Amanda grange o diario de mr darcy

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Sinopse:


Julho


Segunda, 1º de Julho Será que eu fiz a coisa certa estabelecendo Georgiana em Londres? O verão estava se provando ser muito quente, e quando fui visitá-la, hoje pela manhã, encontrei-a sem sua energia habitual. Acho que vou mandá-la para a costa por uns dias.

Terça, 2 de Julho Eu disse a Hargreaves procurar por uma boa casa em Margate, ou talvez em Ramsgate, para Georgiana. Eu gostaria de ir com ela, mas está sendo difícil achar um novo administrador para substituir Wickham e eu não posso perder tempo. Wickham! É estranho que um homem possa nos fazer ter tantos sentimentos contraditórios. O administrador de meu pai era um homem que eu admirava e respeitava, mas seu filho é um homem que eu desprezo. Eu mal posso acreditar que George e eu éramos amigos quando criança, mas George era diferente naquela época. Algumas vezes eu me perguntava como um menino que teve todas as vantagens, que foi abençoado com boa aparência, maneiras e educação e filho de um homem tão respeitável pode se tornar tão mal. Quando eu penso sobre tudo o que ele dissipou desde a morte de seu pai... Eu estou contente de não ter ouvido sobre ele recentemente. Nossas reuniões de negócios ano passado foram desagradáveis. Quando ele me pediu a herança que meu pai o deixou ele se ofendeu com a minha recusa, ainda que soubesse muito bem que não tinha mais direito sobre ela, e que seu caráter o deixava totalmente inadequado para a igreja. Felizmente, um montante de dinheiro resolveu o problema. Eu desconfiava que ele se aproximaria de mim quando acabasse, mas eu finalmente o fiz entender que ele não receberia mais minha ajuda. Devido


à amizade que um dia tivemos, eu dei a ele bastante, mas eu não vou mais ajudá-lo. O único homem que pode ajudar George Wickham agora é ele mesmo.

Sábado, 6 de Julho Hargreaves achou uma casa para Georgiana em Ramsgate, e a companheira dela, Mrs Younge, a inspecionou. Ela achou a casa bem adequada então eu aceitei. Ramsgate não é muito longe, e eu posso me encontrar com Georgiana sempre que meus negócios permitirem. Eu tenho certeza que o ar do mar irá revigorá-la e ela logo estará com boa energia novamente.

Terça, 10 de Julho Eu não tinha percebido o quanto iria sentir falta da minha irmã. Eu cresci acostumado a cuidar dela, mas ela está em boas mãos e estou convencido de que ela irá se divertir. Eu jantei com Bingley essa noite. Ele ainda está na cidade, mas estará viajando para o norte para ver sua família semana que vem. – Eu penso que, você sabe, Darcy, vou alugar uma casa para o inverno – ele disse depois da janta. – Na cidade?


– Não, no campo. Eu acho que vou comprar uma propriedade. Caroline está sempre me dizendo que eu deveria comprar uma, e eu concordo com ela. Eu pretendo alugar uma primeiro, e depois, se eu gostar, eu compro. – Eu acho que é uma idéia excelente. Vai te fixar em um lugar. – Exatamente o que eu penso. Se eu tivesse uma casa pelo menos metade tão boa quanto Pemberley eu não ficaria mudando tanto de lugar. Eu poderia convidar uma companhia para ficar comigo ao invés de viajar o país de ponta a ponta procurando. – Aonde você pretende procurar? – Eu o perguntei enquanto terminava minha bebida. – Eu algum lugar no centro do país. Não muito para o norte nem muito para o sul. Caroline recomendou Derbyshire, mas por que eu moraria em Derbyshire? Se eu quiser visitar aquela parte do país eu poderia ficar em Pemberley contigo. Eu disse para o meu agente procurar algo em Hertfordshire ou pelas redondezas. Eu conto com você para inspecioná-la comigo quando ele achar alguma coisa. – Se você seguir com essa idéia eu vou ficar feliz em te ajudar. – Você acha que eu não vou? – Eu acho que assim que você achar alguém você vai mudar de idéia e ficar em Londres. – Eu disse com um sorriso. – Você me faz parecer bem inconstante – ele disse rindo. – Pensei que fosse meu amigo. – E eu sou. – E mesmo assim você me acha capaz de abandonar meu plano? Minha palavra de honra que não vou ser dissuadido tão facilmente e que nada me fará desistir de ter uma casa no campo. Você vai me visitar? – Claro. – Eu você deve levar a Georgiana. Como ela está? Eu não a vejo há meses. Eu tenho que ir com Caroline visitá-la. – Ela não está em Londres. Eu a mandei para Ramsgate durante o verão. – Muito sábio. Eu mesmo não agüento mais esperar para sair da cidade.


Nós nos despedimos depois do jantar. Se Londres estivesse cheia, eu não teria muita esperança de que Bingley se fixasse em um lugar, mas como a cidade estava vazia de companhia feminina eu acho que ele possa conseguir seguir com seu plano – a não ser que alguma jovem do norte consiga impressioná-lo, fazendo-o ficar em casa até o natal.

Sexta, 12 de Julho Eu recebi uma carta de Georgiana essa manhã. É espirituosa e carinhosa, e estou feliz que tive a idéia de mandá-la para a costa. Ela chegou bem em Ramsgate e fala sobre o seu contentamento com a casa:

É pequena comparada com meu estabelecimento de Londres, mas é muito confortável e tem uma linda vista para o mar. Mrs Younge e eu estamos indo a praia hoje a tarde. Estou ansiosa para desenhar a costa, te mando quando estiver pronto. Tua querida irmã, Georgiana. Eu dobrei a carta e estava quase colocando na mesa junto com as outras quando reparei na caligrafia de uma das cartas anteriores. Eu a peguei para que pudesse comparar as duas. Ela fez um progresso enorme durante os últimos anos, tanto na forma da letra quanto na escrita. Entretanto, eu confesso que eu acho a letra antiga mais encantadora, apesar da escrita ser pobre e a ortografia ser horrível. Enquanto eu relia sua carta antiga me lembrei do quanto estava preocupado dela não ser feliz no seminário, mas eu não precisava ter me preocupado. Ela gostou de seus professores e fez bons amigos lá. Eu tinha que sugerir que ela convidasse um deles para ficar com ela em Londres durante o outono. Se eu vou ajudar Bingley a achar sua propriedade, então um amigo irá ser alguma companhia para Georgiana enquanto eu estiver fora.


Terça, 16 de Julho Fui cavalgar com o Coronel Fitzwilliam no parque pela manhã. Ele me disse que esteve em Rosings e viu Lady Catherine, e que ela nomeou um novo pastor. Por um momento eu temi que pudesse ser George Wickham, sabendo que se ele tivesse ouvido falar de uma vida rica em Rosings ele poderia ter tentando se insinuar para minha tia. – Qual é o nome do pastor? – Eu perguntei. – Collins. Eu respirei novamente. – Um forte rapaz com ótimas maneiras – continuou ele. – Uma mistura de efetividade e convencimento. Ele fala sobre glorificar a todos e a tudo, fala sem parar e não diz coisa alguma. Não tem opinião própria, exceto a idéia de sua própria importância, que é tão absurda quanto inabalável. De qualquer forma minha tia gosta dele o suficiente. Ele exerce bem suas funções e é útil para ela como companhia para jogar cartas. – Ele é casado? – Eu acredito que não vai demorar muito para ser. – Ele está noivo então? – Não, mas minha tia acha que ficar em Rosings é entediante com tão poucas pessoas para entretê-la, e eu acredito que ela logo o dirá para se casar. Uma nova recém casada será uma diversão e também ela terá alguém para... ajudá-la,– ele disse com um sorriso irônico. – Ela gosta de ter o que fazer – comentei, retornando seu olhar. – E ela é tão confortável assim que as outras pessoas não têm muito que fazer a não ser agradecê-la pelo conselho – ele completou. Nós dois tivemos uma boa quantidade de conselhos de Lady Catherine. A maioria deles foram muito bons, mas mesmo assim eu ficava freqüentemente aliviado que Rosings não era em Derbyshire, e sim bem longe em Kent. – Como está a Georgiana? – ele perguntou, enquanto deixávamos o parque e voltávamos para minha casa. – Muito bem. Eu a mandei para Ramsgate durante o verão.


– Ótimo. Está muito quente na cidade para ela. Está muito quente para qualquer um,– ele disse. –Eu vou para Brighton semana que vem. É uma pena que eu não vou poder vê-la, mas na próxima vez que eu estiver na cidade vou fazer de tudo para visitá-la. Você vai se juntar a ela em Ramsgate? – Ainda não. Tenho muito que fazer. – Mas você irá para Pemberley? – Mais pra frente esse ano, sim. – Então deve se casar. Iria te fazer comprar um lugar próprio. – Se eu achar uma agradável herdeira, eu posso considerar isso, mas no momento estou aproveitando a vida de solteiro. Com isso nós nos separamos; ele foi para suas barracas, e eu de volta pra casa.

Domingo, 28 de Julho Finalmente meus negócios na cidade estão concluídos, e eu estou livre para visitar Georgiana. Pretendo fazer isso logo amanhã e surpreendê-la.

Segunda, 29 de Julho Eu não tinha a mínima idéia, quando eu sai para ir a Ramsgate essa manhã, do que estava me aguardando. O tempo estava bom e tudo prometia que fosse um ótimo dia. Eu cheguei à casa da Georgiana e estava satisfeito de achá-la limpa e bem cuidada. Fui anunciado pela empregada, a casa sendo muito pequena para comportar uma equipe de empregados completa, e encontrei a Mrs Younge na sala de estar. Me vendo entrar ela ficou consternada. – Mr. Darcy. Nós não te esperávamos hoje. – Eu pensei em surpreender minha irmã. Onde ela está?


– Ela está... fora... desenhando. – Sozinha? – Eu perguntei. – Oh, não, claro que não, com a empregada dela. – Eu não te contratei para ficar sentada em casa enquanto minha irmã sai com uma empregada. – Eu disse descontente. – Eu normalmente teria a acompanhado, é claro, mas hoje eu fui obrigada a ficar dentro de casa. Eu estava... indisposta. Eu... comi um peixe estragado... fiquei muito mal. Entretanto Miss Darcy estava ansiosa para continuar seu desenho, e o tempo estando bom eu não quis estragar seu divertimento. Ela me pediu se poderia ir com a sua empregada, e eu não vi mal algum nisso. A empregada dela não é uma moça, e sim uma mulher sensata. Eu me tranqüilizei. Mrs Younge realmente parecia doente, apesar de eu ainda não saber a verdadeira causa para sua palidez naquele momento. – Para qual direção eles foram? – Eu perguntei. – Vou me juntar a ela. Posso me sentar do lado dela enquanto desenha e depois podemos retornar juntos. Ela hesitou por um momento antes de dizer: – Elas pretendiam dobrar a direita ao longo da costa para que a Miss Darcy pudesse terminar o esboço que já tinha começado. – Muito bem, eu vou segui-las e surpreendê-la. Logo quando estava saindo vi Georgiana descendo a escada. Espanteime. Ela estava vestida com roupas para ficar em casa e não mostrava sinal algum de ter estado fora desenhando. Eu estava quase perguntando a Mrs Younge o porquê da enganação quando ela mesmo falou. – Miss Darcy, eu pensei que você já tivesse saído – ela disse. – Teu irmão veio visitar-te. – E então ela adicionou: – Lembre-se, um pouco de determinação é tudo o que é preciso, e você conseguirá tudo o que seu coração desejar. Eu achei o discurso dela estranho, mas eu pensei que significasse que se Georgiana se empenhasse ela seria capaz de terminar seu desenho para sua satisfação. Como eu estava errado! – Fitzwilliam – Georgiana disse, ficando pálida.


Ela parou na escada e não desceu. Ela, repentinamente, pareceu muito nova e incerta. Eu me preocupei e achei que ela estava se sentindo mal. – O que aconteceu? Você está doente? – Eu perguntei. – O peixe, você também comeu? – Peixe? – ela perguntou desconcertada. – O peixe estragado que a Mrs Younge comeu. Você também comeu? – Oh, não. – Ela disse, contorcendo as mãos. – Contudo você não está bem. – Eu disse, notando um rastro de suor em sua testa e vendo o quão branca ela estava. Eu peguei a sua mão e a levei para sala. Mrs Younge estava começando a nos seguir quando eu disse: – Mande vir o médico. – Eu não acho – Ela começou, mas eu a cortei. – Minha irmã não está bem. Chame o médico. Meu tom não a deixou escolha e ela foi. Eu fechei a porta. Georgiana tinha ido até a janela, e estava mais pálida ainda. – Aqui, – eu disse, oferecendo-a uma cadeira e ajudando ela a sentar. Mas ela imediatamente levantou-se de novo. – Não, eu não posso, – ela disse infeliz, – eu não posso te enganar, não importa o que ele diga. Eu estava assustado. – Não importa o que ele diz? – Eu repeti confundido. Ela concordou seriamente. – Ele diz que se você soubesse sobre isso iria nos parar. – Ela disse deploravelmente. – Quem, Georgiana? – George, ela disse baixando a cabeça. – George? – Sim, George Wickham. Mrs Younge e eu o encontramos por acaso na praia. Ele está passando o verão aqui. Nós conversamos e ele disse o quanto sente pesar por vocês não se falarem mais. Eu também, eu preferia muito mais quando vocês eram amigos. Não parece certo que tenha alguma coisa não resolvida entre vocês. Fiquei aliviada quando ele falou que foi tudo um mal entendido e que já estava resolvido, e que não havia nada, agora, para nos deixar desconfortáveis. Ele me lembrou da época em que ele me sentava no


meu pônei e me levava para passear pelo jardim, e da vez que ele me trouxe o bolso cheio de frutos de cascalho, – ela disse com um sorriso. – Ele disse que foi uma sorte termos nos encontrado e que significava que podíamos renovar nossa amizade. Eu o disse que não gosto mais de frutos de carvalho, então ele riu e disse que me traria diamantes ao invés deles. – Ele disse? – Eu perguntei. – E o que a Mrs Younge disse disso? – Ela disse que era perfeitamente adequado, para mim, entreter um amigo da família. Caso contrário eu não teria feito – disse minha irmã. – Entretê-lo? – Eu perguntei, me sentindo mais e mais alarmado. – Sim. Ele janta aqui de vez em quando e nos acompanha ao longo do dia se o dia está chuvoso. Ele joga xadrez bem como sempre jogou, mas eu estou melhorando e já o derrotei duas vezes. Tinha uma animação em sua face enquanto falava, mas ela hesitou novamente vendo a minha expressão. – Eu te desagradei. – Não, – eu disse, me esforçando para manter a compostura. – Você não fez nada errado. – Eu não pretendia me apaixonar por ele, realmente não, – ela disse implorando. – Eu sei que sou muito nova, mas ele me contou tantas coisas agradáveis sobre o futuro que eu comecei a ver nosso casamento como uma coisa já certa. – Casamento? – Eu exclamei horrorizado. – Ele... ele disse que me amava, e que ele se lembrava de quando eu dizia que o amava também. – Quando você disse isso? – Eu exigi. – Quando eu caí do portão do pátio e ele me ajudou. – Mas você tinha sete anos! – Claro, foi apenas uma coisa infantil para se dizer naquela época, mas quanto mais eu vi dele aqui, mais eu fiquei convencida de que estava seriamente apaixonada por ele. Só que eu não gostava de pensar em enganarte. Eu queria que tudo fosse claro. Eu disse que ele deveria pedir minha mão de maneira tradicional, mas ele disse que você não nos deixaria casar antes que eu tivesse dezoito, e que isso seria desperdiçar três preciosos anos de


nossa vida juntos. Ele disse que deveríamos fugir, e depois mandar-te uma carta de Lake District. – E você concordou com isso? – Eu perguntei, chocado. Sua voz diminuiu. – Eu pensei que soava como uma aventura. Mas agora que eu te vi, e sei o quanto te desgosta, não parece ser uma aventura de modo algum. – Não é. É uma fraude do menor tipo. Ele disse te amar com o intuito de ganhar tua fortuna e de me ferir! Para te persuadir a esquecer amigos e família e fugir com ele para tua total desgraça. – Não!– Ele exclamou. – Não é assim. Ele me ama. Eu vi medo nos olhos dele e não quis continuar. Ela ver que o desonesto nunca a amou deve machucá-la. Mas eu não podia deixá-la continuar com tamanho equívoco. – Eu não quero te falar isso, Georgiana, – eu disse suavemente, – mas eu devo. Ele não te ama. Ele te usou. Com isso ela se quebrou. Eu estava paralisado com suas lágrimas. Eu não sabia o que fazer, como confortá-la, e naquele momento, eu senti falta da minha mãe mais do que nunca. Ela saberia o que fazer. Ela saberia o que dizer. Ela saberia como confortar sua filha nessa situação. Eu só podia ficar sem fazer nada esperando pelo seu sofrimento passar. Quando suas lágrimas diminuíram, eu a entreguei meu lenço. Ela pegou e assoou o nariz. – Eu devo falar com a Mrs Younge e fazer com que ela saiba o que tem acontecido por trás de suas costas, – eu disse. – Foi negligente dela não perceber. Alguma coisa na expressão da Georgiana me fez parar. – Foi por trás das costas dela? – Eu perguntei. Georgiana olhou para baixo. – Ela me ajudou a planejar a fuga. Eu comecei a ficar com raiva. – Ela ajudou, de fato? Georgiana acenou miseravelmente. Me doeu o coração vê-la assim. A alegria de minha irmã ser destruída por um homem tão sem valor! Eu coloquei minha mão em seu ombro.


– Não tenha medo, Georgie, – eu disse, com carinho. – Quando você for mais velha, encontrará um homem que te amará por você mesma. Um homem com um bom caráter, encantador, e respeitável que sua família aprovará. Um homem que me pedirá sua mão da maneira apropriada. Não terá necessidade de fugir. Você terá um casamento grandioso, com roupas esplêndidas e uma lua-de-mel aonde você quiser. Ela tentou sorrir, e colocou sua mão sobre a minha. – Eu tenho sido um problema para você. – Nunca, – eu disse suavemente. Eu queria achar alguma coisa para distraí-la desse assunto infeliz. Eu dei uma olhada no quarto e vi seus esboços. – Isso está bem feito, – eu disse. – Eu vejo que você conseguir pegar os barcos entrando no mar. – Sim, eu tive que levantar bem cedo para conseguir vê-los. Os pescadores ficaram surpresos por me ver sentada lá, – ela disse. Eu fiquei contente de ver que ela colocou meu lenço de lado quando pegou o desenho e de escutar sua voz mais forte. – Talvez você queira terminá-lo. Consegue fazer dentro de casa ou precisa sair novamente? – Não. Eu posso fazê-lo aqui. Já sei o que falta. – Bom. Então vou te deixar por alguns minutos enquanto falo com a Mrs Younge. – Você ficará com raiva dela? – Georgiana perguntou. – Eu ficarei muito irritado com ela. Ela arrumará suas malas e deixará essa casa em uma hora. Minha conversa com a Mrs Younge não foi agradável. Primeiro ela negou saber qualquer coisa sobre a amizade do Wickham com a minha irmã, dizendo que ela nunca o deixou entrar na casa e que ela não o conhecia. Escutá-la chamar minha irmã de mentirosa me deixou com mais raiva ainda. Ela cedeu, por fim admitindo ter encorajado a amizade entre eles. Depois, ainda descobri que Mrs Younge já conhecia Wickham e que planejou o primeiro encontro entre eles. Ela o disse onde estariam todos os dias, para que ele pudesse arranjar vários encontros “por acaso”. Depois disso, ela


encorajou Georgiana a convidá-lo para casa e disse a ela tratá-lo primeiro como um amigo e depois como um amante. – E por que eu não deveria? – Ela perguntou quando eu a repreendi. – Depois de ele ter sido tratado tão mal por você. Por que ele não deveria ter o que não lhe foi pago e um pouco de diversão além disso? Eu iria dar a ela uma hora para arrumar as malas, mas mudei de idéia. – Você deixará essa casa imediatamente, – eu disse para ela friamente. – Eu te enviarei suas coisas. Ela estava começando a recusar, quando olhou para minha expressão e viu que não seria inteligente. Ela resmungou maldições, mas colocou sua capa e gorro, e então pegando sua cesta deixou a casa. Quando minha raiva diminuiu, eu escrevi para Wickham, Mrs Younge havia me dado o endereço, dizendo-o que ele devia deixar Ramsgate imediatamente. Além disso, eu o disse que se ele tentar mais alguma vez ver ou falar com a Georgiana eu o arruinaria. Ainda estou irritado enquanto escrevo. Ele conseguiu fazer algo tão secretamente. Ele usou Georgiana em seus planos, sua amiga de tempos mais pacíficos... Ele perdeu toda sua decência. Eu estou tentado a expô-lo, mas se eu fizer isso, a reputação da Georgiana terá prejuízo. Eu só posso esperar que essa experiência o impeça de fazer qualquer coisa como essa novamente.


Agosto


Quinta, 1º de Agosto Eu trouxe Georgiana de volta para Londres. Ela ficará comigo até eu achar uma nova companhia para ela. Depois do problema com a Mrs Younge, estou com medo de deixá-la, mas eu sei que precisa ser feito. Eu não posso ficar sempre em Londres e ela não pode ficar sempre viajando comigo. Ela deve estudar. Contudo, eu pretendo ter certeza de que não vou ser enganado novamente. Eu não irei apenas olhar as referências, mas irei visitar os antigos empregadores e me satisfazer com a honestidade e adequação da companheira, antes de deixar Georgiana sob seu cuidado. É um consolo, para mim, saber que enquanto Georgiana estiver em Londres, ela terá o cuidado de um mordomo fiel e uma governanta. Eles estão na família já há vários anos, e logo vão me alertar quando algo não estiver certo. Eu não pretendo mandar Georgiana para fora da cidade novamente a menos que eu possa ir com ela.

Quarta, 14 de Agosto – Eu descobri uma moça que pode ser boa para Georgiana, – Coronel Fitzwilliam disse quando jantamos juntos essa noite. Como ele tem a guarda de Georgiana comigo, eu o contei sobre o que aconteceu em Ramsgate. – Quem é ela? – Mrs. Annesley. Ela vem de uma boa família, e o tempo dela com meus amigos, os Hammonds, está terminando. – Você já a encontrou?


– Sim, em várias ocasiões. Eu sei que os Hammonds ficaram muito satisfeitos com ela. – Então eu ligarei para os Hammonds amanhã e verei o que pode ser feito.

Quinta, 15 de Agosto Eu liguei para os Hammonds e descobri que a Mrs Annesley é uma mulher gentil, de agradável aparência que me impressionou favoravelmente com sua educação e discurso. Ela ficará com a Georgiana a partir de semana que vem. Eu vou continuar na cidade por algumas semanas para ter certeza de que ela é tão adequada quanto parece, e então eu pretendo fazer várias visitas inesperadas durante os próximos meses para me certificar de que tudo está em ordem. Ao mesmo tempo, a amiga do colégio estará chegando em breve. Vai ser bom para ela ter uma companhia da mesma idade.

Sexta, 23 de Agosto Mrs Annesley chegou hoje de manhã. Ela e Georgiana gostaram uma da outra, e eu acho que a relação se provará boa. Ela está alegre por saber que uma amiga da Georgiana está vindo para visitar, e ela já planejou vários passeios com elas. Eu espero que isso complete a recuperação da Georgiana do romance com o Wickham. Eu estou convencido de que até o Natal ela já terá esquecido todo o incidente.


Sexta, 30 de Agosto Agora que Georgiana está acomodada em Londres, eu sinto confiança em deixá-la quando Bingley precisar de mim. Será promissor se eu deixá-lo escolher sua própria propriedade, e ele escolher uma com rios alagados, ou com ratos, ou com um aluguel altíssimo. Ele irá declarar o capital e fechar o negócio com o agente antes mesmo de realizar o que fez. E então ele irá me perguntar como se colocou em tal situação. É muito melhor que eu o ajude com isso do que ter que resgatá-lo de um compromisso. Eu devo confessar que estou ansioso para vê-lo de novo. Eu estou cansado de Londres, e estou ansioso para visitar o campo.


Setembro


Segunda, 2 de Setembro Eu recebi uma carta do Bingley. Querido Darcy, Eu encontrei uma propriedade em Hertfordshire que soa perfeita. Bem localizada para eu viajar para Londres quando estiver com um bom humor, ou para o norte da Inglaterra para visitar minha família, e não é muito longe de Pemberly, então posso visitá-lo facilmente. O agente recomenda um preço alto, mas eu sei muito pouco sobre esses assuntos e eu gostaria do seu conselho. Você me encontraria lá?

Segunda, 9 de Setembro Eu parti de Londres hoje e me encontrei com Bingley em Netherfield Park. Eu me esqueci de como ele é uma boa companhia; sempre pronto para agradar e sempre alegre. Após um verão conturbado, é bom vê-lo novamente. – Darcy! Eu sabia que podia contar com você. Como foi seu verão? Não tão difícil como o meu, eu suponho. Eu não disse nada, e ele considerou como um assentimento. – Caroline ficou me torturando esse últimos três meses, mas agora que eu encontrei uma propriedade, eu espero que ela fique satisfeita. Bingley estava maravilhado com tudo o que via. Ele disse como era esplêndido e perguntou indiscretas perguntas, e andou com as mãos atrás de suas costas como se ele tivesse morado lá os últimos vinte anos. Ele estava satisfeito com a situação e com os cômodos principais, e satisfeito como o agente, Senhor Morris, falou com aprovação. Ele não perguntou nada sobre as chaminés, os entretenimentos, o lago ou coisa alguma.


– Isso são instrumentos? – Eu perguntei ao Senhor Morris. – Ele me certificou que sim, mas eu chequei do mesmo jeito. – Será fácil achar criados na vizinhança? Meu amigo trará algumas de suas próprias pessoas, mas ele precisará de empregadas, jardineiros e homens que cuidem dos cavalos dessa área. – Ele não encontrará nenhuma dificuldade em achá-los em Meryton. – Qual a sua opinião Darcy? – perguntou Bingley, quando completamos o tour. – O preço é realmente muito alto. O Senhor Morris insistiu que era um preço justo, mas ele logo caiu em si que era excessivo, e uma nova quantia foi determinada. – Sobre minha honra, Darcy, eu não gostaria de permanecer contra você quando sua mente está feita. O Pobre Senhor Morris também concordou com você rapidamente, e se poupou o esforço de tentar argumentar contra você! – Disse Bingley quando fechamos o contrato com o agente. Ele talvez ria, mas ele irá agradecer pelo meu cuidado quando ele estiver bem instalado. – Quando você pretende tomar posse? – Eu perguntei a ele. – Quanto mais cedo eu puder. – Você deveria mandar alguns de seus criados antes de você, para que eles arrumem a casa para a sua chegada. – Você pensa em tudo! Eu os mandarei aqui pelo fim da próxima semana. Eu estava contente que ele aceitou o meu conselho. Se não, ele teria chegado ao mesmo tempo que os criados, e teria se perguntado porque o jantar não estava pronto.


Terça, 24 de Setembro – Darcy, bem vindo á minha propriedade! – disse Bingley quando eu me juntei á ele em Netherfield Park esta tarde. Suas irmãs, Caroline e Louisa, estavam com ele, como também estava o marido de Louisa, Mr Hurst. – A casa, a vizinhança, tudo é exatamente como eu desejava. – A propriedade é muito boa, mas a vizinhança é pequena, com poucas famílias. – Eu disse. – Eu lhe avisei. – Há várias famílias aqui, – ele disse. – O suficiente para nós convidarmos para um jantar, e o que mais queremos? – Companhias sofisticadas? – Perguntou Caroline sarcasticamente. – Assuntos interessantes? – Eu tenho certeza que encontraremos tudo isso aqui, – disse Bingley. – Você deveria ter deixado eu lhe ajudar a escolher a casa, – disse Caroline. – Eu não precisava da sua ajuda, Darcy me ajudou, – disse Bingley. – Ótimo. Eu só estava dizendo á Louisa essa manhã que você não poderia ter achado lugar mais agradável que este. – Disse Caroline, sorrindo para mim. – Sobre minha honra, eu não consigo pensar em lugar melhor do que Hertfordshire, – disse Bingley. Ele está encantado com a vizinhança, mas eu penso que ele achará tedioso se ele se instalar aqui por muito tempo. Mas é improvável, entretanto. Bingley é tão inquieto, que provavelmente irá se mudar novamente em um mês. Eu comentei isso com Caroline depois do jantar. – Muito bom, – ela disse. – Até lá, nós seremos gratos de ter a companhia um do outro.


Quarta, 25 de Setembro Esse foi nosso primeiro dia completo em Netherfield Park. Caroline planejou as coisas muito bem, e ela ficou lisonjeada quando eu comentei que ninguém adivinharia que essa era uma casa alugada. Ela teve problemas com os empregados contratados da vizinhança, mas é graças a ela que a casa esta em perfeitas condições.

Quinta, 26 de Setembro As visitas da vizinhança começaram. É desagradável, mas já era o esperado. Sir William e Lady Lucas vieram esta manhã. Bingley os achou muito educados, levando em conta que Sir William se curvava a cada dois minutos e mencionando que compareceu em St James’s. Caroline suspeita que eles ficam se vangloriando por terem uma filha solteira, nada atraente, que desejam ver casada, e Caroline disse á Bingley assim quando eles partiram. – Aposto que eles tem uma filha beirando os trinta anos e pretendem falar que ela tem vinte e um! – ela o avisou. Bingley riu. – Eu estou certo que eles não tem filha alguma, e se tiverem, tenho certeza de que ela é encantadora! – Caroline está certa, – disse Louisa. – uma das empregadas me disse que os Lucas têm uma filha chamada Charlotte. Charlotte não é casada e tem vinte e sete anos. – Isso não a impede de ser uma moça encantadora. Eu estou certo de que ela é uma agradável senhorita. – Bingley protestou. – E eu tenho certeza que ela tem um corpo comum e que está sempre ajudando a mãe a fazer tortas. – Disse Caroline em uma voz cômica.


– Bem, eu acho muito bom os Lucas virem nos visitar, e melhor ainda eles nos convidarem para o baile em Meryton. – Disse Bingley. – O baile de Meryton! Deus, me salve de bailes do campo. – Eu comentei. – Você tem estado muito acostumado com companhias superiores. – Disse Caroline. – Eu realmente tenho. Os bailes em Londres são cheios das pessoas mais elegantes do país. Por alguma razão, ela não sorriu com esse comentário. Eu me pergunto porque, já que ela sorri de tudo que eu digo. Sir William e Lady Lucas, não foram as únicas visitas que recebemos hoje. Mr Bennet entrou logo em seguida deles. Ele parece ser um homem gentil. – Ele tem cinco filhas. – Disse Caroline quando ele foi embora. – Lindas meninas, disse Mr Hurst, se gabando do conhecimento. – Eu as vi em Meryton. A maioria delas são bonitas. – Finalmente! – disse Bingley. – Eu sabia que tinha feito uma boa escolha em me fixar em Netherfield. Terá várias moças para dançar. – Eu sei o que está pensando, – Caroline disse ao ver minha expressão. – Você está pensando que seria desagradável dançar com uma garota do campo. Mas você não precisará. Charles fará um espetáculo de si mesmo, sem dúvida. Mas você não precisará. Ninguém estará esperando que você dance. – Eu espero que não. – Eu disse. – A idéia de dançar com pessoas que eu não conheço é insuportável para mim. Bingley riu. – Ora, Darcy, você não é assim. Você não é geralmente tão rígido. É o clima. Espere a chuva parar e você estará disposto a dançar tanto quanto eu. Bingley era muito otimista.


Segunda, 30 de Setembro Bingley e eu corremos ao redor da propriedade essa manhã. Ela foi mantida em boas condições, e se ele pretende comprá-la, eu penso que será adequada. Mas eu irei esperar para ver se ele se fixa aqui. É bem provável que ele decida comprar uma propriedade em Kent, ou Cheshire, ou Suffolk semana que vem. Ele logo aconselhou que voltássemos. – Eu pensei que talvez deveria fazer uma visita aos Bennet. – Ele disse de forma relaxada, enquanto voltávamos para a casa. – Ansioso para ver as Senhoritas Bennet? Eu perguntei. Ele não considerou meu comentário. – Eu sei que você pensa que eu me apaixono todas as semanas, mas é só que eu acho que seria educado fazer uma visita ao Mr Bennet. Nós nos separamos, ele para ir a Longburn, e eu para voltar a Netherfield. Ele não demorou muito. – Então, você viu as cinco lindas filhas que você tanto ouviu falar? – eu perguntei quando ele retornou. – Não, – ele disse despontado. – Eu sentei com Mr Bennet em sua biblioteca por dez minutos mas não vi nenhuma das meninas.


Outubro


Terça, 1 de Outubro O espírito de Bingley foi revigorado quando ele recebeu um convite da Senhora Bennet, o convidando para se juntar com a família pra um jantar. – Mas eu não posso ir! – ele disse cabisbaixo. – O jantar será amanhã, e eu tenho que estar na cidade. – Querido Bingley, ambos sobreviverão. Você os verá no baile de Meryton. Ele se animou ao ouvir. – Sim, eu verei.

Quarta, 2 de Outubro Bingley foi para a cidade hoje. É como eu pensava. Ele nunca irá se acomodar no campo. Ele já está ficando entediado. Eu não ficaria surpreso se ele desistisse de Netherfield antes do Natal.

Sábado, 12 Outubro Nós fomos ao baile em Meryton, e foi ainda pior do que eu imaginei. Nós não estivemos lá por cinco minutos e eu ouvi uma mulher - eu me recuso a chamá-la de senhorita - sussurando para outra que eu ganhava dez mil por ano. Essa é uma das coisas que eu mais desgosto, ser cobiçado pela minha riqueza. O comentário percorreu o salão inteiro, e eu me encontrei sendo olhado como um pote de ouro. Eu não fiz nada para melhorar o meu humor na noite. Com sorte, eu não me misturei com as pessoas locais. Nós


formamos uma pequena roda, Caroline, Mrs e Mr Hurst e eu, na tentativa de entretermos uns aos outros. Bingley aproveitou a festa, como sempre faz. Ele, certamente, foi bem recebido. Ele sempre é. Ele tem maneiras agradáveis, que o beneficia aonde quer que vá. Eu ouvi vários comentários da pessoa agradável que ele é e de seu rosto bonito. Eu, também, fui descrito com um homem bonito, até eu desagradar Mrs Carlisle. Ela fez um comentário desagradável e eu estava irritado com isso: não tinha se passado dois minutos quando ela comentou que queria que sua filha tivesse os meus dez mil por ano, e então, quando ela me apresentou sua filha, ela teve a audácia de dizer na minha frente que ela considerava a riqueza sem importância para o casamento, e que o que realmente importava era o sentimento. Bingley dançou todas as danças, principalmente com o divertimento de Caroline. – Ele estará apaixonado novamente antes mesmo desta noite acabar. – Ela disse. Eu concordei. Eu nunca conheci um homem que se apaixona tão facilmente. É só ele ver um rosto bonito e com boas maneiras que ele não vê além disso. Eu dancei uma vez com Mrs Hurst, mas os músicos eram tão ruins que uma dança era o bastante. Eu evitei ser apresentado para outras jovens e me contentei apenas andando pelo salão até Bingley parar de dançar. Não digo que era fácil evitar parceiras. Tinham várias jovens sentadas pelo salão. Uma delas era irmã da jovem que Bingley estava dançando, e Bingley decidiu que queria me ver dançando com ela. – Venha, Darcy, – ele disse. – Eu tenho que fazer você dançar. Eu odeio ver você parado e sozinho, com essas estúpidas maneiras. Você faz melhor se vier dançar! – Eu realmente não devo. Suas irmãs estão acompanhadas e não há outra jovem no salão, que diga que dançar não seria uma tortura– Eu disse, em um humor que não poderia ser alterado por nada. – Eu não seria tão rígido como você, nem por um reino inteiro! Palavra de honra, eu nunca encontrei tantas jovens bonitas na minha vida.


– Você está dançando com a única bonita do salão. – Eu o lembrei, olhando para a irmã Bennet mais velha. – Oh! Ela é a criatura mais bonita com quem eu já estive! Mas há uma de suas irmãs sentada bem atrás de você, e ela é muito bonita, e eu me atrevo a dizer, muito agradável. Deixe-me pedir para minha parceira lhe apresentá-la. – Qual você quer dizer? – Eu lhe perguntei, olhando ao redor. Eu notei Miss Elizabeth Bennet, e então, encontrando seu olhar, eu fui forçado a olhar para longe. – Ela é razoável, – eu admiti, – mas não é bonita o bastante para me tentar, e eu não estou com humor para consolar jovens que outros desdenham. Caroline me entendia muito bem. – Essa gente! – ela disse para mim. – Eles não tem estilo algum e nenhuma elegância, e mesmo assim, estão todos tão confortáveis uns com os outros! Eu tive que forçar um sorriso delicado enquanto Mary Bennet foi descrita para mim como a garota mais talentosa da vizinhança. Se ela fosse metade tão talentosa quanto Georgiana, eu ficaria muito surpresa. – Isso seria realmente difícil. – Eu disse. – Georgiana tem um dom incomum. – Certamente ela tem. Eu a adoro. – disse Caroline – Eu afirmo que ela é como se fosse uma irmã para mim. Talvez em tempo, ela seja realmente irmã de Caroline. Não que eu tenha dito alguma coisa disso á ela, Mas Bingley é um homem de boas maneiras e com uma riqueza razoável, e fará um bom marido. Eu não tenho intenção de arranjar um casamento para Georgiana antes que ela complete vinte e um anos, mas depois do caso com George Wickham, eu comecei a pensar que não seria uma má idéia casá-la mais cedo. Uma vez casada com Bingley, ela estará salva do canalha do Wickham. Embora eu não esteja certo se Meryton serviria para ela. Se Bingley incitar de partir, eu vou encorajá-lo. Eu prefiro ter ela perto de mim, em Derbyshire, ou em Cheshire, talvez. Então ela poderia me visitar em algumas horas se ela pretender. Nós finalmente voltamos para casa.


– Eu nunca conheci pessoas mais agradáveis e tantas jovens bonitas em minha vida. – Disse Bingley enquanto nos retiramos para a sala de desenho. – Todos foram simpáticos e atenciosos. Não teve nenhuma formalidade, ou rigidez. Eu logo me senti próximo com todos no salão. Quanto a Senhorita Bennet, eu não posso imaginar um anjo mais belo. Caroline me lançou um olhar cômico. Em Brighton, Bingley nos disse que Miss Hart era a criatura mais encantadora que ele já viu. Em Londres foi Miss Pargeter. Parece que em Meryton, Miss Bennet é a escolhida. – Ela é uma garota adorável, – Caroline disse. – Ela é bonita. – Eu disse. É sempre bom apoiar Bingley quando está nesse humor. –Mas ela sorri demais.

Terça, 15 de Outubro Bingley e eu percorremos a floresta hoje. Enquanto estávamos fora, as Senhoritas Bennet esperavam Caroline e Louisa.

Sexta, 18 de Outubro Enquanto Bingley e eu estávamos cavalgando, Caroline e Louisa foram de carruagem a Longburn fazer uma visita aos Bennets. Eu penso que elas foram fazer amizade com as duas irmãs Bennets mais velhas. Fico feliz que tenham alguma companhia enquanto estão aqui.


Sábado, 19 de Outubro Um dia úmido. Após ter ficado confinado dentro da casa, é um alívio sair para um jantar esta noite. Não foi melhor que o baile, as mesmas pessoas deselegantes e os mesmos assuntos desinteressantes, mas teve a vantagem de oferecer novidades. Bingley sentou novamente com Miss Jane Bennet. Eles estavam flertando, e como ele é agradável, eles formam um bom casal e não é provável que ela se magoe pelas ações de Bingley. – É uma pena que as outra garotas Bennet não possuam a mesma beleza e maneiras da irmã mais velha. – Comentou Caroline depois do jantar. – É mesmo, – eu concordei. – Eu não estou surpresa que você não pôde suportar a idéia de dançar com Elizabeth Bennet no baile. Ela não tem nenhuma da beleza de sua irmã. – Ela dificilmente tem algum traço bonito em seu rosto, – eu respondi. Olhando para ela, e estudando-a detalhadamente. – Ora, Darcy, – disse Bingley, que se juntou conosco quando liberou Miss Bennet á uma de suas irmãs. – Ela é uma garota muito bonita. – Ela não se destaca de modo algum. – Eu respondi. – Muito bem, pense como quiser. Ela é uma garota muito razoável, – ele disse enquanto retornava a Jane Bennet. Caroline continuava á criticar nossos vizinhos. Enquanto ela o fazia, meus olhos começaram a observar Miss Elizabeth Bennet, e eu comecei a perceber que não fui justo com ela. Apesar de seu rosto não ter traços bonitos, as expressões de seus olhos negros, compensam. Eles lhe davam uma animação que eu achei muito agradável. Eu me encontrei a observando, e quando ela se levantou para sair da mesa, eu logo descobri que ela era uma criatura agradável.


Ela ainda nĂŁo ĂŠ bonita o suficiente para tentar um homem como eu, mas ela possui mais beleza quando eu primeiramente a avaliei.


Novembro


Segunda, 4 de Novembro Outra festa. Foi inevitável, mas eu percebi que não estou indisposto para tais coisas ultimamente como eu estava. E provaram uma mudança em nossa roda particular. O baile de hoje foi na propriedade de Sir William Lucas, Lucas Lodge. – Prepare-se para ser reverenciado a cada dez minutos, – disse Caroline enquanto entrávamos na casa. – A cada cinco minutos. – disse Louisa. – Sir William é uma pessoa muito agradável, – disse Bingley. – Querido Charles, você acharia todos agradáveis se eles permitissem que você encontrasse Miss Bennet em suas festas. – Eu disse. – Ela é um anjo, – disse Bingley, nem um pouco desconfortável. Ele logo se juntou á Miss Bennet. Mr Hurst dançou com Caroline, e Louisa começou a conversar com Lady Lucas. Eu notei que Miss Elizabeth Bennet estava lá, conversando com o Coronel Forster. Sem realizar o que estava fazendo, eu me aproximei, e eu não pude evitar de ouvir sua conversa. Ela estava com uma expressão divertida, e quando ela está com esta expressão, há um certo brilho em seus olhos. Eu observei isso, como também observei o rubor de animação que adiciona beleza em suas maçãs do rosto. Sua complexidade é suave, e sua pele é levemente bronzeada. Talvez não seja elegante como a pele de Caroline, mas é agradável do mesmo jeito. Ela logo deixou o Coronel Forster e logo foi procurar Miss Lucas. As duas pareciam ser amigas. Eu estava preste a falar com ela, sentindo uma urgência em ver aquele brilho nos seus olhos novamente, quando a própria Elizabeth se dirigiu á mim.


– Não concorda, Mr Darcy, que me expressei invulgarmente bem, agora há pouco, quando estava propondo ao Coronel Forster para nos dar um baile em Meryton? – Com grande energia, – eu respondi surpreso. – Mas esse é um assunto que torna qualquer senhorita enérgica. – Você é severo conosco. Isso foi dito com um olhar tão provocante, que eu não pude evitar de sorrir. Seu comportamento não iria ser bem aceito em Londres, mas no campo, é uma boa coisa para se olhar. É preciso variedade, afinal. – Será logo a vez dela de ser atormentada. – Disse Miss Lucas, se virando para mim. –Eu abrirei o piano, Eliza, e você sabe o que fazer. Ela se recusou a princípio, dizendo que não iria tocar na frente daqueles que devem estar acostumados com ótimos músicos, mas Miss Lucas insistiu até ela ceder. A performance de Elizabeth foi surpreendentemente boa. Não todas as notas; eu acredito que boa parte delas estavam erradas. Mas tinha uma suavidade no tom que soava agradável para meus ouvidos. Eu estava começando a andar em direção a ela, eu realmente queria continuar nossa conversa , quando ela abandonou o piano e com uma chance – com sorte ou azar, não sei ao certo qual dessas – sua irmã mais nova tomou seu lugar. Meu sorriso se desfez de meu rosto. Eu nunca ouvi um performance mais desastrosa em minha vida, e eu não conseguia acreditar que Miss Mary Bennet estava exibindo seu mísero talento para tantas pessoas ouvirem. Se eu continuasse a ouvi-la mais um minuto, eu acredito que eu diria a ela o quão ruim é sua performance. Os problemas foram ficando maiores quando as duas irmãs mais novas tiveram a oportunidade de dançar com alguns dos oficiais. Sua mãe as olhava, com um grande sorriso no rosto, enquanto a mais nova flertava com cada oficial que passava. Quão velha ela é? Ela não aparenta ter mais do que quinze anos. Ela deveria estar na escola, não em um lugar público onde ela pode desonrar a ela e sua família. O comportamento dela esvoaçou toda a consideração que eu tinha por Miss Elizabeth Bennet, e eu não lhe dirigi a palavra novamente.


– Mas que agradável divertimento para os jovens está sendo, Mr Darcy! – disse Sir William Lucas, se colocando ao meu lado. – Não tem nada como dançar, afinal. Eu considero a dança o primeiro requinte nas aprimoradas sociedades. – Certamente, senhor, – eu respondi, enquanto meu olhar estava em Miss Lydia Bennet, que estava dançando sem a menor decência. – e também existe a vantagem de estar na moda entre as sociedades menos aprimoradas do mundo. Qualquer selvagem pode dançar. Sir William apenas sorriu, e me atormentou com uma longa conversa sobre o assunto ‘dançar’, me perguntando se eu já dancei em St James’s. Eu respondi delicado o suficiente, mas eu pensei que se ele mencionasse St James’s mais uma vez, eu seria capaz de estrangulá-lo com sua própria cinta. Enquanto meu olhar rondava o salão, eu vi Miss Elizabeth Bennet vindo em minha direção. Apesar da falta de modos de suas irmãs, eu estava preso novamente pela sua graciosidade, e eu pensei que se tivesse uma pessoa no salão que eu gostaria de ver dançar, era ela. – Minha querida Miss Eliza, porque você não está dançando? – perguntou Sir William, como se ele lesse meu pensamento. – Mr Darcy, permita-me apresentar essa jovem senhorita a você como um par muito desejado. Você não pode se recusar a dançar, quando tanta beleza está bem em sua frente. Ele pegou a mão dela, e me surpreendeu dando-a para mim. Eu não tinha pensado de eu mesmo dançar com ela, eu apenas pensei em vê-la dançar, mas eu teria pego a mão dela se ela não tivesse retirado-a antes. – Certamente, senhor, eu não tenho a menor intenção de dançar. Eu lhe imploro para não pensar que eu só andei até aqui para suplicar por um parceiro. – Ela disse. Eu realizei que eu não queria desistir da proposta. – Você me daria a honra de sua mão? – Eu perguntei, me interessando mais do que qualquer outra coisa, pela sua relutância em dançar comigo. Sir William tentou persuadi-lá.


– Embora esse cavalheiro deprecie divertimentos em geral, ele não pode aceitar objeção, eu tenho certeza. Um sorriso iluminou seus olhos, e se voltando para mim, ela disse: – Mr Darcy é de uma delicadeza sem fim. Aquele foi um sorriso desafiador; não tenho dúvidas sobre isso. Mesmo ela dizendo que eu era de uma delicadeza sem fim, ela quis dizer exatamente o contrário. Eu senti meu desejo de dançar com ela crescer. Ela se auto-nominou como minha inimiga. E eu senti um desejo de conquistála crescendo dentro de mim. Porque ela me recusou? Porque ela me ouviu dizendo que ela não era bonita o bastante para me tentar? Claro que sim! Me encontrei admirando seu espírito. Meus dez mil por ano não significavam nada para ela comparado ao desejo de vingança dela sobre mim. Eu a observei andar para longe de mim, reparando a leveza de seus passos, e a graciosidade de sua figura, e tentando me lembrar a última vez que eu tinha estado tão bem. – Eu posso imaginar o que está pensando, – disse Caroline, se colocando ao meu lado. – Não imagino como. – Eu disse. – Você está pensando como seria insuportável passar várias noites dessa maneira, em tal sociedade; e eu sou da mesma opinião que você. Eu nunca fui tão atormentada! Eu daria tudo para ver a sua rigidez sobre eles! – Sua adivinhação está totalmente errada, eu lhe asseguro. Minha mente está mais aberta. Eu andei refletindo no imenso prazer que um par de belos olhos no rosto de uma linda mulher pode proporcionar. Caroline sorriu. – E qual senhorita tem o crédito de proporcionar tal reflexo? – Miss Elizabeth Bennet. – Eu respondi, enquanto a vi cruzar o salão. – Miss Elizabeth Bennet! – ela exclamou. – Eu estou espantada. Há quanto tempo ela tem sido a favorita? E quando devo lhe desejar felicidades? – Essa é exatamente a mesma pergunta que eu esperava que pudesse responder, – eu disse a ela. – a imaginação de uma senhorita tem uma


rapidez fantástica; salta de admiração para amor, de amor para matrimônio, em um instante. – Se está falando sério sobre isso, eu devo considerar o assunto como praticamente certo. Você terá uma adorável sogra, certamente, e estou certa que ela sempre estará com você em Pemberly. Eu a deixei falar. É totalmente indiferente para mim o que ela diz. Se eu desejo ter admiração por Miss Elizabeth Bennet, então eu terei, e nem todos os comentário de Caroline irá me fazer pensar o contrário.

Terça, 12 de Novembro Bingley e eu jantamos com os oficiais esta noite. Existe um regimento estacionado aqui, e eles são, na maior parte homens bem-educados e inteligentes. Quando voltamos para Netherfield encontramos Miss Bennet na casa. Caroline e Louisa tinham-na convidado para jantar. Ela veio à cavalo, e, infelizmente, uma chuva torrencial a tinha encharcado completamente. Não surpreendentemente, ela pegou um resfriado. Bingley ficou prontamente preocupado, insistindo que ela deveria ficar esta noite. Suas irmãs concordaram. Ela se retirou para dormir cedo, e Bingley estava distraído o resto da noite. Lembrei-me do fato de que ele ainda tem vinte e três anos, e essa é uma idade indefinida. Ele está atualmente preocupado com a saúde de Miss Bennet, e ainda antes do Natal ele estará em Londres, onde irá, sem dúvida, esquecer tudo sobre ela.

Quarta-feira 13 de novembro Miss Bennet saiu mal estava a amanhecer, e Caroline e Louisa insistiram para que ela ficasse em Netherfield, até que estivesse totalmente recuperada. Elas insistiram tão veemente que não restou dúvidas, mas


como o tempo está ruim, e não há nada para se fazer, exceto ficar dentro de casa, elas estavam ansiosos para convencê-la a permanecer. Bingley insistia em levar ao Sr. Jones, o boticário, ele saberia se ela havia ou não melhorado. – É realmente necessário? – Perguntei-lhe. – Suas irmãs parecem pensar que nada mais é do que uma dor de garganta e dor de cabeça. – Não se pode dizer o que uma dor de garganta e dor de cabeça podem levar – disse Bingley. O recado foi enviado ao Sr. Jones, e outro para a família de Miss Bennet, e estabeleceu-se um pequeno-almoço. Estávamos ainda no salão de café da manhã, algum tempo depois, quando houve uma perturbação na sala. Caroline e Louisa levantaram os olhos de seus copos de chocolate trocando olhares, perguntando uns aos outros, e, em seguida, seu irmão. – Quem iria chamar a esta hora e com este tempo? – perguntou Caroline. Ele perguntou e logo foi respondido quando a porta se abriu e Miss Elizabeth Bennet foi entrando. Seus olhos estavam brilhantes e suas bochechas vermelhas. Suas roupas e suas botas robustas estavam cobertas de lama de sua caminhada. – Miss Bennet! – exclamou o Sr. Hurst, olhando para ela como se ela fosse uma aparição. – Miss Bennet! – ecoou Caroline. – Você não veio a pé? – ela perguntou, espantada, olhando para suas botas, e em sua anáguas, estava seis centímetros de profundidade na lama. – Sim – disse ela, como se fosse a coisa mais natural do mundo. – Andou três milhas tão cedo do dia! – disse Caroline, com um olhar horrorizado para Louisa. – E no tempo tão Ruim! – Louisa exclamou, voltando seu olhar. Bingley não se espantou com tal atitude. – Miss Elizabeth Bennet, que bom que você veio – disse ele, pulando e cumprimentado com um aperto de mão. – Sua irmã está muito doente, estou preocupado.


