e
debate
Figueira, 2007).
entre
de
seus
ideias,
bem
como
a
construção de novos saberes. Permite a conversa de todos com todos, cada qual ao seu tempo, possibilitando a criação de um ambiente centrado na interação online. Os
fóruns
de
discussão
nas
comunidades virtuais de aprendizagem (CVA)
constituem
ferramenta
de
uma
importante
trabalho
e,
consequentemente, um instrumento de avaliação que o professor dispõe, não apenas pela contagem de mensagens publicadas
pelos
participantes
no
Laranjeiro(2008), citandoPepa(2006), categorizatrêstiposdefórunsde discussão: - Fórunsdediálogossociais? informaiserel acionadoscom interessespessoais; - Fórunsdediálogoargumentativo? individual istas; - Fórunsdediálogospragmáticos? construçãodeconhecimento, 4 construtivistas.
PORQUÊ ADOTÁ-LO COM O ESTRATÉGIA numideal construtuvista, o fórumébenéfico por setratar deumambientedestinado a construção e partil ha de ideias/ conteúdos educacionais entre os membros (professores, tutores e al unos) no processo de aprendizagem, o que, conforme Silva (2006, p. 229), ?al imentando a intel igência col etiva através da col aboração todos-todos?. Do ponto de vista do investigador, os fóruns
conjunto
de discussão, por serem uma forma de
sentido de permitir que sejam feitas
comunicação assíncrona, podem ser usados
inferências válidas. Com o foco direcionado
para formulação de problema e objetivos,
para o professor, a análise de conteúdo do
consequente
e
fórum de discussão permite a identificação
de
de informações importantes sobre seus
investigação, recolha e análise de dados.
alunos, de como eles constroem seus
Para Bardin, (2008, apud Coutinho 2013), a
conhecimentos e percebem o motivo pelo
análise de conteúdo
comunicação
qual alguns alunos não discutemt conceitos
assíncrona tem como objetivo reduzir as
importantes relacionados ao tema central.
muitas palavras de um texto a um pequeno
Ainda, permite que o professor identifique
conjunto de categorias de conteudo. Ainda,
a contribuição real de cada estudante,
o autor afirma que, em uma analise de
observe
operacionalização
desenvolvimento
de
metodologia
em
de
e
documentos/ registos
interfira
na
no
discussão.
conteudo o investigador precisa de ter um sistema
de
categorias
que
deve
ter
objetividade e fiabilidade, ou seja, o mesmo material, quando analisado com base no mesmo sistema de categorias, deve ser codificado da mesma forma, mesmo quando sujeito a várias analises. Para Weber (1990 apud
Coutinho
2013),
a
analise
de
conteudo e?uma técnica que consiste na classificacao e redução do conteúdo de um
Casosejadetetado, por meiodaanálise dedados, queumalunonãoestá participandoouestádesviandodotema dadiscussão, odocentedevetentar ajudá-loasuplantar asdificuldadesea solucionar osproblema.
5
ANÁLISE DE CONTEÚDO O QUE É? Aanálisedeconteúdo(AC) éumconjuntodeinstrumentosmetodológicoscadavezmais subtis, que se aplicamaos discursos (direcionados a conteúdos definidos), visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não), que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/ receção (variáveis inferidas) dessasmensagens(Bardin, p.42). A sua (essência) base é baseada na
apelando para a análise sistemática no
dedução: a inferência (Bardin, 1994).
sentido de obter confirmação a partir
Para o autor, citado por Carmo e
de informações de diferentes naturezas
Ferreira (2008, p.269), esta técnica não
(Bardin, 1977, p. 30). Pode dizer-se que
se
dos
a AC, se configura como ?um conjunto de
deve
cingir
à
descrição
conteúdos
das
mensagens
pois
baseia-se
na
inferência
de
comunicações" (Bardin, 1977 ,p.31) em
de
que, por meio do empirismo, se articula
conhecimentos
das
condições
técnicas
indicadores.
etapa,
interpretações pretendidas enquanto
Carmo e Oliveira (2008, p.270), referem
objetivo (Bardin, p.31). O método da
que se procede à descrição, isto é, à
análise
enumeração
fundamentalmente em executar uma
resumida
após
o
de
sujeitos
das
os
primeira
dos
análise
produção, com base em determinados Numa
discursos
de
conteúdo
e
as
consiste
tratamento do texto, a inferência e por
pré-análise, codificar, categorizar
fim a interpretação.
