REFÚGIO_Estudo da Provisão de Habitação no Pós-desastre: Um Olhar para a Arquitetura Transitória

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Faz-se necessário avançar quanto a elaboração de um modelo a ser seguido e replicado, com soluções que sigam à risca os prazos e usem como ponto central o indivíduo afetado pelo desastre, entendendo a sua situação de vulnerabilidade, e o processo traumático vivenciado, além de avançar na resiliência urbana, buscando evitar novos eventos adversos com resultados mais traumáticos. Mas como seria o processo de recuperação, sobretudo quanto a provisão de habitação, ideal? “Assim, estas políticas devem envolver desde a preparação para as respostas aos desastres até a construção de sociedades e comunidades resilientes através dos processos de recuperação e reconstrução. Os exemplos(...) da Região Serrana não deixam dúvidas sobre a urgência desta agenda.” (FREITAS, CM. CARVAMLO, ML. ZIMENES, EF. ARRAES, EF. GOMES, JO, 2012. Pág. 1584)

3.2 PROCESSO DE RECUPERAÇÃO IDEALIZADO “Conforme a declaração assinada pela Comissão Europeia, as Nações Unidas e o Banco Mundial sobre pós-crise (Joint Declaration on Post-Crisis Assessments and Recovery Planning, 2008), o escopo e abordagem do programa de recuperação dependerão não somente das perdas quantificadas, danos e necessidades, mas dos recursos mobilizados e das prioridades nacionais definidas numa estratégia de recuperação que pode incluir uma decisão explícita de “reconstruir melhor”.” (DI GREGORIO, 2013. Pág. 39)

O escopo de um processo de recuperação demonstra a grande abrangência dele, e tem como princípios: “estabelecimento do planejamento de recuperação pré-desastre, que agrega eficiência aos esforços de planejamento e implementação pós-desastre e aumenta a eficácia da recuperação”; “Estabelecimento de uma estrutura institucional para implementação da reconstrução com tomada de decisão ágil, coordenação efetiva e unidade de esforço. ”; “Estabelecimento de uma estrutura para participação pública no planejamento e implementação da reconstrução, com engajamento dos cidadãos e uma estrutura de comunicação pública adequada na qual comunidades e famílias tenham uma forte voz em determinar a abordagem de reconstrução no pós-desastre e um papel central no processo de reconstrução.”; “Utilização de um processo que é dirigido pela comunidade e gerenciado localmente, desenhado para promover tomadas de decisões locais e autoria do planejamento da recuperação e do esforço de implementação”; “Reconstrução deve contribuir para a recuperação econômica e a restauração dos meios de sobrevivência locais, incluindo o uso maximizado de recursos locais.”; “Comunicação proativa com comunidades afetadas por meios contextualmente relevantes, preferencialmente envolvendo contato pessoal com estabelecimento de mecanismos para resolver reclamações da população afetada.”; “Resiliência e sustentabilidade, com estabelecimento de uma estrutura para mitigação de riscos.”; “Recuperação psicológica e emocional”. (DI GREGORIO, 2013) Página


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