Caroline compreendeu tal atitude. – Realmente, Charles,não a preocupe – disse ela. Ela virou-se para Miss Bennet. – Não é nada além de uma dor de cabeça e de garganta. Ela não dormiu muito bem, e esta manhã seu mal estar aumentou. Ela está febril, embora, e ela não está bem o suficiente para sair de seu quarto. – Não é nada. Costumo sair no amanhecer. O frio e a chuva não me incomodam. Onde está Jane? Posso vê-la? – É claro – disse Bingley. – Vou levá-la até ela nesse instante. Eu não podia deixar de pensar no brilhante exercício que tinha feito, embora eu me perguntava se ela deveria ter andado tão longe sozinha. Se sua irmã estava gravemente doente, talvez, mas e o frio? Charles deixou o quarto com Miss Bennet. Caroline e Louisa, sentindo que lhes incumbe como hospedeiras, seguiram. Bingley rapidamente retornou, deixando suas irmãs com a enferma. – Devemos partir logo, – eu disse, olhando para o relógio. Tínhamos combinado de conhecer alguns dos oficiais para uma partida de bilhar. Eu poderia dizer que Bingley não queria ir, mas o convenci de que seria ridículo não sair de casa porque a amiga de sua irmã teve um resfriado. Ele parecia estar prestes a protestar, mas tem o hábito de ouvir-me e aceitou o conselho. Fiquei contente com isso. Coronel Forster teria achado muito estranho se ele tivesse cancelado o compromisso com tão pequeno pretexto. Voltamos para casa no final da tarde e às seis e meia todos nos sentamos para jantar. Miss Elizabeth Bennet era uma das convidadas. Ela parecia cansada. A cor tinha desaparecido de seu rosto e seus olhos se escureceram. Mas tão logo Bingley perguntou sobre sua irmã, para animála. – Como esta sua irmã? – Bingley perguntou. – Eu tenho medo que ela não se recupere. – Chocante! – disse Caroline. – Estou triste em ouvir isso – disse Louisa. Sr. Hurst resmungou. – Eu não gosto de estar doente demais. – disse Louisa.


– Igualmente. Não há nada pior – disse Caroline. – Existe alguma coisa que eu possa fazer por ela? – perguntou Bingley. – Não, obrigada – respondeu ela. – Não há nada que ela precisa? – Não, ela tem tudo. – Muito bem, mas você deve me deixar saber se há alguma coisa que eu possa fazer por ela para aliviar seu sofrimento. – Obrigado, eu vou – disse, emocionada. – Você parece cansada. Esteve com ela o dia todo. Você deve deixarme ajudá-la com uma tigela de sopa, eu não quero você fique mal cuidando de sua irmã. Ela sorriu com sua bondade, e me abençoou. Ele tem uma facilidade de modo que eu não possuo, e eu estava contente de vê-lo usar para ajudála com o melhor dos pratos sobre a mesa. – Eu devo voltar para Jane – disse ela, logo que o jantar tinha acabado. Eu preferiria que ela ficasse. Logo que ela saiu, Caroline e Louisa começaram a ofende-la. – Nunca vou esquecer sua aparência esta manhã. Ela realmente parecia quase selvagem. – disse Louisa. – Certamente, Louisa – retornou Caroline. – Prestei atenção na anágua, seis centímetros de profundidade na lama – disse Louisa. Nisso Bingley explodiu. – Sua anágua suja o bastante escapou meu conhecimento – disse ele. – Você observou, estou certa, Sr. Darcy – disse Caroline. – Receio que esta aventura tenha afetado um pouco sua admiração dos seus belos olhos. – Não de tudo – eu respondi. – Eles foram clareadas pelo exercício. Caroline foi silenciada. Eu não vou deixar ofender Miss Elizabeth Bennet perto de mim, mas tenho certeza que ela vai ofende-la pelas costas.


– Eu tenho um respeito excessivo por Jane Bennet, ela é realmente uma menina muito doce, e eu desejo com todo meu coração que ela melhore. Mas com esse pai e mãe, e tais conexões baixas, tenho medo que não há chance dele – disse Louisa. – Eu acho que ouvi você dizer que seu tio é um advogado em Meryton – comentou Caroline. – Sim, e eles têm outro, que vive em algum lugar perto Cheapside – disse Louisa. – Se eles tivessem tios suficiente para preencher todos os Cheapside, não faria um nada menos agradável – exclamou Bingley. – Mas é preciso muito de reduzir sensivelmente suas chances de se casar com homens de qualquer consideração no mundo – comentei. Não faz nenhum mal lembrar Bingley da realidade. Ele quase foi levado o ano passado e quase propôs a uma moça cujo pai era um padeiro. Não há nada de errado com os padeiros, mas eles não pertencem à família, e nem advogados ou pessoas que vivem em Cheapside. – Bem colocado, Sr. Darcy – disse Caroline. – Não poderia ter colocado isso melhor – rebateu o Sr. Hurst, estimulando-se momentaneamente de seu estupor. – Cheapside! – disse Louisa. Bingley nada disse, mas caiu em melancolia. Suas irmãs hoje visitaram a enfermaria, e quando desceu, Miss Elizabeth Bennet estava com eles. – Junta-se à nós nas cartas? – perguntou Sr. Hurst. – Não, obrigada – disse ela, vendo o jogo. Para começar, ela pegou um livro, mas aos poucos ela foi até a mesa de cartas e assistiu ao jogo. Sua figura foi apresentada a vantagem que ela estava por trás da cadeira de Caroline. – Miss Darcy cresceu muito desde a Primavera? – perguntou Caroline. – Ela vai ser tão alta quanto a mim? – Eu acho que ela vai. Ela agora esta a cerca da altura de Miss Elizabeth Bennet, ou melhor, mais alta.


– Como eu espero vê-la outra vez! Suas feições, suas maneiras! E extremamente realizada para sua idade! – É surpreendente para mim como jovens senhoras podem ter paciência para ser tão realizada, pois todas elas são – disse Bingley. – Todas as moças acompanhadas! Meu caro Charles, o que você quer dizer? – perguntou Caroline. – Sim, todas elas, eu acho. Todas pintam quadros, cobrem a tela e bolsas de liquido. – Sua lista de medida comum de realizações tem muita verdade –, eu disse, divertido. Fui informado que dezenas de jovens senhoras são realizadas, somente para descobrir que elas não podem fazer mais do que a pintura bonita. – Eu não posso orgulhar-me de saber mais do que meia dúzia. – Não, eu, tenho certeza – disse Caroline. – Então você deve compreender muita coisa em sua idéia de uma mulher realizada. – Disse Miss Bennet. Eu imaginei isso, ou ela estava rindo de mim? Talvez, mas talvez não. Eu fui picado a responder: – Sim, eu compreendo muito. – Oh! certamente – disse Caroline. Miss Bennet não se envergonhou, como eu tinha previsto que aconteceria. Na verdade, enquanto Caroline listava as realizações de uma mulher verdadeiramente realizada, eu vi distintamente um sorriso se espalhando por todo rosto de Miss Bennet. Tudo começou em seus olhos, quando Caroline começou dizendo: – A mulher deve ter um conhecimento profundo de música, canto, desenho, dança e línguas modernas ... – e se espalhou para a boca no momento em que Caroline terminou: – Ela deve possuir um certo algo em seu ais e maneira de andar, o tom de sua voz, seu endereço e expressões. A falta de diversões de Miss Bennet irritou-me, e eu adicionei severamente, – Para tudo isso, ela deve ainda acrescentar algo mais substancial, na melhoria da sua mente através da leitura extensiva.


– Eu não estou mais surpresa de que com o seu conhecimento encontre apenas seis mulheres realizadas. Prefiro perguntar ao seu conhecimento qualquer. – Disse Miss Bennet com uma gargalhada. Eu deveria ter ficado irritado por seu atrevimento, mas de alguma forma eu senti em resposta sorrisos de primavera em meus olhos. Parecia um absurdo, de repente, que eu deveria esperar tanto do sexo oposto, quando um par de belos olhos era tudo o que era necessário para conceder a verdadeira felicidade. E uma felicidade que eu nunca senti ao ouvir uma mulher cantar ou tocar piano, e eu duvido que se dia sentirei. – É tão grave a seu próprio sexo, como duvidar da possibilidade de tudo isso? – perguntou Caroline. – Nunca vi essa capacidade, e gosto, e aplicação, e elegância, como você descreveria, unidos. Comecei a me perguntar se eu já tinha visto isso sozinho. Caroline e Louisa levantaram as provocações, declarando que conheciam muitas mulheres que responderam a essa descrição. Miss Bennet dobrou a cabeça, mas não no reconhecimento da derrota. Ela fez isso para que não vissem o sorriso que estava em seus lábios. Foi só quando vi o sorriso dela que eu percebi que estava contradizendo as suas próprias declarações anteriores, quando havia dito que estas mulheres não existiam. Elas estavam agora dizendo que essas mulheres eram comuns. Enquanto eu observava o sorriso de Miss Bennet espalhando-se por seus olhos, pensei que nunca teria gostado dela, nem de nossas conversas. Sr. Hurst chamou sua esposa e sua irmã ao fim, chamando sua atenção de volta ao jogo, e Miss Bennet retornou ao quarto de sua irmã doente. Percebi que há um forte laço entre ela e sua irmã. Não pude deixar de pensar que Caroline e Louise não teriam sido atenciosas em esperar uma à outra se uma delas estivesse doente; embora elas também sejam irmãs, parece haver pouco afeto entre elas. É uma pena. O carinho da minha irmã é uma das maiores alegrias da minha vida.


– Eliza Bennet – disse Caroline, enquanto Miss Bennet se retirava da sala, – é uma da moças que buscam ser apresentadas ao outro sexo, por subestimar suas propriedades, e com muitos homens, ouso dizer, é bemsucedida. Mas, na minha opinião, é uma iniciativa insignificante, uma muito significante arte. – Sem dúvida, há uma maldade em todas as artes que, por vezes, rebaixar senhoras é utilizado para admiração. Seja qual seja for tem afinidade com a astúcia e é desprezível. Aposentou-se da lista, e recuou em seu jogo. Voltei para meu antigo quarto, me sentido insatisfeito com o dia. Minha paz de costume havia desaparecido. Eu encontrei-me a pensar, não no que faria amanhã, mas em Elizabeth Bennet.

Quinta-feira 14 de novembro Eu tive uma lembrança do tempo da loucura de ser levado por um par de belos olhos. Elizabeth enviou uma mensagem para sua mãe esta manhã, pedindo-lhe para vir fazer seu próprio julgamento sobre o estado de saúde de Miss Bennet. Após uma breve estada com a filha doente, Sra. Bennet e suas duas filhas mais novas, que haviam acompanhado-a, aceitou o convite de se juntar ao restante do grupo no café da manhã. – Eu espero que Miss Bennet não esteja pior do que o esperado. – Disse Bingley. Ele tem estado preocupado com o caso, e nada conformado as sérias instruções para a empregada, de tentar aumentar o conforto de Miss Bennet. – Na verdade eu tenho, Senhor – disse a Sra. Bennet. – Ela esta muito doente para ser movida. Sr. Jones diz que não devemos pensar em movê-la. Nós abusamos demais de sua bondade. – Remove-la! – Choramingou Bingley! – Não devemos pensar.


Caroline não pareceu satisfeita com sua observação. Eu acho que a presença de uma inválida em sua casa está começando a irritá-la. Ela passou muito pouco tempo como sua convidada, e se Elizabeth não tivesse vindo, sua irmã teria se consumido em muita solidão em uma casa de estranhos. Caroline respondeu educadamente farta, contudo, dizendo que Miss Bennet receberia toda a atenção. Sra. Bennet impressionou a todos com o estado de sua filha doente, em seguida, olhando em volta, observou que Bingley tinha escolhido bem em alugar Netherfield. – Você não vai pensar em desistir na pressa, eu espero, que você tenha um contrato de aluguel mais curto. – Disse ela. – Tudo que faço é feito com pressa. – Disse ele. Isso levou a uma discussão de caráter, onde a Elizabeth confessou-se a ser um caso a se estudar. – O campo em geral pode oferecer poucos assuntos de tal estudo. – Eu disse. – Mas as pessoas se alteram tanto que há algo novo a ser observado neles para sempre. – Ela voltou. Falar com Elizabeth é como falar com ninguém. Isto não é uma atitude comum, mas um exercício estimulante à mente. – Sim, na verdade. – Disse a Sra. Bennet, assustando a todos nós. – Asseguro-vos que é tão grande quanto acontece no campo como na cidade. Eu não posso ver qualquer grande vantagem que Londres possa ter sobre outro país, exceto as lojas e locais públicos. O campo tem grande momentos agradáveis, não é, Sr. Bingley? Bingley, tão fácil como sempre, disse que ele estava igualmente feliz com qualquer um. – Isso por que você direciona certo. Mas aquele cavalheiro, – ele disse olhando para mim. – Pensa que o campo nada é. Elizabeth tinha facilidade de ruborizar, informando a sua mãe que ela estava equivocada, mas forçava a lembrar do fato de não haver momento


de equívoco, gentilmente contudo, pode vencer a desvantagem de sua mãe. Sra. Bennet piorou e piorou, elogiando os costumes do Sr. Willian Lucas de fazer comentários velados de “pessoas que são importantes e nunca dizem nada”. o qual, suponho que ela me entenda. O pior estava por vir. A menina caçula começou a admitir e pediu a Bingley uma bola. Ele estava de bom humor e aceitou prontamente, depois que a Sra. Bennet e sua duas filhas se despediram. Elizabeth retornou ao quarto de sua irmã doente. Caroline foi impiedosa quando ela havia se retirado. – Eles jantam com vinte e quatro familiares! – ela disse. – Eu não sei como parei de rir! E a pobre mulher pensa que é uma da sociedade. – Eu nunca ouvia nada mais ridículo em toda minha vida. – disse Louisa. – Ou vulgar – disse Caroline. – E a caçula! Implorando por uma bola. Eu não posso acreditar que a encorajou, Charles. – Mas eu gosto de dar bolas – protestou Bingley. – Você não deveria ter recompensado sua impertinência – disse Louisa. – Não, certamente. Você só vai torná-la pior. Apesar de como ela poderia tornar-se pior que eu não sei. Kitty era terrível o suficiente, mas a mais jovem garota - qual era o nome dela? – Lydia – suplicou Louisa. – Lydia! Claro, era isso! Para sê-lo para a frente. Você não gostaria que sua irmã fosse tão à frente, estou certa, Sr. Darcy? – Não, eu não – eu disse, mal satisfeito. Comparar Georgiana com uma menina foi além de qualquer coisa que eu poderia tolerar. – E ainda assim elas têm a mesma idade – prosseguiu Caroline. – É incrível como as duas meninas podem ser tão diferentes, uma elegante e refinada, e a outra tão atrevida e ruidosa. – Trata-se de sua educação – disse Louisa, – Com uma mãe tão grosseira, como Lydia poderia ser qualquer coisa além de vulgar?


– Essas pobres meninas – disse Caroline, sacudindo a cabeça. – Elas são todos tocados com a vulgaridade mesmo, tenho medo. – Não Miss Bennet! – protestou Bingley. – Você mesmo disse que ela era uma menina doce. – E assim ela é. Talvez você esteja certo. Talvez ela tenha escapado da mancha de misturar com essas pessoas. Mas Elizabeth Bennet está inclinada a ser petulante, embora ela tenha belos olhos – disse Caroline, voltando seu olhar para mim. Eu estava prestes a demitir Elizabeth dos meus pensamentos, mas mudei de idéia. Eu não vou fazer isso para agradar Sra. Bingley, no entanto, ser satírico com ela. Na noite, Elizabeth se juntou a nós na sala. Eu tomei o cuidado de não dizer mais do que um breve “Boa noite”, e depois peguei uma caneta e comecei a escrever à Georgiana. Elizabeth, eu notei, pegou alguns bordados no lado distante do quarto. Eu mal tinha começado minha carta, quando Caroline começou a cumprimentar-me sobre a regularidade de minha carta. Eu fiz o meu melhor para ignorá-la, mas ela não era de ser dissuadida e continuou a elogiar-me em cada turno. Bajulação é muito bom, mas um homem pode cansar-se dela tão rapidamente quanto maldições. Eu não disse nada, no entanto, já que eu não queria ofender Bingley. – Tão encantada Miss Darcy ficará de receber tal carta! – Caroline disse. Eu a ignorei. – Você escreve extraordinariamente rápido. Eu era imprudente o suficiente para retaliar com – Você está enganada. Eu escrevo muito lentamente. – Ora, diga à sua irmã que eu espero vê-la. – Eu já disse isso a ela uma vez, por seu desejo. – Como você pode inventar para escrever assim mesmo? – perguntou ela.


Engoli a minha frustração e retomei meu silêncio. A noite úmida no campo é um dos piores males que eu sei, especialmente na companhia limitada, e se eu respondesse, temia que fosse rude. – Diga à sua irmã que tenho o prazer de ouvir de sua melhora na harpa ... Rezo, que carta é esta? Eu quase respondi, mas deixou-me apenas no tempo. – ... e rezo que ela saiba que eu estou completamente em êxtase com o lindo quadro, e que eu acho infinitamente superior ao da Sra. Grantley. – Você vai me dar licença para adiar o seu êxtase até eu escrever de novo? No momento eu não tenho espaço para fazer-lhes justiça. Eu vi Elizabeth sorrir com isso, e enterrar a cabeça na sua costura. Ela sorri facilmente, e eu estou começando a achar infecciosa. Eu estava quase tentado a sorrir. Caroline, porém, não era para ser reprimida. – Você sempre escreve tão longas e encantadoras cartas à ela, Sr. Darcy? – Elas são geralmente longas, – eu respondi, não sendo capaz de evitar responder a sua pergunta. – Mas se é sempre encantadora, não sou eu quem decide. – É uma regra para mim, para que uma pessoa possa escrever uma longa carta, com facilidade, não pode escrever mal, disse ela. – Isso não pode ser um elogio para Darcy – interrompeu Bingley, – porque ele não escreve fácil. Ele estuda demais para palavras de quatro sílabas. Você não, Darcy? – Meu estilo de escrita é muito diferente de seus trabalhos – eu concordei. – Minhas idéias fluem tão rapidamente que eu não tenho tempo para expressa-las, por isso muitas de minhas cartas, por vezes, não transmitem idéias em todos os meus correspondentes – disse Bingley. – Sua humildade deve desarmar reprovação – disse Elizabeth, que costura do lado dela. – Nada é mais enganoso do que a aparência de humildade – eu disse, Bingley sorriu do comentário, mas por baixo eu estava consciente de uma


leve irritação que ela estava elogiando. – Muitas vezes, é apenas descuido de opinião, e às vezes possuem uma indireta. – E qual dos dois você chama meu pedacinho recente de modéstia? – perguntou Bingley. – O orgulho indireto – eu disse com um sorriso. – O poder de fazer qualquer coisa com rapidez é sempre muito apreciado pelo possuidor, e muitas vezes sem qualquer atenção para a falha de desempenho. Quando você disse a Sra. Bennet, esta manhã que você já resolveu a situação em Netherfield você deve ter ido em cinco minutos, você queria que fosse uma espécie de elogio a si mesmo, mas não estou convencido de nenhuma maneira. Se, como se estivesse montando seu cavalo, um amigo estava a dizer, ‘Bingley, é melhor ficar até a próxima semana’, você provavelmente faria isto. – Você só tem provado por isso que o Sr. Bingley não faz justiça à sua própria disposição. Você mostrou-lhe ter palavra, agora, muito mais do que ele próprio – disse Elizabeth com uma risada. – Estou extremamente satisfeito com a sua conversão que o meu amigo diz que para um elogio sobre a doçura do meu temperamento – disse Bingley alegremente. Eu sorri, mas eu não estava tão satisfeito, apesar de por que isso deveria ser eu não sei. Estou certo de que eu gosto muito de Bingley, e eu fico sempre satisfeito quanto ao valor de outras pessoas, ele também. – Mas Darcy pensaria o melhor de mim, se ao abrigo de tal circunstância eu fosse desmentido, e fugiria tão rápido quanto eu pudesse! – Ele acrescentou. – Será que o Sr. Darcy, em seguida, consideraria a precipitação da sua intenção original como expiação por sua obstinação em aderir a ela? – Elizabeth perguntou brincando. – Dou a minha palavra, eu não posso explicar o assunto. Darcy deve falar por si mesmo. Eu coloquei a minha pena, todos os pensamentos da minha carta esquecida.


– Você espera que me dê conta de parecer que você escolhe para chamar de meu, mas o branco eu nunca reconheci. – Eu disse com um sorriso. – Ceder à persuasão de um amigo não é mérito de vocês – disse Elizabeth. Apesar de mim mesmo, senti-me atraído em sua brincadeira. – Produzir sem convicção não é nenhum elogio à compreensão de ninguém – eu devolvi. – Você parece comigo, Sr. Darcy, não permitindo que nada influencie sua amizade e afeto. Eu vi Caroline olhando horrorizada por a nossa troca, mas eu estava gostando da conversa estimulante de Elizabeth. – Não seria oportuno organizar o grau de intimidade que subsistam entre as partes antes de decidir? – Perguntei a ela. – Por todos os meios – exclamou Bingley. – Vamos ter todas as informações, não esquecendo a sua altura e tamanho comparativo, pois eu garanto que se Darcy não fosse tão grande companheiro de altura eu não deveria pagar-lhe a metade de tanta deferência. Declaro que não sei um objeto mais terrível do que Darcy, em sua própria casa, especialmente, em uma noite de domingo, quando nada há para fazer. Eu sorri, mas fiquei ofendido, no entanto. Eu temia que houvesse um grão de verdade no que disse Bingley, e eu não queria que Elizabeth conhecesse-a. Elizabeth olhou como se quisesse rir, mas não o fez. Espero que ela não tenha medo de mim. Mas não. Se ela estivesse com medo de mim, ela não iria rir tanto! – Eu vejo o seu esquema, Bingley – eu disse, colocando de lado sua observação. – Você não gosta de um argumento, e quero esse silêncio. – Talvez, eu faça – Admitiu Bingley. A animação tinha saído da conversa, e um constrangimento prevaleceu. Elizabeth voltou para seu trabalho de costura, e eu retornei à minha carta. O relógio marcou em cima da lareira. Eu terminei minha carta e coloquei-a de lado. O silêncio continuava.


Para quebrá-lo, indaguei às senhoras sobre favorecer-nos com algumas músicas. Caroline e Louisa cantaram, e eu encontrei meu olhar vagando para Elizabeth. Ela não é bonita, e ainda assim eu acho que prefiro olhar para o rosto dela, do que qualquer outro. Ela não é graciosa, e ainda assim suas maneiras me agradam mais do que qualquer outra que eu conheci. Ela não é prendada, e ainda assim ela tem uma inteligência que faz dela uma debatedora animada, e torna sua conversa estimulante. É um longo tempo desde que tive a cerca com as palavras, na verdade não tenho a certeza que eu já fiz isso antes, e ainda com ela eu sou frequentemente envolvido em um duelo de esperteza. Caroline começou a desempenhar um ar escocês animado, e movido por um impulso súbito eu disse: – Você não sente uma grande tendência, Miss Bennet, para aproveitar essa oportunidade de dançar um carretel1? Ela sorriu, mas não respondeu. Achei seu silêncio enigmático. Ela é uma esfinge, enviada para me atormentar? Ela deve ser, em prol de meus pensamentos geralmente não tão poéticos. Em vez de me desagradar, seu silêncio só me inflamou mais, e eu repeti a pergunta. – Oh! – Disse ela. – Ouvi-o antes, mas não foi possível determinar o que dizer em resposta. Você me queria, eu sei, para dizer ‘Sim’, de modo que você pudesse ter o prazer de desprezar o meu gosto, mas eu sempre tenho o prazer em derrubar esse tipo de esquema. Eu tive portanto que compor minha mente para lhe dizer, que eu não quero dançar um carretel em tudo – e agora despreze-me, se você ousar. Eu realmente pareço tão perverso com ela? Eu me perguntava. E ainda não pude deixar de sorrir para ela saindo da posição defensiva para o ataque, e sua coragem em pronunciá-la. – Na verdade eu não me atrevo. – Eu disse. Ela olhou surpresa, como se tivesse esperado uma réplica de corte, e eu estava contente de tê-la surpreendido, ainda mais porque ela está sempre me surpreendendo.


Acho ela muito sedutora, e se não fosse a inferioridade de sua posição na vida, eu acredito que eu poderia estar em algum perigo, porque eu nunca estive tão fascinado por uma mulher na minha vida. Foi a intervenção de Caroline que quebrou minha linha de pensamento e impediu-me de dizer algo que eu poderia mais tarde lamentar. – Espero que sua irmã não esteja se sentindo muito mal – disse Caroline. – Eu acho que deveria ir até seu quarto e ver como ela está. – Eu irei por você – disse Elizabeth. – Pobre Jane. Eu deixei-a sozinha por muito tempo. Eles foram lá pra cima, e eu fiquei a pensar se Caroline tinha voltado a atenção de Elizabeth para sua irmã deliberadamente, e pensar o quão perto eu tinha chegado de trair meus sentimentos.

Sexta–Feira,15 Novembro

de

Era uma bela manhã, e Caroline e eu fizemos um passeio pelos arbustos. – Eu desejo muitas felicidade em seu casamento, – Ela disse enquanto caminhávamos ao longo da trilha. Eu queria que ela deixasse o assunto, mas temo que há pouca chance disso. Ela foi me provocando sobre o suposto casamento por dias. – Espero, porém, que você dará à sua sogra algumas dicas, quando este evento desejável ocorrer, assim como a vantagem de conter sua língua, e se você pode compreender isso, curará as jovens meninas de correr atrás dos oficiais. Eu sorri, mas fiquei irritado. Ela tinha batido na mesma razão de que eu não poderia seguir meus sentimentos. Eu nunca poderia ter a Sra.


Bennet como sogra. Seria insuportável. E, enquanto as meninas mais jovens, para torná-las irmãs para Georgiana – não, não poderia ser feito. – Você nada propôs para a minha felicidade doméstica? – eu perguntei, não a deixando ver a minha irritação, pois só iria fazê-la piorar. – Não deixe os retratos de seu Tio e Tia Philips serem colocados na galeria de Pemberley. Quanto à sua imagem de Elizabeth, você não deve tentar tê-la levado, para que o pintor possa fazer justiça a esses belos olhos? – ela disse com uma voz engraçada. Eu ignorei sua brincadeira, e imaginei o retrato de Elizabeth pendurado em Pemberley. Imaginei um outro retrato pendurado ao lado, de Elizabeth e eu. O pensamento era agradável para mim e sorri. – Isso não seria fácil, para pegar a expressão dela, mas a sua cor e forma, e os cílios, tão extraordinariamente finos, podem ser copiados. – Eu meditava. Caroline não estava satisfeita, eu achei que eu estava contente de atormentá-la. Ela estava prestes a responder, quando encontramos por outro caminho com Louisa e Elizabeth. Caroline ficou constrangida, e assim ela poderia ficar. Eu também,estava desconfortável. Eu não pensava que Elizabeth tinha ouvido Caroline, mas mesmo se tivesse, não a teria perturbado. Ela não tinha sido perturbada quando ela tinha ouvido uma observação inclemente de mim na assembléia. Quando olhei para ela, de repente eu estava consciente do fato de que ela era uma convidada na casa. Eu estava tão ocupado pensando nela que eu tinha esquecido que ela estava com Bingley. Senti uma pontada desconfortável quando eu percebei que ela não havia se encontrado com algum calor ou amizade durante sua estadia. Para ter certeza, ela havia se encontrado com delicadeza em sua face, mas a mesma polidez havia faltado logo que ela estava de costas. Nunca me senti tão fora de simpatia com Caroline... ou simpatia com Louisa, para ela pelo menos, deveria ter tido o cuidado de perguntar à Elizabeth se ela se importava de fazer uma caminhada. Eu me censuro por isso. Eu não era avesso a admirar os olhos


dela, mas eu tinha feito pouco para fazer a sua estadia em Netherfield mais agradável. As próximas palavras de Louisa desfizeram meus sentimentos de caridade para com ela, entretanto. Dizendo: – Você usou-nos abominavelmente mal, em fugir, sem nos dizer que estava saindo. – Ela segurou meu braço e saiu deixando Elizabeth sozinha. Eu fiquei envergonhado, e disse uma vez: – A caminhada não é longa o suficiente para nossa festa. É melhor entrar na avenida. Mas Elizabeth, que não foi, no mínimo mortificada por ter sido usada para o mal, apenas sorriu maliciosamente e disse que estávamos tão bem juntos do grupo que seria estragada por um quarto. Então, desejando-nos adeus ela fugiu alegremente, como uma criança que de repente se vê livre da sala de aula. Enquanto eu assisti-a correr, senti-me levantar o ânimo. Eu também, estava de repente livre, livre da dignidade travada da minha vida, e eu ansiava por correr atrás dela. – Miss Eliza Bennet se comportou tão mal quanto suas irmãs mais novas – disse Caroline ironicamente. – Ela não se comportou tão mal como nós, no entanto, – eu retornei, irritado. – ela é convidada na casa de seu irmão, e, como tal, tem direto à nosso respeito. Ela não deveria sofrer nossa negligência, nem sofrer abuso enquanto ela estiver de costas. Caroline olhou espantada e irritada, mas minha expressão era tão ameaçadora que ela calou-se. Bingley poderia reclamar da minha expressão terrível, mas ele têm seus usos. Voltei a olhar para Elizabeth, mas ela já tinha passado fora da vista. Eu não a vi novamente até o jantar. Ela desapareceu logo em seguida, para ver sua irmã, mas quando Bingley e eu associamo-nos às senhoras na sala de visitas nós a achamos ali. Os olhos de Caroline se voltaram para mim imediatamente. Eu podia ver que ela estava apreensiva. Eu tinha falado com ela bruscamente no início do dia, e não disse uma palavra para ela depois. Eu dei-lhe um olhar frio e então voltei minha atenção para Miss Bennet, que estava bem o suficiente para estar lá embaixo, e que estava sentada ao lado de sua irmã.


Bingley ficou encantado ao ver que Miss Bennet estava se sentindo melhor. Ele mexia ao seu redor, certificando-se de que o fogo estava alto o suficiente e que ela não estava em uma corrente de ar. Minha expressão suavizou. Eu podia sentir que ele está fazendo isso. Ele estava tratando dela com todo o cuidado e atenção que ela merecia, e eu fui lembrado porque eu gosto muito dele e estou feliz em chamá-lo de amigo. Suas maneiras podem ser tão agradáveis fazendo-o um objetivo para qualquer um que deseja influenciá-lo, mas as mesmas complacentes maneiras fazem dele um companheiro agradável e um cálido anfitrião. Era evidente que Elizabeth pensava assim também. Eu senti que, depois de nossa disputa, nós tínhamos encontrado um terreno comum. Caroline fingiu prestar atenção ao inválido, mas na verdade estava mais interessada em meu livro, que eu tinha pego quando decidi não jogar cartas. – Eu declaro que não há prazer, como ler um livro! – Ela disse, ignorando o seu próprio em favor dos meus. Eu não respondi. Eu estava fora de simpatia para com ela. Em vez disso, eu estudiosamente apliquei-me ao meu livro, o que foi uma pena, porque eu teria gostado de observar Elizabeth. A luz do fogo brincando em sua pele era uma visão fascinante. Ao descobrir que ela não poderia fazer-me falar, Caroline perturbou seu irmão falando sobre sua bola, antes de dar uma volta ao redor da sala. Ela estava inquieta, e ansiosa por atenção. No entanto, eu não a dava. Ela me ofendeu, e eu não estava pronto para perdoá-la deste delito. – Miss Eliza Bennet, permita-me persuadi-la a seguir o meu exemplo e dar uma volta no quarto. Eu não poderia lhe ajudar. Olhei para cima. Eu vi um olhar de surpresa cruzar o rosto de Elizabeth, e eu queria saber se as minhas palavras e de Caroline tinham afetado seu comportamento, alfinetado sua consciência sobre o seu tratamento de convidado de seu irmão. Mas não há tal coisa. Ela só queria a minha atenção, e ela tinha sido inteligente o suficiente para perceber que este era o caminho para alcançá-lo. Inconscientemente, eu fechei meu livro.


– Sr. Darcy, não vai se juntar a nós? – Disse Caroline. Eu recusei. – Existem apenas duas razões pelas quais vocês gostariam de caminhar juntas, e minha presença iria interferir com as duas. – Eu disse. Meu sorriso não visava Caroline, mas a Elizabeth. – O que você quer dizer? – Caroline perguntou, espantada. – Miss Eliza Bennet, você sabe? – Não de tudo – foi sua resposta. – Mas depende dele, ele quer ser severo para nós, e nossa forma mais segura de desapontá-lo será não perguntar nada sobre isso. Senti meu sangue agitar. Ela lutava comigo, apesar de que ela estava falando com Caroline, e eu estava gostando da experiência. Caroline, porém, não podia lutar. Caroline só podia dizer: – Eu preciso saber o que ele significa. Venha, Senhor Darcy, explique-se. – Muito bem. Está confiando tanto em si e ter casos secretos para discutir, ou você está consciente de que suas figuras parecem ter maior vantagem em pé, se o primeiro, eu deveria estar completamente em sua maneira, e se o segundo, Eu posso admirá-lo muito melhor do que sentar perto do fogo. – Oh, chocante! – Caroline exclamou. – Como vamos puni-lo por tal discurso? – Nada é tão fácil, se você tem tão somente a inclinação – disse Elizabeth com um brilho nos olhos. – Provocá-lo, rir dele. Íntima como você está, você precisa saber como deve ser feito. – Provocar a calma de humor e presença de espírito! E quanto ao riso, não vamos nos expor, por favor, tentando rir, sem um tema. Sr. Darcy pode abraçar a si mesmo. – O Sr. Darcy não é para rir! – Elizabeth chorou. – Isso é uma vantagem incomum. Eu adoro uma risada. E eu também mas eu não gosto de ser ridicularizado. Eu não podia dizer isso, porém.


– Miss Bingley me deu crédito maior do que pode ser – disse. – O mais sábio dos homens pode ser tornado ridículo por uma pessoa cujo primeiro objetivo na vida é uma piada. – Eu espero que eu nunca zombaria do sábio ou bom – ela retrucou. – Loucuras e absurdos divertem-me, porém estes, eu suponho, são precisamente os que você está fora. – Talvez isso não seja possível para qualquer um. Mas foi o estudo da minha vida, para evitar aquelas fraquezas que muitas vezes expõem uma compreensão forte ao ridículo. – Tal como vaidade e orgulho. – A vaidade, sim. Mas onde há uma verdadeira superioridade da mente, o orgulho estará sempre sob uma boa regulamentação – disse. Elizabeth virou-se para esconder um sorriso. Eu não sabia por que deveria ser, mas seu sorriso me machucou. Creio que me fez pavio curto, pois quando ela disse: – Sr. Darcy não tem defeito. Ele detém-se sem disfarce. Fiel à minha decisão, eu paguei Elizabeth sem aviso quando ela entrou na sala com sua irmã mais tarde, esta manhã, quando Bingley e eu tínhamos retornado do nosso passeio. Depois que os cumprimentos tinham sido trocados, Miss Bennet pediu emprestado o transporte à Bingley. – Minha mãe não pode ceder nosso transporte até terça-feira, porém estou bastante recuperada e nós não podemos abusar de sua hospitalidade por mais tempo – disse ela. Eu me senti numa mistura de emoções: alívio que Elizabeth em breve estaria afastada de Netherfield, e lamento de que eu não seria capaz de falar com ela por algum tempo. Bingley não concordou com Miss Bennet. – Querida Jane, é claro que você deve ficar – disse Caroline. Eu detectei uma frieza em sua voz, e não foi surpresa quando ela acrescentou: – Nós não podemos pensar em deixá-la sair antes de amanhã. Uma estadia de mais de um dia extra não agradou-a.


Bingley pareceu surpreso, mas Miss Bennet concordou com esta sugestão. – Mesmo amanhã ainda é muito cedo – protestou Bingley. – É muito gentil de sua parte, mas temos de deixá-los – disse Miss Bennet. Ela é uma garota doce, mas ela também pode ser firme, e nada que Bingley pudesse dizer abalaria sua determinação. Eu estava consciente da necessidade de estar em guarda durante este último dia. Eu tinha prestado muita atenção em Elizabeth durante sua estadia, e eu fui tardiamente ciente de que poderia ter dado origem à expectativas. Resolvi suprimi-las, caso todas as expectativas já estivessem formadas. Eu quase não falei dez palavras com ela ao longo do dia, e quando eu, infelizmente, fui deixado sozinho com ela durante meia hora, dediquei-me ao meu livro e a não olhar para cima uma vez.

Domingo, 17 de Novembro Nós todos comparecemos ao culto da manhã, e depois a Srtª Bennet partiu. – Querida Jane, a única coisa que pode resignar-me à sua saída é o conhecimento que você está bem afinal. – Disse Caroline, aproveitando a afetuosa partida de sua amiga. – Eu sou um homem egoísta. Se não fosse pelo fato de que você sofreu, eu quase teria sido feliz por você ter um resfriado. – disse Bingley calorosamente, apertando a mão de Jane. – Permitiu-me estar com você todos os dias, durante quase uma semana. – Ele, pelo menos, fez a sua estadia agradável, e teve o cuidado de entretê-la sempre que ela estava lá embaixo. É fácil ver porque Bingley fez dela a sua paquera. Ela tem uma doçura e uma abertura de maneira que a faz agradável, embora seus sentimentos não são o tipo de ser profundamente alcançados. Não


importa o quão animado e charmoso Bingley seja, ele não precisa ter medo de suas intenções serem mal interpretadas. – E a Srta. Eliza Bennet. – disse Caroline, com um largo sorriso. – Tem sido assim encantador ... tê-la aqui. Elizabeth percebeu a hesitação e seus olhos brilhavam com alegria. Ela respondeu suficientemente educada, no entanto. – Srta. Bingley. Foi bondoso de você me receber aqui. Para Bingley, ela deu uma calorosa despedida. – Obrigado por tudo que você tem feito por Jane. – disse ela. – Ver que ela estava tão bem cuidada fez uma grande diferença para mim. Nada poderia ter sido melhor do que sua proteção ao calor, ou sua mudança nas cortinas para evitar correntes de ar, ou o sua instrução às empregadas para fazerem alguns pratos saborosos para Jane tentar comer. – Eu só lamento não poder ter feito mais. – disse ele. – Espero em breve nos vermos em Netherfield novamente. – Eu espero que sim, também. Ela se virou para mim. – Srta. Bennet. – eu disse, fazendo para ela uma fria reverência. Ela pareceu surpresa por um momento, depois um sorriso apareceu em seus olhos, e ela me deixou uma reverência, respondendo em tons imponentes: – Sr. Darcy. Ela quase me tentou a sorrir. Mas eu treinei minha fisionomia em uma expressão severa e me afastei. O pequeno destacamento então se separou. Bingley escoltou a duas jovens para o transporte e ajudou-as a entrar. Minha frieza não tinha amortecido o espírito de Elizabeth durante um minuto. Eu estava feliz por isso - antes de lembrar-me que o espírito de Elizabeth não era a minha preocupação. Voltamos para a sala. – Bem! – disse Caroline. – Elas se foram. Eu não respondi. Ela virou-se para Louisa e imediatamente começou a falar de assuntos domésticos, esquecendo tudo sobre sua suposta amiga.


Embora eu escreva isto, eu acho que eu estou contente que Elizabeth se foi. Agora, talvez eu possa pensar nela como Srta. Elizabeth Bennet novamente. Eu quero me aprofundar nos pensamentos mais racionais, assim não vou ter que sofrer mais das chacotas de Caroline.

Segunda-Feira,18 de Novembro Enfim, um dia racional. Bingley e eu examinamos o canto sul de suas terras. Ele parece interessado em comprar a fazenda e diz que está pronto para estabelecer-se. No entanto, ele não esteve aqui muito tempo e eu não acredito que suas intenções sejam fixas até que tenha passado um inverno aqui. Se ele gostar, depois disso, eu acredito que poderia ser o lugar para ele. Caroline estava encantadora esta noite. Sem Srta. Elizabeth Bennet em casa ela não me provoca, e passamos uma noite agradável jogando cartas. Eu não lembrei da Srta. Elizabeth em tudo. Eu acredito que dificilmente pensei nela uma meia dúzia de vezes durante todo o dia.

Quinta –feira, 19 de Novembro – Eu acho que deveríamos andar em volta do resto da propriedade hoje. – eu disse à Bingley esta manhã. – Mais tarde, talvez.– ele disse. – Eu pretendo cavalgar ao longo do riacho esta manhã para depois perguntar sobre a saúde da Srta. Bennet.


– Você a viu apenas anteontem. – eu comentei com um sorriso; Bingley nas garras de seu flerte é muito divertido. – O que significa que eu não a vi ontem. Isto é tempo e eu fui negligente. – respondeu ele, combinando o meu tom. – Você vai vir comigo? – Muito bem. – eu disse. Um instante depois me arrependi, mas fiquei então irritado comigo mesmo por minha covardia. Eu posso certamente sentar-me com a Srta. Elizabeth Bennet por dez minutos sem cair vítima de uma certa atração, e, além disso, não há certeza de que eu vou vê-la. Ela poderia muito bem estar em casa. Marchamos para fora depois do almoço. Nosso caminho nos levou através de Meryton, e vimos o objeto do nosso passeio na rua principal. Srta. Bennet estava tomando o ar com suas irmãs. Ao ouvir os cascos dos nossos cavalos ela olhou para cima. – Eu estava cavalgando para ver como você estava, mas eu posso ver que você está muito melhor. Estou feliz por isso. – disse Bingley, tocando seu chapéu. – Obrigada. – disse ela, com um sorriso fácil encantador. – Você perdeu sua palidez, e tem um pouco de cor em suas bochechas. – O ar fresco me fez bem. – disse ela. – Você entrou Meryton? – ele perguntou. – Sim. – Vocês não se cansaram, espero? – acrescentou com uma careta. – Não, obrigada, o exercício foi benéfico. Eu passei tanto tempo dentro de casa que eu estou feliz por estar fora de novo. – Meus sentimentos são exatamente os mesmos. Quando eu estou doente, eu não posso esperar para estar fora das portas, logo que eu esteja bem o suficiente. Enquanto eles continuavam desse modo, com Bingley olhando tão feliz como se Srta. Bennet tivesse escapado das garras do tifo1 em vez de um resfriado insignificante, eu evitava olhar para Elizabeth. Eu deixei meus


olhos flutuarem pelo resto do grupo em vez disso. Eu vi as três jovens garotas Bennet, uma delas carregando um livro de sermões e as outras duas rindo juntas, e um jovem abrutalhado a quem eu não tinha visto antes. Por sua vestimenta ele era um clérigo, e ele parecia estar em assistência às senhoras. Eu estava apenas refletindo que talvez sua presença explicaria porque Srta. Marry Bennet estava segurando um livro de sermões, quando recebi uma surpresa desagradável, ou melhor um choque terrível. Na ponta do grupo havia dois cavalheiros ainda. Um deles foi o Sr. Denny, um oficial que Bingley e eu já conhecíamos. O outro foi George Wickham. George Wickham! Que homem odioso, que traiu a crença do meu pai nele e quase arruinou a minha irmã! Ser forçado a encontrá-lo novamente, em tal tempo e lugar.... Foi abominável. Eu pensei que tinha me acertado com ele. Eu pensei que nunca teria que vê-lo novamente. Mas lá estava ele, conversando com Denny, como se não tivesse uma preocupação no mundo. E eu suponho que ele não tinha, pois ele nunca se preocupou com nada em sua vida, a menos que fosse ele mesmo. Ele virou a cabeça para mim. Eu me senti ficar branco, e vi-o ficar vermelho. Nossos olhos se encontraram. Raiva, nojo e desprezo atirei para ele. Mas, recuperando-se rapidamente, atirou sua perversa impertinência para mim. Ele teve a audácia de tocar o seu chapéu. De tocar o chapéu! Para mim! Eu teria me afastado, mas eu tinha muito orgulho de criar uma cena, e eu me forcei a retornar sua saudação. Minha cortesia foi para nada, entretanto. Pegando um vislumbre de Srta. Elizabeth Bennet fora do canto do meu olho, eu vi que ela tinha notado nosso encontro, e ela não foi enganada nem um instante. Ela sabia que algo estava muito mal entre nós. – Mas não devemos mantê-lo. – ouvi dizer Bingley. Eu senti, ao invés de ver, ele voltar em minha direção. – Venha, Darcy, devemos estar chegando lá. Eu estava muito disposto a conformar-me com a sua sugestão. Nós oferecemos um adeus às Senhoras e cavalgamos.


– Ela está se sentindo muito melhor, e acredita-se estar muito bem novamente.– disse Bingley. Eu não respondi. – Ela parecia bem, eu penso. – disse Bingley. Novamente, eu não tinha resposta. – Há algo de errado? – perguntou Bingley, por último pegando meu humor. – Não, nada. – eu disse logo. – Não, Darcy, você não é assim. Alguma coisa está incomodando você. Mas eu não ia ser desenhado. Bingley não sabe nada sobre o problema que tive com Wickham durante o verão, e eu não quero esclarecê-lo. A tolice de Georgiana ia lançar uma sombra sobre sua reputação se fosse conhecida, e estou determinado de que Bingley nunca ouviria falar nisso.

Quarta–feira, 20 de novembro Eu montei cedo essa manhã, sem perguntar a Bingley se ele escolheria ir comigo, por que eu queria estar comigo próprio. George Wickham, em Meryton! Ele roubou o prazer de minha visita. Pior ainda, eu estou assombrado por um vislumbre de memória, uma coisa tão pequena que eu mal posso estar certo se isso é real. Mas isso não vai me deixar, e preencher meus sonhos. É isso: quando eu andei até as senhoras ontem, eu pensei ter visto uma expressão de admiração no rosto de Elizabeth enquanto ela olhava para Wickham. Certamente ela não pode preteri-lo a mim!


O que eu estou dizendo? Os sentimentos dela por mim são desimportantes. Como são os sentimentos dela por George Wickham. Se ela deseja admirá-lo, é preocupação dela. Eu não posso acreditar que ela ainda irá admirá-lo quando ela o decifrar, e decifrá-lo ela irá. Ele não mudou. Ele ainda é o esbanjador inútil que ele sempre foi, e ela é muito inteligente para ser enganada por muito tempo. E ,no entanto, ele tem um rosto bonito. As senhoras sempre admiraram isso. E ele tem maneiras simples e um estilo de discursar que o faz bem querido entre aqueles que não o conhecem, considerando que eu... Eu não posso acreditar que eu estou me comparando a George Wickham! Eu devo estar louco. E ainda assim se Elizabeth... Eu não devo pensar nela como Elizabeth. Se ela escolher nos comparar, então que assim seja. Isso irá provar que ela está abaixo da minha consideração, e eu não serei mais incomodado por pensamentos sobre ela.

Quinta – feira, 21 de novembro Bingley declarou sua intenção de ir para Longbourn para entregar aos Bennet um convite de seu baile. Caroline e Louisa avidamente concordaram em ir com ele, mas eu declinei, dizendo que eu tinha algumas cartas para escrever. Caroline imediatamente declarou que ela tinha algumas cartas para escrever, também, mas Bingley disse a ela que eles podiam esperar até que ela retornasse. Eu estava grato. Eu não queria companhia hoje. Eu não posso manter meus pensamentos de George


Wickham. Da conversa local, eu apanhei que ele esta pensando em aderir ao regimento. Sem duvidas ele acha que ficará bem em um casaco vermelho. Pior ainda, Bingley incluiu todos os oficiais em seu convite para Netherfield, e eu temia Wickham podia se juntar a eles. Eu não tenho desejo em vê-lo, e no entanto eu não irei evitar o baile. Não cabe a mim para evitá-lo. Ele é um patife e um vilão, mas eu não irei chatear Bingley recusando-me a atender a seu baile.

Sexta – feira, 22 de novembro Um dia chuvoso. Eu estava capaz de passear fora com Bingley esta manhã, mas então a chuva caia e nós fomos obrigados a ficar dentro. Nós passamos o tempo conversando sobre o estado e os planos de Bingley para isso. As irmãs dele deram-nos o beneficio de suas visões das alterações necessárias na casa e o tempo passou prazeroso suficiente, entretanto eu senti a falta da companhia vívida de Elizabeth.

Sábado, 23 de novembro Outro dia chuvoso. Caroline estava em um humor provocador. Eu estava grato que Elizabeth não estava aqui, ou ela iria ter certamente que suportar o peso do humor doentio de Caroline. Bingley e eu nos retiramos para a sala de bilhar. É uma coisa boa que uma casa possua uma, ou eu acredito que nos deveríamos ter estado terrivelmente entediados.


Domingo, 24 de novembro Eu recebi uma carta de Georgiana esta manhã. Ela esta indo bem com seus estudos, e ela está feliz. Ela esta começando uma nova peça com o mestre de musica dela, um homem que eu estou feliz em dizer que está quase em sua senilidade, e ela esta se divertindo. A chuva continua. Caroline e Louisa se divertiram decidindo o que elas iriam vestir para o baile, enquanto Bingley e eu discutimos a guerra. Eu estou começando a achar o país cansativo. Em casa, em Pemberly, eu tenho muito para me ocupar, mas aqui há pouco a fazer além de ler ou jogar bilhar quando o tempo está ruim. Eu estarei interessado em ver se este período de clima úmido dissuade Bingley de comprar Netherfield. Uma propriedade rural na luz do sol é uma coisa muito diferente de uma propriedade rural na chuva.

Segunda – feira, 25 de novembro Eu estou grato pelo baile. Pelo menos, se nós tivermos outro dia chuvoso amanhã, nós iremos ter alguma coisa para nos ocupar.


Terça – feira, 26 de novembro A manhã estava chuvosa e eu a passei escrevendo cartas. Esta tarde, Bingley e suas irmãs estavam envolvidos nos preparos finais para o baile. Eu tinha pouco a fazer e estava aborrecido por me encontrar pensando na Srta. Elizabeth Bennet, tanto que quando a festa em Longbourn começou esta noite, eu me encontrei procurando por ela. Eu pensei que a tivesse posto fora da minha mente, mas eu não sou tão insensível a ela como eu tinha suposto. – Jane está formosa, – disse Caroline, enquanto o irmão dela moviase a frente para cumprimentar Srta. Bennet. – É uma pena que o mesmo não possa ser dito da irmã dela, – disse Louisa. – O que a Srta. Elizabeth Bennet está vestindo ? Caroline a considerava com um olhar divertido. – Srta. Eliza Bennet despreza a moda, e está usando um vestido que é três polegadas mais longo e usa uma grande quantidade de rendas. Você não acha isso, Sr. Darcy? – Eu não sei nada sobre a moda das senhoras, – eu disse, – mas ela parece muito bem para mim. Caroline foi silenciada, mas apenas por um momento. – Eu gostaria de saber por quem ela pode estar procurando. Ela certamente está procurando por alguém. – Ela provavelmente está procurando pelos oficiais. – Disse Louisa. – Então ela não é tão rápida quanto as irmãs dela, por já terem encontrados eles, – disse Caroline. As jovens garotas tinham corrido ruidosamente pelo salão de baile, e estavam cumprimentando os oficiais com risadas e guinchos. – Se elas se moverem mais perto do Sr. Danny, elas irão sufocá-lo! – observou Louisa.


– Você não iria gostar de ver sua irmã se comportando de tal jeito com os oficiais, eu estou persuadida, – disse Caroline, virando-se para mim. Ela não quis me ferir, e no entanto sua observação não podia ter sido menos bem escolhida. Isso mandou meus pensamentos para Georgiana, e dali para Wickham que estava vestindo um casaco vermelho. Não, eu não gostaria de ver isso, mas eu estava desconfortavelmente ciente que se eu não tivesse chegado em Ramsgate sem aviso, isso poderia quase ter se passado. Caroline olhou alarmada enquanto minha face ia ao branco, mas consegui responder friamente o suficiente: – Você está comparando minha irmã a Lydia Bennet? – Elas têm a mesma idade! – disse Louisa, com um trinado de riso. – Não, é claro que não! – Disse Caroline rapidamente, percebendo que ela havia cometido um engano. – Não deve haver comparação. Eu quis apenas dizer que as garotas Bennet estão acostumadas a agir como selvagens. Eu dei um frio aceno, e depois me movi para longe dela, esperando que os olhares de Elizabeth ao redor do salão de baile tenham sido para mim. Enquanto eu me esvaia perto dos oficiais, eu ouvi Denny dizendo a Srta. Lydia Bennet que Wickham não estava lá por ele ter sido forçado a sair da cidade por uns poucos dias. – Oh! – ela disse, seu rosto desmoronando. Elizabeth tinha se unido a eles e ela, também, pareceu desapontada. Eu lembrei do olhar que ela tinha dirigido a Wickham em Meryton e eu senti minhas mãos se fecharem enquanto eu compreendia com uma desagradável surpresa que quando ela tinha adentrado o salão de baile, ela tinha estado procurando por Wickham, e não por mim. – Não vejo quais possam ser esses assuntos importantes que o afastam em uma altura destas, não fosse o fato de ele querer evitar um certo cavalheiro que aqui se encontra também, – eu ouvi Sr. Denny dizer. Então ele tinha tornado-se covarde, não tinha?