Para tanto, a
inferir. Para Bardin (1994), as análises
análise de conteúdo tem como objetivo
possíveissão: de avaliação, categorial,
?servir de prova? para hipóteses sob a
enunciação,
forma de
produção do discurso.
provisórias
questões ou servindo
de
afirmações diretriz,
expressão,
e
relações
e
6
Segundo Vala (2005), a análise de conteúdo é uma das técnicas mais utilizadas na investigaçãoempíricapelasváriasCiênciasSociaiseHumanas. Os textos podem ser definidos de forma
como "uma técnica de pesquisa para
ampla como livros, capítulos de livros,
fazer inferências válidas e replicáveis
ensaios,
entrevistas,
debates,
dos dados para o seu contexto" (Lüdke
manchetes
de
artigos,
e André, 1986 apud Azevedo, Behar e
palestras,
Reategrui, 2011); como o modo como é
conversas, publicidade, teatro, conversa
organizado o tratamento dos dados a
informal,
fim
documentos
ou
jornais
e
históricos,
realmente
qualquer
de
se
encontrar
uma
lógica
ocorrência de linguagem comunicativa.
fundamentada para as questões do
Os textos de um único estudo podem
estudo (Afonso, 2005). ?O conjunto de
também representar uma variedade de
documentos tidos em conta para serem
tipos de ocorrências, como o estudo de
submetidos
duas classes de composição, em que se
analíticos? é apresentado por Bardin,
analisa
(2004, p.90) como o corpus.
alunos
e
professores,
aos
procedimentos
entrevistas, diários, discussões em sala de aula e palestras. Para conduzir uma análise de conteúdo em qualquer texto, o texto é codificado em categorias gerenciáveis numa variedade de níveis - palavra, o sentido da palavra, frase, sentença
ou
tema
-
e
depois
examinadas usando um software de análise de conteúdo. Segundo Vala (2005), a análise de conteúdo é uma das
técnicas
investigação Ciências
mais
utilizadas
empírica
Sociais
e
pelas
Humanas.
na
várias Este
processo de análise pode ser definido
7
ANÁLISE DE CONTEÚDO EM FÓRUNS DE DISCUSSÃO O envolvimento em fóruns de discussão é uma atividade importante para os al unos. Através da anál ise da interação dos discentes nos fóruns, o professor pode diagnosticar informaçõessobreosestudantes. No entanto, se o docente possuir uma
Lüdke & André (1986), na constituição
grande quantidade de alunos, o tempo
de
necessário
consiga
apresentação dos dados. A codificação
analisar as discussões será grande. A
corresponde à transformação dos dados
análise de conteúdo em fóruns de
em representação do conteúdo (Bardin,
discussão representa um recurso que
2004) e permite a classificação dos
pode auxiliar o professor pois permite
dados em categorias, podendo ser feita
fazer, de forma automatizada e rápida,
utilizando números, letras ou outras
uma análise das mensagens postadas
formas
em um ambiente único.
André,1986).
para
que
ele
subcategorias
de
para
anotações
facilitar
(Lüdke
a
&
Depois de reunidos todos os dados a serem analisados, inicia-se a análise de conteúdo estabelecendo categorias de codificação ou seja palavras e/ ou frases que podem representar padrões. Estas categorias
permitem
classificar
Importa referir que num conjunto categorial só pode existir uma dimensãodeanál ise(Bardin, 2004).
os
dados obtidos e podem surgir à medida que os dados são recolhidos (Bogdan e Biklen,
1994).
