denominados de mapas topológicos”. Na segunda parte do trabalho estaria uma mesa com várias publicações, entre elas um atlas reproduzindo os 12 mapas da
exposição. Impressos em serigrafia em tela de nylon, eles poderiam estar presos a painéis ou suspensos no espaço expositivo.
Já as conversas para a exposição de Carmela Gross parecem começar
oficialmente com uma carta da artista de 30 de maio de 1978, quando ela envia parte da documentação fotográfica dos trabalhos que gostaria de apresentar na
Área Experimental. “Trata-se de uma série de desenhos executados com carim-
bos, onde os traços, manchas, pinceladas que os compõem são isolados ou re-
tirados de sua organização habitual, para se tornarem elementos puros, signos gráficos. Estes sinais, sistematicamente colocados lado a lado, mais próximos ou mais distantes, organizam um plano plástico à maneira de um exercício caligrá-
fico. É a repetição mecânica do gesto, a uniformidade do imobilismo. Assim vejo
essa nova maneira de desenhar e, se possível, gostaria que pudessem ser mon-
tados horizontalmente, em painéis, numa sequência linear, para que a leitura do conjunto possa ser coerente com seu próprio significado – uma leitura organi-
zada, uma imagem após a outra, um desenho após o outro, como se o espectador estivesse folheando um caderno plástico”.
Sobre a série, composta de aproximadamente 80 desenhos de 100 x 70
cm cada um, escreveu Flávio Motta, em texto datado de 28 de maio de 1978, enviado ao Museu junto com a carta-proposta da artista: “Este gesto é um jeito de transmitir um desejo, uma decisão, que mostra como a quantidade, efetiva-
mente, gera uma nova qualidade. A força de repetição, a ordem em cima da mesa,
a afirmação ritmada, obsessiva, esta infiltração da burocracia no território do desenho, dá um novo rumo aos nossos signos ou estigmas. O mais antigo carimbo 80