Eu não poderia perguntar a ele. Coragem nunca foi parte do caráter de Wickham. Impondo aos ingênuos, enganando os inocentes e seduzindo jovens garotas, estes eram os seus fortes. Mas certamente Elizabeth não era ingênua? Não. Ela tão era facilmente de se deixar levar. Ela pode não tê-lo descoberto ainda, mas eu estava confiante que ela o iria fazer. No entretanto, eu não quero perder a oportunidade de conversar com ela. Eu continuei andando em direção a ela. – Eu estou grato em vê-la aqui. Eu espero que tenha tido uma viagem prazeirosa? – eu perguntei. – Desta vez, eu espero que você não tenha tido que andar! – Não, eu agradeço a você, – ela disse rigidamente. – eu vim na carruagem. Eu me perguntei se a teria ofendido. Talvez ela tenha interpretado a minha observação como uma descortesia a incapacidade de sua família para manter os cavalos exclusivamente para o seu transporte. Eu tentei reparar o dano de minha primeira observação. – Você está ansiosa para o baile? Ela virou-se e me olhou diretamente. – É a companhia que faz um baile, Sr. Darcy. Eu aprecio qualquer entretenimento no qual meus amigos estejam presentes. – Então eu estou certo que você apreciará sua noite aqui, – eu disse. Ela se virou com um grau de mau-humor que me chocou. Ela nem sequer conseguiu superá-lo quando conversava com Bingley, e eu resolvi que eu estava terminado com ela. Deixá-la preferir Wickham a mim. Eu não queria nada mais a fazer com ela. Ela deixou suas irmãs para falar com sua amiga Srta. Lucas, e depois a mão dela foi solicitada pelo pesado jovem clérigo que eu tinha visto com ela em Meryton. Apesar de minha raiva, eu não pude evitar sentir por ela. Eu tinha visto a exposição de dança mais mortificante da minha vida. Pela expressão dela, eu poderia dizer que ela sentia o mesmo. Ele ia para a esquerda quando devia ir para a direita. Ele ia


para trás quando ele deveria ter ido para a frente. E no entanto, ela dançou tão bem como se estivesse dançando com um parceiro especialista. Quando eu a vi deixando o compartimento, eu estava movido a pedir a próxima dança. Eu fui frustrado nisso por ela dançando com um dos oficiais, mas depois eu fui para em frente e pedi a dança seguinte. Ela olhou surpresa, e eu senti o mesmo, logo depois que eu tinha pedido a mão dela eu me perguntei no que eu estava. Eu não tinha decidido a não notar mais a presença dela? Mas eu tinha feito. Eu tinha dito, e eu não poderia retirar minha oferta. Ela aceitou, embora mais por surpresa do que qualquer outra coisa, eu acho. Eu não podia encontrar nada para dizer a ela, e me afastei, determinado a passar meu tempo com pessoas mais racionais até que fosse o momento da dança começar. Saímos na pista. Houve olhares de espanto de todos ao nosso redor, embora eu esteja certo de não saber o porquê. Eu posso ter escolhido não dançar na assembléia, mas isso é uma situação bem diferente de um baile privado. Eu tentei pensar em algo para dizer, mas eu me encontrei incapaz de falar. Isso me surpreendeu. Eu nunca tinha estado em prejuízo antes. Para ser preciso, eu nem sempre acho fácil falar com aqueles que eu não conheço, mas eu geralmente penso em pelo menos uma brincadeira. Eu acredito que a hostilidade que eu senti vindo de Elizabeth roubaram-me de meu senso. Finalmente, ela disse: – Esta é uma dança agradável. Proveniente de uma mulher cuja inteligência e vivacidade me deleitam, foi uma seca observação, e eu não dei resposta. Depois de uns poucos minutos, ela disse: – É sua vez de se pronunciar, Sr. Darcy. Como eu já falei sobre a dança, o senhor deve agora se referir ao comprimento da sala ou ao numero de pares que aqui se encontram. Isto era mais como Elizabeth. – Eu direi o que quiser que eu diga, – eu retornei. – Muito bem. Por agora, essa resposta serve. Talvez, de passagem, eu devesse observar que os bailes particulares são muito mais agradáveis que os bailes públicos. Mas chegou o momento de permanecermos calados.


– Então a senhora conversa por regra enquanto dança? – Por vezes, sim. Penso que se deve falar sempre, por pouco que seja. E todavia, no interesse de alguns, a conversa deveria ser de tal modo direcionada que lhes permitisse dizerem o mínimo possível.’ – No caso presente está falando sobre seus sentimentos, ou, pelo contrario, supõe estar falando dos meus? – Ambos – ela respondeu travessamente. Eu não pude evitar sorrir. Era essa travessura que me atraia. Era provocativa sem ser impertinente, e eu nunca tinha passado isso com outra mulher antes. Ela ergue seu rosto de tal maneira quando ela faz um de seus comentários brincalhões que eu sou tomado por uma vontade urgente compulsiva de beijá-la. Não que eu me daria a tal impulso, mas está lá a mesma coisa. – Eu sempre vi uma grande similaridade nos rumos de nossas mentes, – ela foi adiante. – Nós estamos cada um sozinho, disposição taciturna, sem vontade de falar, a menos que nós esperamos dizer alguma coisa que vá surpreender a sala inteira, e ser proferida para a posteridade com toda a tagarelice de um provérbio. Eu estava inquieto, não certo se eu ria ou se me sentia aflito. Se isso fosse parte da sua brincadeira, então eu acharia divertido, mas e se ela achasse que era verdade? Eu teria sido tão taciturno quando eu tinha estado com ela? Eu pensei antes na reunião em Meryton, e nos dias mais cedo em Netherfield. Eu não tinha talvez me mantido para encantá-la, mas então eu nunca o fiz. Eu tinha sido, talvez, abrupto, ao começar, mas eu pensei ter reparado esta questão no fim da estadia dela em Netherfield. Até o último dia. Eu me lembrei de meu silêncio, e minha determinação em não conversar com ela. Eu me lembrei de ter me congratulado por não dizer mais do que dez palavras para ela, e permanecendo determinadamente em silêncio quando fui deixado a sós com ela por quase meia hora, fingindo estar absorvido em meu livro. Eu tinha estado certo em permanecer em silêncio, eu pensei. Então imediatamente depois eu pensei que eu tinha estado errado. Eu tinha estado ambos, certo e errado: certo se eu desejava quebrar qualquer


expectativa que pudesse ter surgido durante o curso da visita, mas errado se eu desejava ganhar sua benevolência, ou ser educado. Eu não estou acostumado a ser tão confuso. Eu nunca estive, antes de conhecer Elizabeth. Eu fiquei consciente do fato que eu estava de novo em silêncio, e eu sabia que devia dizer alguma coisa para não confirmar a suspeita dela de que eu era deliberadamente taciturno. – Isso não é impressionante semelhança do seu próprio caráter, eu estou certo, – eu disse, minha inquietude refletida no tom de minha voz, pelo que eu não sabia se estava divertido ou machucado. – Quão perto pode estar de mim, eu não posso dizer. Você acha isso um retrato fiel, sem dúvida. – Eu não devo decidir sobre a minha própria performance. Nós caímos em um silêncio desconfortável. Ela me julgava? Ela me desprezava? Ou ela estava brincando comigo? Eu não podia decidir. Em extensão, eu falei a ela sobre sua viagem para Meryton, e ela respondeu que ela e suas irmãs fizeram um nova amizade lá. Eu congelei. Eu sabia a quem ela se referia. Wickham! E o jeito que ela fala sobre ele! Não com desprezo mas com simpatia-afeição. Eu temi que ela fosse adiante, mas alguma coisa em minhas maneiras a fez permanecer em silêncio. Eu sabia que devia ignorar o problema. Eu não tinha que me explicar para ela. E, no entanto, eu me encontrei dizendo a ela: – Sr. Wickham é abençoado com tais maneiras felizes que o podem garantir de fazer amigos. Se ele pode igualmente ser capaz de mantê-los é menos certo. – Ele tem sido tão desafortunado em ter perdido a sua amizade, e em uma maneira que ele sofrerá por toda a sua vida. O que ele terá dito a ela? O que ele terá contado a ela? Eu desejava contar a ela a realidade da situação, mas eu não poderia fazê-lo por temer machucar Georgiana. Mais uma vez o silêncio caiu. Fomos resgatados pelo Sr. William Lucas que deixou escapar uma observação que tirou Wickham de minha mente. Por isso, pelo menos, eu devo agradecê-lo. Ele nos cumprimentou


em nossa dança e depois, olhando para Srta. Bennet e Bingley, ele disse que esperava ter o prazer de ver isso se repetir com freqüência quando um certo desejável evento tomasse lugar. Eu estava assustado. Mas não havia engano em seu significado. Ele achava que era possível, talvez certo, que Miss Bennet e Bingley iriam casar. Eu os assisti dançando e eu não podia ver nada que indicasse tal conclusão. No entanto, se isso era comentado deles, então eu sabia que o problema era sério. Eu não podia deixar Bingley por em perigo a reputação de uma moça, não importa quão agradável fosse o flerte. Me recuperando, eu perguntei a Elizabeth o que nós tínhamos estado conversando. Ela respondeu, – nada na verdade. Eu comecei a falar com ela sobre livros. Ela não iria admitir que nós podíamos compartilhar os mesmos gostos, eu declarei que então, pelo menos, nós teríamos sobre o que conversar. Ela afirmou que não poderia falar sobre livros em um salão de baile, mas eu pensei que não era isso que a estava impedindo. O problema era que a sua mente estava em outro lugar. De repente, ela disse para mim, – Me recordo de tê-lo ouvido afirmar, Mr. Darcy, que dificilmente perdoa, e que, uma vez suscitado, seu ressentimento é implacável. Suponho que seja escrupuloso quanto às circunstâncias que originam esse ressentimento? Ela estaria pensando em Wickham? Ele teria lhe dito sobre a indiferença entre nós? Ela parecia genuinamente ansiosa em ouvir minha resposta, e eu a tranqüilizei. – Eu sou – eu disse firmemente. Mais perguntas se seguiram, até que eu perguntei a onde tendiam todas essas perguntas. – Apenas para uma mera ilustração de seu caráter – tentando disfarçar o tom grave com o qual até agora falara – estou apenas tentando decifrá-lo. Então ela não estava pensando em Wickham. Eu estava agradecido. – E quais resultados a que chegou? – eu não pude evitar em perguntar.


Ela abanou a cabeça. – Pouco consegui. São tão diversas as opiniões a seu respeito q me sinto totalmente confusa. – Eu posso prontamente acreditar nisso, – eu disse, pensando com um sentimento de depressão em Wickham. Eu adicionei, em um impulso, – contudo, desejaria que neste presente momento não se debruçasse no estudo do meu caráter, pois receio que o resultado não seria muito lisonjeiro. – Mas, se não o deslindo agora, eu posso nunca mais ter outra oportunidade. Eu tinha suplicado por clemência. Eu não iria suplicar de novo. Eu respondi friamente, rigidamente. – Não pretendo de modo algum constituir entrave a seu prazer. Nós terminamos a dança como começamos, em silêncio. Mas eu não podia ficar zangado com ela por muito tempo. Ela havia sido convencida de alguma coisa por George Wickham, isso estava bem claro, e ele era incapaz de falar a verdade, ela não tinha dúvidas, sujeita a uma série de mentiras. Enquanto nós deixávamos o compartimento, eu tinha perdoado Elizabeth, e direcionado minha raiva em vez para Wickham. O que ele teria dito a ela? Eu gostaria de saber. E quanto me teria danificado em sua estima? Eu fui salvo destas inquietantes reflexões, pela visão de um pesado jovem homem curvando-se em frente a mim e implorando para perdoá-lo por estar se apresentando ele próprio. Eu estava a ponto de virar-me e ir embora quando me lembrei de tê-lo visto com Elizabeth, e eu me encontrei curioso com o que ele poderia ter a dizer. – Não está entre as formas estabelecidas de cerimônia entre os leigos apresentarem-se por si próprios, eu estou consciente, mas eu sou lisonjeado que as regras que governam o clero são bastante diferentes, na verdade, considero o cargo clerical como iguais no ponto de dignidade com a mais alta categoria social do reino, e assim eu tinha que vir me apresentar para você, uma apresentação em que, estou convencido, não será considerada impertinente quando você souber quem é minha nobre


benfeitora, a senhora que gentilmente me ofereceu uma vida magnânima, não é outra senão sua estimável tia, Lady Catherine de Bourgh. Foi ela que preferiu-me a valiosa reitoria de Hunsford, onde está meu dever, onde está o meu direito, ou melhor, a minha vontade, para realizar cerimônias que devem, por sua própria natureza, recair sobre o incumbente. Ele assegurou-me com um sorriso obsequioso. Eu olhei para ele em perplexidade, me perguntando se ele poderia ser completamente são. Parecia que ele realmente acreditava que um clérigo poderia ser igual ao Rei da Inglaterra, embora não fosse minha tia, pelo seu discurso repleto de efusões de gratidão e louvor de sua nobreza e condescendência. Achei-o uma esquisitice; mas minha tia, contudo, tinha evidentemente o considerado digno da vida, e como ela o conhecia melhor do que eu, eu poderia apenas supor que ele deveria ter virtudes das quais eu sabia nada a respeito. – Estou certo que minha tia não poderia conceder um favor indignamente, – eu disse educadamente, mas com frieza suficiente para preveni-lo em não dizer mais nada. Ele não se deteve entretanto, e começou um segundo discurso que foi mais longo e mais enredado do que o primeiro. Enquanto ele abria a boca para tomar fôlego, eu fiz um cumprimento e fui embora. Absurdo tem seu lugar, mas eu não estava no humor para me divertir com isso, tão cedo depois de afastar-me de Elizabeth. – Eu vejo que você conheceu o estimável Sr. Collins, – Caroline me disse enquanto íamos para a ceia. – Ele é outro dos parentes dos Bennet. Realmente, eles parecem ter a mais extraordinária coleção. Eu acho que este supera até mesmo o tio de Cheapside. O que você acha, Sr. Darcy? – Nós todos temos parentes dos quais não nos orgulhamos. – Eu disse. Isso deu uma pausa a Caroline. Ela gosta de esquecer que seu pai fez fortuna no comércio. – Muito verdadeiro – ela respondeu. Eu pensei que ela tinha adquirido algum senso, mas um momento depois ela disse:


– Eu estava agora há pouco conversando com Srta. Eliza Bennet. Ela parece ter desenvolvido um gostar extraordinário por George Wickham. Eu não sei se você percebeu, mas ele está incorporado a milícia daqui. É de todas as coisas a mais irritante que você deva ser confrontado com um homem como George Wickham. Meu irmão não queria convidá-lo, eu sei, mas ele sentiu que não podia fazer uma exceção dele no convite para os outros oficiais. – Isso teria parecido particular – eu admiti. Bingley não podia ser responsabilizado da situação. – Eu sei que Charles ficou bastante grato quando Wickham se retirou do caminho. Charles não desejaria desconcertá-lo de nenhuma forma. Sabendo que Wickham não é homem para ser confiado, eu avisei a Lizza Bennet sobre ele, contando a ela que eu soube que ele havia se comportado de forma infame com você, apesar de eu não ter todos os detalhes... Ela pausou, mas se ela estava com expectativas que eu a esclarecesse, ela estava para ser desapontada. Meus acordos com Wickham nunca seriam tornados públicos, nem disse a ninguém que realmente já não soubesse deles. – ...mas ela ignorou meu aviso e saiu em sua defesa de modo selvagem. Eu estava a ponto de por um fim na conversa dela, como se isso não estivesse me causando um pouco de dor, quando outra voz penetrou o murmúrio de conversas. Eu reconheci o tom de voz estridente de uma só vez. Era da Sra. Bennet. Eu não tinha nenhum desejo em ouvir a conversa dela, mas era impossível não ouvir o que ela dizia. – Ah! Ela tão bonita que eu sabia que ela não poderia ser tão bela por nada. Minha adorável Jane. E Sr. Bingley! Que homem maravilhoso. O ar da moda. E de maneiras tão educadas. E então, é claro, há Netherfield. É a distância certa para nós, ela não ira gostar de ficar tão perto, não com seu próprio estabelecimento para cuidar e ainda tomará pouco tempo para que venha nos visitar na carruagem. Ouso dizer que ela terá uma carruagem muito boa. Provavelmente duas boas carruagens. Ou talvez três. O custo


de uma carruagem não é nada para um homem com cinco mil libras por ano. Encontrei-me a crescer rigidamente enquanto ouvia a sua execução. – E depois, as irmãs dele são tão afeiçoadas a ela. Eu estava grato que a atenção de Caroline havia sido reclamada por um jovem homem que estava a sua esquerda, e com isso ela não tinha ouvido. A predileção dela por Jane evaporaria assim que ela soubesse para onde os pensamentos da Sra. Bennet estavam tendendo. Mas isso não era só os pensamentos da Sra. Bennet. Os pensamentos do Sr. William tinham estado correndo para a mesma direção. Eu olhei ao longo da mesa, e vi Bingley conversando com a Srta. Bennet. Suas maneiras eram abertas, como sempre, mas eu pensei que eu ter detectado algo mais do que o habitual em conta. De fato, por mais tempo que eu o observei, mais eu fiquei certo de seus sentimentos comprometidos. Eu observei Srta. Bennet e embora eu pudesse dizer que ela estava satisfeita em conversar com ele, ela não dava sinais de seus sentimentos estarem ligados. Eu respirei mais aliviado. Se eu pudesse remover Bingley da vizinhança, eu tinha certeza que ele iria esquecê-la em breve, e ela o esqueceria. Se isso fosse a respeito somente da Srta Bennet eu não estaria tão preocupado com o pensamento de Bingley se casando com ela, mas não se tratava apenas da Srta Bennet, se tratava da mãe dela, que era uma fofoqueira descontrolada, e de seu pai indolente, e de suas três jovens irmãs que eram tolas ou flertavam comumente, seu tio de Cheapside, e seu tio advogado, e no topo de tudo isto, sua estranha conexão com o obsequioso clérigo... Enquanto eu ouvia a Sra Bennet, eu senti que se aproximava o momento que eu deveria intervir. Eu não poderia abandonar meu amigo a tal sorte, quando um pouco de esforço da minha parte iria livrá-lo de tal situação. Eu estava certo que com poucas semanas em Londres, ele encontraria um novo namorico rápido. – Eu apenas espero que você seja tão afortunada, Lady Lucas – Sra. Bennet continuou, embora evidentemente acreditando que não havia


chances de sua vizinhança compartilhar da boa sorte dela. – Ter uma filha tão bem casada, que coisa maravilhosa! A ceia tinha terminado. E foi seguida por uma mostra de Mary Bennet, que estava cantando tão mal quanto tocando. Para piorar a situação quando seu pai a removeu do piano, ele o fez de tal maneira que faria uma pessoa decente corar. – Isso irá fazer muito bem, criança. Você já nos deleitou o suficiente. Deixe que as outras jovens moças tenham tempo para se exibir. Já houve uma fala mais mal-avaliada? A noite poderia não terminar tão cedo, mas por alguma coincidência ou artifício, não sei qual dos dois, a carruagem dos Bennet foi a ultima a chegar. – Senhor, como estou cansada! – exclamou Lydia Bennet, dando um enorme bocejo que manteve Caroline e Louisa trocando olhares satíricos. Sra. Bennet não ficara quieta, e falou incessantemente. Sr Bennet não fez esforço para reprimi-la, e esse foi um dos quinze minutos mais desconfortáveis da minha vida. Salvar Bingley de tal companhia se tornou mais importante em minha mente. – Você virar a um jantar de família conosco, eu espero, Sr. Bingley? – disse Sra. Bennet. – Nada me daria mais prazer. – Ele disse. – Eu tenho alguns negócios a tratar em Londres, eu esperarei por você logo que eu retornar. O conhecimento me deleitou. Isso significava que eu não precisaria pensar em um modo de removê-lo da vizinhança, por que se acontecer de ele permanecer em Londres, então o contato com a Srta. Bennet será quebrado e ele não pensará mais nela. Eu tencionava falar com Caroline, para ter certeza que os sentimentos de Jane não estavam comprometidos, e seu eu encontrasse, como eu suspeitava, que eles não estavam, então eu poderia sugestionar que nos mudássemos para Londres com Bingley para persuadi-lo a continuar lá. Um inverno na cidade iria curá-lo de seus afetos, e deixá-lo livre para conceder-lhes um objeto mais digno.


Quarta – feira, 27 de novembro Bingley foi para Londres hoje. – Caroline eu desejo falar com você, – eu disse, quando ele tinha partido. Caroline olhou acima de seu livro e sorriu. – Eu estou a sua disposição. – É sobre a Srta. Bennet que eu desejo falar. O sorriso dela diminuiu, e eu senti que estava certo pensando que a afeição dela por sua amiga estava em declínio. – Houve várias alusões feitas no baile, sugestionando que alguns novos vizinhos de Bingley estavam esperando um casamento que terá lugar entre ele e a Srta. Bennet. – O quê! – guinchou Caroline. – Eu pensei que isso fosse angustia você. Eu não vejo nada nas maneiras da Srta. Bennet que me faça pensar que ela esteja apaixonada, mas eu quero o seu conselho. Você a conhece melhor do que eu. Você tem sido sua confidente. Ela entretém sentimentos ternos pelo seu irmão? Por que se assim for, estes sentimentos não devem ser desprezados. – Ela não possui nenhum dentre todos. – Disse Caroline, assentando em minha mente o resto. – Você está certa disto? – Eu estou de fato. Ela tem falado de meu irmão várias vezes, mas apenas em termos que ela usa para todos os outros homens jovens de seu conhecimento. Porque, eu tenho certeza que ela nunca pensou em Charles


sob esse aspecto ela sabe que ele não pretende se resolver em Netherfield, e ela está simplesmente divertindo-se enquanto ele está aqui. – Isso é como eu penso. Mas os sentimentos de Bingley estão justo no caminho de ser comprometido. – Eu tenho tido o mesmo temor. Se ele for tolo o suficiente para se aliar com aquela família, ele irá arrepender-se para sempre. – Ele irá. Eu penso que nós devemos separá-los, antes do comportamento deles dar origem para ainda mais expectativas. Se isso acontecer, chegará o momento em que essas expectativas devam ser satisfeitas, ou a reputação da senhora irá sofrer dano irreparável. – Você está com a razão. Nós não devemos danificar a reputação de nossa querida Jane. Ela é uma menina tão doce. Louisa e eu estamos em seu dote. Ela não deve ser prejudicada. Sr. Hurst nos interrompeu naquele momento. – Vem jantar com os oficiais? – ele perguntou. – Eles me convidaram para ir junto. Estou certo que você será bem vindo. – Não. – Eu disse. Eu queria terminar a minha conversa com Caroline. Hurst conseguiu um encolher de ombros indolente e chamou pela carruagem. – Eu proponho que nós sigamos Bingley para Londres. Se nós ficarmos lá, ele não terá motivos para retornar, – eu disse. – Um plano excelente. Eu irei escrever para Jane amanhã. Eu não direi nada extraordinário, mas eu irei deixá-la saber que Charles não estará retornando este inverno, e eu irei desejá-la divertimento de seus muitos beijos este Natal.

Quinta feira,28 de Novembro A carta de Caroline foi escrita e enviada esta manhã, pouco antes de partirmos para Londres.


– Ouvi a coisa mais estranha em Meryton ontem a noite –, disse Sr Hurst assim que a carruagem sacudiu no caminho a Londres. Não prestei muita atenção, mas na continuação dele,me peguei escutando ele. – A garota Bennet, qual era o nome dela? – Jane – forneceu Louisa. – Não,não ela,a outra.Aquela com a camisa de criança. – Ah,você quer dizer Elizabeth. – É esta. Recebeu uma oferta do sacerdote. – Uma oferta? Do sacerdote? O que você quer dizer? – pediram Caroline e Louisa juntas. – Uma oferta de casamento.Collins. Esse era o nome dele. – Sr Collins! Que delicioso! – disse Louisa. – Parece que Sr Collins é outro admirador de bons olhos, – disse Caroline olhando para mim satiricamente. – Acho que eles ficarão bem juntos. Um é todo impertinente e o outro é todo estúpido. Eu não tinha percebido, até ouvir isso, o quão longe meus sentimentos tinham ido. A idéia de Elizabeth casando com Sr Collins era mortificante, e dolorosa de um jeito que eu não tinha imaginado. Eu rapidamente recobrei as forças. Hust deve estar enganado. Ela não se rebaixaria tanto. Ficar presa a aquele estúpido pelo resto de sua vida... – Você deve estar enganado. – eu disse. – Não enganado ao todo, – disse Hurst – Consegui isso de Denny. – Não é um mal casal, – disse Louisa considerando. – De fato é um dos bons. Há cinco filhas, todas solteiras, e o estado deles está vinculado, eu acredito. – Vinculado a Collins. – disse Sr Hurst. – Tanto melhor,– disse Louisa, –A Senhorita Eliza Bennet não terá que deixar sua casa, e suas irmãs terão um lugar para morar quando o pai delas morrer. –E também a mãe delas,– disse Caroline alegremente. –Que encantador ficar confinada com Senhora Bennet pelo resto da vida delas!


Nunca gostei menos de Caroline. Eu não desejaria um destino assim para ninguém, e certamente não para Elizabeth. Ela sofre pro sua mãe. Eu tinha visto isso. Ela enrubescia toda a vez que sua mãe revelava suas bobagens. Ser forçada a aturar tal humilhação pelo o resto de sua vida... – Mas fico imaginando porque ele não pediu a Jane. – Disse Louisa. – Jane? – perguntou Caroline. – Sim. Ela é a mais velha. Caroline olhou para mim. Eu sabia o que ela estava pensando. Sr Collins não pediu a Jane porque Senhora Bennet levou ele a crer que Jane estava perto de casar com Bingley. – Me atrevo a dizer, com o estado implicado,que ele pensou que podia ter sua escolha. – disse Caroline. – A insolência de senhorita Eliza Bennet deve ter recorrido a ele,apesar de eu não estar certa de que ela daria uma boa esposa para um sacerdote. O que você diz, Sr Darcy? Eu não disse nada,por medo de dizer algo que eu me arrependeria. Não podia me permitir admirar Elizabeth, então o que importava se outro homem o fizesse? Mas percebi que meus punhos estavam cerrados e, olhando pra baixo, percebi que meus dedos tinham ficado brancos. Ela olhou pra mim, esperando uma resposta, porém, e ao menos eu disse, mais para satisfazer meus próprios sentimentos que os dela: – Pode vir a ser nada. Denny pode estar enganado. – Não vejo como, – disse Caroline – ele é tão insensível como ladrões com Lydia. Ele sabe de tudo que acontece naquela casa, me atrevo a dizer. – Lydia é uma criança, e pode estar errada, – me ouvi dizer. – Denny não conseguiu isso de Lydia, – disse Sr Hurst. – Conseguiu da tia. A tia mora em Meryton. Disse a Denny ela mesma. A casa toda está uma bagunça, ela disse. Primeiro Sr Collins pediu a Elizabeth, então Elizabeth disse que não o teria. – Não terá ele? Ouvi esperança em minha voz. – O recusou. A mãe está histérica. O pai do lado dela, – disse Sr Husrt.


Deus abençoe Sr Bennet! Pensei, preparado para perdoar ele por todos os outros casos de negligencia. – Se ela não mudar de idéia e o ter, ele vai ter a garota Lucas, – disse Sr Hurst. – Como você sabe? – pediu Caroline surpresa. – A tia disse, ‘Se Lizzy não ficar de olho,Charlotte o terá.’ ela disse. ‘Ele tem que casar,seu protetor disse para ele,e uma garota e tão boa quanto outra no fim.’ Eu respirei novamente. E foi apenas quando o fiz que percebi o quão profundamente atraído por Elizabeth eu estava. Era bom eu estar indo para Londres. Eu tinha salvado Bingley de um casamento imprudente, não podia fazer menos por mim. Uma vez fora da vizinhança de Elizabeth, eu ia parar de pensar nela. Eu ia engatar uma conversa racional com uma mulher racional, e não iria mais pensar em seu humor atrevido. Chegamos em Londres em boa hora. Bingley estava surpreso em nos ver. – Não queríamos que você ficasse sozinho aqui,e ter que gastar seu tempo livre em um hotel desconfortável, – disse Caroline. – Mas meus negócios só durarão alguns dias! – ele disse surpreso. – Espero que você não vá antes de ver Georgina, – eu disse. – Sei que ela gostaria de vê-lo. – Querida Georgina, – disse Caroline. – Diga que podemos ficar na cidade por uma semana,Charles. – Não sei por que não poderia ficar um dia extra ou dois. – ele concordou. –Gostaria de ver Georgina por mim mesmo. Me diga,Darcy,ela cresceu muito? – Você não a reconheceria, – eu disse. – Ela não é mais uma garota. Ela está no caminho de se tornar uma mulher. – Mas ainda jovem o bastante para apreciar o natal? – Perguntou Caroline. Eu sorri. – Acredito que sim. Você deve ficar e celebrar conosco. – Não ficaremos aqui tanto tempo, – disse Bingley. – O que? E perder o natal com Darcy e Georgina?– pediu Caroline.


– Mas eu prometi jantar com os Bennet. – ele disse. – Senhora Bennet me pediu em particular, e da maneira mais educada. – Você vai abandonar os velhos amigos pelos novos? – chorou Caroline. –Senhora Bennet disse que você poderia jantar com a família dela a qualquer hora. Eu mesma a ouvi dizer. Os Bennet vão estar lá depois do natal. Bingley pareceu incerto, mas então ele disse: – Muito bem. Ficaremos na cidade para o natal. – Ele começou a ficar mais alegre. – Devo dizer que vai ser boa diversão.É sempre melhor celebrar o natal quando tem crianças na casa. Isso não predizia bem os sentimentos dele por Georgina, mas me confortei com o fato de ele não a ter visto há muito tempo, e embora ela pareça uma criança da ultima vez que se viram, ela agora estava claramente se tornando uma jovem mulher. – E uma vez terminado, nós iremos a Hertfordshire para o ano novo, – ele disse. – Irei escrever a senhora Bennet e contar nossos planos. – Não há necessidade disso, – disse Caroline. – Irei escrever a ela hoje. Eu mesma direi a ela. – Mande ela meus comprimentos, – disse Bingley. – Eu irei. – E diga a ela que estaremos em Hertfordshire em Janeiro. – Me certificarei disso. – Me recomende a familia dela. – Com certeza. Ele teria ido, mas eu interrompi dizendo: – Então está decidido. Caroline deixou a sala para escrever a carta. Louisa e seu marido também foram, e Bingley e eu ficamos a sós. – Um natal para aguardar, e um ano novo para aguardar ainda mais,– disse Bingley. – Você gosta da senhorita Bennet,– observei. – Nunca conheci uma garota que eu gostasse a metade. Eu sentei, e Bingley se sentou na minha frente.


– E ainda não acho que ela daria uma boa esposa para você. – Eu disse pensativo. – O que você quer dizer? – ele perguntou surpreso. – As baixas conexões dela... – Não pretendo me casar com as conexões dela! – Bingley disse com um riso. – Um tio que é advogado,e outro que vive em Cheapside. Eles não podem adicionar nada na sua conseqüência. E no fim,vão reduzir isso. O sorriso de Bingley desapareceu. – Não vejo que isso importa. Que necessidade eu tenho de conseqüência? – Todo cavalheiro precisa de conseqüência. E também há as irmãs. – Senhorita Elizabeth é uma garota encantadora. Ele me acertou no meu ponto fraco. Mas eu estava firme comigo mesmo e me recuperei. – As irmãs dela são, na maior parte, ignorantes e vulgares. A mais jovem é puro flerte. – Não há necessidade de nós as ver, – disse Bingley. – Meu caro Bingley,você não pode viver em Netherfield e não as ver. Elas sempre estarão lá. Assim como a mãe delas. – Então não moraremos em Netherfield. Eu ainda não comprei a casa. É apenas alugada. Nós veremos outro lugar. – Mas Jane concordará com isso? Sua expressão mudou. – Se ela sente uma grande atração por você, talvez ela possa ser persuadida a deixar a vizinhança. – eu disse. – Você acha que ela não sente? – pediu Bingley incerto. – Ela é uma garota encantadora, mas ela não mostrou mais prazer na sua companhia do que com outro homem. Ele mordeu seu lábio. – Pensei que... ela parecia satisfeita em conversar comigo... Prefiro pensar que ela estava mais satisfeita comigo do que com outro homem. Quando dançamos juntos...


– Vocês dançaram duas vezes em cada baile, e ela dançou duas vezes com outro homem. – Ela dançou, – ele admitiu, – mas eu achei que era só porque seria rude recusar. – Talvez teria sido rude ela recusar você. – Você acha que ela dançou comigo apenas para ser educada? – ele perguntou com temor. – Não iria tão longe. Acho que ela gostou de dançar com você, de falar com você, e flertar com você. Mas acho que não gostou mais do que com outro homem, e agora que você não esta em Hertfordshire... – Eu preciso voltar, – ele disse, se levantando. –Eu sabia. – Mas se ela está indiferente, você só se dará dor. – Se ela está indiferente. Você não sabe se ela está. – Não, eu não sei, mas eu observei ela de perto, e eu não pude ver um pingo de afeto particular. – Você observou ela? – ele perguntou surpreso. – Sua singularidade com ela começou a chamar atenção. Outros notaram além de mim. Se tivesse ido mais longe, você seria obrigado a fazer um pedido a ela. – Eu gostaria de fazer um pedido a ela,– ele me corrigiu, então hesitou. –Você acha que ela teria aceitado? – Claro. Seria um bom casamento para ela. Você tem uma renda considerável, e uma bela casa. Ela estaria estabelecida perto da família dela. Não teria como recusar. Mas você gostaria de se casar por essas razões? Ele parecia duvidoso. – Eu preferia me casar por mim mesmo, – ele admitiu. – E você irá,um dia. Ele sentou novamente. – Ela era boa demais pra mim, – ele disse melancólico. – Dificilmente, mas a afeição dela não está comprometida, qual é a razão de casar? Você conhecerá outra garota, tão doce quanto senhorita Bennet, mas uma que possa retribuir seus sentimentos em todas as medidas. Londres é cheia de jovens senhoritas.


– Mas não tenho interesse em outras jovens senhoritas. – Em tempo, você terá. Bingley não disse nada, mas eu estava calmo. Ele irá esquecê-la antes do inverno acabar. Eu estava satisfeito que ele expressou interesse de ver Georgina novamente. Ele a conhece a muito mais tempo que ele conhece senhorita Bennet, e uma nova conhecida não pode segurar o mesmo lugar nas afeiçoes dele como uma velha, particularmente quando ele ver quanto Georgina cresceu. O casamento será aceito em ambos os lados, e me agrada que será um feliz.


Dezembro


Quinta-feira 05 de dezembro Bingley veio jantar comigo hoje. Ele tinha estado ocupado na semana passada, mas chegou pontualmente esta noite e estava muito encantado com Georgiana. – Ela está se transformando em uma beleza, – ele me disse. – E ela está tão realizada, – acrescentou ele, quando ela tocou para nós depois do jantar. Ela está. Eu tinha quase esquecido o que é ouvir uma excelente canção, e eu não podia deixar de estremecer no interior quando eu pensei em Mary Bennet tocando e compará-la de Georgiana. Elizabeth estava fazendo doce, é verdade, embora essa era a qualidade que me fez querer ouvir.

Sexta-feira 06 de dezembro Caroline veio ver Georgiana, esta manhã, e eu tive que entretê-la até a lição de música de minha irmã acabar. Charles estava muito encantado com Georgiana na noite passada, ela comentou. Ele disse que Georgiana é uma das mulheres mais bonita, jovem e talentosa de seu conhecimento. Fiquei bem satisfeito. Caroline parecia satisfeita, também. Eu acho que ela não seria avessa ao casamento entre eles. – Você vai visitar sua tia em Kent antes do Natal? – Ela perguntou.


– Não. Acho que não, embora eu provavelmente vá visitá-la na Páscoa. – Cara lady Catherine – disse Caroline, afastando as luvas. – Como eu espero encontrá-la. Rosings é uma bela casa de todas as opiniões. – Sim. É realmente muito bela. – Essa parte agradável do país. – É. – Sugeri a Charles que ele deve procurar uma casa. Eu ficaria feliz de viver em Kent. Mas ele sentiu que Hertfordshire era o melhor lugar. Uma pena. Ele teria evitado certas complicações se tivesse se estabelecido em outro lugar. – Ele está livre delas agora, no entanto. – Sim, graças à sua intervenção. Ele tem sorte de ter um amigo assim. Gostaria de encontrar um, é um grande conforto saber que esse amigo estaria olhando por mim. – Ela disse, olhando para mim. – Você tem seu irmão. Ela sorriu. – Claro, mas Charles ainda é um menino. Às vezes precisase de um homem, alguém de profundidade e maturidade, que conhece os caminhos do mundo e sabe como viver. – Você não tem planos de se casar? – Gostaria, se eu conhecesse um cavalheiro direito. – Agora que você está em Londres, você terá mais chance de conhecer pessoas. Bingley tem meios para organizar alguns bailes, eu sei. Eu incentivei-o. Quanto mais rostos bonitos ele ver nas próximas semanas melhor. E para você, vai alargar o seu círculo social. – Não é tão restrito. Nós jantamos com mais de vinte e quatro famílias, você sabe, – ela observou sarcasticamente. Lembrei-me dos Bennets, como ela pretendia, mas se ela soubesse a forma exata dos meus pensamentos eu duvido que ela estaria tão satisfeita. Não importa o que eu faço, a cada conversa parece lembrar-me de alguns deles de algum modo. É uma sorte que eu parei de pensar em Elizabeth, caso contrário os Bennets nunca sairiam fora da minha mente.


Sábado 07 dezembro Bingley esta ocupando a si mesmo com negócios e esta de bom humor, apesar de agora e depois eu pegar um olhar melancólico em seus olhos. – Você tem certeza que ela não sentia nada por mim?– Ele pediu esta noite, quando as senhoras se retiraram depois do jantar. Eu não preciso perguntar de quem ele queria dizer. – Tenho certeza disso. Ela gostava de sua companhia, mas nada mais. Ele balançou a cabeça. – Eu pensei que ela não podia... como... mesmo assim, eu esperava ... mas é como você diz. Ela vai se casar com alguém de Meryton, eu espero. Alguém que ela conhece toda a sua vida. – Muito provavelmente. – Não alguém que ela apenas conheceu. – Não. – Ela não vai sentir minha falta, agora estou indo. – Não. Ele ficou em silêncio. – Há muito a ser dito para se casar com uma pessoa que conheceu toda a vida, ou, no mínimo, por um longo tempo. – Eu disse. – Sim, acho que há, – disse ele, mas sem nenhum entusiasmo. – Seus defeitos são já conhecidos, e não pode haver surpresas desagradáveis. – Eu continuei. – É como você diz. – E é bom saber, assim como, sua família. Georgiana vai se casar com alguém que ela conhece, eu espero. – Eu disse. – Sim, seria uma coisa boa, – disse Bingley, mas sem interesse real.


Uma pena. Eu pensei que suas afeições estavam voltando nessa direção. No entanto, tenho feito o ponto, e no futuro ele pode se lembrar dela.

Terça-feira 10 de dezembro Peguei as pérolas de minha mãe e reformei para Georgiana, e pretendo dar a ela como um presente. Ela é velha o suficiente para elas agora, e eu acho que vai ficar bem nela. Enquanto eu estava na Howard & Gibbs1, perguntei sobre ter o resto das jóias da minha mãe reformadas. É de boa qualidade, e muitas estão na mesma família há gerações. Eu arrumei os brincos de pérola e o broche final a ser reposto imediatamente, e darei a Georgiana para seu próximo aniversário. Eu organizei outras peças de jóias, para que possam ser examinadas e feito novos esboços. Os esboços podem ser alterados para acomodar a qualquer moda e as peças podem ser redefinidas para quando Georgiana tiver idade o suficiente para usá-las.

Quinta-feira 12 dezembro Jantei com Bingley e suas irmãs. Durante o decorrer da noite falamos das festividades de Natal. Haverá grandes festas para nós comparecermos, mas nos dias seguintes ao Natal eu gostaria de organizar algumas pequenas festas privadas com Bingley, de modo que Georgiana possa participar. – Eu pensei que teria uma dança pequena no dia vinte e três,– eu disse, –e, em seguida, charadas na véspera de Natal. – Uma excelente idéia. – Disse Caroline.

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joalheria


– Eu convidei o coronel Fitzwilliam, que nos fará quatro cavalheiros e três senhoras. Você acha que eu deveria convidar mais senhoras? – Perguntei a Caroline. – Não. – Ela disse enfaticamente. – Sr. Hurst nunca dança, o que nos deixa com três casais. Meus pensamentos voltaram ao baile de Blingley, em Netherfield, onde eu dancei com Elizabeth. – Você já decidiu quando Georgiana vai sair2? – Caroline perguntou como se estivesse lendo minha mente. – Não até que ela tenha dezoito anos, talvez mais tarde. – Dezoito anos é uma idade boa. Ela terá deixado a sala de aula para trás e superado sua timidez, mas será a flor fresca da juventude. Ela vai quebrar um grande número de corações. – Espero que ela não quebre nenhum. Eu quero que ela seja feliz, e se acontecer dela encontrar um homem bom em sua primeira temporada, eu estarei contente de vê-la resolvida. Caroline olhou para Bingley. – Em dois anos, então, devemos esperar que ela encontre alguém digno dela. Alguém com um temperamento fácil, que é generoso e gentil. – Isso seria a mesma coisa. – Entretanto, será bom para ela ter a companhia de um homem bemapessoado jovem, de modo que se acostume com companhia masculina e não se torne a língua presa, quando na presença de cavalheiros. Ela nunca é a língua presa com Charles, mas parece desfrutar de sua companhia. – Disse Caroline. – Que é que você está dizendo? – Perguntou Bingley, que estava falando com Louisa, mas que olhou para cima quando ouviu seu nome. – Eu estava dizendo que Georgiana é sempre sociável com você. Darcy quer que ela desfrute de alguns espetáculos adultos neste Natal, e estou certo de que ele pode confiar em você para dançar com ela.

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significa freqüentar os bailes da sociedade, ela perguntou quando ela irá ao primeiro baile é nessas temporadas que se arranjam os casamentos.


– Nada me daria maior prazer. Ela está se tornando uma beleza, Darcy. Fiquei satisfeito.

Segunda-feira 16 dezembro Esta casa parece festiva. Georgiana tem ajudado a Sra. Annesley a decorá-la com um pouco de azevinho, dobrando partes da vegetação por trás das imagens e em todos os castiçais. Ela sempre gostou de fazer isso, desde que ela era uma criança. Quando cheguei, encontrei-a adornando a janela da sala de estar com mais vegetação. – Eu pensei que teríamos uma dança em poucos dias. – Eu disse. Ela corou. – Apenas uma pequena, com nossos amigos íntimos, – eu a tranquilizei. – Talvez você gostaria de alguma nova fita para cortar sua musselina. – Disse a Sra. Annesley a Georgiana. – Ah, sim. – Ela disse me olhando com esperança. – Você deve comprar o que você precisa. – Eu respondi. Eu estava prestes a dizer que ela deve comprar um novo leque quando eu pensei melhor. Vou comprar um para ela eu mesmo, e surpreendê-la com ele.

Quarta-feira 18 de dezembro


Hoje tivemos neve. Georgiana estava tão animada como uma criança, e eu a levei para o parque. Caminhamos pelos caminhos brancos e ela voltou para casa com o rosto corado e saudável apetite. Não pude deixar de lembrar como ruborizada Elizabeth parecia após sua caminhada para Netherfield. Seus olhos tinham estado brilhante, e sua pele tinha sido iluminada pelo exercício. Onde ela está agora? Ela está passeando ao redor do campo de sua casa, na neve? Ela está em casa organizando azevinho, como Georgiana organiza aqui? Ela está ansiosa para o Natal? Se eu não tivesse mantido Bingley em Netherfield, todos nós poderíamos estar lá agora... o que teria sido um erro muito grave. É melhor para todos nós que estejamos em Londres.

Segunda-feira, 23 de dezembro Nós tivemos a nossa dança, esta noite, e eu estava satisfeito de ver Georgiana se divertindo. Ela dançou duas vezes com Bingley, uma vez com o coronel Fitzwilliam e depois comigo mesmo. – Georgiana se move com graça extraordinária, – disse Caroline. Foi um assunto que não poderia deixar de me agradar. – Você acha? – Eu acho. Foi excelente idéia de realizar uma dança privada. É bom para ela praticar esses tipos de ocasiões. Você dança muito bem, Sr. Darcy. Você e eu juntos podemos definir-lhe um exemplo. Charles e eu estamos à sua disposição se você desejar realizar outra noite como essa. Pode não significar muito para Georgiana, mas será bom ver os outros dançar, e vai ajudá-la a conseguir confiança e equilíbrio. Lembrei-me de outro momento em que ela tinha me elogiado, dizendo o quão bem eu escrevia minhas cartas. Lembrei-me da cena exatamente. Tinha sido em Netherfield, e Elizabeth tinha estado conosco.


Senti dentro de mim uma vibração quando eu pensei nela. Raiva, talvez, ela assim tenha me enfeitiçado? A nossa dança terminou. Os nossos convidados nos deixaram, e eu tive a satisfação de ver Georgiana retirar-se para a cama, cansada, mas feliz. Ela se esqueceu completamente de George Wickham, estou certo disso. Enquanto nada lembrar ele, eu não acredito que ela vai pensar nele novamente.

Terça-feira, 24 de dezembro Tivemos o nosso jogo de charadas, após o jantar desta noite. Fiquei contente quando Caroline pensou em sugerir que Georgiana e Bingley trabalhassem sua charada juntos. Eles se retiraram para um canto da sala, a cabeça perto o suficiente para ser quase se tocando. Era uma visão mais agradável. As charadas foram muito agradáveis, e depois que nós já tínhamos feito tudo, fomos para a ceia. – Você sabe Darcy, eu pensei que estaríamos passando o Natal em Netherfield este ano. – Bingley, disse com um suspiro. –Tinha sido o meu plano quando eu assumi a casa. Eu me pergunto o que eles todos estão fazendo agora. Achei mais sensato voltar seus pensamentos longe dessa direção. – O mesmo que estamos fazendo aqui. Pegue um pouco mais de venison3. Ele fez como eu sugeri, e não disse mais nada sobre Netherfield.

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carne de veado


Quarta-feira 25 de dezembro Eu nunca apreciei mais o dia de Natal. Nós fomos para a igreja esta manhã e esta noite nós jogamos pudim de bala e snapdragon4. Quando fizemos isso eu notei uma mudança em Georgiana. No ano passado, ela jogou como uma criança, desfrutando a novidade de colocar as mãos em chamas de arrebatar uma passa queima, e soprando em seus dedos quando ela não era rápida o suficiente para sair ilesa. Este ano, ela jogou para me agradar. Eu podia ver nos olhos dela. Eu me pergunto se Elizabeth joga pudim de bala e snapdragon. Eu me pergunto se ela queimou os dedos quando pegou as passas fora das chamas.

Sábado 28 de dezembro – Gostaria de saber se você não pensa em se casar com Miss Bingley, – disse ao coronel Fitzwilliam quando nós cavalgamos juntos esta manhã. – Miss Bingley? – Ela é uma moça rica, e você precisa de herdeiro. Ele balançou a cabeça. – Não quero casar com Miss Bingley. – Ela é charmosa e elegante, graciosa e bem educada. – Ela é todas essas coisas, mas eu não posso casar com ela. Ela é uma mulher fria. Quando eu casar, eu gostaria de alguém que vai me olhar, ao invés de alguém que vai olhar para meu nome de família. – Eu nunca soube que você procurava isso em uma esposa. – Eu disse surpreso. – Como filho mais novo, tive de olhar para os outros toda a minha vida. Gostaria de experimentar a situação do outro lado! 4

* http://en.wikipedia.org/wiki/Snap-dragon_(game)


Ele falou alegremente, mas eu acho que havia alguma verdade no que ele disse. Marchamos em silêncio por algum lugar apreciando a paisagem coberta de neve. – Quanto tempo você ficará na cidade? – Perguntei-lhe. – Não muito. Tenho negócio que exige minha atenção em Kent. Eu penso saldar minha consideração a Lady Catherine enquanto eu estou lá. Devo dizer-lhe que você estará visitando ela na Páscoa? – Sim. Vou visitá-la, como de costume. Quando você vai voltar para a cidade? – Em breve. Eu espero. Antes da Páscoa, certamente. – Então você deve jantar comigo quando voltar.


Janeiro


Sexta-feira, 3 de Janeiro Um acontecimento muito desagradável aconteceu. Caroline recebeu uma carta de Miss Bennet. – Ela escreve que está vindo para Londres, – Caroline exclamou. – Ela ficará com sua tia e seu tio em Gracechurch Street. Pela data de sua carta, acredito que ela já esteja aqui. – Não é uma coisa que eu gostaria que acontecesse, – eu disse. – Bingley parece ter se esquecido dela. Se ele a ver novamente, sua admiração por ela irá retornar. – Ele não precisa saber da visita dela, – Caroline disse. Eu concordei com isso. – Eu duvido que eles encontrem um ao outro, — Eu disse. – Talvez eu não deva responder à carta dela. Ela não ficará na cidade por muito tempo, e ela simplesmente pensará que a carta foi perdida. Melhor ela pensar isso, ao invés de pensar que não é bem-vinda aqui. Ela é uma garota adorável, e eu não tenho desejo algum de magoar seus sentimentos, mas o amor pelo meu irmão é mais intenso, e eu preciso fazer o que for possível para salvá-lo de uma união imprópria. Eu concordava com seus pensamentos, mas eu percebi que não estava confortável em minha mente. Qualquer coisa maldosa ou indireta é detestável para mim. Mas Caroline está certa. Nós não podemos permitir que Bingley sacrifique sua vida no altar com uma família vulgar, e é apenas uma pequena mentira afinal.


Segunda-feira, 6 de Janeiro Georgiana está se desenvolvendo como eu imaginei. Seus feitos, sua postura, suas maneiras são como eu gostaria de ver. Eu não sabia como proceder quando ela foi deixada a meus cuidados, mas estou lisonjeado que ela está se tornando a jovem mulher que minha mãe desejava que ela fosse.

Terça-feira, 7 de janeiro Eu tive uma surpresa quando fui visitar Caroline e sua irmã hoje, com o objetivo de entregar uma carta de Georgiana. Enquanto eu me aproximava da casa, eu vi Jane Bennet saindo. – O que aconteceu aqui? – Eu perguntei quando entrei na casa. Caroline parecia de mau humor. – A coisa mais desagradável. Jane Bennet esteve aqui. Eu pensei que ela teria voltado para o campo por agora, mas parece que ela pretende extender sua estadia. – Que má sorte! O que você disse a ela? – Eu mal sei o que eu disse. Ela me surpreendeu. Ela disse que tinha escrito para mim e respondi que nunca recebi a carta. Ela perguntou de Bingley. Eu disse a ela que ele estava bem, mas ele estava tão frequentemente com você, que eu mal o via. Disse a ela como Georgiana está crescida, e que iríamos vê-la no jantar esta noite. Então eu disse que Louisa e eu estávamos prestes a sair. Depois disso ela não poderia ficar. – Você terá que retribuir a visita, – Eu disse. – Isso não poderá ser evitado. Mas eu não ficarei muito tempo, e eu espero que pelas minhas maneiras ela perceba que mais nenhuma intimidade é para ser esperada. Charles quase a esqueceu. Em mais algumas semanas ele estará fora de perigo.


– Eu não tenho tanta certeza disso. Ele ainda a menciona algumas vezes. Ele se recompõe quando vê minha expressão, mas não é seguro ele pensar nem em Miss Bennet, nem em Hertfordshire.

Terça-feira, 21 de Janeiro Caroline fez sua visita a Miss Bennet esta manhã. Foi de uma curta duração, e ela utilizou seu tempo para dizer a Miss Bennet que Bingley não está certo de voltar á Hertfordshire, e talvez desista de Netherfield. Quando ela partiu, ela não mencionou em ver Jane novamente, e agora ela me diz que está extremamente certa de que Miss Bennet não a visitará novamente. Um dia Bingley será grato pelo nosso cuidado. É somente esse pensamento que me conforta da atrocidade que fomos forçados a fazer.