Caso sejam categorias muito gerais e abrangentes segue-se a sugestão de
8
ETAPAS DA ANÁLISE DE CONTEÚDO
O infográfico da direita apresenta as etapas da Análise de Conteúdo, sugeridas por Carmo e Ferreira (2008). Estas etapas são: 1. Definição dos objectivos e do quadro teórica de referência 2. Constituição de um corpus 3. Definição das categorias 4. Definição das unidades de análise 5. Quantificação 6. Análise dos resultados
9
VANTAGENS DA ANÁLISE DE CONTEÚDO A análise de conteúdo oferece diversas vantagens para os pesquisadores que considerem usá-la. Em especial, a análise de conteúdo oferece as seguintes vantagens:
10
DESVANTAGENS DA ANÁLISE DE CONTEÚDO A análise de conteúdo sofre de várias desvantagens, tanto teóricas quanto processuais, nomeadamente as seguintes:
11
PAPEL DO INVESTIGADOR Investigar é anal isar como a mediação pedagógica e como o fórumpode infl uenciar a participação dos discente no fórum; justificar de que forma o al uno distante pode participar significativamentedo fórum; identificar as possíveis formas deutil ização da ferramenta fórum em cursos na modal idade a distância e os objetivos correl atos; sugerir alternativasrel evantesdeutil izaçãodofórumemcursosadistância. Levando em consideração o papel
no
procedimento,
direto e indireto do investigador
totalmente
durante o percurso da investigação,
informações
é encontrado na literatura alguns
afirma Leitão (2008), com esta
referenciais de participação e não
técnica
participação.
?substancialmente a interferência
INVESTIGADOR PARTICIPANTE: Na
do observador no observado e
atividade investigativa o próprio
permite o uso de instrumentos de
investigador é o foco das atenções,
registo sem influenciar o objecto do
pois ele integra o papel de ator
estudo?.
imparcial
ficando com
recolhidas,
a
redução
as como
é
principal da investigação. Este tipo de investigação caracteriza como qualitativa. INVESTIGADOR NÃO PARTICIPANTE: Neste
aspecto,
interessante
que na
é
mais
atividade
investigativa e coletora de dados em fóruns, o investigador não interage
12
EM QUE SITUAÇÕES SE APLICA? Pallof e Pratt (2002) manifestam a sua preferência pelo ambiente assíncrono, tendo em vista que ele permite que as participações dos alunos nas discussões aconteçam a qualquer hora, tendo tempo para pensarem sobre o que se discute e responder no momento que julgarem mais adequado. Diferente das ferramentas de comunicação síncronas, como é o caso do chat, o fórum possibilita
participações
aprofundadas,
pois
mais
alunos
e
professores podem refletir e pesquisar sobre o tema em discussão antes de postar as suas contribuições. Levando em consideração a importância da inteligência coletiva (que é a soma do contributo intelectual de um conjunto de
pessoas)
crescimento
com geral,
o
objetivo
de
valorizando
os
saberes individuais, o fórum se aplica no
processo
de
aprendizagem,
funcionando como um palco exclusivo de interações assíncronas que ?podem levar os seus participantes a construção de
um
conhecimento
conjunto
e
explícito que estará disponível para todos? (Barros e Souza, 2009, p. 04).
13
USOS DA ANÁLISE DE CONTEÚDO Talvez devido ao facto de que poder ser
e idade, sociologia e ciência política,
aplicado
qualquer
psicologia e ciência cognitiva, e muitos
pedaço de escrita ou a ocorrência de
outros campos de investigação. Além
comunicação registada, a análise de
disso, a análise de conteúdo reflete
conteúdo é usada atualmente numa em
uma
grande variedade de campos, que vão
sócio-psicolinguísticos,
desde estudos de marketing e de mídia,
desempenhar um papel fundamental no
a literatura e retórica, etnografia e
desenvolvimento
estudos culturais, a questões de género
artificial.
