CriticasDeClovisGarcia_CarmelindaGuimaraes

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Roberto Lage, que tem sido mais feliz em espetáculos para jovens, aqui consegue um excelente resultado cênico, aproveitando e desenvolvendo as qualidades satíricas do texto. Mantendo o tempo necessário nas cenas cômicas, obtendo dos atores um ritmo sem quebras, e criando marcações que por si só resultam em gargalhadas do público, como a iniciação ao fumo da velha tia ou a automática dança sobre a mesa, pelo marido, na invasão, o diretor é um dos responsáveis pelo resultado divertido. Os outros responsáveis são os atores, que valorizam seus papéis. Luís Carlos Arutim explora ao máximo a comicidade do personagem, nas suas contradições, sua preocupação financeira, no seu machismo. Márcia Real, com uma classe e grande presença cênica, dá uma dimensão maior à tia. Nicette Bruno explora a comicidade do personagem, especialmente no final. Os dois ladrões, Fernando Bezerra e Giuseppe Oristânio, marcando os tipos com economia de elementos, expressam a ruptura no contexto familiar. Bárbara Bruno faz o que é exigido da empregadinha não muito inteligente.

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O cenário de Campello Netto, com o bom gosto habitual, dá o toque de sofisticação necessário, sem esquecer os elementos orientais numa casa Síria, no que é acompanhado pelos figurinos de Sônia Coutinho. No todo, um espetáculo cuidado, muito divertido, e que tem a vantagem de retratar uma situação brasileira.

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