Fevereiro


Sábado – 1 de fevereiro – Caroline sugeriu que nos fossemos para Bath pela primavera, – disse Bingley esta manhã. – Talvez eu possa pegar uma casa lá, – ele adicionou. Eu pensei que era um sinal encorajador que ele tivesse esquecido Hertfordshire. – Isso é uma excelente idéia, – eu disse. – Você gostaria de vir conosco? – ele perguntou. – Eu tenho que ir para Pemberly e certificar-me que Johnson tem tudo bem em mãos. Há um numero de mudanças que eu desejo fazer para o funcionamento da casa da fazenda e algumas outras melhorias que eu gostaria de fazer na propriedade. – Então eu o verei de novo no verão.

Sexta-feira, 7 de fevereiro Coronel Fitzwilliam tinha retornado da cidade e ele jantou comigo esta noite, me trazendo todas as noticias de Rosings. Ele me disse que Sr. Collins havia tomado a uma esposa. Eu prendi minha respiração, esperando que Hurst estivesse certo quando ele disse que Elizabeth havia recusado o Sr. Collins. – Ela parece um bom tipo de garota, embora eu deva dizer mulher. Ela aparenta estar próximo aos trinta, – disse meu primo. Eu soltei a respiração. – Mas isso deve ser uma coisa boa, – ele prosseguiu. – Minha tia poderia intimidar uma mulher jovem com a sua... – Interferência?


– Prestatividade, – ele disse com um sorriso torto. – Mas Sra. Collins aceita os conselhos de Lady Catherine sem um barulho. – Eu acredito que eu possa a ter conhecido em Hertfordshire. Qual era o sobrenome dela? – Lucas. Srta Charlotte Lucas. – Sim eu a conheci e a sua família. Eu estou grato que ela esteja bem estabilizada. Sr. Collins pode não ser o marido mais sensato, mas ele pode provê-la com uma vida confortável. E eu podia prover Elizabeth com uma muito melhor. Mas eu não iria pensar sobre isso. Eu estou resolvido a nunca pensar nela novamente.


Marรงo


Sexta - feira, 28 de março Eu recebi uma carta de Lady Catherine, nessa manhã, contando-me que estava ansiosa para me ver. Eu fiquei surpreso ao ler a seguinte passagem em sua carta.

A senhora Collins terá uma irmã a ficar com ela, Maria, e uma amiga, a senhorita Elizabeth Bennet. Fiquei em choque ao saber que Elizabeth estava na parsonage.

Eu acredito que você conhece ambas. Sir William Lucas também esteve aqui, mas ele já voltou para casa. Miss Elizabeth Bennet tem ótimas coisas a seu favor, mas ele nunca teve a vantagem de uma governanta, o que não é de se admirar. Uma governanta é necessária em uma família de meninas, eu disse- lhe. O senhor Collins estava plenamente de acordo comigo. Quatro sobrinhas da senhora Jenkinson estão muito bem situadas em meu meio. As irmãs Bennet estão todas fora. Eu não sei o que sua mãe poderia pensar disso. Cinco irmãs, todas fora! É muito estranho. E as irmãs mais novas estão fora antes da mais velha estar casada. Uma casa muito mal regulada. Se a senhora vivesse mais perto, eu poderia dizer- lhe isso. Gostaria de encontrar para ela uma governanta, e ela estaria grata a


mim sem dúvida pela minha recomendação. Ela gerenciaria sua casa doente. A senhorita Bennet dá suas opiniões muito decididamente para alguém tão jovem. Seu ponto de vista sobre sua família é extraordinário. Ela declarou que seria muito difícil que suas irmãs mais novas esperassem até que suas irmãs casassem antes de aparecerem para sociedade. Eu me encontrei sorrindo por isso. Eu nunca ouvi ninguém, homem ou mulher, gracejar com Lady Catherine antes, e jogar com ela dessa maneira! Pois é, sem dúvida, muito difícil as meninas mais nunca terem pensado desta forma antes. Talvez eu esteja errado de ter ficado surpreso de Elizabeth estar na parsonage. Talvez eu devesse estar satisfeito. Isso me dará a oportunidade perfeita para demonstrar que ela já não tem qualquer influência sobre mim. Será um prazer para mim, saber que eu posso estar em sua companhia sem ter sentimentos impróprios, e eu serei capaz de me felicitar por ter me poupado, assim como Bingley, a partir de um apego mais imprudente.


Abril


Quinta-feira 03 de abril Jantei com o coronel Fitzwilliam no meu clube hoje. Decidimos que vamos viajar juntos para Rosings.

Segunda-feira 07 de abril Meu primo e eu tivemos uma viagem agradável em Kent e após observações a conversa virou-se para o casamento novamente. – Eu sou de uma época do agora quando eu sinto, eu devo resolver, e ainda assim o casamento é um risco perigoso. – Ele disse. – É tão fácil dar um passo em falso e, em seguida, ser forçado a conviver com ele. – É. – Eu concordei, pensando em Bingley. – Tenho recentemente salvo um dos meus amigos de dar um passo em falso. – Sério? – Sim. Ele arranjou uma casa no campo, onde conheceu uma moça de baixas conexões5. Ele ficou muito encantado com ela, mas felizmente os negócios o obrigaram a retornar a Londres por um tempo. Percebendo o perigo, suas irmãs e eu o seguimos para Londres e convencemos a continuar. – Então você o salvou de um casamento muito imprudente. – Eu salvei. – Ele vai agradecer por isso quando acabar. Não é agradável acordar de um sonho e encontrar-se preso em um pesadelo.

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Pessoas pouco Influentes, com pouco dinheiro e sem prestigio social


Estou esperançoso com a sua opinião. Eu respeito sua opinião, e é reconfortante saber que ele se sente como eu sobre o assunto. Chegamos a Rosings esta tarde, e a beleza do parque me surpreendeu de novo. Não é admirável como Pemberley, mas parece muito bem, na Primavera. Passamos o Sr. Collins em nosso caminho para casa, e eu acredito que ele estava olhando para nós. Ele curvou-se como nós passamos, e em seguida correu em direção ao presbitério para compartilhar as notícias com seus detentos. Eu encontrei-me perguntando se Elizabeth estava dentro de casa, e como ela se sentiria com a notícia da nossa chegada.

Terça-feira 08 de abril Mr. Collins nos visitou esta manhã para prestar seu respeito. Ele me encontrou com o coronel Fitzwilliam. Minha tia estava passeando com a minha prima, Anne. – Mr. Darcy, é uma honra encontrá-lo novamente. Tive a boa sorte, de conhecê-lo em Hertfordshire, quando eu estava com minhas belas primas. Eu não era casado, como minha querida Charlotte que ainda não tinha consentido ser minha esposa. Desde o primeiro momento que a vi eu sabia que ela não teria vergonha do presbitério em Hansford, e seria um prazer para minha estimada Patrona6, Lady Catherine de Bourgh, que tem a honra e distinção de ser a sua tia mais reverenciada, com sua humildade e simpatia. Na verdade, Lady Catherine teve a amabilidade de dizer... – Você está retornando ao presbitério? Eu perguntei, encurtando o seu derrame. Ele parou por um instante, depois disse: – Na verdade estou. – É uma bela manhã. Vamos andar com você. O que você acha? – Perguntei ao coronel Fitzwilliam. – Certamente. 6

* Guardiã, Benfeitora


Partimos. Mr. Collins contou sobre as belezas do parque para nós, cheio de expressões de gratidão humilde pela nossa condescendência em visitar sua casa pobre. Eu deixei minha mente vagar. Será que Elizabeth mudou desde o Outono? Será que ela se surpreenderia a me ver? Não. Ela sabia da minha visita. Será que ela ficaria satisfeita ou o contrário? Satisfeita, claro. Familiarizar-se com um homem da minha posição deve ser desejável para ela. Nossa chegada foi anunciada pelo sino da porta, e logo depois entramos na sala. Eu presto os meus cumprimentos a Sra. Collins, e ela deu-me boas-vindas. Elizabeth deixou cair uma reverência. Ela é muito mais do que ela sempre foi, mas o prazer da experiência de vê-la me pegou de surpresa. Eu pensei que tinha admitido o meu sentimento por ela, e, claro, eu tenho. Foi exatamente por isso que o primeiro instante de vê-la me pegou de surpresa. – A casa é do seu agrado, espero? – Eu perguntei a Sra. Collins. – Sim, de fato é. – Ela disse – Estou contente. Minha tia fez algumas melhorias nos últimos tempos, eu sei. E o jardim? Você gosta de aspecto? – É muito agradável. – Bom. Eu diria mais, mas eu encontrei a minha atenção se desviando para Elizabeth. Ela estava conversando com o coronel Fitzwilliam, em sua forma habitual, fácil e gratuita. Eu não conseguia decidir se gostei ou não. Ela tinha liberdade para falar com o meu primo, e se encantar por ele, mas eu me sentia insatisfeito ao ver o quanto ele gostava de sua companhia, e pior ainda, ao ver o quanto ela gostava dele. Finalmente eu percebi que estava perdido em meus pensamentos, e eu fiz um esforço para ser civilizado. – Sua família está bem, espero Miss Bennet? – Eu perguntei. – Sim, obrigado. – Ela respondeu. Ela fez uma pausa e depois disse. – Minha irmã Jane foi à cidade nestes três meses. Você nunca encontrou com ela por lá? Fiquei desconcertado, mas eu respondi com calma o suficiente.


– Não. Eu não tive a sorte. Voltei em silêncio, insatisfeito com a volta que a conversa tinha tomado, e logo depois o meu primo e eu nos despedimos.

Dia de Páscoa de Abril, Domingo, 13 Eu não tinha visto Elizabeth desde a minha visita ao presbitério, mas eu vi esta manhã na igreja. Ela estava muito bem. O sol da manhã tinha posto cor em seu rosto e seus olhos brilharam. Após o serviço, Lady Catherine parou para falar com Mr. Collins. Ele sorriu enquanto ela caminhava na direção dele. – Seu sermão era muito longo – disse Lady Catherine. – Vinte minutos é tempo suficiente para instruir o seu rebanho. – Sim, Lady Catherine, eu – Você não fez nenhuma menção de sobriedade. Você deveria ter feito. Tem havido muita bebedeira de tarde. É o trabalho do pastor cuidar do corpo de seus paroquianos, bem como suas almas. – É claro, senhora – Havia muitos hinos. Eu não gostaria de ter acima de três hinos em um serviço de Páscoa. Eu sou muito musical e o canto é a minha alegria. Mas três hinos são suficientes. Ela começou a caminhar até a carruagem, e o Mr. Collins a seguiu. – Sim, Lady Catherine, eu – Um dos bancos tem caruncho. Notei quando eu passava. Você irá vê-lo. – Imediatamente, Lady – ele disse.


– E você vai vir jantar conosco esta noite. Mrs. Collins virá com você, assim como Miss Lucas e Miss Elizabeth Bennet. Nós vamos fazer um cartão de mesa. – Que bom. – Disse ele, curvando-se e esfregando as mãos. – Vou enviar a carruagem – e o lacaio fechou a porta. Eu encontrei-me ansioso para a chegada de Elizabeth em Rosings, mas rapidamente esmaguei o sentimento. Eles chegaram pontualmente e, porque eu sabia do perigo de falar com ela, eu passava o tempo conversando com minha tia. Nós falamos das nossas relações diferentes, mas eu não poderia parar de vaguear os meus olhos para Elizabeth. Sua conversa era de um tipo mais animado. Ela estava falando com o coronel Fitzwilliam, e como eu vi a animação dos seus traços, descobri que era difícil tirar os olhos de lá. Minha tia também ficou olhando para eles, até que, finalmente, ela disse. – O que é que vocês estão falando? O que você está dizendo Miss Bennet? Deixe-me ouvir o que é. O coronel Fitzwilliam respondeu que eles estavam falando de música. Minha tia entrou na conversa, elogiando as habilidades de Georgiana no piano, em seguida, mortificando-me, convidando Elizabeth para a prática do piano na sala de Mrs. Jenkinson. Convidar um convidado para jogar no piano na sala do companheiro? Eu não tinha pensado a minha tia podia ser tão mal-educada. Elizabeth olhou surpresa, mas não disse nada, apenas seu sorriso mostrando o que ela pensava. Quando o café acabou, Elizabeth começou a tocar e lembrei o prazer que tinha em seu toque antes, eu andei mais para o lado dela. Seus olhos foram clareados pela música, e coloquei-me numa posição em que eu podia ver o jogo da emoção sobre seu rosto. Ela notou. Na primeira pausa na música, ela se virou para mim com um sorriso e disse: – Você quer me assustar, Mr. Darcy, vindo em todo o estado presente para me ouvir. Mas eu não ficarei alarmada, embora sua irmã


toque tão bem. Existe em mim uma persistência que a vontade dos outros é incapaz de intimidar. Nesses momentos minha coragem não se faz ignorada. - Não vou dizer que você está enganada. - Eu respondi. - Pois nunca a senhora poderia realmente acreditar que eu tivesse a intenção de alarmá-la. Tenho o prazer de conhecê-la já há bastante tempo para saber que gosta ocasionalmente de exprimir opiniões que de fato não são suas. Quando esse discurso me veio não sei. Não estou acostumado a fazer intercâmbios brincalhões, mas há algo na personalidade de Elizabeth, que me ilumina. Elizabeth riu bastante, e eu sorri, sabendo que nós dois estávamos apreciando o câmbio. Tão bem que eu estava gostando que tivesse esquecido o meu cuidado e deu-me mais para a apreciação do momento. – Seu primo lhe dará uma noção muito boa de mim. – Ela disse para o coronel Fitzwilliam. Virando-se para mim, ela disse. – É uma falta de generosidade de sua parte mencionar aqui tudo o que descobriu sobre minhas fraquezas em Hertfordshire - e deixar-me dizer, muito imprudente - por isso está a provocar-me a retaliar, e receio dizer coisas que escandalizem seus parentes. Eu sorri. – Eu não tenho medo de você. Seus olhos brilharam na minha observação. O coronel Fitzwilliam implorou para ser dito como eu me comporto entre estranhos. – Você deve ouvir tudo, – então disse Elizabeth. – Mas prepare-se para algo muito terrível. A primeira vez que o vi em Hertfordshire, foi em um baile. E nesse baile, o que você acha que ele fez? Ele dançou apenas quatro danças! Em seus olhos, a minha recusa de dança tornou-se ridícula, e eu vi a mim mesmo, pela primeira vez. Para passada acerca de todo o meu orgulho, em vez de me divertir como qualquer homem bem regulamentado teria feito. Um absurdo! Eu não iria tolerar tal provocação,


e ainda havia algo em sua maneira a retirar qualquer ferroada, e em vez disso torná-la motivo de riso. Foi neste momento que percebi que tinha tido poucas risadas em minha vida ultimamente. Eu tinha tomado as responsabilidades de um homem quando meu pai morreu, e tinha me orgulhado de descarregar-los bem, como meu pai teria feito. Eu tendia a minha propriedade, olhava para o meu bem-estar e dos moradores, desde que para a saúde da minha irmã, a felicidade e a educação, visto que o sustento do meu patrocínio e descarga fielmente o meu negócio. Até reunião que Elizabeth tinha sido o suficiente, mas agora eu vi como maçante minha vida tinha sido. Tinha sido muito requisitado. Também. Bem regulamentados. Só agora comecei a vê-lo, e ele caiu, os sentimentos dentro de mim eram totalmente diferentes de qualquer outro que eu tinha conhecido. Quando eu ri, minha vida ficou mais leve. – Eu não tinha naquela época a honra de conhecer qualquer mulher na assembléia além do meu próprio partido. – Salientei, pegando o tom. – É verdade: e ninguém pode ser introduzido no salão. – Talvez eu devesse ter solicitado uma apresentação, mas considerome mal qualificado para recomendar-me a desconhecidos. Ela brincou comigo, perguntando como era que um homem de bom senso e educação não poderia fazê-lo, e o coronel Fitzwilliam se juntou a ela, dizendo que eu não me dou ao trabalho. – Eu certamente não tenho o talento que algumas pessoas possuem, de conversar facilmente com os que eu nunca vi antes. Eu não posso pegar o tom da conversa, ou parecem interessados na causa, como muitas vezes eu vejo feito, eu concordei. – Meus dedos não se movem sobre este instrumento de forma magistral como de muitas mulheres, eles não tem a mesma força e a mesma rapidez, nem possuem mesma força de expressão, mas disso culpo só a mim, pois nunca me dei ao trabalho de praticar. Eu sorri. – Você está absolutamente certa. Neste momento, Lady Catherine nos interrompeu.


– O que você está falando, Darcy? – Da música, – eu disse. Lady Catherine se juntou a nós no piano. – Miss Bennet não tocaria mal se ela praticasse mais, e pudesse ter um mestre de Londres, – declarou a tia. - Ela tem uma noção muito boa de dedilhado, embora o bom gosto não seja igual ao de Anne. Anne teria sido uma artista maravilhosa, se sua saúde lhe permitisse aprender. Eu mal podia ouvi-la. Eu estava assistindo a Elizabeth. Ela recebeu os comentários da minha tia com civismo notável, e, a pedido do coronel Fitzwilliam e eu, ela manteve-se no instrumento até que a carruagem estava pronta para tomar o partido de origem. Eu pensei que tinha me livrado de minha admiração por ela. Eu pensei que tinha esquecido. Eu estava errado.

Segunda-feira 14 de abril Eu estava dando uma volta a pé pela região esta manhã, quando meus passos levaram-me inconscientemente para o presbitério. Encontrando-me de fora, eu não poderia, com toda educação, passar, eu chamei para dar os meus respeitos. Para meu espanto, descobri Elizabeth lá sozinha. Ela parecia tão surpresa quanto eu estava, mas ela não estava, creio eu, descontente. Por que ela deveria estar? Deve ser satisfatório para ela pensar que ela me cativou. Ela oferece-me uma cadeira, e eu não tenho escolha a não ser sentar-me. – Peço desculpa por esta intromissão, – eu disse, sentindo a estranheza da situação, e querendo ter certeza que ela sabia que não tinha sido de propósito. - Eu pensei que todas as senhoras deveriam estar aqui dentro. – Mrs. Collins e Maria foram resolver negócios na vila. – Ela respondeu.


– Ah. – Lady Catherine está bem? – Ela disse, finalmente. – Sim. Agradeço a você. Ela esta. Fez-se silêncio – E a senhorita de Bourgh? Ela, também, está bem? – Sim. Agradeço a você. Ela esta. – E o coronel Fitzwilliam? – Ela perguntou. – Sim. Ele também está bem. Outro silêncio caiu. – Com que precipitação deixaram todos Netherfield em novembro passado, Mr. Darcy! – Ela começou por último. – Deve ter sido uma surpresa muito agradável para o Mr. Bingley revê-los a todos tão cedo, pois, se não me engano, ele partira no dia anterior. Ele e suas irmãs estavam bem, eu espero, quando você saiu de Londres? – Perfeitamente, – eu lhe agradeço. – Pelo que me foi dado entender, Mr. Bingley não tem intenção de voltar a Netherfield? – Eu nunca o ouvi dizer tal coisa, mas é provável que daqui para o futuro ele lhe dedique menos tempo. Ele tem muitos amigos, e ele está em um momento da vida quando os amigos e os compromissos aumentam continuamente. – Se ele tenciona passar tão pouco tempo em Netherfield, seria preferível para a vizinhança que ele desistisse inteiramente do lugar, pois então outra família poderia se instalar lá. Contudo, talvez o Mr. Bingley tenha pensando menos na conveniência dos vizinhos do que em sua própria, e, nesse caso, não teremos mais do que aguardar que ele, baseado nesse mesmo princípio, a conserve ou desista dela. Eu não gostei do assunto, mas respondi igualmente. – Não me surpreenderia que ele optasse pele desistência, mal se lhe oferecesse uma oportunidade vantajosa. Eu deveria ter deixado o presbitério em seguida. Eu sabia disso. Ainda assim não conseguia me afastar. Havia algo sobre a forma de


seu rosto, que convidou os meus olhos a segui-lo, e algo sobre a maneira como seu cabelo caia que me fez querer tocá-lo. Ela não disse nada, e mais uma vez, houve silêncio. Eu não podia dizer o que estava na minha mente e ainda assim eu achei que não poderia sair. – A casa parece ser muito confortável. – Eu disse. – Sim, é. – Deve ser agradável para a Mrs. Collins ter sua casa a uma distância relativamente pequena da de seus pais e amigos. – Uma distância pequena, diz o senhor? – Ela perguntou surpresa. – É quase cinquenta milhas. – E que são cinquenta milhas em uma estrada boa? Pouco mais de meio dia de viagem. – Eu nunca consideraria a distância como uma das vantagens de casar-se, – exclamou Elizabeth. – É uma prova de sua afeição por Hertfordshire. Qualquer lugar que não se encontre nas proximidades de Longbourn lhe deve parecer longínquo, – eu disse. – Não quis com isso dizer que uma mulher não deva morar um pouco longe da família. Ah. Ela sabia dos males de suas relações e não seria tristeza escapar deles. Quando se casar, ela iria deixá-los para trás. – Mas estou convencida que minha amiga não iria chamar isso de perto de sua família com metade da distância atual. – Ela continuou. – Mas a senhora não pode alimentar em si sentimento tão bairrista, – eu disse, puxando minha cadeira para frente um pouco quando eu falei, pois eu senti uma vontade imensa de ficar perto dela. – Não poderá viver sempre em Longbourn. Ela olhou surpresa, e eu estava parado. Eu tinha quase sido levado pela admiração e tentado em dizer que ela poderia ter qualquer objeção à vida em Pemberley, mas eu tinha ido muito rápido e eu estava grato por isso. Seu olhar de surpresa me salvou de me comprometer com um curso


de ação que, certamente, lamentaria. Eu puxei a minha cadeira para trás e peguei um jornal, olhei por cima dele. – Você está satisfeita com Kent? – Eu perguntei com frieza o suficiente para comprimir qualquer esperança com que ela poderia ter se divertido com o meu mau julgamento. – É muito agradável, – ela disse, olhando para mim, perplexa. Eu embarquei em uma discussão sobre o condado, até que fomos salvos da necessidade de mais conversa com o retorno da Mrs. Collins e Maria. Elas se surpreenderam ao me ver ali, mas expliquei meu erro eu fiquei só mais alguns minutos e depois voltei para Rosings.

Terça-feira 15 de abril Elizabeth me enfeitiçou, estou muito mais em perigo aqui do que eu já estava em Hertfordshire. Lá, eu tinha a família constantemente diante de mim, lembrando-me como seria impossível um casamento entre nós. Aqui, eu só a tenho. Sua vivacidade, sua alegria, seu bom humor, todos me tentam a abandonar o autodomínio e declarar-me, mas eu não devo fazêlo. Não sou só eu que tenho a considerar. Eu tenho a minha irmã. Expor Georgiana a vulgaridade das Mrs. Bennets seria um ato de crueldade que nenhuma devoção fraternal permitiria. E apresentar a Georgiana, como irmã de Mary, Kitty e Lydia Bennet seria repugnante. Tê-la influenciada por elas, forçá-la a companhia delas - não poderia ser de outra forma, se eu fosse fazer Elizabeth minha esposa - seria imperdoável. Pior ainda, ela pode ser forçada a ouvir sobre George Wickham, que é o favorito das meninas mais jovens. Não, eu não posso fazer isso. Eu não vou fazê-lo. Devo ter cuidado, então, em não deixar escapar uma palavra em companhia de Elizabeth. Eu não devo deixá-la saber como me sinto. Ela suspeita de minha predileção, estou certo. De fato, por sua natureza


animada, ela foi incentivada, e não duvido que ela esteja esperando por mim para falar. Se ela se casar comigo, ela seria retirada de sua esfera e elevada à minha. Ela se juntaria em casamento a um homem de caráter superior e compreensão, e ela seria senhora de Pemberley. Um homem do meu caráter e reputação, riqueza e posição seduziria qualquer mulher. Mas nunca deveria ser seduzido.

Quinta-feira 17 de abril Eu não sei o que acontece comigo. Eu deveria estar evitando Elizabeth, mas todos os dias quando o coronel Fitzwilliam vai para o presbitério, eu vou com ele. Eu não posso negar-me o prazer de olhar para ela. Seu rosto não é bonito, mas me persegue. Tive determinação suficiente para não dizer nada, por medo de dizer muito, mas meu silêncio começou a ser notado. – Por que você fica em silêncio quando vamos para o presbitério? – Perguntou coronel Fitzwilliam quando voltamos para casa hoje. – Não parece você, Darcy. – Não tenho nada a dizer. – Agora vem! Eu vi você falar com os bispos e lavradores. Você sempre pensa em algo para dizer-lhes, por mais que você proteste que você ache difícil conversar com estranhos. No entanto, quando você vai para o presbitério, você não abre a boca. É muito descortês de sua parte. O mínimo que você poderia fazer é perguntar sobre as galinhas de Mrs. Collins, e perguntar ao Mr. Collins como seus sermões estão, e se você não consegue pensar em nada para dizer para as moças, você sempre pode falar sobre o tempo. – Vou tentar fazer melhor da próxima vez. Mas como eu disse isso, percebi que não deveria ir ao presbitério novamente. Se eu falar com Elizabeth, não há como dizer onde levará. Ela


me olha maliciosamente, às vezes, e tenho certeza que ela está me esperando para declarar-me. Será que um casamento entre nós seria realmente tão impossível? Pergunto-me, mas enquanto eu me pergunto, uma imagem de sua família se ergue diante de mim, e eu sei que seria. E assim estou determinado a permanecer em silêncio, porque se eu me entregar a um momento de fraqueza, vou me arrepender pelo resto da minha vida.

Sábado 19 de abril Eu permaneci fiel a minha determinação de não visitar o presbitério, mas minhas boas intenções foram frustradas pela minha tendência a andar pelo parque, e três vezes agora eu vi a Elizabeth. A primeira vez foi por acaso, a segunda e terceira vez, eu me encontrava lá querendo ou não. Sem fazer nada mais do que tirar o meu chapéu e depois perguntando de sua saúde na primeira vez, eu vim para dizer mais, e esta manhã eu traí o meu pensamento a um nível alarmante. – Você está gostando da sua estadia no Hunsford, espero? – Perguntei a ela quando eu a encontrei. Foi uma pergunta inocente. – Sim, estou obrigada. – Você encontrou Mr. e a Mrs. Collins em boa saúde? – Encontrei. – E feliz, eu confio? – Creio que sim. – Rosings é uma bela casa. – É, mas é difícil encontrar meu caminho. Eu me perdi em uma ou duas ocasiões. Quando eu tentei encontrar a biblioteca, eu entrei na sala de estar em seu lugar.


– Não é de se esperar que você encontre todos os caminhos de uma vez. Da próxima vez que você visitar Kent, você terá uma oportunidade melhor de se familiarizar com ele. Ela olhou-me espantada, e me repreendi por dentro. Eu tinha quase traído meus sentimentos, que nesse período incautos havia sugerido a idéia de que a próxima vez que ela visitasse Kent ela iria ficar em Rosings, e como ela poderia fazer isso a menos que ela fosse minha esposa? Mas na verdade, esta cada vez mais e mais difícil ser prudente. Eu deveria partir de uma vez e colocar-me fora de perigo. Mas se eu fizer, só irá despertar comentários, por isso devo sofrer um pouco mais. O coronel Fitzwilliam e eu breve estaremos indo e estarei seguro.

Terça-feira 22 de abril Estou atormentado. Depois de todas minhas promessas para mim mesmo. Depois de toda a minha determinação, isso - isso! - É o resultado. Eu não posso acreditar nos acontecimentos das últimas poucas horas. Se eu pudesse colocar a culpa em uma febre, mas não há dúvida do que aconteceu. Eu ofereci minha mão a Elizabeth Bennet. Eu não deveria ter ido vê-la. Eu não tinha necessidade de fazê-lo, simplesmente porque ela não se juntou a nós para o chá. Ela tinha uma dor de cabeça. Que mulher não sofre de dores de cabeça? No começo eu bebia meu chá com minha tia, meus primos e Mr. e Mrs. Collins, mas todo o tempo meus pensamentos estavam em Elizabeth. Ela estava sofrendo? Ela estava realmente doente? Eu poderia fazer alguma coisa para ajudá-la? Na última vez, não pude conter-me mais. Enquanto os outros falavam da comunidade, eu declarei que precisava de um pouco de ar fresco e manifestei a minha intenção de fazer uma caminhada. Eu pouco sabia se eu queria visitar a paróquia ou não quando saí de Rosings. Meu coração queria seguir em frente, mas minha razão me encorajava a voltar, e


ao mesmo tempo meus pés continuavam, até que por ultimo encontrei-me à porta do presbitério. Ao perguntar se a senhorita Bennet estava, me foi mostrado o salão, onde ela olhou surpresa quando me viu entrar . Eu mesmo estava surpreso. Comecei suficientemente racional. Perguntei sobre sua saúde e ela respondeu que não estava muito mal. Sentei-me. Levantei-me. Eu andava pela sala. É a última vez não posso contê-lo mais. – Em vão tenho lutado. – As palavras saíram antes que eu pudesse detê-las. "Não faça isso", continuei. – Meus sentimentos não podem ser reprimidos e permita-me dizer-lhe que a admiro e a amo ardentemente. Pronto. Ele foi para fora. O segredo que eu tinha carregado tanto tempo havia encontrado sua voz, e empurrado o seu caminho para a luz do dia. Ela me encarou, corada, em um silêncio. Como poderia não ser? Não havia nada para ela dizer. Ela só tinha que ouvir minha declaração e, em seguida, aceitar-me. Sabendo que eu tinha caído sob seu feitiço, ela sabia muito bem que a porta de Pemberley estaria aberta para ela, e o mundo da sociedade seria dela. – Não tenho a pretensão de ser ignorante sobre sua natureza de baixas conexões, de sua inferioridade e falta de valor. – Eu disse, mal acreditando que tinha permitido que meu amor por ela tivesse superado tais sentimentos naturais, mas sim dirigido para frente emoções que eram impossíveis de controlar. – Depois de passar várias semanas em Hertfordshire, seria loucura fingir que não seria uma degradação aliar-me a tal família e só a força da minha paixão me permitiu colocar esses sentimentos de lado. Eu falei, o quadro dos Bennets subiu diante dos meus olhos, e eu achei que não era muito falar com Elizabeth como a mim mesmo, pensando em voz alta todos os pensamentos que me atormentaram durante as últimas semanas e meses. – Sua mãe, com sua vulgaridade e língua tagarela, o seu pai, com sua recusa obstinada em conter os excessos selvagens de suas irmãs mais novas. Ser associado a essas garotas! – Eu disse, recordei-me de Mary


Bennet cantando na assembléia. – O melhor deles uma menina, lenta maçante com nenhum gosto e sentido, e o pior as bobas, mimadas e egoístas, não encontrando nada melhor para fazer com seu tempo do que a correr atrás dos oficiais, – eu continuei, lembrando-me de Lydia e Kitty no baile de Netherfield. – Um tio, um advogado e outro que vive em Cheapside, – continuei, meus sentimentos fluindo em frente como uma correnteza. – Eu senti toda a impossibilidade de tal união nestas varias semanas. Minha razão se revoltou, ou melhor, a minha própria natureza se revoltou. Eu sei que eu estou ferindo ligações familiares e o orgulho da família. Que eu deveria desviar tais sentimentos por alguém tão indigna de mim, é uma fraqueza que eu desprezo, e ainda não consigo derrotar meus sentimentos. Levei-me a Londres e mergulhei no trabalho e satisfação, mas nada disso removia a memória de você da minha mente, – disse, virandome para olhá-la e deixar meus olhos permanecerem em seu rosto. – Meu apego tem sobrevivido a todos os argumentos equilibrados, que sobreviveu a longa separação que em vez de curá-lo, só o tornou mais forte, e tem resistido a minha determinação em erradicá-lo. Não importa os meus sentimentos mais racionais, isso não será negado. É tão forte que eu estou disposto a esquecer as falhas de sua família, a baixeza de suas conexões e a dor que sei que devo causar em minha família e amigos, pedindo-lhe para casar comigo. Eu só espero que meus esforços agora sejam recompensados. – Eu disse. – Liberta-me de minha apreensão. Tranqüiliza minhas ansiedades. Diga-me, Elizabeth, que será minha esposa. Meu discurso foi apaixonado. Eu nunca tinha feito isso para qualquer outro ser humano, eu tinha descoberto a minha alma. Eu tinha mostrado a ela todos os meus medos e ansiedades, os meus argumentos e brigas, e agora eu esperava por sua resposta. Não poderia ser demorada. Ela estava esperando a minha declaração, esperando, eu tinha certeza disso. Ela não podia ignorar a minha atração, e qualquer mulher estaria contente de ter ganhado a mão de Fitzwilliam Darcy. Restava para ela dizer à palavra que nos uniria e a coisa seria feita.


E ainda, para meu espanto, o sorriso que eu esperava ver no rosto dela não apareceu. Ela não disse: "Você faz-me muito honrada Mr. Darcy. Estou lisonjeada, ou melhor, satisfeita com a sua declaração, e eu sou grata a você por sua condescendência. Meus parentes. A Situação de vida, suas loucuras e vícios, não podem esperar para lhe trazer satisfação, e estou sensibilizada pela honra que me deu em vista as fraquezas, a fim de pedirme para ser sua esposa. É, portanto, com um humilde senso de dever que aceito a sua mão." Ela nem sequer disse um simples "sim". Em vez disso, suas bochechas coraram, e com a voz mais indignada possível ela disse: – Em casos como este, creio que é costume exprimir a nossa gratidão pelos sentimentos que nos são confessados, qualquer que seja a incapacidade de os retribuir. É natural o sentimento de obrigação, e, se eu me sentisse de qualquer modo reconhecida, não deixaria de lhe agradecer. Mas nada disso me é possível; nunca desejei sua boa opinião, que alias o senhor me confere contra sua vontade. Custa-me decepcionar alguém. Não é propositalmente que o faço e só me resta esperar que a decepção não dure muito. Os sentimentos que, segundo o senhor me disse, o impediram durante muito tempo de reconhecer seu amor hão de socorrêlo facilmente após a presente explicação. Olhei para ela com espanto. Ela recusou-me! Nunca imaginei que poderia fazê-lo. Nem uma só vez em todas as noites quando tinha ficado acordado, me dizendo o quão impossível tal união seria, eu tinha imaginado este resultado. Este seria o fim de todas as minhas lutas? Ser rejeitado? E de tal maneira! Eu! Um Darcy! Sendo respondida como se eu fosse um caçador de fortuna ou um pretendente indesejável. Minha surpresa rapidamente deu lugar ao ressentimento. Estava tão ressentido que não iria abrir a minha boca até que acreditasse ter dominado minha emoção. – Eis a única resposta a que eu tinha direito e com a qual tenho de me contentar! Desejaria, talvez, ser informado da razão por que me rejeita


assim, sem a menor tentativa de delicadeza de sua parte. Mas não tem importância. – Também eu poderia perguntar. – Ela respondeu acaloradamente, – porque com um intuito tão evidente de ofender e insultar-me, resolveu o senhor dizer-me que gostava de mim contra sua vontade, contra sua razão e mesmo contra seu caráter? Se é que realmente cometi essa falta. Mas tenho outros motivos para me sentir ferida. O senhor conhece-os bem. Se acaso meus sentimentos não me indispusessem contra o senhor, se eles lhe fossem indiferentes ou mesmo favoráveis, está convencido de que qualquer consideração me inclinaria a aceitar um homem que arruinou talvez para sempre a felicidade de minha irmã querida? Senti-me mudar de cor. Então, ela tinha ouvido falar disso. Eu esperava que não tivesse. Não se pode esperar para fazê-la pensar bem de mim. Mas eu não tinha nada para me envergonhar eu agi no melhor interesse de meu amigo. – Tenho mil e uma razões para pensar mal do senhor. Nenhum motivo pode desculpar o ato injusto e mesquinho que praticou. Ela seguiu em frente. Senti minha expressão endurecer. Injusto? Mesquinha? É claro que não. – O senhor não ousará, não poderá negar que foi o principal, se não o único, agente na separação daquelas duas pessoas e em expô-las á censura e ao ridículo do mundo, uma delas por capricho e instabilidade e a outra pela decepção de suas esperanças, envolvendo-os em uma situação extremamente embaraçosa. Eu não podia acreditar no que estava ouvindo. Capricho e instabilidade? Quem iria julgar Bingley caprichoso por se retirar a Londres quando tinha negócios a resolver? Zombar por esperanças desapontadas? Miss Bennet não tinha esperanças, se não tivesse sido plantada em sua mente por sua mãe, que não podia ver mais de cinco mil libras por ano de Bingley. Sofrimento humano sério? Sim, era isso que Bingley teria sofrido se tivesse expressado seus sentimentos. Ele teria se associado a uma mulher que é indigna dele.


– Não desejo negar que fiz tudo o que pude para separar meu amigo de sua irmã; nem tampouco negarei que me alegro com esse êxito. Fui mais previdente para com ele do que para comigo próprio. Elizabeth ignorou meu comentário, disse. – Mas não é apenas daí que data minha antipatia. Muito antes disso eu já tinha opinião formada a seu respeito. Seu caráter foi-me revelado há alguns meses atrás por Mr. Wickham. Sobre este assunto, o que você tem a dizer? Em que ato imaginário de amizade aqui você pode se defender? Ou em que você pode deturpação aqui impor sobre os outros? Wickham! Ela não poderia ter encontrado um nome mais calculado para ferir e, ao mesmo tempo, me enojar. – A senhora denota um ávido interesse por esse cavalheiro, – eu comentei em agitação. Lamentei as palavras assim que elas foram ditas. O que era para mim, se ela mostrasse interesse em George Wickham? Após a sua recusa de minha mão, nada sobre Elizabeth tinha qualquer direito de cada vez mais me interessar. E ainda intensificou a mortificação que senti e encontrei uma nova emoção em meu peito, o mais indesejado. Ciúme. Achei intolerável ela preferir George Wickham a mim! Ela deve ser capaz de ver que através de seu sorriso exterior há um coração negro embaixo. – Qual a pessoa que conheça seu infortúnio pode deixar de se interessar por ele? – Seu infortúnio! – Eu repeti. Que mentiras ele teceu para ela? Wickham, quem tinha tudo. Quem tinha sido o favorito e mimado na infância, apesar disso, tinha se transformado em um dos mais libertinos e gastadores jovens do meu conhecimento. Eu pensei no dinheiro que meu pai tinha gastado com ele, as oportunidades que teve e com a ajuda que eu mesmo tinha dado a ele. Eu não poderia ajudar meus lábios se enrolando. Como eu pensei no dinheiro em que meu pai investiu nele, as oportunidades que ele teve e a ajuda que eu mesmo dei, eu não consegui evitar de dar um pequeno sorriso. – Sim, suas infelicidades foram tamanhas.


– E por suas mãos, – ela disse irritada. – Você o rebaixou ao seu atual estado de pobreza. Você reteu a herança, que sabia que foi designada a ele. Você o privou dos melhores anos de sua vida, da independência que nunca teve. Você fez tudo isso! E ainda assim, você consegue tratar o assunto de suas infelicidades com desprezo e ironia. – E essa, é a sua opinião sobre mim! Assim é como você me avalia! Eu lhe agradeço por explicar tão claramente. Minha culpa, de acordo com seu pensamento, é imensa! Mas talvez essas ofensas seriam poupadas, se o seu orgulho não tivesse sido ferido pela minha honesta confissão dos escrúpulos que me impediram de tomar uma posição. Mas acima de tudo está meu aborrecimento. Eu não estou envergonhado dos sentimentos que expus. Eles eram sinceros e justos. Você esperava que eu regozijasse da inferioridade de sua família? Me parabenizar na esperança de uma relação, onde as condições são tão inferiores a minha? Ela estava ficando irritada igual á mim, ainda assim, ela se controlou o suficiente para responder. – Você está enganado, Sr. Darcy, se supõe que o modo de sua declaração me afetou de alguma outra maneira, a não ser a preocupação que eu poupei de recusá-lo, caso você tivesse agido de uma maneira mais cavalheiresca. Eu senti um choque imenso. Caso eu tivesse agido de uma maneira mais cavalheiresca? Quando eu não fui cavalheiro? – Você não poderia ter-me feito a proposta de qualquer outra maneira que eu aceitaria. Eu não conseguia acreditar. Ela nunca poderia ter aceitado minha mão? Nunca aceitar uma conexão com a família Darcy? Nunca aceitar todos os benefícios que teria como minha esposa? Isso era loucura. E para culpar, não a minha postura, mas a minha pessoa! Eu a olhei imensamente incrédulo. Mas ela não tinha terminado. – Desde o começo, desde o primeiro momento e posso dizer, quando lhe conheci, suas maneiras me impressionaram com sua arrogância, seu egoísmo e indiferença com os sentimentos dos outros. Essa impressão foi


tão intensa que elevou uma antipatia imediata; e isso foi um mês antes de perceber que você seria o último homem no mundo em que me convenceriam a casar. Eu senti a surpresa dar lugar a raiva, e raiva para humilhação. Minha sentença estava completa agora. – Penso que já disse o bastante, madame, – Eu disse secamente. Eu compreendo perfeitamente seus sentimentos, e só tenho a me envergonhar o que eu mesmo pude ser. Me perdoe por ter tomado tanto do seu tempo – e para provar que eu era, que ainda sou depois de todos os insultos, um cavalheiro. E aceite meus melhores votos para sua saúde e felicidade. Então, tendo demonstrado a mim mesmo meu último discurso orgulhoso, Eu deixei o aposento. Eu retornei a Rosings, andando cegamente, não vendo nada ao meu redor, vendo apenas Elizabeth. Elizabeth me dizendo que estraguei a felicidade de sua irmã. Elizabeth me dizendo que arruinei a vida de George Wickham. Elizabeth me dizendo que não me comportei como um cavalheiro. Elizabeth, Elizabeth, Elizabeth. Eu não pronunciei uma palavra no jantar. Eu não via nem ouvia nada, não sentia o gosto de nada. Eu apenas pensava nela. Por mais que me esforçasse, eu não conseguia tirar suas acusações de minha cabeça. A culpa de que eu arruinei a felicidade de sua irmã, mesmo agindo com a melhor das intenções. A acusação de que eu arruinei a vida de Wickham era um outro assunto. Isso manchava minha honra, e eu não podia deixar desse jeito. – Um jogo de cartas, Darcy? – perguntou Coronel Fitzwilliam, quando Lady Catherine e Anne se retiraram para descansar. – Não. Obrigado. Eu tenho uma carta a escrever. Ele me olhou com curiosidade mas não disse nada. Eu me retirei para meu quarto e peguei minha pena. Eu tinha que me defender. Eu tinha que responder á acusação. Eu tinha que mostrar á ela que estava errada. Mas como?

Querida Miss Bennet


Eu rabisquei as linhas assim que as escrevi. Ela não era minha querida Miss Bennet. Eu não tinha o direito de chamá-la de querida. Eu amassei meu pedaço de papel e joguei-o longe.

Miss Bennet O nome me concebia a idéia de sua irmã. Não iria funcionar. Eu joguei um segundo pedaço de papel.

Miss Elizabeth Bennet Não. Eu tentei de novo.

Madame, você me acusou de Ela não irá ler assim.

Não fique apreensiva, Madame, em receber esta carta, que se possa conter alguma repetição daqueles sentimento, ou uma renovação daquelas propostas que noite passada foram tão repulsivas à você. Melhor.

Eu não escrevo com intenção alguma de lhe machucar, ou me desculpando por coisas, que para felicidade de ambos, não podem ser esquecidas muito cedo. Sim. A escrita foi formal mas não muito severa. Deve despreocupá-la imediatamente e convencê-la á continuar. Mas o que escrever a seguir? Como colocar em palavras o que eu tenho a dizer? Eu larguei minha pena e andei em direção a janela. Eu olhei para o parque enquanto reunia meus pensamentos. A noite estava calma. Não tinham nuvens, e a lua era vista brilhantemente no céu. Abaixo desta mesma lua, estava Elizabeth. O que ela estava pensando? Estaria pensando sobre mim? Sobre minha proposta? Sobre meus pecados? Meus pecados! Eu não tinha pecados. Eu retornei a minha mesa e li o que tinha escrito. Eu peguei minha pena e continuei. As palavras fluíram facilmente.

Duas ofensas de naturezas muito diferentes, e de maneira alguma de danos iguais, você me acusou noite passada. A primeira menção, independente dos sentimentos de ambos, foi a de que eu separei o Sr.


Bingley de sua irmã: e a outra, que eu arrunei a felicidade certa e privei as perspectivas do Sr. Wickham. Privei as perspectivas daquele canalha! Eu lhe dei todo benefício, e ele me retribuiu em tentar arruinar minha irmã. Mas a primeira acusação deve ser dita primeiro. Eu voltei a pensar no outono, quando eu cheguei pela primeira vez em Hertfordshire. Fora apenas alguns meses atrás, e ainda assim parecia passada uma vida.

Eu não estava há muito tempo em Hertfordshire, antes de perceber, como outros, que Bingley preferiu sua irmã mais velha, do que qualquer outra mulher no país. Eu observei o comportamento de meu amigo atentamente; e eu pude perceber então que sua preferência pela Miss Bennet era além do que alguma vez já testemunhei. Eu observei sua irmã também. Seu olhar e suas maneiras eram alegres, abertas e delicadas como sempre, mas sem indicar uma preferência especial, e eu permaneci convencido com o passar da noite que embora ela recebeu as atenções de Bingley com prazer, ela não demonstrou um sentimento recíproco. Se você não partilha o mesmo pensamento que eu, então eu devo estar errado. Se é assim, se eu cometi tamanho erro, em causá-la dor, seu ressentimento não foi sem razão. Eu fui caridoso, permitindo Elizabeth em expor seus sentimentos, e sua defesa a favor de sua irmã, mas eu também devo ser caridoso comigo mesmo.

...o querer de uma união não poderia ser tão bom e mau para meu amigo como para mim. Mas tinham outras causas para rejeição. Eu hesitei. Eu já expressei esses sentimentos antes, pessoalmente. As palavras de Elizabeth voltaram em minha cabeça. “Caso você tivesse agido de uma forma mais cavalheiresca.” Era não ser cavalheiro listar os defeitos de sua família? Minha raiva aumentou. Não, era nada se não a verdade. E eu iria dizer a verdade. Eu já dei motivos para ela ter repulsa a mim. Eu não tinha mais nada a perder.

Essas causas devem ser declaradas brevemente. A situação da família de sua mãe, mas que não era nada em comparação da total incinveniência,


tão frequentemente imposta por ela, suas três irmãs menores, e ocasionalmente pelo seu pai. Me perdoe. Me causa dor ofendê-la. Forma mais cavalheiresca? Eu pensei, enquanto escrevia as palavras. Eu implorei seu perdão. O que poderia ser mais gentil que isso?

...que sirva de consolo que, o fato de que você e sua irmã mas velha sempre se comportaram de modo diferente, demonstra a sensatez e o caráter de ambas. Não apenas gentil mas também educado, eu pensei, muito satisfeito.

Bingley partiu de Netherfield para Londres, no dia seguinte, como você, tenho certeza, que se lembra. Eu parei por um momento. Minha consciência me incomodou. Eu me comprtei de uma maneira indireta. Isso me preocupou no momento, que tal ato era repugnante para mim, e mesmo assim eu o fiz.

A parte na qual eu agi será agora explicada. Eu parei de novo. Mas a carta deve ser escrita, e a noite estava se arrastando.

A inquietude da irmã de Bingley fora igualmente despertada e logo descobrimos que os nossos sentimentos, coincidiam a esse respeito; convencidos ambos de que devíamos agir rapidamente, resolvemos acompanhá-lo a Londres. Foi o que fizemos. E lá tomei a meu cargo a incumbência de revelar ao meu amigo as conseqüências desastrosas da escolha que fizera. No entanto, por mais que esta advertência possa ter-lhe abalado a resolução, não creio que teria sido suficiente para impedir o casamento, se não tivesse sido apoiada pela afirmação, que não hesitei em fazer, de que a sua irmã lhe era indiferente. Ele acreditava até aquele momento que Miss Jane correspondia à sua afeição sinceramente, se não com igual intensidade. Mas Bingley é por natureza muito modesto, e além disso tem mais confiança no meu julgamento do que no seu próprio. Convencê-lo, portanto, de que se tinha enganado não foi muito difícil. Persuadi-lo, em seguida, de que não devia voltar para o Hertfordshire, depois de firmado o primeiro ponto, foi coisa de um instante. Não me arrependo de tê-lo feito.


Não, realmente não posso. Poupei a ele um destino que não me poupou e eu ainda não estava confortável. Eu tinha agido mal, devo confessar. Minha honra exigia.

Existe apenas uma parte da minha conduta que não me satisfaz. É que condescendi em usar de certos artifícios para esconder de Bingley o fato de sua irmã se encontrar em Londres. Sabia dessa presença, bem como Miss Bingley, mas o seu irmão até agora ainda não sabe. É possível que eles pudessem ter-se encontrado sem outras conseqüências; mas o seu afeto não me pareceu suficientemente extinto para que ele pudesse ver a sua irmã sem correr algum perigo. Talvez esse artifício seja indigno de mim. Mas o que está feito, está feito. E a minha intenção foi a melhor possível. Sobre este assunto nada mais tenho a dizer, nem outra explicação a dar. Se feri os sentimentos da sua irmã, foi sem a intenção de fazê-lo, e, embora os motivos que inspiraram a minha conduta lhe pa¬reçam naturalmente insuficientes, não vejo ainda razões para condená-los. Eu tinha escrito a parte mais fácil da carta. A parte mais difícil ainda estava por vir. Eu tinha o direito de ir mais longe? Os incidentes que eu tinha de relacionar não só dizem respeito a mim mesmo, abrange a minha irmã, minha querida Georgiana. Se elas se tornarem públicas... mas acho que não teria apreensão disso. Elizabeth não diria a ninguém, certamente não se eu pedisse para se manter em silêncio e ela tinha que saber. Mas ela tem que saber de tudo? Será que ela tem que saber da fraqueza de minha irmã? Lutei comigo mesmo. Voltei mais uma vez para a janela. Eu assisti a lua velejar sobre o céu sem nuvens. Se ela não soubesse da fraqueza de minha irmã, então não poderia saber da traição de Wickham, pensei, e era para lhe dizer isso que eu tinha começado a carta. Eu poderia fingir que era para responder à acusação de ser a causa da infelicidade de sua irmã, mas eu sabia no meu coração que era porque eu queria me exonerar de toda a culpa na minha conduta para George Wickham. Eu não podia suportar a idéia de ele ser seu favorito, ou o pensamento dele ser nada valorizado ao seu lado. Retomei a minha carta.


Com relação à outra acusação, a mais grave, a que diz respeito a Mr. Wickham, só poderei refutá-la, expondo-lhe toda a história das suas relações com a minha família. Ignoro se ele formulou alguma acusação particular à minha pessoa; mas acerca da verdade do que vou relatar posso dar mais de uma testemunha insuspeita. O coronel Fitzwilliam pode atestar para mim, eu disse sobe minha respiração. Mas como contar a história? Como organizar os incidentes da vida de Wickham em algum conjunto coerente? E como escrevê-lo de tal maneira a minha hostilidade como todas as tonalidades do mundo? Para ser justo, mesmo para ele. Eu pensei. Na última vez que eu continuasse a escrever.

Mr. Wickham é o filho de um homem muito respeitável, que durante muitos anos geriu todos os bens da propriedade de Pemberley; a fidelidade com que sempre se desincumbiu das suas funções mereceu naturalmente a gratidão do meu pai. E para com George Wickham, que era o seu afilhado, meu pai se mostrou sempre generoso, dedicando-lhe uma grande afeição. Pagou os seus estudos num colégio e mais tarde em Cambridge. Auxílio importante, pois o pai de Mr. Wickham, que as extravagâncias da esposa privavam quase sempre do necessário, não estava em condições de dar ao filho uma educação liberal. Meu pai não só gostava muito da com¬panhia de George Wickham, cujas maneiras, aliás, eram sempre muito atraentes, mas tinha por ele a maior admiração e, alimen¬tando a esperança de que o rapaz abraçasse a carreira eclesiás¬tica, tencionava reservar-lhe um lugar na mesma. Quanto a mim, há já muitos anos que comecei a pensar de maneira dife¬rente a respeito dele. As suas inclinações viciosas, a falta de escrúpulos, que ele tinha o cuidado de esconder do seu melhor amigo, não poderiam passar despercebidas a um rapaz da sua idade, que o observava e tinha a oportunidade de vê-lo em momentos de descuido. Aqui novamente, terei de magoá-la... Qual a profundidade que vai seu sentimento? Eu me perguntava. Eu golpei o papel com a minha pena e apaguei a página. Foi assim que marcou através de travessias e adições, no entanto, eu sabia que teria de reescrevê-


la antes de apresentá-la a Elizabeth e eu apago o borrão sem prestar atenção.