para
examinar
relação
estreita
da
e
com está
a
inteligência
14
INSTRUM ENTOS PARA A ANÁLISE DE CONTEÚDO
FórumUser eXperience(ForUX)
UCINET- CRIAÇÃODEMATRIZESDE INTERAÇÃO]:PERMITECALCULARINDICADORES Netdraw- [Criaçãodegrafos]:querepresenta ilustrativamenteestarededeinteracções
softwareMineraFórum:queéuminstrumento demineraçãodetexto
NVivo
Sobek:ferramentademineraçãodetextoWeft QDA quepossibilitaanalisar oconteúdodasmensagens
15
TÉCNICAS DE ANÁLISE DE CONTEÚDO TÉCNICA DE M INERAÇÃO Nesse sistema, as operações são baseadas na identificação e extração de características representativas do documento na l íngua natural . Essas operações são responsáveis por transformar dados não estruturados, que estão armazenados nos documentos, emumaestruturaexpressanumformatointermediário. Esta técnica inclui: 1. Extração
melhor resposta para uma determinada
de
informação
para
identificação das palavras-chaves e frases em um texto para estabelecer relações entre termos, pessoas, datas. 2. Topic Traking : armazena o perfil do usuário e, baseado nos documentos por ele visualizados, prever outros documentos que possam ser de seu
questão 6. Sumarização: é uma técnica utilizada para verificar se o documento se enquadra nas necessidades do usuário (utilizador). O objetivo dessa técnica é reduzir a quantidade de detalhes em um documento mas reter a ideia principal e o significado geral. 7. Categorização:
interesse 3. Ligação (linking/ no Brasil linkagem também
é
usada):
de
fazendo
a
conexão
a
conceitos, partir
da
identificação de conceitos parilhados em comum, ajudando o usuário a encontrar informações que nào seriam
é
responsável
por
contar as palavras em um texto e, partir disso, identificar o tópico principal. 8. Agrupamento: difere da categorização porque
não
utiliza
termos
pré-definidos, mas agrupo documentos similares em tempo real.
achadas com os métodos tradicionai de pesquisa 4. Visualização da informação 5. Responder questões: é uma técnica que lida com a forma de encontrar a
16
ESTRATÉGIAS DE CONSTRUÇÃO DO M ÉTODO
17
POPULAÇÃO/AM OSTRAGEM Tipodeamostragemaconsel hável A amostragem é uma etapa de grande
observações, enquanto a ?populacao?
importância
da
e? a totalidade, ou seja, o conjunto de
a
todas as possíveis observações feitas
pesquisa,
no
delineamento
capaz
de
determinar
validade dos dados obtidos.
em condições semelhantes.
A amostragem probabilística em fórum,
O processo de amostragem e? o processo
consiste
seguido para escolher os elementos da
em
generalizacões
determinar sobre
a
que
população
população
a
incluir
na
amostra,
podem fazer-se a partir da amostra que
condicionada,
da mesma foi recolhida.
inferências ou conclusões permitidas
No caso dos fóruns e dependendo do
logicamente,
a
pela amostra.
que está em análise, os dados podem
Coutinho (2013), refere que a utilização
ser considerados a partir de uma
de uma amostra aleatória de cerca de
amostragem
10%
não-problabilistica,
ou
das mensagens,
confere uma
seja, por participante (analisando todas
amostragem
as entradas que dados) ou por fórum
mesma
(analisando todas as participações).
conveniência pode ser usada com êxito
A designação de ?amostra? e?tomada correntemente
num
sentido
mais
amplo, como sinónimo de dados ou
aconselhável.
autora,
a
Para
amostra
a por
em situações em que é mais importante captar as ideias gerais e os aspetos críticos de
um
processo
do
que
propriamente a objetividade científica.
Adequaçãoàpopulaçãoemestudo Sua ideia básica refere-se "à col eta de dados rel ativos a al guns el ementos da popul ação e a sua anál ise, quepodeproporcionar informações rel evantes sobretoda a popul ação". (Mattar, F. p. 128). Entretanto, nem todas as investigações procuram produzir concl usões para popul ação. Nocasodeamostragens não-al eatórias (oupor conveniência) pretende-serecol her dadosparaosparticipantesdainvestigaçãoenãoparaumapopul ação.
18
POPULAÇÃO/AM OSTRAGEM SegundoFl ick (2000) Énecessáriosaber mais sobre apopul ação: a. observar o comportamento que ocorre natural mentenoâmbitoreal ; b. criar situações artificiais e observar o comportamento diante de tarefas definidasparaessassituações; c. perguntar às pessoas sobre o seu comportamentoeseusestadossubjetivos.