...Até que ponto não sei. Só a senhora mesma poderá dizê-lo. Mas, quaisquer que sejam os sentimentos que Mr. Wickham lhe tenha inspirado, a suspeita que alimento acerca da natureza desses sentimentos não me impedirá de lhe revelar o verdadeiro caráter daquela pessoa. Acrescento mesmo outro motivo. Um motivo para mantê-la segura, querida Elizabeth. Encontrei-me pensando no que poderia ter sido. Se ela tivesse aceitado, eu poderia estar dormindo profundamente, com a expectativa de subir para uma manhã feliz passada na companhia dela. Ao invés disso, não conseguia dormir, escrevendo à luz de uma vela e o brilho do luar que entrava pela janela. Eu levei a minha pena, dizendo a ela como meu pai, em seu testamento, tinha me pedido para dar uma vida valiosa a Wickham, que por sua fez tinha decidido não querer entrar na igreja e havia pedido dinheiro em troca.

Meu excelente pai morreu há cerca de cinco anos e a sua afeição por Mr. Wickham foi até o fim tão firme que me recomendou particularmente no tes¬tamento que me encarregasse de promover o seu adiantamento na carreira que tinha escolhido, e manifestou o desejo de que um posto importante, à disposição da família, lhe fosse dado, assim que vagasse, caso Mr. Wickham se ordenasse. Deixou-lhe também um legado de mil libras. O pai dele não sobreviveu muito tempo ao meu, e meio ano depois desses acontecimentos Mr. Wickham me escreveu, informando-me que resolvera não tomar ordens. Dizia-me também que esperava que eu não achas¬se despropositado o desejo de uma compensação pecuniária mais imediata, em lugar do posto do qual não poderia agora se beneficiar. Acrescentou que tinha intenção de estudar direito, e que eu devia compreender que os juros de mil libras não eram suficientes para o seu sustento e os seus estudos. Apesar do meu desejo de acreditar na sinceridade dele, não o conseguia. Mas de qualquer modo mostrei-me perfeitamente disposto a aceder à sua proposta. Eu sabia que Mr. Wickham não devia ser pastor. O


negócio foi portanto logo arranjado. Ele desistiu de toda proteção relativa à sua entrada na Igreja, mesmo se estivesse algum dia em situação de recebê-la, e aceitou em troca a quantia de três mil libras. Todas as nossas relações a partir dessa época ficaram interrompidas. O que eu sabia a respeito dele era suficiente para não o desejar como amigo. E portanto eu não o convidava para vir a Pemberley, nem andava em companhia dele na cidade. Racionalmente colocado. Ela não podia tomar a exceção como moderação, embora eu tivesse de escrevê-lo cinco vezes para conseguir tal resultado.

Creio que durante esse tempo ele ficou em Londres, mas o seu estudo de direito foi um mero pretexto. Livre agora de toda obrigação, ele levava uma vida de dissipação. Durante três anos pouco ouvi falar nele. Mas, ao falecer a pessoa que ocupava o posto que outrora lhe fora destinado, ele tornou a escrever, solicitando a sua apresentação para o dito lugar. Sua atual situação, dizia ele, e eu não tive dificuldade em acreditá-lo, era extremamente precária. Descobrira que o estudo de direito era pouco proveitoso e estava agora absolutamente resolvido a tomar ordens, se eu o apresentasse para o posto em questão, coisa de que ele não duvidava, pois estava informado de que não havia outro pretendente e eu não poderia ter esquecido as intenções do meu venerando pai; creio que não há de me censurar por lhe ter recusado aquela pretensão e re¬jeitado todas as novas tentativas no mesmo sentido. O ressentimento que ele manifestou foi muito violento, dada a situação precária em que se encontrava. E, sem dúvida, os insultos de que me cobriu ao falar a meu respeito com outras pessoas foram tão violentos quanto as recriminações que me dirigiu. Depois desse período, todas as relações de mera formalidade foram cortadas. Como ele viveu, não sei. Mas no último verão tornou a aparecer no meu caminho da forma mais desagradável possível. Sim. No Verão passado. Eu fui para o lado da sala. Eu tinha trazido uma garrafa comigo, e um copo. Eu servi-me de um uísque e bebi. O fogo havia sido aceso contra o frio da Páscoa, mas há muito havia saído, e eu precisava do whisky para me aquecer.


Eu não queria escrever a próxima parte da carta, mas tinha que ser feito. Tentei colocá-lo fora, mas o relógio sobre a lareira estava passando e eu sabia que tinha que terminar o que tinha começado. Devo, no entanto, pedir-lhe segredo. Que ela iria conceder-lhe eu não tinha dúvida. Ela tinha uma irmã a quem amava ternamente. Ela iria entender o amor e o carinho que eu tinha pela minha. Eu disse-lhe do encontro de Georgiana com Wickham em Ramsgate, e do jeito que ele tinha se jogado em cima de suas afeições, convencendo-a concordar com uma fuga.

Devo agora mencionar certas circunstâncias que eu mesmo desejaria esquecer e que só uma obrigação tão forte quanto a atual me poderia induzir a relatar para qualquer outra pessoa. Depois de ter dito isto, confio inteiramente na sua discrição. Minha irmã, que é dez anos mais moça do que eu, foi deixada em tutela ao sobrinho de minha mãe, Coronel Fitzwilliam, e a mim próprio. Há um ano atrás saiu do colégio e foi morar em Londres em companhia de uma senhora encarregada de superintender a sua educação; e no verão passado foi com aquela senhora para Ramsgate. Mr. Wickham, sem dúvida propositadamente, partiu para o mesmo lugar; depois se descobriu que havia um entendimento prévio entre ele e Mrs. Younge, pessoa a respeito de cujo caráter infelizmente nos enganamos. Graças ao auxílio e conivência desta pessoa, ele se aproximou de Georgiana, em cujo coração por natureza afetivo ainda era muito vivida a impressão da bondade com que ele a tratara em criança. Ela se deixou persuadir de que estava apaixonada e consentiu em ser raptada. Como a moça tinha apenas quinze anos, essa loucura é até certo ponto escusável. Tenho o consolo de poder acrescentar que soube disto por ela própria. Cheguei a Ramsgate, inesperadamente, um ou dois dias antes da projetada fuga. E Georgiana, incapaz de suportar a idéia de desgostar e ofender um irmão que ela considerava quase como um pai, confessou-me tudo. A senhora pode bem imaginar como me senti e como agi. Para não prejudicar a reputação da minha irmã e não ofender os seus sentimentos, eu me abstive de qualquer ato de represália em público. Mas escrevi para Mr. Wickham, que partiu imediatamente. Mrs. Younge foi naturalmente


despedida. Sem dúvida, o fito principal de Mr. Wickham era de se apoderar da fortuna da minha irmã, que é de trinta mil libras. Mas não posso deixar de pensar que o desejo de se vingar de mim tenha também influído fortemente nele. Sentei-me, cansado. Eu tinha chegado ao fim. Agora tudo que restava para mim era desejar-lhe bem.

Esta é uma narrativa fiel dos acontecimentos que nos con¬cernem a ambos; e se não a rejeitar como absolutamente falsa, espero que me absolva daqui por diante da falta de ter agido com crueldade para com Mr. Wickham. Não sei de que maneira ele se impôs à sua atenção, nem as falsidades que usou para isto. Mas o êxito que alcançou não é de espantar, dada a sua ignorância de tudo o que acontecera antes. Não estava em seu poder desmascarar estas falsidades e o seu temperamento não é inclinado à desconfiança. Talvez a senhora se surpreenda de eu não lhe ter dito isto ontem, mas naquele momento não tinha suficiente domínio sobre mim mesmo para decidir o que devia e o que não devia revelar. Quanto à verdade de tudo o que ficou aqui relatado, posso apelar particularmente para o testemunho do Coronel Fitzwilliam, que, dado o nosso parentesco e constante intimidade e sobretudo a sua qualidade de executor testamentário de meu pai, conhece necessariamente todos os detalhes desses acontecimentos. Se a antipatia que tem por mim privar de valor as minhas asserções, a mesma causa não a poderia impedir de confiar no meu primo, e para que haja a possibilidade de consultá-lo procurarei entregarlhe a presente carta de manhã. Acrescentarei apenas: Deus a abençoe! Fitzwilliam Darcy Assim foi feito. Olhei para o relógio. Era duas e meia. Eu tinha a cópia da carta em uma mão legível, que ela pudesse ler, mas eu estava cansado. Decidi descansar. Me despi lentamente e fui para a cama.


Quarta-feira 23 de abril Esta manhã eu acordei com o amanhecer. Eu dormi novamente, até que meu criado me despertou. Levantei-me rapidamente, em seguida, fiz uma cópia legível da minha carta. Fiz meu caminho para a sala o coronel Fitzwilliam. Ele estava em seu roupão, quando cheguei, prestes a ser barbeado por seu criado. – Preciso falar com você. – Eu disse. – Há esta hora? – Ele perguntou, rindo. – Preciso de sua ajuda. Seu olhar mudou. Ele liberou o criado. – Você a tem. – Ele disse. – Eu preciso que você faça algo por mim. – Diga. – Eu preciso de você para testemunhar os fatos relatados na carta. Ele me olhou com surpresa. – Eles contêm elementos das relações de Wickham com minha irmã. Ele franziu o cenho. – Eu acho que você não devia divulgá-los a ninguém. – Eventos tornaram imperativo que eu faça. Em curtos termos eu lhe contei o que tinha se passado, que eu tinha proposto a Elizabeth e fui recusado. – Recusado? – Ele interrompeu. – Bom Deus, o que pode ter dito a ela para que recusasse você? – Nada. Eu disse apenas o que qualquer homem sensato teria dito. – Eu respondi. – Eu disse-lhe da luta que tinha em vista a inferioridade das suas ligações, o comportamento indesejável de sua família, a baixeza de sua situação na vida... – Só o que qualquer homem sensato teria dito? – Ele perguntou surpreso. – Darcy, este não é você. Você não pode ter administrado isso


tão mal. Insultar uma mulher e depois esperar que ela se casasse com você? Fiquei surpreso com sua reação. – Eu só falei a verdade. – Se todos falassem a verdade haveria uma grande dose de infelicidade no mundo, e particularmente em tal momento. Algumas coisas são melhores quando não ditas. – E eu abomino uma pessoa estúpida! – Ele se voltou, meio sorrindo, meio exasperado. Tornou-se sério. – Mas a oferta a Miss Bennet... confesso que me tomou de surpresa. Eu não tinha idéia de seus sentimentos eram noivar. – Cuidei para que você não soubesse. Eu não quero que ninguém saiba. Eu pensei que poderia acabar com eles. – Mas eles eram fortes demais para você? Concordei, e embora eu não tivesse admitido isso a ninguém senão a mim, eles ainda estavam. Não importa. Gostaria de conquistá-los. Eu não tive escolha. – Você testemunha para mim? Vai estar disponível a ela, se ela quiser? – Perguntei-lhe. – Você tem certeza que ela não vai dizer nada a ninguém? – Tenho certeza. – Muito bem. Então sim, eu vou. – Muito obrigado. E agora devo deixá-lo. Espero colocar esta carta em sua mão, esta manhã. Ela caminha no parque depois do café da manhã. Espero encontrá-la lá. Deixei-o com seu criado e sai para o parque. Eu não tinha tempo para esperar. Vi Elizabeth e caminhei em sua direção. Ela hesitou, e eu acredito que ela teria se virado, se pudesse, mas ela sabia que eu a tinha visto. Caminhei na direção dela propositalmente. – Eu tenho andado no bosque há algum tempo, na esperança de encontrá-la. Será que você me faria à honra de ler essa carta? Eu coloquei na mão dela. E então, antes que ela pudesse entregá-la de volta para mim, eu fiz uma ligeira curva e me afastei.


Os meus sentimentos quando voltei a Rosings não disse nada. É difícil saber o que eram. Imaginei-a ler a carta. Será que ela acreditaria em mim? Será que ela pensaria melhor de mim? Ou será que ela rejeitaria como uma invenção? Eu não tinha como saber. Minha visita à minha tia está chegando ao fim. Vou embora amanhã com o meu primo. Eu não podia ir sem despedir-me dos que estão no presbitério, mas estava apreensivo sobre a visita. Como Elizabeth iria olhar? O que ela diria? O que eu diria? Não houve chance, Elizabeth não estava lá. Eu disse tudo o que era bom para o Mr. e Mrs. Collins e, em seguida, despedi-me. O coronel Fitzwilliam foi mais tarde, permanecendo uma hora assim Elizabeth poderia ter uma chance de falar com ele, se ela quisesse isso, mas não retornou. Só espero que ela tenha aceitado que eu lhe disse a verdade, e que seus sentimentos em relação a mim fossem menos hostis. Mas qualquer outro tipo de sentimentos... não tinha mais nenhuma esperança.

Quinta-feira 24 de abril Eu estou em Londres novamente. Depois de todos os eventos imprevisíveis em Rosings acho que aqui, pelo menos, as coisas ainda são as mesmas. Georgiana tinha aprendido um soneto novo que rendeu uma bolsa. Ela também fez um desenho muito bom da Sra. Annesley. Mas, apesar de tudo Londres não mudou, acho que fui eu. Não sou mais feliz aqui. Minha casa parece solitária. Eu nunca tinha percebido o quão grande ele é, ou quão vazia. Se as coisas tivessem corrido de outra forma... mas não ocorreram. Eu tenho muito a fazer, e em breve vou estar muito ocupado para pensar no passado. Durante o dia, tenho negócios que devem ser atendidos, e à noite eu quero participar de todas as festas e bailes para o qual fui convidado. Eu não vou permitir que os eventos das últimas


semanas me descomponham. Eu tenho sido um tolo, mas eu não vou ser um tolo, não mais. Estou determinado a esquecer Elizabeth.

Sexta-feira 25 de abril – Mr. Darcy! Que bom que você compareceu a nossa pequena reunião! Disse Lady Susan Wigham quando entrei em sua casa esta noite. Era confortável estar de volta em um mundo de elegância e bom gosto, sem uma pessoa vulgar para mortificar-me. O salão estava cheio de pessoas refinadas, muitos dos quais eu tinha conhecido toda a minha vida. – Deixe-me apresentar-lhe a minha sobrinha, Cordelia. Ela está visitando-me no país. Ela é uma menina encantadora, e uma graciosa bailarina. Ela apresentou Miss Farnham, uma beleza loira de dezenove ou vinte anos de idade. – Gostaria de dançar, Miss Farnham? – Eu perguntei. Ela corou lindamente e sussurrou: – Obrigado, sim. Quando a levei para a pista, encontrei meu pensamento se afastar ao baile de Netherfield, mas rapidamente controlei-os e me fiz pensar em Miss Farnham. – Você esta na cidade há muito tempo? – Perguntei a ela. – Não, não muito, – ela disse. Pelo menos, eu acredito que foi o que ela disse. Ela tem o hábito de sussurrar o que torna difícil ouvi-la. – Você está gostando de sua estadia? – Sim, eu te agradeço. Ela recaiu em silêncio. – Você tem feito alguma coisa de interesse? – Eu perguntei. – Não, não realmente, – ela disse. – Você foi ao teatro, possivelmente? – Sim. Ela não disse mais nada.


– Que peça você viu? – Eu a persuadi. – Eu não me lembro. – Você tem ido a um dos museus, possivelmente? – Eu perguntei, pensando que a mudança de assunto poderia estimulá-la. – Eu não sei. Museu é um edifício grande com colunas externas? Se assim for, eu estive lá. Eu não gostei. Estava muito frio e tinha correntes de ar. – Talvez você prefira ler livros a visitar museus? – Perguntei a ela. – Não em especial, – ela sussurrou. – Os livros são muito difíceis, não são? Eles têm tantas palavras em si. – É uma das suas falhas inegáveis. Elizabeth teria sorrido, mas não havia humor na voz de Miss Farnham quando ela sussurrou: – Isso é exatamente o que eu penso. Nós ficamos em silêncio, mas ao perceber que meus pensamentos estavam começando a virar para Elizabeth, resolvi persistir. – Talvez, você goste de desenhar? – Perguntei a ela. – Não muito, – disse ela. – Há algo que você gosta de fazer? – Eu perguntei, ouvindo a nota de irritação na minha voz. Ela olhou para mim com mais animação. – Oh, sim. Na verdade, existe. Eu gosto de brincar com meus gatinhos. Eu tenho três deles, Spot, Patch e Stripe7. Spot tem uma mancha preta, mas caso contrário, ele é totalmente branco. Patch tem um pedaço branco no pelo preto e Stripe – – Deixe-me adivinhar. Ele tem uma listra? – Por que, você já viu? – Ela perguntou com espanto. – Não. – Você deve ter visto, ou então como você poderia saber? – Ela disse, de olhos arregalados. – Eu acho que minha tia deve ter mostrado a você quando eu estava fora. Ela continuou a falar de seus filhotes até que a dança acabou. 7

*Tradução Spot: mancha, Patch: pedaço, Stripe: listra


Eu não deixei a minha falta de sucesso com minha primeira parceira, sacudir a minha vontade de me divertir, e dançava cada dança. Voltei para casa satisfeito que não tivesse pensado Elizabeth acima de duas ou três vezes durante toda a noite. Será que ela pensa em mim sempre? Será que ela, talvez, pense em minha carta? Estou convencido de que ela acreditou em mim quando falava de Wickham, por que não pediu explicação a meu primo sobre isso, mas ela entende por que falei com ela como fiz quando ofereci-lhe a minha mão? Ela deve. Ela não pode ser inconsciente de sua baixa posição na vida, e no conceito que ela tem, sem dúvida, decidiu que não era condizente com um cavalheiro falar com ela de tal maneira. Ela deve ter percebido que eu estava certo de fazê-lo. E o que de seus sentimentos sobre a forma como lidei com afeto da irmã? Ela vê agora, eu espero, que atuei pelo melhor. Ela não pode deixar de entender, ou a reconhecer que o que eu fiz foi certo. Quanto a George Wickham, ela sabe agora o canalha que ele é. Mas será que ela ainda tem sentimentos por ele? Será que ela ainda prefere a sua companhia a minha? Ela está rindo com ele neste momento, na casa da tia? Será que ela pensa que é melhor falar com um homem que tem toda a aparência de nobreza, do que aquele que tem verdadeiro valor? Se ela se casar com ele... Eu não vou pensar nisso. Se eu fizer, eu vou enlouquecer.


Maio


Quarta-feira, 7 de Maio Eu encontrei Bingley no baile da Senhorita Jessop esta noite. Ele estava no norte, visitando sua família, e agora ele retornou à cidade. – Darcy! Eu não esperava encontrá-lo aqui. – Eu também não. – Você aproveitou sua estadia com sua tia? – Ocorreu tudo bem. – Eu respondi. – Você aproveitou sua estadia no norte? – Sim, – ele disse, mas tinha tristeza em sua voz. Eu fiz mal em separar Bingley da Senhorita Bennet? Eu me pergunto. Ele não encontrou nenhuma nova pretendente, e embora ele tenha dançado a noite inteira, ele não convidou nenhuma moça para dançar mais que duas vezes. Minha própria noite não foi muito agradável. Eu fui abordado pela Senhora Pargeter logo quando cheguei. – Darcy! Onde esteve se escondendo? Você deve ir para o campo nos visitar. Ver as pretendentes. Margaret mostrará a você. Margaret!– ela chamou. Margaret se juntou a nós. Eu me lembro do comentário de Caroline do ano passado, que a Senhorita Pargeter passara tanto tempo com cavalos que ela lembrava um. – Eu deveria ter ter lhe mostrado às pretendentes muito tempo atrás, Darcy, – Senhora Pargenter disse. – Margaret vêm de uma família nobre. Excelente pedigree. Um bom negócio. Margaret me olhou com interesse. – Algum caso de loucura na família? – ela me perguntou. – Nenhum que eu tenha conhecimento. – Alguma doença? – Minha prima possui problemas com o pulmão. – Eu respondi. – Certamente possui. Anne de Bourgh. Me esqueci disso. – Disse a mãe dela. – Melhor continuar procurando, Margaret.


Seria desnecessário convidar Margaret para dançar depois deste acontecimento. Eu fiz par com várias outras senhoritas que eram divertidas o bastante, mas como Bingley, eu não convidei ninguém mais de uma vez.

Quinta-feira, 15 de Maio Bingley jantou comigo e com Georgiana esta noite. Eu desisti de qualquer pensamento em investir em suas uniões. Ela fica mais adorável cada dia que passa, mas eu estou certo de que suas personalidades nunca iam ser compatíveis. Existem também outros impedimentos para a união. Bingley estava distraído pela maior parte da noite. Poderá ser que ele ainda não se esqueceu da Senhorita Bennet? O que eu disse para Elizabeth, referente a irmã dela? Eu não consigo me lembrar. Eu lutei para tentar lembrar as palavras. Eu fui arrogante? Eu fui rude? Não fui cavalheiro? Não, com certeza não fui. Mas alegar que sua irmã não é a perfeita união para Bingley... Estou começando a pensar que estava errado. Ela tem uma boa personalidade, e um adorável temperamento que combina com o dele. Mas a família dela... não, não daria certo. Eu estava pronto para vigiá-los pessoalmente. Eu me permiti o mesmo com Elizabeth. Sim, e ela me tratou rudemente por isso. Eu me despertei de meus pensamentos. – Eu e Georgiana estamos preparando um piquenique para o mês que vem, Bingley, — Eu disse. – Isso parece-me muito agradável. – Você ainda estará na cidade? – Sim. – Então você deverá vir. – Sim, Senhor Bingley, seria muito agradável. — Disse minha irmã timidamente.


– Eu fico encantado. Caroline e Louisa estarão na cidade, e o Senhor Hurst também. Eu tentei esconder minha falta de entusiasmo e disse: – Você deve trazê-los com você.


Junho


Sábado 07 de junho Tivemos tempo bom para o nosso piquenique. Fomos para o campo e comemos debaixo dos galhos de um velho carvalho. Georgiana estava muito tímida em primeiro lugar, mas recebeu com prazer seus convidados, civilidade e facilidade crescente. Depois do almoço, tive o prazer de ver Caroline ir lá e conversar com Georgiana, minha irmã estava naquele momento sozinha. Fui até elas e parabénizei Georgiana por seu sucesso. – Estou feliz por ter agradado você – ela disse. – Eu estava dizendo a Georgiana como ela esta com boa aparência – disse Caroline. – Você, também, esta com boa aparência, Mr. Darcy. O clima mais quente combina com você. Por alguma razão, seu cumprimento me irritou. Eu disse apenas: – Combina com todos nós. – Georgiana estava me dizendo que você visitou Rosings na Páscoa. Miss Elizabeth Bennet participou da comemoração, eu ouvi. – Sim, participou. – E como estavam os seus belos olhos? – Perguntou Caroline. – Eles estavam tão brilhantes como sempre. Ela sorriu, mas a resposta não pareceu agradá-la. – Eu entendi que havia algo desagradável pouco para o fim de sua estadia. Ela poderia ter ouvido nada de Georgiana, mas eu queria saber se o coronel Fitzwilliam tinha dito algo de indiscreto. Eu não iria satisfazer sua curiosidade. – Não. Nada em geral. Depois de um momento, ela começou novamente. – Passei por Longbourn recentemente. Eu não disse nada, mas meu interesse foi capturado.


– É por isso que pensei que tinha havido algum pequeno desagrado – ela disse. Ah. Então não foi o meu primo. Eu pensei que não houvesse sido. – Participou de almoço na pousada e os servos foram fofocar com vontade. O Mr. Collins tinha escrito para Mr. e Mrs. Bennet. Disse-lhes de sua surpresa ao vê-lo em Rosings, e sua carta disse algo sobre Miss Elizabeth Bennet ter ficado doente. – Ele não pode ter sido surpreendido com a minha visita, costumo visitar Rosings. Quanto à doença Miss Elizabeth Bennet, me lembro nada mais do que uma dor de cabeça. – Eu disse. – O médico foi chamado? Seu sorriso caiu um pouco. – Não, eu acho que não. – Não pode ter sido de grande assunto então – eu observei. Ela tentou de novo. – Ouvi dizer que George Wickham está noivo... Senti-me empalidecer ao som do nome e mais pálido ainda no conhecimento de que ele esta noivo. Ele não poderia estar noivo de Elizabeth. Certamente, depois de tudo que eu tinha dito, ela não aceitaria a sua mão em casamento? Não depois que ela se recusou a minha. A não ser que ela não tenha acreditado em mim. – ...por uma herdeira, continuou Caroline. Senti minha cor começar a retornar. Se ele estava noivo de uma herdeira, o meu medo de que ele estivesse noivo de Elizabeth era infundado. Senti alívio correr através de mim. Mas o meu alívio foi de curta duração. – Mas a família dela a retirou de sua vizinhança, – disse Caroline. – Eu me pergunto por quê? Ela esperou que eu dissesse. Ela sabia apenas que Wickham se comportava mal em relação a mim e estava esperando por mim para lhe dizer mais, mas eu não fiz assim. Fiquei triste por minha irmã, que estava se mexendo desconfortavelmente ao meu lado. Para ser lembrado de Wickham era infeliz.


– Miss Howard não tem ninguém para conversar, – eu disse para Georgiana. – Eu acredito que você deveria ir e perguntar como ela esta. Georgiana recuou, gratidão. – Uma menina tão bonita, – disse Caroline ao vê-la ir. – E tão elegante. Ela tem a mesma idade de Miss Lydia Bennet e ainda o quão diferente as duas meninas são. Lydia foi para Brighton, eu ouvi, – Caroline adicionou de maneira engraçada. – Ela está determinada a perseguir os oficiais e se eles forem enviados para a França, ela provavelmente vai pegar o primeiro navio. Eu queria que ela não falasse dos Bennets, mas eu não podia impedila sem uma razão particular. Eu não gostei de ouvi-la insultando Miss Lydia Bennet, não importa o quanto justificada é a censura. Para alguém insultado nunca soa bem. Como eu pensei, senti-me inquietar. Eu tinha insultado Lydia, de tal maneira e sua irmã. Foi um pequeno assombro que Elizabeth não tinha gostado de ouvir. Eu tinha me cumprimentado, no momento de minha honestidade, mas comecei a concordar com meu primo, que algumas coisas, não importa quão sincero, é melhor não dizer. – Seu pai sem dúvida sente que o ar do mar vai fazer bem a família, – eu comentei. Mas Caroline não estava se reprimindo. – Seu pai não vai levá-la. Ele gosta de ter qualquer problema onde sua família esta preocupada. – Ele deixou-a ir para Brighton no cuidado de sua mãe? – Perguntei, antes que eu pudesse me parar. – Lydia não foi com a mãe. Ela foi sozinha, na companhia do coronel e Mrs. Forster. Eu não podia acreditar que, mesmo o Mr. Bennet seria tão negligente a ponto de deixar uma menina do temperamento de Lídia ir a um balneário sem sua família. Ela certamente é a desgraça deles e assim a desgraça de Elizabeth. Minha pobre Elizabeth! Como eu sentia por ela, e como eu protestava contra a injustiça da situação. O nome dela seria manchado por uma irmã sobre a qual ela não tinha controle.


E ainda assim, pensei que era injusto, eu tinha manchado-a com as falhas de sua família e eu não lhe disse que ela estava abaixo de meu conhecimento, pois suas irmãs se comportaram mal? Acho difícil acreditar que eu era tão mesquinho, mas sei que esse era o caso. O que ela me disse? Que eu estava não condizente com um cavalheiro? Como bem o comentário foi merecido. Se eu tivesse ido para lhe dizer que nunca queria vê-la novamente, pois isso poderia ter sido uma desculpa para ela ver que mantive ela em baixa estima, mas para dizer que ela não era igual a mim, para dizer que eu me rabaixaria para ligar-me a ela, e depois tive a audácia de pedir sua mão! E perguntar de tal forma, quando pensei que tinha qualquer expectativa de ser aceito! Eu não posso acreditar que eu, que sempre me orgulhei de minha justiça e bom senso, poderia ter me comportado tão mal. Para desviar Caroline de qualquer discussão mais aprofundada dos Bennet, perguntei-lhe sobre seu irmão. Ela me contou sobre seus negócios no norte do país e disse com prazer que eles iam ser convidado a Pemberley novamente para o verão. Eu assisti Bingley enquanto falávamos de assuntos gerais, interessado em saber se ele apontaria qualquer jovem de suas atenções. Novamente, ele não fez. Ele falou com todas as mocinha de lá, riu, era alegre e ainda havia algo em sua maneira que era reservada, como se contesse uma pequena parte de si mesmo para trás. – Será que o seu irmão tem um flerte no norte? – Perguntei a Caroline. – Não. Ninguém em especial. – Você não acha que ele ainda tem sentimentos por Miss Bennet? – Nada no mundo, ela respondeu decididamente. Mas acho que ela está errada. Eu queria vê-lo para ter certeza, mas uma vez estou convencido, eu quero falar com ele e dizer-lhe que eu estava errado sobre Jane sendo indiferente a ele. Preciso consertar o dano que tenho feito.


Segunda - feira, 23 de Junho Eu presenteei Georgina com um novo guarda-sol esta manhã, e eu fiquei satisfeito em ver quanto prazer isso a proporcionou. A cor estava particularmente voltando para seu semblante. Enquanto eu pensava nisso, eu não podia ajudar meus pensamentos indo para Elizabeth. Sua tez estava sempre saudável. Ela gostava do ar livre, e estava sempre caminhando, o que iluminava seus olhos e fazia o rosto dela brilhar. Onde ela está agora? Ela está em Longbourn? Será que ela pensa em mim? Ela me despreza, ou terá ela me perdoado?

Quarta – feira, 25 de Junho Eu estou agora convencido que Bingley ainda está apaixonado por Jane. Eu o tenho observado por mais de seis semanas, e eu sei que a hora se aproxima rápido quando eu devo contá-lo o que eu tenho feito. Ocuparme de dizê-lo quem ele deve ou não deve casar-se foi um ato de arrogância, e empregar a arte do engano para conduzir do meu jeito foi impertinência do pior tipo. – Você parece pensativo, Darcy, – disse Coronel Friztwilliam vindo para o meu lado. – Tem Bingley feito alguma coisa para preocupá-lo? – Não. Sou eu que tenho feito alguma coisa para preocupá-lo. – Oh? – Eu acho que eu falei a você uma vez de um amigo que eu tinha salvado de um casamento desastroso. Eu estou começando a pensar que eu estava errado em interferir. – Pareceu para mim, entretanto que você estivesse feito a ele um serviço.


– E eu pensei, no momento, mas ele tem perdido o interesse em jovens damas desde então. – O jovem homem era Bingley, não era ele? Eu admiti isso. – Ele é jovem. Ele ira encontrar mais alguém. – Eu não estou tão certo. No momento eu pensei que eu estivesse agindo por gentileza, mas eu vejo isso diferente agora. Isso foi intromissão. – Então você está em harmonia com a Srta. Bennet. – Srta. Bennet? – eu perguntei. – Sim, Srta. Elizabeth Bennet. Ela era da opinião que isso fosse intromissão também. Oh, nada a temer. – Ele disse enquanto via a minha expressão. – Eu não dei a ela indicações, apenas que você tinha salvado Bingley de um desastroso compromisso. Eu não mencionei o nome da dama, alias eu não o conheço. Você não precisa temer que ela possa ter conhecido a família. Eu não disse nada. De fato, eu estava muito horrorizado para falar. Então Elizabeth tinha ouvido de minha interferência, e ela tinha ouvido isso de forma parabenizada, com meu primo, em toda inocência, contando a ela como eu tinha sido útil. É uma pequena surpresa ela ter sido tão zangada comigo no presbitério. Eu só me pergunto agora que ela não esteja ainda mais furiosa. Eu começo a ver claramente por que ela me recusou. E ver que, através do meu próprio orgulho, arrogância e estupidez, eu tinha perdido a mulher que eu amo.

Sexta-feira 4 de julho Eu estou incerto sobre o ato. Se eu disser para Bingley que a senhorita Bennet é parcial a ele, posso fazer mais mal que bem. Já faz dois meses que falei com Elizabeth sobre o assunto, e é possível que nesse tempo, Jane tenha encontrado outro jovem para o amor.


Decidi que não lhe contarei sobre os afetos da senhorita Bennet, mas incentivarei a voltar a Netherfield após sua visita a Pemberley. Se ela tem algum sentimento por ele, irá logo descobrir isso. Quando Elizabeth me repreendeu pela infelicidade de sua irmã, eu pensei que era melhor do que ela me repreendendo pelo infortúnio de Wickham, mas começo a achar que não é assim. Agora sei um pouco sobre o que Jane sofreu, sentindo o vazio que senti nos últimos dois meses, então estou realmente arrependido.

Segunda-feira 7 de julho – Como está silencioso agora que o Sr. Bingley e suas irmãs foram fazer uma visita a seu primo. – disse a senhora Annesley quando nos sentamos juntos após o jantar. – Iremos vê-los novamente antes do tempo. – Disse Georgiana, enquanto se sentava perto da janela com seu bordado. – Eles virão para Pemberley conosco. – Eu entendo que é uma local muito bom. Estou olhando a frente para ver Pemberley. – disse Sra Annesley. Com essa gentil sentença ela convenceu minha irmã a contar-lhe sobre isso, e eu pensei como tinha sorte em encontrá-la. Ela ajudou Georgiana a crescer na confiança e, entre nós, orientará minha irmã a ser uma mulher segura e feliz.

Terça-feira 8 de julho Voltei para Pemberley hoje, pois queria dar a senhora Reynolds a noticia da minha iminente visita e informá-la de quantas pessoas trarei. Eu poderia ter escrito, mas a nossa conversa na noite passada enche-me de um desejo de vê-la novamente.


Como eu ia no lodge e andava pelo parque, não poderia deixar de pensar: aqui eu poderia ter trazido Elizabeth. Eu montei através da madeira, seguindo a trilha acima até chegar ao topo. Parei meu cavalo e pousei meus olhos na minha casa em Pemberley, ao longo do vale. Meu olhar correu por cima da casa, suas pedras brilhando no sol, sobre o córrego em frente a ele e o cume arborizado atrás. Elizabeth poderia ter sido amante disso tudo. Mas ela recusou minha mão. Ela não havia permitido quaisquer considerações de riqueza a atingila, e eu, honrá-la. Eu não sabia se alguma mulher já agira assim antes. Eu senti novamente toda a miséria e a dor de tê-la perdido. Eu montei, diminuindo a vontade e atravessei a ponte até a porta. Depois que desmontei e parei em frente a casa, percebi o quanto eu a valorizaria como minha esposa, quanto teria valorizado como minha mulher, como a vivacidade de seu espírito teria amolecido o meu próprio e sua falta de meu orgulho impróprio temperado. Dentro, encontrei uma casa bem cuidada e a Sra Reynolds ficou satisfeita em saber que eu a visitaria com um grupo de amigos em agosto. – Vai ser bom ver a senhorita Georgiana de novo, senhor. Ela olhava para frente e aceitou minha mão, Georgiana poderia viver aqui novamente, não por conta própria, mas com sua família. Ela e Elizabeth teriam sido irmãs... Mas não devo me torturar. Fui à fazenda com Johnson e vi que ele tinha providenciado a reparação. Ele é um grande trunfo para a fazenda e estou feliz de tê-lo. Quando voltei para casa, a Sra. Reynolds tinha elaborado um plano de quartos, alojando Bingley e as irmãs nas câmaras de costume. Eles voltarão comigo na volta. Ela também elaborou uma seleção de pratos e menus. Eu lhe dei a minha aprovação e passei a noite a discutir com ela algumas mudanças que gostaria de fazer na ala leste, antes de ir para cama.


Sexta-feira 18 de julho Voltei para a cidade e, pretendo terminar meus negócios antes de passar o verão em Pemberley.

Sábado 19 de julho Fiquei surpreso de ver hoje Bingley quando eu estava andando no parque. – Eu pensei que você estava visitando seu primo. – disse a ele. – Eu estava, mas voltei uma semana mais cedo. Você está certo sobre mim, perceba, sou inconstante. Fiquei feliz com a abertura que ele me ofereceu. – Eu pensei, no assunto, talvez você tivesse. – Eu arrisquei. – Oh? Ele não disse mais nada, mas eu podia ver aonde seus pensamentos iam. – Eu te disse que eu visitei Rosings na Páscoa? – perguntei. – Fui para ficar com minha tia, Lady Catherine de Bourgh. – Sim, creio que ouvi algo. – disse Bingley sem interesse. – A senhora Catherine está bem? – Sim, obrigado. Ela estava com boa saúde e espírito. Ela está com visitantes, uma parte de Longbourn. Ele mudou de cor neste momento. – Longbourn? Eu não sabia disso. O que eles estavam fazendo em Kent? – Ele perguntou, enquanto entrávamos no parque. – Estavam visitando a reitoria. Talvez você se lembre do Sr. Collins, um homem pesado e jovem que foi reitor da paróquia da minha tia? – Não, eu não lembro. – Ele estava hospedado no Longbourn antes do Natal. Frequentou a Netherfield, com o Bennet.


– Ah, agora eu me lembro. Houve um boato que ele foi se casar com Elizabeth Bennet. – Não era nada além de um rumor. – Graças a Deus, eu pensei. – Ele encontrou uma mulher, de qualquer forma, e se casou com Charlotte Lucas. – A encantadora filha de Sir William? – perguntou Bingley, virandose para mim. – Sim. – Uma boa jogada. – disse ele, satisfeito. – Eu sei que ela queria seu próprio estabelecimento. Estou feliz por ela. Ela estava de bom humor quando você a viu? – Sim. Ela tinha razão para estar. Sua família ia fazer-lhe uma visita. O pai e a irmã estavam com ela. Sir William ficou apenas uma semana, mas sua irmã Maria permaneceu com ela por mais tempo. – Fiz uma pausa. – Ela tinha outra visitante, a senhorita Elizabeth Bennet. Começou, mas disse somente: – Sim, eu acredito que eles eram amigos. – após o momento em que ele disse. – Ela estava bem? – Ela estava. – Eu gostei de muito da senhorita Elizabeth Bennet. Ela é uma garota tão quanto eu poderia desejar encontrar. E seus pais, eles estão bem? – Sim, eu acredito que sim – E suas... irmãs? – ele perguntou, ignorando o meu olhar cuidadosamente. – Elas estão bem, apesar de faltar a senhorita Bennet, que eu acredito que não estava em espíritos. – Não? – ele perguntou entre a esperança e a preocupação. – Não – eu disse com firmeza. – Ela perdeu sua irmã, talvez. Ela gostava muito dela, e que não queria se separar. – Ela esteve em baixo astral antes de sua irmã a deixar. – Ela perdeu Caroline, então. Elas foram muito vistas, quando estávamos todos em Netherfield, e eram amigas.


– Talvez. Mas não é comum uma moça a cair em desânimo, porque sua amiga já casou. – Não. Ele hesitou, depois disse: – O que você acha, Darcy? Devo desistir de Netherfield? – É isso o que você deseja fazer? – Estou indeciso. É uma bela casa e um belo país, e a vida social era boa, embora, talvez, não o que você está acostumado. – ele disse com um traço de ansiedade. – Talvez não, mas havia várias pessoas que deixaram o bairro muito agradável. – De fato. Sir William apresentou St James’s. – Eu não estava pensando em Sir William. Embora eu devesse estar ajudando meu amigo, eu não poderia evitar uma imagem crescente de Elizabeth diante dos meus olhos. – Eu talvez vá lá por algumas semanas para o fim do verão. O que você acha dessa idéia? – ele perguntou. – Eu acho que é uma idéia excelente. – Então acho que vou depois da minha visita a Pemberley. Eu não disse mais nada. Eu não queria dar-lhe muita esperança, Jane deveria ter colocado sua mágoa de lado e se apegado aos jovens vizinhos. Mas se ele retorna ao bairro, em seguida, em muito pouco tempo irá mostrar-lhes se estão destinados a ficar juntos, e desta vez, não vou ser tão impertinente para interferir.


Agosto


Domingo 03 de agosto Bingley e suas irmãs se juntaram a mim e Georgiana logo após o café da manha e partimos para Pemberley. Para começar, Caroline falou de sua visita à sua prima, mas depois a conversa virou-se para os elogios. – Que bela carruagem você tem, Mr. Darcy. – Disse ela, enquanto estava tagarelando pelas ruas. – Charles não tem nada parecido. Eu continuo dizendo que ele deveria comprar algo neste estilo. – Minha querida Caroline, se eu comprasse tudo o que você quisesse que eu comprasse, eu estaria falido até o final do ano! – Disse Bingley. – Bobagem. Cada cavalheiro deve ter a sua carruagem, ele não deve, Mr. Darcy? – Ela perguntou. – É certamente útil. – Admiti. – Darcy, eu confiei em você para tomar minha parte! Eu tinha certeza que você pensaria ser uma extravagância. – Se você pensa em viajar muito, então é mais barato do que contratar uma carruagem. – Aí está você. – Disse Caroline, dirigindo um sorriso para mim. – Mr. Darcy concorda comigo. O quão amigável é quando duas pessoas têm apenas um pensamento. Você deve ter assentos revestidos nesta cor, Charles. – Ela disse, olhando os assentos. – Vou ter certeza que estarão em uma cor totalmente diferente. – Ele respondeu. – Caso contrário, eu não saberei qual é a minha carruagem e qual é de Darcy. – Como é confortável. – Disse Caroline. – Não é, Georgiana? – Ela perguntou, apelando para a minha irmã. – Sim, é. – Disse Georgiana. – E como bem arqueada é. Charles, você deve se certificar que sua carruagem utilize apenas estas molas.


– Se eu fizer isso, a carruagem de Darcy ficará desconfortável sem elas. – E você deve ter uma escrivaninha incorporada à carruagem. – Eu não gosto de escrever cartas quando estou parado, e não tenho intenção de fazê-lo enquanto sou sacudido por todos os caminhos estreitos e buracos. – Mas seus companheiros de viagem podem gostar de escrever. O que você diz, Georgiana? Não seria útil? – Sim. – Minha irmã se aventurou. – Aí está você, Charles. Georgiana acha que seria útil, e não apenas para escrever, tenho certeza. Também seria útil para desenhar. Como é que o seu desenho esta progredindo? – Ela perguntou a Georgiana. – Bem, obrigado. – Minha irmã me deu um esboço do Hyde Park na semana passada. – Eu disse. – E era agradavelmente bonito? – Caroline perguntou. – Foi muito bem feito, de fato. – Eu disse com um sorriso caloroso. – Lembro-me de meus tempos de escola. Como eu gostava de desenho! Você deve me deixar ver o desenho, Georgiana. – Eu o deixei em Londres. – Minha irmã disse. – Não importa. Vou vê-lo na próxima vez que nos encontrarmos. Viajamos em etapas fáceis e paramos para passar a noite no touro negro. É uma pousada respeitável. A comida é boa e os quartos confortáveis. Eu disse ao meu cocheiro para me acordar cedo. Tenho algumas cartas para escrever, antes de viajar.

Terça-feira 05 de agosto Eu não posso acreditar. Eu vi Elizabeth. Eu dificilmente sei o que estou escrevendo. Era tão estranho. Estávamos voltando para Pemberley, Bingley, suas irmãs, Mr. Hurst, Georgiana e eu, quando paramos para almoçar em uma pousada. O dia estava quente e as senhoras estavam cansadas. Eles não queriam prosseguir


viagem e, na verdade eu tinha dito a minha empregada que não chegaríamos até amanhã. Mas eu estava inquieto. E decidi ir em frente, ou seja, ver Johnson e colocar alguns dos negócios imobiliários fora do caminho antes de meus convidados chegarem. Eu andava para Pemberley. Era uma bela tarde e eu gostei do passeio. Eu estava saindo dos estábulos e andando na volta para frente da casa quando parei antes de chegar. Perguntava-me se estava tendo alucinações. O dia estava quente e me perguntava se tinha pegado muito sol. Lá na minha frente estava uma figura que eu conhecia bem. Era Elizabeth. Ela estava caminhando pelo gramado até o rio, na companhia de duas pessoas que não conhecia. Naquele momento ela se virou para olhar para trás. Ela me viu. Eu fiquei preso ao chão. Estávamos dentro de vinte metros um do outro. Não havia dúvida de escapar, mesmo se eu quisesse. Nossos olhos se encontraram e a vi corar. Senti meu próprio semblante esquentar. Finalmente me recuperei. Avancei em direção a ela. Ela virou-se instintivamente, mas parando na minha abordagem, ela recebeu os meus cumprimentos com grande embaraço. Eu sentia por ela, e teria sido mais fácil para ela se eu pudesse. Quando falei com ela, eu não podia deixar de pensar o que ela estava fazendo lá. Estar em Pemberley! Parecia tão estranho, mas ao mesmo tempo tão certo. – Espero que você esteja bem? – Eu perguntei. – Sim, obrigado. – Ela disse, ruborizada, e incapaz de encontrar meu olhar. – E sua família? Assim que eu disse a vi corar mais profundamente e senti um rubor comparecendo em minha face. Eu não tinha o direito de perguntar de sua família, depois de ter abusado deles tão violentamente a sua cara, mas ela me respondeu suficientemente educada. – Eles estão bem, obrigado. – Há quanto tempo você saiu de Longbourn? – Quase um mês.


– Você tem viajado? – Sim. – Você está gostando, eu espero? – Sim. Repeti-me três vezes mais, perguntando-lhe se ela estava gostando, até que senti que era melhor eu ficar calado, pois não conseguia pensar em nada sensato a dizer. Depois de alguns momentos recordei-me e despedime. Encontrar Elizabeth, aqui, em Pemberley! E encontrá-la querendo falar comigo. Ela tinha estado constrangida, mas não tinha se afastado. Ela respondia a tudo com mais civilidade do que eu merecia. O que ela estava pensando? Eu me perguntava. Será que ela estava contente por ter me encontrado? Mortificada? Indiferente? Não, não o último. Ela corou quando me aproximei. Ela estava com raiva, talvez, mas não indiferente. O pensamento me deu esperança. Entrei na casa, mas em vez de fazer o caminho do quarto do mordomo me encontrei indo para a sala de desenho. Ela não tinha estado à vontade, isso era claro, e eu não tinha feito nada para ajudá-la. Estava tão tomado de surpresa e a variedade de outras emoções que não me atrevo a colocar um nome, que eu tinha estado incoerente. Um cavalheiro teria a deixado à vontade. Um cavalheiro teria feito ela se sentir em casa. Um cavalheiro teria pedido para ser apresentado a seus companheiros. Como muito abaixo dessa marca eu tinha caído! Resolvi emendar as questões de uma vez. Sai para o jardim e indaguei de um dos jardineiros por qual caminho os visitantes tinham ido, e fui atrás deles. Eu os vi na beira do rio. Aproximei-me. Nunca tive uma caminhada que pareceu tão longa. Ela estaria feliz em me ver? Eu esperava, pelo menos que ela não estivesse ofendida. Deparei-me com ela. Ela começou a falar de uma só vez, com mais facilidade do que anteriormente. – Mr. Darcy. Você tem uma propriedade deleitável aqui. A casa é um charme, e a região e muito agradável.


Ela parecia a ponto de ir, de tão vermelha. Eu acredito que nós dois pensamos o mesmo: a casa agora podia ser dela, se ela tivesse aceitado a minha mão. Para ajudá-la com seu sofrimento, eu disse: – Você pode me dar à honra de me apresentar aos seus amigos? Ela olhou surpresa e sorriu. Havia um traço de malicia nele, e logo que eu vi, eu percebi o quanto eu tinha perdido dela. – Mr. Darcy, permita-me apresentar a minha tia e meu tio, Mr. e Mrs. Gardiner, – Disse ela. Entendi a causa de seu sorriso maroto imediatamente. Estes eram os parentes que eu tinha criticado muito, no entanto eu tinha errado a desprezá-los. Eles não eram de baixas conexões como eu tinha estado temendo. Na verdade, antes dela me apresentar entendi que eram pessoas de costumes. – Nós estávamos voltando para casa. – Disse o Mr. Gardiner. – O passeio tem cansado minha esposa. – Permita-me caminhar de volta com você. Nós caímos no passo. – Você tem uma boa propriedade aqui, Mr. Darcy. – Muito obrigado. Eu acredito em ser um dos melhores da Inglaterra, mas então eu sou parcial! Mr. e Mrs. Gardiner riram. – Seu empregado tem me mostrado a truta do rio. – Disse Mr. Gardiner. – Você gosta de pescar? – Sim, quando tenho oportunidade. – Então você tem que pescar aqui tão frequentemente quanto você escolher. – Isso é muito gentil da sua parte, mas eu não trouxe meus instrumentos. – Há muita coisa aqui. Você deve usá-lo quando você vier. – Eu parei. – Esse é um bom trecho do rio. – Eu disse, apontando para um dos melhores trechos para a truta.


Eu vi Elizabeth e sua tia trocarem olhares, e não pude deixar de notar o olhar de espanto de Elizabeth. Ela me acha incapaz de ser educado? Talvez. Eu tinha dado pouca evidência disso, em Hertfordshire. Não pude deixar de olhar para ela, pensava enquanto falava com seu tio. Seu rosto, seus olhos, sua boca, todos me seguraram. Eu pensei que ela parecia bem, embora ela parecesse envergonhada, não vi nenhuma hostilidade em sua expressão. Depois de pouco tempo, Mrs. Gardiner pegou o braço do marido, e eu fui deixado para andar com Elizabeth. – Eu não sabia que você estaria aqui. – Ela começou de uma vez. – Minha tia tinha uma fantasia de ver Pemberley. Ela morava no bairro, quando ela era uma menina. Mas foi-nos dito que não voltaria até amanhã. Então, ela descobriu isso, e tinha vindo apenas no entendimento de que não iria me ver. Meu espírito se afundou, mas ressuscitou quando eu percebi que o destino a tinha jogado em minhas mãos. Estaria com Georgiana na pousada, em vez de estar aqui com Elizabeth. – Essa era a minha intenção, mas uma questão a ser resolvida com o meu mordomo me trouxe aqui algumas horas antes de meus companheiros. Eles vão se juntar a mim amanhã cedo, e entre eles virão algumas pessoas que a conhecem, Mr. Bingley e sua irmã. Eu não conseguia parar de pensar em tudo o que se passara entre nós sobre o assunto de Bingley, e adivinhei seus pensamentos tendiam na mesma direção. Eu me perguntei se eu deveria dizer alguma coisa, dar-lhe algumas indicações sobre a minha oportunidade de sentimento, mas eu não sabia como começar. Em vez disso, eu disse: – Você vai me permitir, ou eu peço demasiado, em apresentar a minha irmã ao seu conhecimento durante a sua estadia em Lambton? – Eu gostaria muito disso. Havia um calor em sua voz, e no sorriso que o acompanhou, que muito aliviou meus medos.


Caminhamos em silêncio, com mais facilidade do que antes. O ar não era tão tenso, e era tranqüilo entre nós, pelo menos sem mais constrangimento. Chegamos à carruagem. Sua tia e tio ficaram de alguma forma para trás. – Você vai entrar na casa? Gostaria de um refresco? – Não, obrigado. – Ela disse. – Eu devo esperar minha tia e meu tio. Fiquei desapontado, mas eu não iria pressioná-la. Eu tentei pensar em algo para dizer. Eu queria dizer a ela o quão errado eu estava. Ela, também, parecia que queria falar, mas o que ela queria dizer eu não sabia. Enfim, ela começou, mas foi só para dizer: – Derbyshire é um lindo condado. – Já viu muito disso? – Sim. Estamos vindo de Matlock e Dove Dale. – Eles também valem a pena ver. Minha conversa era fútil. A dela era um pouco melhor. Havia tanta coisa que estava tácito entre nós, mas agora não era o momento. Talvez, em poucos dias, quando vier a conhecer melhor uns aos outros novamente... Sua tia e tio se aproximaram. Convidei-os para um refresco, mas eles recusaram. Entreguei as senhoras na carruagem e foram embora. Eu assisti durante um tempo que poderia sem a minha particular relação aparente, e depois caminhei lentamente para a casa. Eu não tinha dito nada do que eu queria dizer, mas o conhecimento que eu estaria vendo Elizabeth novamente me sustentou. Meu espírito estava mais leve do que tinha estado em um tempo muito longo.