Segundo Schiffman e Kanuk (p. 26), um pl ano de amostragem deve responder às seguintesquestões: - quem pesquisar (unidade de amostragem), quantos pesquisar (o tamanho da amostra) ecomosel ecionar (oprocedimentodaamostragem). - Adecisão de quempesquisar exige que o universo seja definido de modo que uma amostraadequadapossaser sel ecionada. - As entrevistas real izadas com o públ ico correto são fatores básicos para a val idadedoestudo. - Otamanho da amostra depende do orçamento disponível e do grau de confiança queaempresaquer al ocar aosresultados.
179
VALIDADE DA INVESTIGAÇÃO VALIDADE INTERNA Em geral a util ização de ferramentas assíncronas, em especial o fórum, possibil ita diversas maneiras de se apl icar a investigações, isto é, o manuseio de fóruns pel o investigador possibil ita quesebusqueuma recol ha dedados dediversas questões vivas dentrodeumcursoemmodal idadese-l earningoub-l earning, Contudo, o espírito da validade
processos
de
construção
investigativa durante a utilização
conhecimento
dos fóruns como meio de captura de
online, obtendo assim insights sobre
informações científicas, no todo, é
as interações dos estudantes, nestes
muito bem aproveitada. Coutinho
novos ambientes? (Coutinho, 2013,
(2013) explica que os recursos
p. 24).
nas
do
discussões
assíncronos, nos quais se inclui os fóruns, contribuem com resultados investigativos
auxiliadores
e/ ou
principais para uma estruturação de qualidade num ato de investigação. Por outro lado, a autora ainda afirma que
?é
importante
educadores
e
que
os
investigadores
disponham de instrumentos fiáveis e
também
que
estejam
familiarizados com os processos de análise
de
conteúdo
da
Ainvestigação pode incidir emtorno
daquestão: - da construção do conhecimento científicodosal unos; - do desenvolvimento crítico do discente sobre a temática debatida num determinado curso; ou - da rel ação social do al uno-professor eal uno-al uno.
comunicação assíncrona por forma a serem capazes de medir/ avaliar os
20
VALIDADE DA INVESTIGAÇÃO GENERALIZAÇÃO DO ESTUDO A general ização das concl usões depende da forma como se determina as categorias concetuais, bemcomosobreograudeconfiabil idadedessascategorias. É imperativo que se definam categorias que meçam com precisão a ideia e/ ou ítens que se busca medir. Semelhante a este é a construção de regras. O desenvolvimento de regras permite categorizar e codificar os mesmos dados da mesma maneira ao longo de um período de tempo. Referida como a estabilidade, é essencial para o sucesso de uma análise concetual. A reprodutibilidade, não só de categorias específicas, mas também de métodos gerais aplicados para estabelecer todos os conjuntos de categorias, torna um
estudo e as suas conclusões e os seus resultados mais confiáveis. Num estudo, em que a classificação de um texto corresponde a um padrão ou norma, diz-se ter precisão. A validade externa ou "transferibilidade" (Lincoln e GuBa, 1991, citados por Coutinho, 2008) está ligada à possibilidade de generalização, que remete para a hipótese de qualquer elemento da população poder fazer parte da amostra, sendo esta assim aleatória.
21
ANÁLISE DE DADOS
22
Saber +
CATEGORIAS DE ANÁLISE DE CONTEÚDO Podemos destacar duas categorias gerais de anál ise de conteúdo: anál ise conceptual e anál iserel acional . Podemos destacar duas categorias
determinar quantas vezes palavras
gerais de análise de conteúdo:
como a fome, com fome, faminto, ou
análise
morrer de fome aparece na sua obra.
conceptual
e
análise
relacional. A análise pensada
Em contraste, a análise relacional conceptual como
pode
estabelecer
ser
examina
as
relações
entre
os
a
conceitos num texto. Voltando ao
existência e frequência de conceitos
exemplo da fome, com a análise
mais frequentemente representados
relacional,
por palavras de frases num texto.
outras
Por exemplo, se quiser entender se
aparecem aos associadas a fome ou
um
escreve
morrendo de fome e, em seguida,
muito sobre o tema fome. Com a
determinar que outros significados
análise
emergem dessa associação.
determinado
conceptual
autor
é
possível
pode
palavras
identificar-se ou
frases
que
I
TIPOS DE ANÁLISE DE CONTEÚDO
Madeline Grawitz (1993), referida
por
Carmo
Ferreira
(2008,
e
p.270),
distingue os vários tipos de análise de conteúdo.