Quinta-feira, 7 de Agosto Sr Gardiner chegou esta manhã e levei-o até o rio, juntamente com alguns outros convidados de minha casa. Ele tem conhecimento sobre


pesca, e eu forneci a ele aparelhos de modo que possa tentar sua sorte em capturar alguma coisa. Meus outros convidados tinham trazido os seus próprios. Eu estava prestes a me juntar a eles quando uma observação casual do Sr Gardiner me fez mudar de idéia. – Foi muito educado de sua irmã satisfazer-nos com uma visita ontem, Sr Darcy. Minha esposa e sobrinha ficaram muito impressionadas pela atenção – ele disse. – Elas resolveram retornar a ligação esta manhã. – Isto é muito gentil da parte delas – eu disse, quando pude dominar minha surpresa. – Elas não queriam ser opostas em qualquer atenção. – Eu espero que aproveitem sua pesca – eu disse para os cavalheiros. – Se você me dá licença, tenho que retornar para a casa. Meus convidados murmuraram cortesias, supondo que eu tinha negócios para tratar, mas eu vi o olhar de compreensão no rosto do Sr Gardiner. Então ele sabia. Eu não estava surpreso. Não tomei o cuidado de guardar meus sentimentos quando visitei sua sobrinha. Eu estou além fingindo uma falta de interesse. Voltei para casa e entrei no salão. Meus olhos foram imediatamente para Elizabeth. Eu soube imediatamente que ela pertencia ali. Enquanto eu a observava, vi um futuro estendido à minha frente, um futuro em que eu via Elizabeth e eu morando em Pemberley. Eu queria isso mais do que eu sempre quis alguma coisa, e eu só esperava que ela quisesse o mesmo. – Senhorita Bennet, Sra Gardiner, é muito gentil da parte de vocês chamarem minha irmã tão logo – eu disse. – Oh sim, muito gentil – disse Georgiana, ruborizando. – Eu não esperava. – Nós não poderíamos agir de outro modo, após a sua gentileza em nos receber – disse Sra Gardiner para Georgiana. Georgiana ruborizou novamente, mas eu tinha olhos apenas para Elizabeth. Seu olhar encontrou o meu. Ela desviou o olhar, embaraçada, e eu ainda pensei em ter visto uma recepção em seus olhos antes de ela se afastar.


Carolina e Louisa estavam sentadas em silêncio, sem fazer qualquer contribuição para a conversa e deixando Georgiana realizar suas funções como anfitriã sozinha. Sra Annesley a ajudou, dizendo para Elizabeth: – As áreas em Pemberley são muito finas. Acredito que você as viu há poucos dias? – Sim, nós desfrutamos muitíssimo andando em volta delas. – Disse Elizabeth. – As árvores são muito belas – Ela olhou para fora da janela para algumas espécies. – Elas são castanheiras espanholas – Georgiana disse suavemente, satisfeita de ser capaz de acrescentar algo na conversa. – Elas têm estado aqui muito tempo? – perguntou Elizabeth virandose em direção a ela corajosamente. – Oh sim, elas são muito antigas. Georgiana olhou para mim por aprovação e eu sorri a ela. Ela não tinha muita experiência em receber convidados, e ninguém em todas as recepções a quem ela não conhece, mas ela absolveu-se muito bem. Caroline evidentemente sentiu que tinha estado em silêncio tempo suficiente. – Ora, Senhorita Eliza, as milícias não foram removidas de Meryton? Elas devem ser uma grande perda para sua família. Eu nunca a tinha ouvido falar com esse veneno. Seus comentários irônicos eram geralmente pronunciados com alguma aparência de um sorriso, e não havia nenhum humor sobre eles hoje, e eu percebi pela primeira vez como verdadeiramente venenosa Caroline pode ser. Eu vi a angústia de Elizabeth. Mil lembranças inundaram minha mente. Meus próprios comentários mesquinhos sobre suas irmãs mais novas; seu rosto enquanto ela jogava uma acusação arruinando Wickham para mim; minha retaliação furiosa; e então minha carta. Eu sentia por ela, mas ela não tinha necessidade da minha ajuda para repelir o ataque. Após um momento de angústia ela respondeu: – É sempre triste perder a companhia de pessoas inteligentes e bemhumoradas. Há aqueles que entram em uma vizinhança com uma visão de


ridículo em tudo que vêem, ou com intenção de formar falsas amizades com o que ocupar seu tempo mesmo sem pensar nos sentimentos daqueles que devem permanecer. Mas tivemos sorte com os oficiais. Eles foram finos e bem educados. Eles nos deram alegrias quando estavam conosco, e nada mais além de lembranças agradáveis quando eles partiram. Eu me prendo no olhar de Elizabeth e sorrio. Caroline estava em silêncio, minha irmã ficou aliviada do constrangimento agudo que ela tinha experimentado quando lembrou as palavras de Caroline para George Wickham. Fiquei aliviado de um grande fardo. Por sua maneira calma eu acredito que o afeto de Elizabeth com Wickham acabou. A visita chegou ao fim, mas eu não poderia deixar Elizabeth ir. – Você deve deixar-me ver a carruagem – digo, como a senhora Gardiner subiu para gozar as suas férias. – Obrigada. – ela disse. Eu andei com eles, contente com a oportunidade de ficar com Elizabeth. A tia andou um pouco a frente, para que eu pudesse falar com ela sozinho. – Espero que você tenha desfrutado dessa manhã. – Sim, obrigada, eu tenho. – Eu espero ver você aqui novamente. Tínhamos chego a carruagem, poderia não ter dito mais nada. Mas meus sentimentos estavam em meu olhar. Ela corou e olhou para baixo, da confusão, eu espero. Ainda há alguma estranheza entre nós, mas isso vai passar, e então eu vou descobrir se seus sentimentos em relação a mim ainda são o que eram na Páscoa. Eu coloquei a Sra. Gardiner na carruagem. E coloquei Elizabeth atrás dela, e o carro se afastou. Pouco sabia que quando retornasse a Pemberley, iria realizar tanto interesse em mim. Eu logo teria uma nova amante, eu espero. Eu olhei por todo o gramado extenso e imaginei meus filhos indo para o rio pescar. Eu olhei para a casa e vi minhas filhas voltando de uma caminhada, suas anáguas cobertas de lama. Se eu pudesse ter certeza do que viria a acontecer, eu acho que realmente tenho sorte.


Eu estava relutante em voltar ao salão, mas sabia que precisava fazêlo, Eu não poderia deixar Georgiana sozinha com Caroline e Louisa. Elas não fizeram nada para ajudá-la durante a visita de Elizabeth, e de fato tinham aumentado à sua angustia. Se fosse possível convidar Bingley para Pemberley sem suas irmãs, o faria de bom grado. – Como parecia muito doente o olhar de Miss Eliza Bennet essa manhã – Caroline disse, logo que entrei na sala. – Ela se tornou tão marrom e rústica. Louisa e eu concordamos que não deveríamos tê-la conhecido novamente. Ficou claro para mim que os comentários de Caroline foram inspirados pelo ciúme. Eu me perguntava, na ocasião, se ela imaginava-se a próxima Sra. Darcy, mas rejeitei a idéia. Agora tenho certeza disso. Eu estava determinado a não deixar seus comentários mal-humorados estragar minha felicidade, no entanto. – Eu não vi nada diferente nela, exceto que está bem bronzeada, nenhum milagre, apenas consequência de sua viagem de verão. – Por minha parte – ela continuou maldosamente. – Devo confessar que eu nunca poderia ver qualquer beleza nela. Quando ela passou a criticar o nariz de Elizabeth, seu queixo, pele, dentes eu ficava cada vez mais irritado, mas não disse nada, mesmo quando ela acrescentou: – E quanto a seus olhos, que tem sido chamado às vezes de bom, nunca pude perceber nada de extraordinário neles. Ela me olhou desafiadoramente, mas fiquei em silenciosa determinação. – Eu me lembro de você dizer, uma noite, depois de terem jantado em Netherfield: “Ela é uma beleza! Eu deveria chamá-la rapidamente de a mãe da sagacidade”. – Sim - respondi, sem conseguir me conter – Mas isso foi quando eu apenas a conhecia, pois faz muitos meses que eu a considerava como uma das mais belas mulheres que já conheci. E assim dizendo, saí da sala.


A impertinência de Caroline ultrapassou todos os limites. Se ela não fosse a irmã de Bingley eu diria para ela sair. Insultar Elizabeth para mim! Ela deve estar longe de ciúmes, de fato. Mas ela não consegue acabar com minha felicidade. Eu amo Elizabeth. Agora só me resta saber se Elizabeth me ama.

Sexta feira, 08 de Agosto Eu não pude dormir noite passada, mas, desta vez, a causa foi felicidade. Eu acho q Elizabeth não se opõe a mim. Em tempo, eu acho que ela pode vir a gostar de mim. Agradeço ao feliz destino que a trouxe a Derbyshire, e o ainda mais feliz que me fez seguir a frente de meus convidados, a tempo de encontrá-la. Em Londres eu tentei esquecê-la, mas foi impossível. Agora, eu devo tentar conquistá-la. Assim, esta manhã, eu fui à hospedaria, esperando ficar com ela. Um criado conduziu-me ao salão. Enquanto subia me perguntei qual seria sua expressão quando eu entrasse na sala. Por esta, eu poderia saber muito. Um sorriso mostraria que sou bem vindo. Constrangimento me daria esperança. Um olhar frio me destroçaria completamente. A porta se abriu. Mas ao invés de ver Elizabeth sentada com sua tia, eu a vi se lançando para a porta, com o rosto pálido e maneiras agitadas. Eu comecei pensando que uma grande calamidade teria caído sobre ela para causar tal aparência, mas antes de eu ter a chance de falar ela virou seus angustiados olhos para mim e exclamou: – Perdoe-me, mas devo deixá-lo. Eu devo encontrar Sr. Gardiner neste momento, por um assunto que não pode ser adiado. Eu não tenho um instante a perder! – Bom Deus! Qual é o assunto? – Eu perguntei ansioso por ser útil a ela. Logo que as palavras saíram, eu percebi quão inúteis elas foram.


Reprimindo-me, eu disse: – Deixe-me, ou deixe o criado, ir atrás de Sr. Gardiner. Você não está bem o suficiente; você não pode ir pessoalmente. – Oh, sim, o criado. – Ela o chamou de volta e disse sem fôlego: – Você deve encontrar meu tio. Busque-o de uma vez. É um assunto de máxima urgência. Envie um garoto. Explique a ele que sua sobrinha o necessita imediatamente. Avise minha tia. Ela deve vir também. O criado prometeu fazê-lo e saiu do quarto. Eu vi os joelhos de Elizabeth tremendo e avancei pronto para emprestar-lhe minha ajuda, mas ela se sentou antes que eu pudesse chegar a ela, parecendo tão miseravelmente doente que eu não poderia deixá-la, mesmo se eu quisesse. – Deixe-me chamar sua criada. – Eu disse gentilmente, sentindo-me de repente inútil. Eu não sei nada sobre ajudar senhoritas em tais circunstâncias. Bateu-me um pensamento súbito. – Um copo de vinho, eu devo buscar um pra você? – Não, obrigada, – ela disse. Eu a vi lutando consigo mesma e controlando o pior de sua agitação. – Eu estou muito bem. Estou apenas aflita por algumas más notícias que acabei de receber de Longbourn. Ela explodiu em lágrimas. Eu ansiava por ir até ela e confortá-la. Eu ansiava por colocar meus braços a sua volta e amenizar sua dor. Mas eu não podia fazer nada. Pela primeira vez em minha vida eu amaldiçoei a polidez, as boas maneiras e a educação. Elas sempre pareceram tão importantes para mim, mas agora elas pareciam menos valorosas porque estavam me mantendo afastado de Elizabeth. Um momento a mais e eu acredito que teria jogado as convenções ao vento, mas ela se recuperou e disse: – Eu recebi uma carta de Jane com notícias terríveis. Minha irmã mais nova deixou todos os seus amigos, fugiu, colocou-se sob o poder – de Sr. Wickham. Eles fugiram juntos de Brighton. Você o conhece muito bem para ter dúvidas quanto ao resto. Ela não tem dinheiro, conexões, nada que possa tentá-lo, ela está perdida para sempre. Eu não podia acreditar no que estava ouvindo. Esta foi, de fato, uma traição. Roubar uma jovem garota de seus parentes e amigos. E ele ainda


tinha feito isso antes, ou, pelo menos, ele tentou fazê-lo e teria conseguido se não houvesse sido frustrado na tentativa. – Quando eu penso que poderia ter evitado isso! Eu que sabia o que ele era. – Ela disse. Não, eu queria dizer. Você não é culpada. Eu devia ter feito sua índole conhecida. Mas as palavras se derramavam dela em uma torrente, e eu não pude fazer nada, exceto deixá-la falar. Ao menos, seu fluxo chegou ao fim. – Mas isso é certo? Absolutamente certo? – Eu perguntei. Notícias correm rápido, especialmente más notícias, mas elas geralmente são distorcidas ao longo do caminho. Eu não poderia pensar que Wickham iria fugir com a Srta. Lydia Bennet. Ela não possui nada para tentá-lo, e ele não tem nenhum acerto de contas com os Bennets. Ele deve saber que tal comportamento vai torná-lo um pária. Foi um preço muito alto a pagar pelo prazer de desposar uma garotinha tola com nenhum nome e nenhuma fortuna. E então, de fato, como ele poderia se casar com ela? Ela é menor de idade. Ele poderia levá-la para Gretna Green, mas a viagem teria altos custos e eu sei que ele não poderia gastar a metade deste montante a menos que sua noiva fosse uma herdeira considerável. – Eles deixaram Brighton juntos no sábado à noite e foram rastreados até Londres, mas não além; eles certamente não foram para a Escócia. Eu comecei a formar uma idéia do que deve ter acontecido. Wickham conhece Londres. Ele sabe onde poderia se esconder. E quando ele tiver obtido seu prazer, ele poderia abandonar a Srta. Lydia Bennet impunemente. Tudo isso sucedeu por meu insuportável orgulho. Se eu houvesse tornado o caráter de Wickham conhecido isso poderia não ter acontecido, mas eu desdenhava fazer isso, e em conseqüência eu machuquei a mulher que eu amo. – O que foi feito, o que foi tentado para recuperá-la? – Eu perguntei. Eu precisava saber, então eu poderia determinar a melhor forma de usar o meu tempo, e como conduzir minha própria busca. Eu não descansaria até que a irmã de Elizabeth tivesse retornado para ela.


– Meu pai se foi para Londres, e Jane escreveu para implorar a imediata assistência de meus tios, nós partiremos, eu espero, dentro de meia hora. Meia hora! Depois de todas as minhas esperanças, perder Elizabeth tão cedo, mas certamente isso deve ser feito. – Como tal homem procede? Como eles ainda serão descobertos? Eu não tenho a menor esperança. Isso é horrível em todas as formas. Eu não podia dizer nada, fazer nada, mas dar a ela a minha compaixão silenciosa e esperar que isso a fortalecesse. Eu desejava abraçá-la, mas seu tio devia estar retornando a qualquer minuto, e fazer isso tornaria a situação pior. – Quando meus olhos foram abertos para sua verdadeira reputação?! Oh! Se eu soubesse o que eu deveria, o que eu me atreveria a fazer! Mas eu não sabia. Tinha medo de ir demasiado longe. Desgraçado, desgraçado engano! Eu sabia que ela devia querer que eu me fosse. Fui eu quem a obrigou a guardar segredo; eu quem disse que ela não devia contar a ninguém. E este foi o resultado. Uma irmã arruinada, uma família tumultuada... Ela não iria olhar para mim. Eu não estava surpreso. Eu dirigi algumas palavras incoerentes, desculpando minha estadia e alegando que esta foi devido à preocupação. – Esta infeliz questão irá, eu temo, privar minha irmã do prazer de vêla em Pemberley hoje? Tão logo eu falei, percebi quão ridículas as palavras eram. Certamente isso iria impedir. Ela não pareceu prestar atenção, no entanto, ela respondeu-me diretamente. – Oh, sim. Tenha a bondade de se desculpar por nós com a Srta. Darcy. Oculte a terrível verdade o máximo possível. Eu sei que não pode ser por muito tempo. – Você pode confiar na minha discrição. Desculpe-me por ter chegado a isso, eu desejo a você uma feliz conclusão para estes eventos tão logo seja possível.


Porque se um arranjo feliz é possível, eu vou efetuá-lo de qualquer forma, eu acho. Com isso, eu a deixei com sua solidão e retornei a Pemberley. – Você saiu de casa cedo, – disse Caroline assim que entrei no salão. – Você estava visitando a Srta. Eliza Bennet, possivelmente? Eu vi o ciúme em seus olhos, e o ouvi em sua voz. Eu não havia percebido até aquele momento o quão profundamente ela me queria. Ou talvez seja mais justo dizer, o quanto ela queria Pemberley. Sem isso, ela teria me considerado como nada. Minha caligrafia poderia ser a melhor do mundo que ela não teria pensado em nenhum comentário para encaixar nisso. – Sim, eu estava, – eu devolvi. – E como ela está essa manhã? – Ela está muito bem. – E nós vamos vê-la mais tarde, eu suponho? Como essas pessoas do campo são aborrecidas com suas visitas. – Não, ela não virá. – Não más notícias de casa, eu espero? – Perguntou Caroline. – Lydia Bennet não teria fugido com um dos oficiais? Eu comecei, mas então me controlei. Ela não poderia ter ouvido sobre isso. Elizabeth não contou a ninguém além de mim. As palavras de Caroline eram resultado de despeito, e seu acerto não foi mais que sorte. – Ou então sua talentosa irmã, Mary, não foi? Visitou Lydia em Brighton e atraiu a atenção do Príncipe de Gales? Talvez ele tenha convidado toda a família para estar com ele, e então eles poderão partilhar de seu triunfo enquanto ela o diverte no Pavilhão da Marinha. – Ela disse em uma voz divertida. – Seu tio teve que levá-la para casa. Ele foi obrigado a encurtar suas férias, pois um assunto urgente de negócios o chamou de volta a Londres. – Esses homens da cidade e seus assuntos urgentes, – disse Caroline, convenientemente esquecendo, como é seu costume, que a fortuna de seu pai proveio do comércio.


– Este é o resultado de ter um tio em Cheapside, – disse Louisa. – Compadeço-me da Srta. Eliza Bennet. Deve ser mortificante ter as férias abreviadas por causa de negócios. – Isso me lembra que eu também tenho negócios a atender, que eu tenho negligenciado por tempo demais, – eu disse abruptamente. – Vocês irão me dar licença por alguns dias, eu estou certo. – Você está indo para Londres? – Perguntou Bingley. – Sim. – Que boa idéia. Eu iria amar alguns dias em Londres, – disse Caroline. – Com todo esse calor? – Perguntou Louisa. – O calor não é nada, – ela disse. – Seus negócios não podem esperar? – Perguntou-me Bingley. – Eu mesmo terei que ir a Londres no final do mês. Nós poderíamos ir juntos. – Infelizmente isso é urgente. Fique e aproveite Pemberley. Há uma profusão de coisas para você fazer aqui, e minha irmã irá se certificar de que seja bem tratado. Eu não ficarei fora por muito tempo. – Eu acho que vou tirar proveito da oportunidade de ir a Londres com você e fazer algumas compras, – disse Caroline, levantando-se. – Eu irei consultar minha costureira. Você não tem objeções a me levar com você na carruagem, estou certa. – Você não desejaria deixar Georgiana, – eu disse. – Eu sei o quanto você aprecia sua companhia. Caroline foi silenciada. Ela havia elogiado muito a Georgiana, ou então ela apreciava dizê-lo, e ela não poderia me seguir sem revelar a falsidade de sua amizade. Ela podia trair a Srta. Bennet, mas ela não gostaria de trair Georgiana, especialmente desde que eu sei o plano fermentado em sua cabeça, similar a um que uma vez eu cogitei, de Georgiana tornando-se sua cunhada. Eu senti um momento de remorso por abandonar minha irmã em uma companhia de natureza tão prejudicial, mas refleti que ela teria sua música e seus esboços para ocupá-la, teria Bingley para entretê-la, e também a Srta. Annesley, então não seria tanta provação. Além disso, eu


não tenho escolha. Eu tenho que encontrar Wickham e reparar o dano que ele causou. Eu queria partir imediatamente, mas vários preparativos tinham que ser feitos, e eu resolvi partir na primeira hora da manhã.

Sábado, 09 de agosto Eu cheguei a Londres hoje e sabia aonde começar minha busca: Srta. Younge. Foi afortunado que eu a tivesse despedido sem dar-lhe a chance de empacotar suas malas, porque isso significava que ela teve que deixar um endereço para onde elas pudessem ser enviadas. Eu encontrei isso rápido o suficiente, uma ampla casa na Rua Edward. – Sr. Darcy! – Ela disse perplexa ao abrir a porta. Então se tornou desconfiada. – O que você está fazendo aqui? Se é para me acusar de haver roubado os talheres de prata quando eu deixei Ramsgate, então é uma mentira. Eu desconfio de Watkins – – Minha visita não tem nada a ver com talheres, – eu disse, grato por este ser um problema doméstico do qual eu fui poupado. – Eu posso entrar? – Não, você não pode. – Ela disse, erguendo-se e puxando o xale sobre seus ombros. – É sorte eu ter um teto sobre minha cabeça após você ter me expulsado tão cruelmente, sem nem mesmo uma referência. Eu não tinha nenhum lugar para ir – – Mas você parece ter feito bem por si mesma. – Eu observei. – Digame, Srta. Younge, como você pôde conseguir uma casa como esta? Ela umedeceu seus lábios. – Foi-me deixado um legado, – ela disse. – E foi uma boa coisa, depois – – Eu estou procurando por George Wickham, – eu disse, não querendo perder mais tempo ouvindo suas mentiras e decidindo que seria inútil tentar persuadi-la a deixar-me entrar. Ela pareceu surpresa. – Sr. Wickham? – Sim, George Wickham.


Ela pronunciou indistintamente. – Eu não o vi, – ela disse. Era óbvio que ela estava mentindo, mas eu sabia que não poderia obter nada mais no momento. – Diga-lhe que eu o estou procurando. Eu a procurarei depois. Bom dia! Eu sabia que, eventualmente, a ganância faria com que ela me buscasse. E com isso, eu voltei a Casa Darcy.

Segunda feira, 11 de agosto A Srta. Younge veio me ver esta manhã, como eu sabia que ela faria. – Você disse que estava procurando pelo Sr. Wickham? – Ela perguntou, quando meu mordomo a introduziu. – Eu estou. – Eu sei onde ele está. Aconteceu de eu encontrá-lo por acaso ontem no parque. – Ela disse. – Eu mencionei que você estava na cidade, e ele disse que estaria encantado em encontrá-lo. Ele acha que pode tirar dinheiro de mim, sem dúvida. – Muito bem. Qual é o seu endereço? – Bem, agora, me deixe pensar. Era um nome engraçado. – Ela disse, estendendo sua mão. Eu pus um soberano (moeda) nela. – Se eu apenas me lembrasse. Eu dei a ela cinco soberanos, mas ao menos eu descobri o que eu queria. Eu fui imediatamente ao endereço que ela me deu, e encontrei Wickham a minha espera. – Meu querido Darcy, – ele disse ao ver-me entrar. – Que bom que você encontrou tempo para me visitar.


Eu olhei suas habitações. Elas eram pequenas e precárias, e me mostraram que sua situação devia ser desesperadora. Eu estava satisfeito, eu sabia que isso poderia fazê-lo mais complacente. – Sente-se, – ele disse. – Eu prefiro ficar de pé. – Como você desejar. Ele se sentou comodamente na cadeira, descansando suas pernas sobre o braço (da cadeira). – O que o traz aqui? – Ele perguntou me dirigindo um sorriso. – Você sabe o que me traz. – Eu confesso que estou perdido. Você decidiu dar-me um benefício, talvez, e veio para contar as boas novas? Sua insolência me irritou, mas eu mantive meu temperamento. – Eu vim para te dizer o que sua própria consciência deveria ter dito, que você nunca deveria ter raptado a Srta. Bennet. – Srta. Bennet? – Ele perguntou, fingindo espanto. – Mas eu não vi a Srta. Bennet. Eu estive em Brighton, e ela se manteve em Longbourn. – Srta. Lydia Bennet. – Ah, Lydia. Eu não raptei Lydia. Ela veio comigo por sua livre vontade. Eu deixei Brighton conforme meus credores estavam se tornando muito insistentes, e Lydia sugeriu vir comigo. Eu tentei dissuadi-la. Para ser verdadeiro, Darcy, ela me aborrece. Ela é tão fácil de conquistar. Ela convenceu-se que eu era o homem mais bonito do regimento, e a coisa estava feita. Eu disse a ela que eu não tinha dinheiro, mas ela não se importou. “Eu tenho certeza que você terá um dia,” ela disse. “Senhor, que graça!” Eu fiquei tão cansado de suas súplicas que foi mais fácil trazê-la comigo do que fazê-la ficar. Além disso, ela tem seus usos, – ele disse imprudentemente. Naquele momento a porta se abriu, e Lydia em pessoa entrou. – Senhor! Que surpresa! Sr. Darcy. – Ela disse, dirigindo-se para Wickham. Ela ficou ao lado de sua cadeira e descansou uma mão em seu ombro.


– Sr. Darcy veio me repreender por havê-la raptado, – disse Wickham, cobrindo a mão dela com a dele. Ela riu para mim. – Meu querido Wickham não me raptou. Por que ele deveria? Eu estava impaciente por ver Londres. Eu disse que ele devia trazer-me com ele. Que divertido tem sido! – Você não pensou em sua família? – Eu perguntei a ela friamente. – Eles estão preocupados com você desde que deixou os cuidados do Coronel Foster. Eles não fazem idéia de onde você está. – Senhor, eu me esqueci de escrever, – disse Lydia. – Eu tenho estado tão ocupada com meu querido Wickham. Nós tivemos cada momento! Mas não se preocupe. Eu escreverei assim que nós nos casarmos. Que divertido será, assinar meu nome, Lydia Wickham! Ela apertou a mão dele e ele, o cachorro insolente, puxou-a para seu colo e a beijou, então sorriu para mim enquanto a acariciava. – Então você vê, Darcy, sua preocupação é mal colocada, – ele disse. As palavras de Lydia me contaram uma coisa: que pelo menos ela esperava casar-se. Eu senti que ela estaria menos ansiosa em permanecer com ele se ela soubesse que Wickham não tem essa intenção. Eu não acho que ele vá contar a ela, contudo – por que ele perderia uma companhia ardente? – então eu senti a necessidade de fazê-lo eu mesmo. – Eu gostaria de conversar com a Srta. Bennet a sós, – eu disse a Wickham. – Muito bem, – ele disse, tirando-a de seu colo. – Tente e fale com ela para ir para casa com você, se puder. Ela é uma mulher sem reputação. Mas eu não entendo porque o destino dela importa pra você, – ele adicionou quando ela se levantou. – Importa porque eu deveria ter feito sua reputação conhecida em Meryton e não fiz. Teria sido impossível para você comportar-se de tal forma se seu verdadeiro eu fosse conhecido. – Talvez, – ele disse, – mas eu não acredito que esta seja a razão. Eu duvido que você tivesse me seguido se eu houvesse fugido com Maria Lucas.


Eu não recuei. Se eu o deixasse perceber que eu tinha uma razão pessoal para buscá-lo, ele dificultaria a compra a qualquer preço. – Fique, – disse Lydia, arrebatando sua mão enquanto ele andava para a porta. – Sr. Darcy quer falar com você a sós. Ele teme que eu esteja mantendo você aqui contra vontade, e ele quer dar a você a oportunidade de ir para casa com ele. – Como se eu desejasse retornar à velha e abafadiça Longbourn, – ela disse, entrelaçando os braços ao redor de seu pescoço e beijando-o nos lábios. Ele colocou seus braços em torno dela e retribuiu seu beijo, então me olhou sarcasticamente antes de deixar a sala. – Ele não é lindo? – Perguntou Lydia, assim que a porta se fechou atrás dele. – Todas as garotas estavam loucas por ele em Meryton, e a Srta. King teria se casado com ele se seu guardião não tivesse posto um fim nisso. Foi o mesmo em Brighton. Qualquer número delas teria fugido com ele. Srta. Winchester – – Srta. Bennet, você não pode ficar aqui, – eu a interrompi. – Isto é um pouco pobre, para ser clara, mas nós teremos algo melhor por perto. Eu gostaria de sua ajuda solícita, Sr. Darcy. – Sim? – Eu perguntei, esperando que ela tivesse entendido, pelo menos. – O que você acha? Eu não posso decidir. Meu querido Wickham parecerá melhor em seu casaco azul ou em seu vermelho? – Srta. Bennet, – eu vociferei. – Você não pode ficar aqui com Wickham. Ele não tem intenção de se casar com você. Eu sei que ele disse que tem, mas foi uma mentira, para fazê-la fugir com ele. – Ele não me fez fugir com ele, eu o fiz fugir comigo. Brighton estava chatíssimo, – ela disse com um bocejo. – Coronel Foster era tão sufocante. Ele não me deixou ir à metade das coisas que eu queria, e eu tive que me esgueirar pelo acampamento em duas ocasiões para comparecer às festas de Wickham. Denny me ajudou. Eu me vesti como um homem. Você deveria ter me visto. Minha própria mãe não teria me reconhecido.


– Sua reputação estará arruinada! Ele irá abandoná-la assim que se cansar de você, e você será deixada em Londres sem protetor, sem dinheiro e nenhum lugar pra ir. Volte comigo agora, e eu farei o que puder para persuadir sua família a recebê-la. – Senhor! Eu não quero voltar para casa! Eu morreria de aborrecimento. Eu estou certa de que nós iremos nos casar uma hora ou outra, e se não, isso não significa muito, – ela disse. Ela estava impassível Ela não o deixaria. Uma vez que tais são seus sentimentos, eu não poderia fazer nada a não ser tentar e ter certeza de que o casamento se realizaria. Wickham voltou para a sala, carregando uma garrafa em uma mão e um copo na outra. Ele colocou seu braço ao redor de Lydia e ela se voltou para beijá-lo imediatamente. – Bem, Darcy? Você a persuadiu a deixar-me? – Ele perguntou, depois do feito. – Ela perdeu todo o senso, – eu disse furiosamente, – mas desde que ela não vai deixá-lo, você deve casar-se com ela. – Convenhamos, Darcy. Você sabe que eu não posso fazer isso. Meus bolsos estão vazios. Eu tenho dívidas por todo o país. Há notas não pagas em Meryton, e piores em Brighton. Eu preciso muito de uma herdeira. – Você escutou isso? – Eu pedi a Srta. Bennet. Ela apenas encolheu os ombros. – Isso não significa nada. Uma herdeira poderia trazer-nos algum dinheiro, então nós poderíamos ter uma casa melhor, – ela disse. Foi apenas por Elizabeth que eu fiquei. Minha inclinação foi ir embora e deixar sua irmã para a vida que ela fez para si mesma. Mas pensar na face pálida de Elizabeth me conteve. – Encontre-me no meu clube amanhã, – eu disse para Wickham. – Meu querido Darcy, você sabe que eu não sou bem vindo lá. – Eu garantirei que você seja admitido. Ele pareceu surpreso, mas disse: – Muito bem. Quando eu deixei a casa, a lembrança de seu insolente sorriso veio comigo.


Quinta feira, 14 de agosto Eu encontrei Wickham no meu clube e as negociações começaram. – Você deve casar-se com ela, – eu disse a ele bruscamente. – Se eu fizer isso, eu desistirei para sempre de qualquer chance de fazer fortuna através do casamento. – Você a arruinou, – eu disse. – Isso não significa nada pra você? Ele cruzou os tornozelos e se reclinou na cadeira. – Ela arruinou a si mesma, – ele disse. Um garçom passou e ele pediu um whisky. Eu não reagi, sabendo que ele fez aquilo para me aborrecer. – Quanto você deve? – Eu perguntei indo direto ao coração da questão. – Várias centenas de libras. – Se isso é verdade ou não, eu não quero saber. Se você der suas notas ao meu agente, ele irá pagá-las para você. Em troca, você irá se casar com Lydia. – Convenhamos, se você está tão ansioso por vê-la casada, ela deve valer muito mais que isso. É a Srta. Bennet que capturou sua afeição, ou é a adorável Elizabeth? – Eu estou fazendo isso para minha própria consciência, – eu disse. Ele riu na minha cara. – Nenhum homem vai tão longe para aplacar sua própria consciência. Deixe-me adivinhar. É a linda Jane Bennet. Doce, linda Jane. Ela será um acréscimo esplêndido para Pemberley. Eu o parabenizo, Darcy. – Eu não tenho nenhuma intenção de me casar com a Srta. Bennet. – Então, é Elizabeth. Eu não disse nada, mas ele deve ter adivinhado por minha expressão.


– Ah! Então é isso! Sua animação o cativou. Eu não teria imaginado. Você é tão pomposo, Darcy, mas dizem que os opostos se atraem. Ele tinha uma mão favorável, e ele estava apreciando usar isto. – Tenha cuidado, – eu o precavi. – Eu farei muito para salvar Lydia Bennet da desgraça, mas se você for muito longe, ao invés de ter seus débitos pagos e algo mais além, você se encontrará sendo perseguido por cada credor de Brighton, e talvez, o exército, pois eu darei a eles seu endereço. – Eu posso ir para Bath, ou Lyme, ou o Distrito dos Lagos, – ele disse. – Eu não tenho que viver aqui. – Mas eu poderia dizer que ele não teria disposição para uma viagem mais distante. – Faça isso, – eu disse, blefando. Levantei-me e fui em direção a porta. – Espere, – ele disse. Eu parei. – Eu me casarei com ela – – Bom, – eu disse, sentando-me novamente. – ...por trinta mil libras. – O que? – Eu engasguei. – Essa é a soma que eu teria recebido de Georgiana. Eu controlei meu temperamento com dificuldade. – Eu não lhe darei nada do tipo. – Muito bem, então, vinte mil. Eu me levantei e deixei o clube. Ele virá a mim cedo o suficiente. Ele não tem nenhum outro lugar para ir. Eu não desfruto vendo-o, mas o conhecimento de que isso amenizará o medo de Elizabeth me recompensa por qualquer tempo ou problema que eu venha a enfrentar, e eu espero que, depois de muito tempo, eu possa vê-la feliz novamente.

Sexta feira, 15 de agosto


Wickham me procurou esta tarde, como eu sabia que ele faria. Sua situação é desesperadora, e ele não pode se dar ao luxo de recusar ajuda. Apenas o pensamento da felicidade de Elizabeth me sustentou durante tal provação, a qual foi tão desagradável quanto nosso encontro anterior. Se não fosse por ela, eu teria abandonado o assunto. Nós determinamos pelo menos cem libras para pagar suas dívidas e mais mil. – E uma comissão, – ele disse. – Eu não acredito que você seja bem vindo no exército. – Você tem alguma influência lá. Vamos, Darcy, eu devo ter algo para viver. Como mais poderei sustentar uma esposa? Pelo menos, eu concordei, com a condição de ele se juntar a um regimento no norte distante. Eu não quero vê-lo quando Elizabeth e eu estivermos casados. Se Elizabeth e eu nos casarmos. Eu cometi, uma vez antes, o erro de pensar que ela estava me esperando para propor a ela, mas eu estava errado. Eu não cometerei o mesmo erro novamente. Tendo acertado tudo com Wickham, eu decidi chamar o Sr. Gardiner para deixá-lo a par do que foi decidido. Eu logo encontrei sua casa, mas quando eu perguntei por ele, eu soube pelos criados que o Sr. Bennet estava com ele. Eu hesitei. Num primeiro impulso de descobrimento, eu temi que o Sr. Bennet pudesse fazer algo imprudente. Numa investigação adicional eu descobri que o Sr. Bennet estaria retornando para casa amanhã. Assim, eu julguei mais sábio aguardar, achando que seria mais fácil falar com o Sr. Gardiner que com o Sr. Bennet. Sr. Gardiner está necessariamente menos envolvido, e assim ele está apto a ser mais racional.

Sábado, 16 de agosto Eu procurei o Sr. Gardiner e dessa vez o encontrei sozinho. Ele estava surpreso em ver-me, mas me recebeu cordialmente. –Sr. Darcy, eu não sabia que você pretendia visitar a cidade tão cedo. Como está sua irmã? Bem, eu espero? – Muito bem.


– Nós ficamos encantados de conhecê-la em Derbyshire. Ela é uma linda garota. – Obrigada. Você é muito amável. Entretanto eu não vim para falar sobre minha irmã, mas sobre sua sobrinha. Eu o vi mudar de cor. – Você quer se sentar? – Obrigado. Eu a procurei logo após a entrega da carta de sua irmã, – eu disse, – e descobri a infeliz verdade. Eu me sinto responsável pela situação, por eu saber da índole de Wickham e ainda assim ter mantido silêncio. Ele fez algo similar antes, mas eu não mencionei isso porque quis proteger a reputação da jovem dama. Se eu tivesse tornado sua perfídia conhecida, então nenhuma mulher estaria disposta a amá-lo e a Srta. Lydia Bennet teria sido salva. Ele disse alto: – Isso não é sua culpa. – Todavia, determinei-me a segui-lo. Eu sei seus conhecidos e sabia como encontrá-lo onde quer que ele estivesse. Eu o vi, e o convenci de que o casamento deve realizar-se. Ele parecia mais e mais surpreso conforme eu desdobrava os detalhes. Ele recusou-se a me deixar arcar com os encargos financeiros, mas enquanto eu argumentava em resposta e seguia, uma expressão pensativa começou a se formar em seu rosto. Ele suspeita da natureza de meus sentimentos por Elizabeth, eu tenho certeza disso, mas não disse nada. Como ele poderia? Disse-me que havíamos conversado o suficiente e convidou-me a encontrá-lo novamente amanhã. Acredito que ele deseja consultar sua esposa sobre o quão longe dever-me-ia ser permitido ajudar. Eu o deixei e me afastei para meu clube. Tudo será brevemente acertado, estou confiante nisso. Tão logo Elizabeth ouça sobre isso ela terá aliviadas suas preocupações, e este pensamento me sustenta. Ela será capaz de rir novamente, burlar de mim, e irá esquecer tudo sobre sua irmã.


Domingo, 17 de agosto Eu encontrei o Sr. Gardiner novamente, e desta vez a Sra. Gardiner estava com ele. Eles me receberam calorosamente, e após trocar amabilidades, eu disse novamente que eu esperava saldar os débitos de Wickham. Eles concordaram com isso, mas não me permitiram resolver nada mais. Não obstante, há ainda alguns arranjos a serem feitos, e eu tenciono trabalhar novamente com o Sr. Gardiner amanhã, até que ele aceite que eu acerte tudo integralmente.

Segunda feira, 18 de agosto Tudo foi finalmente decidido. Eu, pelo menos, consegui fazer tudo ao meu modo. O Sr. Gardiner tem uma correspondência expressa destinada a Longbourn, e isso me deu a grande satisfação de saber que Elizabeth logo terá sua aflição aliviada. O Sr. e Sra. Gardiner ofereceram a Lydia sua proteção até a oficialização do casamento. Eu não os invejo. Ela não mostrou remorso pelo que fez, e parece pensar que tudo é uma grande piada. Ela é uma das garotas mais desprezíveis que conheço.

Terça feira, 19 de agosto Eu voltei a Pemberley, e estava satisfeito de descobrir que meus convidados não viram nada de estranho em minha ausência. Se eles soubessem que eu estava negociando um casamento, em vez de atendendo a negócios, quão atônitos eles ficariam!

Sábado, 30 de agosto Eu viajei para Londres, e amanhã eu terei a desagradável tarefa de garantir que Wickham compareça a seu próprio casamento.


Setembro


Segunda-feira, 1 de setembro Hoje Lydia estava casada, e sua reputação, salva. A manhã começou mal. Eu chamei Wickham em seus alojamentos às dez e meia, como combinado e o encontrei vestido pela metade. – O que é isso? – Eu perguntei. – Você tem que estar na igreja em meia hora. Ele tinha se servido de uma bebida e a colocou para fora. – Só vai custar-nos dez minutos para chegar à igreja. A tempo de sobra. – Se você está além da hora, você não será capaz de se casar hoje. – Eu disse. – Você sabe, Darcy se você tivesse me dado a vida que eu queria quando pedi, todo esse sofrimento poderia ter sido evitado. Não repliquei. – Poderia me convir melhor casar outras pessoas que me casar. Estou começando a pensar que eu não quero ser casado. – Disse ele. – Então você deve enfrentar os cobradores. – Ah. Eu gostaria que houvesse menos. – Ele colocou o copo para baixo e pegou seu casaco. Encolheu os ombros e ajeitou a gravata, então saímos para esperar o transporte. – Isso é como a nossa infância. – Disse-me quando subimos. – Nós dois juntos. Eu sempre achei que você estaria comigo em meu casamento. Ultimamente eu comecei a duvidar, mas aqui está você, amigos novamente. – Você não é meu amigo. – Eu disse. Ele sorriu sarcasticamente. – A menos que eu esteja errado, em breve estaremos mais perto do que amigos. Seremos irmãos. – Ele pendeu para trás ébrio. – Quão felizes nossos pais teriam ficado ao saber que vamos ser tão próximos uns dos outros. Nós éramos quase irmãos no ano passado... – Ele fez uma pausa, e eu usei de todo meu autocontrole para não responder. – Mas, infelizmente, o destino tinha outras ideias. Ou, pelo menos, você tinha. Como está Georgiana?


– Melhor agora que está longe de você. – É uma pena. Eu não achei que ela iria me esquecer tão cedo. Eu prefiro pensar que ela estava apaixonada por mim. Estou ansioso para vê-la novamente, quando Lydia e eu visitarmos Pemberley. – Isso é algo que você nunca vai fazer. – Eu disse com firmeza. A viagem a São Clemente foi curta. A igreja havia sido escolhida porque estava na mesma paróquia de Wickham e o reitor estava disposto a realizar a cerimônia. Ele não sabia nada da circunstância que tinha levado ao casamento, só sabia que o jovem casal pretendia se casar. Ele nos cumprimentou com sorrisos quando entramos na igreja e nós esperamos Lydia chegar. – Talvez ela mudou de idéia. – Disse Wickham. – Você não poderia usar isso contra mim. Você ainda teria que pagar minhas dívidas. – Ela virá. Sua tia e tio irão ver isso. Naquele momento, Lydia entrou na igreja. Ela olhou para o altar, então irrompeu em alegria quando viu que Wickham já havia chegado. Sua tia e o seu tio mal lembraram onde ela estava, e caminharam com ela até a frente da igreja. – Eu vou ficar feliz quando tudo isso acabar. – Disse-me o Sr. Gardiner em um tom baixo. – Eu concordo. – Disse a mulher. – Eu tentei fazê-la entender a preocupação que causou aos parentes, a desgraça que trouxe a sua família e gratidão que deve ter para aqueles que lembram sua ruína, mas não a julgam. Ela não prestou atenção em mim e falava constantemente de Wickham, cada um agora e depois de uma denúncia, de que nunca colocamos os pés fora de casa. A cerimônia começou, e o casamento que tinha levado tanto tempo para acontecer foi rapidamente realizado. – Espero que agradeça ao Sr. Darcy por tudo que ele fez. – Disse a Sra. Gardiner quando tudo acabou. – Senhora Wickham. Quão bem soa! – Disse Lydia, ignorando a tia e olhando a aliança em seu dedo.


Um número de curiosos tinha entrado na igreja, e Lydia mostrou a todos a aliança, dizendo que eles deveriam felicitá-la e serem os primeiros a chamá-la pelo novo nome. – Como minhas irmãs ficarão invejosas. – Disse ela, quando saímos da igreja. – Elas não são casadas, embora todas fossem mais velhas do que eu. Eu teria vergonha de ter mais de vinte e não ser casada. Jane está se tornando rapidamente solteirona. Ela vai ter que ceder seu lugar para mim na mesa, pois eu sou uma mulher casada agora. Que divertido vai ser! “Jane”, eu direi, “Eu tomo o seu lugar agora, e você deve ir mais longe, porque eu sou uma mulher casada”. Sr. e Sra. Gardiner trocaram olhares. – Elas terão inveja de mim e de meu marido bonito. Eu estava tão preocupada esta manhã, quando estávamos indo para a igreja. Eu tinha pavor dele vestir preto, mas a minha felicidade foi completa quando eu vi que ele tinha escolhido o seu terno azul. Senti uma onda de satisfação quando percebi que Lydia será tão tola quanto sua mãe, e fiquei feliz ao saber que Wickham vai, afinal, ser punido pelo resto de sua vida.

Terça-feira, 2 de setembro Jantei com os Gardiners esta noite. Nós todos ficamos aliviados que tudo tinha corrido bem. As últimas semanas estiveram carregadas de tensão, mas tudo acabou bem. Eles são um casal agradável. Sr. Gardiner é inteligente, e a Sra. Gardiner tem uma grande dose de bom senso. Eles são cultos e bemeducados, e passei uma noite muito agradável em suas companhias – tão agradável que eu esqueci que estava em Gracechurch Street. Eu passei noites piores em endereços melhores. E pensar que uma vez neguei-lhes, mesmo sem conhecê-los, e rejeitei Elizabeth porque suas relações não tinham minha noção do que poderia


ser! Se eu tivesse virado um olho tão crítico sobre meus parentes eu poderia ter percebido que ela não estava sozinha em ter ligações indesejáveis. Lady Catherine, em toda sua elegância, desgraçou-se por sugerir que Elizabeth - sua hóspede! - praticasse o piano no quarto da governanta, algo que estou convencida que a Sra. Gardiner nunca faria. E as relações de Bingley não são melhores. Caroline Bingley pode ser uma mulher de reprodução e de moda, mas ela também é uma mulher que é consumida por ciúme e despeito.

Quarta-feira, 3 de setembro Voltei para Pemberley ao descobrir que Caroline e Louisa estavam cheias de planos para visitar Scarborough. – Você pode vir com a gente, Sr. Darcy. – disse Caroline. – Scarborough é tão refrescante nesta época do ano. – Eu tenho muita coisa para fazer na minha propriedade. – Eu disse. – Mas seria tão bom para Georgiana. Eu acredito que ela não vê o mar desde o verão passado, quando ela esteve em Ramsgate. Ela deve estar ansiosa por isso. – Ela se virou para Georgiana. – Você não gostaria de ver o mar novamente? Georgiana corou, e disse que não tinha vontade de fazê-lo. Caroline se virou para mim. – Você voltaria a Pemberley revigorado, e administraria duas vezes mais trabalho do que se nunca tivesse ido. – Ela disse. – Minhas intenções são fixas. Mas você deve ir. – Eu disse a boca para mudar a opinião. – O ar do mar vai te fazer bem. – O ar do mar. – Disse o senhor Hurst, então recuado em seu estupor.

Quinta-feira, 4 de setembro


Caroline, Louisa e o Sr. Hurst partiram para Scarborough. Eles tentaram convencer Bingley a ir com eles, mas ele disse que não tinha vontade de ir e que permaneceria em Pemberley. Caroline incentivou a idéia. Ela ainda acredita que ele se casará com Georgiana e que ele quer vêla com mais frequência, embora seja óbvio para um olho imparcial que ele não quer isso.

Segunda-feira, 8 de setembro – Eu acho que vou para Netherfield novamente. – Disse Bingley tranquilamente quando montamos esta manhã. – É uma boa idéia. Se você quer manter a casa, você deve usá-la de vez em quando. – Isso é exatamente o que eu penso. Você vem comigo? Gostaria de retribuir a sua hospitalidade. Eu me animei. Se eu fosse a Netherfield, então teria uma oportunidade de ver Elizabeth novamente. – Quando você pretende ir? – Eu perguntei. – Em uma semana. Eu pensei em enviar os empregados amanhã, para aprontar a casa. – Sim, eu irei. Ele pareceu satisfeito. – Faz quase um ano do dia que eu peguei. Eu pensei... Sua voz se fez distante, e não era difícil adivinhar que direção seus pensamentos tomaram. Eu não disse mais nada, mas o deixei se perder em devaneios. Talvez eles se tornaria realidade antes de muito tempo. E meus sonhos... O que será deles?


Quarta-feira, 17 de setembro Chegamos a Netherfield esta tarde. Bingley declarou sua intenção de montar em Meryton logo que chegamos, e foi somente o início da chuva que o fez desistir.

Quinta-feira, 18 de setembro Sir William Lucas ligou esta manhã, para nos receber de volta para o bairro. – Sr. Bingley, – Disse ele com uma reverência – traz muita honra em voltar para o nosso humilde bairro. Nós pensamos que não tínhamos diversões o suficiente para trazê-lo e aqui está você, vindo de seus triunfos na cidade, para homenagear o nosso humilde vilarejo com sua presença. Sr. Darcy – Disse ele, com uma reverência para mim. – Parece que faz um momento que estávamos todos a tomar chá com Lady Catherine no delicioso jantar no Salão de Rosings Park. Você se divertiu em sua estadia, eu aposto? Divertir? Essa não seria a maneira que eu teria descrito os meus sentimentos durante as poucas semanas de turbulência, mas ele entendeu meu silêncio como uma confirmação. – Já visitou sua estimada tia, desde aquela época? – Perguntou ele. – Não. – Eu disse brevemente. – Eu espero visitar minha filha novamente antes de muito tempo – Disse ele. Ele embarcou em um discurso desconexo, exaltando as virtudes da posição de sua filha. Quanto tempo ele teria levado se Sr. Long não tivesse chamado eu não sei! Quando os nossos convidados foram, Bingley disse: – Foi depois de Sir William ligar no ano passado que o Sr. Bennet nos chamou. Você acha que ele vai fazer isso de novo? Pensei nos hábitos indolentes do Sr. Bennet e hesitei.


– Talvez eu poderia chamar aos Bennets mesmo sem essa civilidade. – Sugeriu Bingley. – Espere e veja se ele liga amanhã. – Foi o meu conselho.

Sábado, 20 de setembro O Senhor Bennet não ligou ontem e, nessa manhã, Bingley teve a ideia de visitar Longbourn. – Venha comigo, Darcy. – Ele disse. Repetindo para mim que iria com ele para ver se a senhora Bennet guardava qualquer respeito por ele, eu aceitei, mas minha real razão era ver Elizabeth. Eu estava tão ansioso para vê-la assim como Bingley para ver sua irmã, e eu estava tão apreensivo com isso. Partimos. Bingley ficou em silêncio, e eu também estava perdido em pensamentos, imaginando como eu seria recebido. Se Elizabeth guardasse ressentimentos por causar a ruína de Lydia eu não poderia culpá-la, sobretudo porque ela não sabia que eu havia ajudado a definir as questões de direitos. Eu tinha cuidado particularmente para que não soubesse. Eu não queria sua gratidão. Se ela tivesse desenvolvido todos os sentimentos por mim, eu queria saber que nasceu do amor, e de nada mais. Chegamos. O criado mostrou-nos a entrada. Eu imediatamente vi Elizabeth mudar o seu olhar, embaraçada, e se entreter com seu bordado. O que isso significa? Eu desejei saber. Será que sentia a estranheza da situação ou apenas não suportava olhar-me? – Por que, Sr. Bingley! – Gritou a Sra. Bennet, aproximando-se com um sorriso. – Como é maravilhoso vê-lo em Longbourn novamente. Perdemos contato. Você foi com tal pressa no ano passado que não teve tempo de dizer adeus! Eu espero que você não esteja pensando em deixarnos rapidamente? – Não, eu espero que não. – Disse Bingley, olhando para a senhorita Bennet.