II
M ODELOS DE ANÁLISE DE CONTEÚDO Numa perspetiva de efetuar melhorias
2001);
nos
-na presença social (Rourke, Anderson,
ambientes
virtuais
de
aprendizagem e avaliar a interações
Garrison & Archer, 1999);
entre estudantes, Coutinho (2013, p.
-na resolução de problemas (Hou, Chang
22), apresenta vários exemplos de
& Sung, 2008);
modelos teóricos, desenvolvidos por
-no uso de diferentes tarefas e scripts
vários investigadores, que analisam a
(Marra, Moore & Klimcsak, 2004);
comunicação assíncrona em ambientes
-na atribuição de diferentes papeis aos
virtuais, que se centram:
participantes
-no estudo das diferentes fases da construção
do
conhecimento
(Gunawardena,
Lowe
&
Anderson,
1997); -no desenvolvimento do pensamento
nas
discussões
(De
Weber, Van Keer,Schellens & Valcke, 2009; Schellens & Valcke, 2005); -na existência de padrões nas interações (Lisboa & Coutinho, 2012c, Sing & Shine, 2006).
critico (Garrison, Archer & Anderson,
Segundo Yang et al (2010, p.45), existem vários model os de anál ise de conteúdo disponíveis para aval iar ?Discussões Onl ine Assíncronas?. Todos estes model os foram criadosespecificamenteparaaval iar intervençõesem?DiscussõesOnl ineAssíncronas?: (1) Abordagemcognitiva, deHenri (1992); (2) Anál isedeconteúdodepensamentecrítico, deNewmanet al . (1996); (3) Model odeAnál isedeInteração (IAM), deGunawardenaet al . (1997); (4) Model osdePensamentoCríticoePresençaCognitiva, deGarrisonet al . (2001).
III
M ODELO COM M UNITY OF INQUIRY (COI) TABELASPARAAVALIAÇÃODASPRESENÇAS
AVALIARPRESENÇA COGNITIVA Grelha para avaliar a presença cognitiva ( adaptada de GARRISON, ANDERSON e ARCHER, 2001) .
AVALIARAPRESENÇA SOCIAL Grelha para avaliar a presença social ( adaptada de GARRISON, ANDERSON e ARCHER, 2001) .
AVALIARAPRESENÇADO ENSINO Grelha para avaliar a presença do ensino ( adaptada de GARRISON, ANDERSON e ARCHER, 2001) .
IV
O QUE É A PRESENÇA COGNITIVA?
Para Garrison et. al . (2000) a presença cognitiva é a construção de significado através de uma comunicação sustentada e permanente. Esta componente tem como suporte as ideias de Dewey e comporta um esquemadequatrofases.
Ativação ? corresponde a um problema ou facto desencadeante que surge a partir da experiência. Exploração
?
entendimento
consiste da
no
natureza
do
problema e a procura de informação relevante e de explicações possíveis. Integração ? representa um momento reflexivo na medida em que aponta para a construção de significado. Resolução ? implica a corroboração de ideias e hipóteses no sentido da resposta
ao
problema
resultados
inicial.
encontrados
desencadear
novas
Os
podem
questões
e
problemas, ativando novos ciclos. De acordo
com
presença
Arbaugh
cognitiva
(2007), pode
a ser
considerada como a presença mais difícil online.
de desenvolver
num
curso
V
O QUE É A PRESENÇA SOCIAL?
Foi Giese (1998) que primeiro usou o termo ?presença social?,afirmando quea comunicação virtual podia incl uir uma presença social , mesmo que não física. A presença social diz respeito à capacidade dos participantes se identificarem com a comunidade, comunicarem num ambiente de confiança e desenvolverem rel ações interpessoais através da expressão das suas características individuais (Garrison, 2009). A presença social é uma diferença qual itativa entre uma comunidade de aprendizageme umsimpl es repositório de informação onl ine. (Garrisonet. al (2000) COMUNICAÇÃO ABERTA
COMUNICAÇÃO AFETIVA
COESÃO
De acordo com uma revisão literária de
clima de confiança e reciprocidade. A
Santuiste (2011), podem identificar-se
comunicação
três características da presença social:
concretizar
comunicação
comunicação
sentido em que favorece um clima de
aberta e coesão. A participação em
confiança e aceitação. A comunicação
comunidades caracteriza-se por uma
aberta
comunicação afetiva, tal como referem
reconhecimento e apreciação de todos
Garrison & Anderson (2005, p. 77): ?las
os contributos, o que promove a
muestras
participação
de
afetiva,
afecto
implican
el
aberta a
presença
processa
e
permite social,
através
interação
no
do
(Santuiste,
reconocimiento tácito de la existência
2012). A coesão ?permite optimizar el
de una relación recíproca com la
discurso, al puesta en común de los
comunidade utilizando los próprios
significados construidos y la calidad de
recursos
los resultados educativos? (Garrison &
del
lenguaje
y
símbolos
visuales?. Segundo estes autores, o uso
Anderson,
2005,
p.
do humor e de emotions deve ser
consequentemente
privilegiado para reduzir a distânciaa
essencial
social, aumentar a expressiviade e a
objetivos
extroversão no sentido de se gerar um
comunidade de aprendizagem.
é
79),
considerada
para o cumprimento dos traçados
no
seio
da
VI
O QUE É A PRESENÇA PEDAGÓGICA?
No model o CoI a presença pedagógica rel aciona-se com o processo de facil itação e direção das presenças cognitivas e sociais para o propósito de real izar aprendizagens pessoal mente significativas e educacional mente val iosas (Anderson, Rourke, Garrison & Archer, 2001).
Adaptado de Community of inquiry model, Garrison, Anderson and Archer (2000)
Segundo
Santuiste
(2012) a presença
docente/ moderador
que
pedagógica é responsável por garantir um
presença
ao
equilíbrio transacional adequado e gerir o
ensino-aprendizagem de acordo com o
percurso de aprendizagem dos formandos.
modelo CoI (Garrison & Anderson, 2005)
pedagógica
conferem processo
de
Neste contexto o desenho e organização, facilitação do discurso, liderança e a diretividade
são
responsabilidades
do
VII
Almeida, L. S. & Freire, T. (2000).BIBLIOGRÁFICAS Metodologia da i REFERÊNCIAS nvestigação em psicologia e educação. Braga: Psiquilíbrios. Anderson, T., Rourke, L., Garrison, D. R. & Archer, W. (2001). Assessing teaching presence in a computer conferencing context. Journal of Asynchronous Learning Networks. Arbaugh, J. (2007). An empirical verification of the communitiy of inquiry Framework. Journal of Asynchronous Learning Networks, 11 (1), 73-84. Azevedo, B. F. T., Reategui, E. B., & Behar, P. A. (2010). Qualitative analysis of discussion forums. In IADIS MULTI CONFERENCE ON COMPUTER SCIENCE AND INFORMATION SYSTEMS (pp. 251-258). Azevedo, B. F. T., Behar, P. A., & Reategui, E. B. (2011). Análise das mensagens de fóruns de discussão através de um software para mineração de textos. In Anais do Simpósio Brasileiro de Informática na Educação, 1(1). Bassani, P. S., & Behar, P. A. (2006). Análise das interações em ambientes virtuais de aprendizagem: uma possibilidade para avaliação da aprendizagem em EAD. RENOTE, 4(1). Bruno, A. R. Hessel & A. M. G. (2007).Os fóruns de discussão como espaços de aprendizagem em ambientes on-line: formando comunidades de gestores. Recuperado de: http:/ / www.abed.org.br/ congresso2007/ tc/ 420200712027PM. pdf