Eu observei o sorriso dela, e desviou o olhar. Ela, pelo menos, eu poderia entender, e ficou claro que as esperanças de Bingley não seriam desapontadas. – E Sr. Darcy. – Disse a Sra. Bennet, em uma voz mal-humorada, olhando-me. Eu não liguei para seu humor, e eu achei difícil acreditar que apenas alguns meses atrás eu pensei que era uma razão para não propor a Elizabeth. Que importava se sua mãe era boba e vulgar? Eu não casaria com a Sra. Bennet. Eu não poderia sentar ao lado de Elizabeth, por ser mais nova, mas eu perguntei a ela como estavam seus tios. Ela respondeu educadamente, mas depois voltou sua atenção para o bordado. Exteriormente, estava calmo. Mas em meu interior estava de outra forma, mas eu não podia fazer nada. Eu não estava perto o suficiente de Elizabeth para continuar a conversa particular, e que eu poderia dizer a ela, sob o olhar de sua mãe, o que eu queria dizer? Para distrair meus pensamentos, olhei para a Srta. Bennet e perguntei como eu não poderia ter visto sua parcialidade para Bingley ano passado. Seus sentimentos por ele estavam em cada gesto, cada olhar e cada sorriso. Eu tinha me cegado, querendo casar Bingley com Georgiana? Eu me perguntava. Eu não tinha pensado assim na época, mas agora eu percebi que deveria. Olhei de novo Elizabeth, desejando que pudesse ler sua mente. Depois de um tempo, ela disse: – Senhor Darcy está bem, espero? – Sim, obrigado. – Eu disse contente em ouvir o som de sua voz. Não houve oportunidade para mais nada. Sua mãe começou a falar do casamento de Lydia. Elizabeth não levantou o olhar. Ela sabia que eu estava envolvido? Mas não, eu tenho certeza que não. Eu tinha jurado a Gardiners seu segredo, e eu sabia que ele não me trairia. Sua confusão veio do assunto, sabendo que concluiu sobre as minhas relações com Wickham. – É uma coisa maravilhosa, com certeza, ter uma filha bem casada. – Disse a Sra. Bennet, um discurso que teria me revoltado há alguns meses atrás, mas que agora deixou nenhuma impressão. Eu não me importava


com a Sra. Bennet. Deixei-a ser a mulher mais boba da cristandade, se ela quer. Isso não vai impedir-me de casar com Elizabeth, se ela me quiser. Sra. Bennet continuou a falar de Wickham, dizendo que ele tinha ido para os regulares, e adicionando: “Graças a Deus!” Ele tem alguns amigos, embora não tantos como ele merece. O rosto de Elizabeth estava em uma cor vermelho ardente, e seus olhos brilharam de mortificação, como eu queria ajudá-la! Mas como eu pensei, a cor voltou ao normal. Ela finalmente levantou a cabeça e falou: – Quer dizer que permanecerá no país, Sr. Bingley? – Perguntou ela. Eu queria ser Bingley, no momento, de modo que ela teria falado para mim. Por que ela favorecia meu amigo? Por que não olhava a mim? Não me desejava? Eu estava na miséria. Enfim, a visita chegou ao fim. Eu teria ficado mais dias, se pudesse, mas era impossível. – Você voltará para jantar conosco na terça-feira, eu espero, Sr. Bingley? – Disse a Sra. Bennet enquanto nós nos levantávamos para ir embora. Ela virou os olhos frios para mim, acrescentando com hostilidade: – E o Sr. Darcy. O que eu fiz para que ela me tratasse assim? Olhei Elizabeth novamente. O próximo encontro irá dizer-me se poderá perdoar-me pelo que fiz, eu aos graves erros de sua família e se ela pode me amar. Eu viverei um tormento até saber.

Domingo, 21 de setembro – Eu pensei que a senhorita Bennet parecia bem na noite passada. – Disse Bingley para mim esta manhã. – Ela estava. – Eu pensei que ela parecia muito bem. – Disse ele alguns minutos mais tarde. – Sim, ela estava.


– E no humor.Ela aprecia o verão, eu suponho. – Disse ele pensativo. – É de se esperar isso. Você gostaria que ela estivesse infeliz? – Não, claro que não. – Ele respondeu apressadamente. – Eu pensei que ela não parecia tão florescente até entramos – Eu lhe disse. – Não? – Perguntou ele, esperançoso. – Não. Mas ela pareceu florescer quando te viu. Bingley sorriu. – A Sra. Bennet é uma mulher maravilhosa. Verdadeiramente encantadora. E tão educada. Eu não esperava que ela me pedisse para jantar tão cedo. É uma cortesia que não mereço. Quem pode pensar que a Sra. Bennet é uma mulher maravilhosa a não ser nas mãos de uma paixão. Ele é um apaixonado! Fico feliz por Bingley, e eu só espero que a minha própria sorte possa ser tão boa.

Terça - feira, 23 de setembro Bingley estava pronto para sair para Longbourn meia hora antes. – Nós não podemos ir tão cedo. – Eu disse, pensando que estava tão ansioso para partir. – Podemos atrasar-nos no caminho. – Disse ele. – Não em uma viagem tão curta. – Eu respondi. – Jennings não vai querer conduzir o cavalo muito rápido. – Nós vamos chegar a Longbourn muito cedo, mesmo que andássemos todo o caminho. – Pode haver um congestionamento na estrada. – Podemos conduzir à sua volta. – Ou o carro pode perder uma roda. – Nós não podemos ir por meia hora. – Eu disse, olhando para baixo, para um livro. Eu queria sentir-me tão satisfeito como parecia. Eu estava tão ansioso para ir quanto Bingley, e eu ainda estava relutante em não ir ao mesmo


instante. Ele teve a felicidade de saber que seus sentimentos eram correspondidos. Eu não tinha essa certeza. Ver Elizabeth de novo! Eu não ousava pensar nisso. Se ela sorri, que alegria! Se ela evita meu olhar, que miséria. Bingley andou até a janela. – Você pode fazer como eu faço escolher um livro. – Eu disse. Ele andou até mim e tirou-o de minhas mãos, em seguida, inverteu antes de devolvê-lo. – Você fará melhor se for do jeito certo. – Disse ele. Ele me olhou com curiosidade, mas eu não expliquei a causa da minha distração. Em vez disso, eu mantive meus olhos sobre a página, mas não vi nada. Saímos no momento indicado, e partimos para Longbourn. Estávamos nós dois em silêncio. Chegamos. Entramos. Sra. Bennet cumprimentou Bingley com um excesso de civilidade, e me deu calafrio. Senhorita Bennet nos olhou quando entramos e Bingley, e tomou o lugar ao seu lado. Bingley feliz! Eu não possuía tal sorte. Eu estava tão longe de Elizabeth, quanto possível. Pior ainda, eu estava sentado ao lado de sua mãe. Sra. Bennet teve um grande número de problemas com o jantar, e não foi difícil perceber o porquê. Seus olhares constantes para sua filha mais velha e Bingley mostraram que direção seus pensamentos estavam tomando. A sopa estava boa, e foi seguida por perdizes e veado. – Espero que você tenha gostado das perdizes? – A senhora Bennet me perguntou. – Estão ótimas. – Eu respondi, fazendo um esforço para ser agradável. – E a caça? Você já viu um pernil tão gordo? – Não. – Você experimentará algum molho, espero? – Ela me pressionou. Eu tinha pouco apetite, e eu não aceitei a oferta. – Suponho que esteja acima de um molho simples. – Disse ela. – Você deve usar uma variedade de molhos em Londres. – Eu uso. – Eu respondi.


– Você jantou com o príncipe de Gales, suponho? – Eu tive essa honra. – Algumas pessoas pensam que esse tipo de gula é fabuloso, mas confesso que sempre pensei que fosse vulgar. Nós não temos vinte molhos para cada prato. Nós não desperdiçamos tanto no nosso país. Ela voltou sua atenção para Bingley, e me esforcei para comer minha refeição. Assisti Elizabeth, faminto por um olhar de uma forma que eu não estava com fome para o alimento, mas ela não olhou para mim. As senhoras se retiraram. Os senhores sentaram-se sobre o porto. Eu não tive nenhum interesse na conversa. As iniqüidades do francês não me interessam. As loucuras do príncipe de Gales não poderiam segurar a minha atenção. Olhei para o relógio, um minuto depois nos cavalheiros. Será que eles nunca param de falar? Nós fomos reencontrar as senhoras e eu fui até Elizabeth, mas não havia espaço perto dela. O jantar era grande, e como ela derramou o café eu não podia chegar perto. Tentei, no entanto, mas uma jovem que vai ser para sempre arruinada aos meus olhos aproximou-se dela e enredou-se na conversa. Elizabeth fez olhar aborrecido? Eu pensei que sim, e o pensamento me deu esperança. Eu saí, mas logo que eu tinha terminado meu café, que queimou minha boca, tão rapidamente que eu bebi, eu coloquei a xícara sobre o pires. – Sua irmã está em Pemberley? – Perguntou ela. Ela parecia distante, fria. – Sim, ela permanecerá lá até o Natal. – Eu disse. Ela perguntou depois sobre os amigos de Georgiana, mas não disse mais nada. Eu não sabia se devia falar ou me calar. Eu queria falar, mas eu tinha tanta coisa para dizer que eu mal sabia por onde começar, e na reflexão, percebi que nada disso poderia ser dito em uma sala lotada. Meu silêncio chamou a atenção de uma das garotas, e eu era obrigado a ir embora, me xingando por não ter feito mais da minha oportunidade. As coisas do chá foram removidas e as cartas, colocadas nas mesas. Esta era a minha oportunidade! Mas a Sra. Bennet exigia minha presença


na mesa de whist,e eu não podia recusar, sem ofender. Eu quase fiz. Eu quase disse: “Eu prefiro muito falar com sua filha”. O que ela teria dito? Será que ela me diria que tinha intenção de infligir em um homem tão desagradável de Elizabeth, ou ela seria pega de surpresa, e felizmente cairia em silêncio? Fiquei tentado, mas eu não poderia constranger Elizabeth. Eu não pude manter minha cabeça no jogo. Perdi várias vezes. Eu procurei uma oportunidade de falar com Elizabeth antes de sair, mas eu não poderia encontrar uma, e eu voltei para Netherfield em clima sombrio. Bingley, pelo contrário, estava transbordando de felicidade. Eu decidi que, amanhã, devo dizer-lhe que a Senhorita Bennet estava na cidade, e que guardei dele. Ele não ficará satisfeito, mas a decepção durará bastante.

Quarta-feira, 24 de setembro – A senhorita Bennet não é a garota mais bonita que você já viu? – Bingley perguntou-me esta noite, quando jogávamos bilhar. – Ela é. – Eu acho que há. – Eu hesitei, mas eu tinha que falar. – Bingley, há algo que eu tenho que te dizer. – Oh? Ele olhou para mim com toda a inocência, e me senti culpado por têlo enganado. – Eu fiz-lhe uma grande besteira. Na primavera passada, a senhorita Bennet estava na cidade. – Mas eu não a vi! – Disse ele, surpreso. – Não. Eu sei. Eu deveria ter lhe dito, mas eu pensei que você esquecesse. Não, deixe-me ser honesto, eu esperava que você a tivesse esquecido, ou fosse esquecê-la, se você não a visse novamente. – Darcy! – Ele estava ferido. – Sinto muito. Eu não tinha o direito de intrometer-me em seus assuntos. Foi impertinente de minha parte.


– Então, ela me seguiu para Londres? – Disse ele, esquecendo minha decepção com a felicidade de pensar que ela tinha seguido-o. – Ela foi para ficar com seus tios, mas ela tentou vê-lo. Ou seja, ela escreveu para Caroline. – Caroline! Ela sabia disso, também? – Sim. Tenho vergonha de dizer que Caroline cortava a senhorita Bennet, e que eu a encorajava. – Darcy! Ele ficou irritado. – Eu me comportei muito mal, e eu peço o seu perdão. – Se ela concordar em ser minha mulher, você terá. Mas talvez no futuro você vai considerar que eu possa controlar meus próprios negócios. – Eu vou, e sei que é melhor do que eu consigo controlar os meus. Ele me olhou indagador. Eu não disse mais nada. Eu não posso falar do meu amor por Elizabeth, até eu saber que é recíproco. Supondo que eu saiba que é recíproco.

Quinta-feira, 25 de setembro Fui obrigado a voltar para a cidade. Quanto tempo eu ficarei dependerá das circunstâncias.

Terça-feira, 30 de setembro Eu recebi uma carta de Bingley, esta manhã, evidentemente escrita às pressas. Foi tão mal escrita que é quase ilegível. Mas, a última vez que fiz isso, consegui. Meu querido Darcy, Felicite-me! Jane e eu estamos para casar! Ela é o mais doce anjo, mais adorável! Eu não posso acreditar que eu tenho a sorte de ganhá-la. Sua mãe está em êxtase. Eu não tenho tempo para mais nada. Caroline acaba de me


enviar suas saudações. Ela já está planejando seu vestido como dama de honra, e aguarda para vê-lo no casamento. Charles Bingley Ps.: esqueci de perguntar. Você ficará comigo? C.B. Eu escrevi de volta, enviando-lhe meus mais sinceros parabéns e dizendo-lhe que claro que vou estar com ele. Eu estava tentado a voltar a Netherfield e dar-lhe os meus melhores desejos pessoais, mas Georgiana está doente e tenho a intenção de permanecer na cidade até que ela melhore. Quando me sentei com ela, eu não pude deixar de pensar em Elizabeth. As duas seriam amigas se Elizabeth fosse minha esposa. É em todos os sentidos, uma almejada conclusão de tudo o que aconteceu, e ainda estou apreensivo. Eu não vi nenhum sinal nas palavras de Elizabeth ou maneira de me fazer pensar que os meus sentimentos são correspondidos. E ainda não vi nada que me faça pensar que ela está irremediavelmente contra mim. Estou quase com medo de voltar para Longbourn. Embora eu esteja com Georgiana ainda tenho esperança, mas quando eu voltar para Longbourn podem ser frustradas para sempre.


Outubro


Quinta-feira, 02 de outubro Coronel Fitzwillian chamou para ver como Georgina estava indo. Ela está bem recuperada, e eu serei capaz de retornar a Netherfield em poucos dias. – Você foi a Netherfield, eu acredito? – Ele disse. Estávamos comendo na sala de jantar. Georgina, ainda apática de sua doença, teve de jantar em seu quarto. – Sim. – Eu contei a ele sobre noivado de Bingley. – E você se importa? – Não. Estou muito feliz por ele. Estou feliz por ambos. – Miss Elizabeth Bennet falou com você sobre a sua carta? Ela aceitará que você não arruine Wickhan? – Ele perguntou hesitante. – Ela não disse nada, mas eu acho que ela aceitou isso. – E tem amolecido os seus sentimentos por você? Eu não sabia como responder. – Esses assuntos são dolorosos, enquanto duram, mas não devemos permitir que durem para sempre. – Disse ele. – É hora de você olhar para o futuro novamente, Darcy. Você deveria se casar. Seria bom para Georgiana ter uma mulher na casa. – Ele tomou fôlego, então disse: – Anne tem esperado a sua proposta à vários anos. – Anne? – Eu perguntei, surpreso. – Vamos, Darcy, você sabe que Lady Catherine encarou o seu casamento como uma coisa resolvida desde que você estava em seu berço. Fiquei surpreso que você ofereceu sua mão a Elizabeth, mas como não era da minha conta eu segurei minha paz. Agora que ela rejeitou você, no entanto, eu penso que você deveria formalizar seu noivado com Anne. – Eu não tenho nenhuma intenção de casar com Anne. – Eu disse. – Mas Lady Catherine espera. Ela e sua mãe desposaram você e Anne em seus berços. – Ela não é séria em tudo isto? Eu a ouvi dizer isso muitas vezes, mas eu levei-o por uma fantasia ociosa, tais como: quando você era um bebê, minha irmã e eu decidimos que iria para o exército, ou quando você era


criança, eu decidi que você iria entrar na política. Eu lhe asseguro, ela quer dizer isso. – E Anne? – Eu perguntei. – Sim, ela também espera. É por isso que ela nunca se casou. – Eu pensava que era porque ela era tão jovem... – Ela tem vinte e oito, como você. Esqueceu-se de que vocês estavam em seus berços juntos quando eram crianças, e que todos os três brincávamos juntos quando nós éramos crianças. Eu tinha esquecido. Ela costumava fugir atrás de meu primo e eu. Não, não fugia atrás de nós. Ela podia correr quase tão rápido quanto eu poderia. Meu primo, tendo cinco anos a mais, poderia ultrapassar nós dois. – Você se lembra de como ela nos vencia no topo da árvore de carvalho? – Perguntou ele. – Ela não foi feita para escalá-lo. Ela rasgou seu vestido, e foi confinada ao quarto de crianças a pão e leite por uma semana. – Eu me lembro. Também me lembro de como você levou um sanduíche de carne fria e uma fatia de torta, embrulhados em um lenço. Eu pensei que você iria certamente cair à medida que subia através do telhado da sua janela. Alguma vez você foi pego por roubar da cozinha? – Não. Sra. Heaney culpava o cachorro. – Pobre Caesar! Eu tinha esquecido sobre as façanhas de Anne. Ela era muito mais animada quando criança, quando sua saúde era boa. – Comentei. – E quando ela tinha Sir Lewis para defendê-la. Ele descobriu sobre a ordem de Lady Catherine de que ela se limitasse ao quarto de criança, e ele foi lá ele mesmo dar a ela metade de uma soberania. – Fez, verdade? – Eu disse com um sorriso. Eu podia imaginá-lo. Sir Lewis sempre foi muito afeiçoado a Anne, e ela por sua vez tinha sido apaixonada por seu pai. Tinha sido um golpe triste para ela quando ele morreu. – Muitas vezes me pergunto... – começou o meu primo. – Sim? – Você notou que a tosse é sempre pior quando a mãe está perto? – Não.


– E não apenas a tosse, mas sua timidez. Ela é muito mais animada quando ela está comigo. – Ela nunca é espirituosa comigo. – Eu disse, surpreso. – Mas então, ela teme a você. – A mim? – Você é uma figura, Darcy, especialmente quando você está fora das sortes. Deixe o tempo ser ruim, e o tédio transforma você em um ogro. Eu estava prestes a dizer que ele estava falando bobagens, quando me lembrei Bingley dizendo algo semelhante. – Lamento por isto. Mas Anne não precisa sofrer mais. Eu vou visitar Rosings e dizer-lhes que um casamento entre nós está fora de questão. – Não há necessidade. Lady Catherine está em Londres, e Anne está com ela. Vi então as duas esta noite, antes de eu vir para cá. Lady Catherine irá chamá-lo antes que ela retorne para Rosings. Nós terminamos a nossa refeição, e depois de sentar-me durante uma hora, o coronel Fitzwillian à esquerda. Ele ficará em Londres pelas próximas duas semanas, e prometeu recorrer a Georgiana todos os dias para ter certeza que ela está bem e feliz.

Sábado, 04 de outubro Lady Catherine veio esta manhã, trazendo Anne com ela. Eu estava prestes a perguntar da sua saúde, quando minha tia começou sem preâmbulo. – Você deve colocar um fim a esse absurdo de uma vez, Darcy. – Disse ela, logo que ela sentou-se. Eu não sabia do que ela estava falando, mas antes que eu pudesse dizer alguma coisa, ela continuou: – Eu ouvi do Sr. Collins, que estava prestes a propor a Miss Elizabeth Bennet. Sente-se Anne. – Anne sentou-se rapidamente. – Sabendo-se que esse relato é uma mentira grotesca, eu visitei Loungbourn para que Miss Elizabeth Bennet negasse. A audácia da menina! A perversidade! Embora o que mais se pode esperar com a mãe e um tio em Cheapside? Ela se recusou a desmentir o relato, pensei que eu


sabia que devia ser falso. Eu nunca conheci uma garota tão insolente em minha vida. Ela discutiu comigo da forma mais vulgar. Quando eu disse que ela devia contradizer o relato, ela só respondeu que tinha declarado ser impossível, por isso não precisava de nenhuma contradição. Naturalmente, é impossível. Você é um homem muito orgulhoso para ser desenhado assim, qualquer que sejam as artes que ela utilizou. De se aliar com uma família! R, através deles, de se aliar com George Wickham, filho do mordomo de seu pai. Ele, chamar você de irmão! Nem em pensamento. E para colocar um fim em seus esquemas, eu disse a ela que estava comprometido para Anne, e você sabe o que ela disse para mim? – Não. – Eu disse, não sabendo o que fazer da fala de Elizabeth, mas esperando - pela primeira vez, tendo razões para a esperança - que ela não estivesse bem definida contra mim. – Que, se fosse assim, você não poderia fazer uma oferta para ela! Ela está perdida para cada sentimento de decoro. Decoro, honra e humildade todos proíbem tal coincidência! E ainda assim ela não quis me dizer que os rumores eram falsos ela não pensou na desgraça que ela traria para um nome de orgulho, ou a poluição que ela poderia causar aos tons de Pemberly. Pemberly! Quando eu penso em uma garota ignorante em Pemberly! Mas é claro que é impossível. Você e Anne são feitos um para o outro. Vocês são descendentes de uma mesma linha nobre. Suas fortunas são esplêndidas. E ainda começando por isto, sem família, sem conexões ou fortuna, não me daria uma garantia de que ela nunca iria se casar com você. Minhas esperanças aumentaram. Ela não tinha decidido contra mim! Se ela tivesse, ela teria dito a minha tia. Depois, ainda havia uma chance para mim. – Bem? – Lady Catherine exigiu. – Mama... – Anne começou timidamente. – Fique em silêncio, Anne. – Ordenou a minha tia. – Bem, Darcy? – Ela exigiu. – Bem? – Eu perguntei.


– Você vai me garantir que você nunca vai pedir esta mulher para ser sua esposa? – Não, tia, eu não vou. Ela olhou para mim. – Então vocês estão noivos? – Não tia, não estamos. – Ah. Eu achei que não. Você não poderia estar tão perdido com o que é certo e bom, e todo o senso comum. – Mas se ela me aceitar, eu quero fazê-la minha esposa. Seu silêncio era terrível, e foi seguido por uma torrente de palavras. – Você nem pense que você será bem-vindo na Rosings, se você casar com essa arrivista. Você não vai trazer essa vergonha e degradação em minha própria casa, mesmo se você está louco o suficiente para colocá-la em seu próprio domínio. Sua santa mãe ficaria horrorizada se descobrisse quem é a mulher para sucedê-la na Pemberly. – Minha mãe ficaria feliz por eu ter escolhido muito bem. – Você tem uma febre. É a única explicação. – Disse ela. – Se você se casar com aquela garota que você vai ser cortado da família e dos amigos. Eles não vão visitá-lo, nem convidamos você a visitá-los na volta. Você vai ser banido, expulso. Vou dar-lhe uma semana para voltar a seus sentidos. Se eu não ouvir de você na época, dizendo que você estava inteiramente equivocado neste plano absurdo, e se você não pedir o meu perdão por manchar os meus ouvidos com essa bobagem censurável, então eu não vou mais ser-lhe tia. Eu fiz a proa um frio varrido para fora da sala, Anne ficou atrás. – Eu lamento. – Eu disse a ela. – Eu nunca soube que você tinha o nosso casamento como uma coisa resolvida até o meu primo me contou isto, ou eu teria feito você saber que eu não me considero desposado com você. – Não há necessidade de se arrepender. Eu não queria me casar com você. – Disse ela. Ela sorriu, e eu fiquei surpreso. Não foi a timidez em seu sorriso, e como ela se aproximou de mim ela parecia confiante e certa.


– Eu sou então tão terrível? – Eu perguntei. – Não, nem isso. Como um amigo e um primo eu gosto de você muito bem - contanto que o tempo esteja bom, e você não seja obrigado a permanecer em casa - mas eu não te amo, e o pensamento de me casar com você me fez infeliz. Estou feliz que você está para casar com Elizabeth. Ela é apaixonada por você. Ela vai tirar você fora de sua rigidez, e seremos todos amigos. Ela está apaixonada por mim? Eu gostaria de poder ter tanta certeza. – Uma mulher apaixonada reconhece a outra. – Ela disse. Ela sorriu novamente e depois seguiu Lady Catherine para fora da sala.

Segunda-feira, 06 de outubro Estou mais uma vez em Netherfield. Eu cheguei aqui com mais esperança do que eu já senti, mas ainda não me atrevo a levar o amor de Elizabeth como uma coisa resolvida. Bingley e eu deixamos Netherfield cedo e logo chegamos a Longbourn. Miss Bennet estava tora corada e nunca nos olhava. Elizabeth era mais difícil de entender. Ela, também, corou. Eu gostaria de saber a causa! Bingley sugeriu uma caminhada. – Vou buscar o meu chapéu. – Disse Kitty. – Eu tenho saudade de ver Maria. Podemos caminhar para o Lucas’s. Sra. Bennet franziu o cenho para ela, mas Kitty não percebeu. – Eu não sou uma grande andarilha, tenho medo. – Disse a Sra. Bennet, voltando-se para Bingley com um sorriso. – Você deve me desculpar. Mas Jane adora andar. Jane, minha querida, vá buscar seu casaco. Esse homem, eu suponho, irá, também. – Ela disse, olhando para mim como se eu fosse um inseto desagradável. Elizabeth corou. Eu ignorei o comentário o melhor que pude, e pensei que só o meu amor por Elizabeth poderia induzir-me a pôr os pés naquela casa, outra vez. Bingley parecia desamparado.


– Lizzy, corra e busque o seu casaco, também. Você deve se manter na companhia do Sr. Darcy. Tenho certeza que ele não estará interessado em qualquer coisa Jane tenha a dizer. – Estou muito ocupada para andar. – Disse Mary, levantando a cabeça de um livro. – Eu tenho frequentemente observado que aqueles que são os melhores caminhantes são aqueles que não têm capacidade intelectual para instruir-se nos assuntos sérios da vida. – Oh, Mary! – Disse a Sra. Bennet, impaciente. Mary voltou para seu livro. Elizabeth e sua irmã retornaram, tendo colocado sua roupa de sair, e partimos. Bingley e sua amada logo ficaram para trás. Kitty, eu sabia, logo nos deixaria para ir visitar a amiga. Será que Elizabeth irá também? Eu não esperava. Se ela ficasse comigo, então eu seria capaz de falar com ela. E eu devo falar com ela. Chegamos de volta para o Lucas’s. – Você pode ir sozinha. – Disse Elizabeth. – Não tenho nada a dizer a Mary. Kitty fugiu pelo caminho, deixando Elizabeth e eu a sós. Eu virei-me para ela. Elizabeth, eu estava prestes a dizer, quando ela me parou e falou ela mesma. – Sr. Darcy, eu sou uma criatura muito egoísta; e, por uma questão de dar alívio aos meus próprios sentimentos, cuide para que eu não seja o seu sofrimento. Senti-me esfriar. Todas as minhas esperanças agora pareciam vaidade. Ela estava indo ferir meus sentimentos. Eu tinha errado ao ler tanto na sua recusa em negar o comentário sobre nosso noivado. Isto não queria dizer nada, exceto que ela não se dignou a negar um comentário ocioso para o benefício de minha tia. Ela estava evidentemente encontrando dificuldades para continuar. Ela vai dizer-me para nunca vir a Longbourn novamente, pensei. Ela não pode suportar ver-me. Dei-lhe um desgosto por mim que é grande


demais para ser superado. Eu não usei as minhas oportunidades. Tenho visitado Longbourn com Bingley e não disse nada, porque eu tinha muito a dizer. No entanto, nada disto poderia ter sido dito na frente dos outros. E agora é tarde demais. Mas eu não vou deixar que seja tarde demais. Eu vou falar com ela, se ela me quer ou não. Mas então ela continuou, mesmo enquanto esses pensamentos iam passando pela minha mente. – Eu não posso ajudar mais que agradecer... Agradecer a mim? Não me culpando, mas me agradecendo? Eu mal sabia o que pensar. – ...Pela sua sem igual bondade para com minha pobre irmã. Bondade sem precedentes? Então ela não me odeia! O pensamento fez meu ânimo subir, embora com cautela, pois eu não sabia o que tinha ouvido falar do negócio, ou o que mais ela ia dizer. – Desde que eu soube disso, tenho ansiado para reconhecer-lhe com a gratidão que eu sinto por isso. Se fosse de conhecimento do resto da minha família, eu não teria apenas a minha própria gratidão para expressar. Gratidão. Eu não quero sua gratidão. Gosto, sim. Amor, sim. Mas não gratidão. – Lamento. – Disse eu – lamento extremamente, de que você foi informada, de forma equivocada, deram-lhe desconforto. Eu não acho que a Sra. Gardiner foi tão pouco para ser confiável. – Você não deve culpar a minha tia. – Disse ela. – Foi Lydia que me contou, e então eu perguntei a minha tia para maiores detalhes. Gostaria de agradecer mais uma vez. – Passou Elizabeth. – Em nome de toda a minha família, para com a compaixão generosa que levou você a ter tanta dificuldade, e suportar tantas mortificações, por causa do descoberto até então. Generosa compaixão. Ela pensava bem de mim, mas de que maneira? Eu estava num suspense agonizante. – Se você vai me agradecer, deixa estar para si mesma. – Eu disse. Minha voz era baixa e apaixonada. Eu não conseguia segurar meus


sentimentos. – Sua família não me deve nada. Eu tenho muito respeito por eles, e acredite, eu pensei só em você. – Eu parei de respirar. Eu tinha falado. Eu tinha ofertado os meus sentimentos. Eu tinha oferecido a ela, e só podia esperar para ver se ela iria arremessá-los na minha cara. Mas ela não disse nada. Por que ela não fala? Ela estava chocada? Horrorizada? Satisfeita? Então espero rosa no meu peito. Talvez ela se manteve em silêncio por prazer? Eu tinha que saber. – Você é muito generosa para brincar comigo. – Eu explodi. – Se você ainda tem os sentimentos que tinha em Abril passado, diga-me então de uma vez. Meus afetos e desejos permanecem inalterados. Mas nem pense que você vai me calar sobre esse assunto para sempre. – Parecia se passar uma era antes que ela falasse. – Meus sentimentos são tão diferentes... – Ela começou. Eu comecei a respirar novamente. – ...Que eu sou humilde em pensar que você pode ainda me amar... Eu comecei a sorrir. – ...Agora eu recebo suas garantias com gratidão... E prazer... – Eu vos tenho amado por tanto tempo. – Eu disse, ela deslizou suas mãos em meus braaços e eu cobri-as com meus próprios. Reivindicá-la era uma alegria. – Eu pensei que era impossível. Eu tentei te esquecer, mas não adiantou. Quando eu vi você novamente em Pemberley fui tomado de surpresa, mas rapidamente abençoei a minha sorte. Eu tive uma chance de mostrar que eu não era tão mesquinho como você pensava de mim. Eu tive uma chance de mostrar que eu poderia ser um cavalheiro. Quando você não me desprezou, quando você aceitou meu convite, me atrevi a ter esperança, mas sua irmã teve problemas e você se afastou e nunca mais a vi. Eu não poderia deixar descansar esses assuntos. Eu tinha que ajudar a sua irmã, ao saber que ao fazê-lo eu estava ajudando você. Então, quando ela estava casada com segurança, eu tinha de te ver. Eu tinha que te ver. Eu estava nervoso como Bingley quando chegamos a Longbourn. Ficou claro que sua irmã era uma mulher apaixonada, mas eu nada poderia dizer por suas maneiras. Você me ama? Você gosta de mim?


Poderia até me tolerar? Eu pensei que sim, então eu pensei que não. Você disse tão pouco... – Não era de minha natureza. – Disse ela arqueando um sorriso. – Não. – Eu disse, voltando a sorrir. – Não era. Eu não sabia se era porque estava insatisfeita de ver-me ou simplesmente envergonhada. – Eu tinha vergonha. – Disse ela. – Eu não sabia por que você veio. Eu estava com medo de mostrar muito. Eu não queria me expor ao ridículo. Eu não podia acreditar que um homem de seu orgulho iria oferecer a sua mão quando ela já tinha sido rejeitada. – Sua mão, não, mas o seu coração, sim. Você é a única mulher com quem eu sempre quis me casar, e por aceitar meu desejo você me colocou para sempre em dívida com você. – Eu vos farei lembrar disso, quando você estiver zangado comigo. – Ela disse provocando. – Eu nunca poderia me zangar com você. – Você não acha, mas quando eu poluir os tons de Pemberley, é possível que você possa! Eu ri. – Ah sim, minha tia manifestou-se vigorosamente sobre nós dois. – Ela me disse que eu nunca viveria em Pemberley. – Disse Elizabeth. – Eu devia desgostar dela por isso, mas estou muito em divida com ela. Foi a sua visita que me trouxe para você. – Ela veio ver-te? – Ela fez. Em Londres. Ela estava em alta indignação. Ela me disse que tinha vindo vê-lo, e que ela havia exigido que contradissesse o boato de seu casamento iminente. Sua recusa a deixou cair com seus desejos, infelizmente, mas ela me ensinou a ter esperança. Falei de minha carta. – Fiz isso. – Disse eu. – Fazer isso fez com que você pensasse melhor de mim? Será que você, ao lê-la, deu algum crédito ao seu conteúdo? – Isso me fez pensar muito melhor de você, e assim de imediato, me sentia sinceramente envergonhada de mim mesma. Eu li-a de novo, e


novamente, e como eu fiz isso, cada um dos meus preconceitos foi removido. – Eu sabia que o que eu escrevi devia dar-lhe dor, mas era necessário. Espero que você tenha destruído a carta. – A carta certamente será queimada, se você acredita que é essencial para a preservação do meu respeito, mas, embora tenhamos ambos razões para pensar que as minhas opiniões não são totalmente inalteraveis, elas não são, espero eu, tão facilmente mudadas como isso implica. – Quando eu escrevi essa carta, eu estava perfeitamente calmo e frio, mas estou convencido de que foi escrita em uma terrível amargura de espírito. – A carta, talvez, iniciou-se em amargura, mas não terminou assim. A despedida é a caridade em si. Mas não pense mais na carta. Os sentimentos da pessoa que o escreveu, e a pessoa que a recebeu, agora são tão diferentes do que eram, então, que todas as circunstâncias desagradáveis deveriam ser esquecidas. Você deve aprender algumas das minhas filosofias. Pense-se apenas no passado como lembrança lhe dando prazer. Eu não poderia fazê-lo. Eu não poderia deixar o passado sem lhe dizer dos meus pais, pessoas boas mesmo ainda que me encorajaram a pensar bem de mim e mal de outros. Eu disse a ela como eu era o único filho, na verdade uma criança apenas para grande parte da minha vida e como eu tinha chegado a nenhum valor além do meu próprio círculo familiar. – Por você, eu estava devidamente humilhado. Eu vim para você, sem dúvida, da minha recepção. Você me mostrou como foram insuficientes todas as minhas pretensões de agradar a uma mulher digna de ser feliz. Falamos de Georgiana e de Lydia, e do dia na pousada quando a carta de Jane tinha chegado. Falar de Jane, naturalmente, levou à sua contratação. – Preciso saber se você estava surpreso? – Perguntou Elizabeth. – Não em tudo. Quando fui embora, eu senti que iria acontecer em breve. – Ou seja, você tinha dado sua permissão. Achei o máximo. – Ela brincou comigo.


A essa altura, tínhamos chegado a casa. Eu não havia percebido quanto tempo havia se passado até que nós entramos em casa. – Minha querida Lizzy, por onde você esteve andando? – Perguntou a irmã, quando nos sentamos à mesa. Elizabeth corou, mas disse: – Nós andamos, sem prestar atenção para onde estávamos indo, e nos perdemos. – Tenho certeza de que esta triste por isso. – Disse a Sra. Bennet, em um sussurro alto o suficiente para eu ouvir. – Deve ter sido muito difícil para você, ter de falar com aquele homem desagradável. Elizabeth ficou mortificada, mas eu peguei seu olhar e sorri. Sua mãe pode ser a mulher mais terrível que tenho tido a infelicidade de conhecer, mas eu iria tolerar uma dúzia de tais mães por causa de Elizabeth. Eu não consegui falar com ela como eu queria durante a noite. Jane e Bingley sentaram juntos, falando do futuro, mas até que eu tivesse pedido a mão de Elizabeth à Sr Bennet, ela e eu não podiamos entrar em tais discussões. Era hora de Bingley e eu voltarmos a Netherfield. Eu era capaz de aliviar meus sentimentos um pouco no carro indo para casa. – Eu já quis que você fosse feliz. – Eu disse. – Agora você deve fazer o mesmo por mim. – Bingley pareceu surpreso. – Eu vou casar com Elizabeth. – Elizabeth? – Sim. Propus durante a nossa caminhada. Ela concordou em se casar comigo. – Esta é uma notícia capital! Quase tão boa quanto a minha. Ela é apenas a mulher certa para você. Ela é a única pessoa que eu já conheci que pode ficar com você. Nunca vou esquecer o jeito que ela provocou-lhe quando ela ficou conosco em Netherfield, quando Jane estava doente. Você estava entediado e em um de seus humores imponentes. Caroline estava admirando tudo o que você dizia e fazia. Lembro-me de pensar que seria uma tragédia se casasse com ela, sabendo que ela iria confirmar a sua vaidade. Ela iria convencê-lo que você estava acima de todo mundo em todos os sentidos. Não que você precisava de uma grande quantidade de convencimento! Eu ri.


– Eu realmente estava tão arrogante? – Você estava. – Disse Bingley. – Você sabe que você estava! Mas Elizabeth vai garantir que você nunca se torne assim de novo. Quando vocês pretendem casar? – Logo que possível. Elizabeth vai precisar de tempo para comprar roupas de casamento, e se ela quiser que eu faça alguma alteração em Pemberley antes de ela chegar, então vou precisar de tempo para atendê-la. Caso contrário, eu gostaria de me casar de uma vez. – Alterações em Pemberley? Deve ser amor. – Disse Bingley. – Tenho certeza eu espero que você seja muito feliz. – Nós temos falado sobre isso, Elizabeth e eu decidimos que você e Jane vão ser felizes, mas que seremos mais felizes. – Oh não, nisso nunca iremos concordar. O carro rolou até parar. – Você vai dizer a Caroline, ou eu? – Perguntou Bingley, enquanto ia dentro, em seguida, ele passou imediatamente: – Talvez fosse melhor deixar-me dizer a ela, ou ela pode dizer algo, ela lamenta ao ouvir a primeira notícia. – Como você quiser. Ao entrar na casa, retirei-me para a biblioteca, para pensar em Elizabeth, e no futuro.

Terça Feira, 07 de Outubro Eu encontrei Caroline no café da manhã, e estava satisfeito ao ver quão bem ela comportava-se. – Eu entendo que devo felicitá-lo, – ela comentou. – Sim. Eu vou me casar. – Estou encantada, – ela disse. – Já era hora de você tomar uma esposa. Quem teria pensado, quando viemos para Netherfield ano passado, que tanto você como Charles encontrariam o verdadeiro amor. Eu ignorei seu tom divertido. – Talvez um dia você possa ter a mesma sorte.


– Eu não penso que irei algum dia me casar, – ela declarou. – Não desejo deixar um homem controlar-me. Quando será o casamento? – Em breve. – Então devo ver minha costureira. Dois casamentos em tão curto espaço de tempo irão requerer um planejamento cuidadoso. – Oh, sim, – disse Louisa. – Nós devemos ter algo novo. Logo após o café, Bingley e eu nos dirigimos novamente a Longbourn. – Caroline se portou muito bem, – eu disse a ele. – Eu penso que ela recebeu bem as notícias. – Ela não se portou tão bem quando eu contei a ela, – disse Bingley, – mas eu a recordei de que se não fosse civilizada quanto a isso ela poderia acabar sendo excluída de Pemberley. Nós chegamos. A Sra. Bennet era toda sorrisos enquanto cumprimentava Bingley, e toda caretas enquanto me fazia uma reverência. Como reagirá quando souber que serei seu genro? Bingley olhou calorosamente a Elizabeth, portanto estou certo que ela adivinhou que contei a ele, então ele disse: – Sra. Bennet, você possui alguma outra trilha por aqui na qual Lizzy possa se perder novamente hoje? A Sra. Bennet prontamente aceitou sua sugestão, ansiosa em permitir-lhe um pouco de privacidade com Jane. Ela sugeriu que caminhássemos pelo Monte Oakhan. Bingley, jovialmente, disse estar certo que era demais para Kitty, e Kitty concordou que preferia ficar em casa. Era uma mudança ter Bingley coordenando minha vida por mim! Mas eu não poderia me queixar, desde que, alguns minutos depois, eu me encontrei do lado de fora e livre para conversar com Elizabeth. – Eu devo pedir a seu pai consentimento para o casamento. – Eu disse, enquanto vagávamos pelo monte. – E se ele não der? – Ela perguntou com um sorriso malicioso. – Então eu terei que levá-la sem isso, – eu disse. – Você acha que ele negará? – Eu perguntei mais seriamente.


– Não. Não tenho medo do que ele poderia dizer. Ao menos, não, uma vez que ele venha a conhecê-lo, penso, para começar, que ele ficará surpreso. Quando chegou a carta do Sr. Collins... Ela parou. Dei-lhe um olhar questionador. – O Sr. Collins escreveu a ele, dizendo que eu não deveria desposá-lo, pois isso enfureceria a Dama Catherine. – E o que seu pai respondeu? – Ele estava muito ocupado saboreando a brincadeira para responder. – Posso ver que terei dificuldades com ele. Pensará que estou brincando quando pedir sua mão? – Não creio que ele se atreverá, – ela disse. Ela falou suavemente, mas posso dizer que estava preocupada. – Tomarei cuidado em conhecê-lo, – eu disse. – Ele e eu nos conheceremos melhor, e eu garantirei que ele nunca se arrependa por dar seu consentimento. Continuamos caminhando. – E então há minha mãe, – ela disse. – Vou deixar de ser aquele homem, não acha? – Eu perguntei com um sorriso. – Não, – ela disse estremecendo. – Se você soubesse quantas vezes eu corei por ela, ou desejei que ficasse em silêncio. Acho que contarei a ela quando estiver só, – ela continuou. – Então ela terá a oportunidade de superar o primeiro susto, e talvez isso a torne mais racional quando conversar com você. – Exatamente o que pensou Bingley, quando decidiu que seria melhor se ele contasse a Caroline. – Eu me surpreenderia se ela continuasse a admirar a sua caligrafia uma vez que esteja casado. – Eu temo que não. Ela provavelmente achará extraordinariamente desleixado. Nós alcançamos o topo do monte.


– Bem, e o que você acha da vista? – perguntou-me Elizabeth. Virei-me para ela. – Eu gosto muitíssimo, – disse. Ela parecia tão bonita que me vi impulsionado a beijá-la. Ela ficou surpresa no início, mas então, respondeu calorosamente, e eu soube que nosso casamento seria feliz em todos os sentidos. Caminhamos juntos, falando do futuro. Eu estava ansioso por mostrar Pemberley a Elizabeth, não como visitante, mas como sua futura senhora. – Você não vai objetar a visita de meus tios? – ela perguntou. – Claro que não. Gostei deles. – E minhas irmãs? – Jane e Bingley estarão conosco freqüentemente. Suas irmãs mais jovens serão bem vindas sempre que elas, ou você, escolherem. Mas eu não quero Wickham lá. Juntamo-nos a Jane e Bingley e retornamos a Longbourn. Durante toda a noite, não foi fácil para Elizabeth. Eu desejava tirá-la de sua miséria, mas não poderia falar com o Sr. Bennet até após o jantar. Tão logo eu o vi retirar-se para a biblioteca, o segui. – Sr. Darcy, – ele disse surpreso, quando fechei a porta da biblioteca atrás de mim. – Eu gostaria de falar com você, – eu disse. – Estou a sua disposição. Você deve ter ouvido, suponho, o rumor de que irá se casar com Elizabeth e deseja pará-lo, mas eu o aconselho a divertir-se com esse disparate, ao invés de se preocupar com o que não passa de um pequeno absurdo. – Eu não acho isso nem um pouco absurdo, – eu disse a ele. – Eu acho altamente desejável. Eu o segui com a intenção de pedir a mão de Elizabeth em casamento. Sua boca caiu aberta. – Pede-me a mão de Elizabeth em casamento? – ele repetiu ao menos. – Sim.


– Mas deve haver algum engano. – Não há qualquer engano. – Mas eu pensei... é isso. O Sr. Collins é um tolo! Está sempre me regalando com alguma nova e absurda história, e eu estava certo que ele havia se enganado. Você, que nunca olhou para Elizabeth em sua vida! E, ainda agora, você me diz que quer casar-se com ela. – Eu quero. Eu a amo, e quanto a nunca ter lhe prestado atenção, tem sido algo um pouco diverso. Mas, você não esteve lá, portanto eu não posso culpá-lo por estar surpreso. Quando ela foi uma convidada em Netherfield, eu tive o prazer de sua companhia por quase uma semana, e gastei muito de meu tempo com ela. Eu a vi novamente no Kent, quando ela estava visitando o Sr. Collins, e viemos a nos conhecer muito melhor. Eu a vi recentemente em Derbyshire, e cada vez que a encontrava, eu a amava mais. Meus sentimentos não são recentes. Existem há muito tempo e não vão mudar. – Mas ela sempre te odiou! – Ele disse. – Qualquer homem que persista diante de tão óbvia aversão é louco. Por isso sorri. – Posso assegurar-lhe minha sanidade. Sua aversão foi superada há muito tempo. Eu já a pedi em casamento e ela disse sim. – Disse sim! – Exclamou o Sr. Bennet em tom débil. – E como nós dois estamos de acordo, só necessitamos a sua permissão para marcar a data. – E se eu não a der? – Então eu temo que teremos de nos casar sem isso. Ele olhou para mim como a decidir se eu falava a sério. Então, recobrando o juízo, disse: – Se é como você diz, e Elizabeth realmente quer se casar com você, vocês terão meu consentimento e minha bênção. Mas eu quero ouvir isso de seus próprios lábios. Mande-a a mim. Eu o deixei e fui ao encontro de Elizabeth. Ela viu por minha expressão que ele havia consentido. – Ele quer falar com você. Ela concordou e deixou a sala.


A Sra. Bennet, que tinha estado conversando com Jane e Bingley, elevou o olhar a isto. – Onde foi Lizzy? – Ela perguntou a Jane. – Eu não sei, – Jane respondeu, embora por sua expressão eu poderia dizer que ela adivinhava. – Ela deu uma desculpa para deixar a sala, estando cansada de conversar com aquele homem desagradável, eu suponho. – Disse a Sra. Bennet, não se dando ao trabalho de abaixar a voz. – Eu não a culpo. Agora, Jane, você precisa de um novo vestido para o casamento. Que cor você acha que deveria ser? Eu me casei de azul. – Ela disse, – absolutamente o mais lindo vestido, não como as modas atuais. Tinha uma saia ampla, e um corpete pontiagudo. Temos que nos certificar que você tenha algo igualmente bom. Cetim, eu acho, ou rendas de Bruges. Jane lançou-me um olhar apologético no início de seu discurso, e então participou com sua mãe, mas eu mal ouvi as efusões da Sra. Bennet. Eu estava imaginando o que estaria acontecendo na biblioteca. Parecia-me que Elizabeth havia saído há muito tempo. O que estaria seu pai dizendo a ela? Estava realmente levando tanto tempo para ela convencê-lo de seus sentimentos por mim? – Eu tenho observado constantemente, que os adornos do vestido de casamento não têm qualquer relação com a felicidade do enlace, – disse Mary, olhando sobre seu livro. – Tais coisas são vaidades, criadas para prender mulheres descuidadas e conduzi-las para o caminho da tentação. – Oh, silêncio Mary, fique quieta, ninguém te perguntou, – disse a Sra. Bennet, aborrecida. – Quando você encontrar um marido, poderá discursar sobre a natureza dos vestidos de casamento o quanto quiser. Mary foi silenciada. – Quando eu me casar, eu terei a saia de baixo de cetim e uma sobre saia de gaze, – disse Kitty, – e eu não fugirei com meu marido e viverei com ele em Londres antes. – Kitty, fique quieta, – disse a Sra. Bennet. Ela se voltou pra Bingley com um sorriso. – O que você usará Sr. Bingley? Um casaco azul ou um preto? Wickham se casou de casaco azul. Meu querido Wickham! – Ela


disse suspirando. – Um homem tão bonito. Mas, nem de perto, tão bonito quanto você. Eu capturei o olhar de Bingley. É provável que, se Wickham possuísse cinco mil libras por ano, ele seria considerado tão bonito quanto Bingley. – Eu usarei o que Jane desejar, – ele disse. Onde estava Elizabeth? Eu sentia minha impaciência crescendo. Ao menos ela retornou para a sala e sorriu. Tudo estava bem. A noite passou calmamente. Eu recebi um frio aceno da Sra. Bennet quando parti, e me perguntei como seria recebido no dia seguinte. Eu vi linhas de tensão em torno da boca de Elizabeth e eu sabia que ela estava imaginando sua entrevista com a mãe. – Por esta altura, amanhã, estará feito, – eu disse. Ela concordou, depois Bingley e eu partimos. – O pai dela deu seu consentimento? – perguntou Bingley, assim que retornamos para Netherfield. – Ele deu. – Jane e eu já marcamos a data de nossas bodas. Nós estávamos imaginando o que você e Elizabeth pensariam de um casamento duplo? Fiquei muito impressionado pela idéia. – Eu gosto. Se Elizabeth estiver de acordo, então será isso que faremos.

Quarta feira, 08 de Outubro Bingley e eu fomos a Longbourn cedo esta manhã. – Sr. Bingley, – disse a Sra. Bennet, inquieta enquanto o recebia. Ela se voltou para mim, e eu senti Elizabeth ficar tensa. Mas sua mãe simplesmente olhou para mim admirada e disse: – Sr. Darcy. Não havia indiferença em sua voz. De fato, ela parecia aturdida. Eu fiz uma reverência a ela e fui sentar-me ao lado de Elizabeth. A manhã passou muito bem. A Sra. Bennet subiu com as irmãs mais jovens, sob algum pretexto, e Elizabeth e eu ficamos livres para conversar.


Quando o almoço foi servido, a Sra. Bennet sentou-se a um de meus lados e Elizabeth ao outro. – Molho holandês, Sr. Darcy? – Disse a Sra. Bennet. – Eu acredito que você goste de molhos. Eu lancei um olhar ao redor da mesa, e vi não menos que seis molheiras. Eu estava a ponto de recusar o molho holandês quando avistei a expressão mortificada de Elizabeth e determinei-me a pagar a nova civilidade da Sra. Bennet com a minha própria civilidade. – Obrigado. Peguei um pouco de molho holandês. – E barnaise? Eu o tenho feito especialmente. Eu hesitei, então pus um salpico de molho barnaise junto ao molho holandês. – E um pouco de molho de vinho do Porto? – Ela disse. – Eu espero que você pegue um pouco. A cozinheira o fez especialmente. Eu peguei um pouco de molho de vinho do Porto e olhei para meu prato com desânimo. Eu capturei o olhar de Elizabeth e a vi rindo. Eu peguei um pouco de molho bechamel, molho de mostarda e molho de queijo também, e assim comecei a comer minha estranha refeição. – Você está apreciando seu almoço? – perguntou a Sra. Bennet solicitamente. – Sim, obrigado. – Não é o que você está acostumado, eu suponho. Eu poderia dizer honestamente que não. – Você possui dois ou três cozinheiros franceses, eu suponho. – Não, eu tenho apenas uma cozinheira, e ela é inglesa. – Ela é a cozinheira em Pemberley? – Sim, ela é. – Pemberley, – disse a Sra. Bennet. – O quão grande isso soa. Estou feliz que Lizzy tenha recusado ao Sr. Collins, um presbitério é nada comparado a Pemberley. Eu suponho que a chaminé seja maior que até mesmo a de Rosings. Quanto custou, Sr. Darcy? – Eu não estou certo.


– Muito provavelmente mil libras ou mais. – Deve ser difícil de manter, – disse o Sr. Bennet. – Mesmo em Longbourn, é difícil manter com todos os reparos. Entramos em uma discussão a respeito de nossas propriedades, e eu encontrei no Sr. Bennet um homem sensato. Ele pode ser negligente em relação aos interesses de sua família, mas suas funções em outras áreas são realizadas de forma responsável. Eu tenho que perdoá-lo por sua negligência pela forma que se produziu Elizabeth. Sua vivacidade e vitalidade poderiam ter sido esmagadas sob uma educação comum. Eu decidi que Georgiana deve ter um descanso temporário de governantas e acompanhantes, assim ela pode desenvolver sua própria personalidade. Eu estou certo que Elizabeth irá concordar.

Sexta feira, 10 de Outubro Elizabeth começou a me perguntar como me apaixonei por ela. – Como você pôde começar? – ela perguntou. – Eu posso compreender como prosseguiu o encantamento, depois que você começou, mas o que foi que o impulsionou inicialmente? Eu pensei. O que foi que me fez começar a me apaixonar por ela? Foi quando ela olhou satiricamente para mim na assembléia? Ou quando ela andou pela lama para ver Jane? Ou quando ela negligenciou me lisonjear, não me dizendo quão bem eu escrevia? Ou quando ela se recusou a tentar e atrair minha atenção? – Eu não posso determinar à hora, ou o local, ou o olhar, ou as palavras, que lançaram as bases. Isso foi há tanto tempo atrás. Eu estava no meio, antes de perceber que havia começado. Ela me importunou, dizendo que eu resisti a sua beleza, e conseqüentemente devo ter me apaixonado por sua impertinência. – Para ser claro, você não reconhece nada realmente bom em mim – mas ninguém pensa nisso quando se apaixona.


– Não havia nada de bom em seu comportamento afetuoso para com Jane, enquanto ela estava doente em Netherfield? – Querida Jane! Quem poderia fazer menos por ela? Mas faça disso uma virtude, de qualquer forma. Minhas boas qualidades estão sob sua proteção, e você está a exagerá-las o máximo possível. – Você não se ofende facilmente. Não deve ter sido fácil para você estar em Netherfield – você não foi muito bem recebida – e ainda assim você ficou mais divertida do que qualquer outra coisa pela nossa rudeza. – Eu gosto de rir, – ela admitiu. – E você é leal aos seus amigos. Você me repreendeu por meu tratamento ao Wickham – – Não fale dele! – Ela me implorou. – Eu dificilmente suporto pensar sobre isso. – Mas eu posso. Ele é um indivíduo repugnante, mas você não poderia saber disso naquele momento, e o defendeu. Não há muitas mulheres que defenderiam um pobre amigo contra um solteirão rico e elegível. – Por mais indigno que o “amigo” possa ser, – ela disse com pesar. – E você não teve medo de mudar seu pensamento quando descobriu a verdade. Você não se agarrou aos seus preconceitos, tanto em relação ao Wickham quanto a mim. Você reconheceu a justiça do que eu disse. – Sim, eu reconheci que um homem que não sustenta um perdulário não é um bruto. Isso é um indício de grande bondade, de fato. – Você fez tudo em seu poder para ajudar Lydia, mesmo sabendo que ela era imprudente e incivilizada, – eu apontei. – Ela é minha irmã. Eu dificilmente poderia abandoná-la a um patife, – ela respondeu. – Mas eu estou permitido a exagerar seus pontos positivos, – eu lembrei a ela. –Você mesma disse. Ela riu. – Pobre Lydia. Eu pensei que ela havia arruinado minha chance de felicidade com você para sempre. Eu não imaginei que você iria querer


estar ligado a uma família em que uma das garotas fugiu, especialmente quando esta fugiu com seu maior inimigo. – Eu nunca pensei nisso. Você me ensinou que essas coisas não importam. – Eu ensinei a você mais do que pensava então. Quando você veio a Longbourn, após o casamento de Lydia – – Sim? – Você falou tão pouco. Pensei que não se importasse comigo. – Porque você estava séria e silenciosa, e não me deu encorajamento. – Eu estava embaraçada, – ela disse. – E eu também estava. – Diga-me, por que você veio a Netherfield? Foi apenas para cavalgar até Longbourn e ficar embaraçado? Ou você pretendia conseqüências mais sérias? – Meu objetivo real era vê-la, e julgar, se eu pudesse, se seria possível fazê-la me amar. Meu motivo declarado, ou o que eu declarei a mim mesmo, era ver se sua irmã ainda estava inclinada para Bingley, e, se ela estivesse, confessar a ele o que eu havia feito. – Você terá, algum dia, coragem para declarar a Dama Catherine, o que está para acontecer? – É mais provável que eu precise de tempo que coragem, Elizabeth. Mas isso deve ser feito, e se você me der uma folha de papel, será feito imediatamente. Enquanto eu redigia minha carta para Dama Catherine, Elizabeth escrevia uma carta para sua tia e tio na Rua Gracechurch. A dela foi mais fácil de escrever que a minha, visto que esta ia proporcionar prazer, enquanto a minha ia causar pesar. Mas precisava ser feito.

Dama Catherine, Eu estou certo que você desejará me felicitar. Eu pedi a Srta. Elizabeth Bennet em casamento, e ela me deu uma grande honra dizendo sim. Seu sobrinho, Fitzwilliam Darcy.


– E agora eu vou escrever uma carta muito agradável, – eu disse. Eu peguei outra folha de papel e escrevi para Georgiana.

Minha querida irmã, Eu sei que você ficará encantada em saber que Elizabeth e eu vamos nos casar. Eu te contarei tudo quando a vir em breve. Seu amado irmão, Fitzwilliam. Foram curtas, mas não havia tempo para mais. Eu as li completamente, limpei com areia e enderecei os envelopes. – Você se importaria de ter outra irmã? – eu perguntei a Elizabeth. – De forma alguma. Estou ansiosa por isso. Ela viverá conosco em Pemberley? – Se você não tiver objeções? – Nenhuma. – Ela pode aprender muito com você. – E eu com ela. Ela será capaz de me dizer tudo sobre as tradições de Pemberley. – Você pode alterar qualquer coisa que não goste. – Não, eu não alterarei nada. Minha tia e eu já estamos de acordo, Pemberley é perfeita exatamente como é.

Terça feira, 14 de Outubro Elizabeth está encantada com a carta de Georgiana que chegou esta manhã. Estava bem escrita, e em quatro páginas expressava o prazer de Georgiana ante a perspectiva de ter uma irmã. Menos bem vinda foi a carta da Dama Catherine. Fitwilliam, Não vou chamá-lo sobrinho, pois você não o é mais para mim. Estou chocada e surpresa que você pôde rebaixar-se a oferecer sua mão a uma pessoa de nascimento tão inferior. Isso é uma mancha na honra e reputação do sobrenome Darcy. Ela não trará a você nada além de


degradação e embaraço, e reduzirá sua casa a um lugar de impertinência e vulgaridade. Seus filhos serão selvagens e indisciplinados. Suas filhas irão fugir com cavalariços e seus filhos serão advogados. Você nunca será recebido por seus conhecidos. Você estará desgraçado aos olhos do mundo, e se tornará uma figura desprezada. Você lamentará amargamente este dia. Lembrar-se-á que o adverti das conseqüências de tão desastroso ato, mas já será tarde demais. Não terminarei esta carta te desejando felicidade, pois nenhuma felicidade pode seguir tão maligna união. Dama Catherine de Bourgh

Quarta feira, 15 de Outubro Jantei com Elizabeth esta noite, e me surpreendi ao encontrar uma grande recepção lá, consistindo na Sra. Philips, Sir William Lucas e Sr. e Sra. Collins. O inesperado aparecimento dos Collins foi logo explicado. Dama Catherine tem estado tão excessivamente irada com nosso enlace, que eles pensaram que seria mais sábio deixar o Kent por um tempo e retirar-se à Residência dos Lucas. Elizabeth e Charlotte tinham muito a discutir, e enquanto as duas conversavam depois do jantar, eu fui deixado às ofertas misericordiosas do Sr. Collins. – Eu fiquei deleitado ao saber que você ofereceu casamento a minha leal prima, e que ela, em sua graciosa e feminina sabedoria, o aceitou, – ele disse radiante. – Eu agora entendo porque ela não pôde aceitar a proposta que eu inadvertidamente fiz a ela outono passado, quando eu não sabia nada dos presentes acontecimentos felizes. Eu pensei, naquele tempo, que era estranho uma jovem e amável mulher recusar uma proposta totalmente irrepreensível de um respeitável homem jovem, particularmente um que possui tão bom benefício eclesiástico, e quem, se eu puder dizer tanto, possui as vantagens de sua vocação para oferecer a ela tão boas quanto as vantagens de sua pessoa. Sua recusa me pareceu inexplicável naquele momento, mas eu compreendo totalmente agora. Minha leal prima havia


perdido seu coração para alguém que, se eu puder dizer tanto, é, em virtude de sua posição, mais digno que um clérigo, pois ele tem o destino do clero em suas mãos. Eu vi Elizabeth olhando satiricamente para mim, mas eu suportei sua conversação com compostura. Eu pude até, no momento, me divertir com isso. – Admiravelmente expressado, – disse Sir William Lucas, ao se juntar a nós. Ele me reverenciou, então ao Sr. Collins, depois a mim novamente. – Somente tanto mérito pode nos resignar ao fato de que você está levando embora à jóia mais brilhante de nosso condado, quando você levar Elizabeth para Derbyshire, – ele continuou com outra reverência. – Eu espero que nos vejamos muito frequentemente, quer em Longbourn ou em St. James. Afortunadamente fomos jantar, mas quando me vi livre da companhia do Sr. Collins e Sir William, me encontrei sentado ao lado da Sra. Philips. Ela parecia ter muito respeito por mim para dizer muito, mas quando ela falou tudo foi muito vulgar. – Então Sr. Darcy, é verdade que você ganha dez mil por ano? – ela perguntou. Eu a olhei subjugado. – Eu estou certa que deve ser, pois eu ouvi isso em todo lugar. Pemberley é maior que Rosings? Quando eu não respondi, ela perguntou novamente. – Sim, é, – eu disse. – E quanto custou a estante da lareira? O Sr. Collins estava me dizendo que a estante de Rosings custou oitocentas libras. Eu espero que a de Pemberley tenha custado mais de mil. Minha irmã e eu conversamos sobre isso outro dia mesmo. – – Eu confio, – eu disse, – que deve ter custado bem mais que mil libras. – Muito possível que tenha custado mais de mil e duzentas libras, – ela respondeu. – É uma boa coisa que Lizzy não tenha se casado com o Sr. Collins. Depois de tudo, embora minha irmã tenha ficado aborrecida


naquele momento, o que é o Sr. Collins comparado ao Sr. Darcy? Mesmo a Sra. Lucas concorda que ele não é nada que possa se comparar. Eu escutei seus comentários aborrecidos tão bem quanto pude, e imaginei o dia em que teria Elizabeth comigo em Pemberley, livre de todas as suas relações.

Terça feira, 28 de Outubro Eu não sabia que poderia me sentir tão nervoso, mas esta manhã eu me sinto mais nervoso que no dia em que pedi Elizabeth em casamento. Bingley e eu partimos para a igreja juntos. Eu acredito que ele estava mais ansioso que eu quando fomos e tomamos nossos lugares na frente. Os convidados começaram a chegar. O Sr. Collins foi o primeiro. Sua esposa não estava com ele, pois ela estava auxiliando Elizabeth. A Sra. Philips chegou logo depois. Então chegaram os Lucas, e depois os numerosos convidados de Elizabeth. De minhas relações estavam somente o Coronel Fitzwilliam e minha irmã, Georgiana. Dama Catherine e Anne não compareceram. Eu não esperava isso, e fiquei feliz que minha tia tenha decidido manter distância, mas eu não gostei de não ver Anne, e eu suspeito que ela teria gostado de me ver seguramente casado com Elizabeth. A igreja encheu. Os convidados tomaram seus lugares. Bingley e eu trocamos olhares. Olhamos para a porta. Olhamos para trás novamente. Olhei meu relógio. Bingley olhou o dele. Ele sorriu nervosamente. Eu sorri tranquilizadoramente. Ele concordou. Eu apertei minhas mãos. E então, nós ouvimos um suspiro, e, olhando em volta, eu vi Elizabeth. Ela estava andando pelo corredor conduzida por seu pai, com Jane ao outro lado. Mas eu não tinha olhos para Jane. Eu só tinha olhos para Elizabeth. Ela parecia radiante. Eu senti meu nervoso me deixar enquanto ela vinha até mim, tomando seu lugar ao meu lado como Jane tomou o seu ao lado de Bingley.


A cerimônia foi simples, mas me tocou profundamente. Quando Elizabeth e eu trocamos votos eu pensei que não poderia haver homem mais feliz que eu em toda a Inglaterra. Nós deixamos a igreja, e quando eu olhei para Elizabeth eu sabia que ela era, agora, a Sra. Darcy. – Sra. Darcy! – Disse sua mãe, ecoando meus pensamentos. – Quão bem isso soa. E Sra. Bingley! Oh! Se eu puder ver minhas duas outras filhas tão bem casadas, eu não terei nada mais a desejar. Nós retornamos a Longbourn para o café-da-manhã do casamento, e então, Elizabeth e eu, partimos para um tour pelo Distrito dos Lagos. Jane e Bingley vieram conosco. Nós paramos a noite em uma estalagem, e eu estou usando todas as oportunidades para escrever em meu diário, visto que depois não haverá tempo. Eu estou imaginando esta noite. Depois do jantar, nosso verdadeiro casamento irá começar.


Novembro


Terça-feira, 11 de novembro Hoje voltamos para Pemberley, depois da nossa lua de mel pelos lagos. Elizabeth parecia bem e feliz. Eu a observei enquanto a carruagem enrolava o caminho, vendo em seu rosto a alegria em sua nova casa. A carruagem parou do lado de fora da porta. Nós entramos. Sra Reynolds tinha montado a equipe, e eles nos acolheram. Sra Reynolds, eu sei, está encantada de ver uma senhora em Pemberley novamente. Subimos para nossos quartos. Entrei em sua suíte com Elizabeth. Era o único conjunto de quartos que ela queria alterar, e tinha sido decorado exatamente como ela desejava. – Você gostou? – Eu perguntei Ela olhou a sua volta apreciando. – É perfeito. Eu fui até ela e beijei-a. – Você gostou? – Ela perguntou, olhando em volta do quarto novamente. – Não importa se eu gosto ou não. – Eu acho que importa. – Ela brincou comigo. – Afinal de contas, você será um visitante assíduo. Eu sorri e beijei-a novamente. Eram algumas horas mais tarde quando descemos as escadas. – Você tem certeza que não quer nenhum dos outros quartos redecorados? – Eu perguntei a ela, enquanto entrávamos na sala de jantar. – Não, eu gosto deles do jeito que são. Eles me lembram da minha primeira visita em Pemberley. – Ela andou até a janela e olhou para fora. – É uma linda paisagem. Eu concordei. A colina arborizada era linda, e o rio brilhava enquanto ele serpenteava seu caminho através do vale. Eu amo cada arvore e cada folha do gramado, e aquece-me saber que ela ama, também. – O que você pensou quando viu pela primeira vez? – Eu perguntei a ela. Ela sorriu maliciosamente. – Que eu poderia ter sido a senhora de tudo isso, se eu tivesse aceitado você!


– E não se arrepende? – Por um minuto, até que me lembrei que não teria sido permitido acolher minha tia e meu tio aqui. – Eu não posso acreditar que eu fui sempre tão orgulhoso. Se não fosse por sua tia e seu tio, talvez nunca nos encontrássemos novamente. Vamos recebê-los a qualquer momento que você desejar fazê-lo. Coloquei meus braços ao redor dela. – Devemos tê-los para se hospedar em breve. Eu prometi a minha tia que ela pode cavalgar em volta do parque em uma carruagem leve e um par de cavalos. – Ela virou-se no circulo dos meus braços e acariciou minha bochecha. – Mas não vamos convidá-los ainda.

Terça-feira, 18 de Novembro Temos estado em Pemberley por uma semana, e Elizabeth e Georgiana estão ficando juntas bem como eu poderia ter esperado. Georgiana está começando a perder um pouco sua timidez através de sua proximidade com Elizabeth, e embora ela não é tão brincalhona quanto Elizabeth, ela tem se aventurado a me gozar em uma ou duas ocasiões. Eu finalmente sinto que posso ser um irmão para Georgiana novamente, e não um pai ou mãe. Ela está crescendo agora, e com Elizabeth me orientando, já não me preocupo que eu não entenda as jovens senhoras. Se estou alguma vez em dúvida, tenho apenas que perguntar a Elizabeth. Vida está muito mais fácil para Georgiana, também, porque, ela tem uma confidente bem como uma irmã em Elizabeth.

Quinta-feira, 20 de Novembro


Elizabeth recebeu uma carta de Lydia esta manhã, pedindo ajuda com algumas contas. Deparei-me com ela por acaso enquanto ela estava lendo-a em seu quarto. Ela olhou para cima com culpa enquanto eu entrava. – Segredos? – Eu perguntei. Ela olhou magoada. – É de Lydia. Ela é tão extravagante que excedeu sua renda novamente. Ela escreve para mim que deve ser ótimo ser tão rica, e pede minha ajuda. – Você não vai dar a ela? – Eu vi seu rosto. – Você irá. – Ela é minha irmã, depois de tudo. – Ela disse. – Deixe-a pedir a Jane. – Ela já pediu a Jane, – Elizabeth disse, sua graça retornando. – Eu sinto ela medíocre por pedir para cada um de nós. – Você deve dizer não. Então ela aprenderá gerenciar. – Não a Lydia. Ela irá acumular contas até os lojistas exigirem o pagamento, e depois ela e Wickham mudarão de hospedagem e começarão tudo de novo. Pense nisso desta maneira, eu não ajudando Lydia, estou ajudando os lojistas que ela está enganando”. Com isso ela sabia que eu concordaria. – Eu nunca paro de perguntar como é que você e Jane saíram tão bem, quando suas outras irmãs tão mal. – Eu disse indo até ela e beijando-a na bochecha. – Kitty não é tão mal, – Elizabeth disse. – Eu estava pensando em pedi-la pra ficar conosco. Depois da nossa festa de Natal mês que vem. Vou convidá-la para ficar conosco. Um pouco de excelente companhia fará muito para influenciá-la para o melhor. – Se você deve, você deve. Eu preferia ter você para mim. – Ela não vai estar dentro da casa o tempo todo. Ela fará longas caminhadas com Georgiana, – disse Elizabeth. – Ou longo passeios de carruagem, – eu disse beijando-a nos lábios. – Ou piqueniques, – Elizabeth disse me beijando de volta. – Meu amor, acho melhor trancar a porta.


Dezembro


Sexta-feira, 5 de Dezembro Elizabeth tinha pedido um phaeton8 com dois cavalos para o natal. Sua tia e seu tio estariam juntos conosco, e eles estariam lá em pouco mais de quinze dias. Elizabeth persuadiu-me a convidar minha tia, também. “É tempo de por fim as hostilidades”, ela disse, e ela estava certa. Eu não poderia estar em maus termos com Lady Catherine para sempre. Jane e Bingley estão vindo para ficar, e eles estão trazendo com eles Caroline e Louisa. Sr. e Sra. Bennet também estarão vindo com Mary e kitty e Lydia será a única de sua parte. Eu relutantemente concordei em recebê-la, mas na condição de que Wickham não venha com ela. Eu não vou recebê-lo em Pemberley, agora e sempre. Elizabeth entende. Ela não tem desejo de vê-lo, e ambos sabemos que isto seria mortificante para Georgiana. As duas pessoas que nós não estaremos vendo são Sr. e Sra. Collins. Charlotte está em uma interessante condição e não pode viajar. Elizabeth tem me lembrado de procurar por um trabalho para Sr. Collins, um melhor do que ele tem no presente. — Uma casa maior para Charlotte — disse Elizabeth, — e uma farta, para manter Sr. Collins ocupado. Se há alguma coisa para ele fazer fora de casa, talvez alguma casa de caridade pra executar, tanto melhor. E certifique que a casa tenha dois agradáveis quartos, de modo que Charlotte possa ter um, assim como seu marido. — Muito bem, mas, eu não os terei dentro de uma hora de carro de Pemberley. Eu gosto muito de Charlotte, mas nem mesmo sua amizade com ela pode me reconciliar com seu marido. Nisto, Elizabeth e eu somos como um.

8

* Uma espécie de charrete, ou carruagem: http://www.oilpaintinghk.com/art/oil_paintings_44093.html


Sábado, 13 de Dezembro Todos os nossos convidados estariam chegando na segunda. Um a mais foi adicionado ao numero. Coronel Fitzwilliam estará vindo com Lady Catherine e Anne.

Segunda-feira, Dezembro

15

de

Em fim, eles estão aqui. Jane e Bingley foram os primeiros a chegar, trazendo com eles Caroline e Louise. — Sr. Darcy. — Disse Caroline com excessiva cortesia. — É uma satisfação vê-lo novamente. — Ela sorriu enquanto eu pensei que ela e Elizabeth sempre tinham sido as melhores amigas, depois se virou para mim. — Sr. Darcy, você parece muito bem. — Ela disse. — E Georgiana. Como você cresceu! Deve ser esse ar de Derbyshire. Isto é tão revigorante. Louisa estava menos vocal, mas cumprimentou cordialmente. Sr. Hurst apenas grunhiu antes de se retirar para a sala de bilhar. Caroline e Louisa subiram, deixando Georgiana, Elizabeth e eu livres para conversar com Jane e Bingley. —Então Lydia está vindo? — Perguntou Bingley enquanto todos nos sentávamos na sala de estar. — Sim, ela está, embora não seu marido. — Elizabeth disse. — ‘Você acha que foi feio de minha parte, não convidá-lo?’ — Ela perguntou a Jane. — Querida Lizzy, é claro que não. Não é como se ele e Lydia não tivessem mais pra onde ir. Eles só estiveram conosco duas vezes. É mais barato pra eles ficarem com a gente do que por conta própria. Eles desistiram de um conjunto de alojamentos antes de vir para nós, para que eles não tivessem que pagar aluguel, e depois tomaram outro conjunto quando retornaram. — Que angustiante. — Disse Elizabeth. —Não para Lydia. Ela está na mesma de sempre. Exuberante e alto astral. Ela prospera na mudança.


— A próxima vez que eles vierem. Eu acho que terei os serventes dizendo ‘nós não estamos em casa’! — Disse Bingley. — Nós também somos convenientes para Netherfield, esse é o problema. — Disse Jane. — Eles visitam Longbourn, e em seguida eles vêm para nós, quando eles ficam fora das boas vindas de lá. E não é apenas Lydia quem nos visita. Parece que todo dia minha mãe acha uma razão para ligar. Nós estamos pensando em tomar uma casa em outro lugar. — Pobre Jane! Você deve vir e viver em Derbyshire. — Disse Elizabeth. — Há algumas muito finas propriedades bem por aqui. — Eu disse. — Eu acho que nós poderíamos. — Disse Bingley. Uma carruagem puxando lá fora nos alertou para o fato de que Lady Catherine havia chegado. Ela desceu com toda a classe e entrou na casa. Alguns minutos depois ela varreu através da sala de estar sem esperar ser anunciada. Ela olhou ao redor com um olho invejoso. —Os móveis não foram substituídos. Eu vejo. — Ela disse sem qualquer saudação a Elizabeth e a mim. — Eu pensei que vocês colocariam os moveis de minha irmã no sótão e os substituiriam com algo de mão de obra inferior. — Vossa senhoria não pode pensar que eu estragaria minha própria casa. — Disse Elizabeth. — Sua casa. Hah! — Disse minha tia. Elizabeth lançou-me um olhar satírico, mas fazendo um determinado esforço ela cumprimentou Lady Catherine, Anne, e Coronel Fitzwillian. — Nos encontramos novamente. — Ele disse. — Sim. — E em uma circunstancia feliz. Darcy é um homem sortudo. — Ele disse a ela. — Darcy não é tal coisa. — Disse minha tia. — Ele deveria ter se casado com Anne. Anne lançou seu olhar para o chão. —Espero que tenha tido uma boa viagem, heim? — Elizabeth a perguntou. Anne ergueu os olhos um pouco, mas não respondeu. Eu estava impressionado com a mudança em seu comportamento desde a ultima vez


que eu a havia visto, e meu primo tinha tido que ela tinha muito mais espírito longe de sua mãe. — A saúde de Anne é precária. Ela nunca viaja bem. — Disse minha tia. — Mas a viagem foi boa. — Disse coronel Fitzwillian. — A carruagem de Lady Catherine é confortável, e as estradas não estavam muito ruins. — Deixe-me mostrá-los seus quarto. — Disse Elizabeth. — Este é o trabalho das camareiras. — Disse Lady Catherine desdenhosamente. — Então eu pedirei a Sr. Reynolds para mostrar lhes o caminho. — Disse Elizabeth. Ela voltou para Anne. — Permita lhe mostrá-la seu quarto. — Ela disse. — Este é o quarto que você sempre teve. Eu ordenei a Sr. Reynolds que era seu. Anne lançou um olhar preocupado a sua mãe. Mas permitiu que Elizabeth a levasse a cima. Jane foi com elas, enquanto minha tia esperava por Sr. Reynolds. Coronel Fitzwillian riu. — Elizabeth não teme ninguém. — Ele disse, enquanto Sr. Reynolds levava Lady Catherine acima. — É claro que não. — Disse Bingley. — Ela casou com Darcy! Embora eu pense que ele não é tão terrível como costumava ser. O casamento o mudou. — Isto faz dois de você. Talvez eu devesse finalmente tomar o meu passo. — Disse o Coronel. Elizabeth voltou a nós, e logo as outras damas acharam seus caminhos para a sala de estar. Minha tia e Anne já conheciam Caroline e Louisa, e uma vez que as quatro delas haviam trocado cumprimentos, minha tia começou a falar, sem parar enquanto ouviu outra carruagem chegar. — Quem são esses? — Ela perguntou olhando para fora da janela. — Minha tia e meu tio. — Chorou Elizabeth, pulando. — O tio que é um advogado ou o tio que vive em Cheapside? — Perguntou Lady Catherine desdenhosamente. Elizabeth não respondeu, mas foi à frente para cumprimentar seus convidados, logo que eles entraram na sala. — Elizabeth! Você parece ótima. — Disse Sra. Gardiner. Ela estava vestida elegantemente, e tinha um ar de encanto sobre ela. — Positivamente florescendo. — Adicionou Sr. Gardiner.


Eu vi que Elizabeth estava satisfeita com o olhar de surpresa no rosto de Caroline. Nós trocamos olhares, e nossos pensamentos foram de volta para a primeira vez que eu tinha conhecido os Gardiners, quando eu, também, tinha sido agradavelmente surpreendido. Seguiu-se uma usual conversação sobre estradas, e depois de falarmos sobre o transporte dos Gardiners, levou Elizabeth a dizer: — Eu tenho uma carruagem com dois cavalos, tudo pronto para você, do jeito que você pediu. Assim que você se sinta bem para viajar novamente, nós vamos levá-los a redor do parque. — Uma carruagem de par? O que é isso? Uma equipagem para passeio? Eu devo ter minha parte de prazer. Eu gostaria de andar ao redor do parque e de todas as coisas. Eu gostaria de ter aprendido a dirigir se Sr. Lewis tivesse me ensinado, e eu teria me destacado nisto. — Disse Lady Catherine. — Sr. Lewis disse-me assim mesmo. Você deve me deixar saber quando quiser ir, eu irei com você, assim como Anne. — Mas há apenas dois assentos. — Pontuou Elizabeth. — Então Anne e eu pegaremos a carruagem. — Estou certa de que a Vossa Senhoria não vai gostar da expedição. — Disse Elizabeth. — Nós não estaremos apenas seguindo o rio, mas também estaremos indo através das matas. — O que isso significa? — Pediu Lady Catherine. — As matas são meu maior prazer. Quando minha irmã era viva, nós fomos lá muitas vezes. Mas, como Vossa Senhoria me informou em nosso ultimo encontro, minha presença tem os poluído. — Disse Elizabeth maliciosamente. Minha tia não pode pensar em nenhuma resposta. Eu nunca a vi perder as palavras. E isto foi uma bem vinda experiência. Ela não estava vencida, no entanto, e depois de um minuto ela superou seu espanto e disse: — Sua mãe e sua irmã estão vindo, certo? — Sim, elas estão. — Todas elas? — Sim, todas elas. —Até aquela que fugiu com o filho do mordomo de Darcy? — Sim, até Lydia. — Eu soube que sua mãe a recebeu em Longbourn depois do escandaloso comportamento dela. Isto não pode ser verdade, é claro. A noticia deve ser falsa. Nenhuma mãe pode endossar infame comportamento da parte de sua filha. Ela deveria imediatamente


arremessá-la fora e deixá-la viver com as conseqüências do comportamento dela. Em sua estimativa do caráter de Sra Bennet, ela estava totalmente errada. Sra Bennet chegou logo depois de seu irmão e sua esposa, e ela não só endossou o comportamento de Lydia, ela glorificava isso. — Lady Catherine é tão bom vê-la novamente. — Ela disse enquanto ela fazia sua reverencia. — É como se fosse ontem que você estava nos visitando em Longbourn, trazendo nos palavras de Charlotte em seu caminho através da vila. Se você tivesse me dito o que eu sei agora, eu não deveria ter acreditado em você. Minha Lizzy casou com Sr. Darcy! É claro, isto não é de admirar. Ela sempre foi uma garota de muita sorte, a favorita de seu pai, embora Jane tenha mais beleza, Lizzy tem mais inteligência, embora é claro eu não deveria chamá-la de Lizzy mais, deveria chamá-la de Sra. Darcy. Sra. Darcy! Isso soa tão bem. E pensar que ela é a dona de Pemberley! Eu sabia que ela não podia estar tão animada por nada. Pemberley é uma casa muito fina. Eu não tinha idéia de que poderia ser tão refinada. Lucas Lodge é nada comparado a isso, e isto é ainda melhor que a casa grande em Stoke. Enquanto Purvis Lodge tem o sótão mais terrível, mas Lizzy — Sra. Darcy — Me assegurou que os sótãos em Pemberley são os melhores que ela já viu. — Estou certo que ela lhe dará um tour por ela, se você pedi-la gentilmente. — Disse Sr. Bennet secamente enquanto ele caminhava em frente e beijava Elizabeth. — Como você está Lizzy? Você está bonita. — Estou bem, Papai. — Darcy está tratando você bem? — Sim, ele está. — Bom. Então eu não terei que chamá-lo para um duelo. — Estou certo que iria acabar comigo em um instante, senhor. — Eu disse. — Eu terei todo o prazer em fazê-lo. — E você, também, está incluído no convite, é claro. — Eu disse a Sr. Gardiner. — Isto me dará um grande prazer. — O que você acha do meu gorro Lizzy? — Perguntou Lydia, vindo em frente. — Não acha que é encantador? Eu o comprei ontem. — Eu penso que você precisa economizar. — Disse Elizabeth. — E eu fiz. — Disse Lydia. — Havia três gorros que eu gostei na loja, e eu comprei apenas um.


— De tudo que eu tenho lido, praticas de economia não vem naturalmente para mulheres. — Disse Mary.

Terça-Feira, 16 de Dezembro Elizabeth guiou sua tia hoje pelas terras na carruagem aberta como prometido, e ambas voltaram com brilhos nos olhos e um rubor em suas maçãs do rosto. – E você gosta de Pemberley tanto quanto a última vez que você visitou? – Perguntei a ela. – Muito mais, – respondeu ela. – Antes, era simplesmente uma casa muito boa. Agora é a casa de Elizabeth. – Deve ser uma maneira agradável de ver as terras, – disse Anne. Havia um traço de melancolia na voz dela. Elizabeth ouviu, e disse. – Você deve fazer um passeio comigo esta tarde. Eu a abençoei por isso, Anne tem poucos prazeres em sua vida, eu acredito. Elas partiram depois do almoço, e embora a viagem fosse mais curta que a anterior, voltaram com o humor animado. – Eu acho que me equivoquei sobre Anne, – disse Elizabeth mais tarde. – Eu, que me orgulhava de minha habilidade ao julgar pessoas a partir de primeiras impressões das mesmas, pareço ter feito nada mais que me equivocar este ano. Eu cometi um erro grave referente a você, e acredito que tenha errado sobre Anne também. Tomei ela como doente e indisposta, e eu pensei... – Ela parou abruptamente. – Sim, o que você pensou? – Eu perguntei. – Eu pensei que vocês dois, mereciam um ao outro, – disse ela maliciosamente. – É uma pena que eu não soube disto mais cedo, ou poderia tê-la atendido casando com ela, – provoquei-a. Eu nunca soube o que era provocar ou ser provocado antes de conhecer Elizabeth, mas estava aprendendo. – Ela não é tão doente ou indisposta como eu supus. Na verdade, quanto mais saimos de casa, mais animada, ela se torna.


– Ela costumava ser muito mais animada quando erámos crianças, até o inverno, quando ela teve um forte resfriado e uma tosse constante em seu peito. Minha tia levou-a até o seminário e disse que ela não estava bem o suficiente para voltar. – Ah. Então ela esta sozinha em Rosings com Lady Catherine desde então? – Ela tinha seu companheiro. – Era um companheiro corajoso estando com Lady Catherine. – Eu concordei. - O que você conversou com Anne? – Para começar, falamos do parque. Ela tem boas recordações das visitas de criança, e ela apontou o local em que perdeu a boneca, e o ponto em que o Coronel Fitzwilliam a encontrou, embora ele não fosse um coronel até então. Mas ele parece ter sido um bom menino. Não deveria ser agradável para ele ter uma menina se arrastando atrás dele, mas ele pareceu ter-lhe mostrado muita bondade. – Ele sempre foi amavel com Anne. – E então nós falamos de livros. Ela tem lido muito, e nós tivemos um animado debate. Eu penso que ela é melhor longe de sua mãe. Vou pedir a minha tia Gardiner que leve-a para fora na carruagem amanhã. Nós duas, devemos ser capazes de separá-la de Lady Catherine durante a maioria de sua estada.

Quinta-feira, 18 de Dezembro O grupo de casa está provando ser surpreendentemente agradavel. Sra. Bennet está contente com o comprimento e a largura do caminho de Pemberley, memorizando sua elegância para que ela possa perturbar seus vizinhos relatando o esplendor no seu retorno à Longbourn. Lydia gasta seu tempo flertando com o jardineiro. É inutil tentar pará-la, e pelo menos isso a mantém longe das portas. Sr. Bennet fica na biblioteca na maioria das vezes, se aventurando somente para as viagens de pesca. Lady Catherine se ocupou em instruir Kitty e Mary no comportamento correto para jovens senhoras, Kitty é tão admirada com a minha tia que se senta e


escuta-a com uma atenção lisonjeira pelas horas que passam juntas. Mary também, se senta e escuta, intercalando com seus profundos pensamentos de suas leituras. Caroline e Louisa se ocupam com suas revistas de moda, enquanto o Sr. Hurst dorme durante a maior parte do tempo. Anne tem mais chances de escapar sem avisar sua mãe, e tomou a andar pelo terreno, onde ela muitas vezes é acompanhada pelo coronel Fitzwilliam. A tosse parece perturbá-la menos do que antigamente, e ela diz que é o exercício que está fazendo bem. Quando os outros estão ocupados, é com Jane e Bingley, Georgiana, Sr. e Sra. Gardiner, que Elizabeth e eu podemos passar a maior parte do nosso tempo.

Sabado, 20 de Dezembro Elizabeth e eu cavalgavamos com Jane e Bingley esta manhã para ver uma propriedade a cerca de dez milhas de Pemberley. É uma excelente casa, com boas vistas. Olhamos em volta, e Jane e Bingley ficaram muito interessados com ela. – Se não encontrar nada melhor, eu penso que vamos comprá-la, – disse Bingley. – Eu acredito que você está aprendendo a ter cautela, – eu disse a Bingley. – Um ano atrás, você teria comprado de imediato. – Impossível para mim fazer isso agora, – disse ele, sacudindo a cabeça. – Se tem uma coisa que aprendi com você, Darcy, é que não se deve comprar uma casa sem primeiro investigar em volta as outras chaminés! – Eu repreendi Bingley por não fazer nenhuma pergunta inteligente, quando ele quis Netherfield, – eu expliquei, quando Elizabeth me olhou intrigada. – É uma coisa boa ele não tenha perguntado muito, – disse Elizabeth, – Ou então talvez nós nunca teriamos nos encontrado. Andamos de volta à casa, onde encontramos Sra. Bennet em uma profunda conversa com a Sra. Reynolds, discutindo sobre quanto as cortinas tinham custado, e quais eram as dimensões exatas do salão de baile. Anne estava na sala de estar com a senhora Gardiner, e suas risadas alcançaram nós assim que entramos na sala.


Anne estava com uma expressão facial melhor do que antigamente. Havia uma animação sobre ela que estava totalmente ausente quando ela estava confinada com Lady Catherine, e, comigo mesmo, quando ela pensou que teria que se casar comigo. – Você gostou da casa? – perguntou a Sra. Gardiner. – Sim, muito. – Disse Jane. – É um pouco menor que Netherfield, mas ainda é uma casa de bom tamanho. – Menor que Netherfield? – Perguntou a Sra. Bennet, entrando na sala. – Isso nunca será. – Mas está a uma curta distância de Pemberley, – disse Jane. – Está certo, isso seria um favor. Nessa altura eu poderia visitá-las ao mesmo tempo. Eu posso ficar com Lizzy primeiro e depois, querida Jane, eu posso ficar com você. É uma longa jornada até Derbyshire para visitar uma filha, mas uma distancia fácil para visitar duas. Ouso dizer que vou estar aqui toda a hora. – Eu pensei que o parque era um pouco pequeno, – disse Bingley, com um olhar para Jane. – E os sótãos são medíocres, – disse ela. – Ah, se os sótãos são mediocres eu não devo contemplá-los, – disse Sra. Bennet. – Era melhor que vocês tivessem permanecido em Netherfield.

Segunda-Feira, 22 de Dezembro Hoje foi um dia úmido. Depois do jantar, Lady Catherine se recolheu cedo. Kitty e Lydia estavam ocupadas adornando gorros, e Mrs Bennet estava contando para Kitty que quando ela se casar, ela deve certificar-se de ter uma casa tão refinada quanto Pemberley. Mr Gardiner e Mr Bennet estavam jogando xadrez, enquanto Mrs Gardiner estava olhando um livro de estampas. — Alguém poderia dar atenção ao jogo de bilhar? — perguntou Coronel Fitzwilliam.


— Darcy irá jogar com você e eu irei assistir — falou Elizabeth. — Anne, você irá se juntar a nós? Anne concordou, e nós quatro fomos para a sala de bilhar. Nós mal entramos, porém, quando Elizabeth excluiu a si mesma com uma desculpa de dor de cabeça, e me pediu para ajudá-la a voltar para a sala de desenho. Quando a porta da sala de bilhar fechou atrás de nós, sua dor de cabeça pareceu ter desaparecido. — Eu acho que Fitzwilliam e Anne ficarão melhores sem nós — ela falou. Eu olhei para ela, com surpresa. — Ele precisa de apenas um empurrãozinho para perceber que está apaixonado por ela. — Fitzwilliam e Anne? — Eu acho que eles se encaixam. Os olhos dela o seguem em qualquer momento que ele esteja na sala, e ela raramente fala sobre algum assunto sem mencioná-lo. Por parte dele, ele sempre esteve caidinho por ela, e está é uma união tão certa quanto o amor. Ele precisa se casar com uma herdeira, e Anne irá herdar a Rosings e uma considerável fortuna além disso. Eu estava ainda mais surpresa. — Como você sabe que ele precisa se casar com uma herdeira? — Ele me disse. — Quando ele te disse? — Na Rosings, quando estávamos todos juntos na última Páscoa. Eu suspeito que isto fosse para me colocar em guarda, e me avisar que eu não deveria esperar nenhuma oferta vinda dele. — Como os homens são arrogantes! Nós dois achamos que você desejava uma oferta nossa! — Talvez eu até quisesse uma vinda do Coronel, — ela me provocou. — Meu amor, eu avisei você que eu sou um marido ciumento. Eu vou banir o meu primo de Pemberley a menos que você me conte neste minuto que você não desejava uma oferta dele. — eu respondi. — Muito bem, eu não desejava. Mas Anne, eu acho, deseja. — Isto pode não ser uma coisa ruim. — eu falei — De fato, quanto mais eu penso nisso, mais eu fico agradecida. — Lady Catherine, também, ficará agradecida.


— Então você está encorajando isto para deixar Lady Catherine agradecida? — Eu o perguntei inocentemente. — Mr Darcy, você está se tornando tão impertinente quanto a sua esposa! — ela me alfinetou. — Mas eu não tenho certeza de que Lady Catherine irá aprovar. — eu falei pensativamente. — Ela não pode reclamar da descendência dele. — Talvez não, mas ele é o filho mais novo e empobrecido — eu a lembrei. — Mas a fortuna da Anne é grande o suficiente para dois. — Meu primo não tem casa. — Ele viverá na Rosings, — ela disse. — Mandando a Lady Catherine para a casa do dote. — Considerando que, se você tivesse se casado com a Anne, ela poderia ter sido a soberana de Pemberley, e Lady Catherine poderia ter continuado sendo a soberana de Rosings. Nós dois imaginamos como Lady Catherine reagiria quando ela se desse conta que ela poderia ter que se mudar para a casa do dote. — Você acha que a Anne vai achar coragem para abandonar sua mãe? — eu perguntei. — Isto seria interessante de ver.

Quinta-feira, 25 de Dezembro Eu pouco pensei, enquanto eu celebrava o Natal com Georgiana em Londres no ano passado, que a próxima vez eu comemorasse seria casado. Pemberley está parecendo muito festivo. Verdura foi torcida em volta do corrimão, enquanto o azevinho, espesso, com bagas vermelhas, adorna as fotos e, visco pende dos lustres. Nós acordamos com um cheiro de fermento, e depois de café da manhã, freqüentamos a igreja. O clima era tão fino que Elizabeth, Jane, Bingley e eu decidimos caminhar até igreja, enquanto o resto dos nossos hóspedes foi levado para lá de carro.


— Isso me faz lembrar dos passeios que tomou quando Jane e eu estávamos recém-casados. — Disse Bingley, à medida que o gelo triturava sob nossos pés. - Apesar de então não estava tão frio. — Você e Jane estavam na posição de ser feliz amantes. Vocês poderiam passar o seu tempo a falar uns com os outros e ignorando todos os outros, enquanto que Elizabeth e eu não conseguíamos nem sentar juntos. — Mas você conseguiu se perder nas pistas do país, sempre que estávamos porta a fora. Bingley disse com um sorriso. —As pistas foram muito úteis. — Disse Elizabeth. — E sua mãe te ajudou muito, ao insistir em manter o homem ocupado. Disse Jane. — Eu nunca estive tão mortificada na minha vida. Disse Elizabeth, mas ela estava rindo como ela disse. Nós viemos para a igreja e entramos. Os nossos convidados já estavam reunidos, e mais rápido do que entramos o serviço começou. É vivo e interessante, cheio do bom ânimo da ocasião. Lady Catherine se queixou dos hinos, do sermão, das velas e livros de oração, mas estou convencido de que todo mundo estava encantado pelo serviço. Tivemos um esplêndido jantar, e depois nós jogamos charadas. Caroline escolheu o coronel Fitzwilliam como seu parceiro, mas Elizabeth obstruiu seus esforços para reivindicar a sua atenção no final da tarde, convidando-o a dançar com Anne. Eles fizeram um casal animado, mesmo com as terríveis advertências refutadas de Lady Catherine de que Anne iria sofrer um ataque de tosse. Kitty dançou com o Sr. Hunter, e até mesmo Mary foi persuadida a ir para a pista, mas ela protestou que a dança não era uma atividade racional e declarou que ela estaria muito melhor lendo um livro. Quando todos os nossos hospedes se retiraram, fomos ao andar de cima. — Cansada? Eu perguntei. Para responder, ela levantou a mão acima da cabeça, e vi que ela estava segurando um ramo de visco.


Segunda-feira, 29 de Dezembro Nossa festa terminou esta manhã. Lady Catherine e Anne foram as primeiras a sair, acompanhadas pelo coronel Fitzwilliam. Elizabeth tinha a esperança de ouvir sobre o noivado, mas ainda que Fitzwilliam e Anne tenham passado uma grande parte do tempo na companhia um do outro, nada foi dito. Os Bennets foram os próximos. Os últimos a partir foram Jane e Bingley. — Vocês devem vir e nos visitar em Netherfield. Disse Jane. — E tragam Georgiana. Disse Bingley. Nós prometemos ir vê-los antes de muito tempo. No fim tivemos a casa só para nós. — É muito agradável ter convidados. Eu disse, depois que a carruagem partiu. — Mas é ainda melhor vê-los partir. Nós voltamos para a sala de estar. Georgiana e Elizabeth foram logo revivendo a visita, discutindo sobre as pessoas que tínhamos visto. Georgiana se aventurou a fazer um comentário humorístico sobre Lady Catherine, e olhou para mim para ver se ele tinha ofendido. Ao ver meu rosto, ela relaxou. Ela perdeu muito de sua timidez e está no caminho de se tornar uma aberta e confiante jovem mulher. Por isso, e por tantas coisas, eu tenho que agradecer a Elizabeth.


Terça-Feira, 16 de Dezembro Elizabeth guiou sua tia hoje pelas terras na carruagem aberta como prometido, e ambas voltaram com brilhos nos olhos e um rubor em suas maçãs do rosto. – E você gosta de Pemberley tanto quanto a última vez que você visitou? – Perguntei a ela. – Muito mais, – respondeu ela. – Antes, era simplesmente uma casa muito boa. Agora é a casa de Elizabeth. – Deve ser uma maneira agradável de ver as terras, – disse Anne. Havia um traço de melancolia na voz dela. Elizabeth ouviu, e disse. – Você deve fazer um passeio comigo esta tarde. Eu a abençoei por isso, Anne tem poucos prazeres em sua vida, eu acredito. Elas partiram depois do almoço, e embora a viagem fosse mais curta que a anterior, voltaram com o humor animado. – Eu acho que me equivoquei sobre Anne, – disse Elizabeth mais tarde. – Eu, que me orgulhava de minha habilidade ao julgar pessoas a partir de primeiras impressões das mesmas, pareço ter feito nada mais que me equivocar este ano. Eu cometi um erro grave referente a você, e acredito que tenha errado sobre Anne também. Tomei ela como doente e indisposta, e eu pensei... – Ela parou abruptamente. – Sim, o que você pensou? – Eu perguntei. – Eu pensei que vocês dois, mereciam um ao outro, – disse ela maliciosamente. – É uma pena que eu não soube disto mais cedo, ou poderia tê-la atendido casando com ela, – provoquei-a. Eu nunca soube o que era provocar ou ser provocado antes de conhecer Elizabeth, mas estava aprendendo. – Ela não é tão doente ou indisposta como eu supus. Na verdade, quanto mais saimos de casa, mais animada, ela se torna. – Ela costumava ser muito mais animada quando erámos crianças, até o inverno, quando ela teve um forte resfriado e uma tosse constante em


seu peito. Minha tia levou-a até o seminário e disse que ela não estava bem o suficiente para voltar. – Ah. Então ela esta sozinha em Rosings com Lady Catherine desde então? – Ela tinha seu companheiro. – Era um companheiro corajoso estando com Lady Catherine. – Eu concordei. – O que você conversou com Anne? – Para começar, falamos do parque. Ela tem boas recordações das visitas de criança, e ela apontou o local em que perdeu a boneca, e o ponto em que o Coronel Fitzwilliam a encontrou, embora ele não fosse um coronel até então. Mas ele parece ter sido um bom menino. Não deveria ser agradável para ele ter uma menina se arrastando atrás dele, mas ele pareceu ter-lhe mostrado muita bondade. – Ele sempre foi amavel com Anne. – E então nós falamos de livros. Ela tem lido muito, e nós tivemos um animado debate. Eu penso que ela é melhor longe de sua mãe. Vou pedir a minha tia Gardiner que leve-a para fora na carruagem amanhã. Nós duas, devemos ser capazes de separá-la de Lady Catherine durante a maioria de sua estada.

Quinta-feira, 18 de Dezembro O grupo de casa está provando ser surpreendentemente agradavel. Sra. Bennet está contente com o comprimento e a largura do caminho de Pemberley, memorizando sua elegância para que ela possa perturbar seus vizinhos relatando o esplendor no seu retorno à Longbourn. Lydia gasta seu tempo flertando com o jardineiro. É inutil tentar pará-la, e pelo menos isso a mantém longe das portas. Sr. Bennet fica na biblioteca na maioria


das vezes, se aventurando somente para as viagens de pesca. Lady Catherine se ocupou em instruir Kitty e Mary no comportamento correto para jovens senhoras, Kitty é tão admirada com a minha tia que se senta e escuta-a com uma atenção lisonjeira pelas horas que passam juntas. Mary também, se senta e escuta, intercalando com seus profundos pensamentos de suas leituras. Caroline e Louisa se ocupam com suas revistas de moda, enquanto o Sr. Hurst dorme durante a maior parte do tempo. Anne tem mais chances de escapar sem avisar sua mãe, e tomou a andar pelo terreno, onde ela muitas vezes é acompanhada pelo coronel Fitzwilliam. A tosse parece perturbá-la menos do que antigamente, e ela diz que é o exercício que está fazendo bem. Quando os outros estão ocupados, é com Jane e Bingley, Georgiana, Sr. e Sra. Gardiner, que Elizabeth e eu podemos passar a maior parte do nosso tempo.

Sabado, 20 de Dezembro Elizabeth e eu cavalgavamos com Jane e Bingley esta manhã para ver uma propriedade a cerca de dez milhas de Pemberley. É uma excelente casa, com boas vistas. Olhamos em volta, e Jane e Bingley ficaram muito interessados com ela. – Se não encontrar nada melhor, eu penso que vamos comprá-la, – disse Bingley. – Eu acredito que você está aprendendo a ter cautela, – eu disse a Bingley. – Um ano atrás, você teria comprado de imediato. – Impossível para mim fazer isso agora, – disse ele, sacudindo a cabeça. – Se tem uma coisa que aprendi com você, Darcy, é que não se deve comprar uma casa sem primeiro investigar em volta as outras chaminés! – Eu repreendi Bingley por não fazer nenhuma pergunta inteligente, quando ele quis Netherfield, – eu expliquei, quando Elizabeth me olhou intrigada.


– É uma coisa boa ele não tenha perguntado muito, – disse Elizabeth, – Ou então talvez nós nunca teriamos nos encontrado. Andamos de volta à casa, onde encontramos Sra. Bennet em uma profunda conversa com a Sra. Reynolds, discutindo sobre quanto as cortinas tinham custado, e quais eram as dimensões exatas do salão de baile. Anne estava na sala de estar com a senhora Gardiner, e suas risadas alcançaram nós assim que entramos na sala. Anne estava com uma expressão facial melhor do que antigamente. Havia uma animação sobre ela que estava totalmente ausente quando ela estava confinada com Lady Catherine, e, comigo mesmo, quando ela pensou que teria que se casar comigo. – Você gostou da casa? – perguntou a Sra. Gardiner. – Sim, muito. – Disse Jane. – É um pouco menor que Netherfield, mas ainda é uma casa de bom tamanho. – Menor que Netherfield? – Perguntou a Sra. Bennet, entrando na sala. – Isso nunca será. – Mas está a uma curta distância de Pemberley, – disse Jane. – Está certo, isso seria um favor. Nessa altura eu poderia visitá-las ao mesmo tempo. Eu posso ficar com Lizzy primeiro e depois, querida Jane, eu posso ficar com você. É uma longa jornada até Derbyshire para visitar uma filha, mas uma distancia fácil para visitar duas. Ouso dizer que vou estar aqui toda a hora. – Eu pensei que o parque era um pouco pequeno, – disse Bingley, com um olhar para Jane. – E os sótãos são medíocres, – disse ela. – Ah, se os sótãos são mediocres eu não devo contemplá-los, – disse Sra. Bennet. – Era melhor que vocês tivessem permanecido em Netherfield.


Marรงo


Quarta-feira, 4 de março Sr. e a Sra. Collins chegaram esta manhã, e devem ficar por uma semana. Eles acharam que era melhor deixar Kent enquanto a Sra Catherine está em fúria. Ela acaba de saber que Anne está para se casar com Coronel Fitzwillian. – Sua senhoria não estava infeliz com a idéia a princípio, embora ela gentilmente me confidenciou que preferia ter um homem de fortuna como genro. Mas o respeitável Coronel tem um antigo e venerado nome, e ela generosamente achou apropriado que ele deve aliar-se com seu próprio, mais estimado, ramo da família. Ela foi condescendente o suficiente para dar o seu consentimento, e dizer que Anne seria a noiva mais elegante do ano. Eu era capaz de agradar sua senhoria dizendo que a Senhorita de Bourgh será elegante em qualquer igreja na qual ela deve escolher para casar. – Mas sua senhoria mudou de idéia quando Anne deixou claro que pretendia viver em Rosings, e que ela pretendia mudar sua mãe para a casa do dote, – interferiu Charlotte. – Senhora Catherine mais amavelmente declarou ser impossível. Ela me honrou com a mais gentil confiança, dizendo que ela não sairia de sua casa para atender a conveniência de um garoto imprudente, e ela foi para graciosamente me informar que Anne era uma menina teimosa que não tinha gratidão adequada. – Anne apontou que, se ela fosse homem, sua mãe teria que deixar a casa em seu casamento, para que sua senhoria respondeu que Anne não era um homem, e que, portanto ela permaneceria. Eu esperava Anne para ceder, – disse Charlotte, – mas ela não fez nada do tipo. O amor a fez forte – A atmosfera, infelizmente, não foi das mais harmoniosas. De todas as coisas, eu não gosto de um ar de discórdia. Ofende um homem de minha profissão de uma forma que mal posso descrever. Eu tentei oferecer um ramo de oliveira, dizendo que a casa dote era um edifício muito fino, com apartamentos elegantes e suntuosos jardins, mas a Senhora Catherine virou para mim um olhar de desaprovação que minha coragem vacilou, e


fui obrigado a adicionar: mas não tão fino como Rosings. Eu acho que agradou sua senhoria. – Mas não sua filha, – eu disse. O rosto do Sr Collins caiu. – Não. Eu temo que é impossível permanecer em bons termos com os dois, e assim nós sentimos que era melhor virmos embora. – E não havia outra razão para nossa visita. Eu queria que você visse Elinor, – disse Charlotte. A enfermeira trouxe Elinor pra frente. Eu nunca vi nenhum atrativo em bebês, mas Elizabeth ficou encantada com a pequena menina, e levou-a da enfermeira. Enquanto ela embalava o bebê nos braços, ela olhou para mim de uma forma que fez meu coração parar, e de repente, os bebês se tornaram a coisa mais interessante no mundo para mim. Eu pensei que ano passado foi o mais feliz da minha vida, mas eu acho que este vai ser ainda melhor.

Fim!


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